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-80454539370-931545-815340<br />2938528710034Ana Catarina, nº1; Catarina Daehnhardt, nº 12; Inês Lopes, nº13; Joana Custódio, nº14; Raquel Lopes, nº23; 12ºC2Fundamento Teórico <br />center8074085 <br />25374452062288-889000254635<br />Identificar vantagens/desvantagens existentes na relação do Homem actual com os animais domésticos (cão e gato)<br />A relação entre o ser humano e os animais domésticos existe há milhares de anos e tem sido objecto de estudo em diversas áreas do conhecimento como, por exemplo, a Psicologia. O estudo do relacionamento dos animais de estimação (cães e gatos) com o homem tem-nos permitido obter um maior conhecimento sobre o próprio ser humano.<br />Esta relação traz, tanto vantagens, como desvantagens ao ser Humano.<br />Vantagens:<br />Desde sempre, o ser humano procurou nos animais de estimação a formação de uma relação de afecto. Devido às exigências sociais da actualidade e ao facto do Homem viver num ambiente cada vez mais stressante, o ser humano tende a isolar-se a nível emocional, existindo uma grande necessidade de comunicação interpessoal. Isto leva-o a procurar a companhia de animais de estimação, principalmente de cães e de gatos, que se tornam um membro da família.<br />A relação que se forma entre os animais de estimação e o ser humano traz muitas vantagens para o mesmo, a nível físico, mental e emocional.<br />Estudos realizados pela fundação The pets for the Eldery Foundation no âmbito dos animais de companhia permitiram concluir que acariciar um animal pode ajudar a reduzir a pressão sanguínea, permite estimular o bom humor e o divertimento, diminui a possibilidade de ter uma depressão e transmite uma sensação de segurança.<br />A presença de um animal doméstico é também benéfica para as famílias, uma vez que favorece a comunicação entre os membros da mesma. O facto do animal estar permanentemente disponível para o convívio com os seus donos é um factor-chave para o relacionamento entre os familiares.<br />Fig.  SEQ Fig.  ARABIC 1 – Idosa a conviver com um cão2663190175895Os idosos também beneficiam do estabelecimento de uma relação com os animais domésticos. Tendo em conta que actualmente existe um número cada vez maior de idosos que vivem sozinhos, os cães e os gatos tornam-se numa importante companhia. Nestes casos, os animais acabam por funcionar como uma compensação para o “ninho vazio” provocado pela saída dos filhos de casa, preenchendo a solidão de que estas pessoas são vítimas. Ter um animal de estimação permite aos idosos tornaram-se mais activos. Além disso, a responsabilidade de cuidar de um animal faz com que os idosos tomem melhor conta de si.<br />O facto de uma mulher estar grávida não é impedimento para ter um animal de estimação, uma vez que, se o animal for treinado, pode até ser benéfico para a criança. Os animais, para além de companheiros leais, ajudam as crianças a desenvolver um sentido de responsabilidade e a formarem relações.<br />Num estudo feito por Robert Bierer, constatou-se que as crianças, principalmente com idades entre os 10 e os 12 anos, que tinham animais possuíam maior empatia e auto-estima do que as que não tinham animais.<br />Segundo um estudo da Faculdade de Medicina da Geórgia, Estados Unidos, as crianças criadas em contacto com cães e gatos apresentam menor risco de desenvolver alergias. Esta equipa estudou 474 crianças até aos sete anos e comparou as que estavam expostas a animais com as que nunca contactavam com eles.<br />Tinham um animalTinham dois ou mais animaisNão tinham animaisAlérgicas a gatos11,6%7,7%15,5%Alérgicas a cães3,5%2,6%8,6%<br />Tabela  SEQ Tabela  ARABIC 1 - Estudo sobre alergias em crianças<br />Este estudo permitiu aos cientistas concluir que as lambidelas dos animais, carregadas de bactérias, alteram a resposta do sistema imunitário, levando-o a proteger-se.<br />Fig.  SEQ Fig.  ARABIC 2 – Criança a conviver com um gato5334094615Uma vantagem descoberta muito recentemente da relação do Homem com o gato, relaciona-se com o seu ronronar. Apesar de não existir consenso sobre a sua origem, sabe-se que o ronronar dos gatos é uma espécie de terapia para os mesmos que ajuda a fortalecer os ossos e a facilitar a respiração. Estas descobertas levaram a que se pensasse numa forma de aplicação desta terapia aos seres humanos. O contacto das pessoas com um gato a ronronar fortalece o sistema imunitário do Homem e provoca o alivio de diversos tipos de dores. <br />Desde há muitos anos que os animais são utilizados por psicólogos e psiquiatras em sessões de terapia. Se repararmos, mesmo inconscientemente, as pessoas têm tendência a falar com os animais como se eles fossem humanos. Assim, é possível esquecermos os nossos problemas e preocupações e sentirmo-nos apoiados.<br />“Estudo após estudo, a Terapia Assistida por Animais tem provado ser uma ferramenta válida para ajudar as pessoas (…) a construir um novo senso de auto-confiança. A Terapia Assistida por Animais tem demonstrado poder de combater  o isolamento e facilitar a socialização.”INATAA – Instituto Nacional de Acções e Terapias Assistidas por AnimaisA estas terapias dá-se o nome de TAA – Terapias Assistidas por Animais e têm por objectivo promover melhorias no funcionamento físico, mental e emocional dos pacientes. Segundo os especialistas, o desenvolvimento de uma relação de afecto e de confiança, permite desenvolver a auto-estima e sentimentos de proximidade e segurança.<br />Este efeito benéfico dos animais de companhia tem sido usado em muitas variantes de terapia, nas quais se usam sobretudo os cães, pela sua autoconfiança, autodomínio e afabilidade.<br />-3810399415Quando falamos em TAA que estão relacionadas com o cão, referimo-nos a Cinoterapia. Esta forma de terapia foi desenvolvida em 1953 pelo Dr. Boris Levinson. Este médico constatou que quando um cão estava presente no seu consultório, os pacientes perdiam as suas inibições, favorecendo a comunicação entre o médico e o paciente.<br />Fig.  SEQ Fig.  ARABIC 3 - Cinoterapia com criançasDesde então, os cães têm sido utilizados nas mais diversas variantes de terapia animal, relacionada com projectos de educação, psicoterapia, fisioterapia e até recuperação social de grupos em risco.<br />Nestas terapias, o cão funciona como co-terapeuta, sendo que qualquer raça de cães pode ser utilizada, incluindo cães sem raça definida. Para serem utilizados nestas terapias, os cães têm de ser saudáveis e têm de ter uma boa personalidade, ou seja, têm de ser calmos, dóceis e gostar de interagir com pessoas. Além disso, estes animais têm de ser treinados para terem um bom comportamento perante as pessoas envolvidas na terapia.<br />3425190240665Uma das variantes da terapia animal consiste em ajudar crianças “em risco” a quebrar o seu ciclo de violência.<br />Fig.  SEQ Fig.  ARABIC 4 - The Shiloh Project O Projecto Shiloh, criado em 1995, em Fairfax na Verginia, Estados Unidos, junta uma dessas crianças com um cão abandonado. Estas crianças têm um passado de violência e abuso para com animais e pessoas. Na escola, três vezes por semana, aprendem a ensinar o cão a submeter-se à educação humana e fazem exercícios de comunicação. Este programa tem ajudado as crianças a ganharem respeito pelos animais e a relacionarem-se melhor com as pessoas enquanto transformam um cão não desejado num companheiro pronto para ser adoptado e fazer parte de uma família.<br />Algumas prisões em Portugal, seguindo o exemplo do que se verifica noutros países, utilizam uma forma de terapia com animais. Os estabelecimentos prisionais de Monsanto e do Linhó, por exemplo, possuem Hotéis para animais. Quando os donos vão de férias podem deixar aqui os seus animais, por um preço reduzido, sendo da responsabilidade dos reclusos tomar conta deles. Esta terapia faz parte do programa de recuperação dos reclusos, permitindo-lhes interagir num ambiente mais saudável com os outros reclusos e os animais.<br />Apesar dos cães serem o animal doméstico mais utilizado em terapias com o ser humano, também existem algumas variantes das TAA que estão relacionadas com o gato. Estes animais são, sobretudo, utilizados para auxiliarem pacientes com distúrbios psicológicos e a terapia realiza-se simplesmente, através da interacção dos gatos com os pacientes.<br />Nise da Silveira foi uma conhecida psiquiatra brasileira que utilizou a terapia com gatos para tratar pacientes com esquizofrenia. Conhecem-se também casos em que este tipo de terapia foi utilizada para ajudar crianças com problemas de hiperactividade.<br />O objectivo da terapia com animais domésticos é proporcionar os benefícios do estabelecimento de uma relação com estes animais a pessoas de todas as idades e com os mais variados problemas. As terapias referidas provocam melhorias ao nível da saúde física, mental e emocional que se vão reflectir numa melhoria da qualidade de vida dos intervenientes.<br />62865123190Entre as diversas actividades nas quais os cães auxiliam os seres humanos no quotidiano encontram-se os cães-guia. Estes cães são treinados para guiar pessoas com deficiências visuais e auxiliá-las nas suas tarefas do dia-a-dia.<br />Fig.  SEQ Fig.  ARABIC 5 – Labrador a ser utilizado como cão-guiaO número de pessoas que conta com o auxilio destes animais é reduzido. No entanto, já há instituições que começam a investir em projectos de capacitação de cães para esta função.<br />Durante a condução de doentes visuais é necessário que o cão consiga discernir eventuais perigos. Isto requer cães de inteligência bastante elevada e com muitas horas de treino.<br />As raças caninas escolhidas para cães-guia dependem, sobretudo, do país em questão. De uma maneira geral as raças mais utilizadas são o Pastor Alemão, o Golden Retriever e o Labrador. Isto não quer, no entanto, dizer que cães de outras raças não possam também desempenhar a função de cães-guia. Na Nova Zelândia, por exemplo, são mesmo utilizados rafeiros como cães-guia.<br />Os cães têm de ter, sobretudo, um temperamento dócil, facilidade para se adaptarem a novas situações, um tamanho considerável, inteligência e facilidade em aprender, uma vez que o cão terá de passar por um longo período de treino que o capacitará a desempenhar uma série de funções fundamentais para garantir o bem-estar do seu dono. Este treino, para além de demorar bastante tempo, também é muito dispendioso.<br />Após o nascimento, o potencial cão-guia é observado até à 8ª semana de vida com o intuito de se verificar a sua saúde, temperamento e espírito de liderança. Se for aprovado, passa por um período de convivência com humanos durante aproximadamente um ano, ficando aos cuidados de uma família voluntária. É durante esta fase que o animal recebe o treino específico para ser cão-guia, aprendendo uma série de comandos básicos, como por exemplo, “senta” ou “deita”, parar para descer e subir escadas e para atravessar a rua, etc. <br />Quando o cão voltar para a escola será treinado durante cerca de 7 meses. Os que não se qualificarem como cães-guia serão utilizados como cães de companhia, por exemplo, para pessoas com dificuldades de locomoção e os que forem adequados para desempenhar essa função iniciam o contacto com o seu futuro dono, sendo que este recebe as orientações necessárias para aprender a cuidar do seu novo animal de estimação.<br />Outra das vantagens existentes na relação entre o homem e o cão, é o facto de este ser um excelente protector do seu dono. Desde a antiguidade que o cão demonstra ser capaz de apoiar e ajudar o homem, sendo depois recompensado, o que cria uma relação benéfica para ambos.<br />Fig.  SEQ Fig.  ARABIC 6 - Cães-polícia2476565405Actualmente, cães de grande porte são utilizados pela polícia a fim de ajudarem quer em investigações, quer em campo, sempre que é necessária a sua intervenção. Os cães são animais com características muito particulares, o que os torna muito bons investigadores. O principal motivo do uso de cães em forças militares é o seu olfacto, que é cerca de cinquenta vezes mais sensível do que o do ser humano. Deste modo, consegue distinguir muito mais facilmente cheiros específicos, o que permite que encontre criminosos, armas, bombas, drogas e ainda outras substâncias muito mais rapidamente que o homem. Através do seu olfacto, os cães conseguem também farejar uma maior área, estando cientificamente provado que o homem precisa de dezanove vezes mais tempo do que o cão para verificar o mesmo espaço. Outro benefício é o seu rosnar, pois um cão pode emitir sons muito altos, provocando medo e fazendo com que os criminosos se entreguem, o que evita o contacto físico violento. A sua força, rapidez e agilidade, permite apanhar indivíduos em fuga e mantê-los dominados até chegarem os seus oficiais.<br />Para que possam desempenhar estas funções e antes de serem postos em campo, os cães precisam de um treino intenso e flexível, baseado numa relação de companheirismo com os treinadores e os donos, acabando muitas vezes por se tornarem animais de estimação dos mesmos.<br />A primeira raça de cães a ser utilizada para estes trabalhos foram os Beagle, pois o seu faro é extremamente apurado. Actualmente, usam-se cães maiores como os rottweiler, os cane corso, os pastor belga, os pastor alemão, os dogue alemão, os bóxer, os schnauzer, os leonberger, entre outros. Em Portugal, as raças mais utilizadas são os rottweiler e os pastor alemão.<br />A utilização destes animais traz benefícios para a polícia uma vez que estes animais desenvolvem um bom trabalho, sendo por vezes indispensáveis na resolução de algumas investigações. Esta relação também é benéfica para o cão, pois este é acolhido pelos membros da equipa em que está inserido e recebe uma casa e uma família.<br /> <br />Desvantagens:<br />25488901184275Acolher um animal de estimação em casa também traz desvantagens. Isto porque existem muitos aspectos a ter em conta antes da adopção de um animal. Adoptar um animal implica muitas responsabilidades, perda de tempo a cuidar do mesmo, menor disponibilidade para viajar, assim como acesso limitado a espaços públicos, quando na companhia do mesmo. A educação do cão é também algo a considerar, uma vez que o controlo do seu comportamento é fundamental. Este controlo pode ser feito através de escolas de cães, onde os cães são treinados em termos de obediência e agilidade.<br />Fig.  SEQ Fig.  ARABIC 7 - Cemitério dos animais domésticos no Zoo de LisboaTodos estes aspectos envolvem custos elevados, principalmente o tratamento do bem-estar físico do animal, que implica visitas regulares ao veterinário e, na maior parte dos casos, a esterilização.<br />Quando as pessoas adoptam um animal, formam com este uma forte relação de afecto. A perda do animal de estimação torna-se, por isso, muito complicada, principalmente, quando os donos vivem sozinhos. Isto é comprovado pelo facto de existirem vários cemitérios para animais, onde estes permanecem enterrados, muitas vezes, durante décadas, revelando o sentimento de perda que as pessoas sentem perante a morte dos seus animais de companhia.<br />Pode-se então concluir que, apesar do trabalho e da constante atenção de que os animais necessitam, somos sempre recompensados pela sua presença, pois eles proporcionam-nos alegria, lealdade e permitem a construção de uma relação de afecto e proximidade que traz muitos benefícios ao ser humano.<br />Trabalho realizado por:<br />- Catarina Daehnhardt<br />- Inês Lopes<br /> - Joana Vicente<br />Identificar as consequências para o ambiente e para a população que resultam do abandono dos animais domésticos (cães e gatos)<br />O abandono e os maus-tratos dos animais domésticos tem vindo a aumentar. Além de consequências para os animais, isto provoca também efeitos no ambiente e na comunidade.<br />3362325904875A consequência ambiental mais óbvia que resulta do abandono dos animais domésticos relaciona-se com os excrementos dos cães, que são muito evidentes nas ruas, parques e um pouco em todas as cidades. Os excrementos não só são incomodativos para os habitantes, como a sua limpeza custa anualmente elevadas quantias de dinheiro aos serviços municipais.<br />Fig.  SEQ Fig.  ARABIC 1 – Gato a alimentar-se de um pássaroOs cães e os gatos abandonados criam autênticas colónias de animais assilvestrados que têm de se alimentar de outras espécies de animais, como aves, répteis, anfíbios e pequenos mamíferos. Tanto os gatos como os cães podem constituir problemas para o ambiente ao causarem graves desequilíbrios nos ecossistemas. Esta situação está, no entanto, dependente de diversos factores, como a dimensão da colónia/matilha, zona onde habitam, espécies que vivem nessa zona, etc.<br />Este problema torna-se especialmente grave quando os animais capturados pertencem a espécies protegidas, o que parece acontecer bastante no caso dos animais capturados pelos cães. Segue-se uma lista das espécies protegidas que são mais frequentemente capturadas por estes animais:<br />RépteisSardões, Lagartixas e Cobras.AvesPasseriformes, Toutinegras, Chapins, Pintassilgos, Rolas-turcas, Andorinhões, Poupas.MamíferosLirão, Doninha, Toirão, Musaranhos, Toupeira, Ouriço-cacheiro, Geneto.<br />Tabela  SEQ Tabela  ARABIC 1 - Espécies protegidas mais frequentemente capturadas por cães<br />Para combater esta situação, em muitas Áreas Protegidas é interdita a circulação de cães. No entanto, as espécies protegidas não se encontram apenas nessas zonas do território, pelo que esta medida apenas resolve parcialmente o problema.<br />Esta situação é também bastante preocupante no caso dos gatos que, apesar de serem controladores de pragas (como por exemplo, de ratos) são predadores natos, podendo prejudicar seriamente a dinâmica dos ecossistemas.<br />Fig.  SEQ Fig.  ARABIC 2 - Colónia de gatos no EgiptoImporta agora distinguir os conceitos de gatos selvagens, ferais e vadios. Os gatos selvagens descendem de espécies selvagens e, por esse motivo, vivem longe do contacto humano há várias gerações. Os gatos vadios são gatos abandonados e que, por isso, apresentam um temperamento semelhante ao de um gato doméstico. Aos animais desta  espécie que vivem na rua, mas que descendem de gatos domésticos, dá-se o nome de gatos ferais e são estes que constituem uma maior ameaça aos ecossistemas uma vez que, não 25400419735tendo tido contacto com humanos, têm os instintos predadores bem desenvolvidos e, tendo descendido de animais domésticos são, geralmente, introduzidos em ecossistemas como espécies predadoras, desestabilizando o seu funcionamento e organização.<br />Os gatos ferais vivem, na maioria das vezes, em colónias que se localizam em sítios escondidos do Homem (como edifícios abandonados ou pequenas florestas) e próximos de alimento, que é, muitas vezes, fornecido pelo próprio ser humano.<br />Nalguns países da América do Norte, assim como na Nova Zelândia e na Austrália, os gatos são considerados pragas devido à ameaça que representam para as espécies em risco de extinção.<br />As colónias de gatos são, geralmente, mais prejudiciais do que as de cães, devido ao ritmo exacerbado da sua proliferação. <br />Fig.  SEQ Fig.  ARABIC 3 – Reprodução dos gatos-8890419735A esperança média de vida para os gatos que vivem na rua, numa colónia fixa é de cerca de cinco anos, enquanto que os que vivem de forma individual, não ultrapassam os dois anos de vida. Um casal de gatos com uma média de 2 ninhadas por ano e com 3 crias por ninhada, em cinco anos de vida, gera cerca de 12.680 gatos. Apesar de parte destes gatos morrerem antes de atingirem a idade da reprodução, o impacto de uma população de centenas de gatos numa zona rural ou urbana tem efeitos bastante negativos, tanto para as restantes espécies que habitam a região, como para a própria comunidade.<br />A consequência mais evidente para a população que resulta do abandono e dos maus-tratos dos cães e dos gatos prende-se com a transmissão de Zoonoses. Este termo é utilizado para designar doenças infecciosas transmissíveis, em condições naturais, dos animais vertebrados – tanto domésticos como selvagens – ao Homem e inversamente.<br />Fig.  SEQ Fig.  ARABIC 4 - Cão com o vírus da raiva375920066040A Zoonose mais conhecida é a raiva. Esta doença é provocada por um vírus que se instala no sistema nervoso e pode ser transmitida pelo contacto da saliva em mordeduras, lambidelas em feridas, mucosas ou arranhões, sendo que o principal agente de transmissão desta doença é o cão. Os canis municipais foram, inicialmente, criados para evitar a propagação desta doença que actualmente se encontra erradicada em Portugal. Apesar disto, a vacinação dos cães contra esta epidemia é, por lei, obrigatória, dado que a doença é mortal em praticamente todos os casos.<br />1524014605Fig.  SEQ Fig.  ARABIC 5 - Vírus da raiva observado ao Microscópio ElectrónicoApesar da raiva ser a única Zoonose que possui vacina cuja toma é obrigatória por lei, existem outras Zoonoses relativamente comuns como a Leptospirose, que se transmite através da urina dos animais afectados que raramente manifestam sintomas clínicos, e a Leishmaniose. Esta última transmite-se aos cães através da picada de um mosquito que se alimentou de sangue de um animal infectado e constitui, em países como o Brasil, um grave problema de saúde pública.<br />3890010281305Os parasitas surgem nos animais domésticos, mais frequentemente, entre os meses de Maio e Setembro, devido ao calor.<br />Fig.  SEQ Fig.  ARABIC 6 - PulgaA maior parte destas doenças podem ser evitadas através de acções de prevenção, como a vacinação e a desparasitação que deve ser realizada de forma regular de modo a evitar o contágio de parasitas, como as ténias, as lombrigas e as carraças que podem transmitir febre da carraça. Esta doença não é transportada directamente pela carraça, mas sim por uma bactéria que vive no organismo da mesma. Afecta de forma dolorosa os seres humanos e é transmitida, geralmente, pelos cães.<br /> Outro parasita frequente nos animais domésticos são as pulgas que são transmitidas com facilidade ao ser humano, provocando múltiplas lesões na pele afectada.<br />Existem várias consequências, tanto para o ambiente como para a população que resultam do abandono dos animais domésticos e que passam pelos excrementos em locais públicos, pela captura de espécies em perigo e pela proliferação de doenças e de parasitas. <br />O problema dos excrementos pode-se resolver através da limpeza das cidades. No entanto, tanto no caso da proliferação de doenças e de parasitas, como na captura de espécies em perigo, a única solução possível trata-se da remoção dos animais das vias públicas e na sua vacinação e desparasitação.<br />Texto realizado por:<br />- Ana Catarina<br /> - Inês Lopes<br />Identificar formas de controlo da população de cães e gatos<br />3292475384810Podemos considerar que por cada criança que nasce, nascem cerca de 15 cães  e 45 gatos. Por cada cadela que nasça, são gerados, indirectamente, 64 mil filhotes em seis anos enquanto que por cada gata são gerados, também indirectamente, 420 mil filhotes em sete anos. Não existem pessoas suficientes para tomar conta de tantos animais. Mesmo que exista mais de um animal em cada casa ainda existiriam alguns sem dono. Isto leva-nos à problemática do aumento da população de animais errantes, isto é, animais sem dono que vivem nas vias públicas. <br />Fig. 1 – Gatos abandonadosEstes animais são potencialmente perigosos, uma vez que podem provocar acidentes de trânsito, morder as pessoas e outros animais, transmitir doenças, etc.<br />Uma das formas de controlo da população de animais passa por instituições de acolhimento de animais e por canis municipais, uma vez que os removem das vias públicas. A origem dos canis/gatis municipais data do final do séc. XIX, quando se tornaram uma parte integrante da estratégia de controlo da raiva em Portugal. Ás câmaras municipais compete, de acordo com o art. 8º do D.L. nº 314/2003, de 17 de Dezembro e o artº 19º do DL 315/2003, de 17 de Dezembro, proceder à recolha de animais de companhia sempre que seja necessário. Para isso são obrigadas a manter instalações destinadas ao alojamento temporário destes animais de companhia – canis e gatis ou centros de recolha.<br />Desde 2001, os canis são considerados centros de recolha oficial, ou seja, alojamento oficial onde um animal é hospedado por um período determinado pela autoridade competente, nomeadamente os canis e gatis municipais, não podendo funcionar como locais de reprodução, criação, venda e hospitalização.<br />Não existe um modelo de Centro de Recolha Oficial único, cada município deve edificar uma estrutura adequada ao seu concelho, de acordo com a dimensão populacional tanto de animais, errantes ou com dono, como de pessoas. <br />Fig. 2 – Ninhada de cães abandonados-241935183515Alguns canis recorrem à captura e sacrifício de animais errantes que, para além de ser um acto desumano que vai contra as leis de protecção dos animais, nunca se provou eficiente. A captura em massa de animais errantes já foi posta em prática em vários países e nenhum deles conseguiu reduzir o número de animais vadios em vias públicas. Isto acontece porque, enquanto o ambiente conseguir suportar o aparecimento de novos espécimes de forma a garantir a sua sobrevivência, estes vão continuar a aparecer nesse local. Esta forma de controlo da população de cães e gatos é ineficaz sobretudo por não actuar nas principais causas do problema: a procriação excessiva destes animais, a irresponsabilidade ou ignorância dos proprietários, que deixam os seus animais passear sozinhos sem estarem esterilizados, e a má gestão do lixo urbano, que serve de alimento para estes animais.<br />A apreensão de cães errantes é indicada com particular ênfase para as áreas de focos de raiva ou de outras doenças e deve ser realizada após um planeamento minucioso, com conotação epidemiológica e conhecimento prévio da população, segundo técnicas adequadas.<br />Os canis tornaram-se um meio mais eficiente de controlo da população de cães e de gatos, uma vez que, para além de removerem os animais das vias públicas, também esterilizam os que colocam para adopção. Desta maneira, mesmo que o dono deixe o seu animal passear livremente, este nunca vai contribuir para o aumento indesejado da população da sua espécie.<br />-34607567310 A esterilização e a castração cirúrgica são métodos definitivos de controlo da população animal. Consistem na remoção dos órgãos sexuais através de uma orquiectomia ou de uma vasectomia para o caso dos machos e no caso das fêmeas recorre-se a à ovariectomia, à histerectomia ou à ovariosalpingohisterectomia.<br />Fig. 3 – Esterilização cirúrgicaQuando se submete uma cadela ou uma gata à esterilização, é comum optar-se pela ovariosalpingohisterectomia, uma vez que das três cirurgias é a que remove completamente os órgãos reprodutivos. O principal objectivo desta intervenção é terminar com o cio e, consequentemente, a gravidez da fêmea e o aparecimento de animais indesejados. Para além disto a ovariosalpingohisterectomia previne o aparecimento de doenças ao nível do útero, tal como, o Complexo Hiperplasia Endometrial Cística (Piometra), que normalmente se desenvolve devido à utilização de hormonas sintetizadas.<br />A castração, realizada nos cães ou gatos, pode ser ao nível dos testículos (orquiectomia) ou ao nível dos canais deferentes que conduzem o líquido seminal (vasectomia). Para além de ter benefícios a nível da saúde física do animal, pois previne o aparecimento de tumores nos testículos e na próstata, a castração também altera o estado psicológico do mesmo uma vez que, está provado que níveis altos de testosterona provocam respostas mais agressivas perante situações de negação.  <br />3136900-24130A esterilização pode ser então vista como a única forma eficaz de controlo da sobrepopulação de animais domésticos (cães e gatos). Este método ultrapassa qualquer outra prática veterinária para este fim, uma vez que os seus benefícios não são só ao nível de saúde do próprio animal mas também ao nível de vida dos donos. <br />Fig. 4 – Ida ao veterinárioPara muitas pessoas a remoção definitiva dos órgãos sexuais do animal não deve ser a primeira opção, em alternativa são feitas hormonoterapias. Este método é semelhante à esterilização, na medida em que permite o controlo e a manipulação do cio. Tal como as hormonas utilizadas pelo Homem, os animais ingerem medicamentos que contêm dosagens de progesterona que regulam as concentrações de outras hormonas, produzidas pelo complexo hipotálamo-hipófise. No entanto, a hormonoterapia não é recomendada pelos médicos veterinários, uma vez que apresenta efeitos secundários consideráveis, como por exemplo, inibição da imunidade uterina, multiplicação das glândulas endometriais com consequente desenvolvimento de piometra (doença causada por uma infecção bacteriana dentro do útero de cadelas e gatas), desenvolvimento de diabetes e aumento da formação de tumores mamários.<br />A juntar aos custos das terapias os custos das operações para reverter os efeitos secundários provocados por estas, supera o custo de uma esterilização cirúrgica. Por esta e por todas as outras razões, as clinicas veterenárias recomendam a intervenção cirurgica. <br />A esterilização e a castração dos animais de estimação são assim formas de controlo fundamentais para diminuir o contínuo crescimento de animais abandonados nas ruas, pois actuam na principal fonte do problema, a procriação excessiva destes animais.<br />Texto realizado por:<br />- Catarina Daehnhardt<br />- Raquel Lopes<br />Identificar, quantificar e explicar as situações de abandono e maus tratos de animais domésticos no concelho de Sintra<br />O abandono e os maus tratos de animais domésticos são um problema cada vez maior no nosso país. Em Portugal mais de 10.000 animais são abandonados todos os anos, sendo que, até surgir a Declaração Universal dos Direitos dos Animais em 1978, este acto já era punível criminalmente em países como a França, a Itália e o Canadá. Já em Portugal, apenas se punia o abandono de animais velhos e doentes na via pública. <br />Existem várias causas de abandono e muitas delas promovem apenas a comodidade do homem. Este acto demonstra falta de respeito e ingratidão para com os animais, pois a interacção que o homem estabelece com estes traz-lhe acima de tudo muitos benefícios.<br />Fig.   SEQ Fig._  ARABIC 1 - educar o gato para reconheçer o bebé2783205309245Hoje em dia, todos os motivos servem para justificar o abandono de um cão ou de um gato. Por exemplo, a entrada de um novo membro na família. Quando uma mulher engravida é comum pensar que o animal pode transmitir doenças prejudiciais a si e ao bebé. Quando o bebé nasce também é frequente pensar-se que o animal o pode prejudicar com o seu pêlo, com os seus comportamentos e atitudes e ainda por tentar ocupar o seu espaço. Uma alternativa ao abandono passaria pela educação e supervisão do animal, controlando-se, assim, a relação entre o animal e a criança que não iria restringir o contacto entre os dois, pois este pode ser benéfico. <br />21837651943735273051943735 As férias podem ser outro problema para os animais domésticos. A chegada do calor, a possibilidade de viajar e não haver um local onde se possa deixar um animal são as principais “desculpas” para o abandono. No nosso país, muitos hotéis, pousadas e senhorios ainda não aceitam a presença de animais e as alternativas (como os hotéis de cães e gatos, os canis e os gatis) são muito dispendiosas. Nestas épocas também é difícil encontrar alguém disponível para ficar com o animal sendo a hipótese mais fácil o abandono. Podem então optar-se por diferentes tipos de férias, como por exemplo, o campismo, que permite a entrada de animais, ou escolher estabelecimentos que autorizem a companhia dos mesmos.   <br />Fig.   SEQ Fig._  ARABIC 2 - os serra da estrela podem atingir até 60kg na idade adultaOutro motivo de abandono é a adopção irresponsável. Muitas pessoas quando recorrem à adopção de um cão ou de um gato, não pensam nas consequências a longo prazo. Por exemplo, nos custos do veterinário, da alimentação, e outras despesas essenciais para o bem-estar do animal. No entanto, ter um animal não é simplesmente alimentá-lo, ele precisa de atenção constante tal como qualquer outro membro da família. Pode ainda ser visto como adopção irresponsável quando o motivo do abandono é o crescimento do animal. Para evitar estas situações, as pessoas antes de adoptarem os animais deviam avaliar as condições de que dispõem tanto ao nível de Fig.  3 – os divórcios são uma causa frequente  de abandonoespaço como financeiramente. <br />3077845-951230Existem ainda outras razões para o abandono de animais de estimação, como a mudança de casa, o envelhecimento do animal ou os divórcios entre casais. <br />Existem outras formas de maltratar os animais. O comportamento dos animais pode ser influenciado pelo comportamento dos seus donos. Uma Universidade da Pensilvânia realizou um estudo sobre este assunto e concluíram que donos agressivos geram cães agressivos, tendo-se verificado que «pelo menos um quarto dos cães reagiu agressivamente perante a utilização de métodos hostis por parte dos seus donos». <br />Podem destacar-se vários tipos de maus-tratos a animais, como as lutas de cães. No Verão, o número de lutas clandestinas entre os animais aumenta, sendo que as raças mais utilizadas são os Boxer, os Dobermann, os Dog Argentino, os Rotweiller e os Pit Bull, sendo que estes últimos são os mais utilizados.  <br />Esta prática gera lucros não só para os donos dos animais, mas também para quem assiste, uma vez que as apostas são o principal motivo para existirem estas lutas. O divertimento é também um grande incitador destes «espectáculos», tornando-se assim uma forma de exploração dos animais. <br />2222548895Fig.  3 – os animais envenenados são geralmente abandonados na ruaUma outra forma de maltratar os animais, e que pode até causar a sua morte, é o envenenamento. Em Portugal, o envenenamento de cães e de gatos, constitui uma das maiores causas de morte dos mesmos. As razões que estão por detrás deste acto não o justificam, e vão desde o envenenamento por parte de pessoas que se sentem incomodadas com a presença do animal a envenenamento por simples diversão. As vítimas mais comuns são, geralmente, os animais abandonados o que não permite que muitos deles sobrevivam a este tipo de maus-tratos. Estatísticas mostram que apenas 1/3 dos animais intoxicados sobrevivem, uma vez que após ingerido o veneno é muito difícil impedir a contaminação do animal. O envenenamento, quando praticado intencionalmente, é um acto punível por lei.<br />-508033655Os animais podem também ser vítimas de maus tratos se fizerem parte de uma companhia de circo ou se estiverem integrados noutro tipo de espectáculos, como competições, concursos ou até em publicidade. <br />Fig. 4 – cães do circoOs animais que pertencem a companhias de circo, são geralmente os que mais sofrem, pois os cachorros são educados para fazerem os truques que o domesticador pretende sendo que, quando estas manobras não são executadas na perfeição, sofrem castigos físicos ou psicológicos. Dos castigos físicos podem destacar-se as chicotadas e a falta de alimento, e dos psicológicos pode destacar-se o aprisionamento em jaulas isoladas ou ainda repreensões verbais. Todos estes comportamentos por parte do homem acabam por causar vários problemas ao animal, nomeadamente mudanças de comportamento, agressividade, tristeza ou ainda debilitações físicas que podem permanecer ao longo da vida. Além destes castigos, existem ainda muitos cães no circo que nunca são vistos pelo veterinário. Este facto, além de demonstrar o comportamento negligente dos responsáveis é também propício à propagação de doenças, que debilitam os animais. Visto que muitos circos são nómadas, é normal que os cães ou os gatos sejam transportados em alojamentos inadequados, que não permitem a sua mobilidade.<br />Todos estes factores têm consequências para os animais, pois estes nunca têm uma família de referência, nem nunca se sentem verdadeiramente acarinhados por alguém, tornando-se tristes e submissos, devido ao medo que têm dos seus treinadores. <br />2227580314960O bem-estar do animal é essencial, mas muitas vezes esse bem-estar não é respeitado, sendo que estes animais são vítimas de negligência por parte dos seres humanos.<br />Fig. 5 – cão abandonadoMuitas vezes, os animais são deixados completamente ao abandono na sua própria casa sem comida, água ou as mínimas condições de higiene. Outro sinal de negligência é quando os animais são deixados infestados com carraças ou pulgas, o que constitui não só uma ameaça para si como para quem os rodeia.<br />Tal é a gravidade do problema que têm existido cada vez mais leis no sentido de impedir o abandono e os maus tratos de animais. <br />Em Portugal existe um regime de protecção jurídica dos animais uma vez que os maus-tratos são graves e passíveis de serem punidos. Muitas das leis que prometem a defesa dos animais, podem ser vistas como materialistas, uma vez que se referem aos animais como se de objectos se tratassem. <br />Fig. 6 – gato abandonado-508042545Actualmente nos Arts. 308º a 310º do código penal Português é enunciado que quot;
quem destruir, danificar, desfigurar ou tornar não utilizável coisa alheia será punido com pena de prisão até 2 anos ou multa até 90 diasquot;
, sendo a pena agravada para quot;
 prisão de 2 a 6 anos ou multa até 200 diasquot;
, se o crime revelar quot;
 baixeza de carácter quot;
Art. 309º), a pena também é aplicável. Em contrapartida, quot;
se o prejuízo for de pequeno valor, a pena não excederá 6 meses de prisão ou 30 dias de multa, podendo também o agente ser isento de penaquot;
. (Art. 310º).Em qualquer caso, quot;
o procedimento criminal depende de queixaquot;
 ( Art. 308º e nº Art. 310º ) , o que significa que tem legitimidade para apresentar queixa a pessoa ofendida, considerando-se como tal, o titular dos interesses que a lei quis especialmente proteger com a incriminação (Art.111º).Apesar disto a protecção dos animais consagrada nos Arts. 308º a 310º do Código Penal, é insuficiente, uma vez que este regime não prevê nem pune os danos causados em animais próprios e faz depender o procedimento judicial da queixa, do dono dos animais (se o crime tiver sido cometido quot;
 com violência ou ameaça contra as pessoas quot;
, ou não revelar quot;
 baixeza de carácter ). Significa isto que, se o animal for morto pelo dono (por tortura ou envenenamento, por exemplo, revelando quot;
 baixeza de carácter quot;
) ou, se o animal alheio for, por exemplo, abatido a tiro, e não existir queixa, o acto não será punível.<br />Para além disto o Art.1º do Decreto Lei 5650 de 10 de Maio de 1919, veio determinar que quot;
toda a violência exercida sobre os animais é considerada acto punívelquot;
, prevendo uma pena de multa que, em caso de reincidência poderá ser agravada com prisão.<br />O abandono de animais é outro problema grave que também é uma forma de maus tratos. O problema é tão grave que se tem vindo a criar legislação no sentido de impedir o abandono de animais. A Assembleia da República aprovou a lei sobre a protecção dos animais onde se proíbe o abandono intencional de animais que tenham sido mantidos sob o cuidado e protecção humanas. A denúncia de casos de abandono de animais às autoridades locais ou à Sociedade Protectora dos Animais torna-se fundamental para uma maior sensibilização perante este problema que constitui, acima de tudo, uma questão de cultura e respeito por todos os seres vivos. A denúncia do abandono não permite apenas o salvamento do animal mas também a punição de quem o pratica, uma vez que em Portugal este acto é considerado crime punível com coimas de 500€.<br />As lutas de cães e o envenenamento de animais, já referidos anteriormente, por serem vistos como maus-tratos, têm chamado a atenção da comunidade, tendo-se criado leis que punem os seus praticantes. O Art 32. da Lei dos Crimes Ambientalistas diz que: “Praticar acto de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais selvagens, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos” terá uma pena de três meses a um ano de detenção e multa que vai desde 500€ a €3740. Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo. A pena é aumentada de um sexto a um terço se ocorrer morte do animal.<br />-508050165Sendo o abandono e os maus-tratos de animais domésticos um problema cada vez maior e com graves consequências é necessário actuar e mudar mentalidades para que este possa ser resolvido. <br />Trabalho realizado por:<br />- Ana Catarina<br />- Joana Vicente<br />- Raquel Lopes<br />Bibliografia<br />Identificar vantagens/desvantagens existentes na relação do Homem actual com os animais domésticos (cães e gatos)<br />As vantagens de ter um animal de estimação, <http://www.bianca.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=18&Itemid=80><br />Pets for the elderly foundation, <http://www.petsfortheelderly.org/articles.html><br />Benefícios para a saúde de ter um animal de estimação, <http://www.petemotions.com/manuais/Manual_PetEmotions_01.pdf><br />Ronronar dos gatos, <http://arcadenoe.sapo.pt/artigo/ronronar_do_gato_uma_nova_terapia/377><br />Shiloh Project, <http://www.shilohproject.org><br />Identificar as consequências para o ambiente e para a população que resultam do abandono dos animais domésticos (cães e gatos)<br />Zoonoses, <http://saudepublica.wordpress.com/arquivo/zoonoses><br />Quando os nossos animais põem em risco outros, <http://arcadenoe.sapo.pt/forum/viewtopic.php?p=1019374><br />Espécies em extinção, <http://super.abril.com.br/ecologia/especie-extincao-pequena-notavel-445778.shtml><br />Raiva, < http://www.dominio-lda.com/21-xptceg.htm#0><br />Raiva, < http://www.hospvetprincipal.pt/raiva.htm><br />Identificar formas de controlo da população de cães e gatos<br />Esterilização de cães e gatos, < http://www.esteriliza-me.org><br />Programa de controlo de Natalidade Animal, <br /><http://www.voluntariosamigosdosbichos.com.br/controledenatalidade.htm><br />Identificar, quantificar e explicar as situações de abandono e maus tratos de animais domésticos<br />Envenenamento, <http://www.fasprotecaoanimal.org.br/envenenamento.asp><br />Razões de abandono de animais, <http://wecare4animals.blogspot.com/2008/06/razes-de-abandono-de-animais.html><br />Legislação, <http://www.azp.pt/conteudos_gera_sub.asp?idarea=19&idsub=22><br />Animais de companhia, <http://www.animal.org.pt/animais_companhia.html><br />
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Devido às exigências sociais da actualidade e ao facto do Homem viver num ambiente cada vez mais stressante, o ser humano tende a isolar-se a nível emocional, existindo uma grande necessidade de comunicação interpessoal. Isto leva-o a procurar a companhia de animais de estimação, principalmente de cães e de gatos, que se tornam um membro da família.<br />A relação que se forma entre os animais de estimação e o ser humano traz muitas vantagens para o mesmo, a nível físico, mental e emocional.<br />Estudos realizados pela fundação The pets for the Eldery Foundation no âmbito dos animais de companhia permitiram concluir que acariciar um animal pode ajudar a reduzir a pressão sanguínea, permite estimular o bom humor e o divertimento, diminui a possibilidade de ter uma depressão e transmite uma sensação de segurança.<br />A presença de um animal doméstico é também benéfica para as famílias, uma vez que favorece a comunicação entre os membros da mesma. O facto do animal estar permanentemente disponível para o convívio com os seus donos é um factor-chave para o relacionamento entre os familiares.<br />Fig. SEQ Fig. ARABIC 1 – Idosa a conviver com um cão2663190175895Os idosos também beneficiam do estabelecimento de uma relação com os animais domésticos. Tendo em conta que actualmente existe um número cada vez maior de idosos que vivem sozinhos, os cães e os gatos tornam-se numa importante companhia. Nestes casos, os animais acabam por funcionar como uma compensação para o “ninho vazio” provocado pela saída dos filhos de casa, preenchendo a solidão de que estas pessoas são vítimas. Ter um animal de estimação permite aos idosos tornaram-se mais activos. Além disso, a responsabilidade de cuidar de um animal faz com que os idosos tomem melhor conta de si.<br />O facto de uma mulher estar grávida não é impedimento para ter um animal de estimação, uma vez que, se o animal for treinado, pode até ser benéfico para a criança. Os animais, para além de companheiros leais, ajudam as crianças a desenvolver um sentido de responsabilidade e a formarem relações.<br />Num estudo feito por Robert Bierer, constatou-se que as crianças, principalmente com idades entre os 10 e os 12 anos, que tinham animais possuíam maior empatia e auto-estima do que as que não tinham animais.<br />Segundo um estudo da Faculdade de Medicina da Geórgia, Estados Unidos, as crianças criadas em contacto com cães e gatos apresentam menor risco de desenvolver alergias. Esta equipa estudou 474 crianças até aos sete anos e comparou as que estavam expostas a animais com as que nunca contactavam com eles.<br />Tinham um animalTinham dois ou mais animaisNão tinham animaisAlérgicas a gatos11,6%7,7%15,5%Alérgicas a cães3,5%2,6%8,6%<br />Tabela SEQ Tabela ARABIC 1 - Estudo sobre alergias em crianças<br />Este estudo permitiu aos cientistas concluir que as lambidelas dos animais, carregadas de bactérias, alteram a resposta do sistema imunitário, levando-o a proteger-se.<br />Fig. SEQ Fig. ARABIC 2 – Criança a conviver com um gato5334094615Uma vantagem descoberta muito recentemente da relação do Homem com o gato, relaciona-se com o seu ronronar. Apesar de não existir consenso sobre a sua origem, sabe-se que o ronronar dos gatos é uma espécie de terapia para os mesmos que ajuda a fortalecer os ossos e a facilitar a respiração. Estas descobertas levaram a que se pensasse numa forma de aplicação desta terapia aos seres humanos. O contacto das pessoas com um gato a ronronar fortalece o sistema imunitário do Homem e provoca o alivio de diversos tipos de dores. <br />Desde há muitos anos que os animais são utilizados por psicólogos e psiquiatras em sessões de terapia. Se repararmos, mesmo inconscientemente, as pessoas têm tendência a falar com os animais como se eles fossem humanos. Assim, é possível esquecermos os nossos problemas e preocupações e sentirmo-nos apoiados.<br />“Estudo após estudo, a Terapia Assistida por Animais tem provado ser uma ferramenta válida para ajudar as pessoas (…) a construir um novo senso de auto-confiança. A Terapia Assistida por Animais tem demonstrado poder de combater  o isolamento e facilitar a socialização.”INATAA – Instituto Nacional de Acções e Terapias Assistidas por AnimaisA estas terapias dá-se o nome de TAA – Terapias Assistidas por Animais e têm por objectivo promover melhorias no funcionamento físico, mental e emocional dos pacientes. Segundo os especialistas, o desenvolvimento de uma relação de afecto e de confiança, permite desenvolver a auto-estima e sentimentos de proximidade e segurança.<br />Este efeito benéfico dos animais de companhia tem sido usado em muitas variantes de terapia, nas quais se usam sobretudo os cães, pela sua autoconfiança, autodomínio e afabilidade.<br />-3810399415Quando falamos em TAA que estão relacionadas com o cão, referimo-nos a Cinoterapia. Esta forma de terapia foi desenvolvida em 1953 pelo Dr. Boris Levinson. Este médico constatou que quando um cão estava presente no seu consultório, os pacientes perdiam as suas inibições, favorecendo a comunicação entre o médico e o paciente.<br />Fig. SEQ Fig. ARABIC 3 - Cinoterapia com criançasDesde então, os cães têm sido utilizados nas mais diversas variantes de terapia animal, relacionada com projectos de educação, psicoterapia, fisioterapia e até recuperação social de grupos em risco.<br />Nestas terapias, o cão funciona como co-terapeuta, sendo que qualquer raça de cães pode ser utilizada, incluindo cães sem raça definida. Para serem utilizados nestas terapias, os cães têm de ser saudáveis e têm de ter uma boa personalidade, ou seja, têm de ser calmos, dóceis e gostar de interagir com pessoas. Além disso, estes animais têm de ser treinados para terem um bom comportamento perante as pessoas envolvidas na terapia.<br />3425190240665Uma das variantes da terapia animal consiste em ajudar crianças “em risco” a quebrar o seu ciclo de violência.<br />Fig. SEQ Fig. ARABIC 4 - The Shiloh Project O Projecto Shiloh, criado em 1995, em Fairfax na Verginia, Estados Unidos, junta uma dessas crianças com um cão abandonado. Estas crianças têm um passado de violência e abuso para com animais e pessoas. Na escola, três vezes por semana, aprendem a ensinar o cão a submeter-se à educação humana e fazem exercícios de comunicação. Este programa tem ajudado as crianças a ganharem respeito pelos animais e a relacionarem-se melhor com as pessoas enquanto transformam um cão não desejado num companheiro pronto para ser adoptado e fazer parte de uma família.<br />Algumas prisões em Portugal, seguindo o exemplo do que se verifica noutros países, utilizam uma forma de terapia com animais. Os estabelecimentos prisionais de Monsanto e do Linhó, por exemplo, possuem Hotéis para animais. Quando os donos vão de férias podem deixar aqui os seus animais, por um preço reduzido, sendo da responsabilidade dos reclusos tomar conta deles. Esta terapia faz parte do programa de recuperação dos reclusos, permitindo-lhes interagir num ambiente mais saudável com os outros reclusos e os animais.<br />Apesar dos cães serem o animal doméstico mais utilizado em terapias com o ser humano, também existem algumas variantes das TAA que estão relacionadas com o gato. Estes animais são, sobretudo, utilizados para auxiliarem pacientes com distúrbios psicológicos e a terapia realiza-se simplesmente, através da interacção dos gatos com os pacientes.<br />Nise da Silveira foi uma conhecida psiquiatra brasileira que utilizou a terapia com gatos para tratar pacientes com esquizofrenia. Conhecem-se também casos em que este tipo de terapia foi utilizada para ajudar crianças com problemas de hiperactividade.<br />O objectivo da terapia com animais domésticos é proporcionar os benefícios do estabelecimento de uma relação com estes animais a pessoas de todas as idades e com os mais variados problemas. As terapias referidas provocam melhorias ao nível da saúde física, mental e emocional que se vão reflectir numa melhoria da qualidade de vida dos intervenientes.<br />62865123190Entre as diversas actividades nas quais os cães auxiliam os seres humanos no quotidiano encontram-se os cães-guia. Estes cães são treinados para guiar pessoas com deficiências visuais e auxiliá-las nas suas tarefas do dia-a-dia.<br />Fig. SEQ Fig. ARABIC 5 – Labrador a ser utilizado como cão-guiaO número de pessoas que conta com o auxilio destes animais é reduzido. No entanto, já há instituições que começam a investir em projectos de capacitação de cães para esta função.<br />Durante a condução de doentes visuais é necessário que o cão consiga discernir eventuais perigos. Isto requer cães de inteligência bastante elevada e com muitas horas de treino.<br />As raças caninas escolhidas para cães-guia dependem, sobretudo, do país em questão. De uma maneira geral as raças mais utilizadas são o Pastor Alemão, o Golden Retriever e o Labrador. Isto não quer, no entanto, dizer que cães de outras raças não possam também desempenhar a função de cães-guia. Na Nova Zelândia, por exemplo, são mesmo utilizados rafeiros como cães-guia.<br />Os cães têm de ter, sobretudo, um temperamento dócil, facilidade para se adaptarem a novas situações, um tamanho considerável, inteligência e facilidade em aprender, uma vez que o cão terá de passar por um longo período de treino que o capacitará a desempenhar uma série de funções fundamentais para garantir o bem-estar do seu dono. Este treino, para além de demorar bastante tempo, também é muito dispendioso.<br />Após o nascimento, o potencial cão-guia é observado até à 8ª semana de vida com o intuito de se verificar a sua saúde, temperamento e espírito de liderança. Se for aprovado, passa por um período de convivência com humanos durante aproximadamente um ano, ficando aos cuidados de uma família voluntária. É durante esta fase que o animal recebe o treino específico para ser cão-guia, aprendendo uma série de comandos básicos, como por exemplo, “senta” ou “deita”, parar para descer e subir escadas e para atravessar a rua, etc. <br />Quando o cão voltar para a escola será treinado durante cerca de 7 meses. Os que não se qualificarem como cães-guia serão utilizados como cães de companhia, por exemplo, para pessoas com dificuldades de locomoção e os que forem adequados para desempenhar essa função iniciam o contacto com o seu futuro dono, sendo que este recebe as orientações necessárias para aprender a cuidar do seu novo animal de estimação.<br />Outra das vantagens existentes na relação entre o homem e o cão, é o facto de este ser um excelente protector do seu dono. Desde a antiguidade que o cão demonstra ser capaz de apoiar e ajudar o homem, sendo depois recompensado, o que cria uma relação benéfica para ambos.<br />Fig. SEQ Fig. ARABIC 6 - Cães-polícia2476565405Actualmente, cães de grande porte são utilizados pela polícia a fim de ajudarem quer em investigações, quer em campo, sempre que é necessária a sua intervenção. Os cães são animais com características muito particulares, o que os torna muito bons investigadores. O principal motivo do uso de cães em forças militares é o seu olfacto, que é cerca de cinquenta vezes mais sensível do que o do ser humano. Deste modo, consegue distinguir muito mais facilmente cheiros específicos, o que permite que encontre criminosos, armas, bombas, drogas e ainda outras substâncias muito mais rapidamente que o homem. Através do seu olfacto, os cães conseguem também farejar uma maior área, estando cientificamente provado que o homem precisa de dezanove vezes mais tempo do que o cão para verificar o mesmo espaço. Outro benefício é o seu rosnar, pois um cão pode emitir sons muito altos, provocando medo e fazendo com que os criminosos se entreguem, o que evita o contacto físico violento. A sua força, rapidez e agilidade, permite apanhar indivíduos em fuga e mantê-los dominados até chegarem os seus oficiais.<br />Para que possam desempenhar estas funções e antes de serem postos em campo, os cães precisam de um treino intenso e flexível, baseado numa relação de companheirismo com os treinadores e os donos, acabando muitas vezes por se tornarem animais de estimação dos mesmos.<br />A primeira raça de cães a ser utilizada para estes trabalhos foram os Beagle, pois o seu faro é extremamente apurado. Actualmente, usam-se cães maiores como os rottweiler, os cane corso, os pastor belga, os pastor alemão, os dogue alemão, os bóxer, os schnauzer, os leonberger, entre outros. Em Portugal, as raças mais utilizadas são os rottweiler e os pastor alemão.<br />A utilização destes animais traz benefícios para a polícia uma vez que estes animais desenvolvem um bom trabalho, sendo por vezes indispensáveis na resolução de algumas investigações. Esta relação também é benéfica para o cão, pois este é acolhido pelos membros da equipa em que está inserido e recebe uma casa e uma família.<br /> <br />Desvantagens:<br />25488901184275Acolher um animal de estimação em casa também traz desvantagens. Isto porque existem muitos aspectos a ter em conta antes da adopção de um animal. Adoptar um animal implica muitas responsabilidades, perda de tempo a cuidar do mesmo, menor disponibilidade para viajar, assim como acesso limitado a espaços públicos, quando na companhia do mesmo. A educação do cão é também algo a considerar, uma vez que o controlo do seu comportamento é fundamental. Este controlo pode ser feito através de escolas de cães, onde os cães são treinados em termos de obediência e agilidade.<br />Fig. SEQ Fig. ARABIC 7 - Cemitério dos animais domésticos no Zoo de LisboaTodos estes aspectos envolvem custos elevados, principalmente o tratamento do bem-estar físico do animal, que implica visitas regulares ao veterinário e, na maior parte dos casos, a esterilização.<br />Quando as pessoas adoptam um animal, formam com este uma forte relação de afecto. A perda do animal de estimação torna-se, por isso, muito complicada, principalmente, quando os donos vivem sozinhos. Isto é comprovado pelo facto de existirem vários cemitérios para animais, onde estes permanecem enterrados, muitas vezes, durante décadas, revelando o sentimento de perda que as pessoas sentem perante a morte dos seus animais de companhia.<br />Pode-se então concluir que, apesar do trabalho e da constante atenção de que os animais necessitam, somos sempre recompensados pela sua presença, pois eles proporcionam-nos alegria, lealdade e permitem a construção de uma relação de afecto e proximidade que traz muitos benefícios ao ser humano.<br />Trabalho realizado por:<br />- Catarina Daehnhardt<br />- Inês Lopes<br /> - Joana Vicente<br />Identificar as consequências para o ambiente e para a população que resultam do abandono dos animais domésticos (cães e gatos)<br />O abandono e os maus-tratos dos animais domésticos tem vindo a aumentar. Além de consequências para os animais, isto provoca também efeitos no ambiente e na comunidade.<br />3362325904875A consequência ambiental mais óbvia que resulta do abandono dos animais domésticos relaciona-se com os excrementos dos cães, que são muito evidentes nas ruas, parques e um pouco em todas as cidades. Os excrementos não só são incomodativos para os habitantes, como a sua limpeza custa anualmente elevadas quantias de dinheiro aos serviços municipais.<br />Fig. SEQ Fig. ARABIC 1 – Gato a alimentar-se de um pássaroOs cães e os gatos abandonados criam autênticas colónias de animais assilvestrados que têm de se alimentar de outras espécies de animais, como aves, répteis, anfíbios e pequenos mamíferos. Tanto os gatos como os cães podem constituir problemas para o ambiente ao causarem graves desequilíbrios nos ecossistemas. Esta situação está, no entanto, dependente de diversos factores, como a dimensão da colónia/matilha, zona onde habitam, espécies que vivem nessa zona, etc.<br />Este problema torna-se especialmente grave quando os animais capturados pertencem a espécies protegidas, o que parece acontecer bastante no caso dos animais capturados pelos cães. Segue-se uma lista das espécies protegidas que são mais frequentemente capturadas por estes animais:<br />RépteisSardões, Lagartixas e Cobras.AvesPasseriformes, Toutinegras, Chapins, Pintassilgos, Rolas-turcas, Andorinhões, Poupas.MamíferosLirão, Doninha, Toirão, Musaranhos, Toupeira, Ouriço-cacheiro, Geneto.<br />Tabela SEQ Tabela ARABIC 1 - Espécies protegidas mais frequentemente capturadas por cães<br />Para combater esta situação, em muitas Áreas Protegidas é interdita a circulação de cães. No entanto, as espécies protegidas não se encontram apenas nessas zonas do território, pelo que esta medida apenas resolve parcialmente o problema.<br />Esta situação é também bastante preocupante no caso dos gatos que, apesar de serem controladores de pragas (como por exemplo, de ratos) são predadores natos, podendo prejudicar seriamente a dinâmica dos ecossistemas.<br />Fig. SEQ Fig. ARABIC 2 - Colónia de gatos no EgiptoImporta agora distinguir os conceitos de gatos selvagens, ferais e vadios. Os gatos selvagens descendem de espécies selvagens e, por esse motivo, vivem longe do contacto humano há várias gerações. Os gatos vadios são gatos abandonados e que, por isso, apresentam um temperamento semelhante ao de um gato doméstico. Aos animais desta espécie que vivem na rua, mas que descendem de gatos domésticos, dá-se o nome de gatos ferais e são estes que constituem uma maior ameaça aos ecossistemas uma vez que, não 25400419735tendo tido contacto com humanos, têm os instintos predadores bem desenvolvidos e, tendo descendido de animais domésticos são, geralmente, introduzidos em ecossistemas como espécies predadoras, desestabilizando o seu funcionamento e organização.<br />Os gatos ferais vivem, na maioria das vezes, em colónias que se localizam em sítios escondidos do Homem (como edifícios abandonados ou pequenas florestas) e próximos de alimento, que é, muitas vezes, fornecido pelo próprio ser humano.<br />Nalguns países da América do Norte, assim como na Nova Zelândia e na Austrália, os gatos são considerados pragas devido à ameaça que representam para as espécies em risco de extinção.<br />As colónias de gatos são, geralmente, mais prejudiciais do que as de cães, devido ao ritmo exacerbado da sua proliferação. <br />Fig. SEQ Fig. ARABIC 3 – Reprodução dos gatos-8890419735A esperança média de vida para os gatos que vivem na rua, numa colónia fixa é de cerca de cinco anos, enquanto que os que vivem de forma individual, não ultrapassam os dois anos de vida. Um casal de gatos com uma média de 2 ninhadas por ano e com 3 crias por ninhada, em cinco anos de vida, gera cerca de 12.680 gatos. Apesar de parte destes gatos morrerem antes de atingirem a idade da reprodução, o impacto de uma população de centenas de gatos numa zona rural ou urbana tem efeitos bastante negativos, tanto para as restantes espécies que habitam a região, como para a própria comunidade.<br />A consequência mais evidente para a população que resulta do abandono e dos maus-tratos dos cães e dos gatos prende-se com a transmissão de Zoonoses. Este termo é utilizado para designar doenças infecciosas transmissíveis, em condições naturais, dos animais vertebrados – tanto domésticos como selvagens – ao Homem e inversamente.<br />Fig. SEQ Fig. ARABIC 4 - Cão com o vírus da raiva375920066040A Zoonose mais conhecida é a raiva. Esta doença é provocada por um vírus que se instala no sistema nervoso e pode ser transmitida pelo contacto da saliva em mordeduras, lambidelas em feridas, mucosas ou arranhões, sendo que o principal agente de transmissão desta doença é o cão. Os canis municipais foram, inicialmente, criados para evitar a propagação desta doença que actualmente se encontra erradicada em Portugal. Apesar disto, a vacinação dos cães contra esta epidemia é, por lei, obrigatória, dado que a doença é mortal em praticamente todos os casos.<br />1524014605Fig. SEQ Fig. ARABIC 5 - Vírus da raiva observado ao Microscópio ElectrónicoApesar da raiva ser a única Zoonose que possui vacina cuja toma é obrigatória por lei, existem outras Zoonoses relativamente comuns como a Leptospirose, que se transmite através da urina dos animais afectados que raramente manifestam sintomas clínicos, e a Leishmaniose. Esta última transmite-se aos cães através da picada de um mosquito que se alimentou de sangue de um animal infectado e constitui, em países como o Brasil, um grave problema de saúde pública.<br />3890010281305Os parasitas surgem nos animais domésticos, mais frequentemente, entre os meses de Maio e Setembro, devido ao calor.<br />Fig. SEQ Fig. ARABIC 6 - PulgaA maior parte destas doenças podem ser evitadas através de acções de prevenção, como a vacinação e a desparasitação que deve ser realizada de forma regular de modo a evitar o contágio de parasitas, como as ténias, as lombrigas e as carraças que podem transmitir febre da carraça. Esta doença não é transportada directamente pela carraça, mas sim por uma bactéria que vive no organismo da mesma. Afecta de forma dolorosa os seres humanos e é transmitida, geralmente, pelos cães.<br /> Outro parasita frequente nos animais domésticos são as pulgas que são transmitidas com facilidade ao ser humano, provocando múltiplas lesões na pele afectada.<br />Existem várias consequências, tanto para o ambiente como para a população que resultam do abandono dos animais domésticos e que passam pelos excrementos em locais públicos, pela captura de espécies em perigo e pela proliferação de doenças e de parasitas. <br />O problema dos excrementos pode-se resolver através da limpeza das cidades. No entanto, tanto no caso da proliferação de doenças e de parasitas, como na captura de espécies em perigo, a única solução possível trata-se da remoção dos animais das vias públicas e na sua vacinação e desparasitação.<br />Texto realizado por:<br />- Ana Catarina<br /> - Inês Lopes<br />Identificar formas de controlo da população de cães e gatos<br />3292475384810Podemos considerar que por cada criança que nasce, nascem cerca de 15 cães e 45 gatos. Por cada cadela que nasça, são gerados, indirectamente, 64 mil filhotes em seis anos enquanto que por cada gata são gerados, também indirectamente, 420 mil filhotes em sete anos. Não existem pessoas suficientes para tomar conta de tantos animais. Mesmo que exista mais de um animal em cada casa ainda existiriam alguns sem dono. Isto leva-nos à problemática do aumento da população de animais errantes, isto é, animais sem dono que vivem nas vias públicas. <br />Fig. 1 – Gatos abandonadosEstes animais são potencialmente perigosos, uma vez que podem provocar acidentes de trânsito, morder as pessoas e outros animais, transmitir doenças, etc.<br />Uma das formas de controlo da população de animais passa por instituições de acolhimento de animais e por canis municipais, uma vez que os removem das vias públicas. A origem dos canis/gatis municipais data do final do séc. XIX, quando se tornaram uma parte integrante da estratégia de controlo da raiva em Portugal. Ás câmaras municipais compete, de acordo com o art. 8º do D.L. nº 314/2003, de 17 de Dezembro e o artº 19º do DL 315/2003, de 17 de Dezembro, proceder à recolha de animais de companhia sempre que seja necessário. Para isso são obrigadas a manter instalações destinadas ao alojamento temporário destes animais de companhia – canis e gatis ou centros de recolha.<br />Desde 2001, os canis são considerados centros de recolha oficial, ou seja, alojamento oficial onde um animal é hospedado por um período determinado pela autoridade competente, nomeadamente os canis e gatis municipais, não podendo funcionar como locais de reprodução, criação, venda e hospitalização.<br />Não existe um modelo de Centro de Recolha Oficial único, cada município deve edificar uma estrutura adequada ao seu concelho, de acordo com a dimensão populacional tanto de animais, errantes ou com dono, como de pessoas. <br />Fig. 2 – Ninhada de cães abandonados-241935183515Alguns canis recorrem à captura e sacrifício de animais errantes que, para além de ser um acto desumano que vai contra as leis de protecção dos animais, nunca se provou eficiente. A captura em massa de animais errantes já foi posta em prática em vários países e nenhum deles conseguiu reduzir o número de animais vadios em vias públicas. Isto acontece porque, enquanto o ambiente conseguir suportar o aparecimento de novos espécimes de forma a garantir a sua sobrevivência, estes vão continuar a aparecer nesse local. Esta forma de controlo da população de cães e gatos é ineficaz sobretudo por não actuar nas principais causas do problema: a procriação excessiva destes animais, a irresponsabilidade ou ignorância dos proprietários, que deixam os seus animais passear sozinhos sem estarem esterilizados, e a má gestão do lixo urbano, que serve de alimento para estes animais.<br />A apreensão de cães errantes é indicada com particular ênfase para as áreas de focos de raiva ou de outras doenças e deve ser realizada após um planeamento minucioso, com conotação epidemiológica e conhecimento prévio da população, segundo técnicas adequadas.<br />Os canis tornaram-se um meio mais eficiente de controlo da população de cães e de gatos, uma vez que, para além de removerem os animais das vias públicas, também esterilizam os que colocam para adopção. Desta maneira, mesmo que o dono deixe o seu animal passear livremente, este nunca vai contribuir para o aumento indesejado da população da sua espécie.<br />-34607567310 A esterilização e a castração cirúrgica são métodos definitivos de controlo da população animal. Consistem na remoção dos órgãos sexuais através de uma orquiectomia ou de uma vasectomia para o caso dos machos e no caso das fêmeas recorre-se a à ovariectomia, à histerectomia ou à ovariosalpingohisterectomia.<br />Fig. 3 – Esterilização cirúrgicaQuando se submete uma cadela ou uma gata à esterilização, é comum optar-se pela ovariosalpingohisterectomia, uma vez que das três cirurgias é a que remove completamente os órgãos reprodutivos. O principal objectivo desta intervenção é terminar com o cio e, consequentemente, a gravidez da fêmea e o aparecimento de animais indesejados. Para além disto a ovariosalpingohisterectomia previne o aparecimento de doenças ao nível do útero, tal como, o Complexo Hiperplasia Endometrial Cística (Piometra), que normalmente se desenvolve devido à utilização de hormonas sintetizadas.<br />A castração, realizada nos cães ou gatos, pode ser ao nível dos testículos (orquiectomia) ou ao nível dos canais deferentes que conduzem o líquido seminal (vasectomia). Para além de ter benefícios a nível da saúde física do animal, pois previne o aparecimento de tumores nos testículos e na próstata, a castração também altera o estado psicológico do mesmo uma vez que, está provado que níveis altos de testosterona provocam respostas mais agressivas perante situações de negação. <br />3136900-24130A esterilização pode ser então vista como a única forma eficaz de controlo da sobrepopulação de animais domésticos (cães e gatos). Este método ultrapassa qualquer outra prática veterinária para este fim, uma vez que os seus benefícios não são só ao nível de saúde do próprio animal mas também ao nível de vida dos donos. <br />Fig. 4 – Ida ao veterinárioPara muitas pessoas a remoção definitiva dos órgãos sexuais do animal não deve ser a primeira opção, em alternativa são feitas hormonoterapias. Este método é semelhante à esterilização, na medida em que permite o controlo e a manipulação do cio. Tal como as hormonas utilizadas pelo Homem, os animais ingerem medicamentos que contêm dosagens de progesterona que regulam as concentrações de outras hormonas, produzidas pelo complexo hipotálamo-hipófise. No entanto, a hormonoterapia não é recomendada pelos médicos veterinários, uma vez que apresenta efeitos secundários consideráveis, como por exemplo, inibição da imunidade uterina, multiplicação das glândulas endometriais com consequente desenvolvimento de piometra (doença causada por uma infecção bacteriana dentro do útero de cadelas e gatas), desenvolvimento de diabetes e aumento da formação de tumores mamários.<br />A juntar aos custos das terapias os custos das operações para reverter os efeitos secundários provocados por estas, supera o custo de uma esterilização cirúrgica. Por esta e por todas as outras razões, as clinicas veterenárias recomendam a intervenção cirurgica. <br />A esterilização e a castração dos animais de estimação são assim formas de controlo fundamentais para diminuir o contínuo crescimento de animais abandonados nas ruas, pois actuam na principal fonte do problema, a procriação excessiva destes animais.<br />Texto realizado por:<br />- Catarina Daehnhardt<br />- Raquel Lopes<br />Identificar, quantificar e explicar as situações de abandono e maus tratos de animais domésticos no concelho de Sintra<br />O abandono e os maus tratos de animais domésticos são um problema cada vez maior no nosso país. Em Portugal mais de 10.000 animais são abandonados todos os anos, sendo que, até surgir a Declaração Universal dos Direitos dos Animais em 1978, este acto já era punível criminalmente em países como a França, a Itália e o Canadá. Já em Portugal, apenas se punia o abandono de animais velhos e doentes na via pública. <br />Existem várias causas de abandono e muitas delas promovem apenas a comodidade do homem. Este acto demonstra falta de respeito e ingratidão para com os animais, pois a interacção que o homem estabelece com estes traz-lhe acima de tudo muitos benefícios.<br />Fig. SEQ Fig._ ARABIC 1 - educar o gato para reconheçer o bebé2783205309245Hoje em dia, todos os motivos servem para justificar o abandono de um cão ou de um gato. Por exemplo, a entrada de um novo membro na família. Quando uma mulher engravida é comum pensar que o animal pode transmitir doenças prejudiciais a si e ao bebé. Quando o bebé nasce também é frequente pensar-se que o animal o pode prejudicar com o seu pêlo, com os seus comportamentos e atitudes e ainda por tentar ocupar o seu espaço. Uma alternativa ao abandono passaria pela educação e supervisão do animal, controlando-se, assim, a relação entre o animal e a criança que não iria restringir o contacto entre os dois, pois este pode ser benéfico. <br />21837651943735273051943735 As férias podem ser outro problema para os animais domésticos. A chegada do calor, a possibilidade de viajar e não haver um local onde se possa deixar um animal são as principais “desculpas” para o abandono. No nosso país, muitos hotéis, pousadas e senhorios ainda não aceitam a presença de animais e as alternativas (como os hotéis de cães e gatos, os canis e os gatis) são muito dispendiosas. Nestas épocas também é difícil encontrar alguém disponível para ficar com o animal sendo a hipótese mais fácil o abandono. Podem então optar-se por diferentes tipos de férias, como por exemplo, o campismo, que permite a entrada de animais, ou escolher estabelecimentos que autorizem a companhia dos mesmos. <br />Fig. SEQ Fig._ ARABIC 2 - os serra da estrela podem atingir até 60kg na idade adultaOutro motivo de abandono é a adopção irresponsável. Muitas pessoas quando recorrem à adopção de um cão ou de um gato, não pensam nas consequências a longo prazo. Por exemplo, nos custos do veterinário, da alimentação, e outras despesas essenciais para o bem-estar do animal. No entanto, ter um animal não é simplesmente alimentá-lo, ele precisa de atenção constante tal como qualquer outro membro da família. Pode ainda ser visto como adopção irresponsável quando o motivo do abandono é o crescimento do animal. Para evitar estas situações, as pessoas antes de adoptarem os animais deviam avaliar as condições de que dispõem tanto ao nível de Fig. 3 – os divórcios são uma causa frequente de abandonoespaço como financeiramente. <br />3077845-951230Existem ainda outras razões para o abandono de animais de estimação, como a mudança de casa, o envelhecimento do animal ou os divórcios entre casais. <br />Existem outras formas de maltratar os animais. O comportamento dos animais pode ser influenciado pelo comportamento dos seus donos. Uma Universidade da Pensilvânia realizou um estudo sobre este assunto e concluíram que donos agressivos geram cães agressivos, tendo-se verificado que «pelo menos um quarto dos cães reagiu agressivamente perante a utilização de métodos hostis por parte dos seus donos». <br />Podem destacar-se vários tipos de maus-tratos a animais, como as lutas de cães. No Verão, o número de lutas clandestinas entre os animais aumenta, sendo que as raças mais utilizadas são os Boxer, os Dobermann, os Dog Argentino, os Rotweiller e os Pit Bull, sendo que estes últimos são os mais utilizados. <br />Esta prática gera lucros não só para os donos dos animais, mas também para quem assiste, uma vez que as apostas são o principal motivo para existirem estas lutas. O divertimento é também um grande incitador destes «espectáculos», tornando-se assim uma forma de exploração dos animais. <br />2222548895Fig. 3 – os animais envenenados são geralmente abandonados na ruaUma outra forma de maltratar os animais, e que pode até causar a sua morte, é o envenenamento. Em Portugal, o envenenamento de cães e de gatos, constitui uma das maiores causas de morte dos mesmos. As razões que estão por detrás deste acto não o justificam, e vão desde o envenenamento por parte de pessoas que se sentem incomodadas com a presença do animal a envenenamento por simples diversão. As vítimas mais comuns são, geralmente, os animais abandonados o que não permite que muitos deles sobrevivam a este tipo de maus-tratos. Estatísticas mostram que apenas 1/3 dos animais intoxicados sobrevivem, uma vez que após ingerido o veneno é muito difícil impedir a contaminação do animal. O envenenamento, quando praticado intencionalmente, é um acto punível por lei.<br />-508033655Os animais podem também ser vítimas de maus tratos se fizerem parte de uma companhia de circo ou se estiverem integrados noutro tipo de espectáculos, como competições, concursos ou até em publicidade. <br />Fig. 4 – cães do circoOs animais que pertencem a companhias de circo, são geralmente os que mais sofrem, pois os cachorros são educados para fazerem os truques que o domesticador pretende sendo que, quando estas manobras não são executadas na perfeição, sofrem castigos físicos ou psicológicos. Dos castigos físicos podem destacar-se as chicotadas e a falta de alimento, e dos psicológicos pode destacar-se o aprisionamento em jaulas isoladas ou ainda repreensões verbais. Todos estes comportamentos por parte do homem acabam por causar vários problemas ao animal, nomeadamente mudanças de comportamento, agressividade, tristeza ou ainda debilitações físicas que podem permanecer ao longo da vida. Além destes castigos, existem ainda muitos cães no circo que nunca são vistos pelo veterinário. Este facto, além de demonstrar o comportamento negligente dos responsáveis é também propício à propagação de doenças, que debilitam os animais. Visto que muitos circos são nómadas, é normal que os cães ou os gatos sejam transportados em alojamentos inadequados, que não permitem a sua mobilidade.<br />Todos estes factores têm consequências para os animais, pois estes nunca têm uma família de referência, nem nunca se sentem verdadeiramente acarinhados por alguém, tornando-se tristes e submissos, devido ao medo que têm dos seus treinadores. <br />2227580314960O bem-estar do animal é essencial, mas muitas vezes esse bem-estar não é respeitado, sendo que estes animais são vítimas de negligência por parte dos seres humanos.<br />Fig. 5 – cão abandonadoMuitas vezes, os animais são deixados completamente ao abandono na sua própria casa sem comida, água ou as mínimas condições de higiene. Outro sinal de negligência é quando os animais são deixados infestados com carraças ou pulgas, o que constitui não só uma ameaça para si como para quem os rodeia.<br />Tal é a gravidade do problema que têm existido cada vez mais leis no sentido de impedir o abandono e os maus tratos de animais. <br />Em Portugal existe um regime de protecção jurídica dos animais uma vez que os maus-tratos são graves e passíveis de serem punidos. Muitas das leis que prometem a defesa dos animais, podem ser vistas como materialistas, uma vez que se referem aos animais como se de objectos se tratassem. <br />Fig. 6 – gato abandonado-508042545Actualmente nos Arts. 308º a 310º do código penal Português é enunciado que quot; quem destruir, danificar, desfigurar ou tornar não utilizável coisa alheia será punido com pena de prisão até 2 anos ou multa até 90 diasquot; , sendo a pena agravada para quot; prisão de 2 a 6 anos ou multa até 200 diasquot; , se o crime revelar quot; baixeza de carácter quot; Art. 309º), a pena também é aplicável. Em contrapartida, quot; se o prejuízo for de pequeno valor, a pena não excederá 6 meses de prisão ou 30 dias de multa, podendo também o agente ser isento de penaquot; . (Art. 310º).Em qualquer caso, quot; o procedimento criminal depende de queixaquot; ( Art. 308º e nº Art. 310º ) , o que significa que tem legitimidade para apresentar queixa a pessoa ofendida, considerando-se como tal, o titular dos interesses que a lei quis especialmente proteger com a incriminação (Art.111º).Apesar disto a protecção dos animais consagrada nos Arts. 308º a 310º do Código Penal, é insuficiente, uma vez que este regime não prevê nem pune os danos causados em animais próprios e faz depender o procedimento judicial da queixa, do dono dos animais (se o crime tiver sido cometido quot; com violência ou ameaça contra as pessoas quot; , ou não revelar quot; baixeza de carácter ). Significa isto que, se o animal for morto pelo dono (por tortura ou envenenamento, por exemplo, revelando quot; baixeza de carácter quot; ) ou, se o animal alheio for, por exemplo, abatido a tiro, e não existir queixa, o acto não será punível.<br />Para além disto o Art.1º do Decreto Lei 5650 de 10 de Maio de 1919, veio determinar que quot; toda a violência exercida sobre os animais é considerada acto punívelquot; , prevendo uma pena de multa que, em caso de reincidência poderá ser agravada com prisão.<br />O abandono de animais é outro problema grave que também é uma forma de maus tratos. O problema é tão grave que se tem vindo a criar legislação no sentido de impedir o abandono de animais. A Assembleia da República aprovou a lei sobre a protecção dos animais onde se proíbe o abandono intencional de animais que tenham sido mantidos sob o cuidado e protecção humanas. A denúncia de casos de abandono de animais às autoridades locais ou à Sociedade Protectora dos Animais torna-se fundamental para uma maior sensibilização perante este problema que constitui, acima de tudo, uma questão de cultura e respeito por todos os seres vivos. A denúncia do abandono não permite apenas o salvamento do animal mas também a punição de quem o pratica, uma vez que em Portugal este acto é considerado crime punível com coimas de 500€.<br />As lutas de cães e o envenenamento de animais, já referidos anteriormente, por serem vistos como maus-tratos, têm chamado a atenção da comunidade, tendo-se criado leis que punem os seus praticantes. O Art 32. da Lei dos Crimes Ambientalistas diz que: “Praticar acto de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais selvagens, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos” terá uma pena de três meses a um ano de detenção e multa que vai desde 500€ a €3740. Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo. A pena é aumentada de um sexto a um terço se ocorrer morte do animal.<br />-508050165Sendo o abandono e os maus-tratos de animais domésticos um problema cada vez maior e com graves consequências é necessário actuar e mudar mentalidades para que este possa ser resolvido. <br />Trabalho realizado por:<br />- Ana Catarina<br />- Joana Vicente<br />- Raquel Lopes<br />Bibliografia<br />Identificar vantagens/desvantagens existentes na relação do Homem actual com os animais domésticos (cães e gatos)<br />As vantagens de ter um animal de estimação, <http://www.bianca.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=18&Itemid=80><br />Pets for the elderly foundation, <http://www.petsfortheelderly.org/articles.html><br />Benefícios para a saúde de ter um animal de estimação, <http://www.petemotions.com/manuais/Manual_PetEmotions_01.pdf><br />Ronronar dos gatos, <http://arcadenoe.sapo.pt/artigo/ronronar_do_gato_uma_nova_terapia/377><br />Shiloh Project, <http://www.shilohproject.org><br />Identificar as consequências para o ambiente e para a população que resultam do abandono dos animais domésticos (cães e gatos)<br />Zoonoses, <http://saudepublica.wordpress.com/arquivo/zoonoses><br />Quando os nossos animais põem em risco outros, <http://arcadenoe.sapo.pt/forum/viewtopic.php?p=1019374><br />Espécies em extinção, <http://super.abril.com.br/ecologia/especie-extincao-pequena-notavel-445778.shtml><br />Raiva, < http://www.dominio-lda.com/21-xptceg.htm#0><br />Raiva, < http://www.hospvetprincipal.pt/raiva.htm><br />Identificar formas de controlo da população de cães e gatos<br />Esterilização de cães e gatos, < http://www.esteriliza-me.org><br />Programa de controlo de Natalidade Animal, <br /><http://www.voluntariosamigosdosbichos.com.br/controledenatalidade.htm><br />Identificar, quantificar e explicar as situações de abandono e maus tratos de animais domésticos<br />Envenenamento, <http://www.fasprotecaoanimal.org.br/envenenamento.asp><br />Razões de abandono de animais, <http://wecare4animals.blogspot.com/2008/06/razes-de-abandono-de-animais.html><br />Legislação, <http://www.azp.pt/conteudos_gera_sub.asp?idarea=19&idsub=22><br />Animais de companhia, <http://www.animal.org.pt/animais_companhia.html><br />