Este estudo fundamenta-se em apresentar as contribuições da relação afetiva para o processo de aprendizagem, compreendendo como acontece a relação afetiva entre professor e aluno em sala de aula. Objetiva-se em buscar nas principais obras educacionais e pedagógicas referências sobre a afetividade no processo de aprendizagem, elencando pesquisas contemporâneas escolares. Os conceitos de aprendizagem da atualidade não fazem a dicotomia entre cérebro (cognição) e corpo (organismo) e inserem a motivação e o desejo como instrumentos de apropriação da inteligência. As diversas abordagens atribuem à afetividade imprescindível valor para o desenvolvimento psíquico do ser humano. Os vínculos emocionais que se estabelecem desde o nascimento influenciam na construção da personalidade, do autoconceito e da autoestima do sujeito, propiciando-lhe ferramentas necessárias à aquisição da aprendizagem e sua conservação. Para a construção dessa análise, foram utilizados livros bibliográficos, artigos e revistas científicas e pesquisas de periódicos nos sites da internet.
A importância da afetividade entre professor e aluno
1. Revista Ciências da Educação
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Maceió, ano I, vol. 02, n. 01, Abr./Jun. 2014
A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE ENTRE ALUNO E PROFESSOR
Fabiano Silva Duarte*
fabiano.duarte@mauriciodenassau.edu.br
RESUMO:
Este estudo fundamenta-se em apresentar as contribuições da relação afetiva para o
processo de aprendizagem, compreendendo como acontece a relação afetiva entre
professor e aluno em sala de aula. Objetiva-se em buscar nas principais obras
educacionais e pedagógicas referências sobre a afetividade no processo de
aprendizagem, elencando pesquisas contemporâneas escolares. Os conceitos de
aprendizagem da atualidade não fazem a dicotomia entre cérebro (cognição) e corpo
(organismo) e inserem a motivação e o desejo como instrumentos de apropriação da
inteligência. As diversas abordagens atribuem à afetividade imprescindível valor
para o desenvolvimento psíquico do ser humano. Os vínculos emocionais que se
estabelecem desde o nascimento influenciam na construção da personalidade, do
autoconceito e da autoestima do sujeito, propiciando-lhe ferramentas necessárias à
aquisição da aprendizagem e sua conservação. Para a construção dessa análise,
foram utilizados livros bibliográficos, artigos e revistas científicas e pesquisas de
periódicos nos sites da internet.
Palavras-chave: Relação afetiva. Escola. Processo de aprendizagem.
.
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Resumen
Este estudio se basa en la presentación de las contribuciones de relación afectiva
con el proceso de aprendizaje, que comprende como lo hace la relación afectiva
entre el profesor y el alumno en el aula. El objetivo es buscar los principales
resultados del trabajo educativo y pedagógico de la afectividad en el proceso de
aprendizaje, enumerando la investigación contemporánea de la escuela. Conceptos
de hoy Aprender no hacen la dicotomía entre el cerebro (cognición) y el cuerpo
(cuerpo) y entrar en la motivación y el deseo como los documentos constitutivos de
la inteligencia. Los diversos enfoques de la afectividad esencial para el desarrollo
psíquico de los seres humanos de valor de atributo. Los vínculos emocionales que
se establecen a partir de la influencia del nacimiento en la personalidad, el
autoconcepto y la autoestima del sujeto, que le proporciona las herramientas
necesarias para el aprendizaje de la adquisición y la conservación. Para la
construcción de este análisis, se utilizaron libros bibliográficas, artículos y revistas
científicas y revistas de investigación en los sitios web de Internet.
Palabras clave: Química. Escuela. El proceso de aprendizaje.
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1. INTRODUÇÃO
Sabendo-se que a afetividades é uma questão de múltiplos fatores,
intenciona-se neste estudo demonstrar como fatores afetivos se apresentam na
relação professor-aluno e a sua influência no processo de aprendizagem.
VYGOTSKY (1994), ao destacar a importância das interações sociais, traz a ideia da
mediação e da internalização como aspectos fundamentais para a aprendizagem,
defendendo que a construção do conhecimento ocorre a partir de um intenso
processo de interação entre as pessoas.
A relação que caracteriza o ensinar e o aprender transcorrem a partir de
vínculos entre as pessoas e inicia-se no âmbito familiar. A base de esta relação
vincular e afetiva, é através de uma forma de comunicação emocional que o bebê
mobiliza o adulto, garantindo assim os cuidados que necessita. Portanto, é o vínculo
afetivo estabelecido entre o adulto e a criança que sustenta a etapa inicial do
processo de aprendizagem. Seu status é fundamental nos primeiros meses de vida,
determinando a sobrevivência (WALLON, 1978).
Nesse sentido, no decorrer do desenvolvimento, os vínculos afetivos vão
ampliando-se e a figura do professor surge com grande importância na relação de
ensino e aprendizagem, na época escolar. FERNÁNDEZ (1991) aborda que:
Toda aprendizagem está impregnada de afetividade, já que ocorre a partir das
interações sociais, num processo vincular. Pensando, especificamente, na
aprendizagem escolar, a trama que se tece entre alunos, professor, conteúdo
escolar, livros, escrita, etc., não acontece puramente no campo cognitivo; existe uma
“Para aprender, necessitam-se dois personagens
(ensinante e aprendente) é um vínculo que se estabelece
entre ambos. Não aprendemos de qualquer um,
aprendemos daquele a que outorgamos confiança e direito
de ensinar” (Fernández, 1991, p.47 e 52)
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base afetiva permeando essas relações. As experiências vividas em sala de aula
ocorrem, inicialmente, entre os indivíduos envolvidos, no plano externo
(interpessoal). Poe todas essas razões, nossa mediação de estudo, vão se
internalizando a autonomia e afetividade do professor com o aluno em sala de aula,
uma vez que os indivíduos internalizam as experiências afetivas com relação a um
objeto específico.
Uma educação entre professores e alunos que não aborde a
emoção na sala de aula como a afetividade traz prejuízos para a ação pedagógica,
pois podem atingir não só o professor, mas também o aluno. E se o professor não
souber lidar com crises emocionais isso poderá provocar desgaste físico e
psicológico. Para fazermos essa relação da afetividade com o processo de ensino e
aprendizagem, vamos falar sobre o desenvolvimento da criança através da interação
infantil, pois o professor competente poderá organizar uma ação adequada para as
reais necessidades dos seus alunos.
A relação entre inteligência e afetividade, razão e emoção no
desenvolvimento do aluno e no contexto da educação estão inteiramente ligadas ao
desempenho escolar. Pois o desenvolvimento é um processo contínuo e a
afetividade tem um papel imprescindível nesse processo de desenvolvimento do
aluno, no entanto, o meio deve proporcionar relações de atividade entre pais e filhos,
professores e alunos.
A família ou o meio familiar em que a criança está inserida é o seu primeiro
ambiente de aprendizagem; é nesse contexto que a criança aprende as primeiras
habilidades sociais, como a comunicação entre seus semelhantes, assim como lhes
são transmitidos os valores sociais da cultura em que esta família se insere, e suas
expectativas. Ao ingressar na escola, a criança traz em sua bagagem estes
conhecimentos que terão de ser levados em conta por quem ensina. Muitos dos
valores socioculturais aprendidos no contexto familiar podem entrar em conflito com
os conhecimentos que a escola pretende transmitir.
O educador é a peça fundamental no processo educacional, pelo papel que
ele representa diante do aluno, como educador e transmissor de conhecimentos.
Porém, ele é esmagado pelo sistema que não lhe dá condições necessárias para
desempenhar satisfatoriamente esse papel, e ainda é acusado pelo fracasso do
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ensino. Nas relações internas numa escola o que se observa é que nem todos são
tratados igualmente, principalmente os alunos de um autoritarismo que começa
hierarquicamente na instância superior, na figura do (a) diretor (a) e se esforça e
perpetua na sala de aula ou de seus efeitos são mais nefastos, com raríssimas
exceções. Conforme CECCON (1998: 85):
“Repare como um professor se coloca sempre sobre um estrado,
numa posição de importância num papel de autoridade absoluta. Isso
acaba por inculcar submissão, familiarizar a ideia de que deve existir
uma hierarquia e que precise de um chefe”.
Conceber a autoridade do professor dentro destes moldes significa dar a ele
todas as possibilidades de abusar dela. O professor acaba se reduzindo a um
transmissor de valores assegurado, valores quases patrimoniais. A autoridade do
professor nasce de sua relação com a verdade. Existe, todavia, uma distância entre
eles, distância esta que não derem da mesma peculiaridade do encontro. O
professor possui um grau de ascendência indiscutível. No entanto, esta
superioridade não é em si um potencial absoluto, pois mesmo mais, avançado em
idade e sabedoria, em competência, também o professor continua o caminho da
verdade que dá testemunho frente ao aluno.
A autoridade do professor é outra face da subordinação do educador, por isso
dizer, a disciplina que impõe, impõe a si mesmo. O educador quando começa a
prática pedagógica, tem em mente uma disciplina rigorosa, autoritária ou uma
conduta livre, democrática. Entre esses dois extremos, há um grande número de
possibilidade, que dependem de muitos fatores, como a personalidade do aluno, a
do professor, as condições ambientais dar a expressar pelas suas opiniões. Mas no
momento que ele precisa exercer sua autoridade, o aluno deve responder
devidamente. Professor e aluno são autênticos quando se apresentam como
realmente são, sem disfarce, sem máscaras.
Quando o professor é autêntico em relação aos seus alunos, manifesta seus
sentimentos, e mostra-se aberto ao diálogo e às sugestões, chega mais facilmente
aos seus objetivos: aprendizagem e a relação pessoal. Os alunos mostram-se
compreensivos em relação ao sentimento do professor, respeitam tais sentimentos
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e, sentindo-se valorizados e livres para trabalhar, colaboram para que os objetivos
da classe como um todo, aluno e professor, sejam atingidos.
O trabalho do educador torna-se mais fácil na medida em que ele pode obter
dos alunos informações sobre seus problemas e temas favoritos. Se os alunos
puderem falar e discutir, o que lhes interessa virá à tona e, a partir desses dados, o
professor poderá desenvolver as atividades escolares.
Alguns educadores não se dão conta de que atitudes muitas vezes
consideradas simplórias são tão importantes quanto aos concursos de novas
técnicas, tecnologias e modernidades etc., não percebem suas práticas e, por
conseguinte, em suas teorias, que o fio condutor dessas tecnologias é sua própria
criatividade, o ponto de interação dos caminhos que levam e trazem, entre a razão e
a sedução e, é lógico, que a questão vocacional se faz presente, do contrário,
dificilmente haveria reflexão, somas de interesses, contribuições, em suma, todo um
encaminhamento das ações socioeducativas.
As novas tecnologias da informação e da comunicação têm alterado
substancialmente a vida de todas as pessoas. A velocidade e a quantidade de
informações que chegam e são transmitidas atualmente faz-nos achar que a forma
de transmissão de conhecimento que a escola usa está ultrapassada.
As crianças que têm acesso ao mundo tecnológico por vezes não se sentem
motivados a ouvir o professor que não disponibiliza recursos que lhes chamem a
atenção. Mas podemos assinalar alguns perigos e limitações dessa relação.
HUMBERTO ECO (1987), afirmou que o excesso da informação pode conduzir ao
caos, ao silêncio e que apenas o estabelecimento de critérios de qualidade e de
confiabilidade da informação, por um lado, e a organização e a interpretação dessa
informação de acordo com esquemas significativos para cada pessoa, por outro
lado, pode evitar que a sociedade da informação se transforme em uma sociedade
caótica.
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CONCLUSÃO
Na realidade, a prática docente tem uma parcela não só significativa na
relação professor/aluno, mas quase que definitiva em todo o processo. A arrogância
didática do detentor do saber e a “segurança” que o mesmo tem de que seu poder,
seu conhecimento ilimitado são suficientes, pode produzir um aprendizado
equivocado e covarde, uma vez que este acredita que a culpa é somente do aluno
quando os resultados não condizem com as suas expectativas. Certamente, a
simples mudança de paradigmas não garante de forma alguma uma mudança de
concepção pedagógica, ou seja, de prática de escolar.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CECCON, et al. A vida na escola e a escola da vida. 33 ed. Rio de Janeiro,
Petrópolis: Vozes, 1998.
ECO, Humberto. Arte e beleza na estética medieval (1987), Disponível em:
http://pt.wikiperdia.org/wiki/Umberto Eco.html
FERNANDÉZ, Alicia. A inteligência aprisionada. Porto Alegre: Artes Médicas,
1991.
VYGOSTKY, L. S. A Formação Social da Mente. Martins Fontes – São Paulo. 5ª
edição, 1994.
WALLON, H. A evolução psicológica da criança. Lisboa: Edição 70, 1978.