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PRINCÍPIOS ESTÉTICOS: A OBRA DE DIEGO RIVERA
                                                                                Gabriela Ribeiro1

RESUMO
Das imagens que representaram a Revolução Mexicana, as dos muralistas estiveram entre
aquelas que interpretaram esse momento com maior força e dramaticidade. Entretanto, essas
obras aparecem normalmente como ilustração. Nesse artigo, restrito a Diego Rivera, falamos de
princípios estéticos, ou seja, quais são os contextos históricos e quais são os debates político-
estéticos impressos em cada pincelada? É um percurso na biografia estética de Rivera e sua
compreensão de Realismo Socialista.

Palavras-chave
Diego Rivera -      Muralismo -   Realismo Socialista




                                     “O artista é um produto direto da vida. Ele é um aparato nascido
                                     para ser o receptor, o condensador, o transmissor e o refletor
                                      das aspirações, dos desejos, e das esperanças do seu tempo”.
                                                                                        Diego Rivera2



             No mural Los explotadores (Fig.1), Diego Rivera mostra camponeses de tez e
roupas indígenas na ceifa, trabalhando sob a vigilância do patrão, que cavalga
acompanhado do seu esbirro. Este olha desafiadoramente, apontando sua arma para o
único camponês que está em pé, o único que não mantém olhos fixos no chão, no
trabalho. À esquerda, vê-se um mineiro negro, de uniforme, sendo revistado por um
policial branco enquanto o outro observa com as pernas cruzadas, recostado à parede.
Essa imagem está entre outras várias que ficaram para nós sobre a Revolução Mexicana.
             Entre os artistas que representaram na pintura essa revolução, Diego Rivera
está, ao lado de José Clemente Orozco e David Alvaro Siqueiros, entre os mais
famosos. Em qualquer referência a esse período da história mexicana, cabe
imediatamente uma ligação com as cenas pintadas pelos três artistas. Suas obras estão
espalhadas em várias cidades mexicanas bem como em outros países e se destacam até
mesmo como uma atual atração turística irresistível, por não estarem tão somente em
museus, mas estampadas em gigantescos murais que recobrem as paredes de palácios e
universidades. Daí o nome muralismo. Para dizer a verdade, o nome não surge apenas
do mural, ele é também um “ismo”. É fruto de propostas, constituiu uma escola
artística.
Figura 1: Diego Rivera. Los explotadores, 1926


         Quando coloco no título deste artigo “princípios estéticos” é justamente
porque tenho a intenção de ver a produção desse artista como uma criação que tem um
pensamento, uma proposta político-estética. A arte tomada como mera ilustração perde
todo o seu potencial reflexivo. Se torna a-histórica. Tudo o que é representado na arte e
a forma como é representado tem estreita relação com a sociedade que a produziu, ainda
mais quando se trata da arte produzida no início do século XX, cujas produções foram
geralmente acompanhadas de manifestos e de intensas discussões, pois o que se fazia
era superar radicalmente a forma de representação artística que vinha desde o
Renascimento.
         A intenção aqui é, pois, discutir que pensamentos políticos e estéticos
acompanharam a obra de Rivera na produção de imagens entre as mais difundidas sobre
a história e a cultura mexicana. Entender o quê, como e por que Rivera pintou o México
da forma que o fez são questões elementares para a compreensão de sua obra.
Investigando a sua “biografia pictórica” deixamos de apreciá-lo pelo puro prazer
estético ou somente pelas mensagens que suas obras transmitem, mas compreendemo-
las em relação ao contexto em que foram produzidas, em relação às ideias que as
embasaram e em relação à trajetória de Rivera. A produção de murais é o ponto mais
marcante da trajetória de Rivera, mas não é somente sobre eles que vale a pena se ater,
pois ao observar suas pinturas e desenhos3 em sequência cronológica percebe-se uma
vida que se transforma ao mesmo tempo em que as posições artísticas e políticas se
transformam no mundo e no México.
Cabe ainda dizer que qualquer um dos três muralistas mereceria um estudo,
Rivera me parece mais ligado à tradição costumbrista no registro dos tipos mexicanos
do que Orozco e Siqueiros, mas no fim das contas é uma escolha arbitrária, Orosco e
Siqueiros são igualmente ricos, talvez até mais intrigantes.




Transformações estéticas: de 1898-1920


         José Diego María Rivera nasce4 em 1883, na cidade de Guanajuato, ao norte
da capital. De 1898 a 1905, estuda arte na Academia de San Carlos, na Cidade do
México. Essa instituição, cuja reabertura data de 1847, serviu durante o século XIX
como parâmetro do que era oficialmente belo. Atada aos cânones neoclássicos, a pintura
e a escultura eram realizadas com domínio matemático sobre o espaço, baseado nas
proporções áureas, com a pretensão de atingir uma perfeição formal e uma imitação dos
modelos greco-romanos (Figura 2).
         No período que segue a Independência mexicana, quando é forte o debate
                                         sobre o que é o México e quando a produção de
                                         símbolos nacionalistas é intensa, os artistas
                                         acadêmicos representam, entre outros temas, “o
                                         índio    pré-colombiano”.         Além     da    idealização
                                         própria de uma arte com função de glorificar o
                                         passado e criar mitos de origem para o recém
                                         criado Estado mexicano, a representação dos
                                         ameríndios é feita de forma que eles aparecem em
                                         posturas da antiguidade e até as roupas lembram
                                         mais togas romanas do que as vestimentas
                                         indígenas. Rafael Durán diz em seu ensaio que
  Figura 2. Diego Rivera. Esboço da    parecem mais cabeças de índios sobre corpos da
    cabeça de uma mulher, 1898.
                                       antiguidade. Afirma ainda:


         [...] para nuestros artistas nacionalistas el Egipto de los faraones, la Atenas de Pericles, el
         Renacimiento de Galileo y la Tula prehispánica son culturas igual de lejanas y desconocidas;
         así, los mismos vicios y la misma falsedad con que pintan en su juventud cuadros de la
         Antigüedad grecorromana se trasminan a sus cuadros sobre el México antiguo.”5
Muchos de los pintores mexicanistas [do século XIX] realizaron en su juventud cuadros
          bíblicos y escenas de la vida de los santos, y sus cuadros prehispánicos están ejecutados con la
          misma pasión y empeño con que pintaron antes escenas del Antiguo Testamento. Son los
          mismos artistas, su oficio, su técnica, su habilidad es la misma, pero se ha modificado la
          esencia de su fe: parece que cambiaron el fervor religioso por el fervor patriótico, ¿qué no es
          esto, precisamente, lo que buscaban los liberales?6


          Esse estilo naturalista, com pretensão a uma veracidade e fidelidade agrada aos
terratenentes e burgueses do México. A concepção individualista burguesa exige dos
retratos pintados a semelhança ao modelo, mas com uma percepção profunda da
personalidade. Os retratos não devem ser frios. O retratado não deve ser um tipo, mas
uma personalidade única, identificável, nominável. 7 Os professores da Academia San
Carlos estarão entre aqueles cujos retratos portarão maior prestígio. Algumas pinturas,
como a notável Los hacendados de Bocas (1896), de Antonio Becerra mostram o
significado que a representação pode ter para a poderosa classe terratenente. Essa
pintura mostra um terraço onde estão à mesa o fazendeiro Juan Farías, sua mulher e sua
filha, retratados sobre o fundo de uma paisagem a perder de vista: à riqueza das
vestimentas, à “nobreza” familiar se junta a evidente possessão de um enorme domínio
territorial. Um nome importante nesse gênero de retrato com paisagem é José María
Velasco, citado por Rafael Durán. Velasco é justamente um dos professores de Rivera.
                                                         Diego dominou com maestria a técnica
                                            de pintura naturalista ensinada na Academia de
                                            San Carlos (Figura 2). Entretanto, não tomou esse
                                            estilo como modelo para suas pinturas. Ele estava
                                            atento tanto às mudanças nas artes européias,
                                            quanto a outros tipos de arte do México que
                                            estavam muito longe da Academia de San Carlos.
                                            Ao lado desse paradigma artístico oficial, o
                                            México do século XIX viu surgir pinturas de
                                            viajantes, com suas representações exoticizadas do
                                            povo     e    dos    vestígios     pré-colombianos;        as
                                            estatuetas de cera feitas por artistas populares; as
                                            caricaturas; e as hojas volantes de gravadores
Figura 3. Diego Rivera. Notre Dame de
Paris, 1909.                                como José Guadalupe Posada, uma das principais
referências de Rivera. Esse contraponto à arte acadêmica – e todo o seu significado
social no México – é central na pintura de Rivera, por isso apenas sinalizo aqui a sua
existência para retomá-lo depois quando discutir a proposição política de Diego Rivera
e a produção de sua pintura mural.
         Entre meados do século XIX e início do século XX, surgiram na Europa vários
movimentos artísticos vanguardistas que provocaram um questionamento radical sobre
todos os modelos artísticos aceitos até então. O primeiro deles, o impressionismo,
abandonou a pintura naturalista para concentrar-se nos efeitos da luz sobre o ambiente e
tentou transpor esses estudos para a pintura tentando captar a luminosidade em
pinceladas que compunham desenhos distorcidos. Outros vários “ismos” surgiram, cada
um    reforçando   certos   elementos,   distorcendo   o   convencional.     Pontilhismo,
expressionismo, primitivismo, cubismo, todos estavam acompanhados de incessantes
debates teóricos e manifestos. Eles propunham uma revolução estética que podia ou não
ser acompanhada de uma ação política. Ainda que vários artistas vanguardistas tenham
defendido a separação da arte das questões políticas, as vanguardas modernas
quebravam o padrão de verossimilhança que, como discutimos acima, tinha uma relação
com o status pessoal. Por outro lado, às vezes a proposta política era direta, como o
questionamento social dadaísta.
         Rivera se aproxima dos modernistas
(Figura 3 e 4) e em 1906 expõe 26 trabalhos em
conjunto com um grupo chamado Savia
Moderna, que publicava também uma revista
sobre literatura com o mesmo nome e uma
outra de 1912-1914 chamada Nosotros, que
como o título mostra, além da preocupação com
o    desenvolvimento   de   novas    expressões,
também se preocupava com a expressão de uma
identidade nacional, similar ao Modernismo
brasileiro dos anos 20. No mesmo ano, 1906,
Diego Rivera obtém uma bolsa para estudar
durante quatro anos na Europa. Em 1907, fica
na Espanha onde estuda com o artista realista
                                                   Figura 4. Diego Rivera. La Castañeda,
Eduardo Chicharro y Agüera e em 1909 visita        também conhecida como El Paseo de los
                                                   melancólicos, 1904.
Paris, Londres e Bruges. Retorna ao México em
1910 e após uma exposição de sucesso consegue financiar parcialmente uma segunda
viagem à Europa, onde estaria até 1921, ficando afastado do contato direto com a
Revolução Mexicana dos primeiros anos. Nas duas telas reproduzidas aqui (Fig 3 e
Fig.4), sobretudo na Notre Dame de Paris, de 1909 (Figura 3), Rivera explora as
possibilidades de expressão impressionistas, acompanhando o burburinho vanguardista.
Pelo ano de 1913, Rivera torna-se um pintor cubista, fazendo parte do mesmo círculo de
Juan Gris e Pablo Picasso.
         Durante o período cubista, Diego Rivera desenvolveu tanto aspetos puramente
estéticos ao representar naturezas mortas e retratos (Figura 5) - absolutamente
divergentes da tradição da Academia de San Carlos - quanto temas sociais, saídos da
Revolução Mexicana (Figura 6), onde Rivera tenta falar da realidade mexicana se
distanciando do falso modelo neo-clássico da Academia e dos índios greco-romanos,
frutos de um nacionalismo estéril, completamente diferentes dos reais índios que
povoavam as cidades e os campos e que no momento pegavam em armas.




   Figura 5. Diego Rivera. El                    Figura 6. Diego Rivera. Zapatista
   Arquitecto (Jesús T. Acevedo),                landscape - The Guerilla, 1915.
   1915.




Realismo: princípios políticos e estéticos


         A pintura muralista de Diego Rivera é a mais conhecida da sua extensa obra,
que inclui também ilustrações para revistas, óleos, desenhos, sem contar o seu material
escrito, que vai desde manifestos, artigos até a uma autobiografia. Os seus painéis
iniciam-se em 1922 impulsionados pelo então Secretário de Educação José
Vasconcelos, cujas ações estão ligadas ao estabelecimento de políticas educacionais
nacionais, que incluíam uma política voltada aos povos indígenas8. Nesse ano, Rivera e
os outros dois muralistas, Orozco e Siqueros, são convidados a fazer a decoração da
Escuela Nacional Preparatoria (ENP) e publicam, em nome do Sindicato dos Técnicos,
Pintores e Escultores, um manifesto que sintetiza a proposta artística do grupo. Para
iniciarmos vejamos um extrato da Declaración de los principios sociales, políticos y
estéticos9, o manifesto muralista escrito por Siqueiros:


            “We side with those who demand the disappearance of ancient, cruel system in which the farm
            worker produces food for the loud-mouthed politicians and bosses, while he starves; in which
            the industrial workers in the factories weave cloth and by the work of their hands make life
            confortable for the pimps and prostitutes, while they crawl and freeze; in which the Indian
            soldier heroically leaves the land he has tilled and eternally sacrifices his life in a vain attempt
            to destroy the misery which has lain on his face for centuries.” 10


            Essa afirmação remete ao mural Los Explotadores, parece que o discurso
político já evidente na imagem se descortina diante dos olhos. O México está vivendo
um período revolucionário, não muito distante de 1922 estão os movimentos populares,
está fresca a memória de Zapata, Villa e Flores Magón.
            Os muralistas encontram na própria realidade mexicana, nos anseios
populares, a inspiração de sua arte e de sua política. Entretanto o muralismo está
inserido em um amplo debate sobre a arte que se estende pelo mundo inteiro. As
questões são locais, a representação também. É uma resposta mexicana a questões que
estão colocadas local e internacionalmente.
            Desde o fim da 1ª Guerra e, sobretudo com a Revolução Russa, as vanguardas
artísticas modernas estavam sendo questionadas. Na Rússia pós-revolução bolchevique
surgem debates sobre que tipo de arte corresponderia aos anseios da Revolução e, no
curso dos debates, a vanguarda como um todo – em particular o cubismo e a arte
abstrata – foi criticada. O próprio Rivera, no artigo The Revolutionary Spirit in Modern
Art11, de 1932, faz a crítica dessa arte quanto a seu aspecto de compreensibilidade
restrita.
            Ele afirma que a teoria da “arte pela arte”, implica a apreciação por um
pequeno número de pessoas “superiores”, ou seja, ilustradas, as quais existiriam em
número ínfimo. Diz ainda, “this artistic theory which pretends to be a-political has
really an enormous political content – the implication of the superiority of the few [...]
At the same time, this theory creates a legend which envelops art, the legend of its
intangible, sacrosanct, and mysterious character which makes art aloof and inaccessible
to the masses”.12 Outra crítica se refere a quando a burguesia se rende às vanguardas –
que de início eram produções marginais e extremamente encerradas em círculos
intelectuais. A arte de vanguarda entra no mercado, sujeita, como qualquer outra
mercadoria, às leis de oferta e procura e às vicissitudes da moda.
         Contra essa arte, denominada pelos seus críticos de “arte de cavalete”, devido
a seu caráter privado – diferente da arte pública – surgem debates que vão tendendo a
compor um estilo com algumas características comuns, que vai sendo denominado
Realismo. É preciso fazer uma definição sobre o termo, pois comumente há uma
confusão entre esse movimento – um “ismo” – e o adjetivo realista, que se refere ao que
parece real, em oposição a abstrato, fantástico. Esse adjetivo pode ter como sinônimo
naturalismo, aquilo que representa com fidelidade o que o olho humano percebe. Basta
ter em mente as pinturas Renascentistas. O Realismo, como um movimento estético
tem, em suma, como definição, uma arte que tem uma preocupação social, que
ultrapassa os fins estéticos em si. Ela não tem, a princípio, um estilo que lhe representa,
o que lhe define é a função social, coletiva ou revolucionária. A forma como essa
preocupação teria de ser posta em tela – seja ela naturalista ou estilizada – dependeu de
discussões e de um jogo de forças – que na Rússia dos anos 1930-1940 culminou na arte
stalinista. Rivera entra nesses jogos de força e faz um realismo bem particular, que
discutiremos mais além.
         Por essas críticas à “arte de cavalete”, de uma arte para poucos que vem sendo
chamada de burguesa, surge nos anos 1920 uma retórica de “proletarianismo” 13,
segundo a qual várias “heranças culturais” vindas da burguesia deveriam ser
condenadas para a criação de uma cultura nova, revolucionária: uma cultura proletária
para uma revolução proletária. Para muitos artistas, essa procura de uma arte
especificamente “proletária” trazia consigo um gérmen de desconfiança, ainda que eles
pensassem um papel para a arte na revolução social.
        O que estava em questão no conceito de “cultura proletária” era a definição dos
propósitos da arte e seu significado para as pessoas comuns e em consequência,
definição de estilos de arte, se mais próxima do naturalismo ou mais próxima das
vanguardas.
        No início da Revolução Russa, várias correntes artísticas puderam coexistir, mas
à medida que a Revolução vai se institucionalizando, o Realismo figurativo vai
ocupando o posto de arte “mais adequada”, de arte oficial. O grupo Associação de
Artistas da Rússia Revolucionária (AKRR) vai se tornar o grupo dominante na década
de 20, chegando a ter apoio direto do governo, uma ala jovem, uma editora e, a partir de
1929 uma revista – Arte para as massas. Um trecho da Declaração da AKRR de 1922,
que acompanha a segunda exposição do grupo, aponta qual a sua concepção de
finalidade da arte:


         “Nós vamos retratar o tempo presente: a vida do Exército Vermelho, os operários, os
         camponeses, os revolucionários e os heróis do trabalho. Forneceremos um retrato verdadeiro
         dos fatos, e não tramas abstratas desmerecendo a nossa Revolução diante do proletariado
         internacional... O dia da Revolução, o momento da Revolução, é o dia do heroísmo, o momento
         do heroísmo, e agora devemos revelar essas experiências artísticas nas formas monumentais do
         estilo do realismo heróico” 14


         Alguns pontos são importantes nesse trecho da Declaração. O primeiro é a
equiparação da figuração, ou seja, a representação com referência às coisas perceptíveis
no mundo, à Revolução. O conteúdo é o centro do quadro. Quando falávamos sobre o
início da trajetória de Diego Rivera na Academia de San Carlos observamos que o estilo
verossímil atendia a interesses sociais burgueses – a representação da auto-imagem
perante a sociedade – e em relação a isso, as vanguardas, antes de se tornarem
establishment, foram uma ruptura. Ora, essa defesa de um retrato verdadeiro pela
AKRR parece ser um retrocesso aos estilos da época czarista, tradicionalmente já
assimilados. (Figura 7) e isso será justamente um assunto polêmico.




Figura 7. Isaac Brodsky. Lenin no Smolny, 1930
O segundo, é o termo “heróico”,
utilizado para resumir a própria proposta
da AKRR. Politicamente, o termo heróico
significa uma exaltação ao processo
revolucionário, daí fazem-se quadros de
trabalhadores nas indústrias, nas fazendas
coletivas, ou em reuniões do partido, mas,
também, retratam-se os heróis particulares
como Marx e Lenin. Esteticamente,
“heróico”     está     relacionado      aos
sentimentos e os termos definidos pela
AKRR para suas pinturas são: “forma
sintética”, “severo”, “poderoso”, “forte”,
“preciso”. Comparando novamente com a          Figura 8. Gustav Klutsis. A eletrificação do país
                                               inteiro, 1920.
pintura nacionalista que estava sendo feita
no México, por exemplo, o termo “heróico” não seria inadequado para uma revolução?
O termo parece vir de uma sociedade estabelecida, que quer ficar estancada. Paul Wood,
no excelente artigo do qual retiramos todas essas informações sobre a AKRR, afirma
que além desses sentimentos evocados, o Realismo da AKRR se atém a algumas noções
centrais como a tipicidade e a generalização, as quais orientam o artista a criar
situações típicas/gerais, com elementos típicos, generalizáveis. Ou seja, o trabalhador da
fábrica, a bandeira, o trabalhador das fazendas...
        Esse tipo de realismo vai ganhar durante os anos 30 o nome de Realismo
Socialista e vai ocupar o espaço de arte oficial do governo de Stalin – mas a elaboração,
como vemos, é anterior a esse governo. As críticas vão surgir no mundo inteiro, desde
aqueles que estão ligados às vanguardas – sejam eles revolucionários ou não – até entre
certos neoclássicos que estavam produzindo a arte nazista, o que cria uma atmosfera de
debate onde defender uma posição artística é necessariamente se alinhar.


        A vanguarda construtivista russa, ao mesmo tempo em que o Realismo
Socialista se desenvolve nos anos 20 e 30, também apresenta a sua proposta
revolucionária ao mesmo tempo em que critica a tendência do Realismo Socialista a
considerar a “massa” incapaz de compreender o que não é naturalista, e critica o
engessamento do partido bolchevique. (Figura 8). As figuras 7 e 8, exemplos extraídos
do ensaio de Wood ilustram o confronto que estava sendo travado na Rússia, no campo
da arte, e que se estendeu pelo mundo.




O realismo de Diego Rivera


        Diego Rivera tece seus próprios comentários sobre a polêmica do Realismo
Socialista no seu artigo já citado anteriormente. Ele reconhece o esforço da vanguarda
russa em fazer sua arte acessível “às massas russas”, ele próprio esteve vinculado a ela
durante sua visita ao país em 1927-28, através do grupo Outubro, em cujo manifesto de
28 afirmavam: “Rejeitamos o realismo filisteu dos epígonos; o realismo de um modo de
vida estagnante e individualista; passivamente contemplativo, estático, o realismo
naturalista com sua infrutífera imitação da realidade.”15 Segundo Rivera, todavia, essas
massas elegeram a pintura de estilo acadêmico, naturalista, como mais adequada a uma
arte do proletariado. Ao oferecer suas razões para isso, Rivera inverte a noção de
modernismo: “It was not that the proletariat of Russia was telling these artists: 'You are
too modern for us.' What it said was: 'You are not modern enough to be artists of the
proletarian revolution'”16. Há uma tensão no pensamento do artista mexicano. Rivera
não poupa críticas no Revolutionary Spirit à tradição acadêmica ao mesmo tempo em
que tenta equacionar um lugar entre “compreensão do povo” e técnica de vanguarda:


        “In Russia there exists the art of the people, namely peasant art. It is an art rooted in the soil. In
        its colors, its materials, and its force it is perfectly adapted to the environment out of which it is
        born [...] The better Russian painters working directly after the Revolution should have
        recognized this and then built upon it, for the proletariat, so closely akin to the peasant in many
        ways, would have been able to understand this art. Instead of this the academic artists,
        intrinsically reactionary, were able to get control of the situation. Reaction in art is not merely a
        matter of theme. A painter who conserves and uses the worst technique of bourgeois art is a
        reactionary artist, even though he may use this technique to paint such a subject as the death of
        Lenin or the red flag on the barricades.”17
A proposta de Rivera para uma arte
                                                          revolucionária reside na apreensão
                                                          dos elementos da arte popular, de
                                                          seus materiais, de suas cores. A
                                                          efetivação prática dessa proposta
                                                          para a realidade mexicana é, em
                                                          primeiro lugar, o mural, pois, como
                                                          diz Siqueiros no manifesto de 22, a
                                                          arte    mural        é    pública,     não
                                                          comerciável.     Pertence       a    todos,
                                                          assim     como   a       arte   do    povo
                                                          mexicano         é         compartilhada
                                                          coletivamente. Evidentemente esse
                                                          alcance    coletivo       também       está
 Figura 9: Diego Rivera. Dia de Muertos: Festival de
 Calle, 1923-24. Mural. Detalhe da parede sul, Salón de
                                                          relacionado à propaganda, o próprio
 Fiestas, Secretaría de Educación Pública, Ciudad de      Rivera critica a desconfiança que se
 México.
                                                          tem da arte para a propaganda e
expressa sinteticamente “Eu quero usar minha arte como uma arma”.
        Quanto aos temas, vimos em Los explotadores a representação do povo
diretamente relacionada à luta de classes, remetendo a toda a discussão que fizemos
anteriormente sobre a polêmica do Realismo Socialista. Sem uma referência direta às
teses socialistas, em Día de Muertos, pintado no salão de festas da SEP (Figura 9)
vemos uma festa popular sendo representada – o ciclo de mural inteiro pinta vários
momentos dessa festa, como, por exemplo, as oferendas aos mortos. Nesse mural vemos
os mais variados tipos mexicanos, de mulheres à anos 20 aos índios e o próprio Rivera
está representado no meio da multidão. Essa captura de momentos que fazem parte da
vida do povo reflete a herança do costumbrismo na representação do povo mexicano. O
tema parte da percepção de um México que desfila pelas ruas e certamente, além da
intenção de ressaltar o “popular” chama a atenção pela presença das mulheres vestidas
com a moda européia (brancas ou não) misturada às índias, uma identidade comum
uniria esses seres diversos. Essa mistura do povo e, mais evidente, as calaveras,
remetem ao grafista popular José Guadalupe Posada, falecido em 1913, sobre o qual
Rivera e os muralistas reconheceram uma grande inspiração 18. Além do conteúdo, a
forma reflete essa proposta de inspiração na “peasant art” - lembremos que o estilo a
ser adotado para a representação foi matéria central na discussão do Realismo Socialista
e que as escolhas adotadas por esse artista, que passeou por tantos estilos não é
arbitrária. Assim, a forma arredondada dos personagens, a ausência de perspectiva –
traço acadêmico (Figura 2) – vão se aproximando da pintura naif, literalmente
“inocente”, aquela que se vê na produção artesanal popular.
         A      partir   do
envolvimento de Rivera
nas pinturas murais, sua
obra divide-se na produção
de quadros de cavalete,
desenhos nos quais ele
manifesta repetidamente o
caráter costumbrista de sua
obra e os murais. No
primeiro     tipo   aparecem
várias        cenas       de
                               Figura 10. La Molendera, 1924. Museo de Arte Moderno, Ciudad de
carregadores e vendedores México.
de flores, geralmente lírios, além disso, atividades quotidianas femininas como a
tecelagem e a fabricação de tortillas (Fig.10) – que reaparecem nos seus murais sobre o
mundo pré-hispânico, marcando a continuidade entre culturas pré-colombianas                      e
culturas populares do México contemporâneo – além dessas, outra larga quantidade de
ofícios: vendedora(e)s, agricultores, pedreiros, o cultivo do milho e camponeses nas
mais diversas atividades. Além disso, aparece um grande número de crianças indígenas,
das quais um dos retratos mais chocantes, Niña com muñeca, de 1954, representa uma
menina índia, bem escura, de trajes tradicionais que, sentada, carrega no colo uma
boneca de plástico de um branco contrastante, de roupas e cabelos que parecem
alienígenas àquela que a carrega.




Os murais


         Algumas dificuldades aparecem ao tentar classificar e compreender a vasta obra
mural desse artista. Para ter uma visão completa sobre os murais é preciso primeiro
passar pela dificuldade de ter acesso a todas as imagens, já que há exemplos de ciclos
de murais, como são chamados, em que o número de quadros de um mesmo ciclo pode
ultrapassar a centena. Além disso, para um estudo completo seria necessário o estudo de
cada um dos ciclos isoladamente, pois estão cheios de referências, são complexos,
precisam de um conhecimento profundo da história mexicana. Mesmo assim, podemos
citar alguns desses ciclos com suas características gerais.
       Além do primeiro mural, La creación – que faz um simulacro do nascimento de
Jesus, onde os presentes no nascimento observam e saúdam uma selva e indígenas no
centro do mural, no anfiteatro Bolívar da ENP19, há o Día de Muertos (de 1923-1924),
que já citamos acima, que conta com quadros mostrando vários aspectos dessa festa. A
Universidad Autónoma de Chapingo ganhou vários murais nos seus prédios como o El
Buen Gobierno (de 1924) no prédio administrativo, que brinca com o efeito “trompe
l'oeil”, uma ilusão que faz o mural parecer real. A mesma universidade possui o Los
explotadores (de 1926) e uma série de murais simbólicos como o Tierra Fecunda, con
las Fuerzas Naturales Controladas por el Hombre (de 1926) que recobrem um longo
corredor de imagens alegóricas.
       Os murais que estão no México que mais chamam a atenção por sua
complexidade, genialidade e, muitas vezes, aspecto colossalmente caótico, são os
murais dos ciclos históricos. Há vários que se estendem pelo Palácio de Cortés,
representando cenas da conquista espanhola. Os murais com a história do teatro
mexicano, onde Rivera mescla temas específicos do teatro e temas da história
mexicana, como as imagens de Zapata. Impressionantes são os afrescos do Palácio
Nacional, que contam, entre outros, com Historia de México: de la Conquista al Futuro
1929-35, que junta num grande plano cenas de lutas desde os tempos pré-colombianos
até referências ao México contemporâneo como se as imagens disputassem não só as
lutas, mas o próprio espaço do mural, da história do México. Além desse mural, que
fica no Arco central do Palácio, há vários quadros, organizados temporalmente, onde
Rivera retrata várias civilizações pré-colombianas: Historia de México - El antiguo
Mundo Indígena (Figura 12), La Gran Tenochtitlán (de 1945-1952), Desembarco de
Españoles en Veracruz (de 1951).
Figura 12. Diego Rivera. Historia de México - El antiguo Mundo Indígena, 1929-1935


         No mural acima, El Antiguo Mundo Indígena, podemos observar novamente a
apropriação da estética do povo, no caso, das imagens pré-hispânicas. Não apenas a
imagem fala do mundo antigo, mas toda a composição segue a mesma estética das
estátuas e vestígios de povos pré-hispânicos. O vulcão, o sol e o deus na parte superior
são representados não com os valores ocidentais da pintura, mas com os valores
pictóricos pré-hispânicos. Sente-se o “mundo indígena” mais próximo, como se fosse
possível sentir o significado da pintura com os olhos dos pré-hipânicos, muito diferente
dos índios greco-romanos. Os observadores desse ciclo caminham pelo palácio e
encontram em cores vivas o relato de uma história do México que segue por
Tenochtitlán até a Conquista espanhola.
         Como artista multiplo que foi, Rivera pintou quadros que não têm relação direta
com a discussão, nem com os objetivos da arte Realista, como os retratos de vários
mecenas que encontramos nos anos 1940, retratos em uma estética muralista, mas
privados, diferente da pintura de tipos, diferente da pintura pública. Há ainda os murais
que estão em cidades dos Estados Unidos20, extremamente complexos na criação,
alegóricos. Um desses ciclos de murais aumenta as facetas contraditórias do artista
quando ele pinta a Fábrica de Detroit e o seu trabalho operário para o Centro
Rockefeller, um dos grandes capitalistas norte-americanos. O que poderia haver de
Realismo no lugar onde se fez o mural, e mais, ainda que se retrate os operários, o que
há de socialista em uma representação de uma fábrica limpa onde os operários
trabalham em movimentos simétricos, no mesmo espaço onde se homenageia Ford?
       Paul Wood inicia seu ensaio sobre o Realismo com esse mural, pintura que
deixa atônitos aqueles que têm familiaridade com a discussão e deixa um iniciante
perdido, sem conseguir perceber o que foi o Realismo. Seria uma imagem-símbolo da
complexidade, do embate e das contradições no tipo de pintura rotulado “Realismo”.
Rivera teria sido capturado pelo comércio de arte ou o mural no Rockefeller estaria em
harmonia com seus ideais? Apenas o olhar mais minucioso sobre sua biografia
permitiria entender esse ponto obscuro no seu trajeto bio-pictográfico. Um homem é
muito mais complexo e maleável que aquilo que sobra de si e aqui não é o espaço para
percorrer sua biografia propriamente dita, lugar onde é possível entender suas decisões
e experiências, mas apenas um lugar para traçar notas para a apreciação de sua obra.
1
 Gabriela E. Amaral Ribeiro é graduada em História, pela Universidade Federal do Ceará. Para contatos escreva para
gabbribeiro@gmail.com.
2
      “The artist is a direct product of life. He is an apparatus born to be the receptor, the condenser, the transmitter and the
     reflector of the aspirations, the desires, and the hopes of his age”. Diego Rivera. The Revolutionary Spirit in Modern
     Art. Publicado na antologia organizada por HARRISON e WOOD, Art in theory. 2002, p. 422.
3
     As reproduções das pinturas de Rivera foram obtidas a partir dos textos presentes na bibliografia e nos sites:
    http://diegorivera.com/ [acessado em 15/11/2009 ], que contém extratos de vídeos, alguns artigos de Rivera publicados
    na revista Mexican Folkways, artigos sobre Rivera e uma seleção de pinturas de cavalete e murais;
    http://www.riveraexperts.com/ [acessado em 15/11/2009]; http://www.diego-rivera-foundation.org/ [acessado em
    15/11/2009], que contém 175 reproduções; e http://www.dia.org/education/rivera/infoidx.htm [acessado em
    15/11/2009], que contém imagens do ciclo de mural feito para o Instituto Rockefeller.
4
     As informações biográficas sobre Diego Rivera foram retiradas do livro de. RASMUSSEN, Latin American Artists of
    the Twentieth Century, 1993, p.391-392.
5
     Rafael DURÁN. “Retrato de un Siglo. ¿Cómo Ser Mexicano en el XIX?”. 2002, p. 158.
6
     Rafael DURAN. Ibidem. p. 159.
7
      Sobre o significado dos retratos para os terratenentes e burgueses mexicanos, veja o ensaio de Rafael Durán
     (DURÁN, 2002, p. 147-149) e o de Carlos Monsiváis (MONSIVÁIS, 2002, p. 179-221).
8
     Sobre as políticas culturais e educacionais de Vasconcelos, bem como do México do século XX ver o livro que reune
     os artigos do IV Congresso Internacional de História do México: WILKIE e MEYER. Papers of the IV International
     Congress of Mexican History. Em especial ver o artico de Carlos Monsiváis. “La Cultura Mexicana en el Siglo XX”.
9
      SIQUEIROS et al. “A Declaration of Social, Political and Aesthetic Principles”. Extrato do livro de Siqueiros, Art
     and Revolution, 1975, p.24-25, reproduzido no livro de HARRISON e WOOD Art in Theory, p.406-407.
10
      “Estamos ao lado daqueles que exigem o desaparecimento de um sistema antigo e cruel, no qual o agricultor produz
     alimentos para políticos e patrões glutões, enquanto ele resta famélico; no qual os operários nas fábricas produzem
     tecidos e pelo trabalho de suas mãos fazem a vida confortável para cafetões e prostitutas, enquanto eles rastejam e
     congelam; no qual o soldado indígena heroicamente deixa a terra que arou e eternamente sacrifica sua vida em uma vã
     tentativa de destruir a desgraça que repousou sobre sua face por séculos.” [Tradução nossa]. SIQUEIROS. “A
     Declaration of Social, Political and Aesthetic Principles”. Reproduzido em HARRISON e WOOD. Art in Theory.
     p.406.
11
     “O espírito revolucionário na arte moderna.” Publicado em Modern Quaterly. New York. vol.6 nº 3. Autumn 1932.
    Reproduzido das páginas 51-57 no livro de HARRISON e WOOD. Art in theory. p.421-423.
12
     “Essa teoria artística que finge ser a-política tem na verdade um enorme conteúdo político – a implicação da
    superioridade dos poucos [...] Ao mesmo tempo, essa teoria cria uma lenda que envolve a arte, a lenda do seu
    intangível, sacrosanto, e misterioso caráter que faz a arte distante e inacessível às massas.” [Tradução nossa] RIVERA,
    Diego. “The Revolutionary Spirit in Modern Art”, p.422 (Reveja a nota 10)
13
  Sobre o Realismo veja o ensaio de Paul WOOD. “Realismos e Realidades”. Sobre “proletarianismo” veja no mesmo
ensaio a p.271. Na antologia de HARRISON e WOOD, Art in Theory veja sua vasta seleção de manifestos p.402-505.
14
     AKRR, “Declaration”, 1922 p.266-267. Reproduzido em WOOD “Realismos e Realidades” p.275-276.
15
     WOOD, p.314.
16
     “O proletariado da Rússia não estava dizendo a esses artistas: 'Vocês são modernos demais para nós'. O que diziam
    era: 'Vocês não são suficientemente modernos para serem artistas da revolução proletária'”. [Tradução nossa].
    RIVERA, Diego. “The Revolutionary Spirit in Modern Art”, p423.
17
      “Na Rússia existe a arte do povo, isto é, a arte camponesa. É uma arte enraizada no solo. Em suas cores, seus
     materiais e sua força é perfeitamente adaptada ao meio do qual nasceu [...] Os melhores pintores russos trabalhando
     imediatamente após a Revolução deveriam ter reconhecido isso e então ter baseado-se nelas, pois o proletariado, tão
     aparentado aos camponeses em vários modos, teria sido capaz de compreender essa arte. Em vez disso os artistas
     acadêmicos, intrinsecamente reacionários, foram hábeis em tomar controle da situação. Reação na arte não é
meramente uma questão de tema. Um pintor que conserva e usa a pior técnica da arte burguesa é um artista
     reacionário, mesmo que ele use esta técnica para pintar um assunto como a morte de Lenin ou a bandeira vermelha
     nas barricadas.” [Tradução nossa]. RIVERA, Diego. “The Revolutionary Spirit in Modern Art”, p423-424.
18
      No mural Sueño de una tarde dominical en la Alameda Central, de 1947, onde Rivera mistura elementos biográficos
     com outros da história do México no centro do quadro, repleto de uma multidão de mexicanos célebres e
     desconhecidos, está representado Diego criança de mãos dadas com sua mãe, que toma a forma de uma caveira – la
     muerte Catrina – com a serpente emplumada, Quetzalcoatl da mitologia tolteca. Por sua vez, la Catrina, está de
     braços dados com seu criador, o gravador popular José Guadalupe Posada, falecido em 1913 e que representa o papel
     de pai de Rivera. O redescobrimento de Posada pelos muralistas faz parte dessa relação de proximidade com a arte do
     povo. Sobre esse mural, ver o artigo de Max KOZLOFF “Orozco and Rivera: Mexico Fresco Painting and the
     Paradoxes of Nationalism”. Além disso, a revista Mexican Folkways bem como outras referências como a
     autobiografia de Rivera fazem o elogio da obra de Posada.
19
     ENP – Escuela Nacional Preparatoria.
20
      Sobre o mural mais famoso de Rivera nos Estados Unidos, localizado no The Detroit Institute of Arts, Fábrica de
     Detroit, pode-se consultar o ensaio dee WOOD sobre os realismos. p.251-254. Além dele vale a pena ver o mural da
     Escola da Cidade de San Francisco, Unidad Panamericana, de 1940.
REFERÊNCIAS DAS IMAGENS


Figura 1: Diego Rivera. Los Explotadores, 1926. Mural Parede oeste, Universidad Autónoma de Chapingo.
    [on-line]: http://diegorivera.com/murals/index.php 22ª imagem.

Figura 2: Diego Rivera. Esboço da Cabeça de uma Mulher, 1898. [on-line]: http://www.riveraexperts.com/.

Figura 3: Diego Rivera. Notre Dame de Paris, 1909. http://www.riveraexperts.com/ .


Figura 4: La Castañeda, también conocida como "El Paseo de los melancólicos", 1904. Oleo sobre tela.
   Museo Franz Mayer, Ciudad de México http://diegorivera.com/gallery/index.php Galeria 1

Figura 5: El Arquitecto (Jesús T. Acevedo), 1915. Oleo sobre tela. Museo de Arte Alvar y Carmen Carrillo
   Gil, Ciudad de México.
        http://diegorivera.com/gallery/index.php Galeria 1

Figura 6: Diego Rivera. Zapatista landscape - The Guerilla, 1915. http://www.riveraexperts.com/.

Figura 7: Isaac Brodsky. Lenin no Smolny, 1930. Óleo sobre tela, 190x287cm. Galeria Estatal Tretiakov,
   Moscou. Reproduzida no ensaio de WOOD, “Realismos e Realidades”. p.282.

Figura 8: Gustav Klutsis. A eletrificação do país inteiro, 1920, fotomontagem, 46x31cm. Coleção Costakis.
   Reproduzida no ensaio de WOOD, “Realismos e Realidades”. p.280.

Figura 9: Diego Rivera. Dia de Muertos: Festival de Calle, 1923-24. Mural. Detalhe da parede sul, Salón de
   Fiestas, Secretaría de Educación Pública, Ciudad de México. Reproduzida no ensaio de KOZLOFF,
   “Orozco and Rivera: Mexican Fresco Painting and the Paradoxes of Nationalism”. p.66.

Figura 10: Diego Rivera. La Molendera, 1924. Oleo sobre tela. Museo de Arte Moderno, INBA, Ciudad de
   México. http://diegorivera.com/gallery/index.php Galeria 4.

Figura 11: Diego Rivera. Historia de México: de la Conquista al Futuro, Detalle del Arco Central, 1929-
   1935. Afresco. Arco Central, Palacio Nacional, Ciudad de México. http://diegorivera.com/murals/index.php
   10ª imagem

Figura 12: Historia de México - El antiguo Mundo Indígena, 1929-1935. Afresco. Muro Norte, Palacio
   Nacional, Ciudad de México.
        http://diegorivera.com/murals/index.php 27ª img
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


DURÁN, Rafael Barajas. “Retrato de un Siglo. ¿Cómo Ser Mexicano em el XIX”. In: FLORESCANO,
    Enrique (coord). Espejo Mexicano. México. Consejo Nacional para la Cultura y las artes; Fundación
    Miguel Alemán; Fondo de Cultura Económica: 2002. P.116-177.
FAVRE, Henri. El Indigenismo. Trad. Glenn Amado Gallardo Jornán. México. Ed. Fondo de Cultura
    Económica: 1998. (Col. Popular n. 547).
FLORESCANO, Enrique. “Introducción: imagen e historia”. In: FLORESCANO, Enrique (coord). Espejo
    Mexicano. México. Consejo Nacional para la Cultura y las artes; Fundación Miguel Alemán; Fondo de
    Cultura Económica: 2002. p.11-47.
GOLLIN, Jane. “De Museu a Museu.” Revista Américas. Vol. XX, nº 4, abr. de 1968. p.21-28.
HARRISON, Charles e WOOD, Paul. Art in Theory: 1900-2000. 2ª ed. Oxford, UK. Blackwell Publishing:
    2002.
HOBSBAWM, Eric. "Introdução: A Invenção das Tradições", in: E. Hobsbawm & T. Ranger (orgs.). A
    invenção das tradições, Rio de Janeiro, Paz e Terra:1984.
KOZLOFF, Max. “Orozco and Rivera: Mexican Fresco Painting and the Paradoxes of Nationalism”. In:
    RASMUSSEN, Waldo (ed.) Latin American Artists of the Twentieth Century. Nova York. The
    Museum of Modern Art: 1993. p.60-71.
MONSIVÁIS, Carlos. “ ‘Soy porque me parezco’. El Retrato en México en el Siglo xx”. In:
    FLORESCANO, Enrique (coord). Espejo Mexicano. México. Consejo Nacional para la Cultura y las
    artes; Fundación Miguel Alemán; Fondo de Cultura Económica: 2002. p.178-221).
__________________ “La Cultura Mexicana en el Siglo XX”. In: WILKIE, James W.; MEYER, Michael
    C.; WILKIE, Edna Monzón de (eds.). Contemporary Mexico: Papers of the IV International Congress
    of Mexican History. Latin American Studies Series. Vol. 29, UCLA Latin American Center: 1976. p.
    624-670.
MORAIS, Frederico. Gráfico Histórico das Artes Plásticas: Séculos XIX e XX. São Paulo. Instituto Itaú
    Cultural: 1990.
PAZ, Octavio. “The art of Mexico”. Revista Américas. Vol. 30, nº 9, set. 1978. p.13-22.
REYES, Victor M. “Pintura Mexicana do século XX”. Revista Américas. Vol. XVI, nº 9, set. de 1964. p.17-
    26.
SQUIRRU, Rafael. “Presença da América na Cultura”. Revista Américas. Vol.XVII, nº 4, abr. 1965.
UPJOHN, Everald M; WINGERT, Paul S.; MAHLER, Jane Gaston. História Mundial da Arte: Artes
    Primitivas e Arte Moderna. Vol.6. São Paulo. Difusão Européia do Livro:1966.
WOOD, Paul. “Realismos e Realidades”. In: FER, Briony; BATCHELOR, David; WOOD, Paul. Realismo,
    racionalismo, surrealismo: a arte no entre-guerras.Trad. Cristina Fino. São Paulo. Cosac & Naify
    Edições: 1998. p. 250-335.

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A obra de Diego Rivera e os princípios estéticos do Muralismo Mexicano

  • 1. PRINCÍPIOS ESTÉTICOS: A OBRA DE DIEGO RIVERA Gabriela Ribeiro1 RESUMO Das imagens que representaram a Revolução Mexicana, as dos muralistas estiveram entre aquelas que interpretaram esse momento com maior força e dramaticidade. Entretanto, essas obras aparecem normalmente como ilustração. Nesse artigo, restrito a Diego Rivera, falamos de princípios estéticos, ou seja, quais são os contextos históricos e quais são os debates político- estéticos impressos em cada pincelada? É um percurso na biografia estética de Rivera e sua compreensão de Realismo Socialista. Palavras-chave Diego Rivera - Muralismo - Realismo Socialista “O artista é um produto direto da vida. Ele é um aparato nascido para ser o receptor, o condensador, o transmissor e o refletor das aspirações, dos desejos, e das esperanças do seu tempo”. Diego Rivera2 No mural Los explotadores (Fig.1), Diego Rivera mostra camponeses de tez e roupas indígenas na ceifa, trabalhando sob a vigilância do patrão, que cavalga acompanhado do seu esbirro. Este olha desafiadoramente, apontando sua arma para o único camponês que está em pé, o único que não mantém olhos fixos no chão, no trabalho. À esquerda, vê-se um mineiro negro, de uniforme, sendo revistado por um policial branco enquanto o outro observa com as pernas cruzadas, recostado à parede. Essa imagem está entre outras várias que ficaram para nós sobre a Revolução Mexicana. Entre os artistas que representaram na pintura essa revolução, Diego Rivera está, ao lado de José Clemente Orozco e David Alvaro Siqueiros, entre os mais famosos. Em qualquer referência a esse período da história mexicana, cabe imediatamente uma ligação com as cenas pintadas pelos três artistas. Suas obras estão espalhadas em várias cidades mexicanas bem como em outros países e se destacam até mesmo como uma atual atração turística irresistível, por não estarem tão somente em museus, mas estampadas em gigantescos murais que recobrem as paredes de palácios e universidades. Daí o nome muralismo. Para dizer a verdade, o nome não surge apenas do mural, ele é também um “ismo”. É fruto de propostas, constituiu uma escola artística.
  • 2. Figura 1: Diego Rivera. Los explotadores, 1926 Quando coloco no título deste artigo “princípios estéticos” é justamente porque tenho a intenção de ver a produção desse artista como uma criação que tem um pensamento, uma proposta político-estética. A arte tomada como mera ilustração perde todo o seu potencial reflexivo. Se torna a-histórica. Tudo o que é representado na arte e a forma como é representado tem estreita relação com a sociedade que a produziu, ainda mais quando se trata da arte produzida no início do século XX, cujas produções foram geralmente acompanhadas de manifestos e de intensas discussões, pois o que se fazia era superar radicalmente a forma de representação artística que vinha desde o Renascimento. A intenção aqui é, pois, discutir que pensamentos políticos e estéticos acompanharam a obra de Rivera na produção de imagens entre as mais difundidas sobre a história e a cultura mexicana. Entender o quê, como e por que Rivera pintou o México da forma que o fez são questões elementares para a compreensão de sua obra. Investigando a sua “biografia pictórica” deixamos de apreciá-lo pelo puro prazer estético ou somente pelas mensagens que suas obras transmitem, mas compreendemo- las em relação ao contexto em que foram produzidas, em relação às ideias que as embasaram e em relação à trajetória de Rivera. A produção de murais é o ponto mais marcante da trajetória de Rivera, mas não é somente sobre eles que vale a pena se ater, pois ao observar suas pinturas e desenhos3 em sequência cronológica percebe-se uma vida que se transforma ao mesmo tempo em que as posições artísticas e políticas se transformam no mundo e no México.
  • 3. Cabe ainda dizer que qualquer um dos três muralistas mereceria um estudo, Rivera me parece mais ligado à tradição costumbrista no registro dos tipos mexicanos do que Orozco e Siqueiros, mas no fim das contas é uma escolha arbitrária, Orosco e Siqueiros são igualmente ricos, talvez até mais intrigantes. Transformações estéticas: de 1898-1920 José Diego María Rivera nasce4 em 1883, na cidade de Guanajuato, ao norte da capital. De 1898 a 1905, estuda arte na Academia de San Carlos, na Cidade do México. Essa instituição, cuja reabertura data de 1847, serviu durante o século XIX como parâmetro do que era oficialmente belo. Atada aos cânones neoclássicos, a pintura e a escultura eram realizadas com domínio matemático sobre o espaço, baseado nas proporções áureas, com a pretensão de atingir uma perfeição formal e uma imitação dos modelos greco-romanos (Figura 2). No período que segue a Independência mexicana, quando é forte o debate sobre o que é o México e quando a produção de símbolos nacionalistas é intensa, os artistas acadêmicos representam, entre outros temas, “o índio pré-colombiano”. Além da idealização própria de uma arte com função de glorificar o passado e criar mitos de origem para o recém criado Estado mexicano, a representação dos ameríndios é feita de forma que eles aparecem em posturas da antiguidade e até as roupas lembram mais togas romanas do que as vestimentas indígenas. Rafael Durán diz em seu ensaio que Figura 2. Diego Rivera. Esboço da parecem mais cabeças de índios sobre corpos da cabeça de uma mulher, 1898. antiguidade. Afirma ainda: [...] para nuestros artistas nacionalistas el Egipto de los faraones, la Atenas de Pericles, el Renacimiento de Galileo y la Tula prehispánica son culturas igual de lejanas y desconocidas; así, los mismos vicios y la misma falsedad con que pintan en su juventud cuadros de la Antigüedad grecorromana se trasminan a sus cuadros sobre el México antiguo.”5
  • 4. Muchos de los pintores mexicanistas [do século XIX] realizaron en su juventud cuadros bíblicos y escenas de la vida de los santos, y sus cuadros prehispánicos están ejecutados con la misma pasión y empeño con que pintaron antes escenas del Antiguo Testamento. Son los mismos artistas, su oficio, su técnica, su habilidad es la misma, pero se ha modificado la esencia de su fe: parece que cambiaron el fervor religioso por el fervor patriótico, ¿qué no es esto, precisamente, lo que buscaban los liberales?6 Esse estilo naturalista, com pretensão a uma veracidade e fidelidade agrada aos terratenentes e burgueses do México. A concepção individualista burguesa exige dos retratos pintados a semelhança ao modelo, mas com uma percepção profunda da personalidade. Os retratos não devem ser frios. O retratado não deve ser um tipo, mas uma personalidade única, identificável, nominável. 7 Os professores da Academia San Carlos estarão entre aqueles cujos retratos portarão maior prestígio. Algumas pinturas, como a notável Los hacendados de Bocas (1896), de Antonio Becerra mostram o significado que a representação pode ter para a poderosa classe terratenente. Essa pintura mostra um terraço onde estão à mesa o fazendeiro Juan Farías, sua mulher e sua filha, retratados sobre o fundo de uma paisagem a perder de vista: à riqueza das vestimentas, à “nobreza” familiar se junta a evidente possessão de um enorme domínio territorial. Um nome importante nesse gênero de retrato com paisagem é José María Velasco, citado por Rafael Durán. Velasco é justamente um dos professores de Rivera. Diego dominou com maestria a técnica de pintura naturalista ensinada na Academia de San Carlos (Figura 2). Entretanto, não tomou esse estilo como modelo para suas pinturas. Ele estava atento tanto às mudanças nas artes européias, quanto a outros tipos de arte do México que estavam muito longe da Academia de San Carlos. Ao lado desse paradigma artístico oficial, o México do século XIX viu surgir pinturas de viajantes, com suas representações exoticizadas do povo e dos vestígios pré-colombianos; as estatuetas de cera feitas por artistas populares; as caricaturas; e as hojas volantes de gravadores Figura 3. Diego Rivera. Notre Dame de Paris, 1909. como José Guadalupe Posada, uma das principais
  • 5. referências de Rivera. Esse contraponto à arte acadêmica – e todo o seu significado social no México – é central na pintura de Rivera, por isso apenas sinalizo aqui a sua existência para retomá-lo depois quando discutir a proposição política de Diego Rivera e a produção de sua pintura mural. Entre meados do século XIX e início do século XX, surgiram na Europa vários movimentos artísticos vanguardistas que provocaram um questionamento radical sobre todos os modelos artísticos aceitos até então. O primeiro deles, o impressionismo, abandonou a pintura naturalista para concentrar-se nos efeitos da luz sobre o ambiente e tentou transpor esses estudos para a pintura tentando captar a luminosidade em pinceladas que compunham desenhos distorcidos. Outros vários “ismos” surgiram, cada um reforçando certos elementos, distorcendo o convencional. Pontilhismo, expressionismo, primitivismo, cubismo, todos estavam acompanhados de incessantes debates teóricos e manifestos. Eles propunham uma revolução estética que podia ou não ser acompanhada de uma ação política. Ainda que vários artistas vanguardistas tenham defendido a separação da arte das questões políticas, as vanguardas modernas quebravam o padrão de verossimilhança que, como discutimos acima, tinha uma relação com o status pessoal. Por outro lado, às vezes a proposta política era direta, como o questionamento social dadaísta. Rivera se aproxima dos modernistas (Figura 3 e 4) e em 1906 expõe 26 trabalhos em conjunto com um grupo chamado Savia Moderna, que publicava também uma revista sobre literatura com o mesmo nome e uma outra de 1912-1914 chamada Nosotros, que como o título mostra, além da preocupação com o desenvolvimento de novas expressões, também se preocupava com a expressão de uma identidade nacional, similar ao Modernismo brasileiro dos anos 20. No mesmo ano, 1906, Diego Rivera obtém uma bolsa para estudar durante quatro anos na Europa. Em 1907, fica na Espanha onde estuda com o artista realista Figura 4. Diego Rivera. La Castañeda, Eduardo Chicharro y Agüera e em 1909 visita também conhecida como El Paseo de los melancólicos, 1904. Paris, Londres e Bruges. Retorna ao México em
  • 6. 1910 e após uma exposição de sucesso consegue financiar parcialmente uma segunda viagem à Europa, onde estaria até 1921, ficando afastado do contato direto com a Revolução Mexicana dos primeiros anos. Nas duas telas reproduzidas aqui (Fig 3 e Fig.4), sobretudo na Notre Dame de Paris, de 1909 (Figura 3), Rivera explora as possibilidades de expressão impressionistas, acompanhando o burburinho vanguardista. Pelo ano de 1913, Rivera torna-se um pintor cubista, fazendo parte do mesmo círculo de Juan Gris e Pablo Picasso. Durante o período cubista, Diego Rivera desenvolveu tanto aspetos puramente estéticos ao representar naturezas mortas e retratos (Figura 5) - absolutamente divergentes da tradição da Academia de San Carlos - quanto temas sociais, saídos da Revolução Mexicana (Figura 6), onde Rivera tenta falar da realidade mexicana se distanciando do falso modelo neo-clássico da Academia e dos índios greco-romanos, frutos de um nacionalismo estéril, completamente diferentes dos reais índios que povoavam as cidades e os campos e que no momento pegavam em armas. Figura 5. Diego Rivera. El Figura 6. Diego Rivera. Zapatista Arquitecto (Jesús T. Acevedo), landscape - The Guerilla, 1915. 1915. Realismo: princípios políticos e estéticos A pintura muralista de Diego Rivera é a mais conhecida da sua extensa obra, que inclui também ilustrações para revistas, óleos, desenhos, sem contar o seu material escrito, que vai desde manifestos, artigos até a uma autobiografia. Os seus painéis iniciam-se em 1922 impulsionados pelo então Secretário de Educação José
  • 7. Vasconcelos, cujas ações estão ligadas ao estabelecimento de políticas educacionais nacionais, que incluíam uma política voltada aos povos indígenas8. Nesse ano, Rivera e os outros dois muralistas, Orozco e Siqueros, são convidados a fazer a decoração da Escuela Nacional Preparatoria (ENP) e publicam, em nome do Sindicato dos Técnicos, Pintores e Escultores, um manifesto que sintetiza a proposta artística do grupo. Para iniciarmos vejamos um extrato da Declaración de los principios sociales, políticos y estéticos9, o manifesto muralista escrito por Siqueiros: “We side with those who demand the disappearance of ancient, cruel system in which the farm worker produces food for the loud-mouthed politicians and bosses, while he starves; in which the industrial workers in the factories weave cloth and by the work of their hands make life confortable for the pimps and prostitutes, while they crawl and freeze; in which the Indian soldier heroically leaves the land he has tilled and eternally sacrifices his life in a vain attempt to destroy the misery which has lain on his face for centuries.” 10 Essa afirmação remete ao mural Los Explotadores, parece que o discurso político já evidente na imagem se descortina diante dos olhos. O México está vivendo um período revolucionário, não muito distante de 1922 estão os movimentos populares, está fresca a memória de Zapata, Villa e Flores Magón. Os muralistas encontram na própria realidade mexicana, nos anseios populares, a inspiração de sua arte e de sua política. Entretanto o muralismo está inserido em um amplo debate sobre a arte que se estende pelo mundo inteiro. As questões são locais, a representação também. É uma resposta mexicana a questões que estão colocadas local e internacionalmente. Desde o fim da 1ª Guerra e, sobretudo com a Revolução Russa, as vanguardas artísticas modernas estavam sendo questionadas. Na Rússia pós-revolução bolchevique surgem debates sobre que tipo de arte corresponderia aos anseios da Revolução e, no curso dos debates, a vanguarda como um todo – em particular o cubismo e a arte abstrata – foi criticada. O próprio Rivera, no artigo The Revolutionary Spirit in Modern Art11, de 1932, faz a crítica dessa arte quanto a seu aspecto de compreensibilidade restrita. Ele afirma que a teoria da “arte pela arte”, implica a apreciação por um pequeno número de pessoas “superiores”, ou seja, ilustradas, as quais existiriam em número ínfimo. Diz ainda, “this artistic theory which pretends to be a-political has really an enormous political content – the implication of the superiority of the few [...]
  • 8. At the same time, this theory creates a legend which envelops art, the legend of its intangible, sacrosanct, and mysterious character which makes art aloof and inaccessible to the masses”.12 Outra crítica se refere a quando a burguesia se rende às vanguardas – que de início eram produções marginais e extremamente encerradas em círculos intelectuais. A arte de vanguarda entra no mercado, sujeita, como qualquer outra mercadoria, às leis de oferta e procura e às vicissitudes da moda. Contra essa arte, denominada pelos seus críticos de “arte de cavalete”, devido a seu caráter privado – diferente da arte pública – surgem debates que vão tendendo a compor um estilo com algumas características comuns, que vai sendo denominado Realismo. É preciso fazer uma definição sobre o termo, pois comumente há uma confusão entre esse movimento – um “ismo” – e o adjetivo realista, que se refere ao que parece real, em oposição a abstrato, fantástico. Esse adjetivo pode ter como sinônimo naturalismo, aquilo que representa com fidelidade o que o olho humano percebe. Basta ter em mente as pinturas Renascentistas. O Realismo, como um movimento estético tem, em suma, como definição, uma arte que tem uma preocupação social, que ultrapassa os fins estéticos em si. Ela não tem, a princípio, um estilo que lhe representa, o que lhe define é a função social, coletiva ou revolucionária. A forma como essa preocupação teria de ser posta em tela – seja ela naturalista ou estilizada – dependeu de discussões e de um jogo de forças – que na Rússia dos anos 1930-1940 culminou na arte stalinista. Rivera entra nesses jogos de força e faz um realismo bem particular, que discutiremos mais além. Por essas críticas à “arte de cavalete”, de uma arte para poucos que vem sendo chamada de burguesa, surge nos anos 1920 uma retórica de “proletarianismo” 13, segundo a qual várias “heranças culturais” vindas da burguesia deveriam ser condenadas para a criação de uma cultura nova, revolucionária: uma cultura proletária para uma revolução proletária. Para muitos artistas, essa procura de uma arte especificamente “proletária” trazia consigo um gérmen de desconfiança, ainda que eles pensassem um papel para a arte na revolução social. O que estava em questão no conceito de “cultura proletária” era a definição dos propósitos da arte e seu significado para as pessoas comuns e em consequência, definição de estilos de arte, se mais próxima do naturalismo ou mais próxima das vanguardas. No início da Revolução Russa, várias correntes artísticas puderam coexistir, mas à medida que a Revolução vai se institucionalizando, o Realismo figurativo vai
  • 9. ocupando o posto de arte “mais adequada”, de arte oficial. O grupo Associação de Artistas da Rússia Revolucionária (AKRR) vai se tornar o grupo dominante na década de 20, chegando a ter apoio direto do governo, uma ala jovem, uma editora e, a partir de 1929 uma revista – Arte para as massas. Um trecho da Declaração da AKRR de 1922, que acompanha a segunda exposição do grupo, aponta qual a sua concepção de finalidade da arte: “Nós vamos retratar o tempo presente: a vida do Exército Vermelho, os operários, os camponeses, os revolucionários e os heróis do trabalho. Forneceremos um retrato verdadeiro dos fatos, e não tramas abstratas desmerecendo a nossa Revolução diante do proletariado internacional... O dia da Revolução, o momento da Revolução, é o dia do heroísmo, o momento do heroísmo, e agora devemos revelar essas experiências artísticas nas formas monumentais do estilo do realismo heróico” 14 Alguns pontos são importantes nesse trecho da Declaração. O primeiro é a equiparação da figuração, ou seja, a representação com referência às coisas perceptíveis no mundo, à Revolução. O conteúdo é o centro do quadro. Quando falávamos sobre o início da trajetória de Diego Rivera na Academia de San Carlos observamos que o estilo verossímil atendia a interesses sociais burgueses – a representação da auto-imagem perante a sociedade – e em relação a isso, as vanguardas, antes de se tornarem establishment, foram uma ruptura. Ora, essa defesa de um retrato verdadeiro pela AKRR parece ser um retrocesso aos estilos da época czarista, tradicionalmente já assimilados. (Figura 7) e isso será justamente um assunto polêmico. Figura 7. Isaac Brodsky. Lenin no Smolny, 1930
  • 10. O segundo, é o termo “heróico”, utilizado para resumir a própria proposta da AKRR. Politicamente, o termo heróico significa uma exaltação ao processo revolucionário, daí fazem-se quadros de trabalhadores nas indústrias, nas fazendas coletivas, ou em reuniões do partido, mas, também, retratam-se os heróis particulares como Marx e Lenin. Esteticamente, “heróico” está relacionado aos sentimentos e os termos definidos pela AKRR para suas pinturas são: “forma sintética”, “severo”, “poderoso”, “forte”, “preciso”. Comparando novamente com a Figura 8. Gustav Klutsis. A eletrificação do país inteiro, 1920. pintura nacionalista que estava sendo feita no México, por exemplo, o termo “heróico” não seria inadequado para uma revolução? O termo parece vir de uma sociedade estabelecida, que quer ficar estancada. Paul Wood, no excelente artigo do qual retiramos todas essas informações sobre a AKRR, afirma que além desses sentimentos evocados, o Realismo da AKRR se atém a algumas noções centrais como a tipicidade e a generalização, as quais orientam o artista a criar situações típicas/gerais, com elementos típicos, generalizáveis. Ou seja, o trabalhador da fábrica, a bandeira, o trabalhador das fazendas... Esse tipo de realismo vai ganhar durante os anos 30 o nome de Realismo Socialista e vai ocupar o espaço de arte oficial do governo de Stalin – mas a elaboração, como vemos, é anterior a esse governo. As críticas vão surgir no mundo inteiro, desde aqueles que estão ligados às vanguardas – sejam eles revolucionários ou não – até entre certos neoclássicos que estavam produzindo a arte nazista, o que cria uma atmosfera de debate onde defender uma posição artística é necessariamente se alinhar. A vanguarda construtivista russa, ao mesmo tempo em que o Realismo Socialista se desenvolve nos anos 20 e 30, também apresenta a sua proposta revolucionária ao mesmo tempo em que critica a tendência do Realismo Socialista a considerar a “massa” incapaz de compreender o que não é naturalista, e critica o engessamento do partido bolchevique. (Figura 8). As figuras 7 e 8, exemplos extraídos
  • 11. do ensaio de Wood ilustram o confronto que estava sendo travado na Rússia, no campo da arte, e que se estendeu pelo mundo. O realismo de Diego Rivera Diego Rivera tece seus próprios comentários sobre a polêmica do Realismo Socialista no seu artigo já citado anteriormente. Ele reconhece o esforço da vanguarda russa em fazer sua arte acessível “às massas russas”, ele próprio esteve vinculado a ela durante sua visita ao país em 1927-28, através do grupo Outubro, em cujo manifesto de 28 afirmavam: “Rejeitamos o realismo filisteu dos epígonos; o realismo de um modo de vida estagnante e individualista; passivamente contemplativo, estático, o realismo naturalista com sua infrutífera imitação da realidade.”15 Segundo Rivera, todavia, essas massas elegeram a pintura de estilo acadêmico, naturalista, como mais adequada a uma arte do proletariado. Ao oferecer suas razões para isso, Rivera inverte a noção de modernismo: “It was not that the proletariat of Russia was telling these artists: 'You are too modern for us.' What it said was: 'You are not modern enough to be artists of the proletarian revolution'”16. Há uma tensão no pensamento do artista mexicano. Rivera não poupa críticas no Revolutionary Spirit à tradição acadêmica ao mesmo tempo em que tenta equacionar um lugar entre “compreensão do povo” e técnica de vanguarda: “In Russia there exists the art of the people, namely peasant art. It is an art rooted in the soil. In its colors, its materials, and its force it is perfectly adapted to the environment out of which it is born [...] The better Russian painters working directly after the Revolution should have recognized this and then built upon it, for the proletariat, so closely akin to the peasant in many ways, would have been able to understand this art. Instead of this the academic artists, intrinsically reactionary, were able to get control of the situation. Reaction in art is not merely a matter of theme. A painter who conserves and uses the worst technique of bourgeois art is a reactionary artist, even though he may use this technique to paint such a subject as the death of Lenin or the red flag on the barricades.”17
  • 12. A proposta de Rivera para uma arte revolucionária reside na apreensão dos elementos da arte popular, de seus materiais, de suas cores. A efetivação prática dessa proposta para a realidade mexicana é, em primeiro lugar, o mural, pois, como diz Siqueiros no manifesto de 22, a arte mural é pública, não comerciável. Pertence a todos, assim como a arte do povo mexicano é compartilhada coletivamente. Evidentemente esse alcance coletivo também está Figura 9: Diego Rivera. Dia de Muertos: Festival de Calle, 1923-24. Mural. Detalhe da parede sul, Salón de relacionado à propaganda, o próprio Fiestas, Secretaría de Educación Pública, Ciudad de Rivera critica a desconfiança que se México. tem da arte para a propaganda e expressa sinteticamente “Eu quero usar minha arte como uma arma”. Quanto aos temas, vimos em Los explotadores a representação do povo diretamente relacionada à luta de classes, remetendo a toda a discussão que fizemos anteriormente sobre a polêmica do Realismo Socialista. Sem uma referência direta às teses socialistas, em Día de Muertos, pintado no salão de festas da SEP (Figura 9) vemos uma festa popular sendo representada – o ciclo de mural inteiro pinta vários momentos dessa festa, como, por exemplo, as oferendas aos mortos. Nesse mural vemos os mais variados tipos mexicanos, de mulheres à anos 20 aos índios e o próprio Rivera está representado no meio da multidão. Essa captura de momentos que fazem parte da vida do povo reflete a herança do costumbrismo na representação do povo mexicano. O tema parte da percepção de um México que desfila pelas ruas e certamente, além da intenção de ressaltar o “popular” chama a atenção pela presença das mulheres vestidas com a moda européia (brancas ou não) misturada às índias, uma identidade comum uniria esses seres diversos. Essa mistura do povo e, mais evidente, as calaveras, remetem ao grafista popular José Guadalupe Posada, falecido em 1913, sobre o qual Rivera e os muralistas reconheceram uma grande inspiração 18. Além do conteúdo, a forma reflete essa proposta de inspiração na “peasant art” - lembremos que o estilo a
  • 13. ser adotado para a representação foi matéria central na discussão do Realismo Socialista e que as escolhas adotadas por esse artista, que passeou por tantos estilos não é arbitrária. Assim, a forma arredondada dos personagens, a ausência de perspectiva – traço acadêmico (Figura 2) – vão se aproximando da pintura naif, literalmente “inocente”, aquela que se vê na produção artesanal popular. A partir do envolvimento de Rivera nas pinturas murais, sua obra divide-se na produção de quadros de cavalete, desenhos nos quais ele manifesta repetidamente o caráter costumbrista de sua obra e os murais. No primeiro tipo aparecem várias cenas de Figura 10. La Molendera, 1924. Museo de Arte Moderno, Ciudad de carregadores e vendedores México. de flores, geralmente lírios, além disso, atividades quotidianas femininas como a tecelagem e a fabricação de tortillas (Fig.10) – que reaparecem nos seus murais sobre o mundo pré-hispânico, marcando a continuidade entre culturas pré-colombianas e culturas populares do México contemporâneo – além dessas, outra larga quantidade de ofícios: vendedora(e)s, agricultores, pedreiros, o cultivo do milho e camponeses nas mais diversas atividades. Além disso, aparece um grande número de crianças indígenas, das quais um dos retratos mais chocantes, Niña com muñeca, de 1954, representa uma menina índia, bem escura, de trajes tradicionais que, sentada, carrega no colo uma boneca de plástico de um branco contrastante, de roupas e cabelos que parecem alienígenas àquela que a carrega. Os murais Algumas dificuldades aparecem ao tentar classificar e compreender a vasta obra mural desse artista. Para ter uma visão completa sobre os murais é preciso primeiro passar pela dificuldade de ter acesso a todas as imagens, já que há exemplos de ciclos
  • 14. de murais, como são chamados, em que o número de quadros de um mesmo ciclo pode ultrapassar a centena. Além disso, para um estudo completo seria necessário o estudo de cada um dos ciclos isoladamente, pois estão cheios de referências, são complexos, precisam de um conhecimento profundo da história mexicana. Mesmo assim, podemos citar alguns desses ciclos com suas características gerais. Além do primeiro mural, La creación – que faz um simulacro do nascimento de Jesus, onde os presentes no nascimento observam e saúdam uma selva e indígenas no centro do mural, no anfiteatro Bolívar da ENP19, há o Día de Muertos (de 1923-1924), que já citamos acima, que conta com quadros mostrando vários aspectos dessa festa. A Universidad Autónoma de Chapingo ganhou vários murais nos seus prédios como o El Buen Gobierno (de 1924) no prédio administrativo, que brinca com o efeito “trompe l'oeil”, uma ilusão que faz o mural parecer real. A mesma universidade possui o Los explotadores (de 1926) e uma série de murais simbólicos como o Tierra Fecunda, con las Fuerzas Naturales Controladas por el Hombre (de 1926) que recobrem um longo corredor de imagens alegóricas. Os murais que estão no México que mais chamam a atenção por sua complexidade, genialidade e, muitas vezes, aspecto colossalmente caótico, são os murais dos ciclos históricos. Há vários que se estendem pelo Palácio de Cortés, representando cenas da conquista espanhola. Os murais com a história do teatro mexicano, onde Rivera mescla temas específicos do teatro e temas da história mexicana, como as imagens de Zapata. Impressionantes são os afrescos do Palácio Nacional, que contam, entre outros, com Historia de México: de la Conquista al Futuro 1929-35, que junta num grande plano cenas de lutas desde os tempos pré-colombianos até referências ao México contemporâneo como se as imagens disputassem não só as lutas, mas o próprio espaço do mural, da história do México. Além desse mural, que fica no Arco central do Palácio, há vários quadros, organizados temporalmente, onde Rivera retrata várias civilizações pré-colombianas: Historia de México - El antiguo Mundo Indígena (Figura 12), La Gran Tenochtitlán (de 1945-1952), Desembarco de Españoles en Veracruz (de 1951).
  • 15. Figura 12. Diego Rivera. Historia de México - El antiguo Mundo Indígena, 1929-1935 No mural acima, El Antiguo Mundo Indígena, podemos observar novamente a apropriação da estética do povo, no caso, das imagens pré-hispânicas. Não apenas a imagem fala do mundo antigo, mas toda a composição segue a mesma estética das estátuas e vestígios de povos pré-hispânicos. O vulcão, o sol e o deus na parte superior são representados não com os valores ocidentais da pintura, mas com os valores pictóricos pré-hispânicos. Sente-se o “mundo indígena” mais próximo, como se fosse possível sentir o significado da pintura com os olhos dos pré-hipânicos, muito diferente dos índios greco-romanos. Os observadores desse ciclo caminham pelo palácio e encontram em cores vivas o relato de uma história do México que segue por Tenochtitlán até a Conquista espanhola. Como artista multiplo que foi, Rivera pintou quadros que não têm relação direta com a discussão, nem com os objetivos da arte Realista, como os retratos de vários mecenas que encontramos nos anos 1940, retratos em uma estética muralista, mas privados, diferente da pintura de tipos, diferente da pintura pública. Há ainda os murais que estão em cidades dos Estados Unidos20, extremamente complexos na criação, alegóricos. Um desses ciclos de murais aumenta as facetas contraditórias do artista
  • 16. quando ele pinta a Fábrica de Detroit e o seu trabalho operário para o Centro Rockefeller, um dos grandes capitalistas norte-americanos. O que poderia haver de Realismo no lugar onde se fez o mural, e mais, ainda que se retrate os operários, o que há de socialista em uma representação de uma fábrica limpa onde os operários trabalham em movimentos simétricos, no mesmo espaço onde se homenageia Ford? Paul Wood inicia seu ensaio sobre o Realismo com esse mural, pintura que deixa atônitos aqueles que têm familiaridade com a discussão e deixa um iniciante perdido, sem conseguir perceber o que foi o Realismo. Seria uma imagem-símbolo da complexidade, do embate e das contradições no tipo de pintura rotulado “Realismo”. Rivera teria sido capturado pelo comércio de arte ou o mural no Rockefeller estaria em harmonia com seus ideais? Apenas o olhar mais minucioso sobre sua biografia permitiria entender esse ponto obscuro no seu trajeto bio-pictográfico. Um homem é muito mais complexo e maleável que aquilo que sobra de si e aqui não é o espaço para percorrer sua biografia propriamente dita, lugar onde é possível entender suas decisões e experiências, mas apenas um lugar para traçar notas para a apreciação de sua obra.
  • 17. 1 Gabriela E. Amaral Ribeiro é graduada em História, pela Universidade Federal do Ceará. Para contatos escreva para gabbribeiro@gmail.com. 2 “The artist is a direct product of life. He is an apparatus born to be the receptor, the condenser, the transmitter and the reflector of the aspirations, the desires, and the hopes of his age”. Diego Rivera. The Revolutionary Spirit in Modern Art. Publicado na antologia organizada por HARRISON e WOOD, Art in theory. 2002, p. 422. 3 As reproduções das pinturas de Rivera foram obtidas a partir dos textos presentes na bibliografia e nos sites: http://diegorivera.com/ [acessado em 15/11/2009 ], que contém extratos de vídeos, alguns artigos de Rivera publicados na revista Mexican Folkways, artigos sobre Rivera e uma seleção de pinturas de cavalete e murais; http://www.riveraexperts.com/ [acessado em 15/11/2009]; http://www.diego-rivera-foundation.org/ [acessado em 15/11/2009], que contém 175 reproduções; e http://www.dia.org/education/rivera/infoidx.htm [acessado em 15/11/2009], que contém imagens do ciclo de mural feito para o Instituto Rockefeller. 4 As informações biográficas sobre Diego Rivera foram retiradas do livro de. RASMUSSEN, Latin American Artists of the Twentieth Century, 1993, p.391-392. 5 Rafael DURÁN. “Retrato de un Siglo. ¿Cómo Ser Mexicano en el XIX?”. 2002, p. 158. 6 Rafael DURAN. Ibidem. p. 159. 7 Sobre o significado dos retratos para os terratenentes e burgueses mexicanos, veja o ensaio de Rafael Durán (DURÁN, 2002, p. 147-149) e o de Carlos Monsiváis (MONSIVÁIS, 2002, p. 179-221). 8 Sobre as políticas culturais e educacionais de Vasconcelos, bem como do México do século XX ver o livro que reune os artigos do IV Congresso Internacional de História do México: WILKIE e MEYER. Papers of the IV International Congress of Mexican History. Em especial ver o artico de Carlos Monsiváis. “La Cultura Mexicana en el Siglo XX”. 9 SIQUEIROS et al. “A Declaration of Social, Political and Aesthetic Principles”. Extrato do livro de Siqueiros, Art and Revolution, 1975, p.24-25, reproduzido no livro de HARRISON e WOOD Art in Theory, p.406-407. 10 “Estamos ao lado daqueles que exigem o desaparecimento de um sistema antigo e cruel, no qual o agricultor produz alimentos para políticos e patrões glutões, enquanto ele resta famélico; no qual os operários nas fábricas produzem tecidos e pelo trabalho de suas mãos fazem a vida confortável para cafetões e prostitutas, enquanto eles rastejam e congelam; no qual o soldado indígena heroicamente deixa a terra que arou e eternamente sacrifica sua vida em uma vã tentativa de destruir a desgraça que repousou sobre sua face por séculos.” [Tradução nossa]. SIQUEIROS. “A Declaration of Social, Political and Aesthetic Principles”. Reproduzido em HARRISON e WOOD. Art in Theory. p.406. 11 “O espírito revolucionário na arte moderna.” Publicado em Modern Quaterly. New York. vol.6 nº 3. Autumn 1932. Reproduzido das páginas 51-57 no livro de HARRISON e WOOD. Art in theory. p.421-423. 12 “Essa teoria artística que finge ser a-política tem na verdade um enorme conteúdo político – a implicação da superioridade dos poucos [...] Ao mesmo tempo, essa teoria cria uma lenda que envolve a arte, a lenda do seu intangível, sacrosanto, e misterioso caráter que faz a arte distante e inacessível às massas.” [Tradução nossa] RIVERA, Diego. “The Revolutionary Spirit in Modern Art”, p.422 (Reveja a nota 10) 13 Sobre o Realismo veja o ensaio de Paul WOOD. “Realismos e Realidades”. Sobre “proletarianismo” veja no mesmo ensaio a p.271. Na antologia de HARRISON e WOOD, Art in Theory veja sua vasta seleção de manifestos p.402-505. 14 AKRR, “Declaration”, 1922 p.266-267. Reproduzido em WOOD “Realismos e Realidades” p.275-276. 15 WOOD, p.314. 16 “O proletariado da Rússia não estava dizendo a esses artistas: 'Vocês são modernos demais para nós'. O que diziam era: 'Vocês não são suficientemente modernos para serem artistas da revolução proletária'”. [Tradução nossa]. RIVERA, Diego. “The Revolutionary Spirit in Modern Art”, p423. 17 “Na Rússia existe a arte do povo, isto é, a arte camponesa. É uma arte enraizada no solo. Em suas cores, seus materiais e sua força é perfeitamente adaptada ao meio do qual nasceu [...] Os melhores pintores russos trabalhando imediatamente após a Revolução deveriam ter reconhecido isso e então ter baseado-se nelas, pois o proletariado, tão aparentado aos camponeses em vários modos, teria sido capaz de compreender essa arte. Em vez disso os artistas acadêmicos, intrinsecamente reacionários, foram hábeis em tomar controle da situação. Reação na arte não é
  • 18. meramente uma questão de tema. Um pintor que conserva e usa a pior técnica da arte burguesa é um artista reacionário, mesmo que ele use esta técnica para pintar um assunto como a morte de Lenin ou a bandeira vermelha nas barricadas.” [Tradução nossa]. RIVERA, Diego. “The Revolutionary Spirit in Modern Art”, p423-424. 18 No mural Sueño de una tarde dominical en la Alameda Central, de 1947, onde Rivera mistura elementos biográficos com outros da história do México no centro do quadro, repleto de uma multidão de mexicanos célebres e desconhecidos, está representado Diego criança de mãos dadas com sua mãe, que toma a forma de uma caveira – la muerte Catrina – com a serpente emplumada, Quetzalcoatl da mitologia tolteca. Por sua vez, la Catrina, está de braços dados com seu criador, o gravador popular José Guadalupe Posada, falecido em 1913 e que representa o papel de pai de Rivera. O redescobrimento de Posada pelos muralistas faz parte dessa relação de proximidade com a arte do povo. Sobre esse mural, ver o artigo de Max KOZLOFF “Orozco and Rivera: Mexico Fresco Painting and the Paradoxes of Nationalism”. Além disso, a revista Mexican Folkways bem como outras referências como a autobiografia de Rivera fazem o elogio da obra de Posada. 19 ENP – Escuela Nacional Preparatoria. 20 Sobre o mural mais famoso de Rivera nos Estados Unidos, localizado no The Detroit Institute of Arts, Fábrica de Detroit, pode-se consultar o ensaio dee WOOD sobre os realismos. p.251-254. Além dele vale a pena ver o mural da Escola da Cidade de San Francisco, Unidad Panamericana, de 1940.
  • 19. REFERÊNCIAS DAS IMAGENS Figura 1: Diego Rivera. Los Explotadores, 1926. Mural Parede oeste, Universidad Autónoma de Chapingo. [on-line]: http://diegorivera.com/murals/index.php 22ª imagem. Figura 2: Diego Rivera. Esboço da Cabeça de uma Mulher, 1898. [on-line]: http://www.riveraexperts.com/. Figura 3: Diego Rivera. Notre Dame de Paris, 1909. http://www.riveraexperts.com/ . Figura 4: La Castañeda, también conocida como "El Paseo de los melancólicos", 1904. Oleo sobre tela. Museo Franz Mayer, Ciudad de México http://diegorivera.com/gallery/index.php Galeria 1 Figura 5: El Arquitecto (Jesús T. Acevedo), 1915. Oleo sobre tela. Museo de Arte Alvar y Carmen Carrillo Gil, Ciudad de México. http://diegorivera.com/gallery/index.php Galeria 1 Figura 6: Diego Rivera. Zapatista landscape - The Guerilla, 1915. http://www.riveraexperts.com/. Figura 7: Isaac Brodsky. Lenin no Smolny, 1930. Óleo sobre tela, 190x287cm. Galeria Estatal Tretiakov, Moscou. Reproduzida no ensaio de WOOD, “Realismos e Realidades”. p.282. Figura 8: Gustav Klutsis. A eletrificação do país inteiro, 1920, fotomontagem, 46x31cm. Coleção Costakis. Reproduzida no ensaio de WOOD, “Realismos e Realidades”. p.280. Figura 9: Diego Rivera. Dia de Muertos: Festival de Calle, 1923-24. Mural. Detalhe da parede sul, Salón de Fiestas, Secretaría de Educación Pública, Ciudad de México. Reproduzida no ensaio de KOZLOFF, “Orozco and Rivera: Mexican Fresco Painting and the Paradoxes of Nationalism”. p.66. Figura 10: Diego Rivera. La Molendera, 1924. Oleo sobre tela. Museo de Arte Moderno, INBA, Ciudad de México. http://diegorivera.com/gallery/index.php Galeria 4. Figura 11: Diego Rivera. Historia de México: de la Conquista al Futuro, Detalle del Arco Central, 1929- 1935. Afresco. Arco Central, Palacio Nacional, Ciudad de México. http://diegorivera.com/murals/index.php 10ª imagem Figura 12: Historia de México - El antiguo Mundo Indígena, 1929-1935. Afresco. Muro Norte, Palacio Nacional, Ciudad de México. http://diegorivera.com/murals/index.php 27ª img
  • 20. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DURÁN, Rafael Barajas. “Retrato de un Siglo. ¿Cómo Ser Mexicano em el XIX”. In: FLORESCANO, Enrique (coord). Espejo Mexicano. México. Consejo Nacional para la Cultura y las artes; Fundación Miguel Alemán; Fondo de Cultura Económica: 2002. P.116-177. FAVRE, Henri. El Indigenismo. Trad. Glenn Amado Gallardo Jornán. México. Ed. Fondo de Cultura Económica: 1998. (Col. Popular n. 547). FLORESCANO, Enrique. “Introducción: imagen e historia”. In: FLORESCANO, Enrique (coord). Espejo Mexicano. México. Consejo Nacional para la Cultura y las artes; Fundación Miguel Alemán; Fondo de Cultura Económica: 2002. p.11-47. GOLLIN, Jane. “De Museu a Museu.” Revista Américas. Vol. XX, nº 4, abr. de 1968. p.21-28. HARRISON, Charles e WOOD, Paul. Art in Theory: 1900-2000. 2ª ed. Oxford, UK. Blackwell Publishing: 2002. HOBSBAWM, Eric. "Introdução: A Invenção das Tradições", in: E. Hobsbawm & T. Ranger (orgs.). A invenção das tradições, Rio de Janeiro, Paz e Terra:1984. KOZLOFF, Max. “Orozco and Rivera: Mexican Fresco Painting and the Paradoxes of Nationalism”. In: RASMUSSEN, Waldo (ed.) Latin American Artists of the Twentieth Century. Nova York. The Museum of Modern Art: 1993. p.60-71. MONSIVÁIS, Carlos. “ ‘Soy porque me parezco’. El Retrato en México en el Siglo xx”. In: FLORESCANO, Enrique (coord). Espejo Mexicano. México. Consejo Nacional para la Cultura y las artes; Fundación Miguel Alemán; Fondo de Cultura Económica: 2002. p.178-221). __________________ “La Cultura Mexicana en el Siglo XX”. In: WILKIE, James W.; MEYER, Michael C.; WILKIE, Edna Monzón de (eds.). Contemporary Mexico: Papers of the IV International Congress of Mexican History. Latin American Studies Series. Vol. 29, UCLA Latin American Center: 1976. p. 624-670. MORAIS, Frederico. Gráfico Histórico das Artes Plásticas: Séculos XIX e XX. São Paulo. Instituto Itaú Cultural: 1990. PAZ, Octavio. “The art of Mexico”. Revista Américas. Vol. 30, nº 9, set. 1978. p.13-22. REYES, Victor M. “Pintura Mexicana do século XX”. Revista Américas. Vol. XVI, nº 9, set. de 1964. p.17- 26. SQUIRRU, Rafael. “Presença da América na Cultura”. Revista Américas. Vol.XVII, nº 4, abr. 1965. UPJOHN, Everald M; WINGERT, Paul S.; MAHLER, Jane Gaston. História Mundial da Arte: Artes Primitivas e Arte Moderna. Vol.6. São Paulo. Difusão Européia do Livro:1966. WOOD, Paul. “Realismos e Realidades”. In: FER, Briony; BATCHELOR, David; WOOD, Paul. Realismo, racionalismo, surrealismo: a arte no entre-guerras.Trad. Cristina Fino. São Paulo. Cosac & Naify Edições: 1998. p. 250-335.