1. Os pesados impostos lançados para
cobrir os deficits do Estado, em
grande parte resultantes dos
custos das várias guerras em que a
França se envolveu, não eram
suportados de igual modo por
todos os grupos sociais.
François Boucher
Retrato de Mme Pompadour
1756
Alte Pinakothek, Munique
2. A corte vivia num ambiente de
luxo e esbanjamento,
completamente alheada da
realidade social.
3. No princípio do Verão de 1789, Paris está febril. Após vários
meses, a situação é difícil. O Inverno de 1788 foi duro, e as
colheitas foram desastrosas. Na Primavera, tempestades e
chuvas sucederam-se, anunciando sombrias perspectivas para
as futuras colheitas. O preço do pão passou de oito soldos para
vinte, em poucos dias. Marceneiros do bairro de Saint-
Antoine, sapateiros e estofadores do bairro de Saint-
Marcel, peixeiras das Halles que não ganham mais de trinta
soldos por dia, murmuram contra os governantes e os
comerciantes de cereais. Pelo menos, espera-se que os
deputados dos Estados Gerais trabalhem para um futuro
melhor.
A Era das Revoluções
4. Um motivo poderoso nos determina: a injustiça da
aplicação das Corveias. Todo o peso desta carga recai sobre
a parte mais pobre dos súbditos, sobre aqueles cuja única
propriedade consiste nos seus braços e no seu trabalho.
Dela estão isentos os proprietários , quase todos
privilegiados .
Artigo 1: Não mais será exigido aos nossos súbditos
nenhum trabalho gratuito e forçado, sob a o nome de
corveia, ou sob qualquer designação
Artigo 2: As obras que eram até aqui feitas por corveia, tais
como as reparações de estradas e outras formas de
comunicação, das províncias, das cidades e entre elas, sê-
lo- ão para futuro por meio de uma contribuição de todos
os proprietários de bens fundiários e de direitos reais.
Reformas de Turgot
5. Numa tentativa de solucionar a crise
económica, foi proposta pelo rei Luís XVI uma
lei que consistia incluir um novo
imposto, mas desta vez abrangendo os
grupos privilegiados. É claro que esta
proposta foi rejeitada pela Nobreza e pelo
Clero. Perante a situação difícil vivida pela
França o rei teve que convocar os Estados
Gerais.
6.
7. Por sugestão do Ministro Jacques Necker, o
rei Luís XVI convocou a Assembleia dos
Estados Gerais, instituição que não era
reunida desde 1614. Os Estados Gerais
reuniram-se em Maio de 1789 no
Palácio de Versalhes, com o objectivo
de acalmar uma revolução de que já
falava a burguesia.
• Em Maio de 1789 reuniram-se os
Estados Gerais ,fazendo parte dos
trabalhos preparatórios da reunião
destes a redacção dos tradicionais
cahiers de doléances, onde se
registavam as queixas das três ordens.
8. […] Desta forma, a A esta classe camponesa, tão útil
nobreza beneficia de […] pelo seu trabalho, a
tudo […]. Entretanto, se propriedade de nada serve: os
á a nobreza que rendimentos da terra são
comanda os exércitos, é devorados pelos impostos […];
o Terceiro Estado que os o cavador, coberto pelos
compõe; se a nobreza farrapos da miséria, só
verte uma gota de tem, para se deitar, um leito
sangue, o Terceiro de palha e, por alimento, um
Estado derrama pão grosseiro que, quantas
torrentes. A nobreza vezes, apenas pode molhar
esvazia o tesouro real, nas suas lágrimas. Nem na
o Terceiro Estado infância conhece repouso:
enche-o; numa palavra cavador aos sete
o Terceiro Estado paga anos, decrépito aos trinta, é
tudo e não beneficia de esta a sua triste sorte.
nada.
Caderno de Queixas do Caderno de queixas do Terceiro
Terceiro Estado de Estado de Poitiers (1789)
Lauris (1789)
9. Nº de deputados nos Estados Declaramos que jamais
Gerais consentiremos na extinção
dos direitos que
578 caracterizaram até aqui a
600 ordem da nobreza e que
recebemos dos nossos
500 antepassados […].
Determinamos formalmente
400 que o nosso deputado [aos
291 270 Estados Gerais] deve opor-se
300
a tudo o que possa limitar os
200 direitos úteis ou honoríficos
das nossas terras e
100 entendemos que não pode
aceitar qualquer
0 modificação, seja de que
natureza for.
Clero Nobreza Terceiro Estado Caderno da Nobreza de
Montargis
10. O rei mostrou-se incapaz de tomar uma
decisão.
Então, os membros do Terceiro Estado
realizaram um juramento na Sala do jogo da
Péla que consistia em nunca se
separarem, enquanto as suas reivindicações
não fossem aceites; declararam não
reconhecer outro poder acima deles e
propuseram-se a dar solução aos problemas
da Nação Francesa apresentados nos
cadernos de queixas. Face a este
acontecimento as ordens privilegiadas
acabaram por desistir. Formou – se assim a
Assembleia Nacional Constituinte, que
implementou em França a primeira
Constituição.
11. A Assembleia Nacional , considerando que chamada a fixar a Constituição
do reino, operar a regeneração da ordem pública e manter os verdadeiros
princípios da monarquia , nada pode impedir que ela continue as suas
deliberações em qualquer local em que seja forçada a estabelecer-se e, que
enfim, em toda a parte onde os seus membros estejam reunidos , aí é a
Assembleia nacional: decreta que todos os membros desta assembleia
prestarão , neste instante juramento solene de nunca se separarem e de se
reunirem em toda a parte onde as circunstâncias o exigirem, até que a
constituição do reino seja estabelecida e firmada em fundamentos sólidos e
que sendo prestado juramento, todos os membros e cada um em particular
confirmarão com a sua assinatura esta resolução inabalável.
20 de Junho de 1789
Juramento da sala do Jogo da Péla
12. A 14 de Julho de 1789, atacam a
Bastilha, prisão que simbolizava o
poder do rei. O povo em fúria atacou o
forte, libertou os prisioneiros, matou o
governador da fortaleza e passeou a
sua cabeça espetada num pau pelas
ruas de Paris.
13. A violência alastra, cometem-se barbaridades nunca vistas. Os palácios da nobreza e os
conventos e igrejas são assaltados, incendiados e destruídos, obrigando muitos nobres à fuga e
à conspiração. São assaltados os túmulos reais da abadia de S. Dinis, destruída a abadia de
Cluny, símbolos máximos do Antigo Regime e do poder da Igreja.
Léon-Maxime Faivre (1856-1941)
Morte de Mme Lamballe
Musée national du Château de Versailles
16. Data Principais Acontecimentos
1790 O rei tenta fugir de França, mas é capturado
1791 Luís XVI Jura a Constituição, mas pede apoio às
monarquias absolutistas estrangeiras ( Áustria )
1792 Invasão da França por países que se opõem à
Revolução
1792 A Assembleia Constituinte foi dissolvida e
proclama-se a República
1793 O rei Luís XVI é condenado à morte na Guilhotina
1793 Robespierre governa a França iniciando um
período de “TERROR”
1794 Morte de Robespierre
17. O rei e rainha
tentam fugir.
No entanto,
foram
capturados e o
rei foi
suspenso das
suas funções
até 1791,
quando foi
forçado a jurar
a Constituição.
Maria Antonieta-
videos
18. • O rei e a aristocracia
não vacilaram em trair a
França revolucionária.
Diante da aproximação
dos exércitos coligados
estrangeiros, formaram-
se por toda a França
batalhões de
voluntários.
Luís XVI e Maria
Antonieta foram
presos, acusados de
traição ao país por
colaborarem com os
invasores.
19. O Processo do rei
Não tendes uma sentença a proferir a favor ou contra um homem, mas uma
medida de salvação pública a tomar , um acto de providência nacional a exercer.
Luís foi rei e a república está fundada. Luís foi destronado pelos seus crimes. Luís
denunciava o povo francês como rebelde. Para o castigar chamou às armas os
seus tiranos, seus confrades.
A vitória e o povo decidiram que apenas, ele é rebelde. Luís não pode , pois ser
julgado: ou ele é já condenado ou a República não será absolvida.
Se Luís é absolvido , se Luís é presumível inocente, que será da revolução?
Quanto a mim , detesto a pena de morte proporcionada pelas leis e, por Luís, não
tenho nem amor, nem ódio, apenas odeio os seus crimes. Com pesar pronuncio
esta fatal verdade, mas Luís deve morrer para que a pátria viva. Peço que a
Convenção Nacional o declare desde já traidor à Nação francesa, criminoso para
com a Humanidade.
Discurso de Robespierre,1792
De que crimes é acusado Luís XVI?
Comenta a frase sublinhada
Por que não queria , Robespierre que Luís XVI fosse Julgado? Justifica.
20. Revoltados, a pequena burguesia e o os
trabalhadores derrubam a Monarquia
O povo de Paris, liderado pela
pequena burguesia desencadeia uma
revolta armada e força a Assembleia
Nacional a prender o Rei e convocar
novas eleições, através do sufrágio
universal.
Está encerrada a primeira fase da
Revolução Francesa.
Além de preso, o Rei é decapitado, como
garantia de que não tentaria mais deter os
revolucionários.
Criou-se uma nova Assembleia designada
por CONVENÇÃO