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Dia 26/10/2014 17:44:37
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“Uma Mulher” abençoada e encantada 
com seu Senhor e devotada aos seus 
filhos e filhas. 
3
“Uma Mulher” apaixonada e apaixonante, 
que faz com que a gente se sinta em casa 
ao ler seus escritos, pois ela é uma mulher 
próxima da gente e nos faz sentir a 
sensação de que está conversando conosco. 
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EM UM PASSADO MUITO DISTANTE... 
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Teresa de Cepeda e Ahumada 
Ávila – Espanha – 28/03/1515 
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Teresa nos diz: “Quanto mais santas, tanto mais afáveis nas 
conversas”. Ser afável no saber tratar com os outros, é caminho 
da santidade. Ser afável no tratar com os outros, é um jeito bonito 
de atrairmos as pessoas para Aquele a quem amamos, o 
próprio Deus. 
8
De repente, para nós, o que o outro nos fala, “é pura bobagem”. 
Mas, se o que ele tem para nos falar, se aquilo o incomoda no 
seu interior, isso “não é bobagem”. Isso é problema que dói, que 
fere e que machuca. E nós precisamos saber acolher esta 
pessoa, para que ela possa recuperar o ânimo e continuar a sua 
caminhada.Vivendo e convivendo com afabilidade e 
cordialidade,estaremos descobrindo um jeito bonito de sermos 
“Amigos fortes de Deus”. 
9
Teresa nos diz: “Bendito sejais para sempre, porque,mesmo 
quando Vos deixei, Vós não vos afastastes de mim por inteiro, 
dando-me sempre a mão para que eu voltasse a levantar; muitas 
vezes, Senhor, eu não a queria, nem procurava ouvir quando me 
chamáveis...” 
(Livro da Vida 6,9) 
10
Como é lindo ver esta mulher, revelando que Deus a amava, 
mesmo diante das infidelidades que ela tinha para com Ele. 
Quantas vezes, na vida, o mesmo continua a 
acontecer com a gente. Quantas vezes, por mais agraciados que 
sejamos pelo Amor de Deus, nós também parecemos não querer 
pegar na mão de Deus para seguirmos nossa caminhada. 
11
Com Teresa de Jesus, diga a Deus: “Bendito sejais para sempre, 
porque, mesmo quando Vos deixei, Vós não vos afastastes de 
mim por inteiro, dando-me sempre a mão para que eu voltasse 
a me levantar; muitas vezes, Senhor, eu não a queria, nem 
procurava ouvir quando me chamáveis...”. 
Tenhamos humildade, tenhamos confiança, saibamos ser 
agradecidos e então, faremos esta experiência fantástica de 
sermos “AMIGOS FORTES DE DEUS”. 
12
De um modo muito simples, prático e profundo, Teresa de Jesus 
nos fala sobre a pessoa de Jesus amarrada na coluna. Ela nos 
convida a pensarmos e refletirmos sobre os sofrimentos que Ele 
teve e com que amor os suportou. E no Livro da Vida 13, 22, 
Teresa de Jesus nos deixa esta frase lapidar: 
“Olha que Ele te olha”. 
13
Hoje, Teresa de Jesus, repete este alerta tão importante: 
“Olha que Ele te Olha”.Quando você se sente cansado, 
desanimado e sem vontade de seguir adiante, “olha que Ele te 
olha” e, neste olhar, sinta a força e a graça que Ele transmite para 
que você não pare no meio da caminhada. 
14
Quando você se sente revoltado e indignado, diante da violência 
que trucida tantas vidas, de uma forma selvagem e desumana, 
“olha que Ele te olha” e, neste olhar, sinta que Ele transmite a 
você a força de alguém que sofreu todo tipo de violência, mas 
que venceu esta violência com a força da vida e do amor. 
15
Quando você se perguntar se vale a pena cultivar uma amizade 
sincera, leal e transparente, “olha que Ele te olha”e, neste olhar, 
sinta que Ele está lhe dizendo: Eu não te chamo de empregado. 
eu te chamo de amigo. Coragem. Não tenha medo. Sou eu! 
16
Em todos estes olhares, sinta o quanto você é uma pessoa 
querida e amada por Jesus. E nesta certeza, continue a sua 
caminhada, pois na medida em que você deixar que Ele te olhe, 
nesta mesma medida você vai sentindo a imensa alegria de ser 
uma pessoa “AMIGA FORTE DE DEUS”. 
17
“OLHA QUE ELE TE OLHA” 
18
Para Teresa de Jesus a amizade humana era fundamental. Ela 
vivia intensamente suas amizades. Vibrava com estas amizades. 
Também, por elas, muitas vezes sofria terrivelmente. 
A partir desta experiência humana, Teresa vive a unidade 
com Deus, como com um amigo. 
19
É ela que nos diz: “Ó meu Senhor, como sois o amigo 
verdadeiro...Quando quereis, podeis e nunca deixais de querer 
quem Vos quer...Feliz quem puder percorrer todo o universo para 
dizer o quanto sois fiel aos vossos amigos...Pouco deixais sofrer 
quem Vos ama...Ó Senhor meu, com que delicadeza, polidez e 
sabor sabeis tratar vossos amigos...” (Livro da Vida 25,17). 
20
A vida de oração de Teresa está alicerçada num trato de amizade. 
Na verdade, Teresa convive com Deus. Ele faz parte de sua vida 
e, sem Ele, Teresa já não mais consegue viver. 
Como é maravilhoso este modo de se relacionar com Deus! 
21
Como faz bem sentirmos que Deus está conosco e nos envolve 
inteiramente, a tal ponto que o sentimos muito nosso, muito em 
nós e nós totalmente n’Ele. 
Quando acontece esse tipo de relacionamento com Deus, 
então “explode” em nós uma confiança inquebrantável. 
22
Tentemos olhar para Deus, repetindo como Teresa estas 
maravilhosas palavras: “Ó Senhor meu, com que delicadeza, 
polidez e sabor sabeis tratar vossos amigos”. E, quanto mais nós 
deixarmos Deus nos amar, tanto mais iremos sentir esta imensa 
alegria de sermos “Amigos Fortes de Deus”. 
23
“Amar e ser amado” é uma das necessidades vitais do ser 
humano. Teresa de Jesus é uma mulher que soube direcionar 
toda a sua capacidade de amar, para o verdadeiro Amor, o seu 
Amor. Porque amava a Jesus e, porque, por Ele se sentia amada. 
Teresa reflete a alegria de viver em todos os momentos de sua 
existência. 
24
Em um mundo que distrai o nosso olhar para tantos momentos 
fugazes e ilusórios, Teresa nos faz novamente um convite: 
olhe fixamente para Jesus, deixe-se amar por Ele. 
Olhar para Jesus e ficar “de olhos fixos n’Ele”, como nos diz São 
Paulo, é um jeito bonito de viver um relacionamento 
verdadeiramente apaixonado. 
25
Ser apaixonado por Ele, não é um romantismo de adolescente. 
Ser apaixonado por Ele, é saber que eu posso amar o Amor e, 
especialmente, que o Amor sempre nos ama. 
Ser apaixonado por Ele, é manter os olhos fixos no Senhor, 
sabendo descobri-lo em todos os fatos e acontecimentos do meu 
viver. Ser apaixonado por Ele é deixar-se abraçar pelo Amor e 
neste abraço sentir que Ele me fala: “Eu te acolho, eu te amo, 
com tudo isso que és e me entregas. Deixa-me te amar”. 
26
Fantástico: o nosso Deus é um Deus apaixonado! 
Deixe Deus olhar para você. Não fuja desse olhar. 
sinta que você é uma pessoa amada e que, mesmo no meio de 
suas limitações, Deus faz de tudo, para que você olhe para Ele. 
27
Neste encontro de olhares, você irá sentir que ama a Deus e, 
especialmente, que é uma pessoa amada por Ele. 
Fazendo esta experiência de amar e ser amada, você acabará 
sentindo sempre mais a alegria de ser 
“AMIGO FORTE DE DEUS”. 
28
29
“Ascese deriva da palavra latina ascendere, que significa “subir”. 
A ascese implica em ter um projeto de vida mais elevado. 
Vai além do aqui e agora. A ascese fala de transcendência. 
Significa não viver do jeito que os outros querem que eu viva e 
isso quer dizer, não reagir e não ofender o outro, do modo como 
fomos ofendidos. 
30
Teresa de Jesus nos mostra um jeito leve, bonito e suave de 
sermos pessoas ascéticas. Na verdade, o humanismo e a 
simplicidade, jeito teresiano de ser e de viver, nos mostram este 
modo suave e afável de viver o evangelho de Jesus. 
31
Ser uma pessoa ascética, não é ser uma pessoa que está de mal 
com a vida e com o mundo, só porque este mundo não vive os 
valores que achamos serem fundamentais para chegarmos ao 
essencial. Ser uma pessoa ascética, não é ser alguém que vive 
em conflito com o mundo ou que se dá o direito de julgá-lo e até 
condená-lo. 
32
A pessoa ascética, do jeito de Teresa, é capaz de subir, 
mas sempre animando e mostrando aos outros que eles 
também podem subir, se desejarem alcançar esse jeito 
novo de viver a vida. 
33
Um jeito bonito de viver a ascese é este que Teresa nos mostra: 
uma ascese na qual saibamos partilhar com os outros, tudo o que 
Deus nos deu. E vivendo esta partilha, iremos viver uma ascese 
que nos fará sentir a imensa alegria de sermos 
“AMIGOS FORTES DE DEUS”. 
34
Jesus Cristo, ao convidar os apóstolos para segui-LO, usa o verbo que indica 
movimento: “VINDE”! Após três anos de catequese, ao despedir-se deles, usa 
outro verbo que também indica movimento: “IDE”! 
A Igreja de Jesus é dinâmica , sempre em movimento, buscando transmitir uma 
mensagem atual que venha responder às esperanças e alegrias, às angústias 
e sofrimentos do homem de nossos tempos. 
35
Fidelidade é algo maravilhoso. Porém, a fidelidade só é 
verdadeira, quando ela produz fecundidade. Uma fidelidade estéril 
pode ser motivo de orgulho para quem a pratica, mas não nos 
leva ao compromisso evangélico de sermos promotores de mais 
vida para todos. 
36
A este respeito, nossa querida Teresa de Jesus, assim nos fala: “ao fazer 
alguma coisa boa ou vendo outros fazê-la, logo pensava Naquele que é a fonte 
de todo o bem e compreendia como, sem Sua ajuda, de nada somos capazes. 
Isso a levava a louvar continuamente a Deus e, de modo geral, a não lembrar-se 
de si quando praticava boas ações”, (Primeiras Moradas, 2,5). 
37
Teresa nos mostra que, saber agradecer, é um jeito bonito, simples e profundo 
de louvar. Saber agradecer é louvar com toda a humildade ao Deus da vida, 
pois temos consciência de que tudo vem d’Ele e é Ele que nos dá condições 
de fazermos o bem. Toda pessoa agradecida, sempre é uma pessoa simples e 
humilde. Simples, porque nunca se considera a protagonista das coisas. 
Humilde, porque sabe de onde nasce e de onde vem, o bem que ela pratica. 
38
Num mundo de tanta comercialização, de tanto troca-troca, 
Teresa nos mostra um caminho de paz e de felicidade: o caminho 
da gratidão. Saber agradecer é um jeito simples, bonito e 
encantador de ser uma pessoa “AMIGA FORTE DE DEUS”. 
39
Esta fantástica mulher, Teresa de Jesus, assim nos diz: “Ao dar-se a Deus, o 
coração não perde sua natural ternura. Pelo contrário, essa ternura cresce ao 
tornar-se mais pura e mais divina”. Quanto mais verdadeiramente humanos 
nós formos, tanto mais de Deus nos tornamos. Na verdade, podemos dizer que 
uma pessoa é humana, não porque é espiritual e sim, uma pessoa é espiritual, 
porque é humana. 
40
O amor para com Deus deve tornar-se ternura para com os irmãos e irmãs. 
Quanta falta faz esta ternura no nosso relacionamento com as pessoas. 
Por falta de ternura, quanta agressividade. 
Por falta de ternura, quanta espiritualidade vazia. 
Por falta de ternura, quanta superficialidade. 
Por falta de ternura, quanta desumanidade. 
Cultivar a ternura é saber cultivar um coração de carne, compassivo, que não 
pare nos sentimentos, mas que nunca negue estes mesmos sentimentos. 
Se nós olharmos para Jesus descobriremos a ternura que existia dentro de sua 
vida e de seu relacionamento. 
41
Com certeza, Teresa de Jesus, hoje nos diz: “Cultivem a ternura, vivam com 
ternura, atraiam pela ternura e quanto mais vocês se relacionarem com 
ternura, tanto mais vocês acabarão se tornando 
“AMIGOS FORTES DE DEUS”. 
42
“Nada te perturbe 
Nada te espante 
Tudo passa, 
Só Deus não muda. 
A paciência tudo alcança 
Quem a Deus tem, 
Nada lhe falta. 
Só Deus basta”! 
43
Uma palavra que fazia com que Teresa enfrentasse com ousadia em todos os 
seus empreendimentos. Uma palavra que fazia com que Teresa enfrentasse 
todas as dificuldades com a alegria de saber que não estava sozinha. Uma 
palavra que fazia com que Teresa iniciasse todo dia, como um novo dia. 
Vivemos momentos de tanta incerteza, de tanta desconfiança. Nestes 
momentos, precisamos buscar esta certeza e confiança n’Aquele que nunca 
nos decepciona. 
44
Num mundo de tantas incertezas, como Teresa de Jesus, busquemos a 
segurança em Deus, com confiança e convicção, e tenhamos a certeza de que 
vale a pena sermos “AMIGOS FORTES DE DEUS”. 
45
O amor de Deus não é uma teoria. O amor de Deus não é uma ilusão! Deus me 
ama de verdade. E quanto maior é a pobreza daquele que estende a mão, 
tanto maior é o presente daquele que entrega. Quanto maior é a minha 
necessidade, maior é o seu dom, porque Ele me ama. Não importa o que você 
tem para Deus. O que importa é o que Deus tem para dar a você. 
46
Quando deixamos Deus nos olhar, então sim, iremos descobrir e perceber o 
que Deus nos pede. E, ao tomarmos consciência disso, muitas coisas 
começam a mudar no nosso jeito de viver e de nos relacionarmos com os 
outros. Na vida, muitas vezes, quando se fala demais, é porque não se quer 
dar oportunidade para que o outro nos fale algo que não queremos ouvir. 
Na oração, muitas vezes, falamos demais, porque “dói” deixar Deus nos olhar 
e tocar naquela “ferida” que não queremos que seja tocada. 
47
E, com isso, rezamos, mas não nos transformamos. 
Usar de criatividade na oração, não é tanto fazer coisas novas, mas sim, é 
deixar-se olhar pelo Amor. Em nossa vida de oração, tentemos ser mais 
criativos: falemos um pouco menos e ouçamos um pouco mais. 
Quem sabe, deixando que Deus nos olhe, acabaremos sentindo de uma 
forma muito profunda a imensa alegria de sermos 
” AMIGOS FORTES DE DEUS!” 
48
É fundamental que a alma, para livrar-se dos prazeres e ardis do demônio, 
decida desde o início seguir com determinação e sem querer consolações, 
o caminho da cruz. 
O Senhor revelou esta trilha da perfeição ao dizer: 
“Toma tua cruz e segue-me”. (Caminho da Vida 15,13). 
Isso que nossa Santa Teresa de Jesus nos falou, foi dito aos jovens e cristãos 
do mundo inteiro pelo Papa Bento XVI na XXVI Jornada Mundial da Juventude, 
realizada na capital da Espanha, em Madri. 
49
Assim dizia o Papa: “Queridos amigos, a cruz geralmente provoca medo, 
porque parece ser a negação da vida. Na verdade, é o contrário. A cruz é o 
“sim” de Deus ao homem. A cruz é a expressão máxima de seu amor e é a 
fonte de onde emana a vida eterna. De fato, do coração de Jesus aberto na 
cruz, brotou a vida divina, sempre disponível para quem aceita olhar ao 
Crucificado. 
50
Na verdade, quem segue Jesus Cristo, não tem opção de aceitar ou não 
aceitar a cruz. Tomar a cruz não é opcional, mas faz parte de todo o discípulo 
de Jesus Cristo. Nossa amada Teresa de Jesus e o Papa Bento XVI, em 
épocas tão distantes e tão diferentes, nos fazem o mesmo apelo e o mesmo 
desafio: num mundo marcado pelo ídolo do prazer, onde a realidade cruz 
parece ser temida e até mesmo detestada, somos convidados e desafiados a 
carregarmos a cruz de cada dia, dando um sentido 
corredentor e libertador ao nosso sofrimento. 
51
Somos convidados a penetrarmos e descobrirmos o sentido do mistério da 
cruz e, a partir do momento que acontecer isso, acabaremos descobrindo um 
jeito de, mesmo no meio do sofrimento, sermos 
“AMIGOS FORTES DE DEUS”. 
52
Nossa Teresa de Jesus assim diz as suas irmãs: “recordemo-nos de nossos 
padres do passado , os eremitas, cuja vida pretendemos imitar: que terão eles 
enfrentado de dores e a sós, bem como frio, fome, sol e calor, sem ter a quem 
53 
se queixar senão a Deus? Pensais que eles eram de ferro? 
Pois eram tão delicados como nós”. 
(Caminho de Perfeição 11,4)
Teresa de Jesus é fantástica neste seu modo de falar e de “cobrar” mais garra, 
mais coragem e mais ousadia de suas irmãs. Quem sabe, nos dias atuais, 
esteja faltando em todos nós um pouco mais de “vontade de vencer”, um 
pouco mais de “pique para seguir adiante”, um pouco mais de “ousadia” 
54 
para perseverar.
Quem sabe seja importante a gente se deixar questionar por Teresa e diante 
dos sofrimentos que a vida nos apresenta, diante das dificuldades que 
encontramos, diante da tentação de desânimo que nos convida a parar, diante 
da dor que parece não termos forças de suportar, deixemos Teresa nos 
apontar para aqueles santos do passado e, apontando para eles, ela nos 
55 
pergunte: “Por acaso, vocês acham que eles eram de ferro?”.
Se você descobrir que seguir Jesus é o caminho da felicidade, mas nunca da facilidade, 
56 
então sim, você vai acabar uma pessoa “AMIGA FORTE DE DEUS”.
No livro das Fundações, Teresa assim escreve: “Estando eu um dia, depois de 
comungar, mergulhada em muitas dúvidas e sem determinação em fazer novas 
fundações de Carmelos, supliquei a Nosso Senhor que me iluminasse para que 
em tudo eu fizesse a sua vontade, porque mesmo sentindo fraqueza, em nada 
ela me atingia no sentido de me fazer recuar um milímetro no desejo que 
57 
existia dentro de mim.
Então, disse-me Nosso Senhor, num tom de repressão: - O que temes? 
Quando é que eu te abandonei? O mesmo que tenho sido sempre, o sou 
58 
também agora. Por isso, não deixa de fazer estas duas fundações”. 
(Livro das Fundações 29,6).
Vivamos um amor que saiba arriscar-se 
e, com esta atitude, iremos descobrir uma 
linda forma de sermos “AMIGOS 
59 
FORTES DE DEUS”!
Um dos grandes perigos que todos corremos é o de vivermos a nossa vida, 
olhando apenas para nós mesmos. No máximo, às vezes, voltados para aquilo 
que nos cerca e faz parte de nossa vida, dos nossos relacionamentos do 
dia-a-dia. Tudo isso é importante, mas ao mesmo tempo, é perigoso. 
60
61 
É perigoso viver desse jeito, pois vivendo desta forma, acabamos 
esquecendo-nos de abrir a janela de nossa mente e de nosso coração para a 
globalidade, para o mundo todo e todo o mundo. Teresa de Jesus é “Uma 
mulher global”, pois mesmo que viva no pequeno espaço físico de uma 
clausura, isto é, quase que sempre fechada dentro das paredes de um 
Carmelo, Teresa tem sua mente e o seu coração abertos para o que acontece 
na realidade do mundo.
Amigo: deixe Teresa olhar para você e escute no silêncio o que esta mulher 
quer lhe dizer: “Pare de olhar apenas para suas coisinhas, para o seu 
mundinho. Cultive um coração com mais espaço para acolher o mundo e 
fazendo isso você sentirá de uma forma bem concreta a beleza de sermos 
62 
“AMIGOS FORTES DE DEUS”.
63
O que significa caminhar? Quando caminhamos, para onde vamos? Na 
caminhada que fazemos, o que buscamos? E, principalmente, na caminhada 
64 
que realizamos, a quem é que seguimos?
Jesus nos diz: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (João 14,1- 4). 
Caminhar no seguimento de Jesus é o grande desafio que nos é apresentado. 
Caminhar no seguimento de Jesus significa caminhar com e como Jesus. 
Identificar-se com Cristo, do jeito de Teresa, é caminhar com e como Cristo. 
E, na medida em que fizermos a caminhada deste jeito, é certo que iremos 
65 
descobrindo sempre mais, a alegria de sermos, 
“AMIGOS FORTES DE DEUS”.
66 
Mundo de tantas mentiras e falsidades. 
Mundo de tantos enganos e traições. 
Mundo de tantas corrupções e podridões. 
Dentro deste mundo, quem sabe, quantas vezes já nos perguntamos se ainda 
tem sentido buscar a verdade, viver a verdade, a lealdade, a sinceridade? 
Diante deste questionamento tão profundo, por tocar o mais íntimo de nós 
mesmos, precisamos tomar consciência de que é neste mundo e dentro desta 
realidade que nos envolve, que precisamos aceitar e assumir o desafio de 
vivermos a verdade.
Teresa de Jesus nos diz: “A verdade padece, mas não perece”. E ela 
acrescenta: “Quem verdadeiramente ama a Deus, não ama senão a 
verdade”.(Caminho de Perfeição 40,3). Quem ama a verdade; quem busca a 
verdade; quem vive a verdade, sempre está no caminho de Deus. Mesmo que 
tenha que sofrer e ser injustiçado, quem vive a verdade, sempre sentirá a paz 
67 
dentro de si, pois a verdade faz com que a pessoa 
sinta dentro dela a serenidade e a paz.
Amigos: mesmo que tenhamos que sofrer por causa da verdade, nunca 
podemos abandoná-la. É preferível sofrer dentro da verdade, a viver “a alegria” 
dentro da mentira. Recordemos sempre do que nos diz Teresa de Jesus: “A 
verdade padece, mas não perece.” Tendo presente este lema e praticando a 
verdade, “ o alimento de nossa alma” e com a verdade iremos sentir a imensa 
68 
alegria de sermos “AMIGOS FORTES DE DEUS”.
69
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Teresa e Enrique, dois grandes “AMIGOS FORTES DE DEUS”. 
Teresa de 1515 e Enrique de 1840, viveram em épocas diferentes da história 
mas sentiram as mesmas inquietações na busca de conhecer e amar Jesus. 
Entregaram gratuitamente suas vidas para que Ele, o seu Senhor, realizasse a 
obra. Foram atraídos pelo Amor que lhes roubou o coração e selaram ali o 
compromisso de AMAR para que outros tivessem 
VIDA E VIDA EM ABUNDÂNCIA.
O amor-amizade como espaço pedagógico onde exercitamos livremente as 
nossas relações interpessoais, faz com que nos aproximemos cada vez mais 
do ideal maior que uniu Enrique a Teresa em um mesmo propósito: conhecer e 
74 
amar Jesus para torná-lo conhecido e amado.
75 
1515 - 2015
Somos todos convidados a continuar a escrever a história deste grande sonho 
76 
e projeto, com os milhares de Enriques e Teresas que estão 
presentes em todas as escolas e espaços de inclusão da FAMÍLIA 
TERESIANA. Selar mais uma vez este compromisso 
de transmitir as futuras gerações o que estamos vivendo, para que também 
outros venham a tornar-se “AMIGOS FORTES DE DEUS!”.
Deus conhece o nosso coração e nos oferece a sua amizade incondicional. 
Faz-nos o convite para abraçarmos com fé e alegria este grande momento que 
já estamos vivendo. Celebrar o V Centenário de nascimento de Teresa de 
Jesus é entrar em sintonia com a fonte primeira e ali resgatar a grande riqueza 
que nos chega às mãos: os frutos de uma obra que ainda não está acabada. 
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Cabe-nos ir descobrindo por quais meios e métodos vamos dar continuidade a 
esta missão que é de todos nós. Somos uma Família centenária que procura 
adaptar-se aos novos tempos, renovando-se gradativamente, reaprendendo a 
78 
ler os sinais de uma nova época onde a inclusão é a palavra chave.
O carísma e a espiritualidade Teresiana se atualizam e se renovam com um 
olhar mais amoroso, inclusivo, participativo, como assim pensou e realizou a 
TERESA de todos nós. Neste horizonte ora globalizado em que vivemos, 
saímos de nossas casas para servir e nos enriquecermos com outros. 
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Vamos fazendo caminho na participação e corresponsabilidade. Sentimo-nos 
mais irmãos e irmãs e, por isso, as nossas relações são cada vez mais 
circulares. Estar em conexão e criar enlaces vai-se convertendo em dinâmica 
80 
de vida.
81 
Reconhecer a vida na nossa história e valorizar a riqueza da nossa 
espiritualidade faz com que nos sintamos agradecidos por todos aqueles que 
contribuíram ao longo destes quinhentos anos, para que o sonho de TERESA 
DE JESUS, através de Enrique de Ossó, chegasse até nós. Quantos rostos, 
culturas, lugares, encontros, foram marcados por este mesmo sentimento... 
Obrigado, Senhor, por saber que somos também os frutos deste sonho!
82
Querida Família Teresiana: é tempo de DESPERTAR, acolher através da 
oração, os sinais visíveis de uma caminhada que está sendo construída em 
uma dimensão evangélica e missionária, sair de si para ir ao encontro do outro. 
São muitos os corações que, batendo em sintonia, desejam ardentemente 
viver aqui e agora a experiência de amar e partilhar a presença do AMOR que 
83 
se dá a nós através de gestos, palavras, ações...
Somos convidad@s a DESCOBRIR E PARTILHAR nossas experiências e 
vivências na oração, na leitura orante capaz de transformar o coração e levá-lo 
a um compromisso concreto de ação libertadora, contagiar a outros tantos que 
ainda não conhecem Teresa e sua proposta fantástica para tocar as mentes e 
corações de uma sociedade bombardeada por contra-valores que não 
84 
dignificam a pessoa humana.
É tempo de CELEBRAR E CONVIDAR a que tod@s sentem na mesa da 
partilha para saborear os frutos de uma herança recebida: Teresa de Jesus. 
Agradecermos a universalidade do Carisma Teresiano, cada vez mais 
globalizado e enraizado em diferentes culturas nos cinco continentes. Viver e 
celebrar a presença transformadora e sempre atual de Deus em nossa 
caminhada diária. A presença do Reino, onde todos se sintam acolhidos e 
amados. Sentirmos o amor e a amizade que Jesus tem por cada um de nós... 
85
A partir de tudo o que ouvimos, vivemos e celebramos, somos convidad@s a 
86 
avançar para promover e consolidar o nosso propósito de viver o 
TERESIANISMO sob uma ótica partilhada e includente, pois na mesa do Pai 
há lugar para todos. Suscitar e alimentar as novas sementes que surgiram, por 
menor que sejam, para serem cuidadas, alimentadas e assim poderem se 
tornar ramos fortes na árvore que dá muitos frutos e alimenta a tod@s.
Mãos à obra. Que nossas santas obras não se atrasem pela falta de 
recursos. Jamais se viu um empreendimento iniciado com a bênção de Deus, 
87 
e com o fim de zelar a sua hora, que fosse menosprezado e que 
se perca por falta de recursos. Se decaí, é mais por motivo de apoiar-nos 
demasiadamente na ajuda das pessoas, “palitos secos”, 
que ao se colocar neles algum peso de contradição, se quebram. 
Em Deus a confiança, e com reta intenção, tudo venceremos.
(...) Animemo-nos com o exemplo de Teresa: “Fé viva, que faz alcançar as 
coisas grandiosas de Deus. Deus é amigo de almas animadas com tal que 
caminhem com humildade e nenhuma confiança em si mesmas. Ter grande 
confiança, porque convém muito não diminuir os sonhos. Parece que Deus 
espera somente nossas primeiras determinações, para Ele, depois realizar a 
sua obra. Tudo se pode em Deus, diz São Paulo; e Santo Agostinho: 
Dai-me Senhor, o que me mandas, e manda o que quiseres. Pensemos muitas 
vezes que São Pedro nada perdeu ao atirar-se ao mar, apesar de ter duvidado 
88 
depois. Estas primeiras determinações são grande coisa”. 
Prove-o quem não o crer (Revista Teresiana, Março de 1873).
Amig@s: Uma Mulher – Reflexões para sermos amigos fortes de Deus foi o 
fio condutor que fez a apresentação e homenagem a nossa querida 
Teresa de Jesus, de autoria do Frei Ivo Bortoluz, OCD. (Porto Alegre) 
Sou muito grato à Irmã EVA MORAES BERNARDES, STJ, que do alto de 
seus 90 anos me contagia com suas histórias de vida e vivência de fé, pautada 
na oração e no compromisso de servir. Através dela me chegou às mãos o livro 
89 
que norteou este trabalho.
Sou muito grato às Irmãs Teresianas, onde conheci e aprendi a amar TERESA 
DE JESUS e seu eterno admirador, Enrique de Ossó, fundador da Companhia 
das Irmãs Teresianas. Já se vão 36 anos de convivência entre idas e vindas, 
tantas folhas já foram escritas de uma bonita história, muitas irmãs já não 
90 
estão entre nós, mas nos deixaram o exemplo e uma “determinada 
determinação” que também nos contagia. 
OBRIGADO!
91 
Se um coração for 
Teresiano, atrairá muitos 
outros corações para 
Jesus!
92 
Apresentação – Prof. Norberto Tavares Fº 
Província Nossa Senhora de Aparecida – Porto Alegre – RS – Brasil 
Bibliografia: Uma Mulher – Reflexões para sermos amigos fortes de Deus, Frei Ivo Bortoluz, OCD 
Leituras complementares Teresianas e reflexões pessoais. 
Imagens – Internet 
Música – Cortazar - Mariana

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  • 2. 2
  • 3. “Uma Mulher” abençoada e encantada com seu Senhor e devotada aos seus filhos e filhas. 3
  • 4. “Uma Mulher” apaixonada e apaixonante, que faz com que a gente se sinta em casa ao ler seus escritos, pois ela é uma mulher próxima da gente e nos faz sentir a sensação de que está conversando conosco. 4
  • 5. EM UM PASSADO MUITO DISTANTE... 5
  • 6. 6
  • 7. Teresa de Cepeda e Ahumada Ávila – Espanha – 28/03/1515 7
  • 8. Teresa nos diz: “Quanto mais santas, tanto mais afáveis nas conversas”. Ser afável no saber tratar com os outros, é caminho da santidade. Ser afável no tratar com os outros, é um jeito bonito de atrairmos as pessoas para Aquele a quem amamos, o próprio Deus. 8
  • 9. De repente, para nós, o que o outro nos fala, “é pura bobagem”. Mas, se o que ele tem para nos falar, se aquilo o incomoda no seu interior, isso “não é bobagem”. Isso é problema que dói, que fere e que machuca. E nós precisamos saber acolher esta pessoa, para que ela possa recuperar o ânimo e continuar a sua caminhada.Vivendo e convivendo com afabilidade e cordialidade,estaremos descobrindo um jeito bonito de sermos “Amigos fortes de Deus”. 9
  • 10. Teresa nos diz: “Bendito sejais para sempre, porque,mesmo quando Vos deixei, Vós não vos afastastes de mim por inteiro, dando-me sempre a mão para que eu voltasse a levantar; muitas vezes, Senhor, eu não a queria, nem procurava ouvir quando me chamáveis...” (Livro da Vida 6,9) 10
  • 11. Como é lindo ver esta mulher, revelando que Deus a amava, mesmo diante das infidelidades que ela tinha para com Ele. Quantas vezes, na vida, o mesmo continua a acontecer com a gente. Quantas vezes, por mais agraciados que sejamos pelo Amor de Deus, nós também parecemos não querer pegar na mão de Deus para seguirmos nossa caminhada. 11
  • 12. Com Teresa de Jesus, diga a Deus: “Bendito sejais para sempre, porque, mesmo quando Vos deixei, Vós não vos afastastes de mim por inteiro, dando-me sempre a mão para que eu voltasse a me levantar; muitas vezes, Senhor, eu não a queria, nem procurava ouvir quando me chamáveis...”. Tenhamos humildade, tenhamos confiança, saibamos ser agradecidos e então, faremos esta experiência fantástica de sermos “AMIGOS FORTES DE DEUS”. 12
  • 13. De um modo muito simples, prático e profundo, Teresa de Jesus nos fala sobre a pessoa de Jesus amarrada na coluna. Ela nos convida a pensarmos e refletirmos sobre os sofrimentos que Ele teve e com que amor os suportou. E no Livro da Vida 13, 22, Teresa de Jesus nos deixa esta frase lapidar: “Olha que Ele te olha”. 13
  • 14. Hoje, Teresa de Jesus, repete este alerta tão importante: “Olha que Ele te Olha”.Quando você se sente cansado, desanimado e sem vontade de seguir adiante, “olha que Ele te olha” e, neste olhar, sinta a força e a graça que Ele transmite para que você não pare no meio da caminhada. 14
  • 15. Quando você se sente revoltado e indignado, diante da violência que trucida tantas vidas, de uma forma selvagem e desumana, “olha que Ele te olha” e, neste olhar, sinta que Ele transmite a você a força de alguém que sofreu todo tipo de violência, mas que venceu esta violência com a força da vida e do amor. 15
  • 16. Quando você se perguntar se vale a pena cultivar uma amizade sincera, leal e transparente, “olha que Ele te olha”e, neste olhar, sinta que Ele está lhe dizendo: Eu não te chamo de empregado. eu te chamo de amigo. Coragem. Não tenha medo. Sou eu! 16
  • 17. Em todos estes olhares, sinta o quanto você é uma pessoa querida e amada por Jesus. E nesta certeza, continue a sua caminhada, pois na medida em que você deixar que Ele te olhe, nesta mesma medida você vai sentindo a imensa alegria de ser uma pessoa “AMIGA FORTE DE DEUS”. 17
  • 18. “OLHA QUE ELE TE OLHA” 18
  • 19. Para Teresa de Jesus a amizade humana era fundamental. Ela vivia intensamente suas amizades. Vibrava com estas amizades. Também, por elas, muitas vezes sofria terrivelmente. A partir desta experiência humana, Teresa vive a unidade com Deus, como com um amigo. 19
  • 20. É ela que nos diz: “Ó meu Senhor, como sois o amigo verdadeiro...Quando quereis, podeis e nunca deixais de querer quem Vos quer...Feliz quem puder percorrer todo o universo para dizer o quanto sois fiel aos vossos amigos...Pouco deixais sofrer quem Vos ama...Ó Senhor meu, com que delicadeza, polidez e sabor sabeis tratar vossos amigos...” (Livro da Vida 25,17). 20
  • 21. A vida de oração de Teresa está alicerçada num trato de amizade. Na verdade, Teresa convive com Deus. Ele faz parte de sua vida e, sem Ele, Teresa já não mais consegue viver. Como é maravilhoso este modo de se relacionar com Deus! 21
  • 22. Como faz bem sentirmos que Deus está conosco e nos envolve inteiramente, a tal ponto que o sentimos muito nosso, muito em nós e nós totalmente n’Ele. Quando acontece esse tipo de relacionamento com Deus, então “explode” em nós uma confiança inquebrantável. 22
  • 23. Tentemos olhar para Deus, repetindo como Teresa estas maravilhosas palavras: “Ó Senhor meu, com que delicadeza, polidez e sabor sabeis tratar vossos amigos”. E, quanto mais nós deixarmos Deus nos amar, tanto mais iremos sentir esta imensa alegria de sermos “Amigos Fortes de Deus”. 23
  • 24. “Amar e ser amado” é uma das necessidades vitais do ser humano. Teresa de Jesus é uma mulher que soube direcionar toda a sua capacidade de amar, para o verdadeiro Amor, o seu Amor. Porque amava a Jesus e, porque, por Ele se sentia amada. Teresa reflete a alegria de viver em todos os momentos de sua existência. 24
  • 25. Em um mundo que distrai o nosso olhar para tantos momentos fugazes e ilusórios, Teresa nos faz novamente um convite: olhe fixamente para Jesus, deixe-se amar por Ele. Olhar para Jesus e ficar “de olhos fixos n’Ele”, como nos diz São Paulo, é um jeito bonito de viver um relacionamento verdadeiramente apaixonado. 25
  • 26. Ser apaixonado por Ele, não é um romantismo de adolescente. Ser apaixonado por Ele, é saber que eu posso amar o Amor e, especialmente, que o Amor sempre nos ama. Ser apaixonado por Ele, é manter os olhos fixos no Senhor, sabendo descobri-lo em todos os fatos e acontecimentos do meu viver. Ser apaixonado por Ele é deixar-se abraçar pelo Amor e neste abraço sentir que Ele me fala: “Eu te acolho, eu te amo, com tudo isso que és e me entregas. Deixa-me te amar”. 26
  • 27. Fantástico: o nosso Deus é um Deus apaixonado! Deixe Deus olhar para você. Não fuja desse olhar. sinta que você é uma pessoa amada e que, mesmo no meio de suas limitações, Deus faz de tudo, para que você olhe para Ele. 27
  • 28. Neste encontro de olhares, você irá sentir que ama a Deus e, especialmente, que é uma pessoa amada por Ele. Fazendo esta experiência de amar e ser amada, você acabará sentindo sempre mais a alegria de ser “AMIGO FORTE DE DEUS”. 28
  • 29. 29
  • 30. “Ascese deriva da palavra latina ascendere, que significa “subir”. A ascese implica em ter um projeto de vida mais elevado. Vai além do aqui e agora. A ascese fala de transcendência. Significa não viver do jeito que os outros querem que eu viva e isso quer dizer, não reagir e não ofender o outro, do modo como fomos ofendidos. 30
  • 31. Teresa de Jesus nos mostra um jeito leve, bonito e suave de sermos pessoas ascéticas. Na verdade, o humanismo e a simplicidade, jeito teresiano de ser e de viver, nos mostram este modo suave e afável de viver o evangelho de Jesus. 31
  • 32. Ser uma pessoa ascética, não é ser uma pessoa que está de mal com a vida e com o mundo, só porque este mundo não vive os valores que achamos serem fundamentais para chegarmos ao essencial. Ser uma pessoa ascética, não é ser alguém que vive em conflito com o mundo ou que se dá o direito de julgá-lo e até condená-lo. 32
  • 33. A pessoa ascética, do jeito de Teresa, é capaz de subir, mas sempre animando e mostrando aos outros que eles também podem subir, se desejarem alcançar esse jeito novo de viver a vida. 33
  • 34. Um jeito bonito de viver a ascese é este que Teresa nos mostra: uma ascese na qual saibamos partilhar com os outros, tudo o que Deus nos deu. E vivendo esta partilha, iremos viver uma ascese que nos fará sentir a imensa alegria de sermos “AMIGOS FORTES DE DEUS”. 34
  • 35. Jesus Cristo, ao convidar os apóstolos para segui-LO, usa o verbo que indica movimento: “VINDE”! Após três anos de catequese, ao despedir-se deles, usa outro verbo que também indica movimento: “IDE”! A Igreja de Jesus é dinâmica , sempre em movimento, buscando transmitir uma mensagem atual que venha responder às esperanças e alegrias, às angústias e sofrimentos do homem de nossos tempos. 35
  • 36. Fidelidade é algo maravilhoso. Porém, a fidelidade só é verdadeira, quando ela produz fecundidade. Uma fidelidade estéril pode ser motivo de orgulho para quem a pratica, mas não nos leva ao compromisso evangélico de sermos promotores de mais vida para todos. 36
  • 37. A este respeito, nossa querida Teresa de Jesus, assim nos fala: “ao fazer alguma coisa boa ou vendo outros fazê-la, logo pensava Naquele que é a fonte de todo o bem e compreendia como, sem Sua ajuda, de nada somos capazes. Isso a levava a louvar continuamente a Deus e, de modo geral, a não lembrar-se de si quando praticava boas ações”, (Primeiras Moradas, 2,5). 37
  • 38. Teresa nos mostra que, saber agradecer, é um jeito bonito, simples e profundo de louvar. Saber agradecer é louvar com toda a humildade ao Deus da vida, pois temos consciência de que tudo vem d’Ele e é Ele que nos dá condições de fazermos o bem. Toda pessoa agradecida, sempre é uma pessoa simples e humilde. Simples, porque nunca se considera a protagonista das coisas. Humilde, porque sabe de onde nasce e de onde vem, o bem que ela pratica. 38
  • 39. Num mundo de tanta comercialização, de tanto troca-troca, Teresa nos mostra um caminho de paz e de felicidade: o caminho da gratidão. Saber agradecer é um jeito simples, bonito e encantador de ser uma pessoa “AMIGA FORTE DE DEUS”. 39
  • 40. Esta fantástica mulher, Teresa de Jesus, assim nos diz: “Ao dar-se a Deus, o coração não perde sua natural ternura. Pelo contrário, essa ternura cresce ao tornar-se mais pura e mais divina”. Quanto mais verdadeiramente humanos nós formos, tanto mais de Deus nos tornamos. Na verdade, podemos dizer que uma pessoa é humana, não porque é espiritual e sim, uma pessoa é espiritual, porque é humana. 40
  • 41. O amor para com Deus deve tornar-se ternura para com os irmãos e irmãs. Quanta falta faz esta ternura no nosso relacionamento com as pessoas. Por falta de ternura, quanta agressividade. Por falta de ternura, quanta espiritualidade vazia. Por falta de ternura, quanta superficialidade. Por falta de ternura, quanta desumanidade. Cultivar a ternura é saber cultivar um coração de carne, compassivo, que não pare nos sentimentos, mas que nunca negue estes mesmos sentimentos. Se nós olharmos para Jesus descobriremos a ternura que existia dentro de sua vida e de seu relacionamento. 41
  • 42. Com certeza, Teresa de Jesus, hoje nos diz: “Cultivem a ternura, vivam com ternura, atraiam pela ternura e quanto mais vocês se relacionarem com ternura, tanto mais vocês acabarão se tornando “AMIGOS FORTES DE DEUS”. 42
  • 43. “Nada te perturbe Nada te espante Tudo passa, Só Deus não muda. A paciência tudo alcança Quem a Deus tem, Nada lhe falta. Só Deus basta”! 43
  • 44. Uma palavra que fazia com que Teresa enfrentasse com ousadia em todos os seus empreendimentos. Uma palavra que fazia com que Teresa enfrentasse todas as dificuldades com a alegria de saber que não estava sozinha. Uma palavra que fazia com que Teresa iniciasse todo dia, como um novo dia. Vivemos momentos de tanta incerteza, de tanta desconfiança. Nestes momentos, precisamos buscar esta certeza e confiança n’Aquele que nunca nos decepciona. 44
  • 45. Num mundo de tantas incertezas, como Teresa de Jesus, busquemos a segurança em Deus, com confiança e convicção, e tenhamos a certeza de que vale a pena sermos “AMIGOS FORTES DE DEUS”. 45
  • 46. O amor de Deus não é uma teoria. O amor de Deus não é uma ilusão! Deus me ama de verdade. E quanto maior é a pobreza daquele que estende a mão, tanto maior é o presente daquele que entrega. Quanto maior é a minha necessidade, maior é o seu dom, porque Ele me ama. Não importa o que você tem para Deus. O que importa é o que Deus tem para dar a você. 46
  • 47. Quando deixamos Deus nos olhar, então sim, iremos descobrir e perceber o que Deus nos pede. E, ao tomarmos consciência disso, muitas coisas começam a mudar no nosso jeito de viver e de nos relacionarmos com os outros. Na vida, muitas vezes, quando se fala demais, é porque não se quer dar oportunidade para que o outro nos fale algo que não queremos ouvir. Na oração, muitas vezes, falamos demais, porque “dói” deixar Deus nos olhar e tocar naquela “ferida” que não queremos que seja tocada. 47
  • 48. E, com isso, rezamos, mas não nos transformamos. Usar de criatividade na oração, não é tanto fazer coisas novas, mas sim, é deixar-se olhar pelo Amor. Em nossa vida de oração, tentemos ser mais criativos: falemos um pouco menos e ouçamos um pouco mais. Quem sabe, deixando que Deus nos olhe, acabaremos sentindo de uma forma muito profunda a imensa alegria de sermos ” AMIGOS FORTES DE DEUS!” 48
  • 49. É fundamental que a alma, para livrar-se dos prazeres e ardis do demônio, decida desde o início seguir com determinação e sem querer consolações, o caminho da cruz. O Senhor revelou esta trilha da perfeição ao dizer: “Toma tua cruz e segue-me”. (Caminho da Vida 15,13). Isso que nossa Santa Teresa de Jesus nos falou, foi dito aos jovens e cristãos do mundo inteiro pelo Papa Bento XVI na XXVI Jornada Mundial da Juventude, realizada na capital da Espanha, em Madri. 49
  • 50. Assim dizia o Papa: “Queridos amigos, a cruz geralmente provoca medo, porque parece ser a negação da vida. Na verdade, é o contrário. A cruz é o “sim” de Deus ao homem. A cruz é a expressão máxima de seu amor e é a fonte de onde emana a vida eterna. De fato, do coração de Jesus aberto na cruz, brotou a vida divina, sempre disponível para quem aceita olhar ao Crucificado. 50
  • 51. Na verdade, quem segue Jesus Cristo, não tem opção de aceitar ou não aceitar a cruz. Tomar a cruz não é opcional, mas faz parte de todo o discípulo de Jesus Cristo. Nossa amada Teresa de Jesus e o Papa Bento XVI, em épocas tão distantes e tão diferentes, nos fazem o mesmo apelo e o mesmo desafio: num mundo marcado pelo ídolo do prazer, onde a realidade cruz parece ser temida e até mesmo detestada, somos convidados e desafiados a carregarmos a cruz de cada dia, dando um sentido corredentor e libertador ao nosso sofrimento. 51
  • 52. Somos convidados a penetrarmos e descobrirmos o sentido do mistério da cruz e, a partir do momento que acontecer isso, acabaremos descobrindo um jeito de, mesmo no meio do sofrimento, sermos “AMIGOS FORTES DE DEUS”. 52
  • 53. Nossa Teresa de Jesus assim diz as suas irmãs: “recordemo-nos de nossos padres do passado , os eremitas, cuja vida pretendemos imitar: que terão eles enfrentado de dores e a sós, bem como frio, fome, sol e calor, sem ter a quem 53 se queixar senão a Deus? Pensais que eles eram de ferro? Pois eram tão delicados como nós”. (Caminho de Perfeição 11,4)
  • 54. Teresa de Jesus é fantástica neste seu modo de falar e de “cobrar” mais garra, mais coragem e mais ousadia de suas irmãs. Quem sabe, nos dias atuais, esteja faltando em todos nós um pouco mais de “vontade de vencer”, um pouco mais de “pique para seguir adiante”, um pouco mais de “ousadia” 54 para perseverar.
  • 55. Quem sabe seja importante a gente se deixar questionar por Teresa e diante dos sofrimentos que a vida nos apresenta, diante das dificuldades que encontramos, diante da tentação de desânimo que nos convida a parar, diante da dor que parece não termos forças de suportar, deixemos Teresa nos apontar para aqueles santos do passado e, apontando para eles, ela nos 55 pergunte: “Por acaso, vocês acham que eles eram de ferro?”.
  • 56. Se você descobrir que seguir Jesus é o caminho da felicidade, mas nunca da facilidade, 56 então sim, você vai acabar uma pessoa “AMIGA FORTE DE DEUS”.
  • 57. No livro das Fundações, Teresa assim escreve: “Estando eu um dia, depois de comungar, mergulhada em muitas dúvidas e sem determinação em fazer novas fundações de Carmelos, supliquei a Nosso Senhor que me iluminasse para que em tudo eu fizesse a sua vontade, porque mesmo sentindo fraqueza, em nada ela me atingia no sentido de me fazer recuar um milímetro no desejo que 57 existia dentro de mim.
  • 58. Então, disse-me Nosso Senhor, num tom de repressão: - O que temes? Quando é que eu te abandonei? O mesmo que tenho sido sempre, o sou 58 também agora. Por isso, não deixa de fazer estas duas fundações”. (Livro das Fundações 29,6).
  • 59. Vivamos um amor que saiba arriscar-se e, com esta atitude, iremos descobrir uma linda forma de sermos “AMIGOS 59 FORTES DE DEUS”!
  • 60. Um dos grandes perigos que todos corremos é o de vivermos a nossa vida, olhando apenas para nós mesmos. No máximo, às vezes, voltados para aquilo que nos cerca e faz parte de nossa vida, dos nossos relacionamentos do dia-a-dia. Tudo isso é importante, mas ao mesmo tempo, é perigoso. 60
  • 61. 61 É perigoso viver desse jeito, pois vivendo desta forma, acabamos esquecendo-nos de abrir a janela de nossa mente e de nosso coração para a globalidade, para o mundo todo e todo o mundo. Teresa de Jesus é “Uma mulher global”, pois mesmo que viva no pequeno espaço físico de uma clausura, isto é, quase que sempre fechada dentro das paredes de um Carmelo, Teresa tem sua mente e o seu coração abertos para o que acontece na realidade do mundo.
  • 62. Amigo: deixe Teresa olhar para você e escute no silêncio o que esta mulher quer lhe dizer: “Pare de olhar apenas para suas coisinhas, para o seu mundinho. Cultive um coração com mais espaço para acolher o mundo e fazendo isso você sentirá de uma forma bem concreta a beleza de sermos 62 “AMIGOS FORTES DE DEUS”.
  • 63. 63
  • 64. O que significa caminhar? Quando caminhamos, para onde vamos? Na caminhada que fazemos, o que buscamos? E, principalmente, na caminhada 64 que realizamos, a quem é que seguimos?
  • 65. Jesus nos diz: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (João 14,1- 4). Caminhar no seguimento de Jesus é o grande desafio que nos é apresentado. Caminhar no seguimento de Jesus significa caminhar com e como Jesus. Identificar-se com Cristo, do jeito de Teresa, é caminhar com e como Cristo. E, na medida em que fizermos a caminhada deste jeito, é certo que iremos 65 descobrindo sempre mais, a alegria de sermos, “AMIGOS FORTES DE DEUS”.
  • 66. 66 Mundo de tantas mentiras e falsidades. Mundo de tantos enganos e traições. Mundo de tantas corrupções e podridões. Dentro deste mundo, quem sabe, quantas vezes já nos perguntamos se ainda tem sentido buscar a verdade, viver a verdade, a lealdade, a sinceridade? Diante deste questionamento tão profundo, por tocar o mais íntimo de nós mesmos, precisamos tomar consciência de que é neste mundo e dentro desta realidade que nos envolve, que precisamos aceitar e assumir o desafio de vivermos a verdade.
  • 67. Teresa de Jesus nos diz: “A verdade padece, mas não perece”. E ela acrescenta: “Quem verdadeiramente ama a Deus, não ama senão a verdade”.(Caminho de Perfeição 40,3). Quem ama a verdade; quem busca a verdade; quem vive a verdade, sempre está no caminho de Deus. Mesmo que tenha que sofrer e ser injustiçado, quem vive a verdade, sempre sentirá a paz 67 dentro de si, pois a verdade faz com que a pessoa sinta dentro dela a serenidade e a paz.
  • 68. Amigos: mesmo que tenhamos que sofrer por causa da verdade, nunca podemos abandoná-la. É preferível sofrer dentro da verdade, a viver “a alegria” dentro da mentira. Recordemos sempre do que nos diz Teresa de Jesus: “A verdade padece, mas não perece.” Tendo presente este lema e praticando a verdade, “ o alimento de nossa alma” e com a verdade iremos sentir a imensa 68 alegria de sermos “AMIGOS FORTES DE DEUS”.
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  • 70. 70
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  • 73. 73 Teresa e Enrique, dois grandes “AMIGOS FORTES DE DEUS”. Teresa de 1515 e Enrique de 1840, viveram em épocas diferentes da história mas sentiram as mesmas inquietações na busca de conhecer e amar Jesus. Entregaram gratuitamente suas vidas para que Ele, o seu Senhor, realizasse a obra. Foram atraídos pelo Amor que lhes roubou o coração e selaram ali o compromisso de AMAR para que outros tivessem VIDA E VIDA EM ABUNDÂNCIA.
  • 74. O amor-amizade como espaço pedagógico onde exercitamos livremente as nossas relações interpessoais, faz com que nos aproximemos cada vez mais do ideal maior que uniu Enrique a Teresa em um mesmo propósito: conhecer e 74 amar Jesus para torná-lo conhecido e amado.
  • 75. 75 1515 - 2015
  • 76. Somos todos convidados a continuar a escrever a história deste grande sonho 76 e projeto, com os milhares de Enriques e Teresas que estão presentes em todas as escolas e espaços de inclusão da FAMÍLIA TERESIANA. Selar mais uma vez este compromisso de transmitir as futuras gerações o que estamos vivendo, para que também outros venham a tornar-se “AMIGOS FORTES DE DEUS!”.
  • 77. Deus conhece o nosso coração e nos oferece a sua amizade incondicional. Faz-nos o convite para abraçarmos com fé e alegria este grande momento que já estamos vivendo. Celebrar o V Centenário de nascimento de Teresa de Jesus é entrar em sintonia com a fonte primeira e ali resgatar a grande riqueza que nos chega às mãos: os frutos de uma obra que ainda não está acabada. 77
  • 78. Cabe-nos ir descobrindo por quais meios e métodos vamos dar continuidade a esta missão que é de todos nós. Somos uma Família centenária que procura adaptar-se aos novos tempos, renovando-se gradativamente, reaprendendo a 78 ler os sinais de uma nova época onde a inclusão é a palavra chave.
  • 79. O carísma e a espiritualidade Teresiana se atualizam e se renovam com um olhar mais amoroso, inclusivo, participativo, como assim pensou e realizou a TERESA de todos nós. Neste horizonte ora globalizado em que vivemos, saímos de nossas casas para servir e nos enriquecermos com outros. 79
  • 80. Vamos fazendo caminho na participação e corresponsabilidade. Sentimo-nos mais irmãos e irmãs e, por isso, as nossas relações são cada vez mais circulares. Estar em conexão e criar enlaces vai-se convertendo em dinâmica 80 de vida.
  • 81. 81 Reconhecer a vida na nossa história e valorizar a riqueza da nossa espiritualidade faz com que nos sintamos agradecidos por todos aqueles que contribuíram ao longo destes quinhentos anos, para que o sonho de TERESA DE JESUS, através de Enrique de Ossó, chegasse até nós. Quantos rostos, culturas, lugares, encontros, foram marcados por este mesmo sentimento... Obrigado, Senhor, por saber que somos também os frutos deste sonho!
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  • 83. Querida Família Teresiana: é tempo de DESPERTAR, acolher através da oração, os sinais visíveis de uma caminhada que está sendo construída em uma dimensão evangélica e missionária, sair de si para ir ao encontro do outro. São muitos os corações que, batendo em sintonia, desejam ardentemente viver aqui e agora a experiência de amar e partilhar a presença do AMOR que 83 se dá a nós através de gestos, palavras, ações...
  • 84. Somos convidad@s a DESCOBRIR E PARTILHAR nossas experiências e vivências na oração, na leitura orante capaz de transformar o coração e levá-lo a um compromisso concreto de ação libertadora, contagiar a outros tantos que ainda não conhecem Teresa e sua proposta fantástica para tocar as mentes e corações de uma sociedade bombardeada por contra-valores que não 84 dignificam a pessoa humana.
  • 85. É tempo de CELEBRAR E CONVIDAR a que tod@s sentem na mesa da partilha para saborear os frutos de uma herança recebida: Teresa de Jesus. Agradecermos a universalidade do Carisma Teresiano, cada vez mais globalizado e enraizado em diferentes culturas nos cinco continentes. Viver e celebrar a presença transformadora e sempre atual de Deus em nossa caminhada diária. A presença do Reino, onde todos se sintam acolhidos e amados. Sentirmos o amor e a amizade que Jesus tem por cada um de nós... 85
  • 86. A partir de tudo o que ouvimos, vivemos e celebramos, somos convidad@s a 86 avançar para promover e consolidar o nosso propósito de viver o TERESIANISMO sob uma ótica partilhada e includente, pois na mesa do Pai há lugar para todos. Suscitar e alimentar as novas sementes que surgiram, por menor que sejam, para serem cuidadas, alimentadas e assim poderem se tornar ramos fortes na árvore que dá muitos frutos e alimenta a tod@s.
  • 87. Mãos à obra. Que nossas santas obras não se atrasem pela falta de recursos. Jamais se viu um empreendimento iniciado com a bênção de Deus, 87 e com o fim de zelar a sua hora, que fosse menosprezado e que se perca por falta de recursos. Se decaí, é mais por motivo de apoiar-nos demasiadamente na ajuda das pessoas, “palitos secos”, que ao se colocar neles algum peso de contradição, se quebram. Em Deus a confiança, e com reta intenção, tudo venceremos.
  • 88. (...) Animemo-nos com o exemplo de Teresa: “Fé viva, que faz alcançar as coisas grandiosas de Deus. Deus é amigo de almas animadas com tal que caminhem com humildade e nenhuma confiança em si mesmas. Ter grande confiança, porque convém muito não diminuir os sonhos. Parece que Deus espera somente nossas primeiras determinações, para Ele, depois realizar a sua obra. Tudo se pode em Deus, diz São Paulo; e Santo Agostinho: Dai-me Senhor, o que me mandas, e manda o que quiseres. Pensemos muitas vezes que São Pedro nada perdeu ao atirar-se ao mar, apesar de ter duvidado 88 depois. Estas primeiras determinações são grande coisa”. Prove-o quem não o crer (Revista Teresiana, Março de 1873).
  • 89. Amig@s: Uma Mulher – Reflexões para sermos amigos fortes de Deus foi o fio condutor que fez a apresentação e homenagem a nossa querida Teresa de Jesus, de autoria do Frei Ivo Bortoluz, OCD. (Porto Alegre) Sou muito grato à Irmã EVA MORAES BERNARDES, STJ, que do alto de seus 90 anos me contagia com suas histórias de vida e vivência de fé, pautada na oração e no compromisso de servir. Através dela me chegou às mãos o livro 89 que norteou este trabalho.
  • 90. Sou muito grato às Irmãs Teresianas, onde conheci e aprendi a amar TERESA DE JESUS e seu eterno admirador, Enrique de Ossó, fundador da Companhia das Irmãs Teresianas. Já se vão 36 anos de convivência entre idas e vindas, tantas folhas já foram escritas de uma bonita história, muitas irmãs já não 90 estão entre nós, mas nos deixaram o exemplo e uma “determinada determinação” que também nos contagia. OBRIGADO!
  • 91. 91 Se um coração for Teresiano, atrairá muitos outros corações para Jesus!
  • 92. 92 Apresentação – Prof. Norberto Tavares Fº Província Nossa Senhora de Aparecida – Porto Alegre – RS – Brasil Bibliografia: Uma Mulher – Reflexões para sermos amigos fortes de Deus, Frei Ivo Bortoluz, OCD Leituras complementares Teresianas e reflexões pessoais. Imagens – Internet Música – Cortazar - Mariana