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SIMBOLISMO - PORTUGAL
1890-1915
Contexto Histórico
Até 1910 o regime era monárquico, passando
depois à República. Nesse ínterim, Portugal
passa por grave crise econômica e social.
Eugenio de Castro publica Oaristos, atestando
que as pessoas precisam muito mais de
condução pelas energias da alma do que por
imposição da matéria.
Características
Predomínio da emoção sobre a razão
Linguagem vaga e imprecisa
Realidade sugerida e não mais determinada
Sonoridade (musicalidade)
Cromatização através de palavras
Exploração do inconsciente
PRIMEIRA FASE (1890 – 1910)
Envolve escritores nefelibatas ou
decadentistas
SEGUNDA FASE (1910 – 1915)
Envolve escritores mais nacionalistas e
mais atuantes politicamente quanto à
realidade portuguesa.
EUGENIO DE CASTRO
Formado em Letras, lançou
a revista OS INSUBMISSOS
e BOÊMIA NOVA.
Responsável pela
instauração do Simbolismo
português. Teve duas fases:
uma simbolista de fato, outra
neoclássica.
Teus lábios de cinábrio, entreabre-os!
Da quermesse
O rumor amolece, esmaiece, esmorece...
Dê-me que eu beije os teus morenos e amenos
Peitos! Rolemos, Flor! à flor dos flóreos fenos...
Soam vesperais as Vésperas...
Uns com brilhos de alabastros,
Outros louros como nêsperas,
No céu pardo ardem os astros...
CAMILO PESSANHA
Iniciou carreira aos 18 anos (obra
Lúbricas). Formado em Direito, já
perdera o furor socialista dos jovens
de Coimbra. Voltava-se à
espiritualidade. Diz-se que
problemas familiares graves foram
os responsáveis por seu
definhamento e, assim, tal angústia
existência profunda refletiu-se em
suas obras.
A dor, deserto imenso,
Branco deserto imenso,
Resplandecente e imenso,
Foi um deslumbramento.
Todo o meu ser suspenso,
Não sinto já, não penso,
Pairo na luz, suspenso
Num doce esvaimento.
Ó morte, vem depressa,
Acorda, vem depressa,
Acode-me depressa,
Vem-me enxugar o suor,
Que o estertor começa.
É cumprir a promessa.
Já o sonho começa...
Tudo vermelho em flor...
ANTONIO NOBRE
Reprovou duas vezes o curso de Direito.
Não adaptando-se à vida acadêmica,
refugiou-se na “torre do Anto”, fugindo do
turbilhão da cidade e voltando-se à
infância e para si.
Dois anos depois, foi a Paris e formou-se
em Política. Amadureceu sua obra,
conheceu Eça de Queirós e começou a
apresentar os primeiros sintomas da
tuberculose.
Quando cheguei, aqui, Santo Deus! como eu vinha!
Nem mesmo sei dizer que doença era a minha,
Porque eram todas, eu sei lá! desde o odio ao tedio.
Molestias d'alma para as quaes não ha remedio.
Nada compunha! Nada, nada. Que tormento!
Dir-se-ia accaso que perdera o meu talento:
No entanto, ás vezes, os meus nervos gastos, velhos,
Convulsionavam-nos relampagos vermelhos,
Que eram, bem o sentia, instantes de Camões!
Sei de cór e salteado as minhas afflicções:
Brasil
CRUZ E SOUZA
OBRAS PRINCIPAIS: Broquéis (1893) -
Missal (1893) - Evocações (1899) - Faróis
(1900) Últimos sonetos (1905)
A obra de Cruz e Sousa é a mais brasileira
de um movimento que foi, entre nós,
essencialmente europeu. Nela opera-se uma
tentativa de síntese entre formas de
expressão prestigiadas na Europa e o drama
espiritual de um homem atormentado social
e filosoficamente. O resultado passa, às
vezes, por poemas obscuros e verborrágicos
mas, na maioria dos casos, a densidade
lírica e dramática do "Cisne Negro" atinge um
nível só comparável ao dos grandes
simbolistas franceses. O primeiro aspecto
que percebemos em sua poética é a
linguagem renovadora.
No seus poemas, abundam substantivos comuns com iniciais maiúsculas e
palavras raras. A linguagem denotativa quase desaparece na quantidade de
símbolos, aliterações*, sinestesias*, esquisitas harmonias sonoras. Ao
contrário do texto parnasiano, o simbolista exige do leitor um esforço de
decifração, de "tradução" da realidade sugerida para a realidade concreta. A
todo momento, o poeta apela para a linguagem metafórica:
"O demônio sangrento da luxúria..."
"Punhais de frígidos sarcasmos..."
"Ó negra Monja triste, ó grande soberana." (A lua)
"As luas virgens dos teus seios brancos..."
"O chicote elétrico do vento..."
A musicalidade se dá através de aliterações. Sejam em v:
Vozes veladas, veludosas vozes,
volúpias dos violões, vozes veladas
vagam nos velhos vórtices* velozes
dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas*...
*Sinestesias: correspondência entre as diversas sensações, sons, olhares e cheiros. *Aliterações: repetição de
fonemas no início, meio ou fim das palavras. *Vórtices: redemoinho, turbilhão. *Vulcanizadas: ardentes, exaltadas.
TEMA DE CRUZ E SOUZA
A obsessão pela cor branca
O erotismo e sua sublimação
O sofrimento da condição negra
A espiritualização
Se caminhares para a direita, baterás e esbarrarás ansioso, aflito,
numa parede horrendamente incomensurável de Egoísmos e
Preconceitos! Se caminhares para a esquerda, outra parede, de
Ciências e Críticas, mais alta do que a primeira. Se caminhares para a
frente, ainda nova parede, feita de Despeito e Impotências, tremenda,
de granito, broncamente se elevará do alto! Se caminhares, enfim,
para trás, há ainda uma derradeira parede, fechando tudo, fechando
tudo - horrível! - parede de Imbecilidade e Ignorância, te deixará n'um
frio espasmo de terror absoluto. (...) E as estranhas paredes hão de
subir - longas, negras, terríficas! Hão de subir, subir, subir mudas,
silenciosas, até as Estrelas, deixando-te para sempre perdidamente
alucinado e emparedado dentro do teu Sonho...
O ser que é ser e que jamais vacila
Nas guerras imortais entra sem susto,
Leva consigo este brasão augusto
Do grande amor, da grande fé tranqüila.
Os abismos carnais da triste argila
Ele os vence sem ânsia e sem custo...
Fica sereno, num sorriso justo,
Enquanto tudo em derredor oscila.
Ondas interiores de grandeza
Dão-lhe esta glória em frente à Natureza,
Esse esplendor, todo esse largo eflúvio*.
O ser que é ser transforma tudo em flores...
E para ironizar as próprias dores
Canta por entre as águas do Dilúvio!
ALPHONSUS DE GUIMARAENS (1870-1921)
Mineiro, passado quase toda a sua vida nas
cidades barrocas e decadentes da região
aurífera, Alphonsus de Guimarães sofreu as
influências ambientais dessas cidades,
povoadas apenas, no dizer de Roger Bastide,
"de sons e sinos, de velhas deslizando pelos
becos silenciosos, de vultos que se escondem
à sombra das muralhas. Cidades de brumas,
conhecendo as mesmas existências cinzentas
e os mesmos fantasmas noturnos: donzelas
solitárias, vestidas de luar." Sua poesia gira
em torno de pouco assuntos:
a morte da amada
a religiosidade litúrgica
Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
No sonho em que se perdeu
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...
E, no desvario seu
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...
E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...
As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar
Entre brumas ao longe surge a aurora.
O hialino* orvalho aos poucos se evapora,
Agoniza o arrebol*.
A catedral ebúrnea* do meu sonho
Aparece na paz do céu risonho
Toda branca de sol.
E o sino canta em lúgubres responsos*:
Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus! (...)
Por entre lírios e lilases desce
A tarde esquiva: amargurada prece
Põe-se a lua a rezar.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Aparece na paz do céu tristonho
Toda branca de luar.
E o sino dobra em lúgubres
responsos:
Pobre Alphonsus! Pobre
Alphonsus!
O céu é todo trevas: o vento uiva.
Do relâmpago a cabeleira ruiva
Vem açoitar o rosto meu.
E a catedral ebúrnea do meu
sonho
Afunda-se no caos do céu
medonho
Como um astro que já morreu.
E o sino geme em lúgubres
responsos:
Pobre Alphonsus! Pobre
Alphonsus!
Hialino: transparente, Arrebol: vermelhidão do nascer ou do
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  • 2. Contexto Histórico Até 1910 o regime era monárquico, passando depois à República. Nesse ínterim, Portugal passa por grave crise econômica e social. Eugenio de Castro publica Oaristos, atestando que as pessoas precisam muito mais de condução pelas energias da alma do que por imposição da matéria.
  • 3. Características Predomínio da emoção sobre a razão Linguagem vaga e imprecisa Realidade sugerida e não mais determinada Sonoridade (musicalidade) Cromatização através de palavras Exploração do inconsciente
  • 4. PRIMEIRA FASE (1890 – 1910) Envolve escritores nefelibatas ou decadentistas SEGUNDA FASE (1910 – 1915) Envolve escritores mais nacionalistas e mais atuantes politicamente quanto à realidade portuguesa.
  • 5. EUGENIO DE CASTRO Formado em Letras, lançou a revista OS INSUBMISSOS e BOÊMIA NOVA. Responsável pela instauração do Simbolismo português. Teve duas fases: uma simbolista de fato, outra neoclássica.
  • 6. Teus lábios de cinábrio, entreabre-os! Da quermesse O rumor amolece, esmaiece, esmorece... Dê-me que eu beije os teus morenos e amenos Peitos! Rolemos, Flor! à flor dos flóreos fenos... Soam vesperais as Vésperas... Uns com brilhos de alabastros, Outros louros como nêsperas, No céu pardo ardem os astros...
  • 7. CAMILO PESSANHA Iniciou carreira aos 18 anos (obra Lúbricas). Formado em Direito, já perdera o furor socialista dos jovens de Coimbra. Voltava-se à espiritualidade. Diz-se que problemas familiares graves foram os responsáveis por seu definhamento e, assim, tal angústia existência profunda refletiu-se em suas obras.
  • 8. A dor, deserto imenso, Branco deserto imenso, Resplandecente e imenso, Foi um deslumbramento. Todo o meu ser suspenso, Não sinto já, não penso, Pairo na luz, suspenso Num doce esvaimento. Ó morte, vem depressa, Acorda, vem depressa, Acode-me depressa, Vem-me enxugar o suor, Que o estertor começa. É cumprir a promessa. Já o sonho começa... Tudo vermelho em flor...
  • 9. ANTONIO NOBRE Reprovou duas vezes o curso de Direito. Não adaptando-se à vida acadêmica, refugiou-se na “torre do Anto”, fugindo do turbilhão da cidade e voltando-se à infância e para si. Dois anos depois, foi a Paris e formou-se em Política. Amadureceu sua obra, conheceu Eça de Queirós e começou a apresentar os primeiros sintomas da tuberculose.
  • 10. Quando cheguei, aqui, Santo Deus! como eu vinha! Nem mesmo sei dizer que doença era a minha, Porque eram todas, eu sei lá! desde o odio ao tedio. Molestias d'alma para as quaes não ha remedio. Nada compunha! Nada, nada. Que tormento! Dir-se-ia accaso que perdera o meu talento: No entanto, ás vezes, os meus nervos gastos, velhos, Convulsionavam-nos relampagos vermelhos, Que eram, bem o sentia, instantes de Camões! Sei de cór e salteado as minhas afflicções:
  • 12. CRUZ E SOUZA OBRAS PRINCIPAIS: Broquéis (1893) - Missal (1893) - Evocações (1899) - Faróis (1900) Últimos sonetos (1905) A obra de Cruz e Sousa é a mais brasileira de um movimento que foi, entre nós, essencialmente europeu. Nela opera-se uma tentativa de síntese entre formas de expressão prestigiadas na Europa e o drama espiritual de um homem atormentado social e filosoficamente. O resultado passa, às vezes, por poemas obscuros e verborrágicos mas, na maioria dos casos, a densidade lírica e dramática do "Cisne Negro" atinge um nível só comparável ao dos grandes simbolistas franceses. O primeiro aspecto que percebemos em sua poética é a linguagem renovadora.
  • 13. No seus poemas, abundam substantivos comuns com iniciais maiúsculas e palavras raras. A linguagem denotativa quase desaparece na quantidade de símbolos, aliterações*, sinestesias*, esquisitas harmonias sonoras. Ao contrário do texto parnasiano, o simbolista exige do leitor um esforço de decifração, de "tradução" da realidade sugerida para a realidade concreta. A todo momento, o poeta apela para a linguagem metafórica: "O demônio sangrento da luxúria..." "Punhais de frígidos sarcasmos..." "Ó negra Monja triste, ó grande soberana." (A lua) "As luas virgens dos teus seios brancos..." "O chicote elétrico do vento..." A musicalidade se dá através de aliterações. Sejam em v: Vozes veladas, veludosas vozes, volúpias dos violões, vozes veladas vagam nos velhos vórtices* velozes dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas*... *Sinestesias: correspondência entre as diversas sensações, sons, olhares e cheiros. *Aliterações: repetição de fonemas no início, meio ou fim das palavras. *Vórtices: redemoinho, turbilhão. *Vulcanizadas: ardentes, exaltadas.
  • 14. TEMA DE CRUZ E SOUZA A obsessão pela cor branca O erotismo e sua sublimação O sofrimento da condição negra A espiritualização Se caminhares para a direita, baterás e esbarrarás ansioso, aflito, numa parede horrendamente incomensurável de Egoísmos e Preconceitos! Se caminhares para a esquerda, outra parede, de Ciências e Críticas, mais alta do que a primeira. Se caminhares para a frente, ainda nova parede, feita de Despeito e Impotências, tremenda, de granito, broncamente se elevará do alto! Se caminhares, enfim, para trás, há ainda uma derradeira parede, fechando tudo, fechando tudo - horrível! - parede de Imbecilidade e Ignorância, te deixará n'um frio espasmo de terror absoluto. (...) E as estranhas paredes hão de subir - longas, negras, terríficas! Hão de subir, subir, subir mudas, silenciosas, até as Estrelas, deixando-te para sempre perdidamente alucinado e emparedado dentro do teu Sonho...
  • 15. O ser que é ser e que jamais vacila Nas guerras imortais entra sem susto, Leva consigo este brasão augusto Do grande amor, da grande fé tranqüila. Os abismos carnais da triste argila Ele os vence sem ânsia e sem custo... Fica sereno, num sorriso justo, Enquanto tudo em derredor oscila. Ondas interiores de grandeza Dão-lhe esta glória em frente à Natureza, Esse esplendor, todo esse largo eflúvio*. O ser que é ser transforma tudo em flores... E para ironizar as próprias dores Canta por entre as águas do Dilúvio!
  • 16. ALPHONSUS DE GUIMARAENS (1870-1921) Mineiro, passado quase toda a sua vida nas cidades barrocas e decadentes da região aurífera, Alphonsus de Guimarães sofreu as influências ambientais dessas cidades, povoadas apenas, no dizer de Roger Bastide, "de sons e sinos, de velhas deslizando pelos becos silenciosos, de vultos que se escondem à sombra das muralhas. Cidades de brumas, conhecendo as mesmas existências cinzentas e os mesmos fantasmas noturnos: donzelas solitárias, vestidas de luar." Sua poesia gira em torno de pouco assuntos: a morte da amada a religiosidade litúrgica
  • 17. Quando Ismália enlouqueceu, Pôs-se na torre a sonhar... Viu uma lua no céu, Viu outra lua no mar. No sonho em que se perdeu Banhou-se toda em luar... Queria subir ao céu, Queria descer ao mar... E, no desvario seu Na torre pôs-se a cantar... Estava perto do céu, Estava longe do mar... E como um anjo pendeu As asas para voar... Queria a lua do céu, Queria a lua do mar... As asas que Deus lhe deu Ruflaram de par em par... Sua alma subiu ao céu, Seu corpo desceu ao mar
  • 18. Entre brumas ao longe surge a aurora. O hialino* orvalho aos poucos se evapora, Agoniza o arrebol*. A catedral ebúrnea* do meu sonho Aparece na paz do céu risonho Toda branca de sol. E o sino canta em lúgubres responsos*: Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus! (...) Por entre lírios e lilases desce A tarde esquiva: amargurada prece Põe-se a lua a rezar. A catedral ebúrnea do meu sonho Aparece na paz do céu tristonho Toda branca de luar. E o sino dobra em lúgubres responsos: Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus! O céu é todo trevas: o vento uiva. Do relâmpago a cabeleira ruiva Vem açoitar o rosto meu. E a catedral ebúrnea do meu sonho Afunda-se no caos do céu medonho Como um astro que já morreu. E o sino geme em lúgubres responsos: Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus! Hialino: transparente, Arrebol: vermelhidão do nascer ou do pôr do sol, Ebúrnea: de marfim, Responsos: versículos rezados ou cantados. Ilustrativo das tendências simbólicas, místicas e musicais de Alphonsus é o seu poema A catedral: