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PENSADORES ANARQUISTAS E
MILITANTES LIBERTÁRIOS
Arquivo de História Social Edgar Rodrigues
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Pensadores Anarquistas e Militantes Libertários
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©2000,2006 Arquivo de História Social Edgar Rodrigues
PENSADORES ANARQUISTAS
E
MILITANTES LIBERTÁRIOS
ÍNDICE
—GODWIN, William
—PROUDHON,Pierre-Joseph
—BAKUNIN, Mikhail
—STIRNER, Max
—TOLSTOI, Liev
—KROPOTKIN, Piotr
—VASCO, Neno
—MALATESTA, Errico
—PARSONS, Lucy
—GOLDMAN, Emma
—CLEYRE, Voltairine de
—READ, Herbert
—MOURA, Maria Lacerda
—MONTSENY, Federica
—BOOKCHIN, Murray
—CHOMSKY, Noam
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(Em Francês)
L’Ephéméride Anarchiste
WILLIAM GODWIN
(1756-1835)
Escritor e filósofo inglês, considerado o percursor do pensamento anarquista moderno, nasceu
em 3 de março de 1756 em Wisbeach de uma família de dissidentes calvinistas.
Seguindo a tradição da família, estudou teologia e foi nomeado pregador em 1778, chegando
a ser pastor em diversas comunidades dissidentes até 1883. Influenciado pelas idéias da
Revolução Francesa, sobretudo de Rousseau e Helvétius, afastou-se da religião, iniciando
então sua reflexão sobre a realidade social.
Nessa época ligou-se a um famoso grupo de intelectuais e trabalhadores revolucionários que
se reuniam nas tabernas de Londres, tornando-se amigo de Thomas Paine, autor de Os
Direitos do Homem. Em 1791 conheceu, nesse círculo, a que seria sua companheira Mary
Wollstonecraft, percursora do feminismo, que em 1792 publicou a Reivindicação dos Direitos
da Mulher. Dessa relação nasceu Mary Wollstonecraft Godwin futura companheira do poeta
Shelley e autora da novela Frankstein.
A partir de 1871 começou a elaborar seu livro Investigação Acerca da Justiça Política,
editado em 1873. O livro causou escândalo e polêmica na sociedade inglesa pelas suas idéias
filosóficas e políticas revolucionárias, tornando Godwin famoso.
Nos anos seguintes escreveria várias obras literárias, das quais a mais famosa é Caleb
Williams (1794), onde volta a expor suas idéias na forma literária. Godwin é o primeiro
pensador a considerar que todo o estado e todo o governo é um mal, e que a sociedade poderia
existir sem eles, sendo considerado um percursor do anarquismo moderno.
Aquele que foi um autor famoso, morreu anonimamente em março de 1836, quando
começava a se desenvolver o movimento socialista que iria aprofundar as idéias inovadoras
que tinha analisado na sua obra.
PROUDHON, Pierre–Joseph
(1809-1865)
Aquele que Bakunin considerava o mestre de todos os anarquistas, nasceu em França em
1809, numa família do povo.
Operário, tipógrafo, autodidata, desenvolveu suas próprias teorias sobre organização social,
baseada na cooperação e mutualismo. Em 1840 publicou o livro O Que é a Propriedade?,
onde se declara pela primeira vez anarquista. O livro foi elogiado por Marx, que o tentaria
atrair mais tarde (1846) para um grupo de pensadores socialistas. No entanto, Proudhon na
resposta a Marx questiona a criação de novos dogmas, o que levaria à ruptura com o socialista
alemão.
Nessa época, 1844-1845, teve encontros em Paris com Bakunin e Marx. Mas logo em 1846
Marx escreveu o livro Miséria da Filosofia que é uma crítica violenta ao livro de Proudhon a
Filosofia da Miséria.
Em 1848 Proudhon foi eleito deputado à Assembléia Nacional por Paris. Em julho desse ano
pronunciou uma discurso violento na Assembléia onde expõe a oposição entre proletários e
burgueses, sendo objeto de advertência pelo Presidente do parlamento.
No ano seguinte Proudhon tentou organizar o Banco do Povo, que não conseguiu prosperar.
Seus artigos no jornal Representant du Peuple e Le Peuple valem-lhe vários processos
judiciais que o obrigam a se exilar na Bélgica.
De volta à França foi preso em 1849 tendo ficado na prisão até 1852, onde continuou
escrevendo.
A edição do livro De la Justice dans la Révolution et dans L'Eglise, esgotado em poucos dias,
provocou novo escândalo e um novo processo judicial, que o obrigou a exilar-se, novamente,
em Bruxelas.
Regressou a França onde publicou novos livros entre os quais o Princípio Federativo e Da
Capacidade Política das Classes Trabalhadoras que forneceu a base teórica do anarco-
sindicalismo, defendendo que o "proletariado deve emancipar-se sozinho". Morreu em 1865,
pouco depois da fundação da Primeira Internacional, criada em grande parte por iniciativa de
operários mutualistas franceses.
BAKUNIN, Mikhail
(1814-1876)
O mais brilhante dos teóricos e agitadores anarquistas, nasceu em Premukhino, Rússia em 11
de maio de 1814, originário de uma rica família da nobreza russa.
Depois de ter seguido a carreira militar, abandonou o exército em 1832, quando começou a
opor-se ao czarismo. Mas a sua ligação a idéias progressistas se deu a partir das suas leituras
de Hegel, a amizade com o revolucionário russo Herzen e principalmente a partir da sua
viagem ao Ocidente em 1840, quando freqüentou a Universidade de Berlim e o círculo dos
hegelianos de esquerda em Berlim e Dresden na Alemanha, colaborando na revista crítica
Anais Alemães de Arnold Ruge.
Em 1843, aproximou-se do pensamento socialista a partir do contato com Moïse Hess e
Proudhon, só vindo no entanto a se tornar um anarquista já nos anos 60, no seu exílio
europeu. Durante os anos de 1848-1849 tomou parte ativa nas rebeliões que ocorreram em
Paris, Praga e em Dresden ao lado de seu amigo Richard Wagner. Preso após a rebelião de
Dresden, esteve em prisões da Saxônia e da Áustria, tendo sido entregue à polícia do Czar.
Depois de doze anos nas prisões czaristas, em 1861 conseguiu escapar para o ocidente, tendo
vivido na Inglaterra, Suíça e Itália onde conheceu Giuseppe Fanelli que com ele colaboraria
na divulgação do anarquismo em Espanha.
Por todo lado em que passou Bakunin participou da agitação social e da fundação de
associações revolucionárias, tornando-se o mais conhecido revolucionário da sua época. A
atração que Bakunin exercia sobre os círculos revolucionários esteve na origem de um dos
episódios mais polêmicos da sua vida, as relações que manteve entre 1869 e 1872 com
Netchaiev (1847-1882) um jovem revolucionário russo ligado ao grupo de Vera Zassoulitch,
descrito como um jovem fanático, frio e cínico, que viria a ser o autor do Catecismo
Revolucionário. Netchaiev, não só provocou inúmeros conflitos nos círculos dos exilados
russos, como manteve uma atividade revolucionária inconseqüente que provocou
repercussões negativas na Rússia. O comportamento de Netchaiev e suas teorias de que o fim
justificam os meios, completamente afastados da tradição anarquista, foram repudiados
expressamente por Bakunin a partir de 1870.
A adesão de Bakunin à AIT, em 1868, foi decisiva na evolução das discussões entre as
concepções de socialismo de estado e de socialismo libertário. Bakunin e Guillaume, foram os
principais representantes da corrente anarquista que se opunha a Marx. Durante o Congresso
de Haia, em 1872, foi oficialmente expulso juntamente com anarquistas de vários países da
Internacional pelos marxistas. O comportamento de Netchaiev viria a ser usado pelo grupo
marxista da AIT como um dos argumentos para expulsar Bakunin da Primeira Internacional.
Nos últimos anos da sua vida, Bakunin não deixou de acompanhar os movimentos
revolucionárias que ocorreram na Europa, entre os quais a tentativa revolucionária de 1874
em Bolonha na Itália.
Seus principais livros são Deus e o Estado; Federalismo, Socialismo e Antiteologismo e
Estatismo e Anarquia.
Faleceu em 1 de julho de 1876, em Berna, na Suíça.
STIRNER, Max
(1806-1856)
Pseudônimo do pensador alemão Kaspar Schmidt, nascido na Baviera, Alemanha, em 1806,
filho de um artesão.
De 1826 a 1828 estudou em Berlim, onde foi aluno de Hegel e Feuerbach, tendo voltada a
essa universidade de 1832 a 1834. A partir de 1842 fez parte do círculo de intelectuais
radicais Jovens Hegelianos que se reunia em torno de Arnold Ruge e Bruno Bauer, que tanto
influenciaram Marx e Bakunin. Foi nas reuniões desse grupo que Engels o conheceu.
Professor solitário, escreveu O Falso Princípio da Nossa Educação que seria publicado em
1842 por Marx na revista do grupo A Gazeta Renana.
Seria no entanto O Único e sua Propriedade, publicado em 1884, que o iria tornar famoso,
transformando-o no teórico do anarquismo individualista. Um dos alvos da crítica de Marx e
Engels no livro A Ideologia Alemã seria Stirner, que rapidamente, no entanto, acabaria
esquecido, vindo a ser redescoberto mais tarde por Henry Mackay.
Sua vida, marcada pela pobreza e pela tragédia, certamente contribuíram para a elaboração de
um pensamento que tem como centro o indivíduo solitário: o único que não deve sujeição a
nada nem a ninguém. Seu livro valeu-lhe a celebridade e o escândalo: implodia com
convenções, moral, mas também toda a doutrina social, política e filosófica de seu tempo. Ao
afirmar: "livre não o sou em nenhum Estado" ou "todo o Estado é despótico". No entanto, sua
idéia de um "eu" absoluto, mesmo quando ligada à sua concepção de um associativismo de
egoístas, estava longe das idéias e valores que se expressaram no anarquismo social e mesmo
no individualismo anarquista posterior. Stirner que se definia como Único, certamente o foi
como pensador radical original, e nesse sentido é difícil classificá-lo, mesmo que por seu anti-
estatismo e espírito herético era um libertário.
O pensamento de Stirner no movimento anarquista teve uma influencia limitada, ganhando
sua obra uma maior divulgação a partir de 1888, quando o poeta anarquista John Henry
Mackay, escreveu sua biografia e algumas obras onde divulgava o anarquismo individualista.
A partir de então suas teorias cativaram alguns círculos libertários alemães, norte-americanos
e especialmente do individualismo francês, muito ativo no final do século XIX e começo do
século atual.
Morreu esquecido e na miséria aos 49 anos, a 25 de julho de 1856.
TOLSTOI, Liev
(1828-1910)
Este genial escritor russo nasceu em 1828 em Iasnaia Poliana. Filho de uma importante
família ligada aos Czares, ficou órfão ainda criança.
Entrou na Universidade de Kazan onde estudou línguas orientais e direito. Em 1847, por
herança tornou-se senhor de vastas terras em Iasnaia-Poliana.
Depois de ter servido no exército, em 1856, viajou pela Europa visitando vários países,
regressando então à sua terra natal para administrar suas terras e dedicar-se à literatura.
Em 1861, voltou novamente a França para visitar seu irmão que se estava doente aproveitando
para se encontrar com Proudhon. Com uma vida pessoal cheia de conflitos e uma
personalidade dividida, Tolstoi aproximou-se, gradualmente, de uma posição pacifista e
anarquista, recusando toda a forma de governo e poder.
Na sua terra natal criou uma escola marcadamente libertária, próxima das experiências de
Ferrer e da Escola Moderna, tendo pessoalmente escrito os livros usados na escola.
Seus textos autobiográficos A Minha Confissão e Qual é Minha Fé foram apreendidos mas,
mesmo assim, tiveram ampla difusão clandestina.
Perseguido e excomungado pela Igreja, seus últimos anos são de engajamento social. Os
escritos filosóficos influenciaram o aparecimento de comunidades e de uma corrente de
anarquismo cristão, sobretudo em França, Holanda e EUA.
Exerceu também, juntamente com Kropotkin e Thoreau, forte influência sobre um dos mais
importantes pacifistas modernos: Gandhi, com quem chegou a manter correspondência.
Faleceu em 1910.
KROPOTKIN, Piotr
(1842-1921)
Escritor, filósofo e militante anarquista russo, nascido na nobreza russa em Moscou, em 1842.
Depois de passar pelo Corpo de Pagens, já oficial, foi para a Sibéria onde realizou importantes
levantamentos geográficos. Desligou-se do exército e tornou-se geógrafo, tendo percorrido a
Sibéria e a Manchúria, onde pode conhecer de perto miséria dos povos sujeitos ao Czarismo.
Em 1872, realizou uma viagem à Bélgica e à Suíça, onde entrou em contato com os
anarquistas da Federação do Jura, tendo-se filiado na AIT.
De volta à Rússia, começou uma militância em grupos clandestinos, o que o levaria aos
cárceres czaristas. Depois de uma fuga espetacular, exilou-se no Ocidente, tendo retomado
seus contatos com os anarquistas suíços, fundando e editando em Genebra, em 1879, o jornal
Le Révolté, até ser novamente preso na França, em 1882.
Libertado em 1885, depois de um amplo movimento de intelectuais e cientistas, entre os quais
Herbert Spencer, Ernest Renan e Victor Hugo, refugiou-se na Inglaterra. Conviveu com os
principais intelectuais da sua época e foi colaborador da Geographical Society. Em alguns de
seus livros, Kropótkin tentou buscar uma base científica para o pensamento anarquista. E, se
de sua pesquisa saíram trabalhos que ainda hoje desafiam o leitor, certamente incorreu
também no erro de um racionalismo e otimismo científico típicos da sua época. Mas, foi
certamente como propagandista revolucionário, que Kropótkin se tornou o mais traduzido e
lido de todos os pensadores libertários.
Seus livros faziam parte da biblioteca dos camponeses e operários em quase todos os países.
Palavras de um Revoltado, Aos Jovens, Ética, O Estado e seu Papel na História tiveram
edições em inúmeras línguas e em todos os continentes. O seu verbete sobre o anarquismo
publicado na edição da Encyclopaedia Braitannica de 1910 é, até hoje, uma das mais bem
elaboradas definições.
Voltou à Rússia durante a Revolução de 1917. Crítico do autoritarismo comunista, escreveu a
Lenin em março de 1920, denunciando a evolução autoritária que estava ocorrendo,
divulgando, em junho, uma carta aberta aos trabalhadores do ocidente onde alertava para a
evolução da Revolução Soviética. Em 21 de dezembro, voltou a fazer novas críticas em carta
enviada ao dirigente comunista. Morreu em 8 de fevereiro de 1921. Seu funeral foi a última
grande manifestação pública do anarquismo russo.
Entre os seus principais livros estão A Conquista do Pão, Apoio Mútuo, Campos, Fábricas e
Oficinas, Ética Anarquista e A Grande Revolução.
VASCO, Neno
(1878-1920)
Advogado, jornalista e escritor anarquista, nascido em Portugal a 9 de maio de 1878. Seu
nome era Gregório Nazianzeno Moreira de Queirós e Vasconcelos, mas ficaria conhecido por
Neno Vasco.
Fez parte do grupo de estudantes da Universidade de Coimbra que aderiram ao anarquismo no
começo do século.
Formado em direito, emigrou para o Brasil em 1901, para se juntar a seu pai. Em São Paulo
logo entrou em contato com anarquistas como Benjamim Mota, Ricardo Gonçalves e os
libertários italianos. Participou então da edição de O Amigo do Povo, que começou a circular
em 1902. Algum tempo depois lançou a revista Aurora. Este movimento editorial haveria de
contribuir para o crescimento da influência libertária nos meios operários. Nas páginas da Voz
do Trabalhador travou uma polêmica sobre as relações entre anarquismo e sindicalismo, que
é fundamental para entender a forma como os libertários se situaram face ao movimento
operário e suas organizações.
Em 1911, regressou a Portugal onde continuou a desenvolver sua militância anarquista,
colaborando com a imprensa anarquista brasileira como correspondente. Na revista anarquista
portuguesa A Sementeira escreveu sobre a situação social no Brasil.
Neno Vasco, licenciado em direito, intelectual brilhante, um dos mais influentes militantes
libertários de Portugal e do Brasil, morreu de tuberculose e pobre em 1920, no norte de
Portugal.
O seu principal livro é A Concepção Anarquista do Sindicalismo, publicado em 1923 pela
editorial do jornal anarco-sindicalista A Batalha e re-editado em 1984.
MALATESTA, Errico
(1853-1932)
Principal pensador anarquista italiano, nasceu em 1853 no sul de Itália, filho de uma família
abastada.
Desde jovem se iniciou em atividades contestatárias, que provocaram sua prisão em 1868 e a
suspensão na Universidade de Nápoles, onde estudava medicina, em 1870.
Em 1871 aderiu à Associação Internacional dos Trabalhadores e no ano seguinte conheceu
Bakunin por ocasião do Congresso de Saint Imier, tendo esta relação tido uma influência
decisiva em toda a sua militância anarquista posterior. Juntamente com Cafiero e outros
militantes, em 1877, preparou o movimento "Levante de Benevento", que se tornou
legendário na luta social italiana, quando um grupo anarquista percorreu essa região do sul de
Itália distribuindo armas à população e queimando os arquivos públicos, declarando o
comunismo libertário. Devido à sua militância libertária passou várias vezes pelas prisões.
Na Congresso Anarquista de Londres de 1881 propôs a criação de uma Internacional
Anarquista. Em 1885 exilou-se na Argentina, onde com os primeiro núcleos anarquistas
desenvolveu uma ativa propaganda das idéias anarquistas, tendo publicado o jornal bilingüe
Questione Sociale. Regressou à Europa em 1889 instalando-se em França, donde teve de
partir para a Inglaterra.
Tal como muitos outros militantes, também Malatesta desenvolveu atividade revolucionária
em diferentes países: Egito, França, Bélgica, Argentina e Espanha são alguns dos países onde
esteve.
Em 1914, durante a Primeira Guerra Mundial foi um dos defensores do internacionalismo
contra os que defendiam - mesmo dentro do anarquismo - o envolvimento com uma das
facções beligerantes.
Seu jornal Umanità Nuova tinha uma tiragem de 50.000 exemplares e era um dos animadores
do anarco-sindicalismo italiano da USI.
Morreu em 22 de julho de 1932 em pleno advento do fascismo sob liberdade vigiada. Uma
das principais brigadas anarquistas da resistência italiana levou o seu nome.
PARSONS, Lucy
(1853-1942)
Militante operária e anarquista americana. Segundo seu depoimento seria filha de mãe
mexicana e de um índio e após ficar órfã aos três anos foi levada para um rancho do Texas
onde foi criada por um tio. Alguns pesquisadores, no entanto, acreditam que Lucy era filha de
escravos do Texas.
Em 1870, conheceu Albert Parsons, um ex-soldado confederal que se veio a tornar um
republicano radical e mais tarde militante anarquista. Forçados a sair do Texas pelo seu
casamento inter-racial foram para Chicago onde logo se ligaram aos setores revolucionários
que começavam a desenvolver o movimento sindical.
A partir de 1878 Lucy colabora no jornal O Socialista, a partir daí torna-se uma escritora e
agitadora com um papel decisivo na organização operária de Chicago. Em 1883 foi uma das
fundadoras da International Working People's Association (IWPA), uma importante
organização anarquista internacionalista e defensora da ação direta que se distinguia por
defender a igualdade das mulheres e dos negros. Lucy além de militar na organização era uma
colaboradora regular do seu jornal O Alarme, onde apelava à ação direta contra os ricos e os
poderosos.
Muitos dos seus artigos tratavam também da questão do racismo e da discriminação
defendendo a necessidade dos negros se integrar à luta social contra o capitalismo.
Em 1886 a IPWA foi uma das organizações que desencadeou a greve geral em defesa das 8
horas de trabalho no primeiro de maio, que levou aos acontecimentos da Praça Haymarket e
ao famoso processo dos Mártires de Chicago em que a justiça americana condenou à morte de
três conhecidos militantes operários e anarquistas, entre os quais o Albert Parsons.
Após o enforcamento do seu marido, manteve uma presença ativa no movimento operário e
anarquista, participando em 1905 da fundação da confederação sindical revolucionária IWW e
colaborou no jornal O Libertador. Nos anos 30, no contexto da avanço do nazi-fascismo,
decidiu aderir ao Partido Comunista.
Lucy Parsons morreu no incêndio da sua casa em 1942, após meio século de intensa
militância, onde se destacou como uma das mais importantes mulheres do movimento
operário e anarquista americano. Seus livros e documentos pessoais foram apreendidos
arbitrariamente pela polícia após o incêndio.
GOLDMAN,Emma
(1868-1940)
Anarquista russa, nascida na Província de Kovno, a 27 de junho de 1868. Em 1882 foi com
seus pais para São Petersburgo.
Aos dezassete anos, influenciada pelo movimento intelectual russo no sentido de ir para o
povo, tornou-se operária.
Emigrou para os Estados Unidos em 1886, instalando-se em Rochester, onde acompanhou as
lutas operárias pelas 8 horas de trabalho, que provocaram o enforcamento dos quatro
militantes anarquistas de Chicago em 11 de novembro de 1887. Esse fato e a relação com
ativistas como Joana Grei, J. Most e Voltarine de Cleyre, levaram Emma Goldman a aderir ao
anarquismo. Mudou-se para Nova York onde iniciou sua atividade militante, sendo presa
várias vezes. Em 1893 cumpriu um ano de prisão.
Oradora famosa, foi uma das principais agitadoras anarquistas dos EUA, tendo sido a
fundadora da importante revista libertária Mother Earth.
Amiga e companheira de Alexander Berkman, lutou durante 14 anos pela sua libertação, o
que só veio a ocorrer em 1906.
Em 1919 foi expulsa junto com Berkman e mais de duzentos revolucionários para a Rússia.
Mas logo foi obrigada a abandonar esse país por discordar dos métodos autoritários dos
comunistas. Viajando pela Europa e Canadá fez conferências onde denunciou a repressão que
se iniciava na Rússia.
Com o começo da Revolução Espanhola, vai para Barcelona em 1936, percorrendo a Espanha
em ações de agitação e apoio à causa revolucionária. Em Londres ajudou a fundar um grupo
de coordenação da ajuda a Espanha.
Lutadora da causa operária, defensora dos direitos da mulher e adepta do amor livre, Emma
Goldaman, deixou seus escritos espalhados por inúmeras publicações de todo o mundo. Seus
principais livros são Living My Life, Anarchism and Other Essays e Puritanismo e Outros
Ensaios.
Morreu em 14 de maio de 1940, aos setenta anos em Toronto, Canadá tendo sido sepultada
em Chicago junto aos militantes operários assassinados no século XIX.
CLEYRE, Voltairine de
(1869-1912)
Ativa militantes e agitadora anarquista americana. Nasceu em 17 de novembro de 1869, em
Michigan.
Filha de um livre pensador de origem belga – seu nome é homenagem a Voltaire – foi
educada num colégio católico no Canadá, de onde fugiu.
Iniciou sua militância social como livre-pensadora, tornando-se anarquista na seqüência dos
acontecimentos do Primeiro de Maio de 1886, em Chicago.
Amiga do pensador anarquista Dyer Lum e de Emma Goldman, quando esta foi processada
por sua militância em 1893, Voltairine escreveu o ópusculo Em Defesa de Emma Goldman do
Direito de Expropriação. Em 1897 esteve em França e na Inglaterra, conhecendo em Londres
Kropotkin e o grupo editor do jornal Freedom, estabelecendo também contato com os
exilados espanhóis.
Colaboradora da imprensa anarquista, principalmente da revista Mother Earth, escritora de
mérito, conferencista famosa, percorreu os EUA fazendo propaganda das idéias libertárias.
Muitas das traduções de obras anarquistas editadas nos EUA no final do século XIX, são de
sua autoria.
Depois de vinte e cinco anos de militância, Voltairine de Cleyne morreu aos 46 anos de idade,
em junho de 1912, em Chicago, devido a um ferimento resultante de uma tentativa de
assassinato anos antes.
READ, Herbert
(1893-1968)
Poeta e crítico de arte anarquista, nasceu em 1893 em Yorkshire, Inglaterra de uma família de
agricultores.
Foi conservador do Victoria and Albert Museum de Londres e professor de Arte na
Universidade de Edimburgo, Cambridge, Liverpool, Londres e Harvard.
Aproximou-se do anarquismo a partir de leituras de Kropotkin, Bakunine, Tolstoi e Ibsen.
Seus livros Poesia e Anarquismo (1938), Educação pela Arte (1943), Arte e Alienação
(1967), Filosofia do Anarquismo (1940), O meu Anarquismo (1966), explicitam a filosofia
dum intelectual culto e irrecuperavelmente anarquista. Seu pacifismo e suas idéias sobre
educação libertária, tornaram-no um dos autores anarquistas mais atuais.
Herbert Read gostava de afirmar: "Uma civilização que, de maneira sistemática, recusa o
valor da imaginação e a destrói, está condenada a soçobrar numa barbárie cada vez mais
profunda".
Morreu em 1968.
MOURA, Maria Lacerda
(1887-1945)
Professora, jornalista e escritora anarquista, nascida em Minas Gerais a 16 de maio de 1887.
Desde cedo se interessou pelo pensamento social e pelas idéias anticlericais.
Formou-se na Escola Normal de Barbacena, em 1904, começando a lecionar nessa mesmo
escola. Inicia então um trabalho junto das mulheres da região, incentivando um mutirão para
construção de casas populares para a população carente da cidade. Fundou a Liga Contra o
Analfabetismo, e como educadora adotou a pedagogia libertária de Ferrer.
Após de mudar para São Paulo, começou a dar aulas particulares e a colaborar na imprensa
operária e anarquista brasileira e internacional.
No jornal A Plebe escreveu principalmente sobre pedagogia e educação. Ativa conferencista,
tratava de temas como educação, direitos da mulher, amor livre e antimilitarismo, tornando-se
conhecida não só no Brasil, mas também no Uruguai e Argentina onde foi convidada por
grupos anarquistas.
Em fevereiro de 1923 lançou a revista Renascença, uma publicação cultural que foi divulgada
no movimento anarquista e entre setores progressistas e livre-pensadores.
Pode ser considerada uma pioneira das principais pioneiras do feminismo no Brasil e uma das
poucas que se envolveu com o movimento operário e sindical.
Entre seus livros destacam-se: Em torno da educação; A Mulher Moderna e o seu papel na
Sociedade Atual; Amai e não vos Multipliqueis; Han Ryner e o Amor Plural.
MONTSENY, Federica
(1905-1994)
Militante anarquista espanhola.
Nasceu em Madri filha de dois dos mais conhecidos anarquistas catalães Joan Montseny
(Federico Urales) e Teresa Mané (Soledad Gustavo), fundadores em 1898 de uma das mais
importantes publicações do anarquismo ibérico, a Revista Blanca.
Desde cedo Federica Montseny militou na CNT, tornando-se famosa como oradora, ao
mesmo tempo que colaborava com as atividades editoriais de sua família. Em 1930, passa a
viver com o também militante anarquista Germinal Esgleas.
A partir de 1936 integra o comitê regional da CNT e o comitê pninsular da FAI.
Durante a Revolução foi escolhida para integrar o Governo Republicano como ministra da
saúde. Esta participação embora tenha obtido um amplo apoio do movimento, gerou polêmica
e divisões entre os anarquistas. Durante o tempo em que foi ministra aprovou uma lei
legalizando o aborto. Com a derrota exilou-se em França, onde esteve várias vezes presa.
Foi uma personagem central do Movimento Libertário no exílio, mantendo ao longo de toda a
sua vida uma atividade militante, fazendo parte do grupo que se opôs ao frentismo e
colaboracionismo político. No entanto, contraditóriamente, mereceu críticas, entre setores das
Juventudes Libertárias, por se opor às tentativas de manter atividades clandestinas em
Espanha, principalmente ações armadas.
Faleceu em Toulouse (França) a 14 de janeiro de 1994.
BOOKCHIN, Murray
(1921-2006)
Pensador e militante anarquista contemporâneo, nascido nos EUA em 1921, filho de operários
de origem russa, militantes da IWW.
Depois de ter sido militante comunista, rompeu nos anos 50, com o marxismo-leninismo,
influenciado pela Revolução Espanhola e pela Revolução Húngara de 1956. A partir daí,
tornou-se anarquista, sendo considerado hoje um dos principais teóricos do pensamento
libertário.
Ligado aos movimentos alternativos, participou das lutas dos anos 60 pelos direitos civis e
contra a guerra do Vietnã. Em 1968 foi para Paris, onde acabou participando das lutas de
maio.
Sua reflexão centra-se sobre a ecologia social, os problemas urbanos e a implantação de um
municipalismo libertário, sendo seu primeiro livro sobre ecologia de 1962.
Foi professor da Alternative University de Nova York e fundador do Institut For Social
Ecology.
Editor da revista Anarchos, Bookchin é o exemplo de intelectual independente, capaz de
conciliar uma militância social com uma reflexão crítica. Entre os seus principais livros
destacam-se El Anarquismo en la Sociedad de Consumo, Remaking Society, Listen, Marxist e
Third Revolution.
CHOMSKY, Noam
(1928- )
Importante lingüista contemporâneo, nascido em 1928 nos EUA, filho de pais ucranianos, é
também um dos mais lúcidos e críticos pensadores contemporâneos.
Desde cedo relacionou-se com círculos judeus anarco-sindicalista e ainda criança manifestou
sua solidariedade com a Revolução Espanhola.
Nos anos 60, já famoso por suas pesquisas na área de linguística, envolveu-se no movimento
de oposição à guerra do Vietnã.
Mesmo sendo hoje o mais citado e conhecido pensador americano, Chomsky é marginalizado
pelos grandes meios de comunicação dos EUA. Não é por acaso, um dos temas que tem
estado no centro de sua pesquisa nas últimas décadas, tem sido o poder manipulatório dos
mass media, da grande imprensa à televisão.
Atento observador da cena internacional, Chomsky tem tido posições solidárias e críticas em
todas as situações de conflito internacional, do Vietnã, à América Latina, da Palestina a
Timor.
Libertário, conhecedor da história do anarquismo, Noam Chomsky afirma-se como um
partidário da tradição federalista e de auto-governo. Atualmente é diretor do Departamento de
Línguas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
Entre os seus livros mais importantes encontram-se Ilusiones Necesarias: Controle del
Pensamiento en las Sociedades Democraticas, Radical Priorities, 501: A Conquista Continua
e Novas e Velhas Ordens.
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Pensadores anarquistas

  • 1.
  • 2. eBookLibris PENSADORES ANARQUISTAS E MILITANTES LIBERTÁRIOS Arquivo de História Social Edgar Rodrigues eBooksBrasil Pensadores Anarquistas e Militantes Libertários fonte digital Arquivo de História Social Edgar Rodrigues [www.ceca.org.br/edgar/anarkp.html] versão para eBook eBooksBrasil eBookLibris revisto em fevereiro-2012 ©2000,2006 Arquivo de História Social Edgar Rodrigues PENSADORES ANARQUISTAS E MILITANTES LIBERTÁRIOS ÍNDICE —GODWIN, William —PROUDHON,Pierre-Joseph —BAKUNIN, Mikhail —STIRNER, Max —TOLSTOI, Liev —KROPOTKIN, Piotr —VASCO, Neno
  • 3. —MALATESTA, Errico —PARSONS, Lucy —GOLDMAN, Emma —CLEYRE, Voltairine de —READ, Herbert —MOURA, Maria Lacerda —MONTSENY, Federica —BOOKCHIN, Murray —CHOMSKY, Noam Para outras biografias, visite O MAIS COMPLETO SITE DE BIOGRAFIAS E DATAS ANARQUISTAS (Em Francês) L’Ephéméride Anarchiste WILLIAM GODWIN
  • 4. (1756-1835) Escritor e filósofo inglês, considerado o percursor do pensamento anarquista moderno, nasceu em 3 de março de 1756 em Wisbeach de uma família de dissidentes calvinistas. Seguindo a tradição da família, estudou teologia e foi nomeado pregador em 1778, chegando a ser pastor em diversas comunidades dissidentes até 1883. Influenciado pelas idéias da Revolução Francesa, sobretudo de Rousseau e Helvétius, afastou-se da religião, iniciando então sua reflexão sobre a realidade social. Nessa época ligou-se a um famoso grupo de intelectuais e trabalhadores revolucionários que se reuniam nas tabernas de Londres, tornando-se amigo de Thomas Paine, autor de Os Direitos do Homem. Em 1791 conheceu, nesse círculo, a que seria sua companheira Mary Wollstonecraft, percursora do feminismo, que em 1792 publicou a Reivindicação dos Direitos da Mulher. Dessa relação nasceu Mary Wollstonecraft Godwin futura companheira do poeta Shelley e autora da novela Frankstein. A partir de 1871 começou a elaborar seu livro Investigação Acerca da Justiça Política, editado em 1873. O livro causou escândalo e polêmica na sociedade inglesa pelas suas idéias filosóficas e políticas revolucionárias, tornando Godwin famoso. Nos anos seguintes escreveria várias obras literárias, das quais a mais famosa é Caleb Williams (1794), onde volta a expor suas idéias na forma literária. Godwin é o primeiro
  • 5. pensador a considerar que todo o estado e todo o governo é um mal, e que a sociedade poderia existir sem eles, sendo considerado um percursor do anarquismo moderno. Aquele que foi um autor famoso, morreu anonimamente em março de 1836, quando começava a se desenvolver o movimento socialista que iria aprofundar as idéias inovadoras que tinha analisado na sua obra. PROUDHON, Pierre–Joseph (1809-1865) Aquele que Bakunin considerava o mestre de todos os anarquistas, nasceu em França em 1809, numa família do povo. Operário, tipógrafo, autodidata, desenvolveu suas próprias teorias sobre organização social, baseada na cooperação e mutualismo. Em 1840 publicou o livro O Que é a Propriedade?, onde se declara pela primeira vez anarquista. O livro foi elogiado por Marx, que o tentaria atrair mais tarde (1846) para um grupo de pensadores socialistas. No entanto, Proudhon na
  • 6. resposta a Marx questiona a criação de novos dogmas, o que levaria à ruptura com o socialista alemão. Nessa época, 1844-1845, teve encontros em Paris com Bakunin e Marx. Mas logo em 1846 Marx escreveu o livro Miséria da Filosofia que é uma crítica violenta ao livro de Proudhon a Filosofia da Miséria. Em 1848 Proudhon foi eleito deputado à Assembléia Nacional por Paris. Em julho desse ano pronunciou uma discurso violento na Assembléia onde expõe a oposição entre proletários e burgueses, sendo objeto de advertência pelo Presidente do parlamento. No ano seguinte Proudhon tentou organizar o Banco do Povo, que não conseguiu prosperar. Seus artigos no jornal Representant du Peuple e Le Peuple valem-lhe vários processos judiciais que o obrigam a se exilar na Bélgica. De volta à França foi preso em 1849 tendo ficado na prisão até 1852, onde continuou escrevendo. A edição do livro De la Justice dans la Révolution et dans L'Eglise, esgotado em poucos dias, provocou novo escândalo e um novo processo judicial, que o obrigou a exilar-se, novamente, em Bruxelas. Regressou a França onde publicou novos livros entre os quais o Princípio Federativo e Da Capacidade Política das Classes Trabalhadoras que forneceu a base teórica do anarco- sindicalismo, defendendo que o "proletariado deve emancipar-se sozinho". Morreu em 1865, pouco depois da fundação da Primeira Internacional, criada em grande parte por iniciativa de operários mutualistas franceses. BAKUNIN, Mikhail
  • 7. (1814-1876) O mais brilhante dos teóricos e agitadores anarquistas, nasceu em Premukhino, Rússia em 11 de maio de 1814, originário de uma rica família da nobreza russa. Depois de ter seguido a carreira militar, abandonou o exército em 1832, quando começou a opor-se ao czarismo. Mas a sua ligação a idéias progressistas se deu a partir das suas leituras de Hegel, a amizade com o revolucionário russo Herzen e principalmente a partir da sua viagem ao Ocidente em 1840, quando freqüentou a Universidade de Berlim e o círculo dos hegelianos de esquerda em Berlim e Dresden na Alemanha, colaborando na revista crítica Anais Alemães de Arnold Ruge. Em 1843, aproximou-se do pensamento socialista a partir do contato com Moïse Hess e Proudhon, só vindo no entanto a se tornar um anarquista já nos anos 60, no seu exílio europeu. Durante os anos de 1848-1849 tomou parte ativa nas rebeliões que ocorreram em Paris, Praga e em Dresden ao lado de seu amigo Richard Wagner. Preso após a rebelião de Dresden, esteve em prisões da Saxônia e da Áustria, tendo sido entregue à polícia do Czar. Depois de doze anos nas prisões czaristas, em 1861 conseguiu escapar para o ocidente, tendo vivido na Inglaterra, Suíça e Itália onde conheceu Giuseppe Fanelli que com ele colaboraria na divulgação do anarquismo em Espanha.
  • 8. Por todo lado em que passou Bakunin participou da agitação social e da fundação de associações revolucionárias, tornando-se o mais conhecido revolucionário da sua época. A atração que Bakunin exercia sobre os círculos revolucionários esteve na origem de um dos episódios mais polêmicos da sua vida, as relações que manteve entre 1869 e 1872 com Netchaiev (1847-1882) um jovem revolucionário russo ligado ao grupo de Vera Zassoulitch, descrito como um jovem fanático, frio e cínico, que viria a ser o autor do Catecismo Revolucionário. Netchaiev, não só provocou inúmeros conflitos nos círculos dos exilados russos, como manteve uma atividade revolucionária inconseqüente que provocou repercussões negativas na Rússia. O comportamento de Netchaiev e suas teorias de que o fim justificam os meios, completamente afastados da tradição anarquista, foram repudiados expressamente por Bakunin a partir de 1870. A adesão de Bakunin à AIT, em 1868, foi decisiva na evolução das discussões entre as concepções de socialismo de estado e de socialismo libertário. Bakunin e Guillaume, foram os principais representantes da corrente anarquista que se opunha a Marx. Durante o Congresso de Haia, em 1872, foi oficialmente expulso juntamente com anarquistas de vários países da Internacional pelos marxistas. O comportamento de Netchaiev viria a ser usado pelo grupo marxista da AIT como um dos argumentos para expulsar Bakunin da Primeira Internacional. Nos últimos anos da sua vida, Bakunin não deixou de acompanhar os movimentos revolucionárias que ocorreram na Europa, entre os quais a tentativa revolucionária de 1874 em Bolonha na Itália. Seus principais livros são Deus e o Estado; Federalismo, Socialismo e Antiteologismo e Estatismo e Anarquia. Faleceu em 1 de julho de 1876, em Berna, na Suíça. STIRNER, Max
  • 9. (1806-1856) Pseudônimo do pensador alemão Kaspar Schmidt, nascido na Baviera, Alemanha, em 1806, filho de um artesão. De 1826 a 1828 estudou em Berlim, onde foi aluno de Hegel e Feuerbach, tendo voltada a essa universidade de 1832 a 1834. A partir de 1842 fez parte do círculo de intelectuais radicais Jovens Hegelianos que se reunia em torno de Arnold Ruge e Bruno Bauer, que tanto influenciaram Marx e Bakunin. Foi nas reuniões desse grupo que Engels o conheceu. Professor solitário, escreveu O Falso Princípio da Nossa Educação que seria publicado em 1842 por Marx na revista do grupo A Gazeta Renana. Seria no entanto O Único e sua Propriedade, publicado em 1884, que o iria tornar famoso, transformando-o no teórico do anarquismo individualista. Um dos alvos da crítica de Marx e Engels no livro A Ideologia Alemã seria Stirner, que rapidamente, no entanto, acabaria esquecido, vindo a ser redescoberto mais tarde por Henry Mackay. Sua vida, marcada pela pobreza e pela tragédia, certamente contribuíram para a elaboração de um pensamento que tem como centro o indivíduo solitário: o único que não deve sujeição a nada nem a ninguém. Seu livro valeu-lhe a celebridade e o escândalo: implodia com convenções, moral, mas também toda a doutrina social, política e filosófica de seu tempo. Ao afirmar: "livre não o sou em nenhum Estado" ou "todo o Estado é despótico". No entanto, sua idéia de um "eu" absoluto, mesmo quando ligada à sua concepção de um associativismo de egoístas, estava longe das idéias e valores que se expressaram no anarquismo social e mesmo
  • 10. no individualismo anarquista posterior. Stirner que se definia como Único, certamente o foi como pensador radical original, e nesse sentido é difícil classificá-lo, mesmo que por seu anti- estatismo e espírito herético era um libertário. O pensamento de Stirner no movimento anarquista teve uma influencia limitada, ganhando sua obra uma maior divulgação a partir de 1888, quando o poeta anarquista John Henry Mackay, escreveu sua biografia e algumas obras onde divulgava o anarquismo individualista. A partir de então suas teorias cativaram alguns círculos libertários alemães, norte-americanos e especialmente do individualismo francês, muito ativo no final do século XIX e começo do século atual. Morreu esquecido e na miséria aos 49 anos, a 25 de julho de 1856. TOLSTOI, Liev (1828-1910)
  • 11. Este genial escritor russo nasceu em 1828 em Iasnaia Poliana. Filho de uma importante família ligada aos Czares, ficou órfão ainda criança. Entrou na Universidade de Kazan onde estudou línguas orientais e direito. Em 1847, por herança tornou-se senhor de vastas terras em Iasnaia-Poliana. Depois de ter servido no exército, em 1856, viajou pela Europa visitando vários países, regressando então à sua terra natal para administrar suas terras e dedicar-se à literatura. Em 1861, voltou novamente a França para visitar seu irmão que se estava doente aproveitando para se encontrar com Proudhon. Com uma vida pessoal cheia de conflitos e uma personalidade dividida, Tolstoi aproximou-se, gradualmente, de uma posição pacifista e anarquista, recusando toda a forma de governo e poder. Na sua terra natal criou uma escola marcadamente libertária, próxima das experiências de Ferrer e da Escola Moderna, tendo pessoalmente escrito os livros usados na escola. Seus textos autobiográficos A Minha Confissão e Qual é Minha Fé foram apreendidos mas, mesmo assim, tiveram ampla difusão clandestina. Perseguido e excomungado pela Igreja, seus últimos anos são de engajamento social. Os escritos filosóficos influenciaram o aparecimento de comunidades e de uma corrente de anarquismo cristão, sobretudo em França, Holanda e EUA. Exerceu também, juntamente com Kropotkin e Thoreau, forte influência sobre um dos mais importantes pacifistas modernos: Gandhi, com quem chegou a manter correspondência. Faleceu em 1910. KROPOTKIN, Piotr
  • 12. (1842-1921) Escritor, filósofo e militante anarquista russo, nascido na nobreza russa em Moscou, em 1842. Depois de passar pelo Corpo de Pagens, já oficial, foi para a Sibéria onde realizou importantes levantamentos geográficos. Desligou-se do exército e tornou-se geógrafo, tendo percorrido a Sibéria e a Manchúria, onde pode conhecer de perto miséria dos povos sujeitos ao Czarismo. Em 1872, realizou uma viagem à Bélgica e à Suíça, onde entrou em contato com os anarquistas da Federação do Jura, tendo-se filiado na AIT. De volta à Rússia, começou uma militância em grupos clandestinos, o que o levaria aos cárceres czaristas. Depois de uma fuga espetacular, exilou-se no Ocidente, tendo retomado seus contatos com os anarquistas suíços, fundando e editando em Genebra, em 1879, o jornal Le Révolté, até ser novamente preso na França, em 1882. Libertado em 1885, depois de um amplo movimento de intelectuais e cientistas, entre os quais Herbert Spencer, Ernest Renan e Victor Hugo, refugiou-se na Inglaterra. Conviveu com os principais intelectuais da sua época e foi colaborador da Geographical Society. Em alguns de seus livros, Kropótkin tentou buscar uma base científica para o pensamento anarquista. E, se de sua pesquisa saíram trabalhos que ainda hoje desafiam o leitor, certamente incorreu também no erro de um racionalismo e otimismo científico típicos da sua época. Mas, foi certamente como propagandista revolucionário, que Kropótkin se tornou o mais traduzido e lido de todos os pensadores libertários. Seus livros faziam parte da biblioteca dos camponeses e operários em quase todos os países. Palavras de um Revoltado, Aos Jovens, Ética, O Estado e seu Papel na História tiveram
  • 13. edições em inúmeras línguas e em todos os continentes. O seu verbete sobre o anarquismo publicado na edição da Encyclopaedia Braitannica de 1910 é, até hoje, uma das mais bem elaboradas definições. Voltou à Rússia durante a Revolução de 1917. Crítico do autoritarismo comunista, escreveu a Lenin em março de 1920, denunciando a evolução autoritária que estava ocorrendo, divulgando, em junho, uma carta aberta aos trabalhadores do ocidente onde alertava para a evolução da Revolução Soviética. Em 21 de dezembro, voltou a fazer novas críticas em carta enviada ao dirigente comunista. Morreu em 8 de fevereiro de 1921. Seu funeral foi a última grande manifestação pública do anarquismo russo. Entre os seus principais livros estão A Conquista do Pão, Apoio Mútuo, Campos, Fábricas e Oficinas, Ética Anarquista e A Grande Revolução. VASCO, Neno (1878-1920) Advogado, jornalista e escritor anarquista, nascido em Portugal a 9 de maio de 1878. Seu nome era Gregório Nazianzeno Moreira de Queirós e Vasconcelos, mas ficaria conhecido por Neno Vasco. Fez parte do grupo de estudantes da Universidade de Coimbra que aderiram ao anarquismo no começo do século. Formado em direito, emigrou para o Brasil em 1901, para se juntar a seu pai. Em São Paulo logo entrou em contato com anarquistas como Benjamim Mota, Ricardo Gonçalves e os libertários italianos. Participou então da edição de O Amigo do Povo, que começou a circular em 1902. Algum tempo depois lançou a revista Aurora. Este movimento editorial haveria de contribuir para o crescimento da influência libertária nos meios operários. Nas páginas da Voz do Trabalhador travou uma polêmica sobre as relações entre anarquismo e sindicalismo, que é fundamental para entender a forma como os libertários se situaram face ao movimento operário e suas organizações. Em 1911, regressou a Portugal onde continuou a desenvolver sua militância anarquista, colaborando com a imprensa anarquista brasileira como correspondente. Na revista anarquista portuguesa A Sementeira escreveu sobre a situação social no Brasil. Neno Vasco, licenciado em direito, intelectual brilhante, um dos mais influentes militantes libertários de Portugal e do Brasil, morreu de tuberculose e pobre em 1920, no norte de Portugal. O seu principal livro é A Concepção Anarquista do Sindicalismo, publicado em 1923 pela editorial do jornal anarco-sindicalista A Batalha e re-editado em 1984.
  • 14. MALATESTA, Errico (1853-1932) Principal pensador anarquista italiano, nasceu em 1853 no sul de Itália, filho de uma família abastada. Desde jovem se iniciou em atividades contestatárias, que provocaram sua prisão em 1868 e a suspensão na Universidade de Nápoles, onde estudava medicina, em 1870. Em 1871 aderiu à Associação Internacional dos Trabalhadores e no ano seguinte conheceu Bakunin por ocasião do Congresso de Saint Imier, tendo esta relação tido uma influência decisiva em toda a sua militância anarquista posterior. Juntamente com Cafiero e outros militantes, em 1877, preparou o movimento "Levante de Benevento", que se tornou legendário na luta social italiana, quando um grupo anarquista percorreu essa região do sul de Itália distribuindo armas à população e queimando os arquivos públicos, declarando o comunismo libertário. Devido à sua militância libertária passou várias vezes pelas prisões.
  • 15. Na Congresso Anarquista de Londres de 1881 propôs a criação de uma Internacional Anarquista. Em 1885 exilou-se na Argentina, onde com os primeiro núcleos anarquistas desenvolveu uma ativa propaganda das idéias anarquistas, tendo publicado o jornal bilingüe Questione Sociale. Regressou à Europa em 1889 instalando-se em França, donde teve de partir para a Inglaterra. Tal como muitos outros militantes, também Malatesta desenvolveu atividade revolucionária em diferentes países: Egito, França, Bélgica, Argentina e Espanha são alguns dos países onde esteve. Em 1914, durante a Primeira Guerra Mundial foi um dos defensores do internacionalismo contra os que defendiam - mesmo dentro do anarquismo - o envolvimento com uma das facções beligerantes. Seu jornal Umanità Nuova tinha uma tiragem de 50.000 exemplares e era um dos animadores do anarco-sindicalismo italiano da USI. Morreu em 22 de julho de 1932 em pleno advento do fascismo sob liberdade vigiada. Uma das principais brigadas anarquistas da resistência italiana levou o seu nome. PARSONS, Lucy (1853-1942)
  • 16. Militante operária e anarquista americana. Segundo seu depoimento seria filha de mãe mexicana e de um índio e após ficar órfã aos três anos foi levada para um rancho do Texas onde foi criada por um tio. Alguns pesquisadores, no entanto, acreditam que Lucy era filha de escravos do Texas. Em 1870, conheceu Albert Parsons, um ex-soldado confederal que se veio a tornar um republicano radical e mais tarde militante anarquista. Forçados a sair do Texas pelo seu casamento inter-racial foram para Chicago onde logo se ligaram aos setores revolucionários que começavam a desenvolver o movimento sindical. A partir de 1878 Lucy colabora no jornal O Socialista, a partir daí torna-se uma escritora e agitadora com um papel decisivo na organização operária de Chicago. Em 1883 foi uma das fundadoras da International Working People's Association (IWPA), uma importante organização anarquista internacionalista e defensora da ação direta que se distinguia por defender a igualdade das mulheres e dos negros. Lucy além de militar na organização era uma colaboradora regular do seu jornal O Alarme, onde apelava à ação direta contra os ricos e os poderosos. Muitos dos seus artigos tratavam também da questão do racismo e da discriminação defendendo a necessidade dos negros se integrar à luta social contra o capitalismo. Em 1886 a IPWA foi uma das organizações que desencadeou a greve geral em defesa das 8 horas de trabalho no primeiro de maio, que levou aos acontecimentos da Praça Haymarket e ao famoso processo dos Mártires de Chicago em que a justiça americana condenou à morte de três conhecidos militantes operários e anarquistas, entre os quais o Albert Parsons. Após o enforcamento do seu marido, manteve uma presença ativa no movimento operário e anarquista, participando em 1905 da fundação da confederação sindical revolucionária IWW e colaborou no jornal O Libertador. Nos anos 30, no contexto da avanço do nazi-fascismo, decidiu aderir ao Partido Comunista. Lucy Parsons morreu no incêndio da sua casa em 1942, após meio século de intensa militância, onde se destacou como uma das mais importantes mulheres do movimento operário e anarquista americano. Seus livros e documentos pessoais foram apreendidos arbitrariamente pela polícia após o incêndio. GOLDMAN,Emma
  • 17. (1868-1940) Anarquista russa, nascida na Província de Kovno, a 27 de junho de 1868. Em 1882 foi com seus pais para São Petersburgo. Aos dezassete anos, influenciada pelo movimento intelectual russo no sentido de ir para o povo, tornou-se operária. Emigrou para os Estados Unidos em 1886, instalando-se em Rochester, onde acompanhou as lutas operárias pelas 8 horas de trabalho, que provocaram o enforcamento dos quatro militantes anarquistas de Chicago em 11 de novembro de 1887. Esse fato e a relação com ativistas como Joana Grei, J. Most e Voltarine de Cleyre, levaram Emma Goldman a aderir ao anarquismo. Mudou-se para Nova York onde iniciou sua atividade militante, sendo presa várias vezes. Em 1893 cumpriu um ano de prisão. Oradora famosa, foi uma das principais agitadoras anarquistas dos EUA, tendo sido a fundadora da importante revista libertária Mother Earth. Amiga e companheira de Alexander Berkman, lutou durante 14 anos pela sua libertação, o que só veio a ocorrer em 1906. Em 1919 foi expulsa junto com Berkman e mais de duzentos revolucionários para a Rússia. Mas logo foi obrigada a abandonar esse país por discordar dos métodos autoritários dos
  • 18. comunistas. Viajando pela Europa e Canadá fez conferências onde denunciou a repressão que se iniciava na Rússia. Com o começo da Revolução Espanhola, vai para Barcelona em 1936, percorrendo a Espanha em ações de agitação e apoio à causa revolucionária. Em Londres ajudou a fundar um grupo de coordenação da ajuda a Espanha. Lutadora da causa operária, defensora dos direitos da mulher e adepta do amor livre, Emma Goldaman, deixou seus escritos espalhados por inúmeras publicações de todo o mundo. Seus principais livros são Living My Life, Anarchism and Other Essays e Puritanismo e Outros Ensaios. Morreu em 14 de maio de 1940, aos setenta anos em Toronto, Canadá tendo sido sepultada em Chicago junto aos militantes operários assassinados no século XIX. CLEYRE, Voltairine de (1869-1912)
  • 19. Ativa militantes e agitadora anarquista americana. Nasceu em 17 de novembro de 1869, em Michigan. Filha de um livre pensador de origem belga – seu nome é homenagem a Voltaire – foi educada num colégio católico no Canadá, de onde fugiu. Iniciou sua militância social como livre-pensadora, tornando-se anarquista na seqüência dos acontecimentos do Primeiro de Maio de 1886, em Chicago. Amiga do pensador anarquista Dyer Lum e de Emma Goldman, quando esta foi processada por sua militância em 1893, Voltairine escreveu o ópusculo Em Defesa de Emma Goldman do Direito de Expropriação. Em 1897 esteve em França e na Inglaterra, conhecendo em Londres Kropotkin e o grupo editor do jornal Freedom, estabelecendo também contato com os exilados espanhóis. Colaboradora da imprensa anarquista, principalmente da revista Mother Earth, escritora de mérito, conferencista famosa, percorreu os EUA fazendo propaganda das idéias libertárias. Muitas das traduções de obras anarquistas editadas nos EUA no final do século XIX, são de sua autoria. Depois de vinte e cinco anos de militância, Voltairine de Cleyne morreu aos 46 anos de idade, em junho de 1912, em Chicago, devido a um ferimento resultante de uma tentativa de assassinato anos antes. READ, Herbert (1893-1968) Poeta e crítico de arte anarquista, nasceu em 1893 em Yorkshire, Inglaterra de uma família de agricultores. Foi conservador do Victoria and Albert Museum de Londres e professor de Arte na Universidade de Edimburgo, Cambridge, Liverpool, Londres e Harvard. Aproximou-se do anarquismo a partir de leituras de Kropotkin, Bakunine, Tolstoi e Ibsen. Seus livros Poesia e Anarquismo (1938), Educação pela Arte (1943), Arte e Alienação (1967), Filosofia do Anarquismo (1940), O meu Anarquismo (1966), explicitam a filosofia dum intelectual culto e irrecuperavelmente anarquista. Seu pacifismo e suas idéias sobre educação libertária, tornaram-no um dos autores anarquistas mais atuais. Herbert Read gostava de afirmar: "Uma civilização que, de maneira sistemática, recusa o valor da imaginação e a destrói, está condenada a soçobrar numa barbárie cada vez mais profunda".
  • 20. Morreu em 1968. MOURA, Maria Lacerda (1887-1945) Professora, jornalista e escritora anarquista, nascida em Minas Gerais a 16 de maio de 1887. Desde cedo se interessou pelo pensamento social e pelas idéias anticlericais. Formou-se na Escola Normal de Barbacena, em 1904, começando a lecionar nessa mesmo escola. Inicia então um trabalho junto das mulheres da região, incentivando um mutirão para construção de casas populares para a população carente da cidade. Fundou a Liga Contra o Analfabetismo, e como educadora adotou a pedagogia libertária de Ferrer. Após de mudar para São Paulo, começou a dar aulas particulares e a colaborar na imprensa operária e anarquista brasileira e internacional. No jornal A Plebe escreveu principalmente sobre pedagogia e educação. Ativa conferencista, tratava de temas como educação, direitos da mulher, amor livre e antimilitarismo, tornando-se conhecida não só no Brasil, mas também no Uruguai e Argentina onde foi convidada por grupos anarquistas. Em fevereiro de 1923 lançou a revista Renascença, uma publicação cultural que foi divulgada no movimento anarquista e entre setores progressistas e livre-pensadores. Pode ser considerada uma pioneira das principais pioneiras do feminismo no Brasil e uma das poucas que se envolveu com o movimento operário e sindical. Entre seus livros destacam-se: Em torno da educação; A Mulher Moderna e o seu papel na Sociedade Atual; Amai e não vos Multipliqueis; Han Ryner e o Amor Plural. MONTSENY, Federica (1905-1994) Militante anarquista espanhola.
  • 21. Nasceu em Madri filha de dois dos mais conhecidos anarquistas catalães Joan Montseny (Federico Urales) e Teresa Mané (Soledad Gustavo), fundadores em 1898 de uma das mais importantes publicações do anarquismo ibérico, a Revista Blanca. Desde cedo Federica Montseny militou na CNT, tornando-se famosa como oradora, ao mesmo tempo que colaborava com as atividades editoriais de sua família. Em 1930, passa a viver com o também militante anarquista Germinal Esgleas. A partir de 1936 integra o comitê regional da CNT e o comitê pninsular da FAI. Durante a Revolução foi escolhida para integrar o Governo Republicano como ministra da saúde. Esta participação embora tenha obtido um amplo apoio do movimento, gerou polêmica e divisões entre os anarquistas. Durante o tempo em que foi ministra aprovou uma lei legalizando o aborto. Com a derrota exilou-se em França, onde esteve várias vezes presa. Foi uma personagem central do Movimento Libertário no exílio, mantendo ao longo de toda a sua vida uma atividade militante, fazendo parte do grupo que se opôs ao frentismo e colaboracionismo político. No entanto, contraditóriamente, mereceu críticas, entre setores das Juventudes Libertárias, por se opor às tentativas de manter atividades clandestinas em Espanha, principalmente ações armadas. Faleceu em Toulouse (França) a 14 de janeiro de 1994. BOOKCHIN, Murray (1921-2006) Pensador e militante anarquista contemporâneo, nascido nos EUA em 1921, filho de operários de origem russa, militantes da IWW. Depois de ter sido militante comunista, rompeu nos anos 50, com o marxismo-leninismo, influenciado pela Revolução Espanhola e pela Revolução Húngara de 1956. A partir daí, tornou-se anarquista, sendo considerado hoje um dos principais teóricos do pensamento libertário. Ligado aos movimentos alternativos, participou das lutas dos anos 60 pelos direitos civis e contra a guerra do Vietnã. Em 1968 foi para Paris, onde acabou participando das lutas de maio. Sua reflexão centra-se sobre a ecologia social, os problemas urbanos e a implantação de um municipalismo libertário, sendo seu primeiro livro sobre ecologia de 1962. Foi professor da Alternative University de Nova York e fundador do Institut For Social Ecology.
  • 22. Editor da revista Anarchos, Bookchin é o exemplo de intelectual independente, capaz de conciliar uma militância social com uma reflexão crítica. Entre os seus principais livros destacam-se El Anarquismo en la Sociedad de Consumo, Remaking Society, Listen, Marxist e Third Revolution. CHOMSKY, Noam (1928- ) Importante lingüista contemporâneo, nascido em 1928 nos EUA, filho de pais ucranianos, é também um dos mais lúcidos e críticos pensadores contemporâneos. Desde cedo relacionou-se com círculos judeus anarco-sindicalista e ainda criança manifestou sua solidariedade com a Revolução Espanhola. Nos anos 60, já famoso por suas pesquisas na área de linguística, envolveu-se no movimento de oposição à guerra do Vietnã. Mesmo sendo hoje o mais citado e conhecido pensador americano, Chomsky é marginalizado pelos grandes meios de comunicação dos EUA. Não é por acaso, um dos temas que tem
  • 23. estado no centro de sua pesquisa nas últimas décadas, tem sido o poder manipulatório dos mass media, da grande imprensa à televisão. Atento observador da cena internacional, Chomsky tem tido posições solidárias e críticas em todas as situações de conflito internacional, do Vietnã, à América Latina, da Palestina a Timor. Libertário, conhecedor da história do anarquismo, Noam Chomsky afirma-se como um partidário da tradição federalista e de auto-governo. Atualmente é diretor do Departamento de Línguas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Entre os seus livros mais importantes encontram-se Ilusiones Necesarias: Controle del Pensamiento en las Sociedades Democraticas, Radical Priorities, 501: A Conquista Continua e Novas e Velhas Ordens. ©2000,2006 - Arquivo de História Social Edgar Rodrigues Versão para eBook eBooksBrasil __________________ Abril 2000 Proibido todo e qualquer uso comercial. Se você pagou por esse livro VOCÊ FOI ROUBADO! Você tem este e muitos outros títulos GRÁTIS direto na fonte: eBooksBrasil.org Versões para pdf e eBooksLibris eBooksBrasil.org __________________ Março 2006 eBookLibris © 2006 eBooksBrasil.org