1. PROBLEMAS SOCIOAMBIENTAIS
URBANOS
GEOGRAFIA DO BRASIL
Segregação, favelização, ilhas de calor, inversão térmica são alguns dos
principais problemas socioambientais urbanos.
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A urbanização da sociedade aconteceu de forma desigual em todo mundo. Os países
considerados “centrais” assistiram primeiramente aos seus processos de urbanização,
apesar de outras civilizações antigas também apresentarem o seu espaço urbano. Com o
processo de colonização e o consequente subdesenvolvimento, a urbanização nos países
periféricos consolidou-se apenas em meados do século XX, fruto da industrialização
tardia desses países.
O fato é que os distintos processos de urbanização estão diretamente ligados à
industrialização e todos eles apresentam problemas tanto de caráter social quanto de
caráter ambiental. Boa parte desses problemas não está ligada somente ao processo de
urbanização em si, mas também à má distribuição de renda e às contradições sociais.
Problemas sociais urbanos
Dentre os problemas sociais urbanos, merece destaque a questão dasegregação urbana,
fruto da concentração de renda no espaço das cidades e da falta de planejamento público
que vise à promoção de políticas de controle ao crescimento desordenado das cidades. A
especulação imobiliária favorece o encarecimento dos locais mais próximos dos grandes
centros, tornando-os inacessíveis à grande massa populacional. Além disso, à medida
que as cidades crescem, áreas que antes eram baratas e de fácil acesso tornam-se mais
caras, o que contribui para que a grande maioria da população pobre busque por
moradias em regiões ainda mais distantes.
Essas pessoas sofrem com as grandes distâncias dos locais de residência com os centros
comerciais e os locais onde trabalham, uma vez que a esmagadora maioria dos
habitantes que sofrem com esse processo são trabalhadores com baixos salários.
2. Incluem-se a isso as precárias condições de transporte público e a péssima
infraestrutura dessas zonas segregadas, que às vezes não contam com saneamento
básico ou asfalto e apresentam elevados índices de violência.
A especulação imobiliária também acentua um problema cada vez maior no espaço das
grandes, médias e até pequenas cidades: a questão dos lotes vagos. Esse problema
acontece por dois principais motivos: 1) falta de poder aquisitivo da população que
possui terrenos, mas que não possui condições de construir neles e 2) a espera pela
valorização dos lotes para que esses se tornem mais caros para uma venda posterior.
Esses lotes vagos geralmente apresentam problemas como o acúmulo de lixo, mato alto,
e acabam tornando-se focos de doenças, como a dengue.
Dentre os problemas sociais urbanos, entretanto, o principal é o processo defavelização.
Esse se associa também à concentração de renda, ao desemprego e à falta de
planejamento urbano. Muitas pessoas, por não disporem de condições financeiras para
custear suas moradias, acabam não encontrando outra saída senão ocupar de forma
irregular (através de invasões) áreas que geralmente não apresentam características
favoráveis à habitação, como os morros com elevada declividade.
Ocupação em áreas irregulares no Cambódia
A formação e proliferação de favelas é a principal denúncia das desigualdades sociais
no espaço urbano e são elementos característicos das grandes metrópoles, como São
Paulo, Rio de Janeiro, Cidade do México e muitas outras. Vale lembrar que esse não é
um fenômeno exclusivo dos países pobres. A estimativa da ONU é de que, até 2030,
mais de 2 bilhões de pessoas estarão morando em favelas em todo mundo.
Problemas ambientais urbanos
Muitos dos problemas ambientais urbanos estão diretamente ligados aos problemas
sociais. Por exemplo: o processo de favelização contribui para a agressão ao meio
ambiente, visto que as ocupações irregulares geralmente ocorrem em zonas de
preservação ou em locais próximos a rios e cursos d’água.
3. Ademais, sabe-se que os problemas ambientais, sejam eles urbanos ou não, são produtos
da interferência do homem na natureza, transformando-a conforme seus interesses e
explorando os seus recursos em busca de maximização dos lucros sem se preocupar
com as consequências.
As zonas segregadas, locais mais pobres da cidade, costumam ser palco das
consequências da ação humana sobre o meio natural. Problemas como asenchentes são
rotineiramente noticiados. E a culpa não é da chuva.
Em alguns casos, o processo de inundação de uma determinada região é natural, ou seja,
aconteceria com ou sem a intervenção humana. O problema é que, muitas vezes, por
falta de planejamento público, loteamentos e bairros são construídos em regiões que
compõem áreas de risco. Em outras palavras, em tempos de seca, casas são construídas
em locais que fazem parte dos leitos dos rios e, quando esses rios passam pelas cheias,
acabam inundando essas casas.
Em outros casos, a formação de enchentes está ligada à poluição urbana ou às condições
de infraestrutura, como a impermeabilização dos solos a partir da construção de ruas
asfaltadas. A água, que normalmente infiltraria no solo, acaba não tendo para onde ir e
deságua nos rios, que acumulam, transbordam e provocam enchentes.
Cidade de Brisbane, na Austrália, sofrendo com inundações em 2011
Outro problema ambiental urbano bastante comum é o fenômeno das ilhas de calor,
que ocorre nas regiões centrais das grandes cidades. Tal situação é consequência do
processo de verticalização, ou seja, a formação de prédios que limitam a circulação do
ar e, somada à retirada das árvores, contribui para a concentração do calor. É por isso
que as regiões centrais ou muito urbanizadas estão sempre mais quentes que o restante
da cidade.
Para somar às ilhas de calor, existe também a inversão térmica, um fenômeno
climático que dificulta a dispersão dos poluentes emitidos pela ação humana. Em
4. virtude disso, gases tóxicos pairam sobre a superfície das cidades, provocando doenças
respiratórias e o aumento das temperaturas.
A falta de planejamento público e a ausência de uma maior consciência ambiental
constituem os problemas ambientais urbanos, como a poluição das águas de rios, lagos e
oceanos, o aumento das temperaturas, a ocorrência de chuvas ácidas (fruto da emissão
de gases tóxicos na atmosfera), isso tudo somado às poluições visual e sonora.
Por Rodolfo Alves Pena
Graduado em Geografia
POLUIÇÃO NOS CENTROS URBANOS
GEOGRAFIA
A poluição nos centros urbanos manifesta-se, principalmente, com a
degradação do ar, dos recursos hídricos e dos solos.
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As cidades representam, desde a constituição da modernidade industrial, os principais
centros econômicos, sociais e geográficos do mundo, aglomerando em torno de si a
maior parte de investimentos e serviços. Além disso, segundo a ONU, desde 2007, o
número de pessoas vivendo em espaços urbanos ultrapassou os habitantes residentes no
meio rural, algo já comum em países desenvolvidos e até em boa parte dos emergentes,
incluindo o Brasil.
Todavia, esse desenvolvimento urbano manifesta-se acompanhado por uma série de
problemas, incluindo aqueles de ordem ambiental. Não obstante, apoluição nos centros
urbanos tornou-se uma das problemáticas mais evidentes a serem enfrentadas nas
esferas da qualidade de vida das cidades e também na preservação do meio natural. A
elevada emissão de poluentes tóxicos na atmosfera, além da degradação de recursos
naturais florestais e hídricos, constitui alguns dos principais desafios a serem superados.
5. Nesse sentido, podemos elencar três tipos principais de poluição urbana a serem
combatidos ou reduzidos: a poluição do ar, a poluição hídrica e a poluição e degradação
dos solos. Atenuar os efeitos dessas ações antrópicas no espaço das cidades é de
fundamental importância para garantir aquilo que se denomina por sustentabilidade
urbana, ou seja, a promoção de um desenvolvimento urbano que não comprometa o
meio ambiente para as gerações futuras.
Poluição do ar nas cidades
A poluição do ar é um dos principais agravantes para a redução da qualidade de vida em
muitas cidades do planeta, e isso inclui até mesmo os centros urbanos de países
desenvolvidos. A cidade de Paris, por exemplo, decretou, em março de 2015, a
implantação temporária de um sistema de rodízio de carros em função dapoluição
atmosférica para além dos limites aceitáveis. Problemas semelhantes reproduzem-se em
inúmeras outras grandes capitais do mundo.
No Brasil, as metrópoles e grandes capitais também passam pelos mesmos problemas.
Na cidade de São Paulo, segundo estimativas realizadas por ONGs ambientais, existem
20% mais chances de se sofrer de câncer de pulmão em comparação com espaços
menos poluídos. Tudo isso causado pelo excesso de veículos, indústrias e outros
elementos sociais que emitem uma grande quantidade de poluentes tóxicos para a
atmosfera.
A poluição atmosférica nos centros urbanos também se intensifica pela remoção da
vegetação, no sentido de que áreas arborizadas ou grandes reservas são eventualmente
substituídas por ruas pavimentadas e infraestruturas de mobilidade, como os viadutos. E
isso tudo sem falar das áreas de expansão urbana, que se encontram também cada vez
mais degradadas em sua paisagem natural. Outro “vilão” é a inversão térmica, um
fenômeno atmosférico natural e comum em dias de inverno e em manhãs frias que
dificulta a dispersão dos poluentes.
Poluição hídrica nas cidades
A poluição das águas, sobretudo dos cursos fluviais, ocorre de várias formas. Uma delas
é a excessiva poluição e má destinação do lixo no espaço físico da própria cidade, que
necessariamente integra uma bacia hidrográfica em específico. Assim, em tempos de
chuva, todo o lixo acumulado nas ruas e calçadas é escoado em direção ao curso de
algum rio, que se torna inutilizável.
Além disso, a falta de estrutura ou o planejamento incorreto no destino de resíduos
sólidos também intensificam o problema. As redes de esgoto, muitas vezes, não contam
com estações de destino e tratamento da água, depositando todo o material em grandes
rios e até nos mares, no caso das cidades litorâneas. Isso, além de comprometer a
disponibilidade de água potável, prejudica a preservação de espécies animais e dos
ecossistemas.
6. Destaca-se, também, nesse contexto, o descarte direto de lixo de maneira irregular no
leito dos cursos d'água, o que perpassa por uma má consciência individual e coletiva da
população e também por uma política frágil de fiscalização e preservação dos recursos
naturais em muitos municípios.
Os custos para a despoluição completa desses rios tornam-se impraticáveis para a maior
parte das administrações públicas, o que torna o problema ainda mais grave no espaço
geográfico urbano.
O descarte ilegal de lixo em cursos d'água nos centros urbanos é uma prática bastante comum
Poluição do solo urbano
O solo no espaço das cidades também acaba sendo alvo da elevada poluição, que ocorre
principalmente pelo errôneo manejo dos resíduos sólidos. Nos lixões e nos aterros
sanitários, o acúmulo de lixo urbano gera um líquido poluente chamado de “chorume”,
que infiltra e torna os solos improdutíveis. Além disso, quando atinge o lençol freático,
essa forma poluição compromete também a disponibilidade de água.
Esse problema pode ser combatido com a extinção dos lixões – algo oficialmente
efetuado no Brasil em 2014, mas ainda muito presente na prática – e difusão de políticas
de reciclagem ou reaproveitamento dos materiais descartáveis. No Brasil, esses
procedimentos estão contemplados pela Política Nacional de Resíduos sólidos, mas
ainda se portam como grandes desafios a serem superados.
7. O acúmulo de resíduos em lixões e aterros sanitários compromete os solos urbanos
A inversão térmica é um fenômeno natural que ocorre devido ao
rápido aquecimento e resfriamento da superfície em alguns locais e é
agravado, nos grandes centros urbanos, devido à presença de
poluentes como o gás carbônico.
Como acontece a inversão térmica
Em condições normais o ar presente nos 10 primeiros quilômetros da
atmosfera (troposfera – a altitude varia de 20 a 8 km) costuma
circular em movimentos verticais devido à diferença de temperatura
existente entre o ar das camadas mais baixas e o ar das camadas
mais altas.
8. O ar mais baixo costuma ser mais pesado e quente por causa da
radiação solar. Ele vai se resfriando conforme sobe na troposfera até
atingir a camada chamada de “tropopausa” levando consigo
partículas de poluentes. Enquanto isso, o ar frio desce empurrado
pelo ar quente que está subindo.
Desta forma, temos sempre uma camada mais baixa de ar quente
subindo, acima uma camada de ar frio e, um pouco mais acima, outra
camada de ar mais frio ainda que está descendo novamente.
Acontece que em alguns dias, com mais frequência durante o inverno
quando as noites são mais longas e a umidade cai, a superfície da
terra sobre alguns locais resfria muito rápido criando uma camada de
ar frio abaixo da primeira camada de ar quente.
O ar frio, como é mais denso tende a ficar retido pela camada de ar
quente que está acima dele e a reter todos os poluentes consigo,
uma vez que o ar não circula mais. Assim, temos uma inversão
térmica que costumamos ver sob a forma de uma faixa cinza
alaranjada no horizonte.
O problema da inversão térmica é que quando ela está associada a
altas concentrações de poluentes, pode provocar ou agravar
problemas de saúde, principalmente respiratórios.
Fontes:
http://ciencia.hsw.uol.com.br
http://www.cetesb.sp.gov.br
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