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Queixa Psicopedagógica
                                        Juliana Laranjeira Pereira
A palavra queixa é usada em diversas oportunidades com diferentes
significados, dependendo da situação vivida pelo sujeito. No
dicionário Aurélio a compreensão sobre esse termo corresponde: “1.
Ato ou efeito de queixar-se. 2. Motivo de desprazer, de
ressentimento, de mágoas, de ofensas, de dor.... 7. Reclamação,
protesto. 8. Sintoma relatado pelo doente.”(1975:1170) Na
concepção psicopedagógica clínica ou institucional a queixa é o
primeiro relato de alguém sobre os possíveis problemas de
aprendizagem. Esse ato pode ser produzido pelo próprio sujeito ou
responsáveis pela dinâmica do espaço onde se apresenta algum
sintoma que esteja dificultando os processos da aprendizagem do
indivíduo, ou em particular de um grupo, buscando ajuda para
solucionar o problema.
No espaço clínico a queixa é o primeiro passo para o diagnóstico
psicopedagógico. Na maioria das vezes a queixa é narrada pelos
pais, responsáveis pelo sujeito, ou por profissionais como psicólogos
e coordenadores. No entanto, alguns adolescentes, jovens e adultos
são os próprios relatores dos seus sintomas. Independentemente do
narrador a conduta de escuta do psicopedagogo é valiosa e para
isso o profissional deve ter competência necessária para
desempenhar este procedimento.
A escuta psicopedagógica de uma queixa requer uma postura
responsável, porém descontraída – semblan -, sem demonstrar
surpresa, temor, repulsa ou qualquer outra emoção relacionada à
história que está sendo contada. As informações ouvidas pelo
psicopedagogo devem ser apreendidas apenas no que diz respeito
ao sintoma (como o problema da aprendizagem se expressa).
Outros dados devem ser anotados: a idade do sujeito, a escola que
estuda e o turno, pois outras informações contaminam o
psicopedagogo comprometendo o processo diagnóstico. Delineado o
sintoma passa-se para o processo da análise e reflexão das falas do
relator, estas serão úteis em vários momentos da investigação, pois
determinadas frases são carregadas de significados que estão
relacionados a aprendizagem dos pais e do próprio sujeito.
Entretanto, não se deve fazer conclusões precipitadas como afirma
Weiss (2001, p.47) ... é fundamental, durante a queixa, iniciar-se a
reflexão sobre as duas vertentes de problemas escolares: o sujeito e
sua família e a própria escola em suas múltiplas facetas, para se
definir a seqüência diagnóstica bem como as técnicas a serem
utilizadas.
Após a exposição do sintoma o psicopedagogo esclarece como será
o acompanhamento psicopedagógico. O tratamento, quando o Pp é
amparado na Teoria Convergente, é realizado em dois momentos: o
diagnóstico e a intervenção. O primeiro momento é a investigação
das causas do sintoma. A média de atendimento em sessões de 50´
é entre 12 a 15 encontros para maior segurança dos resultados.
Estes encontros são realizados com o sujeito individualmente, com
os pais ou responsáveis, com a escola e profissionais que
acompanham ou já acompanharam o sujeito. Todos estes itens
devem ser ditos ao relator da queixa, e quando acertado o
diagnóstico deve ficar claro os dias e horários das sessões, a
necessidade do cumprimento do horário, o valor dos honorários e a
forma de pagamento. O Pp deve evidenciar os elementos da causa
do sintoma para que ao final da investigação possa assegurar ao
psicopedagogo uma conclusão – devolução ou informe diagnóstico –
na qual conterá a causa ou causas que levam o sujeito à apresentar
os sintomas analisados e o tratamento adequado para o caso.
No segundo momento o sujeito poderá ser submetido ao tratamento
que varia de acordo com a origem do problema. Assim sendo é
possível que se torne necessário apenas a intervenção
psicopedagógica, como também a intervenção de outros
profissionais, a exemplo de psicólogos, de fonoaudiólogos, e demais
especialistas. Uma outra possibilidade é unir o acompanhamento
psicopedagógico a um desses profissionais ou a mais de um. É
importante ressaltar que em alguns casos os pais e ou a família
também devem passar por algum processo terapêutico.
Ainda sobre a queixa, após analisá-la, segue-se com a formulação
de hipóteses denominadas essenciais. Assim o Pp faz algumas
suposições da causa do problema para poder traçar um plano
investigativo o mais apurado possível que possibilite anunciar com
segurança o diagnóstico clínico.

Escuta de uma queixa (Transcrição):

Pp: Bom dia! Sente-se por favor.
Mãe: Obrigada!
Pp: Srª Socorro, o que lhe trouxe aqui?
Mãe: Veja bem Drª, meu filho... tem problemas sérios para estudar,
não gosta de ir à escola, não faz as atividades e tem tirado notas
muito baixas. A professora me pediu para que eu tomasse uma
providência, porque a escola não pode fazer nada por ele. Foi aí que
conversando com uma amiga, ela me disse que o filho da amiga
dela estava sendo atendido pela senhora.
Pp: Qual o nome do seu filho?
Mãe: Pedro.
Pp: Quantos anos de idade ele tem?
Mãe: 11 anos.
Pp: Que série e qual o turno que estuda?
Mãe: Ele está na 5ª série pela manhã na Escola X.
Pp: Srª Socorro, o trabalho que nós desenvolvemos aqui é realizado
em dois momentos. No primeiro fazemos o diagnóstico, ou seja,
uma investigação para descobrir a causa que leva Pedro a
apresentar os problemas relatados pela senhora. Esta investigação
se constitui em pelo 15 sessões com 50’ cada, as quais são divididas
entre Pedro, a família, a coordenação da escola, a professora, outro
profissional que já esteja acompanhando Pedro, e em alguns casos,
quando é necessário, solicitamos o parecer de outro profissional.

Após esta investigação chegaremos a uma conclusão sobre as
causas e do problema, além dos devidos encaminhamentos, é o que
chamamos de processo interventor.
As sessões diagnósticas são realizadas duas vezes por semana, caso
a senhora queria que Pedro seja submetido aos trabalhos, então
poderá estar marcando um horário com Patrícia, a mesma pessoa
que agendou sua visita para hoje. Alguma dúvida Srª Socorro?
Mãe: Foram muitas informações, mas acho que entendi tudo, minha
amiga já tinha me falado mais ou menos como era. E o pagamento?
Pp: Você pode tratar com Patrícia também.
Mãe: Ah! Vou ver com ela, e falar com o pai de Pedro, não sei se ele
vai assumir...
Pp: Obrigada Srª Socorro tenha um bom dia.
(Ver contrato)


A queixa:

Pedro tem 11 anos, está cursando a 5ª do Ensino Fundamental,
estuda no turno matutino em uma escola da rede particular da
cidade do Salvador. A mãe do menino apresentou a seguinte
queixa: Pedro não gosta de ir à escola, não faz as atividades e tem
tirado notas baixas; a professora solicitou que a mãe do aluno
tomasse providências, pois a escola nada poderia fazer.
Após esta escuta levantamos às seguintes hipóteses:
- é possível que Pedro tenha déficit de conteúdos;
- é provável que a escola tenha uma metodologia incompatível com
o aprendizado do aluno em questão;
- Pedro pode não ter bons vínculos com a professora e com a
escola;
- é possível que o sujeito tenha déficit cognitivo.

                                                    Juliana L. Pereira
                                                      Psicopedagoga

Juliana Laranjeira Pereira – Psicopedagoga Clínica e Institucional,
mestranda em Gestão Escolar. Professora Substituta da
Universidade Estadual de Feira de Santana – Ba.
Correspondência – Av. ACM, 2501 – Sl. 106 – Profissional Center,
Brotas, CEP:41.800-700 – Salvador – BA – Brasil
Tel: (71) 9132-9853 E-mail: juliana.laranjeira@ig.com.br

Bibliografia:

BUARQUE, Aurélio. Novo Dicionário de Holanda Ferreira. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 1975.
WEISS, Maria Lúcia L. Psicopedagogia Clínica: uma visão diagnóstica
dos problemas e aprendizagem escolar. 8ª Edição. Rio de Janeiro:
DP&A, 2001.

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Queixa Psicopedagógica: Escuta e Hipóteses

  • 1. Queixa Psicopedagógica Juliana Laranjeira Pereira A palavra queixa é usada em diversas oportunidades com diferentes significados, dependendo da situação vivida pelo sujeito. No dicionário Aurélio a compreensão sobre esse termo corresponde: “1. Ato ou efeito de queixar-se. 2. Motivo de desprazer, de ressentimento, de mágoas, de ofensas, de dor.... 7. Reclamação, protesto. 8. Sintoma relatado pelo doente.”(1975:1170) Na concepção psicopedagógica clínica ou institucional a queixa é o primeiro relato de alguém sobre os possíveis problemas de aprendizagem. Esse ato pode ser produzido pelo próprio sujeito ou responsáveis pela dinâmica do espaço onde se apresenta algum sintoma que esteja dificultando os processos da aprendizagem do indivíduo, ou em particular de um grupo, buscando ajuda para solucionar o problema. No espaço clínico a queixa é o primeiro passo para o diagnóstico psicopedagógico. Na maioria das vezes a queixa é narrada pelos pais, responsáveis pelo sujeito, ou por profissionais como psicólogos e coordenadores. No entanto, alguns adolescentes, jovens e adultos são os próprios relatores dos seus sintomas. Independentemente do narrador a conduta de escuta do psicopedagogo é valiosa e para isso o profissional deve ter competência necessária para desempenhar este procedimento. A escuta psicopedagógica de uma queixa requer uma postura responsável, porém descontraída – semblan -, sem demonstrar surpresa, temor, repulsa ou qualquer outra emoção relacionada à história que está sendo contada. As informações ouvidas pelo psicopedagogo devem ser apreendidas apenas no que diz respeito ao sintoma (como o problema da aprendizagem se expressa). Outros dados devem ser anotados: a idade do sujeito, a escola que estuda e o turno, pois outras informações contaminam o psicopedagogo comprometendo o processo diagnóstico. Delineado o sintoma passa-se para o processo da análise e reflexão das falas do relator, estas serão úteis em vários momentos da investigação, pois determinadas frases são carregadas de significados que estão relacionados a aprendizagem dos pais e do próprio sujeito. Entretanto, não se deve fazer conclusões precipitadas como afirma Weiss (2001, p.47) ... é fundamental, durante a queixa, iniciar-se a reflexão sobre as duas vertentes de problemas escolares: o sujeito e sua família e a própria escola em suas múltiplas facetas, para se definir a seqüência diagnóstica bem como as técnicas a serem utilizadas. Após a exposição do sintoma o psicopedagogo esclarece como será o acompanhamento psicopedagógico. O tratamento, quando o Pp é amparado na Teoria Convergente, é realizado em dois momentos: o diagnóstico e a intervenção. O primeiro momento é a investigação das causas do sintoma. A média de atendimento em sessões de 50´ é entre 12 a 15 encontros para maior segurança dos resultados. Estes encontros são realizados com o sujeito individualmente, com os pais ou responsáveis, com a escola e profissionais que acompanham ou já acompanharam o sujeito. Todos estes itens
  • 2. devem ser ditos ao relator da queixa, e quando acertado o diagnóstico deve ficar claro os dias e horários das sessões, a necessidade do cumprimento do horário, o valor dos honorários e a forma de pagamento. O Pp deve evidenciar os elementos da causa do sintoma para que ao final da investigação possa assegurar ao psicopedagogo uma conclusão – devolução ou informe diagnóstico – na qual conterá a causa ou causas que levam o sujeito à apresentar os sintomas analisados e o tratamento adequado para o caso. No segundo momento o sujeito poderá ser submetido ao tratamento que varia de acordo com a origem do problema. Assim sendo é possível que se torne necessário apenas a intervenção psicopedagógica, como também a intervenção de outros profissionais, a exemplo de psicólogos, de fonoaudiólogos, e demais especialistas. Uma outra possibilidade é unir o acompanhamento psicopedagógico a um desses profissionais ou a mais de um. É importante ressaltar que em alguns casos os pais e ou a família também devem passar por algum processo terapêutico. Ainda sobre a queixa, após analisá-la, segue-se com a formulação de hipóteses denominadas essenciais. Assim o Pp faz algumas suposições da causa do problema para poder traçar um plano investigativo o mais apurado possível que possibilite anunciar com segurança o diagnóstico clínico. Escuta de uma queixa (Transcrição): Pp: Bom dia! Sente-se por favor. Mãe: Obrigada! Pp: Srª Socorro, o que lhe trouxe aqui? Mãe: Veja bem Drª, meu filho... tem problemas sérios para estudar, não gosta de ir à escola, não faz as atividades e tem tirado notas muito baixas. A professora me pediu para que eu tomasse uma providência, porque a escola não pode fazer nada por ele. Foi aí que conversando com uma amiga, ela me disse que o filho da amiga dela estava sendo atendido pela senhora. Pp: Qual o nome do seu filho? Mãe: Pedro. Pp: Quantos anos de idade ele tem? Mãe: 11 anos. Pp: Que série e qual o turno que estuda? Mãe: Ele está na 5ª série pela manhã na Escola X. Pp: Srª Socorro, o trabalho que nós desenvolvemos aqui é realizado em dois momentos. No primeiro fazemos o diagnóstico, ou seja, uma investigação para descobrir a causa que leva Pedro a apresentar os problemas relatados pela senhora. Esta investigação se constitui em pelo 15 sessões com 50’ cada, as quais são divididas entre Pedro, a família, a coordenação da escola, a professora, outro profissional que já esteja acompanhando Pedro, e em alguns casos, quando é necessário, solicitamos o parecer de outro profissional. Após esta investigação chegaremos a uma conclusão sobre as causas e do problema, além dos devidos encaminhamentos, é o que chamamos de processo interventor.
  • 3. As sessões diagnósticas são realizadas duas vezes por semana, caso a senhora queria que Pedro seja submetido aos trabalhos, então poderá estar marcando um horário com Patrícia, a mesma pessoa que agendou sua visita para hoje. Alguma dúvida Srª Socorro? Mãe: Foram muitas informações, mas acho que entendi tudo, minha amiga já tinha me falado mais ou menos como era. E o pagamento? Pp: Você pode tratar com Patrícia também. Mãe: Ah! Vou ver com ela, e falar com o pai de Pedro, não sei se ele vai assumir... Pp: Obrigada Srª Socorro tenha um bom dia. (Ver contrato) A queixa: Pedro tem 11 anos, está cursando a 5ª do Ensino Fundamental, estuda no turno matutino em uma escola da rede particular da cidade do Salvador. A mãe do menino apresentou a seguinte queixa: Pedro não gosta de ir à escola, não faz as atividades e tem tirado notas baixas; a professora solicitou que a mãe do aluno tomasse providências, pois a escola nada poderia fazer. Após esta escuta levantamos às seguintes hipóteses: - é possível que Pedro tenha déficit de conteúdos; - é provável que a escola tenha uma metodologia incompatível com o aprendizado do aluno em questão; - Pedro pode não ter bons vínculos com a professora e com a escola; - é possível que o sujeito tenha déficit cognitivo. Juliana L. Pereira Psicopedagoga Juliana Laranjeira Pereira – Psicopedagoga Clínica e Institucional, mestranda em Gestão Escolar. Professora Substituta da Universidade Estadual de Feira de Santana – Ba. Correspondência – Av. ACM, 2501 – Sl. 106 – Profissional Center, Brotas, CEP:41.800-700 – Salvador – BA – Brasil Tel: (71) 9132-9853 E-mail: juliana.laranjeira@ig.com.br Bibliografia: BUARQUE, Aurélio. Novo Dicionário de Holanda Ferreira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1975. WEISS, Maria Lúcia L. Psicopedagogia Clínica: uma visão diagnóstica dos problemas e aprendizagem escolar. 8ª Edição. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.