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A IMAGINAÇÃO
 ATIVA E A
  PRÁTICA
TERAPÊUTICA

 Charles Alberto Resende
 Psicólogo CRP 6-99598
Sumário
 Introdução – A importância da IA
 Dinâmica do inconsciente
 Conceito de imaginação ativa
 Indicações
 Efeitos sobre o praticante
   Intervalo
 O método
 A vivência
 A imaginação ativa na literatura e no cinema
 Citações
A importância da
         imaginação ativa

 “Jung diz em suas Cartas que entrar no sonho e
    fazer um trabalho de imaginação ativa é a
      segunda metade da análise e que, sem
imaginação ativa, ninguém pode jamais tornar-
     se independente de um psicoterapeuta.”
             (MINDELL, 1989, p. 130)
A importância da
            imaginação ativa
“Por intermédio dos processos
fortuitos do condicionamento
    social fomos levados a
  aprender demais algumas
  poucas características, que
  agora identificamos como
      sendo nós mesmos [...], excluímos a porção
      maior da nossa natureza multidimensional;
            tornamo-nos unidimensionais.”
                  (ROSSI, 1982, p. 24)
Dinâmica do inconsciente

 Princípio concebido por Jung: autonomia do Ics
 Energia do Ics x energia da Cs
                                   COMPLEXO
                    EGO

                                              ARQUÉTIPO

    CONSCIÊNCIA

  INCONSCIENTE                           SI-MESMO
     PESSOAL

     INCONSCIENTE
       COLETIVO
Dinâmica do inconsciente
 Repressão de conteúdos conscientes
     Sua energia vai para o inconsciente (este ganha
      autonomia)




ENERGIA Ψ
                                                COMPLEXO
                                                TORNADO
                                              INCONSCIENTE
Dinâmica do inconsciente
 Conscientização do complexo
   Sua energia vai para a Cs (ego ganha autonomia)

                                       ENERGIA Ψ




  COMPLEXO
  TORNADO
 CONSCIENTE
Dinâmica do inconsciente




 Vivência da autonomia do Ics
   Imagine um quadrado amarelo perfeito;
   Mantenha-o parado na sua visão interior (se quiser
    pode “segurá-lo” com os dedos) por trinta segundos;
   Perceba o que ocorre enquanto tenta mantê-lo parado;
   Discussão da experiência: quem dominou ou não o
    quadrado
Conceito de imaginação ativa
 Fantasia > phantasía (grego) >
    “fazer visível”
   IA: encontrar imagens e
    dialogar com elas (sentimento)
   IA: entrar na ação, na aventura
    ou no conflito cuja história se
    desenrola na imaginação
   Confluência da Cs e do Ics
   Imaginação ativa x fantasia
    passiva
Conceito de imaginação ativa


 “Jung afirmou que o indivíduo devia tratar as
fantasias inteiramente de forma literal enquanto
     estava empenhado nelas, mas de forma
       simbólica quando as interpretava.”
   (SHAMDASANI apud JUNG, 2010, p. 217)
Conceito de imaginação ativa
    Estabelecimento do eixo ego-Self
        Na IA existe uma dinâmica de troca entre Cs e Ics

               EGO
                                                EIXO EGO-SELF


ENERGIA DA
 Cs E DO Ics
EQUILIBRADA




                                                  TROCAS
                                                ENERGÉTICAS
                                                DA Cs E DO Ics
Conceito de imaginação ativa
“[...] é praticamente impossível produzir qualquer
        coisa na imaginação que não seja uma
representação autêntica de alguma coisa do Ics. A
 função integral da imaginação é trazer o material
    do Ics, vesti-lo com imagens e transmiti-lo à
mente Cs. [...] Mesmo que uma pessoa seja leviana
  e, deliberadamente, tente inventar algo, forjar
alguma coisa boba e estúpida, imaginar uma mera
ficção, o material que vem através da imaginação
   ainda representa alguma parte escondida do
         indivíduo.” (JOHNSON, 1989, p. 167)
Conceito de imaginação ativa

 Verdadeira questão:



 Autenticidade          O que fazer
 das imagens            com elas?
Indicações
“Os materiais Ics [são] necessários para completar
   a atitude Cs e corrigir-lhe a parcialidade. Mas,
 como a tensão de energia [é] baixa no sonho, os
 sonhos [são] expressões inferiores de conteúdos
        Ics. Por isso [é] preciso recorrer a [...]
               fantasias espontâneas.”
“Jung afirmava que a pessoa precisava separar-se
  do Ics, apresentando-o visivelmente como algo
separado dela. Era essencial distinguir o eu do não
          eu, ou seja, a psique coletiva [...].”
     (SHAMDASANI apud JUNG, 2010, p. 209)
Indicações
   “O indivíduo intelectualmente orientado [...]
       passará ao uso excessivo de palavras,
    pensamentos e associações livres. Para tais
 indivíduos o irromper [...] requer contato com o
novo na forma de imagenia e sentimento. [...] No
  indivíduo dominado pelo afeto [...] a imagenia
 torna-se viva demais e as emoções despertadas
 tendem a fugir ao controle. [...] Necessitarão da
     visualização de imagens cuidadosamente
  organizadas e guiadas na direção do diálogo e
         cognição.” (ROSSI, 1982, p. 204)
Indicações
         Vivências imaginativas
             Indicadas para egos impermeáveis ao
               inconsciente (intelectualmente orientados)

                                                       Vida não
“O indivíduo
intelectualmente
                             Ics   (mais carregado)
                                                       criativa
orientado [...] passará ao
uso excessivo de
                                                       (tédio)
palavras, pensamentos e
associações livres. Para
tais indivíduos o irromper
[...] requer contato com o
                               EGO                    Impulsos
novo na forma de
imagenia e sentimento.                                  do Ics
Indicações
 Efeito das vivências sobre egos impermeáveis



                   Ics   (menos carregado)



         EGO                Impulsos
                              do Ics
Indicações
  Análise das vivências
    Indicadas para egos excessivamente permeáveis aos
     impulsos inconscientes ou que não dão atenção ao Ics

Viver na                            “No indivíduo dominado pelo
fantasia    Ics                     afeto [...] a imagenia torna-se
                                    viva demais e as emoções
                                    despertadas tendem a fugir ao
                                    controle. [...] Necessitarão da
                EGO                 visualização de imagens
                                    cuidadosamente organizadas e
                                    guiadas na direção do diálogo e
 Impulsos                           cognição.”

                                      Sem contato com a
   do Ics                                 realidade
Indicações
 Efeito da interpretação sobre egos muito
  permeáveis


                       Ics
           EGO               Impulsos
                               do Ics
Efeitos sobre o praticante
 Menor frequência dos sonhos
 Diminuição das fantasias
  passivas (alívio da pressão
  interna)
 Sonhos repetitivos > sonhos
  não repetitivos
 Pesadelos > sonhos menos
  intensos
 Sonhos cotidianos > sonhos
  mais criativos                * “>” = se transforma em
Efeitos sobre o praticante
           Vivências pessoais
             Sonhos com animais
              falantes
             Extensão da IA a outros
              momentos
             Espontaneidade e maior
              extroversão (em um
              introvertido)
             Intervenções de “vozes”
              (pensamentos autônomos)
              em estados de humor ou a
              sugerir possibilidades
Efeitos sobre o praticante
    Se houver sinais de que o Ics está muito
mobilizado (Ex: sintomas típicos de psicose) a IA
   não deve ocorrer na forma de encontro ou
    aventura, mas de expressão artística das
  imagens interiores (pintura, música, poesia,
 etc.). Isso objetivará o Ics, separando-o do ego
  perturbado, o que o fortalecerá. Uma análise
  mais ou menos longa também cumprirá esse
objetivo. Fazer IA nesses casos poderá ocasionar
   uma extensão da fantasia à vida do sujeito,
      prejudicando seu senso de realidade.
O método
 1. Importância do registro
   Simultâneo (escrever, relatar
    alto, etc.)
   Posterior (escrever, ilus-
    trar, esculpir, etc.)
 2. Convidar
 3. Dialogar e vivenciar
 4. Acrescentar o ele-
  mento ético dos valores
 5. Concretizar pelo ritual físico
O método

1. Importância da escrita
   Protege de cair na fantasia
      passiva
     Ajuda na concentração
     Ajuda a ter uma experiência
      mais profunda
     Não pensar sobre o significado
      (tentativa de controle)
     IA: uso igualitário das funções
      (Ss, In, St e Ps)
O método
2. Convite
   Sem expectativas ou
    pré-condições
   Interagir com o que
    surgir
   Partir do vácuo, de
    uma emoção, de um
    sonho ou ir a um
    lugar para encontrar
    alguém
O método
                      3. Dialogar e vivenciar
                         Deixar que as figuras tenham
                            vida própria (Ics > Cs)
                           Perguntar o que ela quer falar ou
                            fazer (Ics > Cs)
                           Disposição de escutar (Ics > Cs)
                           Fazer perguntas (Cs > Ics)
                           Expressar sentimentos (Cs > Ics)
                           Replicar (Cs > Ics)
                           Não pensar sobre o significado
* “>” = influenciar
                            das imagens (pode nos levar a
                            dirigi-la) (Ics > Cs)
O método
3. Dialogar e vivenciar


“Quando se fica prisioneiro no turbilhão
  emocional de um conflito, pode-se
   aprender a experienciar a própria
     identidade em outro nível de
consciência, e desta maneira resolver o
      turbilhão no nível inferior.”
            (ROSSI, 1982, p. 187)
O método
3. Dialogar e vivenciar

    “Se o seu ego estiver realmente se
       dirigindo às figuras interiores e
interagindo com elas, então haverá uma
 experiência contínua, coerente, com as
     figuras originais. Não fique inerte
     enquanto sua mente voa de uma
 imagem a outra, como de um “clip” de
   filme a outro.” (JOHNSON, 1989, p. 198)
O método
    3. Dialogar e vivenciar
     Não deixe as figuras
  mudarem enquanto essa
   transformação não for o
 esgotamento de suas ações
     e diálogos com elas,
      enquanto não tiver
 interagido o suficiente para
   conhecê-las e sentir que
       pode se despedir.
O método
     3. Dialogar e vivenciar

      Se surgir a imagem de
  algum conhecido peça para
  mudar a aparência. A IA com
  pessoas conhecidas pode ter
  um efeito imprevisível sobre
    seu relacionamento com
     elas, tornando-o forte e
       inconscientemente
         vinculado a elas.
O método

4. Os valores
  “O fato de manter-se passivo na
fantasia exprime simplesmente sua
     atitude geral em relação à
 atividade do inconsciente. [...] Ele
      aceita sem discutir esses
   sentimentos negativos que no
    fundo são autossugestões.”
          Jung (1987, p. 90)
O método


4. Os valores
“[...] a eles [os arquétipos] interessa
[...] que todos os temas arquetípicos
sejam encarnados na vida humana.”
Eles não querem saber se isso causa
     ou não danos ou se esmagam
valores nesse processo. (Continua...)
O método

4. Os valores

    “Os arquétipos
primordiais [...] são [...]
 forças impessoais e
amorais da natureza
      não qualificadas pelos valores humanos de
 compaixão, delicadeza, identificação com a vítima,
       afinidade amorosa ou senso de justiça.”
                (JOHNSON, 1989, p. 212)
O método
5. Os valores
     Arquétipos: forças impessoais e
      amorais da natureza
     Desafio ao ego: responder e
      defender valores como honestidade
      e compromisso
     Não dominar nem se permitir ser
      dominado
   “Nada melhor para iniciar um diálogo
    rapidamente, ou em um nível mais
       profundo, do que a expressão
            dos sentimentos.”
         (JOHNSON, 1989, p. 198)
O método
5. Os valores

“Uma confrontação bem-sucedida
 com forças negativas inicia uma
   expansão da consciência e a
    psicossíntese de uma nova
           identidade.”
        (ROSSI, 1982, p. 97)

 Encerre com uma despedida ou
   um protocolo pessoal: isso
         valoriza o Ics
O método
6. Os rituais
   Estágio de maior discernimento > tornar a IA
    concreta
   Se assunto da IA = Situação cotidiana >
    Exteriorização da fantasia (difícil diferenciar
    interior/exterior e ritualização)
   O ritual é outro nível de resposta ao Ics
   Ritualize e faça algo que represente a vivência da
    imaginação ativa
A vivência
 Material: lápis/caneta e papel para anotação.
 Desligar luzes
 Relaxamento
 Escolha uma imagem de sonho ou de
  fantasia ou um sentimento
 Descreva tudo o que ocorrer no papel
 Início da imaginação ativa
 Término da imaginação ativa
 Discussão (desenhar e colorir depois)
A IA na literatura
           e no cinema

 Filmes: “Alice no país das maravilhas” – ver
  artigo em www.apsiqueeomundo.blogspot.com.br ,
  “Paixões paralelas”, “A origem”, “O labirinto
  do fauno”, “Avatar”, sobre Peter Pan,
  Pinóquio, etc.
 Livros: “A divina comédia”, “Fausto”,
  “Zarathustra”, etc.
“O mais importante é diferenciar o
    consciente do conteúdo do
  inconsciente. É necessário, por
assim dizer, isolar esses últimos, e
   o modo mais fácil de fazê-lo é
  personificá-los, estabelecendo
depois, a partir da consciência, um
 contato com essas personagens.
 Apenas dessa maneira é possível
  diminuir-lhes a potência, sem o
que irão exercer seu poder sobre o
 consciente.” (JUNG, 1991, p. 172)
“É preciso coragem para ir até o
lado ‘mau’ de nós mesmos, e
considerar que pode ter um papel
construtivo a desempenhar na
nossa vida. É preciso coragem para
olhar diretamente a fragmentação
de nossos desejos e ansiedades.
Um lado parece dizer sim,
enquanto o outro diz não, com
veemência. Um lado da minha
psique pede relacionamento,
segurança e estabilidade.
      (continua no próximo >)
“O outro quer partir para as
heroicas cruzadas, anseia grandes
aventuras em lugares exóticos,
viajar para o outro lado do mundo e
viver como cigano. Já uma outra
personalidade quer construir um
império e consolidar seus sistemas
de poder. Por vezes, essa discussão
parece não ter solução e nos
sentimos dilacerados pelos
conflitos entre desejos, deveres e
obrigações.”
                Johnson (1989, p. 47)
“Aproveitar a fantasia é uma
  maneira de converter a fantasia
passiva em IA. [...] Este método [...]
   é especialmente útil quando a
   pessoa tem muito material de
     fantasia. A IA vai diminuir a
   quantidade e a intensidade de
    fantasia, aliviando a pressão
  interna. [...] Quando um grande
   número de fantasias o invade,
      muitas vezes isso significa
       que você não está dando
      atenção suficiente ao Ics.”
               Johnson (1989, p. 186)
Referências
 JOHNSON, Robert A. Innerwork
   (Imaginação ativa). São Paulo: Mercuryo, 1989.
 JUNG, Carl Gustav. Memórias, sonhos e reflexões. São
   Paulo: Círculo do Livro, 1991.
 ____. O eu e o inconsciente. Petrópolis: Vozes, 1987.
 ____. O livro vermelho. Petrópolis: Vozes, 2010.
 KAST, Verena. A imaginação como espaço de liberdade. São
   Paulo: Loyola, 1997.
 MINDELL, Arnold. O corpo onírico. São Paulo:
   Summus, 1989.
 ROSSI, Ernest Lawrence. Os sonhos e o
   desenvolvimento da personalidade.
   São Paulo: Summus, 1982.
Contato


 CHARLES ALBERTO RESENDE
 CRP 6-99598
 www.apsiqueeomundo.blogspot.com.br
 facebook.com/charlesalres
 charlesalres@gmail.com
 (12) 9734 9729

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A imaginação ativa e a prática terapêutica

  • 1. A IMAGINAÇÃO ATIVA E A PRÁTICA TERAPÊUTICA Charles Alberto Resende Psicólogo CRP 6-99598
  • 2. Sumário  Introdução – A importância da IA  Dinâmica do inconsciente  Conceito de imaginação ativa  Indicações  Efeitos sobre o praticante  Intervalo  O método  A vivência  A imaginação ativa na literatura e no cinema  Citações
  • 3. A importância da imaginação ativa “Jung diz em suas Cartas que entrar no sonho e fazer um trabalho de imaginação ativa é a segunda metade da análise e que, sem imaginação ativa, ninguém pode jamais tornar- se independente de um psicoterapeuta.” (MINDELL, 1989, p. 130)
  • 4. A importância da imaginação ativa “Por intermédio dos processos fortuitos do condicionamento social fomos levados a aprender demais algumas poucas características, que agora identificamos como sendo nós mesmos [...], excluímos a porção maior da nossa natureza multidimensional; tornamo-nos unidimensionais.” (ROSSI, 1982, p. 24)
  • 5. Dinâmica do inconsciente  Princípio concebido por Jung: autonomia do Ics  Energia do Ics x energia da Cs COMPLEXO EGO ARQUÉTIPO CONSCIÊNCIA INCONSCIENTE SI-MESMO PESSOAL INCONSCIENTE COLETIVO
  • 6.
  • 7. Dinâmica do inconsciente  Repressão de conteúdos conscientes  Sua energia vai para o inconsciente (este ganha autonomia) ENERGIA Ψ COMPLEXO TORNADO INCONSCIENTE
  • 8. Dinâmica do inconsciente  Conscientização do complexo  Sua energia vai para a Cs (ego ganha autonomia) ENERGIA Ψ COMPLEXO TORNADO CONSCIENTE
  • 9. Dinâmica do inconsciente  Vivência da autonomia do Ics  Imagine um quadrado amarelo perfeito;  Mantenha-o parado na sua visão interior (se quiser pode “segurá-lo” com os dedos) por trinta segundos;  Perceba o que ocorre enquanto tenta mantê-lo parado;  Discussão da experiência: quem dominou ou não o quadrado
  • 10. Conceito de imaginação ativa  Fantasia > phantasía (grego) > “fazer visível”  IA: encontrar imagens e dialogar com elas (sentimento)  IA: entrar na ação, na aventura ou no conflito cuja história se desenrola na imaginação  Confluência da Cs e do Ics  Imaginação ativa x fantasia passiva
  • 11. Conceito de imaginação ativa “Jung afirmou que o indivíduo devia tratar as fantasias inteiramente de forma literal enquanto estava empenhado nelas, mas de forma simbólica quando as interpretava.” (SHAMDASANI apud JUNG, 2010, p. 217)
  • 12. Conceito de imaginação ativa  Estabelecimento do eixo ego-Self  Na IA existe uma dinâmica de troca entre Cs e Ics EGO EIXO EGO-SELF ENERGIA DA Cs E DO Ics EQUILIBRADA TROCAS ENERGÉTICAS DA Cs E DO Ics
  • 13. Conceito de imaginação ativa “[...] é praticamente impossível produzir qualquer coisa na imaginação que não seja uma representação autêntica de alguma coisa do Ics. A função integral da imaginação é trazer o material do Ics, vesti-lo com imagens e transmiti-lo à mente Cs. [...] Mesmo que uma pessoa seja leviana e, deliberadamente, tente inventar algo, forjar alguma coisa boba e estúpida, imaginar uma mera ficção, o material que vem através da imaginação ainda representa alguma parte escondida do indivíduo.” (JOHNSON, 1989, p. 167)
  • 14. Conceito de imaginação ativa  Verdadeira questão: Autenticidade O que fazer das imagens com elas?
  • 15. Indicações “Os materiais Ics [são] necessários para completar a atitude Cs e corrigir-lhe a parcialidade. Mas, como a tensão de energia [é] baixa no sonho, os sonhos [são] expressões inferiores de conteúdos Ics. Por isso [é] preciso recorrer a [...] fantasias espontâneas.” “Jung afirmava que a pessoa precisava separar-se do Ics, apresentando-o visivelmente como algo separado dela. Era essencial distinguir o eu do não eu, ou seja, a psique coletiva [...].” (SHAMDASANI apud JUNG, 2010, p. 209)
  • 16. Indicações “O indivíduo intelectualmente orientado [...] passará ao uso excessivo de palavras, pensamentos e associações livres. Para tais indivíduos o irromper [...] requer contato com o novo na forma de imagenia e sentimento. [...] No indivíduo dominado pelo afeto [...] a imagenia torna-se viva demais e as emoções despertadas tendem a fugir ao controle. [...] Necessitarão da visualização de imagens cuidadosamente organizadas e guiadas na direção do diálogo e cognição.” (ROSSI, 1982, p. 204)
  • 17. Indicações  Vivências imaginativas  Indicadas para egos impermeáveis ao inconsciente (intelectualmente orientados) Vida não “O indivíduo intelectualmente Ics (mais carregado) criativa orientado [...] passará ao uso excessivo de (tédio) palavras, pensamentos e associações livres. Para tais indivíduos o irromper [...] requer contato com o EGO Impulsos novo na forma de imagenia e sentimento. do Ics
  • 18. Indicações  Efeito das vivências sobre egos impermeáveis Ics (menos carregado) EGO Impulsos do Ics
  • 19. Indicações  Análise das vivências  Indicadas para egos excessivamente permeáveis aos impulsos inconscientes ou que não dão atenção ao Ics Viver na “No indivíduo dominado pelo fantasia Ics afeto [...] a imagenia torna-se viva demais e as emoções despertadas tendem a fugir ao controle. [...] Necessitarão da EGO visualização de imagens cuidadosamente organizadas e guiadas na direção do diálogo e Impulsos cognição.” Sem contato com a do Ics realidade
  • 20. Indicações  Efeito da interpretação sobre egos muito permeáveis Ics EGO Impulsos do Ics
  • 21. Efeitos sobre o praticante  Menor frequência dos sonhos  Diminuição das fantasias passivas (alívio da pressão interna)  Sonhos repetitivos > sonhos não repetitivos  Pesadelos > sonhos menos intensos  Sonhos cotidianos > sonhos mais criativos * “>” = se transforma em
  • 22. Efeitos sobre o praticante  Vivências pessoais  Sonhos com animais falantes  Extensão da IA a outros momentos  Espontaneidade e maior extroversão (em um introvertido)  Intervenções de “vozes” (pensamentos autônomos) em estados de humor ou a sugerir possibilidades
  • 23. Efeitos sobre o praticante Se houver sinais de que o Ics está muito mobilizado (Ex: sintomas típicos de psicose) a IA não deve ocorrer na forma de encontro ou aventura, mas de expressão artística das imagens interiores (pintura, música, poesia, etc.). Isso objetivará o Ics, separando-o do ego perturbado, o que o fortalecerá. Uma análise mais ou menos longa também cumprirá esse objetivo. Fazer IA nesses casos poderá ocasionar uma extensão da fantasia à vida do sujeito, prejudicando seu senso de realidade.
  • 24. O método  1. Importância do registro  Simultâneo (escrever, relatar alto, etc.)  Posterior (escrever, ilus- trar, esculpir, etc.)  2. Convidar  3. Dialogar e vivenciar  4. Acrescentar o ele- mento ético dos valores  5. Concretizar pelo ritual físico
  • 25. O método 1. Importância da escrita  Protege de cair na fantasia passiva  Ajuda na concentração  Ajuda a ter uma experiência mais profunda  Não pensar sobre o significado (tentativa de controle)  IA: uso igualitário das funções (Ss, In, St e Ps)
  • 26. O método 2. Convite  Sem expectativas ou pré-condições  Interagir com o que surgir  Partir do vácuo, de uma emoção, de um sonho ou ir a um lugar para encontrar alguém
  • 27. O método 3. Dialogar e vivenciar  Deixar que as figuras tenham vida própria (Ics > Cs)  Perguntar o que ela quer falar ou fazer (Ics > Cs)  Disposição de escutar (Ics > Cs)  Fazer perguntas (Cs > Ics)  Expressar sentimentos (Cs > Ics)  Replicar (Cs > Ics)  Não pensar sobre o significado * “>” = influenciar das imagens (pode nos levar a dirigi-la) (Ics > Cs)
  • 28. O método 3. Dialogar e vivenciar “Quando se fica prisioneiro no turbilhão emocional de um conflito, pode-se aprender a experienciar a própria identidade em outro nível de consciência, e desta maneira resolver o turbilhão no nível inferior.” (ROSSI, 1982, p. 187)
  • 29. O método 3. Dialogar e vivenciar “Se o seu ego estiver realmente se dirigindo às figuras interiores e interagindo com elas, então haverá uma experiência contínua, coerente, com as figuras originais. Não fique inerte enquanto sua mente voa de uma imagem a outra, como de um “clip” de filme a outro.” (JOHNSON, 1989, p. 198)
  • 30. O método 3. Dialogar e vivenciar Não deixe as figuras mudarem enquanto essa transformação não for o esgotamento de suas ações e diálogos com elas, enquanto não tiver interagido o suficiente para conhecê-las e sentir que pode se despedir.
  • 31. O método 3. Dialogar e vivenciar Se surgir a imagem de algum conhecido peça para mudar a aparência. A IA com pessoas conhecidas pode ter um efeito imprevisível sobre seu relacionamento com elas, tornando-o forte e inconscientemente vinculado a elas.
  • 32. O método 4. Os valores “O fato de manter-se passivo na fantasia exprime simplesmente sua atitude geral em relação à atividade do inconsciente. [...] Ele aceita sem discutir esses sentimentos negativos que no fundo são autossugestões.” Jung (1987, p. 90)
  • 33. O método 4. Os valores “[...] a eles [os arquétipos] interessa [...] que todos os temas arquetípicos sejam encarnados na vida humana.” Eles não querem saber se isso causa ou não danos ou se esmagam valores nesse processo. (Continua...)
  • 34. O método 4. Os valores “Os arquétipos primordiais [...] são [...] forças impessoais e amorais da natureza não qualificadas pelos valores humanos de compaixão, delicadeza, identificação com a vítima, afinidade amorosa ou senso de justiça.” (JOHNSON, 1989, p. 212)
  • 35. O método 5. Os valores  Arquétipos: forças impessoais e amorais da natureza  Desafio ao ego: responder e defender valores como honestidade e compromisso  Não dominar nem se permitir ser dominado “Nada melhor para iniciar um diálogo rapidamente, ou em um nível mais profundo, do que a expressão dos sentimentos.” (JOHNSON, 1989, p. 198)
  • 36. O método 5. Os valores “Uma confrontação bem-sucedida com forças negativas inicia uma expansão da consciência e a psicossíntese de uma nova identidade.” (ROSSI, 1982, p. 97)  Encerre com uma despedida ou um protocolo pessoal: isso valoriza o Ics
  • 37. O método 6. Os rituais  Estágio de maior discernimento > tornar a IA concreta  Se assunto da IA = Situação cotidiana > Exteriorização da fantasia (difícil diferenciar interior/exterior e ritualização)  O ritual é outro nível de resposta ao Ics  Ritualize e faça algo que represente a vivência da imaginação ativa
  • 38. A vivência  Material: lápis/caneta e papel para anotação.  Desligar luzes  Relaxamento  Escolha uma imagem de sonho ou de fantasia ou um sentimento  Descreva tudo o que ocorrer no papel  Início da imaginação ativa  Término da imaginação ativa  Discussão (desenhar e colorir depois)
  • 39. A IA na literatura e no cinema  Filmes: “Alice no país das maravilhas” – ver artigo em www.apsiqueeomundo.blogspot.com.br , “Paixões paralelas”, “A origem”, “O labirinto do fauno”, “Avatar”, sobre Peter Pan, Pinóquio, etc.  Livros: “A divina comédia”, “Fausto”, “Zarathustra”, etc.
  • 40. “O mais importante é diferenciar o consciente do conteúdo do inconsciente. É necessário, por assim dizer, isolar esses últimos, e o modo mais fácil de fazê-lo é personificá-los, estabelecendo depois, a partir da consciência, um contato com essas personagens. Apenas dessa maneira é possível diminuir-lhes a potência, sem o que irão exercer seu poder sobre o consciente.” (JUNG, 1991, p. 172)
  • 41. “É preciso coragem para ir até o lado ‘mau’ de nós mesmos, e considerar que pode ter um papel construtivo a desempenhar na nossa vida. É preciso coragem para olhar diretamente a fragmentação de nossos desejos e ansiedades. Um lado parece dizer sim, enquanto o outro diz não, com veemência. Um lado da minha psique pede relacionamento, segurança e estabilidade. (continua no próximo >)
  • 42. “O outro quer partir para as heroicas cruzadas, anseia grandes aventuras em lugares exóticos, viajar para o outro lado do mundo e viver como cigano. Já uma outra personalidade quer construir um império e consolidar seus sistemas de poder. Por vezes, essa discussão parece não ter solução e nos sentimos dilacerados pelos conflitos entre desejos, deveres e obrigações.” Johnson (1989, p. 47)
  • 43. “Aproveitar a fantasia é uma maneira de converter a fantasia passiva em IA. [...] Este método [...] é especialmente útil quando a pessoa tem muito material de fantasia. A IA vai diminuir a quantidade e a intensidade de fantasia, aliviando a pressão interna. [...] Quando um grande número de fantasias o invade, muitas vezes isso significa que você não está dando atenção suficiente ao Ics.” Johnson (1989, p. 186)
  • 44. Referências  JOHNSON, Robert A. Innerwork (Imaginação ativa). São Paulo: Mercuryo, 1989.  JUNG, Carl Gustav. Memórias, sonhos e reflexões. São Paulo: Círculo do Livro, 1991.  ____. O eu e o inconsciente. Petrópolis: Vozes, 1987.  ____. O livro vermelho. Petrópolis: Vozes, 2010.  KAST, Verena. A imaginação como espaço de liberdade. São Paulo: Loyola, 1997.  MINDELL, Arnold. O corpo onírico. São Paulo: Summus, 1989.  ROSSI, Ernest Lawrence. Os sonhos e o desenvolvimento da personalidade. São Paulo: Summus, 1982.
  • 45. Contato  CHARLES ALBERTO RESENDE  CRP 6-99598  www.apsiqueeomundo.blogspot.com.br  facebook.com/charlesalres  charlesalres@gmail.com  (12) 9734 9729