SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 32
Fitoterapia
Verdades e Mentiras




       Prof. Sérgio Franceschini
         casadaterra@msn.com
�”Nosso problema, como cientistas de
hoje, é que não estudamos história e, por
isso, achamos que os gênios de hoje são
mais inteligentes do que qualquer pessoa
que viveu no passado.�
                             D. Suzuki, 1998
O descobrimento das propriedades curativas das
plantas foi, no início, meramente intuitivo ou,
observando os animais que, quando doentes,
buscavam nas ervas cura para suas afecções.
 muito ativos ao ingerir grãos de café (Coffea arabica),
 melhoravam a digestão ao ingerir o boldo do Chile (Peumus boldus),
 ficavam muito calmos ao ingerir as folhas do maracujá (Passiflora sp.),
o lagarto, ao ser picado pela cobra se protege com o sumo da raiz da
guaçatonga (Casearea sylvestris);
 a águia ao ser picada por uma serpente venenosa, voa a procura do guaco
(Mikania sp.) a fim de comer suas folhas, que contém vedelolactonas,
substância que age como antídoto de veneno de cobra,
 os chimpanzés africanos que costumam colocar na boca folhas de um
malmequer do gênero Aspilia, que contém tiarubina A, substância que atua
sobre bactérias, fungos e vermes, e deve ser absorvida através das mucosas,
pois é inativada pelo suco gástrico. Os chimpanzés não engolem as folhas,
apenas ficam comprimindo-as contra as mucosas.
“O único animal que questiona a
fitoterapia é o ser humano, todos os
     outros já nascem sabendo...”
                       Sérgio Franceschini
Fitoterapia no Ocidente
Em 1873, o egiptólogo alemão Georg Ebers encontrou um rolo de papiro que dizia:
"Aqui começa o livro relativo à preparação dos remédios para todas as partes do
corpo humano“, considerado o primeiro tratado médico egípcio, onde contavam o
zimbro, a semente de linho, o funcho, o alho, a folha de sene e o lírio .

Em 1924, na Inglaterra, os técnicos do Museu Britânico conseguiram identificar 250
vegetais, minerais e substâncias diversas cujas virtudes terapêuticas eram conhecidas
pelo babilônios. Nos pergaminhos da época são citadas ervas como o cânhamo
indiano, utilizado como analgésico, nos casos de reumatismo.

Hipócrates reuniu a totalidade dos conhecimentos médicos de seu tempo no
conjunto de tratados conhecidos pelo nome de Corpus Hipocraticum, onde, para cada
enfermidade, descreve um remédio vegetal e o tratamento correspondente.

Dioscórides inventariou, no seu tratado De Matéria Medica, mais de 500 drogas de
origem vegetal, mineral ou animal.

Galeno, ligou o seu nome ao que se denomina "farmácia galênica", onde as plantas
não são mais usadas na forma de pó e sim em preparações, nas quais são usados
solventes como álcool, água ou vinagre, e servem para conservar e concentrar os
componentes ativos das plantas, sendo utilizadas para preparar
ungüentos, emplastros e outras formas.
O longo período que se seguiu, no Ocidente, designado por Idade Média,
não foi exatamente uma época caracterizada por rápidos progressos
científicos.

Foi, no entanto, no Renascimento, com a valorização da experimentação e
da observação direta, com as grandes viagens para as Índias e a América,
que se deu origem a um novo período de progresso no conhecimento das
plantas e suas aplicações.

Paracelso (início do século XVI ), tentou relacionar as virtudes das plantas
com as suas propriedades morfológicas, sua forma e sua cor. Conhecida
como a "teoria dos sinais" ou "teoria da similitude". Considerava que uma
doença podia se curar com aquilo que com ela tivesse semelhança.

A partir de século XV houve uma preocupação em catalogar um grande
número de vegetais, identificando-os e classificando-os de acordo com a
procedência, e características dos princípios ativos.

Finalmente, os esforços de classificação culminam, em 1735, com a
publicação do Systema Naturae, de Lineu.
Fitoterapia no Brasil
Tradição Popular
Indígenas

                  Colonizadores
      Portugueses, Espanhóis, Holandeses e Franceses.



                                               Escravos
                                                 Africanos

             Migrações intra regionais:

  *Transmitidas por oralidade (avós, pais, filhos...)
GABRIEL SOARES DE SOUSA (1540-1591):
Observações sobre a experiência de portugueses, índios e negros no Brasil
colônia. Hoehne, baseado em suas informações, pode determinar
cientificamente a maioria das 210 espécies vegetais citadas no texto.
JOSÉ DE ANCHIETA (1533-1597):
Foi também médico e enfermeiro dos indígenas, conhecendo e aplicando
inúmeras plantas utilizadas pelos povos tupi, durante o processo de
catequização.
 PISO (1611-1678); MARCGRAVE (1610-1643):
 As obras de Marcgrave (médico, desenhista e botânico) e de Piso (médico e
zoólogo) no que se refere ao clima, água, solo, moléstias tropicais e sua
etiologia, botânica e zoologia, são efetivamente importantíssimas porque
anteciparam em mais de 100 anos o surgimento da botânica na Europa.
Identificaram 132 espécies vegetais utilizadas no Brasil.
 SIMÃO PINHEIRO MORÃO (1620-1686):
Historicamente é o primeiro livro, escrito por um português no Brasil,
versando exclusivamente sobre matéria médica. A finalidade do livro era
difundir no seio da população os meios práticos de preservação e combate ao
sarampo e às bexigas (varíola). Utilizava plantas européias, mas também
nativas no tratamento das doenças.
MANUEL ARRUDA DA CÂMARA (1752-1811):
Médico e botânico pernambucano, formado em medicina em Montpellier na França,
publicou vários estudos botânicos sobre a flora brasileira. Pesquisador pioneiro da
flora, fauna e recursos naturais de toda uma região que vai do rio São Francisco aos
sertões do Piauí. Publicou vários livros entre eles, “A Almécega e a Carnaúba” (1809).
BERNARDINO ANTONIO GOMES (1768-1823):
Médico português que em 1810, inicia os estudos sobre as cascas da quina,
descobrindo uma substância cristalizável, mais tarde reconhecida como um alcalóide, e
que denominou “cinchonina”, ocorrência publicada em novembro de 1811. Graças a
essa descoberta e à sua divulgação, Caventou e Pelletier descobriram em 1818 a
quinina, responsável pela ação antimalárica. Viveu no Rio de Janeiro de 1797 a 1801,
tendo assim a oportunidade de estudar não somente a ipecacuanha e a canela, mas
ainda redigir observações botânico médicas sobre plantas brasileiras, algumas delas
descritas por ele, pela primeira vez, na literatura científica. Identificou e estudou 15
plantas medicinais brasileiras.
 FRANCISCO ANTONIO SAMPAIO:
 Médico português, exerceu a profissão na Vila da Cachoeira (BA) desde 1758. O
manuscrito de sua única obra, somente no século XX foi encontrada e ainda assim
incompleta, faltando o terceiro tomo referente ao reino mineral. Apesar disso é uma
obra importante e autêntica sobre a prática terapêutica popular da época. Estudou e
desenhou 83 plantas medicinais brasileiras utilizadas no Brasil.
VELLOZO (1742-1811):
Filósofo e teólogo brasileiro que ocupa um lugar de destaque pela sua obra
monumental intitulada “Flora Fluminensis”, terminada em 1790 mas só foi
publicada em 1825 (60 fascículos, formando 11 volumes ), sob encomenda do
governo imperial, traz as descrições e ilustrações de 1640 vegetais brasileiros,
incluindo também inúmeras indicações ecológicas, muitos nomes indígenas e
práticas terapêuticas populares e indígenas.
SAINT-HILAIRE (1779-1853):
Naturalista francês que veio ao Brasil em 1816 e percorreu diversas províncias,
estudando a flora brasileira. Publicou inúmeros diários de viagem e obras
botânicas sobre a flora brasileira. Registrou práticas médicas populares da
época e propriedades medicinais de diversas plantas brasileiras.
CAMINHOÁ (1835-1896):
- Médico e professor de botânica, formado no Rio de Janeiro. Autor de obra
didática que resume a botânica do século XIX. Em sua tese de concurso para a
cadeira de Botânica Médica, estudou as plantas tóxicas do Brasil. Registra
inúmeras práticas medicinais populares em seu livro.
MARTIUS (1794-1868):
- Médico, zoólogo e botânico alemão, que dedicou a maior parte de sua vida ao estudo
da flora brasileira. Coordenou uma equipe de botânicos para escrever a maior obra de
botânica sobre o Brasil, a “Flora Brasiliensis”, terminada em 1906, após a sua morte.
Das 10.000 descrições de espécies, pelo menos 5.939 eram novas para a ciência. Além
disso estudou também as plantas medicinais, inclusive, as espécies utilizadas pelas
tribos indígenas. Observou e experimentou inúmeras práticas médicas populares nas
regiões por onde percorreu.
MELLO MORAES (1816-1882):
- Médico formado na Bahia. Organizou, em formato de dicionário, obra em que reúne
informações sobre práticas medicinais populares recolhidas pessoalmente e também de
outros autores contemporâneos.
 CHERNOVIZ (1812-1881):
- Médico polonês, diplomado em Montpellier em 1837, e depois naturalizado brasileiro.
Escreveu o “Chernoviz”, como ficou conhecido no Brasil, onde registrava os tratamentos
alopáticos reconhecidos, mas também incluía receituário de plantas medicinais
brasileiras, e de outros países, assim como, alcalóides e produtos químicos. A principal
causa do sucesso das sucessivas edições do “Chernoviz” prendia-se à maneira como
Chernoviz conseguia retratar a concepção artesanal, leiga e mágica da medicina,
listando de forma abundante, fórmulas para a fabricação caseira de medicamentos ou
para a encomenda em boticas.
LANGGAARD (1813-1883):
 Médico dinamarquês, formado em Copenhague e em 1848 adquiriu
nacionalidade brasileira, escreveu um livro que foi considerado um
memorial terapêutico ,com a indicação abreviada dos meios empregados
no tratamento das moléstias e um formulário com a descrição de plantas
indígenas e européias, com suas respectivas ilustrações e produtos de
natureza química, com suas respectivas indicações terapêuticas.
BARBOSA RODRIGUES (1842-1909):
 - Botânico e antropólogo brasileiro. Publicou diversos livros sobre
etnografia indígena e sobre lendas e línguas indígenas. Explorou a
Amazônia, recolhendo material botânico e etnográfico. Analisa a botânica
indígena e reconhece a unidade e racionalidade da nomenclatura
indígena. Estuda em profundidade o curare e desvenda os mistérios de sua
manipulação e seus antídotos, definindo os diversos tipos de curare,
produzidos de acordo com sua utilidade e com as sutis gradações de seus
efeitos, colocando em evidência que a cultura indígena era bem mais
profunda do que se imaginava até então.
Enquanto no Brasil existe a
  polêmica em relação a
fitoterapia, no mundo......
Pau Brasil
roubaram dos povos indígenas da
região o segredo de como extrair
um pigmento vermelho do Pau
Brasil. A árvore que deu ao Brasil
seu nome, está sendo preservada
apenas em alguns jardins
botânicos.
Açaí
Fruto da palmeira Euterpe oleracea
da região amazônica que teve seu
nome registrado no Japão, em
2003. Por causa de pressão de
organizações não-governamentais
da Amazônia, o governo japonês
cancelou esta patente.
Andiroba
A árvore (Carapa guianensis) é comum nas
várzeas da Amazônia. O óleo e extrato de
seus frutos foram registrados pela empresa
francesa Yves Roches, no Japão, França,
União Européia e Estados Unidos, em 1999.
E pela empresa japonesa Masaru Morita,
em 1999.
Copaíba
A copaíba (Copaifera sp), teve sua patente
registrada pela empresa francesa Technico-
flor, em 1993, e no ano seguinte na
Organização Mundial de Propriedade
Intelectual. A empresa norte-americana
Aveda tem uma patente de Copaíba,
registrada em 1999.
Cupuaçu
Fruto da árvore (Theobroma
Grandiflorum), que pertence à mesma
família do cacaueiro. Existem várias
patentes sobre a extração do óleo da
semente do cupuaçu e a produção do
chocolate da fruta. Quase todas as
patentes registradas pela empresa Asahi
Foods, do Japão, entre 2001 e 2002. A
empresa inglesa de cosméticos Body Shop
também tem uma patente do cupuaçu,
registrada em 1998.

Espinheira Santa
A espinheira santa (Maytenus ilicifolia) é
nativa de muitas partes da América do Sul
e sudeste do Brasil. A empresa japonesa
Nippon Mektron detém uma patente de
um remédio que se utiliza do extrato da
espinheira santa, desde 1996.
Jaborandi
Planta (Pilocarpus pennatifolius) só
encontrada no Brasil, o jaborandi tem
sua patente registrada pela indústria
farmacêutica alemã Merk, em 1991.
Biribiri
No Canadá, a empresa Biolink,
patenteou rupununine, uma substância
extraída das sementes do bibiri
(Octotea radioei), planta da Amazônia.
O povo Wapixana de Roraima usa esta
substância como um anticoncepcional.
Mandioca
A Biolink quer patentear cumaniol, uma
substância extraída de um veneno feito
da mandioca selvagem, usado para
pesca na Amazônia. O novo produto, de
acordo com a companhia Canadense,
pode ser usado para parar o coração
durante cirurgias delicadas.
Veneno da jararaca
A jararaca (Bothrops jararaca) é uma espécie nativa de cobra da Mata Atlântica. O
laboratório Squibb usou uma pesquisa que havia sido desenvolvida no Brasil e
patenteou a droga Captopril, contra hipertensão, nos anos 70.
Curare
Uma mistura tóxica de várias plantas, usada tradicionalmente por algumas etnias
indígenas da Amazônia, para envenenar as pontas de suas flechas cuja fórmula foi
mantida em segredo pelos índios durante séculos, Alexander von Humboldt foi o
primeiro Europeu, em 1800, a testemunhar e descrever como os ingredientes eram
preparados. O curare começaria a ser utilizado como um anestésico em 1943, quatro
anos depois que seu ingrediente ativo, o d-tubocurarine foi isolado.
Quinina
Os povos indígenas usavam a planta para tratamento de febre. Derivado da árvore de
cinchona (Cinchona officinalis), ela foi usada na década 20 nos Estados Unidos para o
tratamento de malária. O produto ficou conhecido como "casca de febre dos Índios"
(Indian fever bark) e foi usado na Europa desde o inicio do século 16. A demanda pela
cinchona desencadeou um processo de exploração que quase a fez extinta.
Contrabandeando a planta da América do Sul para Java, em 1865, o inglês Charles
Ledger, na verdade, contribuiu com sua preservação. E apenas sessenta anos mais
tarde, mais que 95% do quinina do mundo vinha de Java.
Seringueira
Outro caso de biopirataria, foi o contrabando de 70.000 sementes da árvore de
seringueira, Hevea brasiliensis, da região de Santarém no Pará no ano de 1876, pelo
inglês Henry Wickham. As sementes foram contrabandeadas para o Royal Botanic
Garden, em Londres e daí, após seleção genética, levadas para a Malásia, África e
outras destinações tropicais. Após algumas décadas a Malásia passou a ser o principal
exportador mundial de látex, prejudicando economicamente o Brasil.

Pau Rosa
Óleo vendido para a França, utilizado na elaboração do Chanel nº5.




Biopirataria de vegetais:
O transporte é bastante simples, podendo esconder sementes, gêmulas ou culturas
em bolsos, canetas, frascos de cosméticos, dobras e costuras das roupas, entre outras
formas.
Além disso, o comércio legalizado de plantas medicinais e a indústria de fitoterápicos
disponibilizam livremente fragmentos e extratos vegetais que podem ser adquiridos
nos mercados e feiras e levados sem nenhuma restrição.
A Fitoterapia na Tradição
         Popular Brasileira



Uso popular:
 Farmacopéia popular brasileira.
“Fitoterápico tradicional é aquele elaborado a partir de planta
medicinal de uso alicerçado na tradição popular, sem
evidências, conhecidos ou informados de risco à saúde do
usuário, cuja eficácia é validada através de levantamentos
etnofarmacológicos, de utilização, documentação
tecnocientífica ou publicações indexadas”.
Somatória de tradições:
             Indígena + Européia + Nordestina + Africana
Além das plantas regionais existe também o uso de plantas aclimatadas.

                               Saúde:
        Estar bem disposto para trabalhar e alimentar-se bem.
              Não existe prevenção, somente tratamento

                      Gravidade da doença:
               1- Tempo de permanência dos sintomas.
                  2- Comportamento fora do normal.

                        Tipos de doenças:
            1- Doenças do corpo  doenças de remédios.
              2- Doenças do espírito  doenças de reza.
        3- Doenças do alimento  carnes e peixes “ramosos”.

                           Tratamentos:
             1- Plantas (receitas aprendidas com parentes)
                         2- Rezas e benzimentos.
         3- “Comida plantada melhor que comida comprada”.
Plantas + Partes de animais + Minerais + Material disponível.
 As receitas básicas são comuns em várias regiões, sempre ensinadas por
avós, pais, etc..., mas percebe-se sempre a incorporação de algum produto por
facilidade de encontrar na região ou por intuição.
 Quanto mais grave a doença maior o número de plantas, animais ou
minerais.
 Existem adaptações conforme a necessidade ou a facilidade na obtenção das
plantas.
         As fórmulas tem sempre efeito curativo e nunca preventivo.
Exemplos:
Malária: Carapanaúba ou Quina.
Diarréia: folha Goiaba ou casca de Macaé em forma de chá.
Diarréia prolongada: casca de Mirí para lavagem.
Infecções e inflamações: óleo de Copaíba.
Bronquite: Mel + Copaíba + Azeite doce + Limão.
Pneumonia: Copaíba + Leite + Presa de queixada.
Gripe: Mangaratiá (gengibre) + Malvarisco + Limão.
Cansaço: casca de Castanheira + ovo de Tracaja
A Fitoterapia na Ciência
- Uso científico:
Resoluções Anvisa +
Programa Nacional de Plantas Medicinais +
Pesquisas Brasileiras e de outros países.
Políticas Públicas na Área de Plantas Medicinais e Fitoterápicos

                OMS – Organização Mundial de Saúde (1970)
              80% população  práticas tradicionais  85% plantas

                          Portaria 971 (maio/2006)
        Implanta no SUS acupuntura, fitoterapia, homeopatia, termalismo.

 Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, (dezembro de
                     2008) Portaria 2960/2008
Objetivo de inserir, com segurança, eficácia e qualidade, plantas medicinais,
fitoterápicos e serviços relacionados à Fitoterapia no SUS. O programa busca
também promover e reconhecer as práticas populares e tradicionais de uso de
plantas medicinais e remédios caseiros.

 Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (Renisus) -
                          (fevereiro de 2009)
Orientar estudos que possam subsidiar a elaboração da relação de fitoterápicos
disponíveis para uso da população, com segurança e eficácia para o tratamento de
determinadas doenças
A grande verdade:
1- Não existe planta milagrosa ou que cure todos os males.
2- As plantas devem ser utilizadas estudando-se cada caso.
3- Uma planta terapêutica funciona tão bem e tão rápido como qualquer
medicamento.
4- A maior parte das pessoas que usa a fitoterapia obtém informações com
amigos e/ou parentes.
5- Estudos demonstram que a maior parte das plantas são obtidas em
quintais, terrenos, com vizinhos e em mercados
6- As regras básicas devem ser seguidas a risca:
Padrões    primários
     – Plantio, cultivo, colheita, secagem, conservação.
   Padrões secundários
     – Utilização: infusão, decocção, tintura, pomada.
                             Objetivo:
                       Qualidade e Quantidade
A história dos medicamentos
                            2.000 AC:
                     agora, coma esta raiz
                            1.000 AC:
          aquela raiz é pagã. Agora, reze esta prece.
                            1.850 DC:
     aquela prece é superstição. Agora, beba esta poção
                            1.920 DC:
  aquela poção é óleo de serpente. Agora, tome esta pílula
                            1.945 DC:
      aquela pílula é ineficaz. Agora, leve esta penicilina
                            1955 DC:
“oops”... Os micróbios mudaram! Agora, leve esta tetraciclina.
                           1960 - 1999:
 mais 39 “oops”... Agora, leve este antibiótico mais poderoso.
                            2.000 DC:
       os micróbios venceram! Agora, coma esta raiz.
Tupi guarani  acaiú  noz que se produz

Usos populares:
-folhas: diarréia, cicatrizante e anestésico
-fruto: reumatismo e eczemas
-casca: inflamação
-Óleo da castanha: anti-séptico, vermífugo.
-Óleo da castanha: lamparinas

Alimento:
Tumbança: castanha torrada moída e adoçada.
Cajuada: suco do pseudofruto com água ou leite e adoçado.
Cajuína: suco do pseudofruto filtrado, engarrafado e cozido em banho maria.
Jeropiga: cajuína misturada com álcool.
Mocororó: suco do pseudofruto cru ou cozido.

Pesquisas científicas:
UnB (Universidade Católica de Brasília) e UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
 Óleo da Castanha  Bloqueio de UVA e UVB  Protetor solar.
Usos populares:
Folhas: febre e diarréias.
Casca: diarréia e disenteria


Alimento:
Sementes: cruas (principal produto de exportação)
Sementes: farinha e óleo


Utilidade:
Madeira: assoalhos
Ouriços: copos, cuias


Pesquisas científicas:
Universidade de Illinois (Estados Unidos)  Selênio
Usos populares:

Óleo extraído diretamente da planta.

Cicatrizante, anti-séptico, analgésico, expectorante, cistos,
furúnculos, gripes, resfriados, erisipela, problemas de pele,
 etc...

O óleo de copaíba têm um uso terapêutico fundamental
para o ribeirinho amazônico, é o fitoterápico, que segundo
a tradição popular, tem “efeito para todos os tipos de
doença”. Tanto que ele é incorporado a várias fórmulas populares.
Antibacteriana, Anticancerígena, Antiparasitas, Antitumor,
Antiespasmódica, Adstringente, Citotóxica, Antitérmica,
Hipotensiva, Inseticida, Controla o Sistema Nervoso,
Expectorante, Sedativa, Medicamento Estomacal, Vasodilatador e Vermífugo
- Fruta e suco: vermes, parasitas e febres; para aumentar o leite no período de lactação, e
como um adstringente para diarréia e disenteria.
- Sementes esmagadas: vermífugo contra parasitas internos, externos e vermes.
- Casca, folhas e Polpa: sedativas, antiespasmódicas, hipotensivas e relaxantes.
- Raiz profunda e as folhas: diabetes


Desde 1940 Vários estudos realizados por diferentes
pesquisadores demonstraram que a raiz e também as folhas
possuem ação hipotensiva, antiespasmódica, vasodilatadora,
relaxante do músculo liso e em atividades de cardio-depressão em animais.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Ética Profissional de enfermagem
Ética Profissional de enfermagemÉtica Profissional de enfermagem
Ética Profissional de enfermagemfnanda
 
Ética e legislação em enfermagem
Ética e legislação em enfermagemÉtica e legislação em enfermagem
Ética e legislação em enfermagemluzienne moraes
 
Aula cálculo med humboldt
Aula cálculo med humboldtAula cálculo med humboldt
Aula cálculo med humboldtlorenasc123
 
História da Farmácia no Brasil
História da Farmácia no BrasilHistória da Farmácia no Brasil
História da Farmácia no BrasilSafia Naser
 
Código de ética
Código de ética Código de ética
Código de ética JaqueRamos3
 
Noçõe de psicologia - téc enfermagem 2ª aula
Noçõe de psicologia - téc enfermagem  2ª aulaNoçõe de psicologia - téc enfermagem  2ª aula
Noçõe de psicologia - téc enfermagem 2ª aulaGabriel Jefferson Oliveira
 
Qualidade e Avaliação dos Serviços de Saúde
Qualidade e  Avaliação dos Serviços de SaúdeQualidade e  Avaliação dos Serviços de Saúde
Qualidade e Avaliação dos Serviços de SaúdeOsmarino Gomes Pereira
 
Aromaterapia - EBRAMEC
Aromaterapia - EBRAMECAromaterapia - EBRAMEC
Aromaterapia - EBRAMECShizenDaySpa
 
Farmacia Hospitalar
Farmacia HospitalarFarmacia Hospitalar
Farmacia HospitalarSafia Naser
 
Atendente de Farmácia
Atendente de FarmáciaAtendente de Farmácia
Atendente de FarmáciaJade Oliveira
 
Noções de farmacologia
Noções de farmacologiaNoções de farmacologia
Noções de farmacologiaSheilla Sandes
 
Calculo de medicamentos
Calculo de medicamentosCalculo de medicamentos
Calculo de medicamentosViviane Campos
 
Introdução a farmacologia (tec. enfermagem)
Introdução a farmacologia (tec. enfermagem)Introdução a farmacologia (tec. enfermagem)
Introdução a farmacologia (tec. enfermagem)Renato Santos
 

Mais procurados (20)

Código de ética dos profissionais de enfermagem
Código de ética dos profissionais de enfermagemCódigo de ética dos profissionais de enfermagem
Código de ética dos profissionais de enfermagem
 
Ética Profissional de enfermagem
Ética Profissional de enfermagemÉtica Profissional de enfermagem
Ética Profissional de enfermagem
 
Ética e legislação em enfermagem
Ética e legislação em enfermagemÉtica e legislação em enfermagem
Ética e legislação em enfermagem
 
Auxiliar de Farmácia
Auxiliar de FarmáciaAuxiliar de Farmácia
Auxiliar de Farmácia
 
Aula cálculo med humboldt
Aula cálculo med humboldtAula cálculo med humboldt
Aula cálculo med humboldt
 
Florais de Bach
Florais de BachFlorais de Bach
Florais de Bach
 
AAula de Farnacologia 1
AAula de Farnacologia  1AAula de Farnacologia  1
AAula de Farnacologia 1
 
História da Farmácia no Brasil
História da Farmácia no BrasilHistória da Farmácia no Brasil
História da Farmácia no Brasil
 
Terapia Floral
Terapia FloralTerapia Floral
Terapia Floral
 
Código de ética
Código de ética Código de ética
Código de ética
 
Noçõe de psicologia - téc enfermagem 2ª aula
Noçõe de psicologia - téc enfermagem  2ª aulaNoçõe de psicologia - téc enfermagem  2ª aula
Noçõe de psicologia - téc enfermagem 2ª aula
 
Qualidade e Avaliação dos Serviços de Saúde
Qualidade e  Avaliação dos Serviços de SaúdeQualidade e  Avaliação dos Serviços de Saúde
Qualidade e Avaliação dos Serviços de Saúde
 
Aromaterapia - EBRAMEC
Aromaterapia - EBRAMECAromaterapia - EBRAMEC
Aromaterapia - EBRAMEC
 
Farmacia Hospitalar
Farmacia HospitalarFarmacia Hospitalar
Farmacia Hospitalar
 
Atendente de Farmácia
Atendente de FarmáciaAtendente de Farmácia
Atendente de Farmácia
 
Noções de farmacologia
Noções de farmacologiaNoções de farmacologia
Noções de farmacologia
 
Aula 1 historia da enfermagem enf3
Aula 1  historia da enfermagem enf3Aula 1  historia da enfermagem enf3
Aula 1 historia da enfermagem enf3
 
Deontologia farmacêutica
Deontologia farmacêuticaDeontologia farmacêutica
Deontologia farmacêutica
 
Calculo de medicamentos
Calculo de medicamentosCalculo de medicamentos
Calculo de medicamentos
 
Introdução a farmacologia (tec. enfermagem)
Introdução a farmacologia (tec. enfermagem)Introdução a farmacologia (tec. enfermagem)
Introdução a farmacologia (tec. enfermagem)
 

Destaque

Plantas medicinais e aplicação na industria
Plantas medicinais e aplicação na industriaPlantas medicinais e aplicação na industria
Plantas medicinais e aplicação na industriaDiogo Silva
 
C:\Fakepath\Fitoterapia
C:\Fakepath\FitoterapiaC:\Fakepath\Fitoterapia
C:\Fakepath\Fitoterapiaguestb8a1440
 
Produção de plantas bioativas - Fitoterapia e SUS
Produção de plantas bioativas - Fitoterapia e SUSProdução de plantas bioativas - Fitoterapia e SUS
Produção de plantas bioativas - Fitoterapia e SUSJúnior Maidana
 
Matriciamento fitoterapicos .ppt
Matriciamento fitoterapicos .ppt Matriciamento fitoterapicos .ppt
Matriciamento fitoterapicos .ppt apemfc
 
Medicamentos Fitoterápicos
Medicamentos FitoterápicosMedicamentos Fitoterápicos
Medicamentos FitoterápicosLucash Martins
 
Cartilha Árvores do campus Planaltina 3
Cartilha Árvores do campus Planaltina 3Cartilha Árvores do campus Planaltina 3
Cartilha Árvores do campus Planaltina 3igor-oliveira
 
Do Saber Médico Popular à Fitoterapia
Do Saber Médico Popular à FitoterapiaDo Saber Médico Popular à Fitoterapia
Do Saber Médico Popular à FitoterapiaDouglas Carrara
 
Folder curso suplementação
Folder curso suplementaçãoFolder curso suplementação
Folder curso suplementaçãolactivos
 
Erva cidreira
Erva cidreiraErva cidreira
Erva cidreirakeylogg
 
A fitoterapia na rede básica de saúde
A fitoterapia na rede básica de saúdeA fitoterapia na rede básica de saúde
A fitoterapia na rede básica de saúdeNayara Dávilla
 
ANÁLISE DAS ATIVIDADES DE EXTENSÃO DA UNIVERSIDADE LÚRIO
ANÁLISE DAS ATIVIDADES DE EXTENSÃO DA UNIVERSIDADE LÚRIOANÁLISE DAS ATIVIDADES DE EXTENSÃO DA UNIVERSIDADE LÚRIO
ANÁLISE DAS ATIVIDADES DE EXTENSÃO DA UNIVERSIDADE LÚRIOLucas Amaral Lauriano
 
Avaliação da atividade anti-helmíntica do extrato aquoso de chenopodium ambro...
Avaliação da atividade anti-helmíntica do extrato aquoso de chenopodium ambro...Avaliação da atividade anti-helmíntica do extrato aquoso de chenopodium ambro...
Avaliação da atividade anti-helmíntica do extrato aquoso de chenopodium ambro...Rural Pecuária
 
RECEITAS DE PLANTAS COM PROPRIEDADES INSETICIDAS
RECEITAS DE PLANTAS COM PROPRIEDADES INSETICIDASRECEITAS DE PLANTAS COM PROPRIEDADES INSETICIDAS
RECEITAS DE PLANTAS COM PROPRIEDADES INSETICIDASmnmaill
 
Fitoterapia e Alimentação Saudável
Fitoterapia e Alimentação SaudávelFitoterapia e Alimentação Saudável
Fitoterapia e Alimentação SaudávelDouglas Carrara
 

Destaque (20)

Plantas medicinais e aplicação na industria
Plantas medicinais e aplicação na industriaPlantas medicinais e aplicação na industria
Plantas medicinais e aplicação na industria
 
C:\Fakepath\Fitoterapia
C:\Fakepath\FitoterapiaC:\Fakepath\Fitoterapia
C:\Fakepath\Fitoterapia
 
Produção de plantas bioativas - Fitoterapia e SUS
Produção de plantas bioativas - Fitoterapia e SUSProdução de plantas bioativas - Fitoterapia e SUS
Produção de plantas bioativas - Fitoterapia e SUS
 
Fitoterapia no idoso
Fitoterapia no idosoFitoterapia no idoso
Fitoterapia no idoso
 
Matriciamento fitoterapicos .ppt
Matriciamento fitoterapicos .ppt Matriciamento fitoterapicos .ppt
Matriciamento fitoterapicos .ppt
 
Medicamentos Fitoterápicos
Medicamentos FitoterápicosMedicamentos Fitoterápicos
Medicamentos Fitoterápicos
 
Fitoterapia
FitoterapiaFitoterapia
Fitoterapia
 
Plantas medicinais
Plantas medicinaisPlantas medicinais
Plantas medicinais
 
Cartilha Árvores do campus Planaltina 3
Cartilha Árvores do campus Planaltina 3Cartilha Árvores do campus Planaltina 3
Cartilha Árvores do campus Planaltina 3
 
Do Saber Médico Popular à Fitoterapia
Do Saber Médico Popular à FitoterapiaDo Saber Médico Popular à Fitoterapia
Do Saber Médico Popular à Fitoterapia
 
Farmacia verde
Farmacia verdeFarmacia verde
Farmacia verde
 
Folder curso suplementação
Folder curso suplementaçãoFolder curso suplementação
Folder curso suplementação
 
Erva cidreira
Erva cidreiraErva cidreira
Erva cidreira
 
A fitoterapia na rede básica de saúde
A fitoterapia na rede básica de saúdeA fitoterapia na rede básica de saúde
A fitoterapia na rede básica de saúde
 
ANÁLISE DAS ATIVIDADES DE EXTENSÃO DA UNIVERSIDADE LÚRIO
ANÁLISE DAS ATIVIDADES DE EXTENSÃO DA UNIVERSIDADE LÚRIOANÁLISE DAS ATIVIDADES DE EXTENSÃO DA UNIVERSIDADE LÚRIO
ANÁLISE DAS ATIVIDADES DE EXTENSÃO DA UNIVERSIDADE LÚRIO
 
Avaliação da atividade anti-helmíntica do extrato aquoso de chenopodium ambro...
Avaliação da atividade anti-helmíntica do extrato aquoso de chenopodium ambro...Avaliação da atividade anti-helmíntica do extrato aquoso de chenopodium ambro...
Avaliação da atividade anti-helmíntica do extrato aquoso de chenopodium ambro...
 
RECEITAS DE PLANTAS COM PROPRIEDADES INSETICIDAS
RECEITAS DE PLANTAS COM PROPRIEDADES INSETICIDASRECEITAS DE PLANTAS COM PROPRIEDADES INSETICIDAS
RECEITAS DE PLANTAS COM PROPRIEDADES INSETICIDAS
 
O poder dos chás
O poder  dos chásO poder  dos chás
O poder dos chás
 
Fitoterapia e Alimentação Saudável
Fitoterapia e Alimentação SaudávelFitoterapia e Alimentação Saudável
Fitoterapia e Alimentação Saudável
 
Fitoterapia no sus
Fitoterapia no susFitoterapia no sus
Fitoterapia no sus
 

Semelhante a Fitoterapia: Verdades e Mentiras

Da planta ao medicamento
Da planta ao medicamentoDa planta ao medicamento
Da planta ao medicamentohenriquetabosa
 
Poder das Ervas
Poder das ErvasPoder das Ervas
Poder das ErvasV.X. Carmo
 
A historia da biologia
A historia da biologiaA historia da biologia
A historia da biologiaIsabela Asher
 
História e Evolução da Farmácia
História e Evolução da FarmáciaHistória e Evolução da Farmácia
História e Evolução da FarmáciaJade Oliveira
 
335673 relação alimentar entre os seres.ppt
335673 relação alimentar entre os seres.ppt335673 relação alimentar entre os seres.ppt
335673 relação alimentar entre os seres.pptAssisTeixeira2
 
Os Paradigmas Científicos, a Sabedoria Popular e a Espiritualidade Humana
Os Paradigmas Científicos, a Sabedoria Popular e a Espiritualidade HumanaOs Paradigmas Científicos, a Sabedoria Popular e a Espiritualidade Humana
Os Paradigmas Científicos, a Sabedoria Popular e a Espiritualidade HumanaDouglas Carrara
 
História da Farmácia 15_02 conteudo e historia
História da Farmácia 15_02 conteudo e historiaHistória da Farmácia 15_02 conteudo e historia
História da Farmácia 15_02 conteudo e historiassuser2b53fe
 
2ª aula origem e evolução da farmácia
2ª aula   origem e evolução da farmácia2ª aula   origem e evolução da farmácia
2ª aula origem e evolução da farmáciaClaudio Luis Venturini
 
THE HISTORY OF ART OF RESTORING THE ANIMAL HEALTH (PART I)
THE HISTORY OF ART OF RESTORING THE ANIMAL HEALTH (PART I)THE HISTORY OF ART OF RESTORING THE ANIMAL HEALTH (PART I)
THE HISTORY OF ART OF RESTORING THE ANIMAL HEALTH (PART I)Marcia Cristina
 
FITOTERAPIA_AULA_1.pptx
FITOTERAPIA_AULA_1.pptxFITOTERAPIA_AULA_1.pptx
FITOTERAPIA_AULA_1.pptxMicheleNeves18
 
Histó
HistóHistó
Históklbn
 
Aula 001 - Biologia das Células - A Origem da Biologia e as Bases do Pensamen...
Aula 001 - Biologia das Células - A Origem da Biologia e as Bases do Pensamen...Aula 001 - Biologia das Células - A Origem da Biologia e as Bases do Pensamen...
Aula 001 - Biologia das Células - A Origem da Biologia e as Bases do Pensamen...nivaldojunior54
 
OS PRODUTOS NATURAIS E A QUÍMICA MEDICINAL MODERNA.pdf
OS PRODUTOS NATURAIS E A QUÍMICA MEDICINAL MODERNA.pdfOS PRODUTOS NATURAIS E A QUÍMICA MEDICINAL MODERNA.pdf
OS PRODUTOS NATURAIS E A QUÍMICA MEDICINAL MODERNA.pdfMarcio Tikun Olam
 

Semelhante a Fitoterapia: Verdades e Mentiras (20)

Fitoterapia brasileira histórico
Fitoterapia brasileira históricoFitoterapia brasileira histórico
Fitoterapia brasileira histórico
 
Da planta ao medicamento
Da planta ao medicamentoDa planta ao medicamento
Da planta ao medicamento
 
Poder das ervas
Poder das ervasPoder das ervas
Poder das ervas
 
Poder das Ervas
Poder das ErvasPoder das Ervas
Poder das Ervas
 
A historia da biologia
A historia da biologiaA historia da biologia
A historia da biologia
 
História e Evolução da Farmácia
História e Evolução da FarmáciaHistória e Evolução da Farmácia
História e Evolução da Farmácia
 
335673 relação alimentar entre os seres.ppt
335673 relação alimentar entre os seres.ppt335673 relação alimentar entre os seres.ppt
335673 relação alimentar entre os seres.ppt
 
Os Paradigmas Científicos, a Sabedoria Popular e a Espiritualidade Humana
Os Paradigmas Científicos, a Sabedoria Popular e a Espiritualidade HumanaOs Paradigmas Científicos, a Sabedoria Popular e a Espiritualidade Humana
Os Paradigmas Científicos, a Sabedoria Popular e a Espiritualidade Humana
 
História da Farmácia 15_02 conteudo e historia
História da Farmácia 15_02 conteudo e historiaHistória da Farmácia 15_02 conteudo e historia
História da Farmácia 15_02 conteudo e historia
 
2ª aula origem e evolução da farmácia
2ª aula   origem e evolução da farmácia2ª aula   origem e evolução da farmácia
2ª aula origem e evolução da farmácia
 
Farmacobotânica parte1
Farmacobotânica parte1Farmacobotânica parte1
Farmacobotânica parte1
 
456 an 04_dezembro_2013.ok
456 an 04_dezembro_2013.ok456 an 04_dezembro_2013.ok
456 an 04_dezembro_2013.ok
 
THE HISTORY OF ART OF RESTORING THE ANIMAL HEALTH (PART I)
THE HISTORY OF ART OF RESTORING THE ANIMAL HEALTH (PART I)THE HISTORY OF ART OF RESTORING THE ANIMAL HEALTH (PART I)
THE HISTORY OF ART OF RESTORING THE ANIMAL HEALTH (PART I)
 
FITOTERAPIA_AULA_1.pptx
FITOTERAPIA_AULA_1.pptxFITOTERAPIA_AULA_1.pptx
FITOTERAPIA_AULA_1.pptx
 
Histó
HistóHistó
Histó
 
Aula 001 - Biologia das Células - A Origem da Biologia e as Bases do Pensamen...
Aula 001 - Biologia das Células - A Origem da Biologia e as Bases do Pensamen...Aula 001 - Biologia das Células - A Origem da Biologia e as Bases do Pensamen...
Aula 001 - Biologia das Células - A Origem da Biologia e as Bases do Pensamen...
 
Teoria das assinaturas
Teoria das assinaturasTeoria das assinaturas
Teoria das assinaturas
 
Floresterapia
FloresterapiaFloresterapia
Floresterapia
 
Apostila Introdução à Farmácia
Apostila Introdução à FarmáciaApostila Introdução à Farmácia
Apostila Introdução à Farmácia
 
OS PRODUTOS NATURAIS E A QUÍMICA MEDICINAL MODERNA.pdf
OS PRODUTOS NATURAIS E A QUÍMICA MEDICINAL MODERNA.pdfOS PRODUTOS NATURAIS E A QUÍMICA MEDICINAL MODERNA.pdf
OS PRODUTOS NATURAIS E A QUÍMICA MEDICINAL MODERNA.pdf
 

Mais de Faculdade Mário Schenberg (8)

Fitoterapia: Tradição e ciência
Fitoterapia: Tradição e ciênciaFitoterapia: Tradição e ciência
Fitoterapia: Tradição e ciência
 
Fitoacupuntura
FitoacupunturaFitoacupuntura
Fitoacupuntura
 
Fitoterapia fitoacupuntura climaterio
Fitoterapia fitoacupuntura climaterioFitoterapia fitoacupuntura climaterio
Fitoterapia fitoacupuntura climaterio
 
Acupuntura vegetal
Acupuntura vegetalAcupuntura vegetal
Acupuntura vegetal
 
Horoscopo das árvores
Horoscopo das árvoresHoroscopo das árvores
Horoscopo das árvores
 
Fitoterapia brasileira na estética
Fitoterapia brasileira na estéticaFitoterapia brasileira na estética
Fitoterapia brasileira na estética
 
A simplicidade e força das plantas na manutenção
A simplicidade e força das plantas na manutençãoA simplicidade e força das plantas na manutenção
A simplicidade e força das plantas na manutenção
 
Historia mtc
Historia mtcHistoria mtc
Historia mtc
 

Fitoterapia: Verdades e Mentiras

  • 1. Fitoterapia Verdades e Mentiras Prof. Sérgio Franceschini casadaterra@msn.com
  • 2. �”Nosso problema, como cientistas de hoje, é que não estudamos história e, por isso, achamos que os gênios de hoje são mais inteligentes do que qualquer pessoa que viveu no passado.� D. Suzuki, 1998
  • 3. O descobrimento das propriedades curativas das plantas foi, no início, meramente intuitivo ou, observando os animais que, quando doentes, buscavam nas ervas cura para suas afecções.  muito ativos ao ingerir grãos de café (Coffea arabica),  melhoravam a digestão ao ingerir o boldo do Chile (Peumus boldus),  ficavam muito calmos ao ingerir as folhas do maracujá (Passiflora sp.), o lagarto, ao ser picado pela cobra se protege com o sumo da raiz da guaçatonga (Casearea sylvestris);  a águia ao ser picada por uma serpente venenosa, voa a procura do guaco (Mikania sp.) a fim de comer suas folhas, que contém vedelolactonas, substância que age como antídoto de veneno de cobra,  os chimpanzés africanos que costumam colocar na boca folhas de um malmequer do gênero Aspilia, que contém tiarubina A, substância que atua sobre bactérias, fungos e vermes, e deve ser absorvida através das mucosas, pois é inativada pelo suco gástrico. Os chimpanzés não engolem as folhas, apenas ficam comprimindo-as contra as mucosas.
  • 4. “O único animal que questiona a fitoterapia é o ser humano, todos os outros já nascem sabendo...” Sérgio Franceschini
  • 6. Em 1873, o egiptólogo alemão Georg Ebers encontrou um rolo de papiro que dizia: "Aqui começa o livro relativo à preparação dos remédios para todas as partes do corpo humano“, considerado o primeiro tratado médico egípcio, onde contavam o zimbro, a semente de linho, o funcho, o alho, a folha de sene e o lírio . Em 1924, na Inglaterra, os técnicos do Museu Britânico conseguiram identificar 250 vegetais, minerais e substâncias diversas cujas virtudes terapêuticas eram conhecidas pelo babilônios. Nos pergaminhos da época são citadas ervas como o cânhamo indiano, utilizado como analgésico, nos casos de reumatismo. Hipócrates reuniu a totalidade dos conhecimentos médicos de seu tempo no conjunto de tratados conhecidos pelo nome de Corpus Hipocraticum, onde, para cada enfermidade, descreve um remédio vegetal e o tratamento correspondente. Dioscórides inventariou, no seu tratado De Matéria Medica, mais de 500 drogas de origem vegetal, mineral ou animal. Galeno, ligou o seu nome ao que se denomina "farmácia galênica", onde as plantas não são mais usadas na forma de pó e sim em preparações, nas quais são usados solventes como álcool, água ou vinagre, e servem para conservar e concentrar os componentes ativos das plantas, sendo utilizadas para preparar ungüentos, emplastros e outras formas.
  • 7. O longo período que se seguiu, no Ocidente, designado por Idade Média, não foi exatamente uma época caracterizada por rápidos progressos científicos. Foi, no entanto, no Renascimento, com a valorização da experimentação e da observação direta, com as grandes viagens para as Índias e a América, que se deu origem a um novo período de progresso no conhecimento das plantas e suas aplicações. Paracelso (início do século XVI ), tentou relacionar as virtudes das plantas com as suas propriedades morfológicas, sua forma e sua cor. Conhecida como a "teoria dos sinais" ou "teoria da similitude". Considerava que uma doença podia se curar com aquilo que com ela tivesse semelhança. A partir de século XV houve uma preocupação em catalogar um grande número de vegetais, identificando-os e classificando-os de acordo com a procedência, e características dos princípios ativos. Finalmente, os esforços de classificação culminam, em 1735, com a publicação do Systema Naturae, de Lineu.
  • 9. Tradição Popular Indígenas Colonizadores Portugueses, Espanhóis, Holandeses e Franceses.  Escravos Africanos Migrações intra regionais: *Transmitidas por oralidade (avós, pais, filhos...)
  • 10. GABRIEL SOARES DE SOUSA (1540-1591): Observações sobre a experiência de portugueses, índios e negros no Brasil colônia. Hoehne, baseado em suas informações, pode determinar cientificamente a maioria das 210 espécies vegetais citadas no texto. JOSÉ DE ANCHIETA (1533-1597): Foi também médico e enfermeiro dos indígenas, conhecendo e aplicando inúmeras plantas utilizadas pelos povos tupi, durante o processo de catequização. PISO (1611-1678); MARCGRAVE (1610-1643): As obras de Marcgrave (médico, desenhista e botânico) e de Piso (médico e zoólogo) no que se refere ao clima, água, solo, moléstias tropicais e sua etiologia, botânica e zoologia, são efetivamente importantíssimas porque anteciparam em mais de 100 anos o surgimento da botânica na Europa. Identificaram 132 espécies vegetais utilizadas no Brasil. SIMÃO PINHEIRO MORÃO (1620-1686): Historicamente é o primeiro livro, escrito por um português no Brasil, versando exclusivamente sobre matéria médica. A finalidade do livro era difundir no seio da população os meios práticos de preservação e combate ao sarampo e às bexigas (varíola). Utilizava plantas européias, mas também nativas no tratamento das doenças.
  • 11. MANUEL ARRUDA DA CÂMARA (1752-1811): Médico e botânico pernambucano, formado em medicina em Montpellier na França, publicou vários estudos botânicos sobre a flora brasileira. Pesquisador pioneiro da flora, fauna e recursos naturais de toda uma região que vai do rio São Francisco aos sertões do Piauí. Publicou vários livros entre eles, “A Almécega e a Carnaúba” (1809). BERNARDINO ANTONIO GOMES (1768-1823): Médico português que em 1810, inicia os estudos sobre as cascas da quina, descobrindo uma substância cristalizável, mais tarde reconhecida como um alcalóide, e que denominou “cinchonina”, ocorrência publicada em novembro de 1811. Graças a essa descoberta e à sua divulgação, Caventou e Pelletier descobriram em 1818 a quinina, responsável pela ação antimalárica. Viveu no Rio de Janeiro de 1797 a 1801, tendo assim a oportunidade de estudar não somente a ipecacuanha e a canela, mas ainda redigir observações botânico médicas sobre plantas brasileiras, algumas delas descritas por ele, pela primeira vez, na literatura científica. Identificou e estudou 15 plantas medicinais brasileiras. FRANCISCO ANTONIO SAMPAIO: Médico português, exerceu a profissão na Vila da Cachoeira (BA) desde 1758. O manuscrito de sua única obra, somente no século XX foi encontrada e ainda assim incompleta, faltando o terceiro tomo referente ao reino mineral. Apesar disso é uma obra importante e autêntica sobre a prática terapêutica popular da época. Estudou e desenhou 83 plantas medicinais brasileiras utilizadas no Brasil.
  • 12. VELLOZO (1742-1811): Filósofo e teólogo brasileiro que ocupa um lugar de destaque pela sua obra monumental intitulada “Flora Fluminensis”, terminada em 1790 mas só foi publicada em 1825 (60 fascículos, formando 11 volumes ), sob encomenda do governo imperial, traz as descrições e ilustrações de 1640 vegetais brasileiros, incluindo também inúmeras indicações ecológicas, muitos nomes indígenas e práticas terapêuticas populares e indígenas. SAINT-HILAIRE (1779-1853): Naturalista francês que veio ao Brasil em 1816 e percorreu diversas províncias, estudando a flora brasileira. Publicou inúmeros diários de viagem e obras botânicas sobre a flora brasileira. Registrou práticas médicas populares da época e propriedades medicinais de diversas plantas brasileiras. CAMINHOÁ (1835-1896): - Médico e professor de botânica, formado no Rio de Janeiro. Autor de obra didática que resume a botânica do século XIX. Em sua tese de concurso para a cadeira de Botânica Médica, estudou as plantas tóxicas do Brasil. Registra inúmeras práticas medicinais populares em seu livro.
  • 13. MARTIUS (1794-1868): - Médico, zoólogo e botânico alemão, que dedicou a maior parte de sua vida ao estudo da flora brasileira. Coordenou uma equipe de botânicos para escrever a maior obra de botânica sobre o Brasil, a “Flora Brasiliensis”, terminada em 1906, após a sua morte. Das 10.000 descrições de espécies, pelo menos 5.939 eram novas para a ciência. Além disso estudou também as plantas medicinais, inclusive, as espécies utilizadas pelas tribos indígenas. Observou e experimentou inúmeras práticas médicas populares nas regiões por onde percorreu. MELLO MORAES (1816-1882): - Médico formado na Bahia. Organizou, em formato de dicionário, obra em que reúne informações sobre práticas medicinais populares recolhidas pessoalmente e também de outros autores contemporâneos. CHERNOVIZ (1812-1881): - Médico polonês, diplomado em Montpellier em 1837, e depois naturalizado brasileiro. Escreveu o “Chernoviz”, como ficou conhecido no Brasil, onde registrava os tratamentos alopáticos reconhecidos, mas também incluía receituário de plantas medicinais brasileiras, e de outros países, assim como, alcalóides e produtos químicos. A principal causa do sucesso das sucessivas edições do “Chernoviz” prendia-se à maneira como Chernoviz conseguia retratar a concepção artesanal, leiga e mágica da medicina, listando de forma abundante, fórmulas para a fabricação caseira de medicamentos ou para a encomenda em boticas.
  • 14. LANGGAARD (1813-1883): Médico dinamarquês, formado em Copenhague e em 1848 adquiriu nacionalidade brasileira, escreveu um livro que foi considerado um memorial terapêutico ,com a indicação abreviada dos meios empregados no tratamento das moléstias e um formulário com a descrição de plantas indígenas e européias, com suas respectivas ilustrações e produtos de natureza química, com suas respectivas indicações terapêuticas. BARBOSA RODRIGUES (1842-1909): - Botânico e antropólogo brasileiro. Publicou diversos livros sobre etnografia indígena e sobre lendas e línguas indígenas. Explorou a Amazônia, recolhendo material botânico e etnográfico. Analisa a botânica indígena e reconhece a unidade e racionalidade da nomenclatura indígena. Estuda em profundidade o curare e desvenda os mistérios de sua manipulação e seus antídotos, definindo os diversos tipos de curare, produzidos de acordo com sua utilidade e com as sutis gradações de seus efeitos, colocando em evidência que a cultura indígena era bem mais profunda do que se imaginava até então.
  • 15. Enquanto no Brasil existe a polêmica em relação a fitoterapia, no mundo......
  • 16. Pau Brasil roubaram dos povos indígenas da região o segredo de como extrair um pigmento vermelho do Pau Brasil. A árvore que deu ao Brasil seu nome, está sendo preservada apenas em alguns jardins botânicos. Açaí Fruto da palmeira Euterpe oleracea da região amazônica que teve seu nome registrado no Japão, em 2003. Por causa de pressão de organizações não-governamentais da Amazônia, o governo japonês cancelou esta patente.
  • 17. Andiroba A árvore (Carapa guianensis) é comum nas várzeas da Amazônia. O óleo e extrato de seus frutos foram registrados pela empresa francesa Yves Roches, no Japão, França, União Européia e Estados Unidos, em 1999. E pela empresa japonesa Masaru Morita, em 1999. Copaíba A copaíba (Copaifera sp), teve sua patente registrada pela empresa francesa Technico- flor, em 1993, e no ano seguinte na Organização Mundial de Propriedade Intelectual. A empresa norte-americana Aveda tem uma patente de Copaíba, registrada em 1999.
  • 18. Cupuaçu Fruto da árvore (Theobroma Grandiflorum), que pertence à mesma família do cacaueiro. Existem várias patentes sobre a extração do óleo da semente do cupuaçu e a produção do chocolate da fruta. Quase todas as patentes registradas pela empresa Asahi Foods, do Japão, entre 2001 e 2002. A empresa inglesa de cosméticos Body Shop também tem uma patente do cupuaçu, registrada em 1998. Espinheira Santa A espinheira santa (Maytenus ilicifolia) é nativa de muitas partes da América do Sul e sudeste do Brasil. A empresa japonesa Nippon Mektron detém uma patente de um remédio que se utiliza do extrato da espinheira santa, desde 1996.
  • 19. Jaborandi Planta (Pilocarpus pennatifolius) só encontrada no Brasil, o jaborandi tem sua patente registrada pela indústria farmacêutica alemã Merk, em 1991. Biribiri No Canadá, a empresa Biolink, patenteou rupununine, uma substância extraída das sementes do bibiri (Octotea radioei), planta da Amazônia. O povo Wapixana de Roraima usa esta substância como um anticoncepcional. Mandioca A Biolink quer patentear cumaniol, uma substância extraída de um veneno feito da mandioca selvagem, usado para pesca na Amazônia. O novo produto, de acordo com a companhia Canadense, pode ser usado para parar o coração durante cirurgias delicadas.
  • 20. Veneno da jararaca A jararaca (Bothrops jararaca) é uma espécie nativa de cobra da Mata Atlântica. O laboratório Squibb usou uma pesquisa que havia sido desenvolvida no Brasil e patenteou a droga Captopril, contra hipertensão, nos anos 70. Curare Uma mistura tóxica de várias plantas, usada tradicionalmente por algumas etnias indígenas da Amazônia, para envenenar as pontas de suas flechas cuja fórmula foi mantida em segredo pelos índios durante séculos, Alexander von Humboldt foi o primeiro Europeu, em 1800, a testemunhar e descrever como os ingredientes eram preparados. O curare começaria a ser utilizado como um anestésico em 1943, quatro anos depois que seu ingrediente ativo, o d-tubocurarine foi isolado. Quinina Os povos indígenas usavam a planta para tratamento de febre. Derivado da árvore de cinchona (Cinchona officinalis), ela foi usada na década 20 nos Estados Unidos para o tratamento de malária. O produto ficou conhecido como "casca de febre dos Índios" (Indian fever bark) e foi usado na Europa desde o inicio do século 16. A demanda pela cinchona desencadeou um processo de exploração que quase a fez extinta. Contrabandeando a planta da América do Sul para Java, em 1865, o inglês Charles Ledger, na verdade, contribuiu com sua preservação. E apenas sessenta anos mais tarde, mais que 95% do quinina do mundo vinha de Java.
  • 21. Seringueira Outro caso de biopirataria, foi o contrabando de 70.000 sementes da árvore de seringueira, Hevea brasiliensis, da região de Santarém no Pará no ano de 1876, pelo inglês Henry Wickham. As sementes foram contrabandeadas para o Royal Botanic Garden, em Londres e daí, após seleção genética, levadas para a Malásia, África e outras destinações tropicais. Após algumas décadas a Malásia passou a ser o principal exportador mundial de látex, prejudicando economicamente o Brasil. Pau Rosa Óleo vendido para a França, utilizado na elaboração do Chanel nº5. Biopirataria de vegetais: O transporte é bastante simples, podendo esconder sementes, gêmulas ou culturas em bolsos, canetas, frascos de cosméticos, dobras e costuras das roupas, entre outras formas. Além disso, o comércio legalizado de plantas medicinais e a indústria de fitoterápicos disponibilizam livremente fragmentos e extratos vegetais que podem ser adquiridos nos mercados e feiras e levados sem nenhuma restrição.
  • 22. A Fitoterapia na Tradição Popular Brasileira Uso popular:  Farmacopéia popular brasileira. “Fitoterápico tradicional é aquele elaborado a partir de planta medicinal de uso alicerçado na tradição popular, sem evidências, conhecidos ou informados de risco à saúde do usuário, cuja eficácia é validada através de levantamentos etnofarmacológicos, de utilização, documentação tecnocientífica ou publicações indexadas”.
  • 23. Somatória de tradições: Indígena + Européia + Nordestina + Africana Além das plantas regionais existe também o uso de plantas aclimatadas. Saúde: Estar bem disposto para trabalhar e alimentar-se bem. Não existe prevenção, somente tratamento Gravidade da doença: 1- Tempo de permanência dos sintomas. 2- Comportamento fora do normal. Tipos de doenças: 1- Doenças do corpo  doenças de remédios. 2- Doenças do espírito  doenças de reza. 3- Doenças do alimento  carnes e peixes “ramosos”. Tratamentos: 1- Plantas (receitas aprendidas com parentes) 2- Rezas e benzimentos. 3- “Comida plantada melhor que comida comprada”.
  • 24. Plantas + Partes de animais + Minerais + Material disponível.  As receitas básicas são comuns em várias regiões, sempre ensinadas por avós, pais, etc..., mas percebe-se sempre a incorporação de algum produto por facilidade de encontrar na região ou por intuição.  Quanto mais grave a doença maior o número de plantas, animais ou minerais.  Existem adaptações conforme a necessidade ou a facilidade na obtenção das plantas. As fórmulas tem sempre efeito curativo e nunca preventivo. Exemplos: Malária: Carapanaúba ou Quina. Diarréia: folha Goiaba ou casca de Macaé em forma de chá. Diarréia prolongada: casca de Mirí para lavagem. Infecções e inflamações: óleo de Copaíba. Bronquite: Mel + Copaíba + Azeite doce + Limão. Pneumonia: Copaíba + Leite + Presa de queixada. Gripe: Mangaratiá (gengibre) + Malvarisco + Limão. Cansaço: casca de Castanheira + ovo de Tracaja
  • 25. A Fitoterapia na Ciência - Uso científico: Resoluções Anvisa + Programa Nacional de Plantas Medicinais + Pesquisas Brasileiras e de outros países.
  • 26. Políticas Públicas na Área de Plantas Medicinais e Fitoterápicos  OMS – Organização Mundial de Saúde (1970) 80% população  práticas tradicionais  85% plantas  Portaria 971 (maio/2006) Implanta no SUS acupuntura, fitoterapia, homeopatia, termalismo.  Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, (dezembro de 2008) Portaria 2960/2008 Objetivo de inserir, com segurança, eficácia e qualidade, plantas medicinais, fitoterápicos e serviços relacionados à Fitoterapia no SUS. O programa busca também promover e reconhecer as práticas populares e tradicionais de uso de plantas medicinais e remédios caseiros.  Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (Renisus) - (fevereiro de 2009) Orientar estudos que possam subsidiar a elaboração da relação de fitoterápicos disponíveis para uso da população, com segurança e eficácia para o tratamento de determinadas doenças
  • 27. A grande verdade: 1- Não existe planta milagrosa ou que cure todos os males. 2- As plantas devem ser utilizadas estudando-se cada caso. 3- Uma planta terapêutica funciona tão bem e tão rápido como qualquer medicamento. 4- A maior parte das pessoas que usa a fitoterapia obtém informações com amigos e/ou parentes. 5- Estudos demonstram que a maior parte das plantas são obtidas em quintais, terrenos, com vizinhos e em mercados 6- As regras básicas devem ser seguidas a risca: Padrões primários – Plantio, cultivo, colheita, secagem, conservação.  Padrões secundários – Utilização: infusão, decocção, tintura, pomada. Objetivo: Qualidade e Quantidade
  • 28. A história dos medicamentos 2.000 AC: agora, coma esta raiz 1.000 AC: aquela raiz é pagã. Agora, reze esta prece. 1.850 DC: aquela prece é superstição. Agora, beba esta poção 1.920 DC: aquela poção é óleo de serpente. Agora, tome esta pílula 1.945 DC: aquela pílula é ineficaz. Agora, leve esta penicilina 1955 DC: “oops”... Os micróbios mudaram! Agora, leve esta tetraciclina. 1960 - 1999: mais 39 “oops”... Agora, leve este antibiótico mais poderoso. 2.000 DC: os micróbios venceram! Agora, coma esta raiz.
  • 29. Tupi guarani  acaiú  noz que se produz Usos populares: -folhas: diarréia, cicatrizante e anestésico -fruto: reumatismo e eczemas -casca: inflamação -Óleo da castanha: anti-séptico, vermífugo. -Óleo da castanha: lamparinas Alimento: Tumbança: castanha torrada moída e adoçada. Cajuada: suco do pseudofruto com água ou leite e adoçado. Cajuína: suco do pseudofruto filtrado, engarrafado e cozido em banho maria. Jeropiga: cajuína misturada com álcool. Mocororó: suco do pseudofruto cru ou cozido. Pesquisas científicas: UnB (Universidade Católica de Brasília) e UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro)  Óleo da Castanha  Bloqueio de UVA e UVB  Protetor solar.
  • 30. Usos populares: Folhas: febre e diarréias. Casca: diarréia e disenteria Alimento: Sementes: cruas (principal produto de exportação) Sementes: farinha e óleo Utilidade: Madeira: assoalhos Ouriços: copos, cuias Pesquisas científicas: Universidade de Illinois (Estados Unidos)  Selênio
  • 31. Usos populares: Óleo extraído diretamente da planta. Cicatrizante, anti-séptico, analgésico, expectorante, cistos, furúnculos, gripes, resfriados, erisipela, problemas de pele, etc... O óleo de copaíba têm um uso terapêutico fundamental para o ribeirinho amazônico, é o fitoterápico, que segundo a tradição popular, tem “efeito para todos os tipos de doença”. Tanto que ele é incorporado a várias fórmulas populares.
  • 32. Antibacteriana, Anticancerígena, Antiparasitas, Antitumor, Antiespasmódica, Adstringente, Citotóxica, Antitérmica, Hipotensiva, Inseticida, Controla o Sistema Nervoso, Expectorante, Sedativa, Medicamento Estomacal, Vasodilatador e Vermífugo - Fruta e suco: vermes, parasitas e febres; para aumentar o leite no período de lactação, e como um adstringente para diarréia e disenteria. - Sementes esmagadas: vermífugo contra parasitas internos, externos e vermes. - Casca, folhas e Polpa: sedativas, antiespasmódicas, hipotensivas e relaxantes. - Raiz profunda e as folhas: diabetes Desde 1940 Vários estudos realizados por diferentes pesquisadores demonstraram que a raiz e também as folhas possuem ação hipotensiva, antiespasmódica, vasodilatadora, relaxante do músculo liso e em atividades de cardio-depressão em animais.