1. O candidato
esquerda da
2
n0
Lá pelas tantas, na festa de lançamento da candidatura, o Rafton
bradou: “a esquerda tem candidato!”
DEMOCRÁTICA
Com sua capacidade de síntese, ele acabou definindo um dos
slogans da campanha. Temos que juntar nosso povo, a esquerda, e
partir para conquistar mais eleitores, porque precisamos de 50.000
votos, quantia difícil de atingir, quando não partimos de um mandato
anterior.
Mais do que um slogan é uma proposta política e um compromisso.
É possível aglutinar forças a partir das posições da esquerda, fazendo
alianças que não firam nossos princípios e propostas.
A questão democrática é essencial, e norteará toda a campanha.
Vivemos numa democracia domesticada. Definição que não é
minha, mas com a qual concordo. Vem de um texto primoroso de Luis
Felipe Miguel, que sempre recomendo por onde ando. Fazendo uma
licença política, ela é domesticada porque não atende às reivindicações
do povo inteiro e é instrumento de dominação das classes que detêm
o poder. Marighella propunha ao Brasil uma democracia popular
e considero que o caminho para chegar lá, hoje, é aprofundar e
radicalizar o atual sistema.
A democracia que defendemos não é somente poder votar a cada
dois anos. Precisamos democratizar os meios de produção, os meios
de governo, a educação, a saúde, a habitação, a propriedade da terra,
a ciência e a tecnologia, e a cultura. A democracia deve
permear as relações humanas, por isso a tolerância com as
diferenças de etnia, gênero, opinião e aparência, é fundamental,
e palavra de ordem da esquerda. O respeito ao planeta e a
democratização das decisões acerca de tudo que o agrida,
também é consigna e prática nossa.
Somos coletivistas, não individualistas, mas
http://www.facebook.com/carloseclemente
REDE
conhecemos a importância das liberdades individuais
desde o século passado, ensinamento adquirido com http://eugenioclemente.blogspot.com/
Coligação: Frente de Mobilização Socialista PSB / PMN
a análise das experiências de construção do
socialismo. twitter - @clemente4019
Temos tarefas para muitos anos e muitas
trincheiras.
Carlos Eugênio
Clemente
Por isso, Rafton, aceito a tarefa de ser o
candidato da esquerda, valeu pelo toque.
4019 Combatente da
Guerra e da Paz
2. Carta-Programa MINHA candidatura a deputado federal nasceu a partir da necessidade que eu e dezenas de
Carlos Eugênio
Clemente
companheiros e amigos sentimos de lutar pelo aprofundamento e radicalização da democracia
em nosso país. Nasceu também da crítica que uma grande parte de nossa geração - que pegou
em armas ou foi às ruas lutar contra a ditadura civil-militar de direita – faz das tentativas de
construção do socialismo no século XX, quando foi priorizada a luta pela igualdade, e despre-
zadas a liberdade e a democracia.
Vivemos uma conjuntura especialmente importante quando estamos na iminência de eleger
4019
a companheira Dilma Rousseff para a presidência da República. Seu governo poderá represen-
tar mais um passo à esquerda, mais um passo adiante na construção de um projeto de Nação Combatente da
que inclua a maioria dos brasileiros e que promova o bem-estar social.
Guerra e da Paz
A elucidação dos crimes da ditadura é outra condição para o aprofundamento da demo-
cracia. O governo Dilma pode e deve avançar nessa questão. Até quando esses crimes serão
ocultados da maioria da Nação?
Amianucam
Essas e outras questões nos levaram a escrever uma Carta-Programa para nossa campanha e,
caso obtenhamos uma vitória eleitoral, nosso mandato. Ela foi escrita a várias mãos, e é fruto de
sete anos de discussões no grupo Liga de Socialistas do Século XX1 – LS21, mas deixo claro que
a responsabilidade por ela e pelo seu cumprimento é de minha inteira responsabilidade.
MINHA PROPOSTA, EM SÍNTESE, ESTá BASEADA NAS SEGUINTES METAS:
1 Lutarei para aprofundar a Democracia como um valor de alcance universal e como único Sempre me incomodou a sina do herói sem nenhum brasileiro? Deve ser. Mas a quem interessa isso?
método legítimo de seleção e escolha dos governantes;
caráter. A quem interessa que os brasileiros se convençam
2 Envidarei esforços para estender a Democracia Política para todas as outras esferas relati- Fui criado ouvindo falar de Ganga Zumba e de Zum-
bi. A família Sarmento, de minha mãe, vem lá de União
que somos um povo que só pode viver uma grande pia-
da, cheia de preconceitos étnicos, de gênero, de apa-
vas aos poderes econômico, financeiro, social, educacional, cultural;
dos Palmares, no sopé da Serra da Barriga, onde se rência, nacionalidade e outros. Sendo uma piada, não
3 Enfrentarei os desafios que as novas realidades do século XXI colocam com vistas à reno-
vação teórica e prática do Socialismo Real do século XX; Esquerda, formou o Quilombo que durou mais de seis décadas re-
sistindo aos portugueses. Pequenino, ouvia em União
seremos uma nação. Não saberemos nem resistir ao
opressor, pois nosso herói prefere levar vida mansa.
volver
histórias de lutas e resistências. Histórias que povoa- Como dar a vida por uma causa, se não temos nenhum
4 Proporei alternativas viáveis para o processo de Globalização econômica, política e cultural vam a imaginação infantil, principalmente à noitinha, caráter e usamos nossos saberes e talentos para levar
com vistas à redução das desigualdades baseadas na concentração de renda, no desemprego deitado, esperando o sono, observando o candeeiro dar vantagem?
estrutural e na exclusão social; vida às ranhuras e buracos das paredes rústicas, com Ainda bem que não é assim. Zumbi, Tiradentes, João
5 Procurarei diagnosticar corretamente a atual conjuntura brasileira visando formular para a
sua luz bruxuleante. Rachaduras viravam trincheiras;
riscos, guerreiros em movimento de ataque e defesa;
Cândido, Antonio Conselheiro, Carlos Marighella,
Joaquim Câmara Ferreira, Mário Alves, Apolônio de
próxima década um Plano Estratégico Nacional de Desenvolvimento;
manchas, caravanas de negociantes dos tempos de paz Carvalho, Gregório Bezerra, Luiz Carlos Prestes, Car-
6 Combaterei sem quartel todos os tipos de Discriminação e Preconceito sejam eles de cor, e diplomacia.
Mais tarde, meu pai inventou o Menino de Bagdá.
los Lamarca, Olga Benário, Ana Maria Nacinovic, Iara
Iavelberg, Aurora Nascimento Furtado, Soledad Barret
de gênero, de crença, de etnia, de aparência, de ideologia e de opção sexual;
Transportava-se no tempo, fazendo-se presente onde Viedma, Sonia Moraes, Ísis Dias de Oliveira, Gastone
7 Batalharei sem trégua pelo respeito e ampliação dos Direitos Humanos de primeira, segun- alguém precisasse de seu apoio nas lutas contra os Lúcia Beltrão, Maria Augusta Thomaz e milhares de
da e terceira gerações (civis, políticos e sociais), exigindo também a incorporação dos novos mais fortes. Essa liberdade de movimento servia tam- outros, contam uma história diferente.
Direitos de 4ª. Geração, em especial os abaixo elencados; bém para ajudar papai quando, vencido pelo sono, pa- Contam uma história de lutas, de propostas, de cons-
rava de contar e eu ou minha irmã reclamávamos. Ele trução, de resistência, de capacidade de adaptação, de
8 Defenderei com unhas e dentes a consolidação e a ampliação dos Direitos Especiais de Ci- recomeçava em outro século, um novo continente, e criatividade e tolerância. Os brasileiros resistiram des-
dadania tendo como meta os legítimos interesses e necessidades das Pessoas com Deficiência malvados diferentes. Não tinha problema, o Menino de sempre.
(PCD); de Bagdá estava pronto para correr de uma para outra Então, vamos deixar Macunaíma no seu lugar de
9 Finalmente, mas não por último, lutarei com todas as minhas forças pela preservação do
aventura, sem quebras incômodas de continuidade.
Um dia conheci Macunaíma. Que descoberta! Um
grande livro, que deve ser lido e usufruído, mas não
vamos cair na armadilha de propagar esse mito de que
Meio-Ambiente, criação de uma Consciência Ecológica, defesa de um Ecossistema Equili-
brado e adoção de uma Economia Sustentável, com vistas à herança das gerações futuras e à herói brasileiro, que vivia como gente que eu conhecia. o povo brasileiro é um povo sem nenhum caráter.
salvação da natureza como patrimônio de toda a humanidade. Meu tio Diogo era um deles. Livro cheio de humor, Na vida, somos o povo de Amianucam, herói de
instigante, quebra as expectativas, rompe com a reali- muito caráter, daqueles que dão a vida, que lutam até
Quero, finalmente, reafirmar com ênfase, em alto e bom som, que os meus objetivos de dade, um lindo exercício de literatura. a morte pela liberdade, pela igualdade, pela fraternida-
combatente da maturidade continuam sendo os mesmos pelos quais dediquei os meus verdes Pois é, um belo livro. Uma grande obra. Mas o que é de, e pelo socialismo. Lutam para abolir a exploração
anos de juventude e pelos quais deu a vida toda uma geração: a Democracia, a Liberdade, a que me incomoda? Será a tendência a transformar o ca- do homem pelo homem, é coisa séria, digna do povo
Igualdade e o Socialismo. ráter do herói sem nenhum caráter em caráter do povo brasileiro. Povo Amianucam.
3. Dilma e Hildegard As reivindicações a seguir me foram
Duas mulheres brasileiras que nos dão or-
apresentadas antes e durante a
gulho de ser brasileiros.
Uma lutou contra a ditadura e pela liberda-
campanha, considero-as corretas e me
de, deixando um exemplo para a História do comprometo a lutar por sua realização:
Brasil que nos será muito útil na formação de
nossos jovens, quando nossos livros escolares l Acabar com a tortura já;
começarem a contar a verdade sobre aqueles
Coligação: Frente de Mobilização Socialista PSB / PMN CNPJ do candidato: 2168356/0001-18 CNPJ da Gráfica: Jornal do Commercio - 33267642/0001-00 - Tiragem: 15 mil exemplares
tempos. l Abertura dos arquivos da ditadura;
Outra perdeu o irmão, que lutava nas mes-
mas trincheiras de Dilma, e a mãe, que que- l Punição aos torturadores e terroristas de Estado;
ria a verdade dos fatos e denunciou tudo pelo
mundo afora. Foram mortos pelo terrorismo
l Saúde pública de qualidade e sem filas;
de estado que se abateu sobre nossa pátria em l Exploração nacional do pré-sal;
31 de março de 1964. Hoje Hildegard luta para
que esses crimes não caiam no esquecimento. l Reforma Agrária;
Hildegard vem a público agora para pedir
que essa mulher, Dilma, que combateu quan- l Contra os lucros excessivos dos bancos;
do era mais fácil ajoelhar-se, seja eleita presi-
dente do Brasil. l Por uma política urbana de habitações populares;
Em seu depoimento, Hildegard fala sobre o
sentimento de preservação da espécie que tem
l Mais verbas para a educação e ensino de alto nível
a mulher. É verdade, e é por isso que progra- para todos, com salários dignos para os professores;
ma social sério entrega o dinheiro ou os bens
nas mãos delas.
l Contra as bases norte-americanas na América Latina;
Demonstra também, que ao contrário do l Contra as interferências e as invasões dos EUA em
que pensam seus detratores, ter participado da
resistência armada é mais uma razão para vo-
outros países;
tarmos nela. E Hildegard se emociona quando l Exigirei a instalação de escada rolante ou elevador
toca no assunto. E ficamos felizes, nós que es-
tivemos lá, ao ver que Hildegard não perdeu a
em todas as mudanças de nível de todas as estações
ternura. Ela chora, nos levando ao choro. Que de metrô, de modo a permitir o acesso de pessoas com
bom que ainda conseguimos chorar quando deficiências;
falamos de política.
No vídeo, Hildegard prega a importância da l Adaptação de todos os prédios públicos e
memória. O Brasil não se tornou um país sem equipamentos que prestem serviços públicos para o
memória à toa. É mais fácil de dominar, um acesso das pessoas com deficiências;
país que não louva seus heróis ou festeja os
heróis errados. Tenho enumerado os nomes de l Proteção dos idosos e das gestantes;
muitos heróis brasileiros, mas hoje só quero
falar de duas mulheres. l Universalização da Banda Larga no Brasil.
Dilma e Hildegard, duas mulheres brasilei-
ras que nos dão orgulho de ser brasileiros. Comprometo-me também a lutar por todas as
reivindicações que venham assegurar a transparência
da administração pública.
Carlos Eugênio Esquerda, volver
Clemente
4019 Combatente da
Guerra e da Paz