O documento discute conceitos de envelhecimento e velhice, mitos e estereótipos associados, teorias sobre o envelhecimento, planos gerontológicos e políticas públicas para pessoas idosas. Ele fornece detalhes sobre como o envelhecimento é um processo natural e variável entre indivíduos, e discute a importância de manter os idosos ativos e independentes em suas próprias casas.
2. Índice
1. Conceito de velhice
2. Mitos e estereótipos sobre a velhice
3. Teorias sobre a velhice
4. Planos gerontológicos e administração pública
5. Eixos das políticas dirigidas às pessoas adultas e espaços
profissionais do educador social
6. Conclusão
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3. 1. Conceito de velhice
É difícil estabelecer o início da terceira idade;
A idade para o estabelecimento desta situação não coincide
nem em todos os países nem em todas as culturas;
Quarta idade: aptidões físicas e psíquicas claramente
decadentes, a pessoa não pode valer-se por si mesma e
está dependente da ajuda dos demais (>80 anos);
O envelhecimento é um fenómeno natural, inerente à
finitude biológica do organismo humano, mas é um
processo diferencial em cada um de nós;
Envelhecimento:
Cronológico – idade objectiva;
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Biológico – molecular, celular, orgânico, estrutural e funcional.
4. 1. Conceito de velhice
José M. Quintana (1995): o envelhecimento como processo
biológico geral dos seres vivos e de grande complexidade:
1) A velhice produz-se por acumulação de substâncias de
resíduo, tanto no interior das células como no organismo
global – a lipofucsina vai-se depositando nos corpos celulares
(arteriosclerose);
2) O envelhecimento consiste numa perda de capacidade de
defesa do organismo às agressões;
3) Envelhecer é a consequência de um desgaste progressivo do
organismo, o qual se empobrece cada vez mais.
Modelo médico tradicional: concebe a velhice em termos de
défice, acentuando a percepção de que se trata de um
4 processo degenerativo;
5. 1. Conceito de velhice
À medida que as pessoas envelhecem, aumenta de forma
gradual o risco de adoecerem e de ter dificuldades
funcionais motoras e sensoriais (entre outras); os
indivíduos sentem-se mais fatigados e tornam-se mais
lentos (Newmman, 1984);
Frequentemente, o declínio das habilidades e capacidades
deve-se mais à falta de entretenimento e ao abandono da
actividade, do que ao processo de deterioração biológica
propriamente dita;
“Se o uso excessivo leva ao desgaste, a falta de uso leva à
atrofia” (Perogrullo);
Há muitas formas de envelhecer;
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6. 1. Conceito de velhice
Simmons (1969): ser velho, socialmente, é ser reconhecido
como tal pelo grupo em que está inserido;
Thomae (1982): a velhice é um destino social – são as
características da sociedade que condicionam a quantidade
e a qualidade de vida nesta etapa;
Townsend (1981): a situação actual de dependência dos
idosos tem sido causada pela política social;
Psicologia humanista: processo de crescimento e
desenvolvimento de potencialidades;
Começamos a envelhecer desde que nascemos e, entre a
população da terceira idade, observa-se uma grande
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variabilidade de capacidades e deteriorações;
7. 2. Mitos e estereótipos sobre a velhice
Butler (1977), Sánchez Caro (1982), Moragas (1991),
Frenández Bellesteros (1992) e Pinillos (1994):
Mito do envelhecimento cronológico – a idade é um dado
objectivo, quantificável com exactidão numérica, mas não
corresponde ao estado psico-fisiológico do indivíduo que pode
apresentar graus muito variáveis nas suas funções vitais;
Mito da improdutividade – na ausência de doença, o indivíduo
pode permanecer produtivo e interessado pela vida;
Mito da senilidade – o envelhecimento existe, mas não é uma
doença nem tem que ser limitativo: a velhice é uma etapa da
vida que pode ser tão sã como as outras;
Mito do conservadorismo – o acreditar e não acreditar no
homem e nas suas possibilidades não é uma questão de idade,
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mas sim de mentalidade, de cultura, de abertura de espírito;
8. 2. Mitos e estereótipos sobre a velhice
Mito da desvinculação – teoria da desvinculação ou
descompromisso: ser activo e participativo na sociedade é o
melhor sistema para retardar o processo de envelhecimento,
para um envelhecimento normal e não patológico e para
melhorar a qualidade de vida da pessoa;
Mito da inflexibilidade, da incapacidade para a mudança e
adaptação a situações novas – a capacidade de adaptação, de
assimilação do novo, de aprendizagem e enriquecimento está
mais relacionada com o carácter e o nível sociocultural do que
com a velhice cronológica;
Mito da serenidade – muitos idosos estão submetidos a um
maior stress que outros grupos de idades, são mais propensos
a depressões, sofrem mais doenças crónicas, padecem, em
8 muitos casos, de solidão e isolamento;
9. 2. Mitos e estereótipos sobre a velhice
Mito da sexualidade enervada – aumenta a ternura, a
capacidade de amar e a emotividade: as vivências afectivas
nesta fase são básicas para um equilíbrio emocional;
Mito da velhice necessariamente desgraçada – muitas pessoas
vivem esta etapa com plenitude, equilíbrio, paz e bem-estar
pessoal; Mito da sobrevalorização da juventude – a velhice
pode ser um rico caudal de experiência que pode ser muito útil
às gerações jovens.
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10. 3. Teorias sobre a velhice
Teoria da desvinculação intrínseca de relações:
As relações sociais diminuem com a idade, excepto no caso
dos parentes mais próximos e mesmo com estes, a qualidade
das interacções altera-se;
Havighurst & Goldhamer (1949): o envelhecimento implica a
redução das relações pessoais, da participação social, das
expectativas de felicidade e do interesse geral pela vida;
A desvinculação não é um fenómeno natural, voluntariamente
aceite, não se apresenta com carácter universal, nem
automaticamente se relaciona com o bem-estar e a satisfação;
O idoso senta medo dos fracassos e afasta-se cada vez mais
dos contactos sociais, refugiando-se nos grupos mais íntimos e
familiares, naqueles em que se sente mais seguro e protegido
10 (resistência à mudança).
11. 3. Teorias sobre a velhice
Teoria da actividade:
Tartler (1961): só o indivíduo activo se sente feliz e satisfeito;
Maddox (1962, 63 e 65): estabelece uma relação positiva
entre actividade e moral, devendo-se portanto defender
taxativamente a hipótese da desvinculação intrínseca;
Se uma pessoa, durante a sua vida laboral, foi capaz de
ocupar o seu tempo livre com actividades, não há dúvida de
que, durante a velhice, saberá ocupar esse tempo livre com as
actividades que sempre realizou;
Erikson (1985): deve manter-se uma função generativa – por
um lado, produzir e criar, por outro, relacionar-se com os
demais e sentir-se responsável por eles;
Descobrir a beleza das coisas quotidianas e desfrutar ao
11
máximo os momentos de recreação e alegria.
12. 3. Teorias sobre a velhice
Teoria do contexto social:
Gubrium (1973): o comportamento, ao longo da terceira idade,
depende de certas condições biológicas e sociais;
Segundo o mesmo autor, seriam 3 os factores a destacar:
A saúde;
Os condicionamentos económicos;
Os apoios sociais.
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13. 3. Teorias sobre a velhice
Teoria da velhice como subcultura:
A terceira idade constitui um grupo à parte;
Rose (1968): as características comuns das pessoas que
constituem este estrato social explicam que formem tal grupo
à parte;
Havighurst (1968): a relação entre o nível de actividade e o
grau de satisfação é profundamente influenciado pelo tipo de
personalidade que, muito provavelmente, se vem arrastando
de etapas anteriores;
Neugarten (1972): a velhice não nivela as diferenças
individuais.
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14. 4. Plano Gerontológico
Plano Gerontológico: 1982;
5 áreas do Plano Gerontológico:
1. Pensões;
2. Saúde e assistência sanitária;
3. Serviços sociais;
4. Cultura e ócio;
5. Participação.
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15. 4. Plano Gerontológico
Objectivos do Plano:
1. Desenvolver o sistema de prestações não contributivas
dirigidas aos maiores de 65 anos com insuficientes recursos
económicos e oferecer um complemento de pensão aos
maiores de 80 anos que perderam autonomia pessoal;
2. Melhorar as pensões mínimas e o resto das pensões
contributivas, garantindo a sua revalorização automática
segundo o índice de preços ao consumo;
3. Promover a saúde dos mais velhos e melhorar o seu bem-
estar físico, psíquico e social;
4. Garantir a prevenção e a assistência ao idoso mediante uma
adequada atenção primária e hospitalar;
15 5. Assegurar os serviços sociosanitários aos idosos;
16. 4. Plano Gerontológico
6. Fortalecer as estruturas administrativas para o
desenvolvimento, coordenação e distribuição equitativa de
recursos, assim como para garantir o estudo, a investigação e
a formação permanentes sobre temas relacionados com o
envelhecimento e com a velhice;
7. Oferecer serviços sociais idóneos para dar resposta às
necessidades das pessoas idosas, potenciando sobretudo o
desenvolvimento daqueles que propiciam a sua autonomia
pessoal, a permanência no domicílio e a convivência no seu
ritmo habitual de vida;
8. Facilitar o acesso das pessoas idosas aos bens culturais e
fomentar entre elas o emprego criativo do ócio e do tempo
livre, para melhorar a sua qualidade de vida e a sua
16 capacidade de se sentirem úteis;
17. 4. Plano Gerontológico
9. Incrementar na sociedade o conhecimento do envelhecimento
da população e as características psicofísicas dos idosos, o
apreço e reconhecimento de todos os valores e património
cultural das pessoas que alcançaram uma idade avançada,
assim como a participação e responsabilidade das mesmas no
desenvolvimento da política social;
10. Expandir o conceito de participação democrática, de maneira
a que a sociedade integre as pessoas mais velhas e estas se
incorporem realmente a todas as actividades da vida social.
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18. 4. Plano Gerontológico
Profissões gerontológicas:
Médico geriátrico;
Farmacêutico gerontológico;
Psicólogo clínico gerontológico;
Sociólogo gerontólogo;
Assistente social especializado em Gerontologia;
Assistente técnico sanitário especializado em Geriatria;
Fisioterapeuta geriátrico;
Pedagogo com orientação gerontológica;
Animador sociocultural gerontológico;
Voluntários gerontológicos.
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19. 5. Eixos das políticas dirigidas aos
idosos
Saúde e auto-cuidado
Saúde: estado de bem-estar físico, psicológico, social e
espiritual, que permite às pessoas realizarem as suas
actividades diárias com o máximo de eficiência e autonomia;
Há muitos factores que influenciam o estado de saúde;
A forma de vida que se adopte mais determina, em grande
parte, o nosso nível de saúde;
Auto-cuidado: participação das pessoas no cuidado da sua
própria saúde;
São fundamentais o conhecimento relacionado com o cuidado
da saúde e a prevenção do risco de adoecer;
O cuidado da saúde é importante em qualquer etapa da vida;
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20. 5. Eixos das políticas dirigidas aos
idosos
Educação para a saúde: conseguir um aumento do nível de
cultura sanitária tanto da população da terceira idade e da sua
família, como da comunidade, para modificar condutas e
atitudes que influenciem negativamente a saúde do idoso;
Contribuição da Educação para a Saúde:
Eliminar hábitos e costumes nocivos em relação a:
Alimentação;
Higiene em geral;
Hábitos tóxicos.
Diminuir os factores de risco existentes no meio:
Residência;
Ao redor.
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21. 5. Eixos das políticas dirigidas aos
idosos
Treino da família do idoso para ter um maior cuidado com
este.
Fomentar o auto-cuidado.
Fomentar actividades:
Físicas e mentais;
Recreativas, culturais e sociais.
Fomentar a participação da população.
Fomentar a aceitação do idoso no meio familiar e social.
Recuperação e reabilitação do idoso doente.
Estes objectivos requerem o trabalho conjunto dos distintos
profissionais.
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22. 5. Eixos das políticas dirigidas aos
idosos
Envelhecer em casa: serviço de apoio ao domicílio
Assembleia de Viena (1982): princípio de viver ou envelhecer
em casa frente à solução clássica da institucionalização;
Pretende-se evitar tanto os efeitos negativos do internamento
definitivo dos idosos sem grandes problemas físicos em lares,
como a hospitalização daquelas pessoas cuja situação não o
justifica do ponto de vista médico;
Facilitar ao idoso o acesso a determinados bens e serviços que
de outro modo lhes estariam inacessíveis (vacinas, actividades
recreativas e culturais, serviços de apoio ao domicílio…);
Serviço de apoio ao domicílio: melhoramento da qualidade de
vida dos idosos que, para poderem permanecer na sua
residência, requerem uma assistência especial;
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23. 5. Eixos das políticas dirigidas aos
idosos
O cumprimento deste objectivo depende, fundamentalmente,
de 3 elementos:
1) Da provisão de serviços alternativos ao ingresso nos lares,
em particular a atenção ao domicílio nas suas diferentes
modalidades: cuidado médico, ajuda nas tarefas
domésticas, serviço de refeições, acompanhamento em
determinadas actividades, etc…;
2) Das condições de habitabilidade das residências dos
idosos;
3) Da possibilidade de contar com outras pessoas de
determinados serviços e cuidados.
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24. 5. Eixos das políticas dirigidas aos
idosos
Serviço social – 2 tipos de atenção:
1. Atenções básicas: sociais, sanitárias, educativas e
assistenciais, do tipo preventivo e reabilitador, cobertas por
pessoal técnico e profissional;
2. Atenções complementares: fazer companhia, conversar,
sair e passear, cobertas por pessoal voluntário.
José Luis Malagón (1995) – equipa integrada do serviço de
apoio ao domicílio:
Trabalhador social (coordenador);
Enfermeiro;
Educador social;
Auxiliar sanitário;
24 Auxiliar de lar;
25. 5. Eixos das políticas dirigidas aos
idosos
Reforma: necessidade de uma preparação
A reforma é uma fase marcada pela dependência (os idosos
podem depender dos seus descendentes ou de outras pessoas
ou instituições) ou pelo facto do indivíduo, ao reformar-se,
sente que perdeu já a sua função social;
O trabalho, além de ser um meio de subsistência, oferece
outros elementos: organização do tempo (dia, semana, ano) e
do espaço (local de trabalho), status, contactos sociais,
actividade e identidade pessoal;
Lehr (1980): a diminuição de contactos sociais está associada
a vivências negativas;
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26. 5. Eixos das políticas dirigidas aos
idosos
Kalish (1983): as relações sociais no âmbito laboral são um
dos factores que mais incidem na satisfação pessoal e a sua
perda é uma das mais graves que se sofre;
Critérios sociopsicológicos: quando o trabalho desaparece,
ocorre um “desenganche” social que gera sentimentos de
inutilidade, não só da perspectiva do reformado, mas também
da perspectiva da sociedade;
Durante a terceira idade há uma porta aberta a processos
psíquicos e físicos indesejáveis, a sedentarismos e outros
males que podem anular a pessoa de idade avançada;
Dar conteúdo a este tempo livre consistirá em vivê-lo de forma
criativa, de maneira a facilitar a auto-realização pessoal,
favorecer a saúde e propiciar a participação na dinâmica
26 social;
27. 5. Eixos das políticas dirigidas aos
idosos
4 perigos que podem ocorrer na reforma:
Falta de mobilidade física;
Mental;
Afectiva;
Social.
É de extrema importância que os reformados tomem
consciência de que têm um papel a desempenhar na
sociedade, que se sintam úteis, vivos, activos, com ilusões,
aspirações e esperança;
Programa de preparação da reforma:
a) Finanças e pensões;
b) Saúde;
27 c) Dimensão educativa, cultural, relações sociais, actividades.
28. 5. Eixos das políticas dirigidas aos
idosos
Acção pedagógico-social do educador social nos centros de
dia da terceira idade
Facilitar o acesso dos idosos aos bens culturais;
Fomentar entre eles o emprego criativo do tempo livre através
de uma educação para o ócio;
Melhorar a qualidade de vida do idoso e a sua capacidade de
se sentir útil;
Implementar uma cultura de solidariedade e de participação;
Papel dos centros de dia:
Propiciar os contactos humanos entre as pessoas;
Estimular e promover todo o tipo de actividades
socioculturais, ocupacionais, artísticas e recreativas;
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29. 5. Eixos das políticas dirigidas aos
idosos
Fomentar e potenciar a consciência de cidadania, as relações
colectivas e a condição de membros úteis e activos de e
para a sociedade, estimulando as acções solidárias, respeito
pelas restantes idades e lutando contra qualquer forma de
discriminação ou marginalização.
Os centros de dia facilitam a participação, integração e
convivência quotidiana, assim como o desenvolvimento de
habilidades sociais e o intercâmbio de experiências entre os
idosos;
Oferecem vários serviços: cabeleireiro, podologista…;
Reabilitação e cuidados fisioterapêuticos;
Equipamentos de serviços sociais não residenciais, destinados
a prestar atenção psicossocial, preventiva e de reabilitação aos
29 idosos em regime diurno;
30. 5. Eixos das políticas dirigidas aos
idosos
Funções do educador social:
Entrevistar os sócios e elaborar uma entrevista
socioeducativa (ex: nível de formação);
Educá-los à participação;
Educar para o ócio e os tempos livres (organizar
actividades);
Educar para a saúde;
Promover comissões de trabalho;
Organizar cursos de preparação para a reforma;
Impulsionar o associacionismo e o voluntariado.
Deve-se incentivar os idosos a terem vontade de viver,
estimulá-los a manterem-se activos, a comprometerem-se
30 socialmente e não cair na passividade e abandono;
31. 5. Eixos das políticas dirigidas aos
idosos
Animação cultural: estabelecer as estruturas que permitam a
comunicação humana e suscitar as condições de uma maior
participação cultural;
A animação cultural é um processo permanente de informação,
formação, análise e superação da própria realidade – cultivo da
profunda capacidade de ser pessoa, protagonista e criadora.
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32. 5. Eixos das políticas dirigidas aos
idosos
Acção pedagógico-social do educador social nos lares da
terceira idade
Aparecimento de novas modalidades de alojamento dos
idosos;
Aumento considerável de pessoas com mais de 80 anos;
Diminuição do potencial de cuidadores informais (incorporação
da mulher no mercado de trabalho, diminuição do número de
filhos…);
Animação sociocultural num lar: processo de um grupo que
parte de uma situação concreta e que vai gerar convivência e
participação;
A cultura é um processo global que abarca a vida humana em
toda a sua extensão;
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33. 5. Eixos das políticas dirigidas aos
idosos
O lar como centro gerontológico: espaço aberto à comunidade,
à participação, às relações humanas, à solidariedade, à
cultura, de que façam parte agentes externos (familiares,
amigos dos residentes, etc…) e que o protagonista principal
seja a própria pessoa idosa;
4 dimensões da animação sociocultural num lar:
Dimensão sociológica;
Dimensão pedagógica;
Dimensão comunitária;
Dimensão teleológica.
3 níveis de acção pedagógico-social: com os idosos, com o
centro, com a comunidade.
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34. 5. Eixos das políticas dirigidas aos
idosos
INSERSO (1993): lares são centros que oferecem atenção
integral e morada permanente a pessoas maiores de 60 anos
que, pela sua problemática familiar, social e/ou económica, não
podem ser atendidas nos seus próprios domicílios e
necessitam destes serviços;
Acção socioeducativa na terceira idade:
Autonomia;
Desenvolvimento;
Relação;
Participação;
Convivência;
Criatividade;
34 Utilidade.
35. 5. Eixos das políticas dirigidas aos
idosos
A escola: centro para a solidariedade e para o diálogo entre
gerações
Arroyo (1984): a sua função de transmissão e geração de
valores sociais (compreensão, solidariedade, comunicação,
responsabilidade social, etc…) obriga a adoptar um papel
activo na modificação das situações de marginalização em que
vivem alguns idosos;
A escola deve ser um centro democrático de convivência, um
lugar onde imperem a tolerância e a igualdade, onde não
existe nenhum tipo de discriminação, onde se respeitem as
peculiaridades de cada um e se aprenda a estimar a
diversidade e o pluralismo;
Favorece a exercitação da agilidade mental e manual, da sua
35 capacidade de dinamismo e abertura;
36. 5. Eixos das políticas dirigidas aos
idosos
Discussão de temas transversais (educação moral e cívica,
educação para a paz, para a saúde, para a igualdade entre os
sexos, educação ambiental, sexual, etc…) desenvolver uma
educação que fomente o diálogo entre gerações;
Finalidades:
Contribuir para a educação integral dos alunos, favorecendo
o seu desenvolvimento pessoal e social;
Aspirar a conseguir que as novas gerações construam uma
sociedade mais justa e respeitadora.
Nieto (1994): ocasião de se relacionar com pessoas distintas,
de mostrar os seus trabalhos e de aprender;
Oficinas: desenvolvem uma metodologia activa – “aprender
fazendo”;
36
Exemplos: fotografia, cozinha, pintura, dramatização, música…
37. 5. Eixos das políticas dirigidas aos
idosos
Actividades e considerações metodológicas
Actividades:
As actividades que se podem realizar nos centros de dia,
centros culturais, aulas da terceira idade, universidades
séniores, lares e associações são muito variadas e têm que
fazer face aos perigos em que caem algumas pessoas ao
chegar a esta etapa da vida: passividade, aborrecimento,
solidão e isolamento.
Considerações metodológicas:
A metodologia deve ser motivadora, possibilitadora, não
competitiva, grupal, coerente, flexível, activa e participativa.
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38. 5. Eixos das políticas dirigidas aos
idosos
Outros aspectos que reforçam a participação dos idosos:
Objectivos claros e concretos;
Metas facilmente alcançáveis;
Lei do afecto, bom ambiente e convivência;
Periodicidade e repetição das actividades;
Variedade, criatividade e inovação;
Possibilitar canais de participação e colaboração;
Repartir tarefas, funções e responsabilidades;
Promover o diálogo, perguntar e pedir opiniões;
Tempos e ritmos adequados, etc…
38
39. 5. Eixos das políticas dirigidas aos
idosos
Lehr (1980) – factores que devem ser considerados no
processo de aprendizagem dos idosos:
Os velhos aprendem pior quando o material carece de
sentido – com material dotado de sentido, os resultados da
sua aprendizagem são equiparáveis aos dos jovens;
Os velhos adoecem com frequência de uma certa técnica de
aprendizagem (“debilidade de codificação”) – cabe reparar
essa falta a fim de compensar o consequente défice de
aprendizagem;
Todo o material que se apresente demasiado rápido
ocasiona maior dificuldade ao velho que ao jovem – se se
elimina o factor tempo, nivelam-se as diferenças
correspondentes à idade;
39
40. 5. Eixos das políticas dirigidas aos
idosos
Os velhos necessitam de mais repetições para alcançar o
mesmo nível que os jovens;
O pior “rendimento de aprendizagem” dos velhos não é ser
tanto uma pista do declive da “capacidade de
aprendizagem”, mas a insegurança dos idosos, que dificulta
a reprodução do que já foi aprendido;
Os velhos aprendem mais facilmente quando o material lhes
é apresentado de forma ordenada;
O processo de aprendizagem é mais susceptível de
interrupção e de variáveis perturbadoras nos velhos do que
nos jovens;
A aprendizagem por partes é mais favorável para os jovens,
enquanto que a aprendizagem global o é para os velhos;
40
41. 5. Eixos das políticas dirigidas aos
idosos
O factor dotação (a experiência de aprendizagem) é mais
importante que o factor idade;
Os factores exercício e entretenimento assíduo durante toda
a adultez têm também grande importância;
O factor saúde desempenha um papel relevante na
capacidade de aprendizagem – um estado físico e psíquico
saudável favorece esta capacidade;
Exercem uma especial influência na aprendizagem os
factores motivacionais, de disposição interna e de interesse.
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42. 6. Conclusão
Há muitas terceiras idades e quando trabalhamos com os
mais velhos é necessário conhecer com que terceira idade
estamos a trabalhar.
O trabalho com a terceira idade é hoje uma realidade na
acção pedagógico-social e um desafio para a educação
social no terceiro milénio.
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