4. “Uma Mulher” apaixonada e apaixonante,
que faz com que a gente se sinta em casa
ao ler seus escritos, pois ela é uma mulher
próxima da gente e nos faz sentir a
sensação de que está conversando conosco.
4
8. Teresa nos diz: “Quanto mais santas, tanto mais afáveis nas
conversas”. Ser afável no saber tratar com os outros, é caminho
da santidade. Ser afável no tratar com os outros, é um jeito bonito
de atrairmos as pessoas para Aquele a quem amamos, o
próprio Deus.
8
9. De repente, para nós, o que o outro nos fala, “é pura bobagem”.
Mas, se o que ele tem para nos falar, se aquilo o incomoda no
seu interior, isso “não é bobagem”. Isso é problema que dói, que
fere e que machuca. E nós precisamos saber acolher esta
pessoa, para que ela possa recuperar o ânimo e continuar a sua
caminhada.Vivendo e convivendo com afabilidade e
cordialidade,estaremos descobrindo um jeito bonito de sermos
“Amigos fortes de Deus”.
9
10. Teresa nos diz: “Bendito sejais para sempre, porque,mesmo
quando Vos deixei, Vós não vos afastastes de mim por inteiro,
dando-me sempre a mão para que eu voltasse a levantar; muitas
vezes, Senhor, eu não a queria, nem procurava ouvir quando me
chamáveis...”
(Livro da Vida 6,9)
10
11. Como é lindo ver esta mulher, revelando que Deus a amava,
mesmo diante das infidelidades que ela tinha para com Ele.
Quantas vezes, na vida, o mesmo continua a
acontecer com a gente. Quantas vezes, por mais agraciados que
sejamos pelo Amor de Deus, nós também parecemos não querer
pegar na mão de Deus para seguirmos nossa caminhada.
11
12. Com Teresa de Jesus, diga a Deus: “Bendito sejais para sempre,
porque, mesmo quando Vos deixei, Vós não vos afastastes de
mim por inteiro, dando-me sempre a mão para que eu voltasse
a me levantar; muitas vezes, Senhor, eu não a queria, nem
procurava ouvir quando me chamáveis...”.
Tenhamos humildade, tenhamos confiança, saibamos ser
agradecidos e então, faremos esta experiência fantástica de
sermos “AMIGOS FORTES DE DEUS”.
12
13. De um modo muito simples, prático e profundo, Teresa de Jesus
nos fala sobre a pessoa de Jesus amarrada na coluna. Ela nos
convida a pensarmos e refletirmos sobre os sofrimentos que Ele
teve e com que amor os suportou. E no Livro da Vida 13, 22,
Teresa de Jesus nos deixa esta frase lapidar:
“Olha que Ele te olha”.
13
14. Hoje, Teresa de Jesus, repete este alerta tão importante:
“Olha que Ele te Olha”.Quando você se sente cansado,
desanimado e sem vontade de seguir adiante, “olha que Ele te
olha” e, neste olhar, sinta a força e a graça que Ele transmite para
que você não pare no meio da caminhada.
14
15. Quando você se sente revoltado e indignado, diante da violência
que trucida tantas vidas, de uma forma selvagem e desumana,
“olha que Ele te olha” e, neste olhar, sinta que Ele transmite a
você a força de alguém que sofreu todo tipo de violência, mas
que venceu esta violência com a força da vida e do amor.
15
16. Quando você se perguntar se vale a pena cultivar uma amizade
sincera, leal e transparente, “olha que Ele te olha”e, neste olhar,
sinta que Ele está lhe dizendo: Eu não te chamo de empregado.
eu te chamo de amigo. Coragem. Não tenha medo. Sou eu!
16
17. Em todos estes olhares, sinta o quanto você é uma pessoa
querida e amada por Jesus. E nesta certeza, continue a sua
caminhada, pois na medida em que você deixar que Ele te olhe,
nesta mesma medida você vai sentindo a imensa alegria de ser
uma pessoa “AMIGA FORTE DE DEUS”.
17
19. Para Teresa de Jesus a amizade humana era fundamental. Ela
vivia intensamente suas amizades. Vibrava com estas amizades.
Também, por elas, muitas vezes sofria terrivelmente.
A partir desta experiência humana, Teresa vive a unidade
com Deus, como com um amigo.
19
20. É ela que nos diz: “Ó meu Senhor, como sois o amigo
verdadeiro...Quando quereis, podeis e nunca deixais de querer
quem Vos quer...Feliz quem puder percorrer todo o universo para
dizer o quanto sois fiel aos vossos amigos...Pouco deixais sofrer
quem Vos ama...Ó Senhor meu, com que delicadeza, polidez e
sabor sabeis tratar vossos amigos...” (Livro da Vida 25,17).
20
21. A vida de oração de Teresa está alicerçada num trato de amizade.
Na verdade, Teresa convive com Deus. Ele faz parte de sua vida
e, sem Ele, Teresa já não mais consegue viver.
Como é maravilhoso este modo de se relacionar com Deus!
21
22. Como faz bem sentirmos que Deus está conosco e nos envolve
inteiramente, a tal ponto que o sentimos muito nosso, muito em
nós e nós totalmente n’Ele.
Quando acontece esse tipo de relacionamento com Deus,
então “explode” em nós uma confiança inquebrantável.
22
23. Tentemos olhar para Deus, repetindo como Teresa estas
maravilhosas palavras: “Ó Senhor meu, com que delicadeza,
polidez e sabor sabeis tratar vossos amigos”. E, quanto mais nós
deixarmos Deus nos amar, tanto mais iremos sentir esta imensa
alegria de sermos “Amigos Fortes de Deus”.
23
24. “Amar e ser amado” é uma das necessidades vitais do ser
humano. Teresa de Jesus é uma mulher que soube direcionar
toda a sua capacidade de amar, para o verdadeiro Amor, o seu
Amor. Porque amava a Jesus e, porque, por Ele se sentia amada.
Teresa reflete a alegria de viver em todos os momentos de sua
existência.
24
25. Em um mundo que distrai o nosso olhar para tantos momentos
fugazes e ilusórios, Teresa nos faz novamente um convite:
olhe fixamente para Jesus, deixe-se amar por Ele.
Olhar para Jesus e ficar “de olhos fixos n’Ele”, como nos diz São
Paulo, é um jeito bonito de viver um relacionamento
verdadeiramente apaixonado.
25
26. Ser apaixonado por Ele, não é um romantismo de adolescente.
Ser apaixonado por Ele, é saber que eu posso amar o Amor e,
especialmente, que o Amor sempre nos ama.
Ser apaixonado por Ele, é manter os olhos fixos no Senhor,
sabendo descobri-lo em todos os fatos e acontecimentos do meu
viver. Ser apaixonado por Ele é deixar-se abraçar pelo Amor e
neste abraço sentir que Ele me fala: “Eu te acolho, eu te amo,
com tudo isso que és e me entregas. Deixa-me te amar”.
26
27. Fantástico: o nosso Deus é um Deus apaixonado!
Deixe Deus olhar para você. Não fuja desse olhar.
sinta que você é uma pessoa amada e que, mesmo no meio de
suas limitações, Deus faz de tudo, para que você olhe para Ele.
27
28. Neste encontro de olhares, você irá sentir que ama a Deus e,
especialmente, que é uma pessoa amada por Ele.
Fazendo esta experiência de amar e ser amada, você acabará
sentindo sempre mais a alegria de ser
“AMIGO FORTE DE DEUS”.
28
30. “Ascese deriva da palavra latina ascendere, que significa “subir”.
A ascese implica em ter um projeto de vida mais elevado.
Vai além do aqui e agora. A ascese fala de transcendência.
Significa não viver do jeito que os outros querem que eu viva e
isso quer dizer, não reagir e não ofender o outro, do modo como
fomos ofendidos.
30
31. Teresa de Jesus nos mostra um jeito leve, bonito e suave de
sermos pessoas ascéticas. Na verdade, o humanismo e a
simplicidade, jeito teresiano de ser e de viver, nos mostram este
modo suave e afável de viver o evangelho de Jesus.
31
32. Ser uma pessoa ascética, não é ser uma pessoa que está de mal
com a vida e com o mundo, só porque este mundo não vive os
valores que achamos serem fundamentais para chegarmos ao
essencial. Ser uma pessoa ascética, não é ser alguém que vive
em conflito com o mundo ou que se dá o direito de julgá-lo e até
condená-lo.
32
33. A pessoa ascética, do jeito de Teresa, é capaz de subir,
mas sempre animando e mostrando aos outros que eles
também podem subir, se desejarem alcançar esse jeito
novo de viver a vida.
33
34. Um jeito bonito de viver a ascese é este que Teresa nos mostra:
uma ascese na qual saibamos partilhar com os outros, tudo o que
Deus nos deu. E vivendo esta partilha, iremos viver uma ascese
que nos fará sentir a imensa alegria de sermos
“AMIGOS FORTES DE DEUS”.
34
35. Jesus Cristo, ao convidar os apóstolos para segui-LO, usa o verbo que indica
movimento: “VINDE”! Após três anos de catequese, ao despedir-se deles, usa
outro verbo que também indica movimento: “IDE”!
A Igreja de Jesus é dinâmica , sempre em movimento, buscando transmitir uma
mensagem atual que venha responder às esperanças e alegrias, às angústias
e sofrimentos do homem de nossos tempos.
35
36. Fidelidade é algo maravilhoso. Porém, a fidelidade só é
verdadeira, quando ela produz fecundidade. Uma fidelidade estéril
pode ser motivo de orgulho para quem a pratica, mas não nos
leva ao compromisso evangélico de sermos promotores de mais
vida para todos.
36
37. A este respeito, nossa querida Teresa de Jesus, assim nos fala: “ao fazer
alguma coisa boa ou vendo outros fazê-la, logo pensava Naquele que é a fonte
de todo o bem e compreendia como, sem Sua ajuda, de nada somos capazes.
Isso a levava a louvar continuamente a Deus e, de modo geral, a não lembrar-se
de si quando praticava boas ações”, (Primeiras Moradas, 2,5).
37
38. Teresa nos mostra que, saber agradecer, é um jeito bonito, simples e profundo
de louvar. Saber agradecer é louvar com toda a humildade ao Deus da vida,
pois temos consciência de que tudo vem d’Ele e é Ele que nos dá condições
de fazermos o bem. Toda pessoa agradecida, sempre é uma pessoa simples e
humilde. Simples, porque nunca se considera a protagonista das coisas.
Humilde, porque sabe de onde nasce e de onde vem, o bem que ela pratica.
38
39. Num mundo de tanta comercialização, de tanto troca-troca,
Teresa nos mostra um caminho de paz e de felicidade: o caminho
da gratidão. Saber agradecer é um jeito simples, bonito e
encantador de ser uma pessoa “AMIGA FORTE DE DEUS”.
39
40. Esta fantástica mulher, Teresa de Jesus, assim nos diz: “Ao dar-se a Deus, o
coração não perde sua natural ternura. Pelo contrário, essa ternura cresce ao
tornar-se mais pura e mais divina”. Quanto mais verdadeiramente humanos
nós formos, tanto mais de Deus nos tornamos. Na verdade, podemos dizer que
uma pessoa é humana, não porque é espiritual e sim, uma pessoa é espiritual,
porque é humana.
40
41. O amor para com Deus deve tornar-se ternura para com os irmãos e irmãs.
Quanta falta faz esta ternura no nosso relacionamento com as pessoas.
Por falta de ternura, quanta agressividade.
Por falta de ternura, quanta espiritualidade vazia.
Por falta de ternura, quanta superficialidade.
Por falta de ternura, quanta desumanidade.
Cultivar a ternura é saber cultivar um coração de carne, compassivo, que não
pare nos sentimentos, mas que nunca negue estes mesmos sentimentos.
Se nós olharmos para Jesus descobriremos a ternura que existia dentro de sua
vida e de seu relacionamento.
41
42. Com certeza, Teresa de Jesus, hoje nos diz: “Cultivem a ternura, vivam com
ternura, atraiam pela ternura e quanto mais vocês se relacionarem com
ternura, tanto mais vocês acabarão se tornando
“AMIGOS FORTES DE DEUS”.
42
43. “Nada te perturbe
Nada te espante
Tudo passa,
Só Deus não muda.
A paciência tudo alcança
Quem a Deus tem,
Nada lhe falta.
Só Deus basta”!
43
44. Uma palavra que fazia com que Teresa enfrentasse com ousadia em todos os
seus empreendimentos. Uma palavra que fazia com que Teresa enfrentasse
todas as dificuldades com a alegria de saber que não estava sozinha. Uma
palavra que fazia com que Teresa iniciasse todo dia, como um novo dia.
Vivemos momentos de tanta incerteza, de tanta desconfiança. Nestes
momentos, precisamos buscar esta certeza e confiança n’Aquele que nunca
nos decepciona.
44
45. Num mundo de tantas incertezas, como Teresa de Jesus, busquemos a
segurança em Deus, com confiança e convicção, e tenhamos a certeza de que
vale a pena sermos “AMIGOS FORTES DE DEUS”.
45
46. O amor de Deus não é uma teoria. O amor de Deus não é uma ilusão! Deus me
ama de verdade. E quanto maior é a pobreza daquele que estende a mão,
tanto maior é o presente daquele que entrega. Quanto maior é a minha
necessidade, maior é o seu dom, porque Ele me ama. Não importa o que você
tem para Deus. O que importa é o que Deus tem para dar a você.
46
47. Quando deixamos Deus nos olhar, então sim, iremos descobrir e perceber o
que Deus nos pede. E, ao tomarmos consciência disso, muitas coisas
começam a mudar no nosso jeito de viver e de nos relacionarmos com os
outros. Na vida, muitas vezes, quando se fala demais, é porque não se quer
dar oportunidade para que o outro nos fale algo que não queremos ouvir.
Na oração, muitas vezes, falamos demais, porque “dói” deixar Deus nos olhar
e tocar naquela “ferida” que não queremos que seja tocada.
47
48. E, com isso, rezamos, mas não nos transformamos.
Usar de criatividade na oração, não é tanto fazer coisas novas, mas sim, é
deixar-se olhar pelo Amor. Em nossa vida de oração, tentemos ser mais
criativos: falemos um pouco menos e ouçamos um pouco mais.
Quem sabe, deixando que Deus nos olhe, acabaremos sentindo de uma
forma muito profunda a imensa alegria de sermos
” AMIGOS FORTES DE DEUS!”
48
49. É fundamental que a alma, para livrar-se dos prazeres e ardis do demônio,
decida desde o início seguir com determinação e sem querer consolações,
o caminho da cruz.
O Senhor revelou esta trilha da perfeição ao dizer:
“Toma tua cruz e segue-me”. (Caminho da Vida 15,13).
Isso que nossa Santa Teresa de Jesus nos falou, foi dito aos jovens e cristãos
do mundo inteiro pelo Papa Bento XVI na XXVI Jornada Mundial da Juventude,
realizada na capital da Espanha, em Madri.
49
50. Assim dizia o Papa: “Queridos amigos, a cruz geralmente provoca medo,
porque parece ser a negação da vida. Na verdade, é o contrário. A cruz é o
“sim” de Deus ao homem. A cruz é a expressão máxima de seu amor e é a
fonte de onde emana a vida eterna. De fato, do coração de Jesus aberto na
cruz, brotou a vida divina, sempre disponível para quem aceita olhar ao
Crucificado.
50
51. Na verdade, quem segue Jesus Cristo, não tem opção de aceitar ou não
aceitar a cruz. Tomar a cruz não é opcional, mas faz parte de todo o discípulo
de Jesus Cristo. Nossa amada Teresa de Jesus e o Papa Bento XVI, em
épocas tão distantes e tão diferentes, nos fazem o mesmo apelo e o mesmo
desafio: num mundo marcado pelo ídolo do prazer, onde a realidade cruz
parece ser temida e até mesmo detestada, somos convidados e desafiados a
carregarmos a cruz de cada dia, dando um sentido
corredentor e libertador ao nosso sofrimento.
51
52. Somos convidados a penetrarmos e descobrirmos o sentido do mistério da
cruz e, a partir do momento que acontecer isso, acabaremos descobrindo um
jeito de, mesmo no meio do sofrimento, sermos
“AMIGOS FORTES DE DEUS”.
52
53. Nossa Teresa de Jesus assim diz as suas irmãs: “recordemo-nos de nossos
padres do passado , os eremitas, cuja vida pretendemos imitar: que terão eles
enfrentado de dores e a sós, bem como frio, fome, sol e calor, sem ter a quem
53
se queixar senão a Deus? Pensais que eles eram de ferro?
Pois eram tão delicados como nós”.
(Caminho de Perfeição 11,4)
54. Teresa de Jesus é fantástica neste seu modo de falar e de “cobrar” mais garra,
mais coragem e mais ousadia de suas irmãs. Quem sabe, nos dias atuais,
esteja faltando em todos nós um pouco mais de “vontade de vencer”, um
pouco mais de “pique para seguir adiante”, um pouco mais de “ousadia”
54
para perseverar.
55. Quem sabe seja importante a gente se deixar questionar por Teresa e diante
dos sofrimentos que a vida nos apresenta, diante das dificuldades que
encontramos, diante da tentação de desânimo que nos convida a parar, diante
da dor que parece não termos forças de suportar, deixemos Teresa nos
apontar para aqueles santos do passado e, apontando para eles, ela nos
55
pergunte: “Por acaso, vocês acham que eles eram de ferro?”.
56. Se você descobrir que seguir Jesus é o caminho da felicidade, mas nunca da facilidade,
56
então sim, você vai acabar uma pessoa “AMIGA FORTE DE DEUS”.
57. No livro das Fundações, Teresa assim escreve: “Estando eu um dia, depois de
comungar, mergulhada em muitas dúvidas e sem determinação em fazer novas
fundações de Carmelos, supliquei a Nosso Senhor que me iluminasse para que
em tudo eu fizesse a sua vontade, porque mesmo sentindo fraqueza, em nada
ela me atingia no sentido de me fazer recuar um milímetro no desejo que
57
existia dentro de mim.
58. Então, disse-me Nosso Senhor, num tom de repressão: - O que temes?
Quando é que eu te abandonei? O mesmo que tenho sido sempre, o sou
58
também agora. Por isso, não deixa de fazer estas duas fundações”.
(Livro das Fundações 29,6).
59. Vivamos um amor que saiba arriscar-se
e, com esta atitude, iremos descobrir uma
linda forma de sermos “AMIGOS
59
FORTES DE DEUS”!
60. Um dos grandes perigos que todos corremos é o de vivermos a nossa vida,
olhando apenas para nós mesmos. No máximo, às vezes, voltados para aquilo
que nos cerca e faz parte de nossa vida, dos nossos relacionamentos do
dia-a-dia. Tudo isso é importante, mas ao mesmo tempo, é perigoso.
60
61. 61
É perigoso viver desse jeito, pois vivendo desta forma, acabamos
esquecendo-nos de abrir a janela de nossa mente e de nosso coração para a
globalidade, para o mundo todo e todo o mundo. Teresa de Jesus é “Uma
mulher global”, pois mesmo que viva no pequeno espaço físico de uma
clausura, isto é, quase que sempre fechada dentro das paredes de um
Carmelo, Teresa tem sua mente e o seu coração abertos para o que acontece
na realidade do mundo.
62. Amigo: deixe Teresa olhar para você e escute no silêncio o que esta mulher
quer lhe dizer: “Pare de olhar apenas para suas coisinhas, para o seu
mundinho. Cultive um coração com mais espaço para acolher o mundo e
fazendo isso você sentirá de uma forma bem concreta a beleza de sermos
62
“AMIGOS FORTES DE DEUS”.
64. O que significa caminhar? Quando caminhamos, para onde vamos? Na
caminhada que fazemos, o que buscamos? E, principalmente, na caminhada
64
que realizamos, a quem é que seguimos?
65. Jesus nos diz: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (João 14,1- 4).
Caminhar no seguimento de Jesus é o grande desafio que nos é apresentado.
Caminhar no seguimento de Jesus significa caminhar com e como Jesus.
Identificar-se com Cristo, do jeito de Teresa, é caminhar com e como Cristo.
E, na medida em que fizermos a caminhada deste jeito, é certo que iremos
65
descobrindo sempre mais, a alegria de sermos,
“AMIGOS FORTES DE DEUS”.
66. 66
Mundo de tantas mentiras e falsidades.
Mundo de tantos enganos e traições.
Mundo de tantas corrupções e podridões.
Dentro deste mundo, quem sabe, quantas vezes já nos perguntamos se ainda
tem sentido buscar a verdade, viver a verdade, a lealdade, a sinceridade?
Diante deste questionamento tão profundo, por tocar o mais íntimo de nós
mesmos, precisamos tomar consciência de que é neste mundo e dentro desta
realidade que nos envolve, que precisamos aceitar e assumir o desafio de
vivermos a verdade.
67. Teresa de Jesus nos diz: “A verdade padece, mas não perece”. E ela
acrescenta: “Quem verdadeiramente ama a Deus, não ama senão a
verdade”.(Caminho de Perfeição 40,3). Quem ama a verdade; quem busca a
verdade; quem vive a verdade, sempre está no caminho de Deus. Mesmo que
tenha que sofrer e ser injustiçado, quem vive a verdade, sempre sentirá a paz
67
dentro de si, pois a verdade faz com que a pessoa
sinta dentro dela a serenidade e a paz.
68. Amigos: mesmo que tenhamos que sofrer por causa da verdade, nunca
podemos abandoná-la. É preferível sofrer dentro da verdade, a viver “a alegria”
dentro da mentira. Recordemos sempre do que nos diz Teresa de Jesus: “A
verdade padece, mas não perece.” Tendo presente este lema e praticando a
verdade, “ o alimento de nossa alma” e com a verdade iremos sentir a imensa
68
alegria de sermos “AMIGOS FORTES DE DEUS”.
73. 73
Teresa e Enrique, dois grandes “AMIGOS FORTES DE DEUS”.
Teresa de 1515 e Enrique de 1840, viveram em épocas diferentes da história
mas sentiram as mesmas inquietações na busca de conhecer e amar Jesus.
Entregaram gratuitamente suas vidas para que Ele, o seu Senhor, realizasse a
obra. Foram atraídos pelo Amor que lhes roubou o coração e selaram ali o
compromisso de AMAR para que outros tivessem
VIDA E VIDA EM ABUNDÂNCIA.
74. O amor-amizade como espaço pedagógico onde exercitamos livremente as
nossas relações interpessoais, faz com que nos aproximemos cada vez mais
do ideal maior que uniu Enrique a Teresa em um mesmo propósito: conhecer e
74
amar Jesus para torná-lo conhecido e amado.
76. Somos todos convidados a continuar a escrever a história deste grande sonho
76
e projeto, com os milhares de Enriques e Teresas que estão
presentes em todas as escolas e espaços de inclusão da FAMÍLIA
TERESIANA. Selar mais uma vez este compromisso
de transmitir as futuras gerações o que estamos vivendo, para que também
outros venham a tornar-se “AMIGOS FORTES DE DEUS!”.
77. Deus conhece o nosso coração e nos oferece a sua amizade incondicional.
Faz-nos o convite para abraçarmos com fé e alegria este grande momento que
já estamos vivendo. Celebrar o V Centenário de nascimento de Teresa de
Jesus é entrar em sintonia com a fonte primeira e ali resgatar a grande riqueza
que nos chega às mãos: os frutos de uma obra que ainda não está acabada.
77
78. Cabe-nos ir descobrindo por quais meios e métodos vamos dar continuidade a
esta missão que é de todos nós. Somos uma Família centenária que procura
adaptar-se aos novos tempos, renovando-se gradativamente, reaprendendo a
78
ler os sinais de uma nova época onde a inclusão é a palavra chave.
79. O carísma e a espiritualidade Teresiana se atualizam e se renovam com um
olhar mais amoroso, inclusivo, participativo, como assim pensou e realizou a
TERESA de todos nós. Neste horizonte ora globalizado em que vivemos,
saímos de nossas casas para servir e nos enriquecermos com outros.
79
80. Vamos fazendo caminho na participação e corresponsabilidade. Sentimo-nos
mais irmãos e irmãs e, por isso, as nossas relações são cada vez mais
circulares. Estar em conexão e criar enlaces vai-se convertendo em dinâmica
80
de vida.
81. 81
Reconhecer a vida na nossa história e valorizar a riqueza da nossa
espiritualidade faz com que nos sintamos agradecidos por todos aqueles que
contribuíram ao longo destes quinhentos anos, para que o sonho de TERESA
DE JESUS, através de Enrique de Ossó, chegasse até nós. Quantos rostos,
culturas, lugares, encontros, foram marcados por este mesmo sentimento...
Obrigado, Senhor, por saber que somos também os frutos deste sonho!
83. Querida Família Teresiana: é tempo de DESPERTAR, acolher através da
oração, os sinais visíveis de uma caminhada que está sendo construída em
uma dimensão evangélica e missionária, sair de si para ir ao encontro do outro.
São muitos os corações que, batendo em sintonia, desejam ardentemente
viver aqui e agora a experiência de amar e partilhar a presença do AMOR que
83
se dá a nós através de gestos, palavras, ações...
84. Somos convidad@s a DESCOBRIR E PARTILHAR nossas experiências e
vivências na oração, na leitura orante capaz de transformar o coração e levá-lo
a um compromisso concreto de ação libertadora, contagiar a outros tantos que
ainda não conhecem Teresa e sua proposta fantástica para tocar as mentes e
corações de uma sociedade bombardeada por contra-valores que não
84
dignificam a pessoa humana.
85. É tempo de CELEBRAR E CONVIDAR a que tod@s sentem na mesa da
partilha para saborear os frutos de uma herança recebida: Teresa de Jesus.
Agradecermos a universalidade do Carisma Teresiano, cada vez mais
globalizado e enraizado em diferentes culturas nos cinco continentes. Viver e
celebrar a presença transformadora e sempre atual de Deus em nossa
caminhada diária. A presença do Reino, onde todos se sintam acolhidos e
amados. Sentirmos o amor e a amizade que Jesus tem por cada um de nós...
85
86. A partir de tudo o que ouvimos, vivemos e celebramos, somos convidad@s a
86
avançar para promover e consolidar o nosso propósito de viver o
TERESIANISMO sob uma ótica partilhada e includente, pois na mesa do Pai
há lugar para todos. Suscitar e alimentar as novas sementes que surgiram, por
menor que sejam, para serem cuidadas, alimentadas e assim poderem se
tornar ramos fortes na árvore que dá muitos frutos e alimenta a tod@s.
87. Mãos à obra. Que nossas santas obras não se atrasem pela falta de
recursos. Jamais se viu um empreendimento iniciado com a bênção de Deus,
87
e com o fim de zelar a sua hora, que fosse menosprezado e que
se perca por falta de recursos. Se decaí, é mais por motivo de apoiar-nos
demasiadamente na ajuda das pessoas, “palitos secos”,
que ao se colocar neles algum peso de contradição, se quebram.
Em Deus a confiança, e com reta intenção, tudo venceremos.
88. (...) Animemo-nos com o exemplo de Teresa: “Fé viva, que faz alcançar as
coisas grandiosas de Deus. Deus é amigo de almas animadas com tal que
caminhem com humildade e nenhuma confiança em si mesmas. Ter grande
confiança, porque convém muito não diminuir os sonhos. Parece que Deus
espera somente nossas primeiras determinações, para Ele, depois realizar a
sua obra. Tudo se pode em Deus, diz São Paulo; e Santo Agostinho:
Dai-me Senhor, o que me mandas, e manda o que quiseres. Pensemos muitas
vezes que São Pedro nada perdeu ao atirar-se ao mar, apesar de ter duvidado
88
depois. Estas primeiras determinações são grande coisa”.
Prove-o quem não o crer (Revista Teresiana, Março de 1873).
89. Amig@s: Uma Mulher – Reflexões para sermos amigos fortes de Deus foi o
fio condutor que fez a apresentação e homenagem a nossa querida
Teresa de Jesus, de autoria do Frei Ivo Bortoluz, OCD. (Porto Alegre)
Sou muito grato à Irmã EVA MORAES BERNARDES, STJ, que do alto de
seus 90 anos me contagia com suas histórias de vida e vivência de fé, pautada
na oração e no compromisso de servir. Através dela me chegou às mãos o livro
89
que norteou este trabalho.
90. Sou muito grato às Irmãs Teresianas, onde conheci e aprendi a amar TERESA
DE JESUS e seu eterno admirador, Enrique de Ossó, fundador da Companhia
das Irmãs Teresianas. Já se vão 36 anos de convivência entre idas e vindas,
tantas folhas já foram escritas de uma bonita história, muitas irmãs já não
90
estão entre nós, mas nos deixaram o exemplo e uma “determinada
determinação” que também nos contagia.
OBRIGADO!
91. 91
Se um coração for
Teresiano, atrairá muitos
outros corações para
Jesus!
92. 92
Apresentação – Prof. Norberto Tavares Fº
Província Nossa Senhora de Aparecida – Porto Alegre – RS – Brasil
Bibliografia: Uma Mulher – Reflexões para sermos amigos fortes de Deus, Frei Ivo Bortoluz, OCD
Leituras complementares Teresianas e reflexões pessoais.
Imagens – Internet
Música – Cortazar - Mariana