Este documento discute a poluição visual em cidades modernas, causada pelo excesso de elementos de comunicação visual como cartazes e anúncios. A poluição visual degrada o ambiente urbano e faz com que as pessoas se tornem apenas espectadores consumidores. Algumas cidades, como São Paulo, adotaram leis para restringir anúncios e melhorar a qualidade visual dos espaços públicos. Soluções como legislação, fiscalização e conscientização podem ajudar a reduzir o problema.
2.
Dá-se o nome de poluição visual ao excesso de elementos
ligados à comunicação visual (como cartazes,
anúncios, propagandas, banners, placas, etc) dispostos em
ambientes urbanos, especialmente em centros
comerciais/shoppings centers e de serviços. Acredita-se que,
além de promover o desconforto espacial e visual daqueles
que transitam por estes locais, este excesso enfeia
as cidades modernas, desvalorizando-as e tornando-as apenas
um espaço de promoção do fetiche e de trocas comerciais.
Acredita-se que o problema, porém, não é a existência da
propaganda, mas o seu descontrole.
Também é considerada poluição visual algumas atuações
humanas sem estar necessariamente ligada a publicidade tais
como o grafite, pichações, fios de eletricidade e telefônicos, as
edificações com falta de manutenção, o lixo exposto não
orgânico, e outros resíduos urbanos.
4.
A poluição visual degrada os centros urbanos pela não
coerência com a fachada das edificações, pela falta de
harmonia de anúncios, logotipos e propagandas que
concorrem pela atenção do espectador, causando
prejuízo a outros. O indivíduo perde, em um certo
sentido, a sua cidadania (no sentido de que ele é um
agente que participa ativamente da dinâmica da cidade)
para se tornar apenas um espectador e consumidor,
envolvido na efemeridade dos fenômenos de massas. A
profusão da propaganda na paisagem urbana pode ser
considerada uma característica da cultura de
massas pós-moderna.
5.
Apesar de tantos transtornos gerados pela poluição
visual, poucas providências são tomadas para solucionar
esse problema. Um dos motivos é que a própria
população muitas vezes não percebe os prejuízos e a
agressão causados por esse processo.
Diferentemente dos outros tipos de poluição, como
atmosférica, das águas, do solo e sonora, que geram
problemas mais perceptíveis, a poluição visual gera
transtornos, principalmente psicológicos, que muitas
vezes não são notados pelas pessoas.
6.
Alguns municípios entretanto, tem adotado medidas
específicas por conta própria para tentar minimizar este
tipo de poluição. Em São Paulo, em 2006 a antiga lei foi
revogada pela nova Lei Municipal n.º 14.233 que
ficou conhecida como “Lei Cidade Limpa”. A medida
paulistana criou restrições para os anúncios indicativos
(fixados no próprio local do estabelecimento) e proibiu
anúncios publicitários em táxis, ônibus, bicicletas e
outdoors, painéis, backlights e frontlights em fachadas
de prédios. A medida, é claro, recebeu várias críticas
mas é fato que causou grandes transformações na
cidade.
8. Uma legislação orientadora, uma fiscalização eficiente e,
principalmente uma conscientização dos varejistas de
que este tipo de propaganda não contribui para a
melhoria da rentabilidade do seu negócio, podem ser os
primeiros passos para a mudança da situação hoje
existente nos espaços varejistas.