O documento resume a história e o trabalho dos Agentes Agroflorestais Indígenas (AAFIs) no estado do Acre, Brasil. Desde 1996, os AAFIs têm trabalhado para fortalecer a segurança alimentar e o manejo sustentável dos recursos naturais em terras indígenas. Atualmente, 126 AAFIs de 19 terras indígenas promovem sistemas agroflorestais, hortas orgânicas e a conservação da biodiversidade. A Associação do Movimento dos Agentes Agroflorestais Indígen
Dia 2 - Simpósio 3 - Políticas publicas para integrar beneficios econômicos e...
Dia 4 - Simposio 1 - SAFs e suas contribuições à segurança alimentar e nutrição para povos indígenas - Nilson Saboia Tuwe
1. VIII Congresso Brasileiro de
Sistemas Agroflorestais
AMAAI/AC – Associação do
Movimento dos Agentes Agroflorestais
Indígenas do Acre
Belém-Para, Novembro de
2011
2.
3. Formação dos Agentes Agroflorestais
Indígenas do Acre
Contexto Histórico
1996 – 15 Agentes Agroflorestais Indígenas (AAFIs), 4 Terras Indígenas
de 2 povos Kaxinawá e Manchineria, 3 municípios.
Comissão Pró-Índio do Acre - demandas das comunidades indígenas
(Agentes de Saúde, Professores e Lideranças).
1996 a 2001 – AAFIs voluntários.
Objetivos
Intensificar e expandir conhecimentos e práticas, culturalmente fundados,
para a Gestão Territorial e Ambiental das Terras Indígenas no Acre.
Fortalecimento da segurança alimentar e manejo sustentável dos
recursos naturais.
4. Situação atual
2002 - AMAAI-AC
2011 - 126 AAFIs de 19 terras indígenas do Acre, 9 povos indígenas; 10
municípios
Terras que ainda faltam contemplar com a Formação:
Acre – terras indígenas
Acre – 14 Povos
5. Domínios do Saber / Temas
Embalagem e entrega de sementes
Arte e ofício
Horta orgânica, Biofertilizante, Compostagem
Coleta de sementes de leguminosa
Situação dos Recursos Hídricos nas Terras Indígenas do Acre
Agrofloresta
Criação de Animais silvestres, Melíponas, Piscicultura e Quelônios
ATER – Assistência Técnica e Extensão Rural
Manejo de Produtos Florestais
7. Segurança Alimentar
• Sistemas Agroflorestais
• Recuperação de áreas degradas
• Viveiros de produção de mudas
• Hortas orgânicas
• Criação e manejo de animais silvestres
• Criação de animais domésticos
• Manutenção e revitalização de sementes tradicionais.
14. Manejo dos Recursos Naturais
• Legislação Ambiental
• Recursos hídricos
• Monitoramento Ambiental (pesquisa, áreas de refúgio)
• Vigilância e fiscalização
• Repovoamento de espécies escassas (fauna e flora)
15. Papel Socio-ambiental
• Plano de Gestão Ambiental e Territorial das Terras Indígenas e entorno
• Conscientização da comunidade e do entorno
• Trabalhos comunitários (envolvendo alunos, professores, agentes de
saúde, e demais membros da comunidade)
• Lixo – cuidados e organização
• Materiais didáticos
• Organização de oficinas e assessorias nas terras indígenas
16. Fortalecimento Cultural
• Artes & ofício (reciclagem da madeira, agregação de valores, e mitos)
• Materiais didáticos em língua indígena, específicos para cada povo
• Intercâmbio
• Produção e divulgação de materiais de áudio e audiovisuais, específicos
• Incentivo e promoção das manifestações culturais de cada povo indígena
(cipó e fertilidade)
17. Articulação Política
• Política interna (Organização comunitária da aldeia em parceria com outros
atores sociais)
• Relações inter-institucionais (Sociedade Civil Organizada e Organizações
Governamentais)
• Apoio para elaboração de projetos comunitários
18. Diário de trabalho do AAFI
• Instrumento de registro das atividades cotidianas do AAFI
• Fortalecimento da escrita e leitura bilíngüe
19. Histórico e Contexto da AMAAI/AC
1996 – início do movimento dos AAFIs com o primeiro curso de formação realizado
pela Comissão Pró-Índio do Acre.
2002 – criação da AMAAI/AC com o propósito de representar os interesses dos
agentes agroflorestais e das comunidades indígenas do estado do Acre.
Objetivos
• Defender perante o poder público políticas voltadas para a formação e o
exercício das atividades dos Agentes Agroflorestais Indígenas.
• Incentivar e apoiar, nas comunidades indígenas, a produção de produtos
orgânicos extrativista.
• Lutar pelo reconhecimento e legalização da profissão de Agente
Agroflorestal Indígena.
20. Conquistas:
- 2001 – Bolsa, através do Programa Adjunto da Solidariedade do
Governo.
- 2004 – I Fórum de AFFIs - 85 índios – AAFIs, professores, lideranças
tradicionais, representantes de associações; 12 associações indígenas;
COIAB – departamento etnoambiental.
Critérios para ser renumerados:
• Bom rendimento na implantação de sistemas agroflorestais (SAFs),
em sua aldeia com pelo menos 1 há trabalhado pelo AAFI)
• Mostra responsabilidade para com seu trabalho;
• Ter resultado positivo (tais como implantação de SAFs, elaboração
e aprovação de projetos para comunidade, etc.) que possam ser
mostrado à comunidade;
• Fazer trabalho na área de gestão ambiental com participação da
sua comunidade;
21. Critérios para ser um AAFIs:
• Residir na aldeia;
• Bom relacionamento, respeito e trabalho conjunto com o professor
indígena, agente de saúde e liderança, assim como as demais pessoas
da sua comunidade;
• A comunidade é responsável pela escolha do AAF na aldeia;
• Capacitação: Ter no mínimo 3(três) curso de formação presencial (240
horas/Curso) e/ou 6 Oficinas Itinerantes com carga horária de 120
horas/curso;
• Capacidade de articulação política tanto dentro da comunidade como
fora dela;
2005 – Grupo de trabalho
• Contratação de 69 AAFIs
22. AMAAI/AC como referencia de trabalho em outras regiões:
• Xingu – Agente Ambiental
• Yanomami – Agente Agroflorestal
• Rio Negro - Agente Ambiental
• Amapá – TNC – Agente de Manejo
Políticas de Fronteira
• Participação da AMAAI/AC para discussão de políticas de fronteiras e índios
isolados.
• Participação e acompanhamento no Etnomapeamento em Terras Indígenas
23. FORMAÇÃO DOS AAFIS
PROPOSTA POLÍTICO-PEDAGÓGICA E CURRICULAR DO CURSO TÉCNICO EM “AGENTES
AGROFLORESTAIS INDÍGENAS” INTEGRADO AO ENSINO MÉDIO – ser reconhecido no Brasil
Escola Centro de Formação dos Povos Indígenas – CFPF
- reconhecido pela resolução 05/98 do Conselho Estadual de Educação do
Acre, Port./SEC/ N°2322/97
- Modelos Demonstrativos – implantação, monitoramento e replicabilidade nas
terras indígenas (Sementes)
24. modalidades educacionais
1. Os Cursos Intensivos – realizado no CFPF em um período de 30 a 45
dias, com participação de 20 a 40 AAFIs, em média, conta com apoio de
consultores.
2. As Oficinas Itinerantes – realizadas em Terras Indígenas, tratando de
temas relacionados à Gestão Ambiental e/ou ações mais específicas
(construção de barragens, melíponas). Ocorre a interação de diferentes
atores sociais. Período de 15 a 20 dias.
3. A Formação à distância ou as viagens de assessoria –
acompanhamento dos trabalhos realizados pelos AAFIs em suas aldeias,
distribuição de sementes e saquinhos, estimular a avaliação participativa do
AAFI. Monitoramento dos sistemas implantados (SAF, quintais
agroflorestais).
4. O Conhecimento em Rede – Viagens de Intercâmbio entre terras
indígenas e outras experiências fora do Estado.