1. Revista Eletrônica de Educação Física
A DANÇA DE SALÃO COMO QUALIDADE DE VIDA
PARA A TERCEIRA IDADE
Diego Emanuel Gobbo
Orientadora. Prof. Daisy Carvalho
SUMÁRIO
1- Introdução
2- Referencial Teórico
2.1- Envelhecimento
2.2- Dança e o Idoso
2.3- Histórico da Dança de Salão
3- Metodologia
3.1- Caracterização da Pesquisa:
3.2- População e Amostra
3.4- Coleta de Dados
3.5- Tratamento dos Dados
4- Resultado e Discussão dos Dados
4.1- Perfil dos Idosos
4.2- Características Sócio-Econômicas dos Idosos Praticantes de Dança de Salão
4.3- Qualidade de Vida na Percepção dos Idosos Praticantes de Dança de Salão
4.4- Motivos que Levaram A Prática da Dança de Salão
4.5- Benefícios Adquiridos Através da Dança De Salão
4.6- Tempo de Prática de Dança de Salão
5- Considerações Finais
6- Referências
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2. 1
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1- INTRODUÇÃO
A expectativa de vida vem sofrendo modificações ao longo dos anos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (2002) a conseqüência natural disto foi o
aumento da vida média do homem que hoje se situa em torno de 66 anos (20 anos a
mais do no ano de 1950). Atualmente estima-se que a cada 10 indivíduos no mundo,
um tenha mais de 60 anos, idade acima da qual o indivíduo é considerado idoso no
Brasil.
O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial que se repete
também aqui no Brasil. A população de idosos representa um contingente de quase
15 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade (8,6% da população
brasileira). As mulheres são maioria, 8,9 milhões. Grande parte dos idosos são
responsáveis pelos domicílios e tem, em média, 69 anos de idade e 3,4 anos de
estudo. Nos próximos 20 anos, a população idosa do Brasil poderá ultrapassar os 30
milhões de pessoas e deverá representar quase 13% da população ao final deste
período (IBGE, 2004 p.02).
A Dança na vida do idoso é responsável por uma série de benefícios na vida
cotidiana (BOURCIER, 1987 p. 16).Mas é o fator social, ou seja, nas relações
interpessoais onde ela atua com uma maior eficácia. O idoso, devido a todo um
histórico biológico (músculos, articulações, osso, etc), não procura a dança de salão
por exibicionismo ou profissionalismo (aprendizagem de seqüência de passos,
coreografias, etc); mas pelo simples fato de que a dança pode suprimir desejos
retraídos, o encontro com uma nova pessoa do sexo oposto, a fuga da solidão em
casa, e por uma gama de opções para superarem todas as suas dificuldades.
O objetivo deste nosso trabalho é o de identificar, como a Dança de Salão
pode beneficiar a qualidade de vida para os idosos, inserido no contexto de que a
educação física, com seus programas de atividades físicas, voltada aos idosos,
possibilita-os redescobrir seu próprio corpo através do íntimo contato corporal e as
relações que afloram desta conquista.
“a dança desenvolve a coordenação motora, agilidade, ritmo e
percepção espacial, desperta e aprimora a musicalidade
corporal de forma inteligente e natural, permitindo uma melhora
na auto-“estima e a ruptura de diversos bloqueios psicológicos,
possibilita convívio e aumento do rol de relações sociais, torna-
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3. 2
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se uma opção de lazer e promovo inclusive melhora de
doenças e outros problemas” (FLORES, 2002, p. 08).
2- REFERENCIAL TEÓRICO
2.1- Envelhecimento
O envelhecimento é um processo fisiológico e não está necessariamente
ligado à idade cronológica. É nessa perspectiva que encaminhamos nosso trabalho,
no sentido de compreender a fim de amenizar os problemas inerentes à Terceira
Idade.
Antigamente, nas sociedades tradicionais, os velhos eram muito
considerados, por serem sinônimo de lembranças e sabedoria. Atualmente o
descaso e o desprezo os excluem da sociedade, que os julgam improdutivos. É
comum encontrar idosos abandonados e ignorados dentro da própria família.
Geralmente, a velhice está ligada às modificações do corpo, com o aparecimento
das rugas e dos cabelos brancos, com o andar mais lento, diminuição das
capacidades auditiva e visual, é o corpo frágil. Essa é a velhice biologicamente
normal, que evolui progressivamente e prevalece sobre o envelhecimento
cronológico.
O envelhecimento, hoje, é um fenômeno universal, tanto nos países
desenvolvidos como nos países em desenvolvimento. No Brasil, impressiona a
rapidez com que tem ocorrido, visto que, segundo a Organização Mundial de Saúde
(OMS), até o ano de 2025, a população idosa no Brasil crescerá 16 vezes, contra
cinco vezes da população total. Isso classifica o país como a sexta população do
mundo em idosos, correspondendo a mais de 32 milhões de pessoas com 60 anos
ou mais de idade.
A mudança na composição populacional já começou a provocar
conseqüências sociais, culturais e epidemiológicas preocupantes hoje, e talvez
alarmantes no futuro. Consideramos que a conseqüência epidemiológica de maior
expressão é a transição epidemiológica, fenômeno responsável pela mudança do
perfil de doença, no qual as doenças infecto-parasitárias cedem lugar
progressivamente às doenças crônicas não-transmissíveis, mais complexas e
onerosas, típicas das faixas etárias mais avançadas.
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4. 3
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Com o declínio gradual das aptidões físicas, o impacto do envelhecimento e
das doenças, o idoso tende a ir alterando seus hábitos de vida e rotinas diárias por
atividades e formas de ocupação pouco ativas. Os efeitos associados à inatividade e
a má adaptabilidade são muito sérios. Podem acarretar numa redução no
desempenho físico, na habilidade motora, na capacidade de concentração, de
reação e de coordenação, gerando processos de auto-desvalorização, apatia,
insegurança, perda da motivação, isolamento social e a solidão.
A reabilitação do idoso deverá ser também pensada como um processo
unitário que envolva níveis orgânicos, motores, afetivos, intelectuais e sociais.
A elaboração de um programa de atividade física para a terceira idade deve levar
basicamente em consideração o preparo para que o idoso possa cumprir suas
necessidades básicas diárias (necessidades impostas pelo cotidiano), ou seja, tentar
impedir que o idoso perca a sua auto-suficiência, através da manutenção de sua
saúde física e mental.
“o envelhecimento está associado a uma variedade de
limitações físicas e psicológicas. Freqüentemente, isso torna
difícil para os indivíduos desempenhar certas ações.
Dependendo de sua motivação, circunstânciais ambientais e
reações à incapacidade, aqueles que são assim afetados
podem também ficar inválidos (incapazes de desempenhar as
atividades desejadas). A conseqüência de tal invalidez é uma
deterioração na qualidade de vida”.(MATSUDO. 2001, p.19).
2.2- Dança e o idoso
Dança é a arte que se expressa através do movimento do corpo seguido de
ritmos. Segundo GARAUDY a dança precedeu o ser humano, pois há milhões de
anos os animais dançam para sua procriação ou alimentação. O ser humano
dançou antes de saber falar (1980, p.65).
A dança é uma atividade lúdica, uma manifestação artística e forma de
comunicação que se faz através do próprio corpo humano, praticada em grupo, que
ajuda a expressar as emoções, estimula a memorização e a coordenação, além de
ser um bom exercício físico. A dança pode usar de temas, como por exemplo:
passeio de barco, dança do café, brincadeira da chuva, La Cucaracha entre outros,
que utilizam flores, bastonetes, cordas, lenços, cubos e outros objetos de espuma e
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de plástico para ajudar no desenvolvimento da dança. As coreografias mais
utilizadas misturam passos de polca, rancho , swing, tango, rock e samba. Assim, os
exercícios são feitos de forma elegante aonde exigem uma troca constante de pares,
incentivando dessa forma, a integração dos alunos.
"A própria palavra dança, em todas as línguas européias –
danza, dance, tanz- , deriva da raiz “tan" que em sânscrito,
significa “tensão”. Dançar é vivenciar e exprimir, com o máximo
de intensidade, a relação do homem com a natureza, com a
sociedade, com o futuro e com seus deuses (GARAUDY, 1980,
p.14)
O objetivo da Dança é o de trabalhar com um mecanismo harmonizador,
respeitando as emoções, os estados fisiológicos, desenvolvendo habilidades de
movimentos, exercendo possibilidades de auto-conhecimento e possibilita os
seguintes benefícios: Prevenção e combate de situações estressantes, estimula a
oxigenação do cérebro, melhora no funcionamento das glândulas, reforço dos
músculos e proteção das articulações, conhecimento do seu corpo, melhora da
capacidade motora, melhora do desempenho cognitivo, melhora da memória,
concentração e atenção, proporciona cooperação e colaboração, contato social,
criatividade, melhora da auto-estima e auto-imagem e estimula o resgate cultural.
Qualquer idoso pode participar, e os benefícios são a curto prazo, a sua
única contra-indicação é para as pessoas que sofrem de osteoporose avançada e
alguns casos de angina no peito.
“o enriquecimento da dança na virada do século até nossos
tempos, é ilimitado. O corpo é usado como um todo e as
infinitas combinações de formas e movimentos são inúmeras,
fazendo com que a dança seja uma das melhores formas de
comunicação e expressão do ser humano”. (WOLFF, 1989, p.
12).
2.3- Histórico da Dança de Salão
As danças de salão, executadas por pares, são usadas para entretenimento
nas reuniões sociais. As primeiras danças sociais, como eram chamadas as danças
em casais, de que temos notícia, nasceram com os mestres da Renascença. A idade
média foi um período em que a dança, considerada pagã, era condenada pelo clero
e somente no final, com o início do período chamado na História de Renascimento
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Cultural, que começaram as manifestações sociais nas cortes dos reis e nobres
(ACHCAR, 1998, p 22).
A dança de salão enquadra-se na categoria de dança popular, que tem esse
nome por se originar de causas sociais, políticas e acontecimentos do momento em
destaque. A dança popular se difere da dança folclórica juntamente por ser uma
manifestação do momento, enquanto a folclórica é uma manifestação que se
mantém através dos tempos, originada por festas ligadas a diversos temas:
natureza, fatos históricos, acontecimentos religiosos ou tradição cultural transmitida
de geração em geração.
Concordando com o mesmo autor, dança de salão também é conhecida
como dança social por ser praticada com objetivos claros de socialização e diversão
por casais, proporcionando o estreitamento das relações entre seus praticantes.
Estas relações podem ser puramente sociais, românticas, apenas de amizade,
dentre outras. No que diz respeito ao tema “salão”, fica claro que se deve à
necessidade de salas grandes, ou grandes salões, para que possam ser realizadas
as evoluções da dança, festas e encontros de confraternizações dançantes.
3- METODOLOGIA
3.1- Caracterização da pesquisa:
Segundo GIL (1999, p. 33) este estudo foi de campo do tipo descritivo, pois
consistiu em coletar dados acerca de um meio e dos diversos aspectos da vida de
um modo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico, que o
caracteriza, bem como conhecer as situações, costumes e atitudes predominantes
por meio da descrição da Dança de Salão.
3.2- População e amostra
A população contém os idosos praticantes de Dança de Salão da
Associação Paranaense de Idosos (API). A amostra será composta por 50
(cinqüenta) idosos de ambos os sexos, com uma faixa etária de 60 a 74 anos de
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idade, praticantes de Dança de Salão, selecionados intencionalmente: (a) idade, (b)
tipo de prática e (c) interesse e possibilidade de participar.
3.3- Instrumentos de pesquisa
Os instrumentos de medida que serão utilizados na realização deste estudo
envolverão: uma entrevista semi-estruturada: atributos pessoais e percepção da
qualidade de vida (Versão brasileira do SF-36 – Health Survey of the International
Quality of Life Assesment) para avaliar a Qualidade de Vida dos idosos e o
questionário de Critérios de Classificação Econômica do Brasil (ANEP, 2003, p.34).
O referente estudo foi submetido e Aprovado pelo comitê de ética – pesquisa em
seres humanos, aprovado no dia 27 de Abril de 2004.
Neste questionário estão incluídas perguntas relativas aos dados de
identificação (sexo, idade, estado civil), ao tempo de pratica da Dança, se praticam
outras atividades físicas e os motivos que os levaram a ingressar e a permanecer na
Dança de Salão.
3.4- Coleta de dados
Os dados foram coletados pelo pesquisador através da entrevista semi-
estruturada (versão brasileira do SF-36), e do questionário do Critério de
Classificação Econômica do Brasil.
Primeiramente foi feito o convite aos idosos, para participarem da pesquisa,
na qual o objetivo desta e a importância da sua participação foram esclarecidos,
tratando de que haveria sigilo total de identificação.
3.5- Tratamento dos dados
Os dados serão tratados mediante a estatística descritiva (distribuição de
freqüências e médias). Distribuídos através de freqüências, tabelas e gráficos.
4- RESULTADO E DISCUSSÃO DOS DADOS
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8. 7
Revista Eletrônica de Educação Física
Neste capítulo serão apresentados os resultados desta pesquisa através
dos dados coletados pelo pesquisador. Serão apresentados os atributos pessoais
dos idosos praticantes de Dança de Salão.
4.1- Perfil dos Idosos
Verificou-se através deste o gênero, a faixa etária, estado civil e
aposentadoria dos mesmos. Os resultados seguem em figura abaixo:
35
30
25
20 masc.
15 Fem.
10
5
0 masc
17 33
Gráfico 1 Gênero dos idosos praticantes de Dança de Salão
Fonte: Dados coletados pelo pesquisador.
No gráfico 1, observou-se que grande parte dos idosos praticantes de
Dança de Salão é do sexo feminino (33) e o restante do sexo masculino (17).
Segundo dados do (IBGE, 2004, p. 03), o contingente de homens diminuiu em
relação ao das mulheres, mostrando que a sobre vida feminina tem aumentado em
relação a dos homens.
20
15
60 à 64 anos
10 65 à 69 anos
70 à 74 anos
5 75 à 79 anos
0
10 15 20 5
Gráfico 2 Faixa etária dos idosos praticantes de Dança de Salão
Fonte: Dados coletados pelo pesquisador.
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No gráfico 2 observou-se a distribuição dos idosos praticantes da Dança de
Salão através da faixa etária. Estes foram classificados mediante freqüência em
duas faixas etárias distintas: 65 à 69 anos de idade e 70 a 74 anos de idade. Cada
vez mais vem se notando a aderência de idosos à prática de atividades físicas, pois
existe um processo de conscientização por parte dessa população especial, que
passou a acreditar que o exercício ire contribuir para um processo de melhora da
qualidade de vida, na prevenção, e até mesmo no combate a algumas patologias
relacionadas ao envelhecimento.
20
15
Viúvo
10 Separado
Divorciado
5 Casado
0
10 9 11 20
Gráfico 3 Estado civil dos idosos praticantes de Dança de Salão
Fonte: Dados coletados pelo pesquisador.
No gráfico 3 observou-se o estado civil dos idosos praticantes de Dança de
Salão. Grande parte dos idosos são viúvos (20), sendo na maioria mulheres (14). A
viuvez é o estado conjugal predominante entre as mulheres idosas. As mulheres
predominam também entre os solteiros. A proporção de viúvas cresce com a idade,
ao mesmo tempo em que decresce a de casadas. Esta mesma tendência é
verificada para os homens, mas a idade tem um efeito maior sobre o estado conjugal
das mulheres.
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10. 9
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50
40
30
Aposentados
20 Norte
10
0
47 3
Gráfico 4 Aposentadoria dos idosos praticantes de Dança de Salão
Fonte: Dados coletados pelo pesquisador.
No gráfico 4 observou-se a aposentadoria dos idosos praticantes de Dança
de Salão. A grande maioria já esta aposentada (47), enquanto que apenas 3 idosos
continuam na ativa.
Com o aparecimento da aposentadoria em 1923, surgiu o conceito de
termino das atividades de um trabalhador, onde inicia - se o período em que se
esgotam as capacidades físicas e surgem as doenças crônicas, impedindo e
limitando o indivíduo nas tarefas cotidianas.
4.2- Características sócio-econômicas dos idosos praticantes de Dança de
Salão
A seguir, serão apresentadas as classes onde estes idosos se encontram,
mediante as respostas coletadas.
Tabela1:
Classificação econômica dos idosos praticantes de Dança de Salão segundo o
Critério de Classificação Econômica do Brasil (ANEP).
C la s s e P o n to s Id o s o s ( F re q u ê n c ia )
A 1 3 0 - 3 4 0
A 2 2 5 - 2 9 6
B 1 2 1 - 2 4 1 0
B 2 1 7 - 2 0 4
C 1 1 - 1 6 9
D 6 - 1 0 2 1
E 0 - 5 0
Fonte: Dados coletados pelo pesquisador.
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Os idosos praticantes de Dança de Salão encontram-se classificados em
maior número, segundo Critérios de Classificação Econômica do Brasil (ANEP,
2002) na classe “D”, viúvas, pensionistas, tendo estudado de um a três anos
escolares, com uma renda que varia de um a dois salários mínimos mensais.
4.3- Qualidade de vida na percepção dos idosos praticantes de Dança de Salão
Com intuito de investigar a qualidade de vida do idoso praticante de dança
de salão, verificam-se as atividades realizadas pelos mesmos, suas dificuldades e
êxito na sua realização, bem como fatores psicológicos, internos e externos que
prejudicassem o desempenho de suas tarefas.
25
20
Exelente
15
Muito boa
10 Boa
Ruim
5
0
7 25 15 3
Gráfico 5 Saúde atual dos idosos praticantes de Dança de Salão
Fonte: Dados coletados pelo pesquisador.
35
30
Melhor agora
25
20 Um pouco
15 melhor
10 Quase na mesma
5
0
30 5 15
Gráfico 6 Saúde há um ano dos idosos praticantes de Dança de Salão
Fonte: Dados coletados pelo pesquisador.
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12. 11
Revista Eletrônica de Educação Física
Nos gráficos 5 e 6 observou – se a percepção dos idosos praticantes de
Dança de Salão em relação a sua saúde atual e há um ano atrás. Segundo a
percepção dos mesmos pode-se notar que os idosos que afirmam ter uma saúde
muito boa (25) são a maioria, sendo baixa a expectativa de que a sua saúde vai
piorar, como podemos ver posteriormente no gráfico seguinte, quando a maioria
afirma que a saúde se manteve quase a mesma (30). Esta expectativa dos idosos,
se deve, e parte devido à prática sistematizada de atividades físicas.
4.4- Motivos que levaram a prática da Dança de Salão
Foram atribuídos 5 motivos para esta pergunta, apresentados a seguir
25
Prazer
20
Necessidade
15 de exercício
Curiosidade
10
Não saber
5 dançar
Solidão
0
21 9 5 5 10
Gráfico 7 Distribuição por freqüência dos principais motivos que levam os idosos
praticantes de Dança de Salão
Fonte: Dados coletados pelo pesquisador.
No gráfico 7 observo-se a distribuição por freqüência dos principais motivos
que levam os idosos a praticarem dança de salão. O prazer em realizar uma
atividade , no caso dançar, foi o motivo mais respondido pelos idosos, quando
perguntados do porque em fazer dança de salão. O segundo fator mais citado pelos
idosos foi o fator solidão, principalmente pelos viúvos.
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13. 12
Revista Eletrônica de Educação Física
4.5- Benefícios adquiridos através da dança de salão
20
Benefícios
físicos
15
Alegria
10
Novas
amizades
5
Autonomia
0
8 11 19 12
Gráfico 8 Benefícios adquiridos pelos idosos praticantes de Dança de Salão
Fonte: Dados coletados pelo pesquisador.
No gráfico 8 observou-se a distribuição por freqüência dos benefícios
adquiridos pelos idosos através da prática da dança de salão. A maioria da
população citou como principal benefício adquirido e experiência de conhecer novas
pessoas (19). Também a questão da autonomia (12) foi muito abordada, levando em
consideração o fato de que os idosos perdem sua identidade com passar do tempo.
4.6- Tempo de prática de Dança de Salão
O tempo médio de prática de Dança de Salão dos idosos foi de 3 a 4 anos.
A média foi obtida através da soma dos anos de prática da população (50 idosos)
dividida pela mesma.
5- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quanto ao perfil dos idosos praticantes de dança de salão, podemos concluir
que esta população é predominantemente feminina, com uma média de idade de
65,73 anos de idade, pertencentes a duas faixas etárias distintas: 65 a 69 anos de
idade e 70 a 74 anos de idade, aposentados, viúvos, pertencentes a uma classe
econômica “D”;
Quanto a qualidade de vida dos idosos em relação a dança de salão, esta é
considerada “positiva” em suas percepções, tendo em vista o prazer, a
conscientização e a pouca interferência de fatores externos (sociais, psicológicos,
afetivos, etc)na prática de suas atividades físicas;
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14. 13
Revista Eletrônica de Educação Física
Quanto ao grau de satisfação dos idosos e relação a dança de salão,
podemos concluir que esta trouxe benefícios ao longo da prática, podendo destacar
autonomia e o aumento das amizades (relações interpessoais), que são de extrema
importância no que diz respeito à procura pela prática e a satisfação com a mesma.
Após a prática da dança de salão , pode-se concluir que a vida destes idosos
melhorou significativamente em várias dimensões, foi na dança de salão que alguns
encontraram uma forma de reencontro com a vida após uma grande perda,
decepção, ou o simples fato de se isolarem completamente da sociedade por se
considerarem incapazes. Os depoimentos colhidos nas entrevistas realizadas
mostraram o quanto á dança de salão acrescentou em suas vidas, não apenas e tão
somente pelo gesto motor em executar passos e aprender ritmos diferenciados, mas
pela forma carinhosa e singular de aproximar as pessoas e possibilitar a chance de
um reencontro com o outro e com sigo mesmo.
A dança de salão pode contribuir na manutenção, melhora e regate de valores
na vida dos idosos. É preciso, porém, que aqueles profissionais que pretendem
investir seu tempo e futuro profissional com essa população estejam preparados e
conheçam alguns aspectos da vida dos mesmos. Através do conhecimento tanto de
sua área (a dança) quanto de sua população (idosos), o professor poderá intervir de
maneira benéfica, seja informando o idoso sobre a necessidade de praticar
atividades físicas, seja na prevenção contra doenças e possíveis transtornos físicos,
quanto na reabilitação física e emocional, tendo em vista que este público pode
chegar a ele com problemas emocionais devido à perda de alguém muito próximo,
como o simples fato de se sentir só. A interpessoalidade que a dança carrega
consigo pode ser a maior “ferramenta de trabalho” do professor de dança, haja visto
que este é um dos grandes motivos pelo qual o idoso vem procurando academias ou
programas especiais. Ao entrar em contato com o mundo da dança, o idoso perde
seus medos, incertezas e dúvidas, tornando-se uma pessoa mais receptiva a
relacionamentos e grupo, aprendendo o verdadeiro caráter das danças sociais e o
valor de um abraço.
REFERÊNCIAS
ACHCAR, D. Balé: uma arte. Rio de Janeiro: Ediouro, 1998.
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15. 14
Revista Eletrônica de Educação Física
BARBOSA, R.M. Educação Física Gerontológica. Rio de Janeiro: Sprint, 2000.
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BODACHNE, L. Princípios básicos de geriatria e gerontologia. Curitiba: editora
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FLORES, M. L. A dança e seus benefícios. Disponível no site
www.dancadesalao.com/agenda/index.cgi?x=lauraflores.02htm Acessado em
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GEIS, P.; RUBI, M. C. Terceira idade. Atividades criativas e recursos práticos.
São Paulo: Artemed Editora, 2003.
MATSUDO, M.M. Envelhecimento e Atividade física. Londrina: Midiograf, 2001.
MAZO, G. Z; LOPOES, M. A; BENEDETTI, T. B. Atividade física e o idoso. Porto
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PERNA, M. A. Samba de Gafieira. Rio de Janeiro, O autor, 2002.
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