Bloco de português com artigo de opinião 8º A, B 3.docx
Ocorre Me Agora, Eduardo White
1. ES/3 D. Afonso Henriques 2009/2010 Literaturas de Língua Portuguesa Ocorre-me agora - Eduardo White
2. Introdução Este trabalho é realizado no âmbito da disciplina de Literaturas de Língua Portuguesa, onde iremos explorar, mais uma vez, a Literatura Moçambicana e um dos seus grandes poetas Eduardo Whitecom o poema “Ocorre-me agora”.
4. Eduardo White Nome completo: Eduardo CostleyWhite Data de nascimento: 21 de Novembro de 1963 Carreira: Após uma formação durante três anos no Instituto Industrial, o escritor exerceu funções directivas numa empresa comercial, foi membro do Conselho de Coordenação da revista "Charrua" e dirigente da Associação de Escritores de Moçambique.
14. 2004 - O Homem a Sombra e a Flor e Algumas Cartas do Interior
15. 2005 - Até Amanhã, CoraçãoRecebeu vários prémios literários e foi considerado, em 2001, pela Associação de Imprensa Moçambicana, a Figura Literária do ano.
16. Obra Numa preocupação com as origens, Eduardo White tenta na sua poesia reflectir sobre a sua história e sobre Moçambique, numa tentativa de apagar as marcas da guerra e de dignificar a vida humana. Para isso, escreve através de um amor diversificado que pode ser pela amada, pela terra ou mesmo pela própria poesia, sempre num tom de ternura, de onirismo, de musicalidade e, por vezes, de erotismo.
18. “Ocorre-me agora a pupila minúscula de uma criança. A sua engenharia desde o corpo na guerreira pequenez ao dedo provador da boca. Ocorre-me esta criança este monge da franqueza em seu templo de inocência. Amo-a. Vivo-a. Voar é poder amar uma criança. Sonhar-lhe o peso no colo, as mãos acariciantes sobre a palma da alma. Ocorre-me agora
19. Voar é tardar a boca na rosa do rosto de uma criança. Pronunciar-lhe a ternura, a seda fresca e pura Da sua infância. Voar é adormecer o homem na mão sonhadora de uma criança.” Ocorre-me agora
20. Tema O tema presente nesta composição poética é o amor pelo Homem em si, na sua vertente mais pura, inocente e pacífica, nomeadamente o período da infância, personificado pela “criança”. “Ocorre-me esta criança/ este monge da franqueza em seu templo de inocência.” “Voar é adormecer o homem/ na mão sonhadora/ de uma criança.”
21. Assunto O poema apresenta uma estrutura bipartida. A primeira parte integra a primeira estrofe e nela é caracterizada a “criança” no seu aspecto físico e psicológico. Recorrendo a expressões como “pupila minúscula”, “guerreira pequenez” e “monge da franqueza” o sujeito poético realça o estado de genuinidade e candura que a “criança” emana e que ele tanto “ama” e “vive”. A segunda parte são as restantes três estrofes. Nelas o eu lírico descreve as sensações que o amor pela criança desperta no Homem, nomeadamente o acto de poder “voar” (metaforicamente). O acto de “voar”, associado à ingenuidade da “criança”, permite ao Homem conseguir amar, perdoar, sonhar, mas acima de tudo ser livre.
22. Expressividade do título No título do poema Ocorre-me agora temos presente a ideia do vago como se algo tivesse ocorrido ao eu lírico, mas ainda se encontrasse demasiado longe, nublado. Podemos associar isso ao facto, de que à medida que o ser humano cresce e se torna adulto, a parte da infância começa a cair em esquecimento, e a pureza com que encara a vida, a inocência que envolve toda a felicidade inconsciente, amando do modo mais puro, torna-se cada vez mais distante e desfocada. Assim, “ocorre” essa conclusão ao sujeito poético. “Ocorre-lhe” uma “criança” e todo o processo de amor que a englobe, e o significado que essa sabedoria tem para a felicidade do Homem no “agora”.
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26. Análise formal Esta composição poética é constituída por quatro estrofes livres: a primeira com oito versos, a segunda com três, a terceira com cinco e a última com três versos. O esquema rimático é irregular e a métrica dos versos não segue nenhuma lógica. Apresenta uma rima pobre e um ritmo lento.
27. Reflexão Este trabalho, tal como os anteriores, foi bastante gratificante para o nosso grupo uma vez que nos deu a conhecer mais um notável escritor, Eduardo White, do qual analisamos o poema “Ocorre-me agora”. Este poema levou-nos a uma reflexão intrínseca e extrínseca sobre a humanidade que se tem perdido ao longo dos tempos. Cada vez mais o sentimento pelo outro se fecha dentro do nosso isolamento social e pessoal. Aqui, este amor que vemos presente por “esta” criança faz-nos ver que amar pode ser tão simples e bom como o surgimento de uma ideia na nossa cabeça, ou seja, algo natural.
30. Classifica as seguintes afirmações como verdadeiras (V) ou falsas (F) O amor pelo Homem no poema está personificado por uma “criança” Esse amor é caracterizado pelo período da velhice O poema apresenta uma estrutura tripartida A primeira parte do poema caracteriza a “criança” física e psicologicamente Na segunda parte do poema o sujeito lírico é caracterizado psicologicamente pela sua liberdade, expressa pelo desejo de “voar” O titulo sugere a ocorrência de uma ideia vaga V F F V F V