1. ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR JOÃO CRUZ
Assunto: O Movimento Literário Barroco em Portugal
Tema: Os estilos de época na Era Clássica: Barroco
Alunos e números: Camilla Ramos dos Santos, nº 06
Luis Gustavo da Silva Junqueira, nº 22
Luiz Fernando Fernandes, nº 24
Sabrina de Cássia Ferreira dos Santos, nº 32
Thamires de Lima Mateus, nº 33
Série: 1º Ensino Médio C
Professora: Maria Piedade Teodoro da Silva
Disciplina: Língua Portuguesa
Jacareí, 13 de novembro de 2013.
2. I. INTRODUÇÃO
1. Para início de conversa...
A pesquisa visa apresentar o Movimento Literário Barroco em Portugal e suas
características marcantes. É necessário, para isso, entender o que foi o Barroco:
nada mais do que o conjunto de manifestações artísticas (literatura, pintura,
arquitetura, música) que representaram uma sensível transformação do Conceito
Renascentista de arte. O Barroco, naquela época, era visto como uma rica
manifestação artística contra o regime imposto pela Igreja Católica. O movimento
surgiu, aproximadamente, no final do século XVI, influenciando ainda a produção
literária dos dias atuais. O Barroco, apesar do reconhecimento a partir do século
XVII, está relacionado à Reforma, no qual foi o movimento reformista cristão no
início do século XVI, quando Martinho Lutero, através da publicação de suas 95
teses, protestou contra diversos pontos da doutrina da Igreja Católica Romana,
propondo uma reforma no catolicismo Romano; e a Contrarreforma, que foi o
movimento da Igreja Católica, que serviu de resposta à Reforma Protestante
iniciada com Lutero, a partir de 1517. Em 1545, se realizou o Concílio de Trento,
no qual a Igreja provou que ainda tinha poder para deter as reformas que se
espalharam pela Europa. Foram estabelecidas uma série de medidas pelo
Concílio, o que destacou a influência e autoridade do Papa, e o surgimento de
novas ordens religiosas, como a Companhia de Jesus. A Igreja Católica, então,
tenta recuperar poder de influência de vários modos; um deles era incentivar as
manifestações artísticas religiosas, para fortalecer a fé católica. Um dos focos de
maior atuação contrarreformista foi em Portugal. O Barroco em Portugal teve início
em 1580, quando a Espanha passa a dominar Portugal. A morte do rei português
Dom Sebastião, durante a batalha de Alcácer Quiber contra os mouros, provocou
uma crise na sucessão lusitana. Ele morre aos 24 anos, sem deixar descendentes
e com isso, Felipe II da Espanha, herdeiro mais próximo da Coroa Portuguesa
assumiu o reino de 1580 a 1640. Essa fase de unificação teve grandes e sérias
consequências para Portugal, causando transformações ao longo dos anos.
Portugal recuperou sua independência em 1640, mas as tendências barrocas da
literatura portuguesa manteve-se até meados do século XVIII.
3. II. O MOVIMENTO ARTÍSTICO BARROCO
1. Origens
O Barroco corresponde à segunda etapa da Era Clássica, iniciou-se, então, no fim
do século XVI, teve seu ápice no século XVII, e se prolongou até o início do século
XVIII. O movimento surgiu como uma forma de reagir às tendências humanistas,
tentando reencontrar a tradição cristã.
Em arquitetura, o estilo Barroco foi caprichoso e bizarro, que caracterizou o último
período do Renascimento, e que se estendeu à Literatura e às Belas-Artes.
Precisamente, é o período da História da Arte situado entre o Renascimento e o
Neoclassicismo (final do século XVI até meados do século XVII). Desenvolvendose como reação aos exageros da arte clássica, teve origem na Itália. Seu início foi
essencialmente "religioso", característico da Contrarreforma, quando os papas, no
intuito de mostrar ao mundo a grandeza do catolicismo Romano, convocaram
grandes artistas para uma verdadeira remodelação da cidade eterna.
Michelangelo é considerado o "pai do Barroco", autor de obras então
compreendidas na qualificação de "bizarras", caracterizadas por linhas torturadas,
colunas em espiral, a que a plástica e a pintura dão a impressão de vida, de
agitação, num frenesi de mormento e jogos de luz. Além de Michelangelo,
contribuíram para a eclosão e expansão do Barroco Italiano artistas como os
arquitetos Borromini e moderno, pintores como Pedro de Cartona e Lucas
Giordano, escultores como Bernini. Da Itália estendeu-se o movimento Barroco
por toda a Europa (na Espanha, a versão denominada churriguerisco, do nome do
seu principal representante, José Benedito Churrigueira) e atingiu a América do
Sul, trazida pelos Jesuítas. Não só na arquitetura e escultura predominou o
"bizarro" nesse período. Sua influência alcançou a música, notadamente a de
Bach e Vealdi; a pintura em geral, com os pintores de Veneza, entre eles Tupolo;
os de Flandres, como Rubens; os de Espanha, como Vieira. Além da música e
pintura, influenciou fundamente a literatura do período, sobretudo na Espanha,
com Cervantes; na Inglaterra, com Shakespeare; na França, com Montaigne; Em
Portugal, como Padre Vieira. Nomes, como o de Góngora, fizeram escola (o
gongorismo). Diz-se, por isso, que o Barroco é um estilo artístico e literário, na
realidade, todo um estilo de vida que caracterizou o período situado que foi entre
1570 e 1750.
4. 2. Movimento Literário Barroco em Portugal
O Barroco em Portugal surgiu em 1580, quando Portugal perde sua autonomia
como país, passando a integrar o reino da Espanha, e termina em 1756 com a
fundação a Arcádia Lusitana - uma academia poética - que dá início a um novo
estilo: o Arcadismo. Este pensamento não se demonstrou apenas na escultura,
mas também na pintura, arquitetura, moda, escrita e até no modo de vida das
pessoas da época.
A importância maior do Barroco português está na literatura não obstante e na
escultura, apresentando o nome isolado de Manuel Pevisa, escultor que faleceu
em 1667. Na prosa, destacaram-se Padre Antônio Vieira, Luís de Souza, Padre
Bernardes, Frei Antônio das Chagas, Padre Bartolomeu de Quintal Vieira.
O Barroco vivia, nesse momento, uma diversidade de gêneros, passando pela
poesia lírica, épica e satírica; pela prosa religiosa, moralista e historiográfica; e
também pelo teatro, pelas novelas e pela epistolografia (as cartas). Nessa
diversidade de gêneros, duas tendências se destacaram: o Cultismo e
Conceptismo.
A tendência cultista se manifesta pelo rebuscamento formal, pelos jogos de
palavras, pela abundância de inversões sintáticas e figuras de linguagem. Está
muito presente na poesia, principalmente, lírica. Muitas influências nesse gênero
se destacam, como Petrarca e Camões (muitas das vezes, denominado como
gongorismo). Um exemplo de estilo cultista é esse poema de Gregório de Matos:
Ao braço do Menino Jesus de Nossa Senhora das Maravilhas, A quem infiéis
despedaçaram
O todo sem a parte não é todo;
A parte sem o todo não é parte;
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga que é parte, sendo o todo. (Disponível em:
http://www.soliteratura.com.br/barroco/barroco03.php > Acesso em 15 de
novembro)
A tendência conceptista se expressa pelos meios de idéias, conceitos e
construções lógicas, como o silogismo. Está muito presente na capacidade de
discursar e oratória, encontrado em sua prosa religiosa e moralista. Uma das
influências que se destacaram nesse gênero, foi o Padre Antônio Vieira, adotando
essa tendência em seus Sermões. Um exemplo de estilo conceptista:
6. La dulce boca que a gustar convida
un humor entre perlas destilado,
y a no invidiar aquel licor sagrado
que a Júpiter ministra el garzón de Ida,
amante,! no toquéis si queréis vida:
porque entre un labio y otro colorado
Amor está de su veneno armado,
cual entre flor y flor sierpe escondida.
No os engañen las rosas que la Aurora
diréis que aljofaradas y olorosas
se le cayeron del purpúreo seno.
Manzanas son de Tántalo, y no rosas,
que después huyen dél que incitan ahora;
y sólo del Amor queda el veneno.
“A doce boca que a provar convida”
(Luis de Gongórra)
A doce boca que a provar convida
um humor entre perlas destilado,
sem ter inveja do licor sagrado
que a Júpiter ministra o garção de Ida,
amantes, não troqueis, se quereis vida,
porque a meio de um lábio e outro corado
Amor está, de seu veneno armado,
qual entre flor e flor serpe escondida.
Não vos burlem as rosas que, na Aurora,
direis que aljofaradas e olorosas
caíram no purpúreo seio ameno:
serão maçãs de Tântalo, e não rosas,
que logo fogem do insinuado agora;
e somente do amor resta o veneno. (Disponível em
http://www.blocosonline.com.br/literatura/poesia/pidp/pidp010789.htm >
Acesso em 15 de novembro.
7. Quem tantas maravillhas diferentes
Pode fazer unir, senão a morte?
A morte foi em sem-razões mais rara.
Tu, que vives triunfante sobre as gentes,
Nota (pois te ameaça uma igual sorte)
Donde pára a beleza, e no que pára. (Disponível em
http://www.blocosonline.com.br/literatura/poesia/pidp03/pidp040142.htm > Acesso
em 04 de dezembro)
2. PADRE ANTÔNIO VIEIRA: O MAIOR NOME DO BARROCO PORTUGUÊS
Padre Antônio Vieira foi um orador e escritor religioso que mais representou o
Barroco em Portugal, também teve sua atuação no Brasil, pela Companhia de
Jesus. O autor deixou inúmeros sermões, cartas, e profecias cujo tema era o
retorno do rei português dom Sebastião, morto em combate na África no século
XVI.
Sua vida foi marcada pelo confronto entre Portugal e Brasil. Nasceu em Lisboa,
porém aos seis anos de idade, muda-se para Bahia com sua família, onde estudou
na Companhia de Jesus, virando assim um missionário, permanecendo até 1641 e
voltando ao país de origem.
O padre é visto como o principal representante da oratória sacra em Língua
Portuguesa, seus sermões abordam temas que ultrapassam a esfera religiosa:
trata de questões metalinguísticas, como o próprio ato de discursar; jurídicas e
humanísticas, quando critica a defesa de leis contra a escravização dos indígenas;
e políticas, quando critica a corrupção e opina sobre as invasões holandesas no
Brasil. Assim, o padre Antônio Vieira demonstrou ser mais que um simples
missionário da Companhia de Jesus: era na verdade um importante formador de
opinião, uma vez que seu público ia dos indígenas aos reis, passando pelo próprio
clero. A obra de Vieira adota o conceptismo, trabalhando, sobretudo, com
elaborados jogos de idéias. No entanto, não lhe seria possível chegar ao refinado
trabalho conceitual que faz em seus Sermões se não empregasse também jogos
de palavras igualmente rebuscados. Em suma: mesmo que Vieira ataque o
cultismo em sua obra, privilegiando o conceptismo, o padre trabalha ambos com
habilidade.
Um exemplo de seu trabalho conceptista, é o Sermão da Sexagésima, uma obra
religiosa e literária que se trata da palavra de Deus. Nele, Vieira prega a arte de
semear e ainda, reflete sobre o poder da arte de pregar por sermões ao mesmo
8. tempo em que está passando um sermão. Para isso o pregador se vale de
analogias, comparações, metáforas, o mesmo estilo de pregar de Jesus: que
consistia em utilizar correspondências alegóricas, de conhecimento geral, para
que seu discurso seja assimilado e compreendido de forma prática. (Disponível
em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Serm%C3%A3o_da_Sexag%C3%A9sima > Acesso
em 15 de novembro)
III. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O barroco foi uma tendência artística que se desenvolveu, primeiramente, nas
artes plásticas e depois se manifestou na literatura, no teatro e na música. O berço
do barroco é a Itália do século XVII, porém se espalhou por outros países
europeus como, por exemplo, a Holanda, a Bélgica, a França e a Espanha. O
barroco permaneceu vivo no mundo das artes até o século XVIII. Na América
Latina, o barroco entrou no século XVII, trazido por artistas que viajavam para a
Europa, e permaneceu até o final do século XVIII. O barroco se desenvolve no
seguinte contexto histórico: após o processo de Reformas Religiosas, ocorrido no
século XVI, a Igreja Católica havia perdido muito espaço e poder. Mesmo assim,
os católicos continuavam influenciando muito o cenário político, econômico e
religioso na Europa. A arte barroca surge neste contexto e expressa todo o
contraste deste período: a espiritualidade e teocentrismo da Idade Média com o
racionalismo e antropocentrismo do Renascimento.
O Barroco em Portugal foi o período em que Portugal perde sua autonomia como
país, passando a integrar o reino da Espanha. Foi quando a morte do rei
português Dom Sebastião provoca uma crise na sucessão lusitana, assim,
morrendo aos 24 anos, sem deixar descendentes. Felipe II da Espanha, herdeiro
mais próximo da Coroa Portuguesa assumiu o reino de 1580 a 1640. Essa fase de
unificação teve grandes e sérias consequências para Portugal, causando
transformações ao longo dos anos.
O resultado da pesquisa foi devido aos objetivos lançados mais cedo: Apresentar
a trajetória e a história do Movimento Literário Barroco e também apresentar as
características do Movimento Literário Barroco em Portugal, com a sua
importância na sua época; e às perguntas de pesquisas: “Qual a trajetória do
Movimento Literário Barroco?”, “O que foi o Movimento Literário Barroco em
Portugal? Quais foram as características marcantes?” e “Quem foi Padre Antônio
Vieira e qual estilo explorado: Conceptismo ou Cultismo?”. Acreditamos que todos
os objetivos foram alcançados e as respostas de pesquisas foram respondidas, e
com isso, a realização deste trabalho foi bastante proveitosa. Com a ajuda dele,
descobrimos o verdadeiro sentido do barroco português e conhecemos melhor
muitos dos artistas desta época, bem como as suas obras.
Apesar de ser trabalhado com muito exagero e ”deturpação” das formas, acho o
barroco português bastante sublime e misterioso. A particularidade de ter sido
9. posto ao serviço da Igreja para atrair os fiéis é bastante interessante.
Apesar de tudo, esta pesquisa nos levou a descobrir coisas novas e nos fez
encontrar um outro lado dos criadores de arte do barroco.
IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARRETO, Ricardo Gonçalves. Ser protagonista. São Paulo: Edições SM, 2010.
NICOLA, José. Português Ensino Médio. São Paulo: Scipione, 2011.
Disponível em: http://www.edtl.com.pt > Acesso em 25 de outubro de 2013.
Disponível em: http://www.mundoeducacao.com > Acesso em 25 de outubro de
2013 .
Disponível em http://pt.wikipedia.org > Acesso em 25 de outubro de 2013.
Disponível em: http://www.mundoeducacao.com/literatura/barroco.html > Acesso
em 03 de dezembro de 2013.
Disponível em: http://www.vestibular1.com.br/ > Acesso em 03 de dezembro de
2013.
10. posto ao serviço da Igreja para atrair os fiéis é bastante interessante.
Apesar de tudo, esta pesquisa nos levou a descobrir coisas novas e nos fez
encontrar um outro lado dos criadores de arte do barroco.
IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARRETO, Ricardo Gonçalves. Ser protagonista. São Paulo: Edições SM, 2010.
NICOLA, José. Português Ensino Médio. São Paulo: Scipione, 2011.
Disponível em: http://www.edtl.com.pt > Acesso em 25 de outubro de 2013.
Disponível em: http://www.mundoeducacao.com > Acesso em 25 de outubro de
2013 .
Disponível em http://pt.wikipedia.org > Acesso em 25 de outubro de 2013.
Disponível em: http://www.mundoeducacao.com/literatura/barroco.html > Acesso
em 03 de dezembro de 2013.
Disponível em: http://www.vestibular1.com.br/ > Acesso em 03 de dezembro de
2013.