1. O documento discute a epistemologia da cultura midiática e como os processos midiáticos geram novas formas de conhecimento. 2. A mídia expandiu no pós-guerra com o crescimento da televisão e cinema, criando um novo campo interdisciplinar de estudos. 3. Os especialistas em mídia devem compreender criticamente como os meios de comunicação produzem efeitos de verdade e formas de poder.
2. Para uma lógica e filosofia do conhecimento:
gerado a partir dos processos midiáticos
Desde a origem: misto de desencantamento e
deslumbramento
Daí a expressão dos “apocalípticos e integrados” (ECO);
pós-guerra, segunda ½ sec.XX: expansão dos audiovisuais
Nasce o campo da comunicação audiovisual
Em distinção-extrapolação do campo do jornalismo
Do espaço público gerado pelos jornais e periódicos
à ambiência midiatizada ou aldeia global (Galáxia de
McLuhan)
3. Globalização: Comunicação Gobal: Tela
Total
Contexto das Ciências Novas: astrofísica;
engenharia genética; medicina nuclear
Comunicação séc. XXI: arte, sociedade,
cultura e tecnologia
As competências discursivas e o novo
mercado de trabalho
4. Reconhecimento e
legitimidade do campo da
comunicação
Interdisciplinaridade: produção
dos efeitos de verdade
As tecnologias do audiovisual
e as aparências de verdade
Evidências sociopolíticas,
históricas e culturais
O trabalho do comunicólogo e
a distinção social
As mídias e a geração de
formas de poder:
Como hegemonia, controle,
dominação;
E como potência libertária;
modalidades de produção e
partilha do saber
sobre-das-e com as mídias e
as mediações sociais
5. Distinção entre Mídia e
Comunicação
Processos midiáticos
(mercado) e processos
comunicacionais (academia)
O campo da comunicação: de
olho na complexidade
cognitiva e agregadora
Do fenômeno comunicacional
Comunicação = comunicatio =
comunitas (Sodré.
Antropológica do Espelho).
As estratégias midiáticas:
conceder visibilidade às
celebridades
e aos indivíduos comuns e
aos fatos cotidianos
Os processos midiáticos: são
forças e intensidades que
formam, deformam e
transformam os modos de
existência
6. O sentido dessa irradiação
depende de:
a) empenho dos agentes
sociais;
b) vontade (coragem) de criar;
c) habilidade em driblar os
obstáculos;
d) bom uso da razão
comunicativa
A qualidade da experiência
audiovisual depende de:
a) habilidade dos criadores e
condições técnicas de
veiculação;
b) componentes cognitivos,
ético-políticos dos
usuários- espectadores-
contribuintes-consumidores
como leitores-colaboradores-
cidadãos
7. A base da formação das
competências
cognitivas, discursivas e
operacionais:
Informações midiáticas: além
dos formatos impressos
e da comunicação
interpessoal e grupal;
cinema, artes do vídeo e
computador como
meios de irradiação de
informação e conhecimento.
Culturas líquidas, conceitos
provisórios
Cultura no plural (Michel de
Certeau):
Conjunto de dispositivos
mentais e físicos,
Cognitivos, tecnológicos etc;
Complexidade cultural (Morin):
Cultura humanística,
científica, técnica, religiosa etc
O campo de ação do
especialista em cultura
midiática.
8. Múltiplas portas abertas com as
TIC (Tecnologi@s.Midiáticas):
No plano psicológico (indivíduo) e
social (comunidades);
Autonomia e socialização: walking
man; câmeras portáteis;
Vídeo; gravador; controle-remoto:
Cultura das mídias: transfiguração
do ambiente
outrora dominado pela cultura de
massa.
Meios eletrônicos e digitais:
a) estímulos sensoriais e
cognitivos dos usuários;
b) dinâmica e agilidade no
trabalho:
investigativo (na escola e centros
de pesquisa)
operacional (nos mercados e
atividades profissionais).
9. Meios (pós)massivos: são
radares captando
As expectativas e
necessidades do publico
consumidor
Que sabe tirar proveito da
midiatização social.
Narrativas audiovisuais
estruturam o imaginário
nacional:
Telejornais; telenovelas;
esportes; filmes; propaganda;
reality e talk shows; imagens,
sons e textos da internet;
assim como as comunicações
interativas;
Isso se mescla com as
narrativas extra-midiáticas
cotidianas.
10. O papel da escola: reflexão
dos usos estéticos, cognitivos
e ético-políticos dos meios;
vetores de aprendizagem
entre a escola, a rua, o
mercado.
Barbéro & Canclini:
atualização dos estudos
culturais
Williams (grande revisão
conceitual a partir dos anglo-
saxônicos);
Crítica das noções de
imperialismo, colonização e
indústria cultural;
Featherstone (consumo); Said
(orientalismo); Bhabba (o local
da cultura);
Jameson (pós-modernismo);
Beatriz Sarlo (videoculturas
latino-americanas).
11. Da necessidade de Crítica das
Mídias
Estudos Críticos: paradoxos e
contradições da globalização
Baudrillard: pensamento radical:
simulacros e simulações
Crítica da sociedade de consumo
(mass media, sexo e lazeres);
E das mitologias contemporâneas
(mitoironias);
Muniz Sodré: transcendência da
teoria crítica da indústria cultural e
da teoria crítica da sociedade do
espetáculo;
Crítica de o “monopólio da fala”;
“máquina de narciso”; “ethos
midiatizado”,
E do “império do grotesco” (Sodré
& Paiva).
Estratégia dos especialistas em
comunicação audiovisual:
compreender e interagir com os
agenciamentos afirmativos e
Atuantes nas brechas dos
sistemas aparentemente
blindados
(Rede Globo, Record, Folha,
VEJA, UOL, Google)
12. 2. Mídias Radicais & cultura do espetáculo
Mecantilização e espetacularização do pensamento, vida e linguagem
Discursos e ações críticos, compreensivos, corajosos e indignados;
inteligentes, vigilantes e criativos.
Para além da “aldeia global”:
Wolton (elogio do grande público); Downing (Mídias radicais);
Trigueiro (“ativistas midiáticos”); Lemos (desmistificando a cibercultura);
Santaella (para entender as linguagens líquidas da cultura midiática);
Primo (para entender a blogosfera); Machado (a percepção
cinematográfica);
Marques de Melo (o grande sistematizador dos estudos de mídia e
comunicação).
13. O campo das mídias: (De Adriano Rodrigues e outros
autores ibéricos, lusitanos);
Artistas, pensadores, estetas, intelectuais:
Trabalho elaborado, olhar crítico e esclarecedor;
Métodos de interpretação e modalidades de conhecimento.
Papel dos Especialistas em cultura midiática:
(re)conhecer as informações midiáticas
como vetores de cognição e comunicabilidade
enfrentamento e utilização dos meios
como vetores de subjetividade e sociabilidade;
14. Função das escolas de (pos)graduação em Comunicação;
Fornecimento das bases epistemológicas para
traduzir as experiências sociais e suas interfaces midiáticas;
além de uma compreensão da ética, estética e linguagem
das mídias;
Um ambiente de leitura, debate e argumentação;
Elaboração do trabalho das noções conceituais:
advindas do pensamento teórico-metodológico; filosófico;
epistemológico; rigor e formalização do conhecimento
científico;
Não se confunda com o mero uso de uma “linguagem difícil”.
15. Característica básica da Cultura midiática:
conexões da oralidade, audivisibilidade e tecnicidade;
Da formação cultural massiva, excludente, vertical
a uma formação interativa, colaborativa
e verdadeiramente comunicacional
Atitude compreensiva, ação afirmativa geradora de
(des)envolvimento, uso de processos técnicos
como meios de intervenção na realidade;
conquista de autonomia, emancipação e inclusividade.
16. Contexto histórico:
Anos 70: revolução silenciosa
Estado Brasileiro: EMBRAFILME;
EMBRATEL; MOBRAL;
Geração de uma comunidade
imaginada
(cultura de massa, aldeia global &
integração nacional);
Vide crítica radical no filme Bye
Bye Brasil;
Uma aproximação da “segunda
pele do Brasil”
Anos 70: Demarcação de um
território de resistência
audiovisual
que alimentam hoje a cultura
midiática
Criação de artistas, intelectuais,
poetas, publicitários,
outsiders, visionários nos espaços
do cinema, teatro, jornalismo
e vídeos alternativos, de maneira
crítica e inventiva
através de processos de
desmontagem e remontagem
das formações tradicionais
17. vão constituir a substância da
cultura midiática nos anos 80
Anos de chumbo na política (Anos
Rebeldes)
& anos de ouro no mercado
Barateamento dos preços, dos
financiamentos e crediários
Facilitação do acesso e
popularização da tv no Brasil
Um país na tv; a tv brasileira em
três canais (KHEL e outros)
A moderna tradição brasileira
(Renato Ortiz)
Cultura-internacional-popular-de
massa
Leitura dos processos midiáticos
e atualização dos
Intérpretes da história da cultura
brasileira
(S.B. Holanda; Caio Prado Jr;
Gilberto Freyre)
Raízes e antenas do Brasil
(Cláudio Paiva).
Inclusão do dos meios
audiovisuais no
pensamento social e da vida
cultural
18. Para fazer uma crítica das
teorias críticas:
Função do especialista em
cultura midiática:
(re)pensar os usos das
mídias, na era da
sedimentação, cooperação e
mobilidade;
Perceber as transfigurações
estéticas, tecnológicas
e cognitivas.
As bases para uma
epistemologia da cultura
midiática
Arlindo Machado (Ilusão
especular; arte do vídeo;
Cinemas (pós-cinemas;
televisão levada a serio;
Máquina e Imaginário; O
sujeito na tela, modos de
enunciação
no cinema e no ciberespaço).
Vertente semioticista, lúcida e
perspicaz da cultura midiática;
19. Anos 80: A condição pós-moderna
Anos 90: A globalização cultural
Anos 2000: A cibercultura
Metástase e proliferação das imagens audiovisuais;
Além da era do radio, século do cinema, império da
televisão;
A convergência das mídias; o controle remoto; o zapping;
Processo cultural global: intersemiótico, intermidiático;
Geração de diferentes estilos de pensamentos, discursos e
ações na esfera cotidiana.
20. Liberação de um novo espaço público:
Uso inédito dos objetos técnicos, criações originais e
elaboradas;
Dispositivos portáteis, câmeras, projetores, celulares,
gravadores
Novas estratégias de comunicação interativa
Consumidores, leitores, cidadãos (Canclini)
Nebulosidade midiática e comunicacional: cultura das
mídias;
Configuração sociocultural em permanente transformação:
Estatuto de provisoriedade do conceito;
21. Uma epistemologia hermenêutica, interpretativa
crítica e compreensiva, reconhecendo o
conhecimento comum,
em diálogo com os saberes especializados;
uma filosofia e ciência do presente; um saber
ligado nos fatos
e acontecimentos da vida cotidiana,
com tudo o que estes tem de nômade, mutante e
transitório;
reveladores do espírito do tempo
22. 5. O poder das mídias e das identidades culturais
O pensamento comunicacional (Bernard MIEGE);
intensidades e brevidades das ocorrências midiáticas;
conexões com a lógica do vivido;
com a organicidade dos acontecimentos virtuais e presenciais;
positividades e evidências sensíveis;
DE olho na teia intersemiótica, politécnica e multicultural;
Relações entre os indivíduos e as mídias;
Um conhecimento aprofundado.
Redes tecnológicas e redes de sociabilidade,
E o poder da identidade (Castells);
Participação dos setores sociais ideológicamente minoritários
23. Muniz Sodré
História social da cultura brasileira sob influência da mídia;
Reconhecimento e crítica da tradição cultural;
Compreensão e crítica das culturas midiáticas;
O social irradiado (1992);
Sociedade, Mídia e Violência (2002);
Influências de Lasch; Baudrillard; Baudrillard:
Simulacros da democracia forjados pela mídia;
Crítica da simulação midiática
dos direitos, liberdades e igualdades;
Ética, educação, conhecimento,
e as estruturas tradicionais de socialização
Convivem com os processos mídiáticos
.
24. 6. Midiofobia x Midiolatria
Para uma contemplação dialógica da
cultura
Bakhtin (Problemas da poética de
Dostoievsky;
Marxismo e filosofia da linguagem;
O poder das mediações sociais e os meios
dominantes);
25. Carnavalização da cultura;
Subversão da ordem cultural dominante;
Como os modernistas: estética da antropofagia cultural;
Como os tropicalistas e o mange-beat;
Dias Gomes; Guel Arraes; Maria Adelaide Amaral;
Gilberto Braga; Aguinaldo Silva;
Migrações do livro ao vídeo e ao DVD;
O pagador de Promessas; Macunaíma; Bye Bye Brasil
O auto da Compadecida e o recente Tropa de Elite:
motores transgressivos, criadores, libertários
O poder da mídia é relativizado pelas modalidades de
conexões entre a oralidade,
a audiovisualilidade e a tecnicidade
26. Anos 80: surge um mercado editorial
vigoroso
Adauto Novaes: O olhar (1988); Rede
imaginária (1991) e Muito além do
espetáculo (2005): filosofia, sociologia,
antropologia:
irrigando os estudos da comunicação e
cultura audiovisual;
27. Filosofia e Ciência do
Imaginário: Bachelard;
Durand; Maffesoli;
Da sociologia da comunicação
à comunicação social;
O acontecimento
comunicacional mediado
pelos audiovisuais;
O imaginário e a força
simbólica das mensagens
Nas diversas ambiências da
vida cotidiana:
No cinema, no vídeo, na
publicidade, no ciberespaço,
Nos espaços intersticiais:
aeroportos,
shopping centers,
supermercados:
proliferação das tecnologias
da mobilidade;
O significado da cultura
midiática
vai depender do uso que
fizermos dela.
28. 7. Elementos de antropologia e
sociologia da comunicação
História das imagens e sua
inserção no percurso civilizatório
Regis Debray: Vida e Morte da
Imagem,
uma história do olhar no Ocidente
(1993);
o limite e o alcance do
conhecimento pela comunicação
audiovisual;
O cara´ter de reprodutibilidade
das imagens e sons,
No sentido econômico, técnico e
mitológico;
Desde os anos 90: uma farta
produção:
Ortiz; Ianni; Santos: cultura das
mídias, globalização,
aceleração e velocidade;
encurtamento da distâncias e
compressão do tempo.
29. Para concluir
Convivência de diferentes formações culturais;
Os suporte arcaicos e os ultratecnológicos;
Anos 90: os meios telemáticos:
mais uma camada semiótica e cognitiva
à cultura das mídias;
Velocidade terminal: dromologia (Virilio);
Dromoscopia (Balogh); dromocracia (Trivinho);
Instâncias fatias dos processos comunicacionais.
30. Experiências de compactação, miniaturização,
Mobilidade e teletransporte do dados, através das minimídias,
Mídias locativas: um novo sentido à ambiência comunicacional
Novos contextos locais e globais da experiência vivida:
Inserção de novos conceitos, metodologias e perspectivas.
As teorias das mídias digitais
respondem às circunstâncias emergentes:
blogs, flogs, microblogs, twitters, flickrs; as apreciações críticas:
mídias radicais (Downing); os ativistas midiáticos (Trigueiro); os
novos agenciamentos digitais: do chip ao caleidoscópio (Leão):
por uma melhoria da vida psíquica, política, sociocultural.
31. O texto na íntegra está disponível na
revista on line
Culturas Midiáticas
Programa de Pós Graduação em
Comunicação – UFPB
http://www.cchla.ufpb.br/culturasmidiaticas/
pdf/01/01_claudio.pdf