2. A melhoria técnica da imprensa propiciou uma divulgação mais
ampla e rápida do livro, democratizando o acesso a ele. O
homem passa a se interessar mais pelo saber,adquire novas
ideias e outras culturas, percebendo-se capaz, importante e
agente. Conscientiza-se do "livre arbítrio" e sua postura torna-
se antropocêntrica e passa, aos poucos, a assumir uma
posição racionalista. O Humanismo é um período de transição
entre duas posturas. Por isso, a arte da época é marcada pela
convivência de elementos espiritualistas (teocêntricos) e
terrenos (antropocêntricos ).
CONTEXTO HISTÓRICOCONTEXTO HISTÓRICO
3. GÊNERO DRAMÁTICOGÊNERO DRAMÁTICO
ComédiasComédiasTragédiasTragédias
Representa o ridículo acerca dasRepresenta o ridículo acerca das
imperfeições e vícios presentesimperfeições e vícios presentes
nos homens.nos homens.
Representa homens cujo universoRepresenta homens cujo universo
é elevado, superior, em ações queé elevado, superior, em ações que
provoquem terror ou piedade noprovoquem terror ou piedade no
espectador.espectador.
É o tipo de texto feito para ser representado, comÉ o tipo de texto feito para ser representado, com
presença de rubricas e indicações depresença de rubricas e indicações de
personagens.personagens.
4. HAMLET — Que vento forte! O frio é insuportável.
HORÁCIO — E o ar cortante e agitado.
HAMLET — Que horas são?
HORÁCIO — Penso que falta pouco para as doze.
HAMLET — Não; já bateram.
HORÁCIO — Já? Não ouvi; então não falta muito para que o fantasma volte a aparecer-nos.
(Toque de trombetas e tiros de canhão atrás da cena) Que significa esse barulho, príncipe?
HAMLET — O rei está acordado e dá banquete. Bebe a valer, rodando tudo em torno. Cada gole
de Reno é por trombetas e timbales marcado, que o triunfo do brinde lhe proclamam.
HORÁCIO — É costume?
HAMLET — É, de fato. Mas a meu ver — embora aqui eu tivesse o berço e a educação — é um
desses hábitos cuja quebra honra mais do que a observância. Essas orgias torpes nos difamam de
leste a oeste, junto aos outros povos. Só nos chamam de bêbedos, alcunha que nos deprime, por
privar os nossos empreendimentos, ainda os mais brilhantes, da essência medular de nosso mérito.
Isso acontece às vezes noutros meios: se nasce alguém com algum defeito ingênito — do que não
é culpado, porque a origem para si não escolhe a natureza, pelo excesso de sangue, que, por vezes,
os fortes da razão e os diques rompem, ou somente por hábito, que estraga a moral cotidiana —
esse coitado, que leva pela vida tal defeito, seja mancha do acaso ou vestimenta da natureza,
embora suas virtudes sejam tão puras quanto a graça e em número infinito, no máximo de nossa
capacidade, perde no conceito geral por essa falha. A massa nobre se torna recalcada e diminuída
pelo grão do defeito. (Entra o Fantasma)
6. FERNÃO LOPESFERNÃO LOPES
Supõe-se que nasceu entre os anos de 1370 e 1380
Foi nomeado cronista-mor da Torre do Tombo
Responsabilizou-se pelo registro de parte da história portuguesa
7. GIL VICENTEGIL VICENTE
Renovação do teatro português
Autos: peças cuja moralidade era
religiosa
Farsas: peças cuja moralidade era
profana
8. Peça cuja ação é desenvolvida através de um único espaço e de duas personagens fixas: o
Anjo e o Diabo. Inicia-se num porto imaginário, onde se encontram duas barcas: a Barca do
Inferno, cuja tripulação é o Diabo e o seu Companheiro, e a Barca da Glória, tendo como
tripulação um Anjo na proa.
Apresentam-se a julgamento as seguintes personagens:
− Fidalgo - D. Anrique
− Onzeneiro
− Sapateiro - Joanantão, que parece ser abastado, talvez dono de oficina
− Joane – o parvo vivia simples e inconscientemente
− Frade - cortesão, Frei Babriel, com a sua "dama" Florença
− Brísida Vaz - uma alcoviteira
− Judeu – usurário chamado Semifará
− O corregedor e o procurador - altos funcionários da Justiça
− Ο Enforcado
− Os Quatro Cavaleiros Cruzados
AUTO DA BARCA DOAUTO DA BARCA DO
INFERNOINFERNO
9. “Anjo – Eu não sei quem te cá traz...
Brísida – Peço-vo-lo de giolhos! (joelhos)
Cuidais que trago piolhos,
anjo de Deos, minha rosa?
Eu sô aquela preciosa
que dava as moças a molhos,
a que criava as meninas
pera os cónegos da Sé...
Passai-me, por vossa fé,
meu amor, minhas boninas, (margaridas)
olhos de perlinhas finas!
E eu som apostolada,
angelada e martelada,
e fiz cousas mui divinas.
Santa Úrsula nom converteu
tantas cachopas como eu (...)” (meninas, raparigas)
10. FARSA DE INÊS PEREIRAFARSA DE INÊS PEREIRA
MOTE
“Mais quero asno que me carregue, que cavalo que me derrube.”
Inês Pereira, uma típica pequeno-burguesa que despreza a vida
rústica do campo, sonha em conseguir através do casamento sua
ascensão social. A figura de seu homem ideal (cavalheiro
elegante, educado e com trato social) é o típico representante da
fidalguia. A ausência de escrúpulos de Inês Pereira, que primeiro
casa-se por interesse com Brás da Mata e, após ficar viúva, casa-
se com Pero Marques e o trai descaradamente, é emblemática da
forma de pensar disseminada na época.
11. GARCIA DEGARCIA DE
RESENDERESENDE
Representante da poesia palaciana
Dous cavaleiros irosos,
que tais palavras lh'ouviram,
mui crus e nam piadosos,
perversos, desamorosos,
contra mim rijo se viram;
com as espadas na mam
m'atravessam o coraçam,
a confissam me tolheram:
este é o galardam
que meus amores me deram.
Garcia de Resende, Cancioneiro Geral, V, 357-364