Este relatório resume os resultados de uma missão de avaliação e monitoramento dos programas de rádio sobre saúde reprodutiva nas rádios comunitárias parceiras do UNFPA na Guiné-Bissau. A missão constatou que os programas de rádio estão sendo difundidos, embora com menos frequência em algumas rádios. Foram identificadas necessidades de equipamentos de produção e capacitação contínua dos produtores. Recomenda-se que o UNFPA continue apoiando as rádios com equipamentos e que clarifique o uso dos fundos
1. REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU
COORDENAÇÃO NACIONAL
RELATÓRIO DE SEGUIMENTO E AVALIAÇÃO DO IMPACTO DAS
MENSAGENS DOS PROGRAMAS RADIOFONICOS SOBRE A SAUDE
REPRODUTIVA NAS RADIOS COMUNITARIAS PARCEIRAS DO UNFPA
PARCERIA: PTA/SR/UNFPA – CICS/INASA - REJOPOD
JUNHO DE 2010
2. 1. Introdução
Na sequência da proposta conjunta apresentada pela CICS/INASA e REJOPOD no âmbito
do apoio que as rádios comunitárias beneficiam do PTA/SR/UNFPA através dos Serviços da
Saúde da Família do Ministério da Saúde Publica na componente reforço das capacidades
institucionais e mediatização das actividades do PTA realizou-se de 25 de Maio a 2 de
Junho de 2010, uma missão conjunta de seguimento e avaliação do impacto das
mensagens dos programas radiofónicos sobre a saúde reprodutiva nas rádios comunitárias
parceiras do UNFPA.
2. Objectivos da Missão no Terreno
1. Fazer seguimento e monitoramento das emissões dos programas radiofónicos
sobre Saúde Reprodutiva nas Rádios Comunitárias parceiras.
2. Auscultar os produtores e apresentadores dos programas SR sobre as suas reais
necessidades em matéria de produção radiofónica;
3. Identificar os principais factores de constrangimento (internos e externos) que
obstaculizam a produção e difusão de mensagens de SR de qualidade;
4. Avaliar o nível de participação comunitária e de parceiros vocacionados na
produção de programas de SR e medir o impacto das mensagens radiodifundidas e
as mudanças verificadas nas regiões sanitárias cobertas através de inquérito de
opinião.
3. Seguimento dos Programas Radiofónicos da SR
De conformidade com a programação, a missão deslocou-se as rádios comunitárias
parceiras tendo constatado que todas as rádios que participaram nas duas formações
difundem o programa SR. Muito embora essa difusão em algumas rádios já não é
frequente. Primeiro, fizeram emissões especiais relativamente as suas participações nos
referidos seminários, usando o material recolhido na abertura e encerramento dos mesmos
e entrevistas diversas. Segundo, através dos fundos que recebem do PTA SR/UNFPASSR/MINSAP para subsidiar a produção do programa SR no terreno. Contudo, em algumas
rádios, os produtores quando não são directores ou administradores da Rádio não sabem
dos fundos e consequentemente não recebem subsídios do programa SR.
4. Avaliação dos Programas Radiofónicos da SR
Tal como se pretende, essa avaliação visa essencialmente ilustrar a colaboração entre a
equipa de produção do programa SR das rádios parceiras com os responsáveis de saúde
das respectivas áreas sanitárias de um lado, e do outro, com os parceiros locais que
intervêm no domínio da saúde e a própria população durante a recolha de informação ou
entrevistas nas tabancas.
4.1. Participação Comunitária na Produção de Programas
3. Nesse capítulo, nota-se de facto um envolvimento comunitário aceitável na produção
radiofónica sobretudo nas entrevistas, cartas e em alguns casos chamadas telefónicas
dirigidas ao programa em relação aos primeiros anos de parceria.
No entanto, as queixas que outrora foram apresentadas pelas rádios pela não concessão
de entrevistas ao programa SR por parte de alguns técnicos de saúde das áreas sanitárias
cobertas foram ultrapassadas graças as intervenções durante as supervisões ao nível
central e dos directores regionais de saúde que orientaram o pessoal da saúde para uma
maior colaboração com as rádios comunitárias e sobretudo de aproveitarem no máximo a
parceria existe para uma maior disseminação de informações mas sobretudo para a
sensibilização e mobilização social para a mudança de atitudes, hábitos, praticas e
comportamentos da população em relação aos problemas da saúde que os afectam.
Relativamente aos parceiros locais, também observa-se a colaboração, por exemplo, a
ONG TOSTAN e a organização Effective Intervention patrocinam programas de saúde nas
rádios comunitárias das zonas das suas intervenções aproveitando capacidades,
habilidades e experiências acumuladas dos Jornalistas formados pelo PTA SR/UNFPASSR/MINSAP.
4.2. Impacto das Mensagens Radiodifundidas e Mudanças Verificadas
É verdade que a mudança de comportamento, hábitos e práticas da população a sua
percepção é relativa e depende do tipo de avaliação. Neste caso concreto, trata-se da
saúde reprodutiva e das componentes conexas utilizando o inquérito de opinião do
grande público por meio rádio. Mesmo assim, dos vários problemas sociais com que se
confrontam as populações rurais mormente a saúde reprodutiva, em certos casos nota-se
algumas mudanças positivas graças as intervenções bem sucedidas no concernente a
procura dos serviços de saúde para tratamento médico e planeamento familiar. Noventa
por cento (90%) de homens e rapazes abordados pela missão confirmaram que escutam as
emissões de rádio e fazem o PF sendo eles mesmos autorizando e acompanhando as suas
esposas e namoradas aos centros de saúde quando doentes, grávidas ou para fazer
planeamento familiar mas são eles que indicam a escolha do método e de preferência a
pílula e Jadelle em detrimento do DIU e o uso de preservativos.
Também cerca de oitenta por cento (80%) das mulheres e raparigas entrevistadas
confirmaram terem sidas acompanhadas pelos maridos ou namorados mas revelaram
casos chocantes de violência física e psicológica quando houver a alteração do método
previamente indicado pelo marido ou namorado em casa. Quer dizer que as alterações
posteriores do uso do método sem consentimentos são severamente punidas. Tudo isso
significa que as mensagens radiodifundidas são escutadas muito embora encontraram
resistências nos factores sócios culturais e religiosos que não favorecem reacções
imediatas nas famílias e nas comunidades. Portanto, das opiniões recolhidas e das
4. constatações verificadas notou-se que alguns progressos foram alcançados em termos de
adesão as iniciativas comunitárias de saúde reprodutiva das populações das regiões de
intervenção do PTA SR/UNFPA e na procura da medicina moderna.
5. Necessidades em Materiais de Produção de Programas
Foi em 2003 e 2004, que o UNFPA apoiou algumas rádios comunitárias com motorizadas
de marca Honda 125 e com gravadores de reportagens e de montagem de registos bem
como os fundos para aquisições de consumíveis (pilhas, cassetes, combustível) e subsídios
de deslocação de repórteres para as tabancas. Passados sete (7) anos depois todos esses
materiais e equipamentos encontram-se quase na sua generalidade fora de uso e alguns
também foram mal parados. Pelo que a missão em todas as rádios que percorreu os
materiais que restam já não oferecem qualidade de serviço.
Daí que os futuros apoios as rádios comunitárias devem concentrar-se nos materiais de
produção de qualidade e de longa duração mas sobretudo do uso fácil no terreno. E esses
materiais devem constituir-se de:
a) Gravadores de reportagem de duas a quatro pilhas pequenas e de porte de cassetes
normais ou digitais com entrada de microfone exterior;
b) Gravadores “turbo bass” dupla cassete de seis a oito pilhas grandes para montagem de
registos ou Decks dupla cassete,
c) Cassetes virgens, CD’s virgens e pilhas alcalinas pequenas e grandes,
d) Computadores de mesa e respectivos acessórios incluindo Pen Drive.
e) Microfones exteriores;
f) Motorizadas ou bicicletas;
6. Dificuldades
Varias foram as dificuldades apresentadas pelas rádios desde simples gravador de
reportagem até meio de deslocação as áreas sanitárias longínquas. Outras ainda são, de
combustível e equipamento de montagem de registos, etc. Mesmo recorrendo aos
Estatutos e Regulamentos Internos das rádios existem sempre bloqueios entre as direcções
e o pessoal menor. Portanto, nas conversas com alguns produtores outros confessaram de
que nunca souberam que o programa que apresentação recebe fundos do PTA SR/UNFPA
facto que não recebem subsídio em termos de pagamento pelos serviços prestados. Notase portanto, a falta de informação entre as direcções e o produtor e apresentador do
programa SR quando ele não faz parte da direcção.
Em relação a produção propriamente dita, como já se referiu, não há uma única rádio
parceira que exibiu a missão um gravador de reportagem da pertença do programa SR o
que significa que quando a programação se coincidir com a reportagem agendada pela
Direcção da rádio sacrifica-se o programa SR por não dispor de gravador especificamente
para o seu trabalhado dependendo da agenda da direcção da rádio. Isso também verifica-
5. se nas prioridades da régie técnica na montagem dos registos magmáticos (R/M’s) das
entrevistas feitas pelo programa SR.
Muito embora os produtores do programa SR são facultados de suportes de memorias
quer dizer, manuais de todos temas abordados nas formações, carecem ainda de
habilidades na pesquisa de informação para diversificação de fontes e actualização de
dados ou simplesmente limitam o trabalho naquilo que têm nas mãos e não aproveitam as
mensagens dos cartazes, dos desdobráveis alguns até fornecidos as rádios e de outras
fontes diversas.
7. Recomendações
Recomenda-se o seguinte:
1. Que doravante o PTA SR/UNFPA através da REJOPOD informa os produtores e
apresentadores do programa SR das rádios parceiras sobre os critérios da utilização
dos fundos recebidos pela Rádio.
2. Que o PTA SR/UNFPA apoia as rádios parceiras em materiais e equipamentos de
produção de programa SR revertendo-se em custos de antena (transmissão) dos
mesmos.
3. Que se clarifique no protocolo de parceria a utilização de materiais e equipamentos
do programa SR devendo ser do uso exclusivo do produtor e apresentador do
programa sob a directa supervisão da direcção de rádio.
4. Que haja a continuidade de formação rotativa para troca de experiências entre as
rádios parceiras.
Bissau, 4 de Junho de 2010
Pela CICS/MINSAP
Jean Pierre Umpeça
Especialista em CICS
Pela REJOPOD
Jornalista Cipriano D. Sanca
Coordenador Nacional/REJOPOD
E-mail: ciprianosanca@hotmail.com
ou
rejopod@hotmail.com
Telemóveis: 661 33 64
-
532 70 16
6. LISTA NOMINAL DOS PRODUTORES E APRESENTADORES DO PROGRAMA SR
Nº
NOME E
FUNÇÃO
ORGÃO
SEDE
APELIDO
CONTACT
O
1
Jaqueline Barreto
Produtora e Apresentadora de
Programa “Saudi pa tudu
djintis”
Produtor e Apresentador de
Programa “Homi ku saudi”
2
Ernesto Dja Nhace
3
Gil Suleimane
4
César Cumuca
5
Adulai T. Camará
6
Braima Balde
Produtor e Apresentador de
Programa “Saudi na tabanca”
7
Cida Nantcharé
Produtora e Apresentadora de
Prog.SR, Género e Desenvolvim.
8
Orlando O. Nhaga
9
Braima S. Camara
10
Miguel C. Lima
Produtor e Apresentador de
Programa “Saudi pa tudu
djintis”
Produtor e Apresentador de
Programa “Saudi pa tudu
djintis”
Produtor e Apresentador de
Prog. “Saudi di nô populaçon”
11
Djanystela Albino
12
José Mango
13
Wilson Pereira
14
Cândido Só
15
Sabino Có
Produtor e Apresentador de
Programa “Nô Saudi na
tabanca”
Produtor e Apresentador de
Programa “Saudi pa tudu
djuntis”
Produtor e Apresentador de
Prog. “Saudi di nô populaçon”
Produtora e Apresentadora de
Prog. “Nô tcholana cumpanher
pa um morança mindjor”
Produtor e Apresentador de
Programa “Viva saudi”
Produtor e Apresentador de
Programa “Saudi regional”
Produtor e Apresentador de
Programa “Saudi na tabanca”
Produtor e Apresentador de
Prog. “Saudi di nô populaçon”
Rádio
Comunitária
“Uler Abande”
Rádio
Comunitária
Sintchan Oco
Rádio
Comunitária
Papagaio
Rádio
Comunitária
Balafom
Rádio
Comunitária
Lamparam
Rádio
Comunitária
Wakelare
Rádio
Comunitária
“Voz Djalicunda”
Rádio
Comunitária
Viva Bula
Rádio
Comunitária
Kasumai
Rádio
Comunitária
“Voz de Quelele”
Rádio Jovem
Rádio Sol Mansi
Rádio
Comunitária
Bafata “RCB”
Rádio Gandal
Rádio
Comunitária
Lua Nova
Canchungo
(Reg. Cacheu)
661 92 22
Gabú
(Reg. Gabú)
667 91 89
Buba
Reg. Quinara
610 47 43
Ingoré
(Reg. Cacheu)
667 79 90
Iemberém
Reg. Tombali
654 87 17
Contuboel
(Reg. Bafata)
656 42 97
Djalicunda
(Reg. de Oio)
662 30 25
Bula
(Reg. Cacheu)
684 03 51
S. Domingos
(Reg. Cacheu)
678 53 63
Bissau
SAB
677 66 23
Bissau
SAB
678 78 64
Mansoa
(Reg. de Oio)
Bafatá
(Reg. Bafata)
665 73 29
Gabú
(Reg. Gabú)
Quinhamel
(Reg. Biombo)
682 01 64
664 08 36
671 73 78
7. AGENDA DA MISSÃO AS RADIOS COMUNITARIAS PARCEIRAS DO UNFPA
RADIOS COMUNITARIAS
SEDE
Rádio Comunitária Uler Abande
Canchungo
Rádio Comunitária Viva Bula
Bula
Rádio Comunitária Balafom
Ingore
Rádio Comunitária Kasumai
S. Domingos
Rádio Sol Mansi
Mansoa
Rádio
Comunit.
Voz
de Djalicunda
Djalicunda
Rádio Comunitária de Bafata
Bafata
Rádio Comunitária Wakelare
Contuboel
Rádio Comunitária Sintchan
Gabu
Oco
Rádio Comunitária Gandal
Gabu
Rádio Comunitária Papagaio
Buba
Rádio Comunitária Lamparam
Iemberm
Rádio Comunitária Voz de
Bissau
Quelele
Rádio Jovem
Bissau
Rádio Comunitária “Lua Nova”
Quinhamel
E-mail: ciprianosanca@hotmail.com
ou
rejopod@hotmail.com
REG. SANIT.
DATA DE MISSÃO
Cacheu
26 e 27 de
Maio/2010
Oio
28 de Maio/2010
Bafatá
Gabú
Quinara
Tombali
Bissau (SAB)
29 e 30 de
Maio/2010
31 de Maio e
1 de Junho/2010
2 de Junho/2010
Biombo
Telemóveis: 661 33 64
-
532 70 16