O documento descreve a história do Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa, desde a sua fundação no século XV até obras de restauro no século XX. Foi encomendado por D. Manuel I em 1496 para ser o panteão real da dinastia de Avis-Beja. A construção começou em 1501 sob a direção dos arquitetos Diogo de Boitaca e João de Castilho. Após ter servido como mosteiro até 1833, passou por diversas reformas arquitetônicas ao longo dos séculos XIX e XX.
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• 1496
– D. Manuel I faz um pedido à Santa Sé para construir um grande
mosteiro à entrada de Lisboa, perto das margens do Tejo;
– O mosteiro seria dedicado à Virgem de Belém.
• Motivo
– Criação de um panteão para o ramo dinástico - Avis-Beja.
• Mosteiro
– Substituiu uma igreja que existia no mesmo local;
– Era dedicada a Santa Maria de Belém ;
– Os monges da Ordem de Cristo prestavam assistência aos
mareantes em trânsito.
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• 1501
– Início dos trabalhos;
– Foram custeadas por D. Manuel I
• "Vintena da Pimenta" (aproximadamente 5% das receitas
provenientes do comércio com a África e o Oriente, o equivalente
a 70 kg de ouro por ano);
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• Arquitectos/responsáveis pela obra
– Diogo de Boitaca (c.1460-1528);
– João de Castilho (c.1475-1552);
– Diogo de Torralva (c. 1500-1566);
– Jerónimo de Ruão (1530-1601).
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• Ordem Monástica
– Monges da ordem de S. Jerónimo;
– Funções:
• rezar pela alma do rei;
• prestar assistência espiritual aos mareantes e navegadores;
– 1833
• A ordem foi dissolvida;
• O espaço foi desocupado.
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• 16 de Julho de 1604
– alvará de Filipe II de Portugal - proibe o enterramento de outras
pessoas a não ser religiosos da Ordem.
• 1640
– é construída a Livraria do Mosteiro, por ordem do Prior do Mosteiro
Frei Bento de Siqueira.
– Restauração da Independência de Portugal (1640):
• Volta a ser panteão real,
• 1682
– reinado de D. Pedro II
• foram colocados nas Capelas do Transepto os corpos do rei D. Sebastião e
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do Cardeal D. Henrique.
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• 1755
– Terramoto de Lisboa;
– Só a balaustrada e parte do chão do coro alto ruíram;
– As obras de reparação iniciaram imediatamente.
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21. Batty, Robert Mosteiro de Santa Maria de
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Belém - Jerónimos). Gravura aberta a aço, 1832
22. Vicente Urrabieta y Ortiz (1813-1879) Reunida em Lisboa a soberba armada
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Espanhola que se chamou Invencível litografia aguarelada 1850
23. Mosteiro dos Jerónimos
• 1833
– decreto de 28 de Dezembro;
– Secularização do Mosteiro dos Jerónimos;
– Entregue à Real Casa Pia de Lisboa - instituição de acolhimento de
órfãos, mendigos, e de desfavorecidos.
– A Igreja passa a servir de igreja paroquial da nova freguesia de Belém.
• 1860
– Início das obras de remodelação do Mosteiro :
• levantamento e desenho da fachada sul do Mosteiro pelo arquitecto
Rafael Silva e Castro;
• demolição do tanque do claustro, os tabiques das galerias e a cozinha do
Mosteiro.
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• 1867 e 1878
– Os cenógrafos italianos do
teatro de S. Carlos, Rambois e
Cinatti reformulam o anexo e a
fachada da igreja;
– Em 1875, dá-se o início da
construção da Torre do Relógio.
O projecto previa três corpos
sobrepostos, com mais de cem
metros de altura.
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27. - 1878 - derrocada do corpo
central do dormitório.
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– Demolição da galilé e a
sala dos reis,
construção dos
torreões do lado
nascente do dormitório,
a rosácea do coro-alto e
substituir a cobertura
piramidal da torre
sineira por uma
cobertura mitrada;
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31. Mosteiro dos Jerónimos
• A partir 1884
– Obras sobre a direção do Eng. Raymundo Valladas
• restauro do Claustro;
• Sala da Capítulo:
– construção da respectiva abóbada.
• 1898
– IV Centenário da chegada de Vasco da Gama à Índia;
– Conclusão das obras de restauro.
– Os túmulos de Vasco da Gama e Luís de Camões
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36. Mosteiro dos Jerónimos
• 1899
– o anexo que passa a servir de Museu Nacional da Indústria
e Comércio;
• 1900
– O Museu Etnológico Português passa a ocupar as
instalações do anexo.
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• 1940
– Exposição do Mundo Português
• 1983
– Mosteiro dos Jerónimos é classificado como património da
humanidade pela UNESCO.
• 1985
– Assinatura do tratado de Adesão de Portugal
à Comunidade Económica Europeia
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• Igreja
– planta em cruz latina;
– três naves à mesma altura (igreja salão);
– única abóbada polinervada assente em seis pilares de base
circular.
– Nartex:
• túmulos de Vasco da Gama (esq) e de Luís de Camões (dir
– Transepto
• Braço esquerdo - restos mortais do Cardeal-Rei D. Henrique e os
dos filhos de D. Manuel I
• Braço direito - o túmulo do Rei D. Sebastião e dos descendentes de
D. João III.
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52. • Capela-mor
– andada construir
por D.
Catarina, mulher
de D. João III, em
1571;
– Obra de Jerónimo
de Ruão,;
– Estilo maneirista.
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53. Mosteiro dos Jerónimos
– Túmulos
• nas arcadas abertas entre os pares de colunas laterais,
encontram-se, assentes sobre elefantes de mármore:
– os túmulos de D. Manuel I e D. Maria, à esquerda (do lado do
Evangelho)
– D. João III e D. Catarina à direita (do lado da Epístola).
– Retábulo
• Autoria de Lourenço de Salzedo (1572-1572)
• Cenas da Paixão de Cristo e a Adoração dos Magos.
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• Portal Sul
– Construído entre 1516 e 1518 por João de Castilho;
– Segue o projecto de Diogo de Boitaca
– É apenas uma entrada lateral.
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57. • Iconografia
– A figura central é Nossa
Senhora de Belém com
o Menino, ostentando
na mão o vaso das
oferendas dos Reis
Magos.
– Ladeando a
Virgem, uma multidão
de estátuas representa
os profetas, os
apóstolos, os doutores
da Igreja e algumas
santas (ou talvez
sibilas).
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58. – Nos tímpanos
figuram duas
cenas da vida de
S. Jerónimo
• com vestes de
cardeal
arrancando o
espinho da pata
do leão e como
penitente no
deserto.
• sobre o tímpano
estão
representadas as
Armas de
Portugal.
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59. • Entre as portas
geminadas da
Igreja, uma estátua
representa o Infante D.
Henrique armado
cavaleiro
• Dominando este
conjunto, ao alto, a
imagem do Arcanjo São
Miguel.
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• Portal Principal
– Mais pequeno e menos aparatoso que o Portal Sul
– Está orientado a Nascente;
– Foi projectada por Diogo de Boitaca e executada por Nicolau
Chanterenne em 1517.
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62. A encimar o portal estão três nichos que acolhem
conjuntos de estatuária com cenas do nascimento de
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Cristo (Anunciação, Natividade e Adoração dos Magos);
63. • Lateralmente estão
as estátuas orantes
dos reis fundadores,
com suas respectivas
insígnias e seus
santos patronos:
– do lado esquerdo D.
Manuel I com São
Jerónimo
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64. • do lado direito, a
rainha D. Maria, sua
segunda mulher, e
São João Baptista
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• Claustro
– Projectado por Diogo de Boitaca;
– Continuado por João de Castilho a partir de 1517;
– Concluído por Diogo de Torralva entre 1540 e 1541.
– Estética
• duplo piso abobadado e planta quadrangular;
• decoração a originalidade
– conjuga símbolos religiosos (elementos da Paixão de Cristo, entre
outros), régios (cruz da Ordem Militar de Cristo, esfera
armilar, escudo régio) e elementos naturalistas (cordas e motivos
vegetalistas que coabitam com um imaginário ainda medieval, de
animais fantásticos).
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69. Mosteiro dos Jerónimos
• Refeitório
– Construído entre 1517 e 1518 pelo mestre Leonardo Vaz e
seus oficiais;
– Tem abóbada polinervada e abatida.
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73. Mosteiro dos Jerónimos
• Sacristia
– Obra do arquitecto João de Castilho, a Sacristia foi
construída entre 1517 e 1520;
– Sala ampla, em que a abóbada irradia de uma coluna
central renascentista, na qual se notam vestígios do antigo
lava-mãos.
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75. Mosteiro dos Jerónimos
• Confessionários
– São doze os antigos confessionários;
– mas duas delas estão actualmente encobertas pela Capela
do Senhor dos Passos.
– O confessor que entrava pelo Claustro, e o penitente que
entrava pela Igreja, ficavam separados por uma grade de
ferro.
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78. Mosteiro dos Jerónimos
• Coro-alto
– anterior a 1551
– destinou-se às actividades fundamentais dos monges da
Ordem de São Jerónimo - orações, cânticos e ofícios
religiosos - pois a Sala do Capítulo só ficou terminada no
século XIX.
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