Apresentação sobre as relações entre complexidade, metadesign, cidade distribuída, teoria e epistemologia do projeto (para cidades). [Presentation about the relationships between complexity theory, metadesign, the distributed city, design theory and epistemology (in urban design).]
6. América do Norte segundo as
postagens de Twitter e Flickr
Eric Fischer
http://www.flickr.com/photos/walkingsf/5912385701/in/set-72157627140310742/
red=flickr / blue=twitter
7. América do Sul e Brasil segundo as
postagens de Twitter e Flickr
Eric Fischer
http://www.flickr.com/photos/walkingsf/5912385701/in/set-72157627140310742
red=flickr / blue=twitter
8. São Paulo (RMSP) segundo as
postagens de Twitter e Flickr
Eric Fischer
http://www.flickr.com/photos/walkingsf/4671446659/
red=flickr / blue=twitter
9. Urbanização Dispersa
Segundo Goulart, et al.
Macro-Metrópole:
Campinas – São Paulo – São José –
Taubaté – Rio de Janeiro...
GOULART REIS, Nestor.
Notas Sobre Urbanizaç ão Dispersa e Novas Formas de Tecido Urbano.
São Paulo, Via das Artes, 2006.
10. Urbanização Dispersa
Segundo Goulart, et al.
Macro-Metrópole:
Campinas – São Paulo – São José –
Taubaté – Rio de Janeiro...
GOULART REIS, Nestor.
Notas Sobre Urbanizaç ão Dispersa e Novas Formas de Tecido Urbano.
São Paulo, Via das Artes, 2006.
11. Mega-Regiões Emergentes - EUA
Regional Plan Association
http://en.wikipedia.org/wiki/File:MapofEmergingUSMegaregions.png
12. Arquitetura móvel.
Arquitetura efêmera.
Arquitetura leve.
Arquitetura para o corpo.
Arquitetura ancestral.
Estruturas leves.
Sistemas de configuração de habitações.
Sistemas de configuração de identidades e relações.
Cidade/Acampamento.
Mobilidade de si, das coisas, do mundo.
14. Arquitetura Móvel Tradicional –
Yurte mongol.
http://natgeotv.com/pt/photo-of-the-day/2012/janeiro
A mongolian nomadic woman at her yurt in Erdene Soum.
Alison Wright
15. Arquitetura Móvel Tradicional –
Tipi – nativos norte-americanos.
http://www.wallpaperpimper.com/wallpaper/download-wallpaper-Tepee_On_The_Range_Wyoming-size-1600x1200-id-142662.htm
16. Arquitetura Móvel Tradicional –
Vardo – ciganos tradicionais (Romani).
http://cleaningbird.blogspot.com.br/2009/09/yarrrrr-cleaning-post-ahoy.html
17. Arquitetura Móvel Tradicional –
Barco Bajau – “ciganos do mar” da Indonésia e Filipinas.
http://www.asianoffbeat.com/photos/the-last-bajau-sea-nomads/the-last-bajau-sea-nomads-images_5884.jpg
19. Arquitetura Móvel Contemporânea –
Arquitetura de e com Containeres.
http://www.treehugger.com/sustainable-product-design/freitag-recycled-shipping-container-store-in-zurich.html
http://www.jetsongreen.com/2008/12/lot-ek-puma-cit.html
http://deathtoarchitecture.blogspot.com.br/2011/04/wes-jones.html
20. Arquitetura Móvel Contemporânea –
Trailers e Motorhomes. http://www.chevytalk.org/fusionbb/showtopic.php?tid/275013/
http://ramchargercentral.com/diesel-talk/classic-winnebago-diesel/
21. A “Forma Acampamento” –
Urbanidade ancestral, recuperada para um novo momento...
Aerial view of 500 trailers drawn by heavy cars, mostly Cadillacs, Chryslers & Osmobiles,
parked in concentric circles as their 1,500 Amer. vacationing owners camp for the night
during 3,000 mile tour fr. Nogales to Alcapulco & back.
Location: Guyannas, Mexico
Date Taken: January 12, 1955
Photographer: Loomis Dean
http://www.airforums.com/forums/f47/historic-rally-photos-nogales-rendezvous-1957-a-10477.html
Trailer (ou Recreational Vehicle, “RV”) Rally
http://www.rearviewsafety.com/blog/2011/back-up-camera-system/rv-back-up-camera-for-your-cross-country-trips/
Acampamento Militar Romano
http://www.shutterstock.com/pic-47842864/stock-vector-roman-camp.html
23. Burning Man 2010
(GeoEye-1 Earth observation satellite)
http://www.thehighdefinite.com/2010/09/burning-man-2010-the-smokes-perspective/
24. Burning Man Camp - Tristan Savatier
http://www.loupiote.com/burningman/photos/237497891.shtml
Burning Man 1991
http://remedyarn.com/?attachment_id=337
Hailey, Charlie. Camps: A Guide to 21st-Century Space
http://web.dcp.ufl.edu/clhailey/
55. Teoria do Projeto (Design)
Teoria do Projeto
Retomada de uma noção primordial de arte (poiésis) em prol da inovação.
Complexidade e Sistemas Emergentes (projeta-se o incontrolável?)
Arquitetura Móvel X Arquitetura da Mobilidade
É criar um “Meta-Espaço”, uma “Meta-Cidade” de relações sociais e tecnológicas.
Metadesign e Arquitetura Livre
Banalização da tecnologia digital (Computação Ubíqua)
O “Meta-Espaço” é um ambiente de telecomunicação pessoal avançado!
Como projetar a complexidade contemporânea e futura, de modo efetivo e ético...
Filosofia pós-estruturalista, em especial Deleuze e Guattari
nomadologia, teoria e prática do nomadismo...
56. A cidade não é um “LOCAL”,
ela é um processo de interação social!
Os ‘locais’ (ruas, edifícios, parques, casas, etc.) são apenas “cascas”
que construímos e utilizamos.
A motivação de sua existência é sustentar essa interação social...
57. A cidade não é uma “infra-estrutura FRIA, SEM NOME”
ela é uma entidade poético-estética!
Entender a cidade como obra de arte coletiva, colaborativa,
co-evolutiva, sempre incompleta, sempre precária, sempre
sedutora, sempre frustrante, sempre mais e menos do que
esperamos dela.
58. A cidade poderia ser muito mais do que
“CAPITAL ESPECULATIVO”.
ela é pode ser um campo de experimentação coletiva.
Construir a cidade como entidade virtual-corpórea, da cultura e da
presença concreta dos cidadãos, de suas invenções e formas de
habitar e ocupar o espaço.
59. Divórcio Político –Estético entre Positivismo e Romantismo
Positivismo:
Ciência e Tecnologia
Lógica Instrumental
Destruição do Ambiente, da natureza e da humanidade.
Romantismo:
Estética e obra de arte como objeto de fruição
Proibição do convívio da arte no cotidiano
Teoria do Projeto (Design) REFERÊNCIAS TRADICIONAIS
60. Filosofia pós-estruturalista, em especial Deleuze e Guattari
Nomadologia – o comportamento basal da humanidade é nômade
Somos nômades que aprenderam a viver como sendentários.
Esse aprendizado é re-afirmado todos os dias pelo ambiente urbano.
Nomadismo é uma postura subjetiva, não é sinônimo de “viajar bastante”...
O Estado é a forma política do sedentarismo.
O capitalismo se apropria da mutabilidade do nomadismo para ampliar sua
adaptabilidade – “o Capitalismo se faz à medida que se desfaz...”
Deleuze e Guattari previram a retomada do comportamento Nômade
Sistemas Centralizados (industriais) = Árvore
Sistemas Distribuídos (telecomunicação digital) = Rizoma
Teoria do Projeto (Design) NOVAS REFERÊNCIAS
61. Design como Controle do Futuro
Espectador Ativo
Destruição do Ambiente
Injustiça Social e Política
Lógica Instrumental
Filosofia Esquizofrênica da Fratura
Positivismo X Romantismo
Utilitarismo
Pragmatismo
Cibernética como controle
Projeto (Design) “dialoga com a Arte”
Meta do Projeto e controlar a realidade
Teoria do Projeto (Design) NOVAS REFERÊNCIAS
Design como Co-Criação
Agente Passivo
Convívio com o Ambiente
Práticas sócio-ambientais
Corporalidade Ferramental
Filosofia Precária
Ecologia Profunda
Pós-estruturalismo
Fenomenologia
Cibernética como convívio
Projeto (Design) “é Arte”
Oportunidade do Projeto é descobrir,
desvendar, co-criar uma realidade
X
METADESIGN
62. Facsimile dos Pergaminhos do Mar Morto
www.facsimile-editions.com/en/ds/
?Biblia de Gutenberg (Harry Ransom Center)
http://www.hrc.utexas.edu/exhibitions/permanent/gutenberg/ Hypertext (Ted Nelson)
Ecologia da Informação – Hipertexto (Nelson)
63. Vista do terraço Italia
(“Viaje na viagem”)
“The Naked City”, Guy DebordCidade de Český Krumlov, Boemia
Ecologia Urbana – Cidade Distribuída (Vassão, 2011)
64. Árvore
Sistemas Centralizados
Estado
Sedentarismo
Jornais, TV, Rádio, etc.
Telecomunicação tradicional
Indústria vitoriana
Cidade Industrial e “de Condomínio”
CaioVassão,EPI
Rizoma (gramíneas)
Sistemas Distribuídos
Tribo
Nomadismo
Internet (Web)
Telecomunicação pessoal
Indústria just-in-time
Cidade Compacta e Distribuída
73. Metadesign
Criar a Simplicidade a partir da Complexidade.
Compreender a complexidade “Compactar” a complexidade Construir a simplicidade
Ferramentas do Metadesign:
1 – Abstração
2 – Diagramas
3 – Procedimentos
4 – Emergência
74. Metadesign
Ferramentas do Metadesign:
1 – Abstração
Processo de construção do conhecimento
Criação de “Ontologias”, taxonomias e categorias
Criação de uma “linguagem comum”
Montar “Máquinas Abstratas”
- ações desejadas
- componentes
- inputs e outputs
- encapsulamento
Abordagem Lúdica:
- metáforas
- suspensão do repertório
- criação de um novo repertório
- Imaginar uma máquina e seu funcionamento
75. Metadesign
Ferramentas do Metadesign:
2 – Diagramas
Visualização da complexidade por
meio de diagramas de tipos variados
Tornar comum a acessível a complexidade
promovendo o trabalho colaborativo
Visualizar as oportunidades de relacionamento
Diagramas das “Máquinas Abstratas”
Diagramas das ontologias e taxonomias
Mapear os talentos e oportunidades
Diagramas para visualização da ecologia
GIS – Geographical Information Systems
Diagramas Miméticos (“mímicos”)
Diagramas de Sankey
76. Metadesign
Ferramentas do Metadesign:
3 – Procedimentos
Criação de procedimentos
Experimentação com procedimentos
Aplicação e ajuste dos procedimentos
“Regras do Jogo”
Mudar as regras é mudar o jogo...
Torná-lo mais interessante, mais direcionado,
mais lúdico, mais divertido, mais conseqüente,
mais responsável...
Descrever processos de acordo com
diretrizes e comportamentos do sistema
Jogar o jogo...
77. Metadesign
Ferramentas do Metadesign:
4 – Emergência
Detectar as Oportunidades Emergentes,
ou seja, imprevistas, mas muito poderosas.
Todo processo acarreta situações imprevistas
Tirar proveito delas, direcioná-las e,
Aprender com elas.
Aceitar e potencializar as “Pontas Soltas” do
processo, aquilo que depende das comunidades
e do uso concreto, da vida...
79. Pesquisa e Processos da Arte
Existe uma disposição para o desenvolvimento de "projetos teóricos”,
"pensar projetando", "questionar projetando”…
A proposta enquanto uma "sonda", um experimento, um
"Gedankenexperiment" –
tremendo papel na física, assim como na Arte Conceitual.
83. Pesquisa e Processos da Arte
Projeto como pergunta, mobilização ontológica:
Do mesmo modo que a Arte, o projeto como pergunta levanta essa
mesma mobilização – por a Realidade em questão.
84.
85. Fratura Romântico-Positivista
Origens na educação escolástica.
Continuação de uma separação entre produção (poiesis)
entendida como "trabalho" e "poética”.
Constituição dos campos opostos e complementares:
da "técnica"
da "arte”
Esquecimento da dimensão polissêmica, polivalente e
política do "artificial”.
86. Fratura Romântico-Positivista
Positivismo cria a tecno-ciência
e corre solto, construindo o mundo anti-ecológico de hoje.
Maior sintoma de que vivemos em um mundo esquizofrênico
é a insustentabilidade do mundo industrial.
87. Fratura Romântico-Positivista
Romantismo cria a arte
e define-a como sendo a expressão de uma monstruosidade da
psique, de algo indomável, irrepresentável enquanto razão
e, por esse motivo, absolutamente distinta do cotidiano
A arte é aceita em toda a sua potência polissêmica, e está livr
para cumprir um papel de questionamento profunda da
ontologias reinantes em determinado período.
88. Fratura Romântico-Positivista
Parceria tensa e esquizóide entre
Positivismo e Romantismo cria o lugar sócio-político tanto
da tecno-ciência, como da arte.
E deixa para o passado:
a obra de arte entendida como entidade
holonômica e polissêmica
a ação poiética comunitária = "artesanato"
89. Fratura Romântico-Positivista
Sintomas problemáticos da Fratura:
especialização das áreas da tecno-ciência.
rejeição formal de abordagens de pesquisa e produção
que não sejam positivistas (ciência, especialização,
produção de bem estar-social e bens de consumo).
90. Fratura Romântico-Positivista
Tentativas sucessivas de costurar os dois fragmentos:
Artes Aplicadas
Arts and Crafts
Movimento Moderno - arquitetura e design
Bauhaus/Ulm
Arte Total
Situacionismo
Arte de Rua/Performance/Arte-conceitual/Meta-Arte
Design Interrogativo (Wodiczko)
Movimento Colaborativo (web, Software Livre, etc.)
91. Fratura Romântico-Positivista
Mas, dificilmente consegue-se superar a Fratura,
pois ela está codificada em:
legislação
práticas do mercado da arte
estrutura curricular das especializações
profissionais e acadêmicas
estatuto "monstruoso" da obra de arte –
queda (questionamento, incômodo, o Outro)
estatuto "redentor" da obra tecnológica –
ascensão (repetição, conforto, o Mesmo)
Enfim…
na cosmologia reinante hoje, em nossa episteme
92. Fratura Romântico-Positivista
Ciência Nômade e Ciência Régia
De saída, Deleuze e Guattari, em Mil-platôs,
expõem a ciência fora da Fratura, entendendo-a em dois níveis:
ciência nômade é descrita como ação poiética
singular, intransferível, incodificável .
ciência régia é um processo normativo e de
captura, não produz nada
universal, transferível, sobrecodificada.
Aceitar a dimensão polissêmica e antropológica (Latour)
da tecnologia é assumir seus aspectos monstruosos.
Aceitar a dimensão cotidiana da arte é assumir sua
possibilidade redentora.
93. O que é Arte?
Arte na Antiguidade
Arte, do latim “ARS” origem etimológica próxima de
“arma”, “arm” (“braço”, ing.), “armar”, etc.
Arte artifício, artificial, ARTEFATO, articulação...
Mas, na origem da cultura latina (Roma), a Arte descende do grego
TECHNÉ, “arte” em grego.
94. O que é Arte?
Arte na Antiguidade Grega
Techné incluia astronomia, matemática, medicina, gastronomia,
retórica, etc... além da pintura, música, poesia, arquitetura,
escultura, etc...
Poiesis “Criar”, “Produzir”, no sentido de “fazer existir”, em grego.
Aesthesis “Perceber”, no sentido de percepção bruta, e não
categorizada, como na “percepção visual”, “percepção auditiva”,
ou seja, a percepção sinestésica.
Techné é também o “conhecimento quanto à produção”, a arte
entendida como “forma de conhecimento”
95. O que é Arte?
Arte na Antiguidade Grega
Importante dicotomia:
Logos x Techné
Para Platão, a arte (Techné) é o caminho para se chegar no
conhecimento válido (Logos), como uma escada que
pode ser descartada ao atingir-se o objetivo de conheci-
mento.
O mundo sensorial/perceptivo é domínio da Aesthesis,
e pode apenas ser ilusório/mentiroso. Alguns artefatos,
produzidos (poiesis) com habilidade, podem promover
essa compreensão que vai além do mundo, o transcendem.
96. O que é Arte?
Arte na Antiguidade Grega
Para Aristóteles, a arte (Techné) é um modo de
conhecimento, mas de tipo específico: é da ordem
do “possível”*; enquanto o conhecimento válido,
certeiro (Logos) é aquele da ordem do “necessário”**.
Logos x Techné
necessário x possível
**Necessário diz respeito ao que deve ser de um modo, e não pode ser diferente.
(ex. 2 + 2 = 4; uma base somada a um ácido resulta em uma solução salina, etc.)
*Possível diz respeito ao que pode ser de diversas formas, e pode ser apreendido
ainda de muitas formas diferentes.
(ex. uma pintura pode ser feita de infinitas formas diferentes, assim como pode ser
percebida de formas igualmente infindáveis – subjetividade, estética.)
97. O que é Arte?
Arte na cultura Escolástica Medieval
Cultura relacionada com o clero e fundamentada
na teologia (estudo do sagrado, de Deus).
No currículo escolástico, existe a dicotomia entre:
- “artes Liberais” e
As artes que promovem a liberação do mundo sensorial, corpóreo.
Matemática, música, pintura, astronomia, etc.
- “artes Servis”
As artes que servem ao corpo, promovem conforto e proteção,
ou seja, tornam a vida terrena mais tolerável – potencialmente
distanciando-nos da vida eterna e da salvação.
Medicina, arquitetura, artesanato em geral, etc.
98. O que é Arte?
Arte durante o Renascimento
Retomada da influência da filosofia antiga quanto à
indução, e da importância de se dedicar ao estudo
do mundo para a produção de conhecimento.
Temporariamente, surge uma sobreposição entre
aquilo que seria posteriormente considerado “Ciência”
(a partir do Positivismo) e “Arte” (em sua acepção
tradicional).
Leonardo disseca corpos, mas também é pintor, músico e
arquiteto.
Por outro lado, as distinções entre “Artes Liberais” e
“Artes Servis” vão se aprofundando, à medida que a
produção e a economia mercantil vão se consolidando.
99. O que é Arte?
Arte do Renascimento à Rev. Industrial
Neste período vai surgindo o termo “técnica” como
o conhecimento preciso quanto à produção,
o “domínio” das formas de produção.
“Saber fazer”.
Ou seja, do grego “techné” como forma de conhecimento
quanto à produção em geral, surge o termo “técnica”
conhecimento quanto aos “meios de produção”,
independentemente das intenções que venham a ser
expressas.
Até aqui, o “saber fazer” estava sempre entremeado
com um “modo poético” de ver as coisas e a produção.
Passa a ser um modo “técnico”, preciso.
100. O que é Arte?
Arte e a Revolução Industrial
Neste momento, o termo “produção” começa a abandonar
a esfera ampla e antiga da Poiesis, e passa gradualmente
a designar a produção controlada cientificamente
das indústrias, o processo racionalizado.
É neste momento que a idéia de “utilidade” se instaura
como mote geral para a sociedade.
101. O que é Arte?
Positivismo
Movimentos filosóficos como o Empirismo e o Utilitarismo
já vinham conclamando o abandono da filosofia como
forma suprema de conhecimento.
Mas é o Positivismo que propõe a ciência como essa forma
privilegiada de conhecimento – sendo ali que surgem as ciências
como a conhecemos.
Biologia, Geologia, Geografia, Física, Sociologia, e principalmente a Tecnologia.
O termo “arte” não é excluído, mas passa a ter a denominação
que depois será da “Tecnologia”:
conhecimento quanto à produção.
102. O que é Arte?
Romantismo
Movimentos filosóficos idealistas vinham retomando a idéia
de uma natureza transcendente do ser humano.
Com o Romantismo, essa natureza se iguala à Estética.
Baumgarten propôe o termo “Estética” a partir do grego
“Aesthesis” – inicialmente como “ciência do belo”, e depois
como “estudo filosófico do belo”, posteriormente
o “estudo filosófico da percepção”.
Surge com o Romantismo a noção estrita e restritiva de ARTE
que utilizamos ainda hoje: “Arte é a produção e a fruição
de obras de cunho estético, sem nenhum compromisso
ou relação direta com a vida cotidiana.”
obs.: Se houver alguma relação entre arte e cotidiano, como foi muito comum
durante o séc. XX, isso se dá como uma “ponte”, não como um “dado inicial”.
103. O que é Arte?
Romantismo e Positivismo
As noções de Arte e Ciência que surgem aí são complementares
e mutuamente excludentes:
Logos x Techné
necessário x possível
Ciência x Arte
O Positivismo propõe uma área de conhecimento que relaciona
os dois campos: a tecnologia:
-logia x tecno-
Ocorre a “Fratura Romântico-Positivista”, via a qual surgem as ciências
e as artes, ambas alienadas do cotidiano, e divorciadas entre si.
104. Arte e Design?
2ª Revolução Industrial
Neste momento, as relações entre ciência (logos) e produção
(techné) tornam-se cada vez mais estreitas,
Com a denominação estrita de Arte Romântica, a maioria
das antigas “artes” tornam-se ciências ou tecnologias,
Em específico, surge a noção de “Arte Aplicada”, uma ponte
entre as Artes, no sentido romântico, e o Cotidiano:
a arquitetura, o urbanismo e o design.
O que está implícito é que há conhecimentos “certos”
e “imutáveis” (“necessários”), e estes são produzidos pela
Ciência. Assim sendo, a Arte não tem nada a contribuir
nestes campos.
105. Arte e Design?
2ª Revolução Industrial e Positivismo
O que está implícito é que há conhecimentos “certos”
e “imutáveis” (“necessários”), e estes são produzidos pela
Ciência. Assim sendo, a Arte não tem nada a contribuir
nestes campos.
*Assim sendo, a Arte pode apenas cobrir os produtos
da indústria com uma patina estética, tornando-o
aprazíveis para o público consumidor – adequando
a “indústria” ao “gosto” popular.
**Outra abordagem (Bonsiepe) é a de compreender o
Design como Tecno-Logia, ou seja, um conhecimento
sistemático quanto à produção, não necessariamente
científico.
106. Arte e Design?
Arte Contemporânea – Arte, Ciência e Tecnologia
Ao longo do séc. XX, percebe-se diversos meios de
questionar essa situação:
- fim da Arte Romântica – Modernismo (não quebra
efetivamente com o romantismo, apenas encontra
novas formas de expressão, dentro do mesmo esquema
conceitual, mesmas categorias)
- a ciência depende da arte – a “intuição” é um modo
importante para o desenvolvimento científico
(não quebra com o romantismo, apenas indica que o diálogo entre
ambos é importante)
- ciência não é definitiva e infalível – a ciência é tão
incerta quanto a Arte, mas funciona de modo mais formal
e previsível
(há uma quebra efetiva com a Fratura Romantico-Positivista...)
107. Arte e Design?
Arte Contemporânea – Arte, Ciência e Tecnologia
- ciência não é definitiva e infalível – a ciência é tão
incerta quanto a Arte, mas funciona de modo mais formal
e previsível
(há uma quebra efetiva com a Fratura Romantico-Positivista...)
Essa é a abordagem de novos movimentos filosóficos:
- Fenomenologia
- Pós-Estruturalismo
- Filosofia Crítica (“Escola de Frankfurt”)
O que diriam: “As ciências utilizam imagens, conceitos,
sensações, intuições, e têm história de produção,
envolvem a subjetividade e incerteza, assim como as artes. “
108. Arte e Design?
Arte Contemporânea – Design
Neste sentido, o Design seria uma forma de construção
da realidade industrial que não passa pela “ditadura”
da ciência – ele pode compreender que a ciência
produz conhecimentos úteis, mas não se submete
às categorias científicas.
Além disso, o Design reconhece que o modo de produção
artística pode fazer parte da vida cotidiana, que aquele
modo subjetivo de compreender o mundo e o “saber
fazer” pode ser um modo válido de conceber
itens de consumo de massa.
109. Arte e Design?
Arte Contemporânea – Design
O Metadesign promoveria a compreensão mais ágil
de como essa subjetividade está em jogo.
Já que não há “conhecimento definitivo”, a criação de
ontologias deixa de ser a ação apenas do filósofo ou
do cientista, e passa a ser um modo de perceber
oportunidades criativas.
114. Metadesign – Design de Ecossistemas
Ecologia Profunda
indistinção entre "mundo do homem" e "mundo natural”
ecologia é um processo de totalização que
transcende a cognição
aceitação da incompletude do conhecimento e do projeto
115. Metadesign – Design de Ecossistemas
Totalização é impossível para a cognição
Pode-se conhecer e projetar apenas fragmentos
Paradoxal com o senso de "todo" (holos) que temos
frente ao “mundo bom” e à felicidade
(sentir-se pleno, parte do todo)
Totalização pela cognição é impossível, mas o senso
holonômico é acessível à percepção
(fenômeno, estética, poética)
116. Metadesign – Design de Ecossistemas
Devir
não há "objetos" apenas "processos"
problema do "artefato eterno" e sua superação pelo
ecossistema aberto
o que é "essência" ou "substância" se há apenas devir?
117. Metadesign – Design de Ecossistemas
Emergência
não-determinismo
projeto sempre inacabado
projeto com "ocos" para desenvolver-se
wabi-sabi (cultura japonesa)
118. Metadesign – Design de Ecossistemas
Polissemia do sentido
Todo projeto é aberto
Todo sentido é um diálogo entre
imanência holonômica e intencionalidade fragmentária,
ou seja esquizóide-esquizofrênica
dois caminhos:
diálogo sensível (agente passivo)
situação
rizoma
corporidade ferramental
sistemas distribuídos
holonômico
dinâmico
diálogo insensível (espectador ativo)
espetáculo
árvore
lógica instrumental
sistemas (des)centralidos
esquizofrênico
estático
119. Metadesign – Design de Ecossistemas
Intencionalidade poética do projeto
inovação, invenção, positivação como ação poética
projeto como pergunta
superação da Fratura Romântico-Positivista