SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  83
Télécharger pour lire hors ligne
Panorama Energético de Sergipe
2014
Subsecretaria de Estado do Desenvolvimento Energético Sustentável
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
Aracaju-SE, dezembro de 2014
GOVERNADOR DO ESTADO
JACKSON BARRETO DE LIMA
SUBSECRETARIA DE ESTADO DOS RECURSOS ENERGÉTICOS E SUSTENTÁVEIS
JOSÉ DE OLIVEIRA JÚNIOR
Subsecretário de Estado dos Recursos Energéticos e Sustentáveis
SECRETARIA DE ESTADO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO
JOÃO AUGUSTO GAMA DA SILVA
Secretário de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão
LUCIVANDA NUNES RODRIGUES
Secretária Adjuntade Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão
MOACIR JOAQUIM DE SANTANA JÚNIOR
Subsecretário de Estado de Administração e Logística
FRANCISCO MARCEL FREIRE RESENDE
Superintendente de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas
Superintendente de Estudos e Pesquisas
GOVERNO DE SERGIPE
Ficha Técnica
Diretoria de Planejamento Participativo
FERNANDADOS SANTOS LOPES CRUZ
Diretoria de Pesquisas, Estudos eAnálises
MICHELE SANTOS OLIVEIRADÓRIA
Diretoria de Geografia e Cartografia
MÁRCIO DOS REIS SANTOS
Elaboração
SUDEN/SE
Equipe Técnica
ALAN JULIANO DAROCHASANTOS– SEPLAG
CARLOS HENRIQUE DOS SANTOS SILVA(ESTAGIÁRIO) - SEPLAG
ISABELMARIAPAIXÃO VIEIRA- SEPLAG
JOSÉ CLÁUDIO TEIXEIRAJÚNIOR- SUDEN
LUANADANIELLASILVAALMEIDA(ESTAGIÁRIA)– SEPLAG
MARIAEUGÊNIATORRES BRANCO- SUDEN
SIMONE SORAIASILVASARDEIRO- SEPLAG
TALITADE SOUZAMOTA(ESTAGIÁRIA)- SEPLAG
Planejamento Gráfico
WASHINGTON GÓES
Colaboração
SEDETEC
SEFAZ
SERGÁS
CASACIVIL
UFS
SERGIPETEC
Subsecretaria de Estado do Desenvolvimento Energético Sustentável
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
16
17
19
19
20
20
21
22
25
26
30
31
33
36
40
38
48
58
63
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Localização da Região Nordeste Brasileira
Figura 2 - Mapa de Limites e Pontos Extremos de Sergipe
Figura 3 - Mapa de Precipitação Média Total Anual em Sergipe (mm)
Figura 4 - Mapa Temperatura Média Compensada (°C) Anual
Figura 5 - Mapa Temperatura Máxima (°C) Anual
Figura 6 - Mapa Temperatura Mínima (°C) Anual
Figura 7 - Mapa de Direção e Velocidade dos Ventos
Figura 8 - Mapa Geológico de Sergipe
Figura 9 - Mapa Geomorfológico de Sergipe
Figura 10 - Mapa de Solos de Sergipe.
Figura 11 - Mapa de Recursos Minerais de Sergipe
Figura 12 - Mapa de Produção de Petróleo e Gás em Sergipe
Figura 13 - Mapa de Ocorrências Vegetais
Figura 14 - Mapa de Bacias Hidrográficas de Sergipe
Figura 15 - Mapa de Unidades de Conservação de Sergipe
Figura 16 - Mapa dos Territórios Sergipanos
Figura 17 - Mapa de Infraestrutura Sergipana
Figura 18 - Usina de Energia Eólica Barra dos Coqueiros
Figura 19 - Resumo simplificado do processo industrial da cana de açúcar
42
44
50
51
52
53
56
66
69
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Estatística de Crescimento da População de Sergipe
Gráfico 2 - População Residente urbana, por sexo e grupo de idade e
População Residente rural, por sexo e grupo de idade
Gráfico 3 - Evolução do estoque de empregos formais (em mil empregos)
Gráfico 4 - Participação no Valor Adicionado Bruto
Gráfico 5 - Percentual de Capacidade Instalada
Gráfico 6 - Capacidade Instalada da Região Nordeste
Gráfico 7 - Capacidade instalada de geração elétrica por tipo (MW)
Gráfico 8 - Produção de Eletricidade por estados da Federação
Gráfico 9 - Produção de energia por tipo (Elétrica)
Gráfico 10- Produção de energia por tipo
Gráfico 11 - Participação de Sergipe na produção de energia do Nordeste
Gráfico 12 - Produção de Energia da Usina Hidrelétrica de Xingó
Gráfico 13 - Comparativo entre Produção de Energia da Usina Hidrelétrica de
Xingó e a Vazão Média Anual do Rio São Francisco
Gráfico 14 - Produção de Etanol em Sergipe
Gráfico 15 - Produção de Petróleo Bruto em Terra e Mar
Gráfico 16 - Produção de Gás Natural por tipo
Gráfico 17 - Consumo de Energia Elétrica (2002 - 2012)
43
45
50
51
53
54
62
67
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
27
49
59
62
65
67
69
71
74
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Principais Recursos Minerais de Sergipe
Quadro 2 - Principais minas ativas de Calcário, Dolomito e Metacarbonato
Quadro 3 - Empreendimentos em operação em Sergipe.
Quadro 4 - Usinas em operação em Sergipe
Quadro 5 - Subestações localizadas em Sergipe
Quadro 6 - Produção da Indústria Sucroenergética no Nordeste
Quadro 7 - Produção de Etanol em Sergipe
Quadro 8 - Quantidade de poços produtores de Petróleo e Gás Natural
Quadro 9 - Reservas Provadas e Capacidade Instalada
Quadro 10 - Produção de Petróleo Bruto por tipo, 2003-2012
Quadro 11 - Produção de Gás Natural por tipo, 2003-2012
Quadro 12 - Produção de LGN - Líquido de Gás Natural (GLP e C5+)
Quadro 13 - Consumo Total de Energia Elétrica em Sergipe
Quadro 14 - Consumo de Energia Elétrica (2003 - 2012)
Quadro 15 - Venda de Combustíveis em Sergipe em m³
Quadro 16 - Evolução no consumo de Gasolina e Diesel em Sergipe
Quadro 17 - Distribuição dos Royalties por município em Sergipe em valores
Correntes
29
57
61
65
66
68
70
71
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
44
55
61
72
73
78
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - População Residente nos Estados Nordestinos
Tabela 2 - Geração de Energia por Estados do Nordeste
Tabela 3 - Produção de Energia da Usina Hidrelétrica de Xingó e Vazão Média
Anual do rio São Francisco
Tabela 4 - Área Plantada com cana de açúcar no Nordeste
Tabela 5 - Produção de cana de açúcar nos Estados Nordestinos
Tabela 6 - Número de Ligações Energia Elétrica (2010 - 2012)
Tabela 7 - Clientes de Gás Natural por segmento
Tabela 8 - Venda de gás em m³ por segmento
Tabela 9 - Distribuição dos Royalties do Petróleo nos estados brasileiros
Tabela 10 - Receita de ICMS com a arrecadação do segmento combustíveis e
lubrificantes
Tabela 11 - Receita de ICMS com a Arrecadação do segmento Energia Elétrica
52
60
70
72
77
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
ENERGIAS QUE
TRANSFORMAM
O FUTURO
ENERGIAS QUE
TRANSFORMAM
O FUTURO
16
APRESENTAÇÃO
PREFÁCIO
O ESTADO DE SERGIPE
Características Geográficas
Clima
Geologia
Geomorfologia e Solos
Recursos Minerais
Vegetação
Hidrografia
Unidades de Conservação
ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS
Organização Política
Aspectos Sociais
Aspectos Econômicos
Infraestrutura
PANORAMA ENERGÉTICO DO ESTADO
O Sistema Elétrico Sergipano
Capacidade e Geração de Energia
Energia Hidráulica
Termoelétricas
Energia Eólica
Sistema de Transmissão
Indústria Sucroenergética
Petróleo e Gás
Consumo
Arrecadação
REFERÊNCIAS
41
49
79
16
17
22
23
27
31
34
37
41
42
45
46
49
49
54
56
58
59
60
64
68
72
13
14
SUMÁRIO
O 'Panorama Energético de Sergipe' é uma obra em progresso, uma referência para
nos debruçarmos e dominarmos o metabolismo territorial de nosso Estado na dimensão do
seu contínuo desenvolvimento. E o desenvolvimento que perseguimos necessariamente
deve ser visto sob a ótica harmônica e sinérgica de dois objetivos: a evolução econômica da
sociedade sergipana e o uso responsável dos recursos naturais disponíveis. O
desenvolvimento que desejamos deve ser capaz de suprir as necessidades da geração atual,
sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações.
Este livro é mais que uma compilação de dados, a apresentação de um cenário.
Constitui uma base sólida de informação para ações presentes e peça determinante para a
posta em prática de uma política pública estratégica que concilie a preservação ambiental e
o desenvolvimento econômico de nosso Estado. Esta publicação também traduz o
pensamento de que uma política energética deve estar ancorada no âmbito do interesse
público, visando o amplo leque social, difuso, interconexo e transgeracional. Por isso,
apresentar e oferecer à sociedade dados atualizados, condensados sob um olhar
panorâmico, como um travelling pela questão energética de nosso estado é tão relevante
para provocar o diálogo coletivo, orientar a um debate profícuo, definir objetivos
judiciosos, quanto para balizar as ações governamentais.
Dito de outra forma, esta obra pode ser vista como um elemento que compõe o
conjunto de políticas públicas no âmbito energético, mas também como uma contribuição
do momento presente para um projeto de sociedade, mais desenvolvida, igualitária e
sustentável, que desejamos e planejamos para o futuro. E o futuro, em nossa perspectiva, é
um momento sempre imediato, dependente de ações prementes equilibradas e eficazes.
Nesse sentido, apresentamos esta publicação como a primeira de muitas, para
promovermos tanto o debate quanto o desenvolvimento, para provocarmos perspectivas e
delinearmos objetivos e ações sobre a questão energética, sempre sob o prisma do
progresso responsável, do aperfeiçoamento e incremento de novas possibilidades dialógicas
de crescimento econômico e social, sob o interesse da sociedade sergipana.
APRESENTAÇÃO
JACKSON BARRETO DE LIMA
Governador do Estado de Sergipe
13
PREFÁCIO
A recente divulgação do crescimento do PIB sergipano, em 2012, confirmando o
índice maior que as médias regional e brasileira para o mesmo período, ratifica uma
tendência visível em todo o conjunto de indicadores estatísticos de renda, produção,
emprego e qualidade de vida relativos à Sergipe. Além disso, amplia a percepção do
progresso que nosso Estado vem obtendo vis-à-viso êxito no crescimento econômico,
adquirindo um modesto porémrelevante e consistente espaço na economia regional. Vale
observar que esse avanço vem acontecendo com simultâneos ganhos sociais, de melhoria
geral na qualidade de vida, na paulatina redução da pobreza e amenização das
desigualdades sociais.
Nesse ínterim, parece-me inquestionável a participação do Governo Estadual no
planejamento e execução de políticas públicas que induziram parte desse crescimento -ou
dele tirou proveito- para a atração de novos investimentos, tanto de origem privada quanto
pública. Essa característica, concebida na gestão do ex-governador Marcelo Déda, foi
aprimorada, expandida e fortalecida pelo atualGovernador Jackson Barreto.
Um ponto exemplificativo dessa concepção de política de desenvolvimento para o Estado
parece-me ser o destaque desejado pelo Governo no trato das questões ligadas ao setor de
energia. Na reforma administrativa de 2007 foi criada a Subsecretaria de Desenvolvimento
Energético Sustentável com a missão de fortalecer, junto ao Governador, uma abordagem
estratégica e propositiva dos temas energéticos, especialmente os vinculados aos principais
projetos e cadeias produtivas cuja prioridade para o desenvolvimento estava na agenda
principal dos governantes, neste período.
Assim éa questão da produção de petróleo e gás, a cargo da Petrobras, mas objeto de
ações contínuas do Governo buscando conhecer, apoiar e, na medida do possível, priorizar e
antecipar os investimentos da estatal em Sergipe -especialmentevitais para a economia
local. É também o caso da produção de potássio e sua forte demanda de energia atrelada,
que adquirenovo vigor graças ao Projeto Carnalita, de grande relevância para a economia
sergipana atual e futura.
Da mesma forma, pode-se falar na importância em priorizar as fontes renováveis de
energia, meta de sustentabilidade ambiental, mas não menos importante por razões de
estratégia econômica, antecipando mercados que certamente terão no futuro um potencial
quase incalculável hoje.
No sentido do exposto acima, o setor de energia merece um inventário próprio, um
estudo dos fundamentos da produção, consumo e distribuição da energia sob todas as suas
formas, buscando retratar no plano dos mapas e indicadores uma realidade complexa e
efervescente que se traduz em infraestrutura básica para a geração de riqueza.
Ainda, dito de outra forma, oconceito de desenvolvimento, latu sensu, é o paradigma
sobre o qual se sustenta este trabalho, nitidamente uma obra em perpétuo progresso que
me orgulha muito de ter liderado e agora apresentar. Por não estar inteiramente aderente
ao formalismo metodológico exigível a um Balanço Energético, preferimos tratá-lo aqui
apenas como um panorama geral do setor, que deixa desde já estabelecida uma meta a ser
14
15
alcançada: a produção, sistemática e continuada, de um Balanço completo, coma
apresentação de dadosainda mais precisose detalhados do potencial solarimétrico e eólico
do Estado, só para citarmos um exemplo.No entanto, por outro lado,esta publicação,
mesmo que sumária, demonstra que há uma riqueza de informações a ser utilizada como
referência tanto para a busca de novos investimentos quanto para a pesquisa científica e
acadêmica.
Esta publicaçãoé resultado do trabalho transversal e colaborativo entre vários órgãos
do Governo, a quem me cabe registrar agradecimentos. Começo pelo ex-governador
Marcelo Déda, in memorian, a quem coube a primazia de reconhecer a importância do
setor; sigo pelo Governador Jackson Barreto, que avançou a discussão temática envolvendo-
se diretamente nas reivindicações junto ao Governo Federal, no trato com empresários do
setor privado e na própria atenção às questões da regulação do setor, fortalecendo o projeto
original que aprovou; à SEDETEC - Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico; à
SEINFRA - Secretaria de Infraestrutura e à SEPLAG, Secretaria do Planejamento, Orçamento
e Gestão, cujo titular e técnicos do Observatório de Sergipe logo abraçaram a ideia e se
dispuseram a implementá-la, dando cabo do desafio de forma competente e motivada.
Para finalizar, creio que este trabalho será muito bem aproveitado pela sociedade em
geral, pelos acadêmicos e pesquisadores, pelos empresários da área e asorganizações
empresariais do setor, as quais ressaltoo papel de cobrança e estímulo ao setor público,
como imprescindíveis e propulsores para o avanço global do Estado de Sergipe no âmbito
energético.
JOSÉ DE OLIVEIRA JÚNIOR
Subsecretário de Estado dos Recursos Energéticos e Sustentáveis
Características Geográficas
Situado entre os paralelos 9º31'S e 11º33'S, e os meridianos 36º25'W e 38º14'W, Sergipe
está localizado na região Nordeste do Brasil, sendo considerado, por suas dimensões
geográficas, o menor estado da Federação com 21.910 Km². Representando 0,26% do
território brasileiro, o Estado de Sergipe tem como limites o Oceano Atlântico ao leste, os
estados deAlagoas ao norte e da Bahia ao Oeste e Sul.
O ESTADO DE SERGIPE
Figura 1 - Localização da Região Nordeste Brasileira. Fonte: SUPES/SEPLAG, 2012.
Tem como pontos extremos a foz do rio Xingó, na confluência com o rio São Francisco,
ao norte; a curva do rio Real, no povoado Barbeiro em Cristinápolis, ao sul; a barra do rio São
Francisco, na ilha de Arembepe em Brejo Grande, à leste; e a curva do rio Real no povoado
Terra Vermelha em Poço Verde, à oeste.
16
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
Figura 2 - Mapa de Limites e Pontos Extremos de Sergipe. Fonte: SUPES/ SEPLAG, 2013.
Clima
Em Sergipe as temperaturas médias são elevadas e a variação térmica anual
pequena, apresentando uma amplitude térmica média inferior a5°C em todo o estado e um
17
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
regime pluvial decrescente do litoral ao interior.Dividido em três zonas distintas, de acordo
com a temperatura e a chuva, o clima em Sergipe se apresenta em:
· Tropical úmido ao longo do litoral (Leste)
A área litorânea,sob influência do clima Tropical úmido, caracteriza-se por elevadas
precipitações (média de 1.355 mm/ano) e umidade relativa (média anual de 80%). Além
disso, apresenta estação de inverno chuvosa entre os meses de abril e agosto, e uma estação
de verão seca de novembroa janeiro, havendo o predomínio de maiores índices
pluviométricos na parte sul do estado, superiores a 1.800mm.
Quanto aos ventos, as áreas litorâneas sofrem influência moderadora dos ventos de
alísios e constantes das brisas marítimas, e nos meses de inverno das frentes frias vindas de
sudeste.
Já a Evaporação nesta região está um pouco abaixo das observadas nas regiões
interiores do Estado, com valores acima de 1.000 mm/ano, aumentando este valor nos
meses de verão, e a média de temperatura gira em torno de 25°C, com uma temperatura
mínima média anual em torno de 20°C e uma média máxima acima de 29°C.
· Tropical sub-úmido ou de Transição Semi-árida (Agreste)
NoAgreste, a precipitação é um pouco abaixo da observada no litoral com valores em
torno de 1.000 mm/ano, mas com a distribuição mensal semelhante. As temperaturas
também são semelhantes à média anual de 25°C, temperatura mínima média em torno de
20°C e um valor máximo médio de mais de 29°C. Porém, em comparação, a evaporação é
consideravelmente mais alta (quase 2.000 mm/ano) e a umidade média é mais baixa,
aproximadamente 70%.
Nesta região permanece a influência dos ventos alísios, das brisas e frentes frias,
acrescidos dos ventos barostróficos, resultantes da presença de maiores elevações, como as
áreas serranas.
· Semi-árido (Sertão)
O climaSemi-áridoem Sergipe ocorre na parte oeste do estado, apresentando a
precipitação média abaixo de 700 mm/ano e com valores inferiores a 30 mm nos meses de
verão.Anoroeste do estado, as chuvas se iniciam em abril em decorrência do deslocamento
e intensidade da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). Já as secas, em Sergipe estas
ocorrem de forma sazonal, comum em áreas tropicais, e contingente, ocorrendo em um
período curto de tempo na estação chuvosa.
A região tem ainda como característica a umidade relativa do ar mais baixa que nas
outras regiões, média de 65%; temperaturas mais elevadas com uma média anual de 26°C,
sendo a temperatura mínima média em torno de 20°C e a máxima média de 32°C; e a
evaporação também elevada, acima de 2.100 mm/ano, apresentando deficiência hídrica
18
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
durante quase todo o ano, especialmente na primavera/verão, quando a evaporação supera
a pluviosidade necessária para manter uma área sempre verde.
Figura 3 - Mapa de Precipitação Média Total Anual em Sergipe (mm). Fonte: SEMARH, 2013.
Figura 4 - Mapa Temperatura Média Compensada (°C) Anual. Fonte: SEMARH, 2013.
19
-9,6
-9,8
-10
-10,2
-10,4
-10,6
-10,8
-11
-11,2
-11,4
-38,2 -38 -37,8 -37,6 -37,4 -37,2 -37 -36,8 -36,6 -36,4
2000 mm
1800 mm
1600 mm
1400 mm
1200 mm
1000 mm
800 mm
600 mm
400 mm
-38,4 -38,2 -38 -37,8 -37,6 -37,4 -37,2 -37 -36,8 -36,6 -36,4
-9,4
-9,6
-9,8
-10
-10,2
-10,4
-10,6
-10,8
-11
-11,2
-11,4
-11,6
26
25.5
25
24.5
24
23.5
23
22.5
22
21.5
21
20.5
20
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
Figura 5 - Mapa Temperatura Máxima (°C) Anual. Fonte: SEMARH, 2013.
Figura 6 - Mapa Temperatura Mínima (°C) Anual. Fonte: SEMARH, 2013.
20
-9,4
-9,6
-9,8
-10
-10,2
-10,4
-10,6
-10,8
-11
-11,2
-11,4
-11,6
-38,4 -38,2 -38 -37,8 -37,6 -37,4 -37,2 -37 -36,8 -36,6 -36,4
38
37
36
35
34
33
32
31
30
29
28
27
26
25
24
23
22
21
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
Figura 7 - Mapa de Direção e Velocidade dos Ventos. Fonte: SEMARH, 2013.
21
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
Geologia
A geologia de Sergipe é conformada pela presença de rochas mais antigas como o
Embasamento Gnáissico, a Faixa de Dobramentos Sergipana, ocupando a parte central e
ocidental do estado, e de rochas mais recentes que se encontram na parte oriental como as
Bacias Sedimentares de Sergipe e Tucano e as Formações Superficiais.
Figura 8 - Mapa Geológico de Sergipe. Fonte: SUPES/ SEPLAG, 2013.
22
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
O Embasamento Gnaíssico é composto por rochas magmáticas e metamórficas do
período Pré-Cambriano e estão representadas por gnaisses, migmatitos, granitóides,
quartizitos e metassedimentos, facilmente encontrados no Cráton de São Francisco e nos
Domos de Itabaiana e Simão Dias.
Já a Faixa de Dobramentos Sergipana, de idade proterozóica, é encontrada nos
domínios Estância, Vaza-Barris, Macururé, Marancó, Poço Redondo e Canindé, onde observa
a ocorrência de corpos granitóides, metassedimentos, migmatitos e rochas vulcano-
sedimentar.
As bacias sedimentares de Sergipe estão situadas a leste do estado, avançando sobre
a plataforma continental (Bacia de Sergipe) até o limite da falha de Itaporanga d'Ajuda e a
noroeste e sudoeste, nas proximidades dos riachos Curituba e da Barra, em Poço Verde.
Suasorigensestão associadas ao processo de separação dos continentes da América do Sul e
da África, que deram procedência às formações Muribeca, Cotinguiba, Riachuelo, Marituba,
Calumbi e Mosqueiro, sendo aí encontradosjazimentosde minerais carbonáticos, carvão,
petróleo e fósseis marinhos.
As formações superficiais cenozoicas ocorrentes em Sergipe abrangem o Grupo
Barreiras, as coberturas tércio-quaternárias e as coberturas quaternárias (pleistocênicas e
holocências). O Grupo Barreiras é amplamente distribuído no leste do estado, sendo
separado da linha de costa pelas coberturas quaternárias, e constituído por sedimentos
terrígenos (cascalhos, conglomerados, areias finas e grossas e níveis de argila) pouco ou não
consolidados, de cores variegadas e estratificação irregular.
E por fim as coberturas pleistocênicas e holocênicas que formam os terraços
marinhos, dunas, praias, pântanos e planícies de maré, onde se desenvolveram importantes
depósitos de turfa em Sergipe.
Geomorfologia e Solos
O relevo sergipano é pouco movimentado, composto por um modelado suave de áreas
planas e altitudes modestas no sentido leste-oeste. Em alguns pontos apresenta relevo
acidentado, com a ocorrência de escarpas e serras, constituindo os pontos mais elevados do
Estado. Caracteriza-se ainda pelo domínio de três unidades geomorfológicas, oriundas das
grandes unidades estruturais representadas pela bacia sedimentar e pelo embasamento
cristalino.
Planície Costeira
Delimitada pelos rios São Francisco ao Norte e Real ao Sul, a Planície Costeiraé um
segmento litorâneo construído pela deposição de areias e outros materiais retrabalhados
pelo mar formado por praias e restingas. Ocupa uma faixa assimétrica, descontínua e
alongada no sentido NE/SE e tem como maior expressão areal a parte norte de Sergipe, nas
proximidades da desembocadura do rio São Francisco, condicionada por sua feição deltaica.
Como domínios ambientais, a Planície Costeira possui terraços marinhos, cordões
23
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
litorâneos, dunas costeiras e estuários, onde são observadas as ocorrências de mangues e
apicuns.
Neste tipo de unidade, são encontrados os NeossolosQuartzarênicos e os Espodosolos
(Podzol) constituídos por areias quartzosas marinhas de elevada acidez e salinização,
apresentando baixo teor de nutrientes e insuficiente poder de armazenamento de água.
Também são encontrados os Gleissolos sálicos ou solos de mangue, com textura argilosa e de
coloração acinzentada.
Tabuleiros Costeiros
Os Tabuleiros Costeiros são modelados pelos sedimentos do Grupo Barreiras e estão
sobrepostos ao Embasamento Cristalino e a Bacia Sedimentar de Sergipe. Eles ocorrem logo
após a Planície Litorânea, em direção ao interior, e são constituídos por baixos planaltos
pré-litorâneo com altitudes em torno de cem metros. Apresentam-se de forma aplainada
com topos horizontais ou sub-horizontais em níveis mais preservados e em forma de morros
e colinas dissecadas quando erodidos, formando vales largos e de fundo plano propício para
o desenvolvimento da agricultura.
Na área dos Tabuleiros Costeiros são encontrados depósitos de camadas espessas de
areias quartzosas de texturas variadas que deram origem ao NeossoloQuartzarênico e
NeossoloQuartzarênico não-hidromórfico. Nos vales prevalece o desenvolvimento do
NeossoloFlúvico (solo aluvial). Já no conjunto de formas conservadas e dissecadas
encontram-se solos mais desenvolvidos como o Latossolo Vermelho-Amarelo, comumente
utilizadopara o cultivo de cana-de-açúcar, laranja e pastagem; o Argissolo Vermelho-
Amarelo, bastante utilizado para pastagem e cultivos permanentes e também mais
suscetível à erosão, e o Vertissolo, que devido à sua composição derivar do calcário e de
sedimentos argilosos, possui propriedade expansiva e rica em nutrientes.
Pediplano Sertanejo
Na retaguarda dos Tabuleiros Costeiros encontra-se o Pediplano Sertanejo. Com
características bem marcadas pelo domínio do clima semiárido, o Pediplano se apresenta na
paisagem de forma aplainada e dissecada, ocupando extensas áreas que se elevam
gradativamente de Leste a Oeste. Há a predominância do modelado do relevo de forma
homogênea, entretanto encontra-se em áreas restritas uma erosão diferencial controlada
estruturalmente (rochas e tectônica) comum à ocorrência de serras residuais denominadas
de inselbergs e matacões que se destacam na planura generalizada da região.
Os solos do Pediplano Sertanejo vão depender da rocha e da composição em que se
desenvolveram, a exemplo do NeossoloLitólico localizado nas serras residuais o qual
apresenta pouco desenvolvimento (bastante pedregoso), baixo teor nutricional e bastante
suscetível à erosão; NeossoloQuartzarênico composto por areias quartzosas e localizado nos
sopés das serras; e o PlanossoloNátrico de textura arenosa média e argilosa ocorrente na
superfície pediplanada e comumente utilizado para o cultivo. Ainda são encontrados os
solos Chernossolo,Argissolo Vermelho-Amarelo e o Luvissolo, todos de boa fertilidade.
24
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
Figura 9 - Mapa Geomorfológico de Sergipe. Fonte: SUPES/ SEPLAG, 2013.
25
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
Figura 10 - Mapa de Solos de Sergipe. Fonte: SUPES/ SEPLAG, 2013.
26
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
Recursos Minerais
A produção mineral de Sergipe é proveniente dos sais solúveis, carbonatos, recursos
energéticos, minerais metálicos e não metálicos, os quais se destacam:
Energéticos
Petróleo Gás Natural Turfa
Carbonatos
Calcário Dolomito Metacarbonetos
SaisSolúveis
Carnalita Silvita Silvinita Halita Taquidrita
Metálicos
Cobre Níquel Chumbo Zinco Ouro
Manganês Titânio Zircônio Tório Pirita Ferro
Não
Metálicos
Areia Argila Saibro Filito Granito Gnaisse Gabro Quartzo
Metassiltito Metarenito Quartzito Água Mineral Enxofre Flúor Fósforo Amianto
Quadro 01 – Principais Recursos Minerais de Sergipe, CPRM, 1997.
Substâncias Não Metálicas
As Substâncias Não Metálicas tem como finalidade para a maioria de seus produtos a
produção de materiais paraa construçãoede água mineral. Tem-se destaque a explotação da
argila com destino à fabricação de cerâmica vermelha (telas, tijolos, manilhas, lajotas, etc)
e à indústria cimenteira. A areia é outra substância cuja finalidade é voltada para o uso na
construção civil.
O Jazimento do granito, situado nas regiões norte e nordeste do estado, tem como
destino a produção de paralelepípedos e meios-fios. A produção de britas, revestimentos e
pedra de alicerce tem como fonte as rochas metassiltito, metarenito, quartzito, gnaisse e
gabro.
Quanto às fontes de água mineral, estas são encontradas nos municípios de Salgado,
São Cristóvão, Itaporanga d'Ajuda e Estância. As demais substâncias configuram em
pequenas ocorrências de insignificante valor comercial.
27
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
O destaque é o expressivo depósito de enxofre ocorrente na Bacia Sedimentar de
Sergipe, chamado de Castanhal, no campo petrolífero de Siririzinho, reconhecido como o
primeiro depósito de enxofre nativo do Brasil.
Substâncias Metálicas
As substâncias Metálicas em Sergipe são de baixa perspectiva econômica, já as
mineralizações de cobre e níquel,quando associadas, possam ser que sejam
economicamente viáveis. As ocorrências de ouro estão relacionadas a aluviões do rio das
Pedras e dos riachos da Ribeira e Boqueirão. O Chumbo e o Zinco encontram-se associados e
ocorre, principalmente, em subsuperfície,já a Pirita se apesenta de forma disseminada em
rochas vulcânicas em Arauá. Ainda são encontrados pequenos depósitos marinhos de
minerais pesados na foz do rio São Francisco.
Sais Solúveis
A descoberta de sais solúveis em Sergipe está relacionada à pesquisa do salgema em
1946 e posteriormente à produção de petróleo na Bacia Sedimentar de Sergipe. Os sais de
potássio são amplamente explorados na bacia sedimentar de Sergipe, sendo considerada a
única mina de sais de potássio do hemisfério Sul. O complexo minero-industrial Taquari-
Vassouras,administrado pela Vale, está localizado no município de Rosário do Catete e é
responsável pela produção aproximadamente 700 mil toneladas de cloreto de potássio e de
sódio.
Carnalita
Está em desenvolvimento o projeto da maior unidade de extração de potássio no
Brasil, o Projeto Carnalita em Sergipe. De responsabilidade da Vale, a área da lavra está
localizada entre os municípios de Capela, Japaratuba, Maruim e Rosário do Catete, e tem
como estimativa de produção inicial em torno de 1,2 milhão de toneladas de Cloreto de
Potássio por ano. A estimativa do aporte dos investimentos iniciais é de em torno de US$ 4
bilhões para viabilizar a exploração das reservas, o beneficiamento e a manutenção da
unidade.
O processo de obtenção dos sais de potássio que foi desenvolvido pela VALE, dar-se-á
através da aplicação da tecnologia de mineração por dissolução da
CarnallitaKMgCl3.6(H2O), o que permitirá produzir o potássio a custos mais competitivos,
diminuindo assim a dependência do mercado brasileiro para a importação dos fertilizantes
potássicos.
Substâncias Carbonatadas
Devido à sua multiplicidade de usos, localização privilegiada e de grande potenciais e
28
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
reservas, as rochas carbonáticas tem um expressivo valor econômico para Sergipe. Estes
minerais são classificados como calcários, dolomitos e metacarbonatos de origem
sedimentar com maior evidência na Bacia Sedimentar de Sergipe. Os calcários são
utilizados, em sua maioria, na indústria cimenteira, localizadas nos municípios de
Pacatuba, Laranjeiras, Nossa Senhora do Socorro, e em menor escala na indústria da
construção civil, na produção de cal para corretivo de solo, brita etc. Faz parte deste rol o
mármore, existindo um garimpo ativo de mármore branco na Serra de Lage em Porto da
Folha voltado para a fabricação de pisos de alta resistência.
Quadro 2 – Principais minas ativas de Calcário, Dolomito e Metacarbonato – FRANÇA & CRUZ, 2007.
Substância Município Empresa
Calcário Pacatuba Mineração Grande Vale
Calcário Laranjeiras LIZ S/A
Calcário Riachuelo Quimbarra
Calcário Laranjeiras Maria Auxiliadora Barreto
Calcário Laranjeiras Itaguassu S/A
Calcário Nossa Senhora do Socorro Cimento Sergipe S/A - CIMESA
Calcário Laranjeiras Mineração Sergipe Ltda
Calcário Maruim Geraldo Magela
Dolomito Maruim INORCAL Ltda
Metacarbonato Simão Dias Ind. Comércio Cal e Tintas
Energéticos
Petróleo e Gás Natural
A primeira província petrolífera de Sergipe data da década de 1960 com a descoberta
realizada pela PETROBRAS dos campos de Riachuelo, Siririzinho e Carmópolis. Na mesma
década, inaugura-se também a primeira província petrolífera brasileira, com a descoberta
dos campos de Guaricema, Caioba e Camorim.
Sergipe possui o maior campo terrestre do país e foi o primeiro estado a descobrir e
produzir petróleo na plataforma continental através do campo de Guaricema em 1968, um
marco na produção offshore no Brasil. Atualmente Sergipe conta com 37 campos de
Produção, sendo 5ainda em desenvolvimento, produzindo 14.747 milhões de barris em 2012
e gerando Royalties para o estado no valor de R$ 153.901.936,65.
Novas descobertas de petróleo para Sergipe foram anunciadas pela ANP em 2013,
descobertas oriundas da campanha de exploração iniciada em 2008 que apontam grande
quantidade de petróleo leve de alta qualidade e de gás natural em águas ultraprofundas.
Dos 16 poços perfurados na área, 13 são portadores de hidrocarbonetos, tendo destaque os
campos de Moita Bonita, Barra, Farfan e Muriú.
As rochas da Bacia Sedimentar de Sergipe constitui um dos principais reservatórios de
petróleo e gás, cuja formação por arenitos, conglomerados e carbonatos facilita o seu
acúmulo. A nova descoberta está situada em áreas com rochas mais porosas e permeáveis, o
29
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
que possibilita uma relativa facilidade na extração do óleo em relação ao petróleo do pré-
sal. Tais descobertas deverão consolidar Sergipe como a grande fronteira petrolífera do
país.
Turfa
O jazimento de Turfa na planície costeira sergipana tem boas expectativas de
aproveitamento econômico. A turfa é uma matéria lenhosa, que perdeu oxigênio no
processo de carbonização, restando apenas carvão. São encontrados depósitos de turfa em
ambiente de paleolagunas, relacionadas a cordões litorâneos, e em paleolagoas, relativas
às planícies de inundação, com destaque para as turfeiras de Santo Amaro das Brotas. É
comum o uso da turfa na agricultura para a adubação e controle e aumento da umidade do
solo. Já para a produção de combustível, serve como alternativa para a queima direta de
fornos e combustores.
Figura 11 - Mapa de Recursos Minerais de Sergipe. Fonte: SUPES/ SEPLAG, 2013.
30
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
Figura 12 - Mapa de Produção de Petróleo e Gás em Sergipe. Fonte: SUPES/ SEPLAG, 2013.
Vegetação
A cobertura vegetal primitiva do estado de Sergipe era constituída por restingas,
mangues, florestas, cerrados e caatinga, que ao longo do tempo sofreu intenso uso e
degradação, restando atualmente menos que 5% de mata primitiva.
Formações Litorâneas
Na planície costeira revela-se a presença de formações litorâneas constituídas por
mangues, vegetação de restinga, matas secundárias e resquícios de florestas de porte
31
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
inferior em relação ao passado.
Os manguezais estão localizados nas desembocaduras dos rios e nas áreas estuarinas
até onde as marés tem influência. Seu ambiente é lodoso e salobro, o qual possibilita o
desenvolvimento de espécies vegetais adaptadas a este tipo de ambiente, constituídas por
estratos arbustivos e arbóreos com raízes aéreas que permitem a fixação e respiração das
plantas. As espécies encontradas em Sergipe são: RhyzophoraMangle (Mangue Vermelho),
Laguncularia Racemosa (Mangue Branco) e o ConocarpusErectus (Mangue Bola).
A vegetação de restinga reveste a área litorânea e suas formações dunares. É
constituída por espécies perenifólias e xeromorfas, decorrentes da intensa ação dos ventos
marinhos, luminosidade intensa e elevada salinidade. São encontradas espécies como
Canavalia Marítima (Feijão da praia), Ipoméa Pés-caprae (Salsa da praia). Nas áreas que
margeiam os rios ou nos baixios há o predomínio de espécies herbáceas higrófilas e
aquáticas. São terrenos encharcados com solos ricos em matéria orgânica e de pouca
drenagem.
Quanto às matas secundárias, a sua presença está associada a solos com maior
disponibilidade hídrica. As matas são florestas em estágios médioa avançado de
regeneração, já que estão em áreas que sofreram intensa intervenção humana, e
apresentam árvores com portes que variam de 12 a 20m.
A mata Atlântica em Sergipe foi intensamente devastada, e atualmente está
localizada em áreas específicas sob proteção integral. Suas espécies apresentam elevado
porte variando de 25 a 30 m de altura, suas copas são largas e com folhas perenes e troncos
grandes. As espécies mais encontradas são: sucupira, maçaranduba, pau-brasil, jatobá,
candeia, peroba, além de bromélia e orquídeas.
Cerrado ou Vegetação de Tabuleiro
Ocorrendo em forma isolada na faixa entre o semiárido e o litoral, o Cerrado é
composto por gramíneas e espécies arbustivas de pequeno porte, resultante do tipo de solo
e drenagem. Suas espécies mais conhecidas são as árvores frutíferas como o marmeleiro,
ingazeiro, jenipapeiro, cajazeiro entre outros.
Caatinga
Vegetação típica do semiárido brasileiro, a caatinga cobre grande parte do sertão
variando de porte, estrutura e densidade de espécies, dificultando a identificação dos
limites entre esta formação e a de florestas de transição para mata Atlântica. Esta variação
se dá pelos tipos de caatinga, que são dois: hipoxerófila ou arbustiva arbórea, localizadas na
transição para o sertão onde os meses de seca são inferiores a 7 meses; hiperxerófila ou
arbustiva, mais resistente à seca apresentando porte baixo e ocorrendo em locais onde os
meses secos são superiores a 7 meses.
As espécies são esparsas entre si, com troncos retorcidos, espinhentas e folhas
caducas, que caem no período da seca. Durante a seca, além das folhas caírem, os galhos
32
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
ficam secos e as gramíneas secam até desaparecer, expondo o solo e a paisagem cinzenta.
Todavia as espécies da caatinga tem alto poder de regeneração, é só cairas primeiras chuvas
do “inverno” que elas rebrotam e passam a ficar verdes.
As espécies mais conhecidas são: aroeira, baraúna, jurema, juazeiro, umbu, angico,
pau-ferro, além das cactáceas (mandacaru, xique-xique) e bromélias (macambira)
encontradas em locais mais inóspitos e de maior aridez.As espécies da caatinga são bastante
utilizadas pelos homens do sertão, tanto para a produção de remédios e lambedores, quanto
para a produção de energia para o consumo domiciliar, produção de carvão e atividades
econômicas da região, como a produção de tijolo.
Figura 13 - Mapa de Ocorrências Vegetais. Fonte: SEPLAG, 2013.
33
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
Hidrografia
Drenado por oito bacias hidrográficas de comportamento exorréico, isto é, que
deságuam no oceano Atlântico, o estado de Sergipe possui uma rede hidrográfica rios
perenes e temporários condicionada pelo clima. Das oito bacias, três delas são de domínio
da União, que atravessam vários estados e vem desaguar em Sergipe (São Francisco, Vaza-
Barris e Real), e cinco estaduais (Japaratuba, Sergipe, Piauí, Grupo de bacias Costeiras 1 e
2).
Bacia Hidrográfica do rio São Francisco
Considerado rio da Integração Nacional, o São Francisco dá nome a maior e mais
importante bacia hidrográfica do estado. Drena uma área de 7.184 km², e dentro do
território sergipano tem instalado em seu leito a Usina Hidrelétrica de Xingó, a última de
uma série de geradoras de energia instalada em seu percurso. As águas do rio São Francisco
são utilizadas não somente para a geração de energia com também para a irrigação de
plantações e fornecimento de água para todo o estado, principalmente, a capital Aracaju.
Limita-se ao sul com as bacias dos rios Japaratuba e Sergipe. Os afluentes mais importantes
do São Francisco em Sergipe são os rios Xingó, Jacaré, Capivara, Gararu e Betume.
Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba
Possui uma área geográfica de 1.735km2, equivalentes a 7,65% do território estadual
e abrange 20 municípios, com uma população de mais de 200.000 habitantes. Tem como
principais afluentes: os rios Japaratuba mirim, Lagartixo, Siriri, Cancelo e Riacho do Prata.
Nascendo na Serra da Boa Vista e desaguando no Oceano Atlântico, a bacia possui planície
aluvial muito larga, onde se desenvolve o cultivo da cana-de-açúcar. As principais
atividades, em termos econômicos, na bacia hidrográfica é a exploração do petróleo, gás
natural, sal gema, potássio, calcário, magnésio, turfa e areia, além da irrigação e expansão
da cultura da cana-de-açúcar, também o turismo e lazer, pesca e abastecimento humano e
animal.
Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe
Abrange 26 municípios, com população residente de 1.010.523 habitantes,
equivalendo a 56,6% do total do Estado. A maioria expressiva da população, 86,8%, reside
em áreas urbanas, ao passo que 13,2% situam-se na zona rural, fato que comprova o
acelerado processo de urbanização em curso na bacia hidrográfica nas últimas décadas,
responsável pelo grande passivo ambiental da região. O rio Sergipe se constitui num
importante curso d'água para o desenvolvimento econômico do estado. O abastecimento
humano através dos rios Poxim, Jacarecica e poços artesianos perfurados na bacia, atendem
a população urbana e rural. As barragens Jacarecica I e II e o Açude da Macela são
34
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
importantes reservatórios de água para a irrigação de hortaliças e frutas. Desenvolve-se
ainda atividades pesqueiras artesanais, aquicultura, recreação náutica, turismo e
transporte hidroviário ligando a cidade de Aracaju aos municípios vizinhos. O crescimento
urbano e o desenvolvimento industrial submetem a bacia à intensa poluição, resultante dos
efluentes domésticos e industriais.
Bacia Hidrográfica do rio Vaza-Barris
Nasce no estado da Bahia e drena uma área de 2.559 Km² em Sergipe, o que
representa 16% do total da bacia. Seu baixo curso inicia entre os municípios de Simão Dias e
Pinhão, passando por terrenos de climas semiárido, sub-úmido e úmido, o que abrange 14
municípios. Seus principais afluentes são o riacho Cansanção, na divisa da Bahia com
Sergipe, os rios Jacoca e do Lomba, além do riacho Traíras, e estão situados na sua margem
esquerda. Devido à elevada concentração de cloro, as águas do rio Vaza Barris não podem
ser utilizadas para o consumo humano, industrial ou irrigação. Este tipo de condição se dá
pela passagem do rio em terrenos suscetíveis à salinização, quando mal manejados. Já na
sua desembocadura, o rio serve para o desenvolvimento de atividades náuticas, de lazer e
do turismo.
Bacia Hidrográfica do Rio Piauí
Com uma área geográfica de 4.150 km², equivalentes a 19% do território estadual, a
bacia do Rio Piauí abrange 15 municípios, com uma população deaproximadamente 432.000
habitantes. Localizada na parte sul do estado, é um dos mais importantes componentes da
rede hidrográfica do estado de Sergipe por apresentar um sistema hidrográfico bastante
desenvolvido constituído pelo curso d'água principal do rio Piauí, e por diversos afluentes de
grande porte, como os rios Arauá, Pagão, Jacaré, Piauitinga e Fundo. Os diversos usos das
águas na Bacia Hidrográfica como: irrigação, mineração, indústrias, consumo humano e
animal, pesca, turismo e lazer estão associados às atividades econômicas que possibilitam o
desenvolvimento da região.
Bacia Hidrográfica do rio Real
Situada na divisa com o estado da Bahia drena uma área de 2.388 km², inserida nos
limites políticos e administrativos dos estados da Bahia e Sergipe. Nasce na serra do
Tubarão, município de Poço Verde e desagua no oceano Atlântico junto com o rio Piauí, no
estuário de Mangue Seco. Seus principais afluentes, todos na margem esquerda, são os
riachos Mocambo e Caripau e os rios Jabiberi e Itamirim.
Grupo de Bacias Costeiras 1 e 2
Estas duas bacias estão localizadas na zona costeira, uma na parte norte com a
35
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
denominação de Bacia Costeira do rio Sapucaia (município de Pirambu) e a outra na parte
sul, denominada de Bacia Costeira Caueira/Abaís (municípios de Itaporanga d'Ajuda e
Estância). Elas constituem em um dos mais complexos e sensíveis ambientes existentes na
natureza, onde atuam diversos processos hidrodinâmicos relacionados ao ambiente marinho
e continental, além de forte pressão antrópica.
Assentadas sobre o DomínioHidrogeológico de Formações Superficiais Cenozóicas,
constituído por um pacote de rochassedimentares que recobrem as rochas mais antigas e
tem um comportamento de um aquífero granular, o que apresenta solos
predominantemente porosos e ácidos, de baixa/médiafertilidade natural, textura variável,
com dominância arenosa e excessivamente drenada. Os principais canais fluviais que
drenam as bacias costeiras são de regime perene e desaguam no oceanoAtlântico.
Aconstrução de barramentos, instalações de equipamentos para captação de água
para projetos de irrigação e abastecimento da população, o uso de técnicas e manejo
inadequado do solo, além da remoção da vegetação nativa para uso agropecuário do solo são
algumas das pressões excedidas pela ação antrópica nestas duas bacias.
Figura 14 - Mapa de Bacias Hidrográficas de Sergipe. Fonte: SEPLAG, 2013.
36
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
Unidades de Conservação
No estado de Sergipe existem quinze Unidades de Conservação (UC) da natureza,
sendo três particulares, três do governo federal, duas municipais e sete estaduais, sendo
que duas das estaduais estão em fase de recategorização. Estes territórios constituídos tem
os objetivos definidos em lei visando a manutenção da diversidade biológica, a proteção de
espécies e recuperação dos recursos hídricos, bem como a promoção da educação
ambiental, do ecoturismo, a pesquisa científica e a proteção de recursos naturais para
sobrevivência de populações tradicionais.
Reserva Biológica de Santa Izabel
Categorizada como unidade de proteção integral, ela engloba os ecossistemas
costeiros dos municípios de Pirambu e Pacatuba, totalizando uma área de 2.776 hectares,
sendo 45 Km de praia entre a foz do rio Japaratuba e a Barra do Funil. Criada em 1988 com o
objetivo de proteger a desova das tartarugas marinhas, também abriga em suas dunas,
mangues e lagoas, espécies de aves marinhas e crustáceos. O Projeto Tamar tem a sua sede
na área da reserva com o objetivo de identificar e monitorar a áreas de desova da tartaruga,
além de desenvolver ações de sensibilização e educação ambiental para a população local.
Parque Nacional Serra de Itabaiana
Unidade de Conservação Federal de uso sustentável criada em 2005 com o objetivo
de preservar os espaços naturais da ação antrópica e servir como laboratório vivo para as
pesquisas ecológicas. Possui uma área de 7.966 hectares que abrange os municípios de
Itabaiana, Areia Branca, Itaporanga d'Ajuda e Campo do Brito. Seu relevo destaca-se na
paisagem e é dispersora de seis cursos d'água.
Bastante utilizada para o lazer, tem o riacho dos Negros como seu principal atrativo,
contendo cachoeiras, corredeiras e piscinas Naturais, com destaque para o Poço das Moças.
São encontradas espécies vegetais da MataAtlântica, Cerrado e típicas de Restinga.
Floresta Nacional do Ibura
Situada no município de Nossa Senhora do Socorro às margens da BR 101 e do rio
Cotinguiba, esta UCde 144 hectares foi criada em 2005 com o objetivo de promover o uso
múltiplo sustentável dos recursos florestais, a manutenção de banco de germoplasma in situ
de espécies florestais nativas, inclusive do bioma Mata Atlântica com formações de floresta
estacional semidecidual nos estágios médio e avançado de regeneração, em associação com
manguezal, a manutenção e a proteção dos recursos florestais e da biodiversidade, a
recuperação de áreas degradadas e a pesquisa científica.
37
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
Área de ProteçãoAmbiental Morro do Urubu
Localizada na área urbana de Aracaju, limita-se ao Norte com o rio do Sal, ao Leste
com o rio Sergipe, e ao Sul e Oeste com as áreas urbanas da zona Norte do município. Trata-
se de região onde originalmente predominava a Mata Atlântica e seus ecossistemas
associados, além de enclaves de Cerrado. Criada e regulamentada pelos Decretos nº
13.713, de 16.06.93, e nº 15.405, de 14.07.95, a área vem sofrendo pressão urbana e se
descaracterizando cada vez mais. O complexo de vegetação encontra-se hoje bastante
comprometido, sobretudo pela invasão, construção e urbanização das favelas na área.
Área de ProteçãoAmbiental do Litoral Sul do Estado de Sergipe
Transformada em UCem 1993, o qual define a estrutura de ocupação da área
compreendida entre a foz do Rio Vaza Barris e a desembocadura do Rio Real, com cerca de
55,5 km de costa e largura variável de 10 a 12 km, do litoral para o interior. Abrange os
municípios de Itaporanga d'Ajuda, Estância, Santa Luzia do Itanhi e Indiaroba. Inserem-se
nesta APA as praias mais habitadas do Estado, destacando-se a Caueira, Saco e Abais.
Observam-se também as maiores áreas de restingas arbóreas, manguezais e manchas mais
preservadas de MataAtlântica.
Área de ProteçãoAmbiental Litoral Norte
Através do Decreto nº 22.995 de 09 de novembro de 2004 foi instituída a Área de
Proteção Ambiental (APA) Litoral Norte. Compreendendo um perímetro de
aproximadamente 473,12 km², a unidade situa-se nos municípios de Pirambu, Japoatã,
Pacatuba, Ilha das Flores e Brejo Grande e tem como objetivo geral a promoção do
desenvolvimento econômico-social da área, voltada às atividades que protejam e
conservem os ecossistemas ou processos essenciais à biodiversidade, à manutenção de
atributos ecológicos, e à melhoria da qualidade de vida da população.
Refúgio de Vida Silvestre Mata do Junco
Localizado no município de Capela, é um dos maiores remanescentes de Mata
Atlântica do Estado, com uma área total aproximada de 766 hectares. Criado em 2007, o
Refúgio objetiva preservar um fragmento do bioma Mata Atlântica.Registra-se na Mata do
Junco, a presença de uma das espécies de primatas mais ameaçadas de extinção do Brasil, o
Callicebuscoimbrai, conhecido como guigó-de-Sergipe, espécie de distribuição geográfica
restrita a Sergipe e Norte da Bahia, e que vem sofrendo as consequências da fragmentação
da floresta atlântica. Tem também a função de preservar 144 espécies florísticas, 14
anfíbios, 9 répteis, 19 outros mamíferos e 93 espécies de aves, sendo duas delas
classificadas como vulneráveis: o gavião-pombo (Leucopternislacernulata) e o sabiá-
38
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
pimenta (Carpornismelanocephalus).
Além das espécies da flora e fauna encontradas, foram localizadas na região 14
nascentes, entre as quais, aquelas que formam o riacho Lagartixo, principal fonte de
abastecimento da população urbana de Capela.
Monumento Natural Grota doAngico
Esta Unidade de conservação estadual, criada através do Decreto 24.922 de 21 de
dezembro de 2007, está situada no Alto Sertão Sergipano, a cerca de 200 km de Aracaju,
entre os municípios de Poço Redondo e Canindé de São Francisco, às margens do Rio São
Francisco.Aregião abriga remanescentes florestais da Caatinga.
Com uma área total de aproximadamente 2.183 hectares, o Monumento Natural
Grota do Angico guarda uma biodiversidade bastante significativa, como espécies de fauna
e flora típicas do bioma. Porém, sua importância não se deve apenas pela sua riqueza
biológica.AGrota doAngico possui valor histórico e cultural para o sertão sergipano e para o
Nordeste.Aregião foi alvo da rota do Cangaço e foi o cenário da morte deVirgolino Ferreira,
o Lampião, além de sua companheira Maria Bonita e outro nove cangaceiros, em 28 de julho
de 1938 pela polícia volante deAlagoas.
Unidades de Conservação em Fase de Recategorização
A Lei nº 2.825 de 30 de julho de 1990, define como "Paisagem Natural Notável" e área
de especial proteção ambiental todo o trecho do rio Sergipe, que serve de divisa entre os
municípios de Aracaju e Barra dos Coqueiros, compreendendo as margens e todo o leito do
rio Sergipe, na parte permanente coberta pelas águas e naquelas que somente o é por efeito
dos movimentos de maré, na desembocadura do rio Poxim e estendendo-se até o mar.
A Lei nº 2.795de 30 de março de 1990 define áreas de proteção ambiental da foz do
Rio Vaza-Barris, que compreende as Ilhas do Paraíso e da Paz, localizadas respectivamente
na foz do Rio Vaza-Barris e na foz do Rio Santa Maria, em frente ao Povoado Mosqueiro.
39
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
Figura 15 - Mapa de Unidades de Conservação de Sergipe. Fonte: SEPLAG, 2013.
40
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS
Organização Política
O Estado de Sergipe possui 75 municípios agrupados pelo IBGE em treze microrregiões
político administrativas, que fazem parte dasmesorregiõesLeste Sergipano, Agreste
Sergipano e Sertão Sergipano.
Em 2007 o Governo Estadual, através da Secretaria de Estado do Planejamento -
SEPLAN, em parceria com a Universidade Federal de Sergipe e entidades civis organizadas,
respeitando critérios como dimensões econômico-produtivas, geoambientais, sociais,
político-institucionais e culturais, dividiu o Estado em oito territórios, servindo como base
para o planejamento das políticas públicas estaduais.
41
Aspectos Sociais
Com uma população de 2.068.017 habitantes, segundo o Censo/IBGE 2010, Sergipe
mais que triplicou a sua população nos últimos 60 anos. Em 1950 éramos 644.361 habitantes,
sendo a maioria da população residente na zona rural. A partir de então, observa-se um
expressivo crescimento da população urbana, ultrapassando a população residente na zona
rural em meados da década de 1980.
Gráfico 1 - Estatística de Crescimento da População de Sergipe. Fonte: IBGE (Séries Estatísticas), 2013.
A partir de então Sergipe passa a ser um estado de população urbanizada,
apresentando em 2010, 1.520.366 habitantes residentes na zona urbana e apenas 547.651
na zona rural, o que resulta em uma taxa de urbanização de 73,5%.E um dos principais
fatores determinantes por essa elevada urbanização foi o crescimento da economia
sergipana centrado nas descobertas e investimentos da indústria extrativo-mineral,
atraindo a população rural para as cidades, como também estimulando a migração de outros
estados.
Ainda de acordo com o Censo Demográfico de 2010, a maior parte da população, ou
seja, 514 mil estão na faixa de 25 a 39 anos, sendo a maioria composta por mulheres que
responderam por 52,16% da população estadual, ou seja, que representam uma importante
faixa de população com potencial para o mercado de trabalho.
42
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
Gráfico 2 - População Residente urbana, por sexo e grupo de idade e População Residente rural, por sexo e grupo de idade. Fonte: IBGE (Censo 2010).
Em relação aos domicílios sergipanos, 99,83% dos lares são atendidos pela oferta de
energia, sendo considerada uma das maiores da região Nordeste. Já o serviço de água
tratada, 88,0% são cobertos com o serviço através de redes de distribuição e 70% dos
domicílios particulares tem acesso a esgotamento sanitário.
Quanto ao rendimento médio das pessoas de 15 anos ou mais de idade em Sergipe, no
ano de 2012 foi de R$ 1.163,00, sendo superior ao verificado nos demais estados do
Nordeste. Os ganhos reais nos rendimentos dos trabalhadores sergipanos, assim como a
facilidade de crédito para compra de bens, contribuíram consideravelmente para o
aumentodo consumo por bens e serviços, sendo destaqueem 2012 o aumento do número de
domicílios com geladeira (95,0%); freezer (7,3%); Máquina de lavar roupa(30,6%),
microcomputador (33,6%) e DVD(77,5%). Houve também um aumento no percentual de
domicílios particulares permanentes onde o morador possuía automóvel (23,9%) ou
motocicleta (23,9%) (PNAD).
Em relação à proporção de moradores com telefone celular e acesso à Internet, a
PNAD 2012 apontou que 71,2% das pessoas afirmaram possuir telefone celular e 41,1%
informaram acessar a internet. O acesso à informação e a facilidade para se comunicar a
partir destas ferramentas promovem a inclusão social e econômica,tornando-se elementos
essenciais ao pleno exercício da cidadania e a construção de uma sociedade menos desigual.
Com relação à educação, segundo o Censo Demográfico de 2010, Sergipe apresentou
uma taxa de alfabetização de 80,93%, na faixa etária de cinco anos ou mais de idade. Essa
taxa continua sendo maior do que a registrada na região Nordeste (80,18%).
No ensino superior, segundo o MEC/ INEP/ Deed, em 2012, Sergipe registrou o total
76.987 alunos matriculados nos cursos de graduação presenciais e à distância nas 19
instituições de ensino atuantes no estado. Já os cursos presenciais, as instituições em
Sergipe abriram em 2012, 24.136 vagas nos 252 cursos de graduação presencial, obtendo um
aumento 8,15% em relação a 2010 (233 cursos).
Em relação a migração, Sergipe é o estado do nordeste com maior percentual de
pessoas não naturais, no total 11,6% da população local não é natural de Sergipe, o que
43
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
confirma o estado como grande receptor de pessoas à procura de oportunidades,
principalmente de emprego e qualidade de vida.
Unidadesda Federação
População residente- 2012
Total
Naturalidade em relação
ao município
Naturalidade em relação à
Unidade da Federação
Naturais Não naturais Naturais Não naturais
Maranhão 100,0 67,8 32,2 92,9 7,1
Piauí 100,0 71,4 28,6 90,2 9,8
Ceará 100,0 69,6 30,4 94,7 5,3
Rio Grande do Norte 100,0 62,2 37,8 88,9 11,1
Paraíba 100,0 69,4 30,6 91,1 8,9
Pernambuco 100,0 68,5 31,5 92,6 7,4
Alagoas 100,0 70,0 30,0 92,6 7,4
Sergipe 100,0 67,5 32,5 88,4 11,6
Tabela 1 - População Residente nos Estados Nordestinos. Fonte: IBGE/PNAD, 2012.
Como reflexo do crescimento econômico estadual, nota-se um grande aumento das
oportunidades de inserção profissional para os trabalhadores sergipanos. Somente nesta
última década, foram gerados entre 2001 e 2011, mais de 167 mil empregos formais,
segundo o RAIS/MTE. O saldo final de movimentações anuais de emprego com carteira
assinada, resultado da diferença entre admitidos e demitidos durante o ano no mercado de
trabalho local, confirma o grande desenvolvimento da economia estadual. Enquanto em
2001, o saldo de empregos formais foi de 791 vagas, em 2011 passou a 14.488 empregos
formais gerados, de acordo com o CAGED/MTE.
Gráfico 3 - Evolução do estoque de empregos formais (em mil empregos). Fonte: RAIS/ MTE.
44
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
Aspectos Econômicos
O Produto Interno Bruto sergipano de 2011 supera a média do Brasil, registrando um
crescimento médio de 2,7% para o mesmo período, chegando em valores correntes a R$
26.199 milhões. Já o PIB per capita estadual em 2011 foi de R$ 12.536,45.
A estrutura de participação do valor adicionado sergipano apresenta-se pouco mais
concentrada no setor serviços, que responde por 67,7% da produção estadual. Dentro do
setor de Serviços as atividades que se destacam são: Administração, saúde e educação
pública que representa 27,6% do PIB sergipano, seguido de Comércio e serviços de
manutenção e reparação, com 11,6% do PIB.
O Setor industrial participa com 28,8% na composição do PIB do estado com destaque
para a Construção Civil, que em 2011 ganha participação no PIB estadual e passa ser a
atividade com maior importância dentro da indústria. Em seguida aparece a indústria de
transformação, seguida da extrativa e dos Serviços de Utilidade Pública.
Já a agropecuária a cada ano diminui sua participação, representandoem 2011,3,5%
do PIB sergipano.
Gráfico 4 - Participação no Valor Adicionado Bruto. Fonte: IBGE, SEPLAG/SUPES/DEPEA, 2012.
Através do Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial – PSDI,de 2007 a 2013
foram instaladas 103 novas empresas em Sergipe, o que totalizou no investimento de mais
de R$ 723 milhões. Com o crescimento da economia sergipana, além da oferta de emprego,
houve também expressivo aumento no consumo de energia elétrica tanto pelas indústrias,
quanto pelas residências do Estado entre 2011 e 2012, crescendo 13,8% e 37,95%,
respectivamente.
45
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
Infraestrutura
Sergipe conta com a seguinte infraestrutura:
Rodoviária
Sergipe é cortado por duas rodovias federais, a BR-101 (sentido Norte-Sul) e a BR-235
(sentido Leste - Oeste), que tem o ponto de encontro próximo à capital Aracaju.
Complementam esse sistema as rodovias estaduais que interligam todos os municípios,
totalizando 5.326 quilômetros de estradas.
Aérea
O aeroporto de Santa Maria, localizado em Aracaju, recebe diariamente cerca de 6
mil pessoas, sendo 1000 profissionais que trabalham no complexo aeroportuário para
atender uma média mensal de 115 mil passageiros e 22 voos diários. Sua vocação principal
está voltada para o atendimento aos executivos e turistas que buscam o estado de Sergipe
para negócios e lazer. Outro segmento são as operações diárias de fretamento de taxi
aéreos e helicópteros para atender ao transporte tanto de executivos das diversas áreas e
de funcionários das plataformas de petróleo localizadas no litoral de Sergipe eAlagoas.
Ferroviária
O sistema ferroviário no Estado está sob o comando da empresa Férrea Centro
Atlântico S.A. A linha que interliga Aracaju a Salvador, Maceió e Recifeé
utilizadaatualmente para o transporte de cargas, principalmente cimento, combustíveis,
amônia e uréia.
Portuária
O moderno Terminal Portuário Inácio Barbosa tem dupla funcionalidade, ou seja, é
especializado na movimentação de graneis e em condições de operar também com carga
geral. Administrado pela Companhia Vale do Rio Doce, o terminal está localizado no
município de Barra dos Coqueiros, 15 Km ao norte da capital Aracaju, sendo também
interligado com a BR-101 através da rodovia SE-240.
Do tipo "Off-Shore", ou seja, o seu cais de acostagemfoi construído a 2.400 metros da
linha de costa, o qual é abrigado por um quebra-mar com 550m de comprimento, e possui
cais de acostagem de extensão de 331m e largura de 17m, sendo alargado para 23,60m do
trecho sul, numa extensão de 59,20m, para permitir a manobra de qualquer embarcação.
Além disso, tem ponte de acesso ao cais com estrutura de concreto de 2.400m de extensão e
pista de rolamento com 6,60m de largura, classe 36t e permite o tráfego nos dois sentidos.
A profundidade natural é de 9,50m (maré mínima), elevada para 10,90m com
46
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
drenagem, contando ainda com a amplitude máxima de maré de 2,10m. Permite atracação
simultânea de 2 (dois) navios, sendo um 15.000t e outro de 1.500t ou ainda navios de até
45.000t isoladamente.
No retroporto dispõe de uma área de 200 hectares, dos quais 30% já terraplanados e
sem restrições de expansão, onde estão instalados os prédios administrativos de apoio,
oficinas, estação de tratamento de água, subestações, balanças, centrais de
telecomunicações e ainda as edificações da Receita Federal, já integrada ao SISCOMEX.
Dispõe ainda de um armazém com área útil de 2.400m² e um pátio cercado com área de
2.300m².
Telecomunicação
Sergipe é todo interligado pelo sistema de telefonia fixa, celular e Internet banda
larga,além dos outros serviços de DDD, DDI e Agências de Correios e Telégrafos. Possui três
emissoras de televisão aberta que são associadas às grandes redes nacionais via satélite,
sendo uma delas atuante no campo educativo.
Energia
É abastecido por duas empresas distribuidoras privadas: a Energisa- Distribuidora de
Energia S/A, a qual fornece energia para 63 municípios e a Companhia Sul Sergipana de
Eletricidade-SULGIPE, que opera em 12 municípios do sul de Estado. Estas empresas são
supridas pelo sistema de geração das Usinas hidroelétricas de PauloAfonso (BA) e Xingó (SE),
da CHESF.
Fornecimento de Gás
O suprimento de gás natural está sob a responsabilidade da empresa Sergipe Gás-
SERGÁS, a qual possui uma rede de distribuição de 116 km comercializando um volume
médio de 292.382 m³/dia. Ela distribui Gás Natural canalizado para os Distritos Industriais
deAracaju, Nossa Senhora do Socorro, Estância e Itaporanga D'Ajuda, além de atender à Cia.
Vale do Rio Doce, em Rosário do Catete e à Cervejaria Águas Claras, em Estância, entre
outros.
47
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
Figura 17 - Mapa de Infraestrutura Sergipana. Fonte: SEPLAG, 2011.
48
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
PANORAMAENERGÉTICO DO ESTADO
O Sistema Elétrico Sergipano
Definir se um país é desenvolvido, perpassa pela facilidade de acesso da população
aos serviços essenciais de infraestrutura, como condição necessária para a melhoria do seu
bem-estar. Assim como o saneamento básico, transporte e a comunicação, a ampliação da
oferta de energia “promove a redução de custos, aumento da produtividade,
aprimoramento da qualidade dos bens e serviços da estrutura produtiva e consolidação da
integração regional” (BNDES, 2013).
O sistema elétrico Sergipano é composto por matrizes energéticas de fontes
renováveis e não renováveis, sendo elas: hidráulica, biomassa, eólica, gás e petróleo. Ao
todo, o estado possui 28 fontes geradoras de energia, tendo como principal produtora, e
responsável por mais de 95% da capacidade de produção instalada, a Usina Hidrelétrica de
Xingó, administrada pela Companhia Vale do São Francisco - CHESF. Além de Xingó, existe
ainda a Usina Santa Cruz, uma CGH que complementa a geração de energia proveniente da
força hidráulica, sendo administrada pela Companhia Sul Sergipana de Eletricidade –
Sulgipe.As duas usinas destinam a sua produção de energia para a oferta do serviço público.
Quadro 3 - Empreendimentos em operação em Sergipe. Fonte: ANEEL – Banco de Informações de Geração.
Capacidade e Geração de Energia
De acordo com o Anuário Estatístico de Energia 2013, em 2012 a capacidade instalada de
Sergipe foi de 1,685 MW, uma participação de 1,39% do total do país.
Empreendimentos em Operação
Tipo Quantidade
Potência
Instalada (kW)
%
Central Geradora Hidrelétrica – CGH 1 364 0,01
Energia Eólica - EOL 1 34.500 1,05
Usina Hidrelétrica - UHE 1 3.162.000 96,31
Usina Termoelétrica - UTE 25 86.335 2,63
Total 28 3.283.199 100
49
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
Gráfico 5 - Percentual de Capacidade Instalada. Fonte: Balanço Energético Nacional (BEN) 2013.
Ao comparar com os demais estados nordestinos, Sergipe se destaca na quinta
colocação em capacidade instalada.
Gráfico 6 - Capacidade Instalada da Região Nordeste - Fonte: Balanço Energético Nacional (BEN) 2013.
Ao fazer a comparação da capacidade instalada entre os tipos de fontes geradoras
observa-se que em Sergipe, a hidráulica domina todo o sistema, seguida pelas
termoelétricas e em valor ainda ínfimo, a fonte eólica. Todavia, é forte a adoção de
matrizes energéticas limpas, e Sergipe apresenta grande potencial para desenvolver a
geração de energias provenientes do vento e do sol em seu território.
50
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
Gráfico 7 - Capacidade instalada de geração elétrica por tipo (MW) - Fonte: Balanço Energético Nacional (BEN) 2013.
Quanto à geração de energia elétrica, Sergipe é o 14° no ranking brasileiro de
produção. Em 2012 foram produzidos 10.177 GWh no estado.
Gráfico 8 - Produção de Eletricidade por estados da Federação - Fonte: BEN, 2013.
51
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
Desde 2010 a produção de energia elétrica em Sergipe vem apresentando uma
considerável melhora na produção. Em 2010 devido à grande seca que atingiu os estados
nordestinos, repercutindo expressamente na produção de energia daquele ano, observa-se
que a produção caiu para pouco mais 8.500 GWh. Em 2011 as geradoras retomam o seu ritmo
de produção, produzindo naquele ano um quantitativo um pouco maior do que em relação a
2009, ultrapassando a faixa dos 10.000 GWh de energia em 2012.
Gráfico 9 - Produção de energia por tipo (Elétrica) - Fonte: BEN, 2013.
De 2011 para 2012 houve um crescimento de 5,2% na produção de eletricidade,
percentual este acima da média nacional que foi de 3,9%, porém muito abaixo da média do
nordeste que foi de 14,1%.
ESTADO
GERAÇÃO ELÉTRICA
GWha
2009 2010 2011 2012 % 12/11
BRASIL 462.976 515.799 531.758 552.498 3,9%
NORDESTE 60.186 61.077 66.971 76.412 14,1%
Maranhão 994 1.219 1.943 3.621 86,3%
Piauí 779 716 742 723 -2,6%
Ceará 1.136 3.981 2.578 4.425 71,6%
Rio Grande
do Norte
315 1.403 1.587 2.920 84,0%
Paraíba 232 405 389 1.010 159,6%
Pernambuco 5.419 7.336 7.707 8.395 8,9%
Alagoas 18.803 17.065 18.747 19.325 3,1%
Sergipe 9.642 8.658 9.670 10.177 5,2%
Bahia 22.865 20.294 23.608 25.816 9,4%
Tabela 2 - Geração de Energia por Estados do Nordeste - Fonte: BEN, 2013.
52
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
Ao classificar a geração por tipo, observa-se mais uma vez a dependência de Sergipe
na matriz elétrica hidráulica, seguida pela energia da indústria petrolífera. O álcool, ainda
tendo uma inexpressiva participação na produção, tem crescido ao longo dos anos, e a
energia eólica neste momento ainda não tinha iniciado a sua produção.
Gráfico 10- Produção de energia por tipo – Fonte: BEN, 2013.
Já o Gráfico XY expressa muito bem a contribuição de Sergipe na produção de energia
do Nordeste, com destaque para o petróleo, que mesmo apresentando declínio na sua
produção nos últimos anos, participa com aproximadamente 1/3 de toda produção de
petróleo do Nordeste. Vale destacar também, o crescimento da participação da matriz
energética proveniente do álcool.
Gráfico 11 - Participação de Sergipe na produção de energia do Nordeste – Fonte: BEN, 2013.
53
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
Energia Hidráulica
Instalada no rio São Francisco, entre os estados de Alagoas e Sergipe, à 12 Km do
município de Piranhas/AL e a 6 km de Canindé de São Francisco/SE, a Usina hidrelétrica de
Xingó teve sua operação iniciada em 16 dezembro de 1994.
De acordo com a CHESF (2014), sua posição está à cerca de 70 km à jusante do
Complexo de Paulo Afonso, compreendendo as seguintes estruturas: barragem de
enrocamento com face de concreto a montante com cerca de 140 m de altura máxima; na
margem esquerda (AL) situa-se o vertedouro de superfície do tipo encosta com duas calhas e
12 comportas do tipo segmento com capacidade de descarga de 33.000 m³/s; na margem
direita (SE) estão localizados os muros, tomada d'água, condutos forçados expostos, casa de
força do tipo semi-abrigada, canal de restituição e diques de seção mista terra-
enrocamento, totalizando o comprimento da crista em 3.623,00 m.
6
O reservatório possui uma área de 60 km², com um volume total de 3.800 x 10 m³.
Sua vazão é regularizada pelo fio d'água e o nível máximo do reservatório é de 139 m.Ausina
geradora é composta por 6 unidades com 527.000 kW de potência nominal unitária,
totalizando 3.162.000 kW de potência instalada, havendo previsão para mais quatro
unidades idênticas numa segunda etapa.Quanto às turbinas, elas são do tipo Francis a uma
altura de queda nominal de 117,9 m, diâmetro do rotor de 7,2 m e potência nominal de
535.000 kW. Sua velocidade normal é de 109 rpm e engolimento da água na vazão de
500m³/s. A energia gerada é transmitida por uma subestação elevadora com 18
transformadores monofásicos de 185 MVAcada um que elevam a tensão de 18 kV para 500 kV.
Segundo a CHESF (2014), desde o ano de início de operação até o ano de 2012, Xingó
já produziu 308.125 GWh de energia, atingindo seu ápice de produção em 2007 com 21.631
GWh de energia produzida.
Gráfico 12 - Produção de Energia da Usina Hidrelétrica de Xingó – Fonte: CHESF, 2014.
54
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
Ao comparar a vazão do rio com a produção de Xingó do início de suas atividades até o
ano de 2012, observa-se uma relação estreita entre o volume da vazão e a energia gerada.
Nos anos em que a seca teve forte influencia na vazão, reduzindo a sua vazão, a produção de
energia também caiu. Do mesmo modo, quando a vazão aumentou devido às chuvas, a
produção de energia também seguiu o ritmo de crescimento, conforme poder-se observar na
tabela e gráfico abaixo.
Vazão de Xingó
Produção da
Usina de Xingó
Ano
Vazão em
m³/s
Produção (GWh)
1994 2.791 148
1995 2.023 7.837
1996 1.830 13.908
1997 2.829 17.085
1998 1.858 19.204
1999 1.802 17.458
2000 2.493 19.277
2001 1.353 14.083
2002 1.952 15.834
2003 1.812 15.734
2004 2.625 16.672
2005 2.638 18.718
2006 2.455 20.857
2007 2.599 21.631
2008 2.073 15.713
2009 2.708 19.104
2010 1.761 16.873
2011 2.360 18.675
2012 2.064 19.315
MIN 1.353 148
MED 2.212 16.217
MAX 2.829 21.631
Tabela 3 - Produção de Energia da Usina Hidrelétrica de Xingó e Vazão Média Anual do rio São Francisco– Fonte: CHESF, 2014.
55
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
Gráfico 13 - Comparativo entre Produção de Energia da Usina Hidrelétrica de Xingó e a Vazão Média Anual do Rio São Francisco – Fonte: CHESF, 2014.
Termoelétricas
O sistema elétrico sergipano, conta ainda com as Usinas Termoelétricas, existindo 25
empreendimentos em operação no estado, que geram energia por meio de três classes de
combustível: 02 geradoras de energia a partir do gás natural, 05 através da biomassa
(bagaço da cana de açúcar) e as demais provenientes da combustão do óleo diesel. Em todas
as UTHs, 100% do que é gerado é consumido pelo empreendimento.
Usina Termoelétrica – Fonte: jornaldaenergia.com.br - 2014.
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Produção (GWh)Vazão em m /s3
Vazão X Produção da Usina Hidrelétrica de Xingó
56
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
Quadro 4 - Usinas em operação em Sergipe - Fonte: Aneel/Banco de Informações de Geração, 2014.
Usina
Potência
(kW)
Destino da
Energia
Proprietário Município
Xingó 3.162.000 Serviço Público
100% para Companhia Hidro
Elétrica do São Francisco
Canindé de São
Francisco - SE
Piranhas - AL
Santa Cruz 364 Serviço Público
100% para Companhia Sul
Sergipana de Eletricidade
Estância - SE
Atalaia 4.600 Registro 100% para Petróleo Brasileiro S/A Aracaju - SE
Itaguassu Agro Industrial 4.450,40
Registro 100% para Itaguassu Agro
Industrial S/A
Nossa Senhora do
Socorro - SE
Iolando Leite 8.000
Produção
Independente de
Energia
100% para Usina Termo Elétrica
Iolando Leite Ltda
Capela - SE
Central de Co-geração
Shopping - Aracaju
2.600
Registro 100% para Condomínio do
Shopping Center Jardins S/A
Aracaju - SE
Riachuelo 360 Registro 100% para Lojas Riachuelo S/A Aracaju - SE
Peixoto Gonçalves 1.230 Registro 100% para Peixoto Gonçalves S/A Neópolis - SE
Junco Novo 1.200 Registro 100% para Junco Novo Ltda. Capela - SE
São José do Pinheiro 14.700
Produção
Independente de
Energia
100% para Usina São José do
Pinheiro Ltda
Laranjeiras - SE
GB José Thomaz 800
Registro 100% para G Barbosa Comercial
Ltda.
Aracaju - SE
GB Oswaldo Aranha 720
Registro 100% para G Barbosa Comercial
Ltda.
Aracaju - SE
GB Melício Machado 576
Registro 100% para G Barbosa Comercial
Ltda.
Nossa Senhora do
Socorro - SE
GB Sede 400
Registro 100% para G Barbosa Comercial
Ltda.
Nossa Senhora do
Socorro - SE
GB Rio Mar 400
Registro 100% para G Barbosa Comercial
Ltda.
Aracaju - SE
HSL I 860
Registro 100% para São Lucas Med.
Hospitalar Ltda.
Aracaju - SE
Gemar 440
Registro 100% para Gemar
Empreendimentos S.A.
Aracaju - SE
Barra dos Coqueiros 34.500
Produção
Independente de
Energia
100% para Energen Energias
Renováveis S.A.
Barra dos
Coqueiros - SE
Campo Lindo 25.000
Produção
Independente de
Energia
100% para Agro Industrial Campo
Lindo Ltda
Nossa Senhora das
Dores - SE
Sergifil Indústria Têxtil 2.400 Registro 100% para Sergifil Indústria Têxtil Aracaju - SE
Taquari 8.000
Produção
Independente de
Energia
100% para Agro Industrial Capela
Ltda
Capela - SE
Sociedade de Educação
Tiradentes
2.800
Registro 100% para Sociedade de
Educação Tiradentes S/S Ltda
Aracaju - SE
Dakota Calçados 1.095 Registro 100% para Dakota Calçados S.A Simão Dias - SE
Cencosud 1.000
Registro 100% para Ceconsud Brasil
Comercial Ltda.
Aracaju - SE
G Barbosa 800
Registro 100% para Supermercado
Guidolin Central Ltda.
Nossa Senhora do
Socorro - SE
Sabe Alimentos 1.200 Registro 100% para Sabe Alimentos Ltda Muribeca - SE
57
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
Energia Eólica
A única Usina de Energia Eólica instalada em Sergipe também faz parte do sistema
elétrico do estado. Administrada pela DESENVIX, com uma participação de 95% na
sociedade, a Usina Eólica Barra dos Coqueiros está localizada em uma área de 200 hectares
do povoado Jatobá, no município de Barra dos Coqueiros, proximidades do porto de Sergipe.
Inaugurada em 2013, é constituída por vinte e três unidades aerogeradorasproduzidas
pela empresa chinesa Sinovel,o que totaliza 34,5 MW de capacidade instalada e 10,5 MW
médio de garantia física de energia.Gerada mediante o processo de transformação da
energia cinética das massas de ar em energia mecânica ou elétrica, a produção de energia é
vendida para a empresa distribuidora de energia elétrica do estado.O projeto teve
financiamento de longo prazo negociado do China Development Bank em 80% do total do
investimento.
Figura 18 - Usina de Energia Eólica Barra dos Coqueiros – Fonte: Agência Sergipe de Notícias, 2013.
58
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
Sistema de Transmissão
Ainda fazem parte do sistema elétrico sergipano, o sistema de transmissão de alta,
média e baixas voltagens e as empresas distribuidoras de energia para o consumidor final. A
energia gerada pelas turbinas das hidroelétricas é enviada pelas linhas de transmissão até
as subestações, que por sua vez transformam esta energia em outras tensões e são
distribuídas aos consumidores finais.
ACHESF possui em Sergipe três subestações do tipo abaixadoras de tensão, que estão
localizadas nos municípios de Itabaiana, Itabaianinha e N.S. do Socorro.
ITB - SE ITABAIANA
TENSÃO: 230 KV
TIPO: ABAIXADORA
MUNICÍPIO: ITABAIANA
ESTADO: SE
ITH - SE ITABAIANINHA
TENSÃO: 230 KV
TIPO: ABAIXADORA
MUNICÍPIO: ITABAIANA
ESTADO: SE
JDM - SE JARDIM
TENSÃO: 500 KV
TIPO: ABAIXADORA
MUNICÍPIO: N.SRA. DO SOCORRO
ESTADO: SE
Quadro 5 - Subestações localizadas em Sergipe – Fonte: CHESF, 2014.
Estas subestações transformam a energia em tensões menores, sendogrande parte
distribuída para o sistema elétrico nacional e outra parte para as duas concessionárias
atuantes em Sergipe, ENERGISAe SULGIPE.
A ENERGISA compra energia da CHESF e a transforma, em suas 23 subestações, em
tensões de 69 e 13,8 kV, que são distribuídas nos seus 18.904 km de linhas de distribuição nas
zonas rural e urbana. Ao todo a ENERGISA atende 63 municípios, totalizando em 2013
680.254 consumidores.
59
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
Para atender a sua área de concessão composta por 14 municípios e um número de
114.108 consumidores, a SULGIPE compra energia da CHESF e da ENERGISA.Aempresa conta
ainda com 05 subestações em 69 e 13.8 KV, localizadas em Estância, Itabaianinha, Tobias
Barreto, Indiaroba e Tomar do Geru que atendem a parte sul de Sergipe e a dois municípios
do norte da Bahia.
Indústria Sucroenergética
A agroindústria canavieira no Brasil passou por um processo de modernização para
aderir ao fornecimento de combustível à indústria automobilística, e as agroindústrias
canavieiras sergipanas também fizeram investimentos voltados para a produção de energia,
destinando uma parcela crescente e majoritária da cana-de-açúcar para a produção de
etanol.
De acordo com o IBGE, a área plantada de cana de açúcar no estado vem
acompanhando a tendência de expansão da sua produção pelo país, e com isso
temexpandido as áreas plantadas em seu território. Em 2006, Sergipe possuía 38.853
hectares de área plantada, passando para 53.158 hectares em 2012, um incremento de 36%
em 6 anos, muito além da média de crescimento no Nordeste, que foi de 9%, mas no ritmo
aproximado do Brasil que cresceu 52% é área.
Área Plantada com cana-de-açúcar em hectares
2006 - 2012
ESTADO
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
SAFRA
Alagoas 402.253 410.835 434.000 434.005 434.370 434.684 433.300
Bahia 106.455 108.179 109.606 82.045 96.743 116.171 118.033
Ceará 29.067 40.098 42.159 42.706 43.024 41.370 40.248
Maranhão 39.301 42.451 48.623 46.112 50.477 48.565 49.534
Paraíba 116.115 120.004 122.587 122.888 123.691 118.097 125.985
Pernambuco 336.765 356.520 403.072 352.276 361.937 345.416 309.928
Piauí 10.213 12.372 12.629 12.866 12.841 15.194 15.629
Rio Grande do Norte 55.623 61.425 65.910 67.597 65.326 59.463 71.300
Sergipe 38.853 38.616 38.895 41.931 46.665 50.988 53.158
Região Nordeste 1.134.645 1.190.500 1.277.481 1.202.426 1.235.074 1.229.948 1.217.115
Brasil 6.392.846 7.086.851 8.210.877 8.845.833 9.164.756 9.616.615 9.752.328
Tabela 4 - Área Plantada com cana de açúcar no Nordeste - Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal, 2013.
Tal expansão refletiu na produção da cana de açúcar sergipana, que cresceu 2 vezes e
meia entre os anos de 2006 e 2012. Só na safra de 2011/12 o estado produziu pouca mais de 2
milhões e meio de tonelada
60
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
Produção de Cana de Açúcar - Safra 2005/06 - 2011/12
Mil toneladas
Estado/Safra 2005/2006 2006/2007 2007/2008 2008/2009 2009/2010 2010/2011 2011/2012
Alagoas 22.254 24.643 29.444 27.309 24.270 28.958 27.705
Bahia 2.391 2.279 2.523 2.542 2.095 2.792 2.557
Ceará 41 27 8 122 154 36 120
Maranhão 844 1.660 2.135 2.280 2.209 2.327 2.266
Mato Grosso 12.335 13.180 14.928 15.283 14.046 13.661 13.154
Paraíba 4.209 4.909 5.653 5.886 6.242 5.246 6.723
Pernambuco 13.798 15.832 19.844 18.950 18.259 17.196 17.642
Piauí 492 706 689 900 1.014 837 992
Rio Grande do Norte 2.356 2.397 2.048 3.187 3.516 2.733 2.973
Sergipe 1.109 1.349 1.372 1.832 1.481 2.059 2.548
Região Nordeste 59.831 66.982 78.644 78.291 73.285 75.846 76.681
Brasil 385.129 427.658 495.723 569.216 602.193 620.409 559.215
Tabela 5 - Produção de cana de açúcar nos Estados Nordestinos - Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal, 2013.
Segundo a União das Indústrias de cana de açúcar, a maior parte da produção
sergipana de cana é destinada para produção de etanol. Na Safra de 2011/2012, das
2.548.000 toneladas, foram produzidos 133 mil m³ de etanol e 96 mil toneladas de açúcar.
Produção da Indústria Sucroenergética no Nordeste - 2012
Estados
Cana-de-
açúcar
Açúcar Etanol (mil m³)
mil toneladas mil toneladas Anidro Hidratado Total
Alagoas 27.705 2.348 348 325 673
Bahia 2.557 124 67 51 118
Ceará 120 0 0 8 8
Maranhão 2.266 9 148 30 177
Paraíba 6.723 270 150 208 357
Pernambuco 17.642 1.482 188 170 358
Piauí 992 60 36 2 37
Rio Grande do Norte 2.973 201 58 48 106
Sergipe 2.548 96 40 93 133
Região Nordeste 63.526 4.590 1.035 935 1.967
Brasil 559.215 35.925 8.581 14.101 22.682
Quadro 6 - Produção da Indústria Sucroenergética no Nordeste - Fonte: UNICA, ALCOPAR, BIOSUL, SIAMIG, SINDALCOOL, SIFAEG, SINDAAF, SUDES e MAPA.
61
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
Apesar da seca que ocorreu nos últimos 2anos, a qual atingiu diretamente a produção
agrícola em Sergipe, e consequentemente, repercutindo diretamente na produção da
indústria sucroenergética, a produção de etanol no estado vem em um momento de franca
expansão. Em 2003 eram produzidos 61,5 mil m³ de etanol em Sergipe, passando em 2012
para pouco mais de 146 mil m³.Aexpectativa é que esse número aumente, já que a previsão
de safra da cana de açúcar em Sergipe, para o ano de 2014, é de 3.389 milhões de toneladas,
segundo o IBGE.
Produção de Etanol em Sergipe (2003 –2012)
Ano
Total
(Mil m3
)
Variação
(%)
Hidratado
(Mil m3
)
Variação
(%)
Anidro
( Mil m3
)
Variação
(%)
2003 61,50 0,00 29,47 0,00 32,03 0,00
2004 62,47 1,58 33,78 14,63 28,69 -10,43
2005 67,64 8,28 39,05 15,60 28,59 -0,35
2006 62,79 -7,17 30,48 -21,95 32,31 13,01
2007 35,49 -43,48 12,46 -59,12 23,03 -28,72
2008 57,57 62,21 29,09 133,47 28,48 23,66
2009 101,12 75,65 85,39 193,54 15,73 -44,77
2010 80,91 -19,99 68,50 -19,78 12,41 -21,11
2011 97,90 21,00 78,02 13,90 19,88 60,19
2012 146,42 49,56 103,36 32,48 43,06 116,60
Quadro 7 - Produção de Etanol em Sergipe - Fonte: ANP/Anuário Estatístico, 2013.
Gráfico 14 - Produção de Etanol em Sergipe – Fonte: ANP/Anuário Estatístico, 2013.
62
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
Estes valores são resultantes da produção das 6 unidades produtoras de bioenergia
existentes em Sergipe,a Agro Industrial Campo Lindo em Nossa Senhora das Dores, a Usina
São José do Pinheiro em Laranjeiras, as Usinas Junco Novo, Iolando Leite e Taquari em
Capela e a CBAA – Companhia Brasileira de Açúcar e Álcool em Japoatã. Juntas,produzem
vários produtos e subprodutos da cana, tais como: açúcar, álcool anidro, álcool hidratado,
melaço, cachaça, vinhaça, torta e,recentemente, investindo cada vez mais em produção
deenergia elétrica.
Foi focando na produção de energia elétrica que a agroindústria canavieira passou a
atuar em um novo mercado, a produção de energia elétrica a partir da biomassa da cana-de-
açúcar. As agroindústrias passaram a produzir energia a partir da própria cana e seus
derivados, tanto para o autoconsumo da sua planta industrial, quanto para fornecimento da
rede geral por meio de leilões instituídos pelaANEEL.
As agroindústrias fazem aproveitamento de toda a cana consumida, desde o bagaço e
a palha utilizados para a geração de energia elétrica, até o suco, ingrediente principal para a
produção de açúcar e etanol. Além de outras utilizações como afirma Manos (20XX), em seu
resumo simplificado do processo industrial da cana de açúcar.
Figura 19 - Resumo simplificado do processo industrial da cana de açúcar – Fonte: Manos, 2009.
CANA
SUCO (1/3) BAGAÇO (1/3) PALHA (1/3)
AÇÚCAR ETANOL ELETRICIDADE
MELAÇO
63
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
Para Lacerda (2012), a tradicional indústria canavieira teve que se reinventar para
manter a competitividade no mercado econômico, e em Sergipe não foi diferente, com a
formação de complexos produtores de energia.
“A diversificação da produção, que propicia atuar em três mercados
com dinâmicas bem distintas (açúcar, combustível e energia elétrica),
concorre para reduzir a instabilidade que periodicamente
desorganiza o setor, além de prover novas fontes de rendimento. Tem
sido interessante o formato que vem assumindo a implantação desse
complexo em Sergipe, com a entrada no mercado de grupos
empresariais originários de atividades comerciais” (LACERDA, 2012).
Um exemplo disso é a Usina Elétrica Renovável Gentil Barbosa,inserida no complexo
agroindustrial Campo Lindo, cujos proprietários foram oriundos do comércio atacadista e
varejista, e que passaram a investir na agroindústria. A usina, inaugurada em 2012,
aproveita a biomassa da cana para gerar 34 MW de energia, sendo toda sua produção
destinada ao abastecimento do complexo agroindustrial em Nossa Senhora das Dores.
Petróleo e Gás
Sergipe é pioneiro na produção de petróleo e gás em mar e possuidor de um dos
maiores campos petrolíferos da América Latina, o campo de Carmópolis, na bacia
sedimentar Sergipe- Alagoas (SEAL), compreendendo uma área de aproximadamente 2.500
km² e abrangendo 14 municípios sergipanos.
Em 2013, a Petrobras comemorou 50 anos da descoberta do
campoCarmópolis,considerada a maior acumulação terrestre do país em volume original de
óleo (in place), com 1,7 bilhão de barris e maior produtor onshoredo Brasil (PETROBRAS,
2013). Mesmo com a sua maturidade, houve uma retomada dos investimentos no campo de
Carmópolis a partir do início do século XXI, o que permitiu a reversão do declínio da sua
produção. “Um volume expressivo que se deve, principalmente, à aplicação de modernas
soluções tecnológicas destinadas à recuperação da produção do campo [...], passando dos
atuais 180 mil barris por dia para 368 mil barris por dia até 2020” (PETROBRAS, 2013).
Outra ação que a empresa vem realizando em Sergipe é o desenvolvimento da
exploração das recentes descobertas em águas profundas na Bacia, um investimento de US$
5,7 bilhões em atividades de exploração e produção (E&P) nos próximos cinco anos. Isso se
deve ao fato de foram descobertos novos campos de petróleo de qualidade leve, com alto
valor comercial em águas ultraprofundas em Sergipe, sendo considerada por especialistas
como a nova província petrolífera da região, cuja extração do primeiro óleo está prevista
para 2018.
De acordo com a ANP (2013), em 10 anos (de 2003 a 2012), houve um crescimento
de 25,97% na quantidade de poços perfurados em Sergipe, passando a terem 2012, 1.882
poços em produção.
64
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
Unidades da
Federação
Localização
Número de poços produtores de petróleo e de gás natural 12/11
%2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Brasil
Total 9.209 7.800 8.002 8.287 8.396 8.539 8.560 8.955 9.044 9.018 -0,29
Terra 8.439 7.095 7.277 7.523 7.615 7.760 7.761 8.131 8.275 8.227 -0,58
Mar 770 705 725 764 781 779 799 824 769 791 2,86
Amazonas Terra 70 56 57 55 53 60 63 55 56 66 17,86
Ceará
Terra 459 402 382 423 413 495 423 437 447 333 -25,50
Mar 64 45 47 48 53 44 39 41 37 41 10,81
Rio Grande
do Norte
Terra 3.940 2.972 3.161 3.355 3.405 3.569 3.529 3.808 3.864 3.835 -0,75
Mar 109 79 97 98 101 100 103 103 89 96 7,87
Alagoas
Terra 174 181 196 211 210 178 181 183 175 173 -1,14
Mar 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 -
Sergipe
Terra 1.424 1.261 1.305 1.368 1.449 1.441 1.577 1.679 1.716 1.820 6,06
Mar 70 72 60 66 69 73 70 70 61 62 1,64
Bahia
Terra 1.947 1.842 1.823 1.783 1.779 1.735 1.734 1.684 1.722 1.681 -2,38
Mar 27 21 5 5 8 8 10 9 9 8 -11,11
Espírito Santo
Terra 425 381 353 328 306 282 254 285 295 318 7,80
Mar 4 4 4 11 18 19 17 38 43 50 16,28
Rio de Janeiro Mar 486 475 503 528 524 529 554 555 522 522 -
São Paulo Mar 6 5 5 5 5 4 5 7 7 11 57,14
Paraná Mar 3 3 3 2 2 1 - - - - ..
Quadro 8 - Quantidade de poços produtores de Petróleo e Gás Natural - Fonte: ANP, 2013.
Ainda segundo a agência, só de reserva total, a província da bacia sedimentar em
Sergipe possui 433 milhões de barris de petróleo e aproximadamente 7 bilhões de m³ de gás.
Quanto às reservas provadas e a capacidade instalada dos combustíveis fósseis, Sergipe foi o
quarto no ranking do Nordeste em reserva provada de gás natural. Já na planta de
processamento de gás natural, o estado sobe para terceiro no ranking do nordeste.
RESERVAS PROVADAS E CAPACIDADE INSTALADA - 2012
ESTADO
PETRÓLEO GÁS NATURAL REFINO DE PERÓLEO
a PLANTAS DE GÁS
NATURAL
10
6
m
3
10
6
bbl 10
6
m
3
m³/dia 10
3
b/d 10
3
m
3
/d (day)
BRASIL 2.309 14.524 436.430 334.433 2.104 96.696
NORDESTE 158 995 52.128 52.133 328 24.500
Maranhão * * 6.988 * * *
Piauí * * * * * *
Ceará 10 63 387 1.300 8 350
Rio Grande do Norte 62 389 9.543 6.000 38 5.800
Paraíba * * * * * *
Pernambuco * * * * * *
Alagoas 1 7 3.396 * * 1.800
Sergipe 42 263 4.882 * * 3.250
Bahia 43 273 26.934 44.833 282 13.300
Quadro 9 - Reservas Provadas e Capacidade Instalada - Fonte: Balanço Energético Nacional, 2013.
65
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
Já o Petróleo em Sergipe, vem apresentando um leve declínio de sua produção desde
2008, quando apresentou um auge na produção com mais de 17 milhões de barris. Todavia,
mesmo com o declínio da produção nos últimos anos, de 2003 até 2012, foram produzidos
150 milhões e 86 mil barris.
Produção Petróleo Bruto -(2003 – 2012)
Ano
Total
(Mil Barris)
Variação
(%)
Terra
(Mil Barris)
Variação
(%)
Mar
(Mil Barris)
Variação
(%)
2003 13.490 0,00 10.840 0,00 2.650 0,00
2004 13.962 3,50 11.433 5,47 2.530 -4,53
2005 14.216 1,82 11.909 4,16 2.307 -8,81
2006 14.344 0,90 12.044 1,13 2.300 -0,30
2007 15.621 8,90 12.889 7,02 2.732 18,78
2008 17.194 10,07 12.371 -4,02 4.823 76,54
2009 16.098 -6,37 12.583 1,71 3.515 -27,12
2010 15.083 -6,31 12.019 -4,48 3.063 -12,86
2011 15.331 1,64 11.745 -2,28 3.586 17,07
2012 14.747 -3,81 11.547 -1,69 3.200 -10,76
Quadro 10 - Produção de Petróleo Bruto por tipo, 2003-2012 - Fonte: ANP, 2013.
A exploração em terra foi quem mais contribuiu com a produção de petróleo bruto,
representando 79% da produção total de petróleo em Sergipe com 119milhões 380 mil barris
e uma média de 11.938 mil barris produzidos por ano. Já a produção em mar de petróleo
bruto foi de 30 milhões e 706 mil barris, uma média de 3.071 mil barris por ano.
Gráfico 15 - Produção de Petróleo Bruto em Terra e Mar – Fonte: Sergipe em Dados, 2013.
66
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
Foram produzidos em Sergipe, 8 bilhões, 230 milhões e 857 mil m³ de Gás Natural
entre 2003 e 2012. De 2003 até 2009 houve um declínio na produção, havendo um ápice no
ano de 2010, com um 1.101.741 mil m³, seguindo de leve queda nos anos seguintes. A
produção em mar foi quem mais contribuiu para a produção no estado, com7.348.690 mil
m³, o que equivale a89% do total.
Produção de Gás Natural (2003 – 2012)
Ano
Total
(mil m³)
Variação
(%)
Terra
(mil m³)
Variação
(%)
Mar
(mil m³)
Variação
(%)
2003 732.513 0,00 66.249 0,00 666.264 0,00
2004 677.426 -7,52 76.258 15,11 601.168 -9,77
2005 617.743 -8,81 79.020 3,62 538.723 -10,39
2006 609.374 -1,35 84.217 6,58 525.156 -2,52
2007 547.060 -10,23 93.190 10,65 453.870 -13,57
2008 857.779 56,80 91.236 -2,10 766.543 68,89
2009 956.149 11,47 92.540 1,43 863.610 12,66
2010 1.101.741 15,23 94.659 2,29 1.007.081 16,61
2011 1.101.221 -0,05 101.947 7,70 999.241 -0,78
2012 1.029.851 -6,48 102.817 0,85 927.034 -7,23
Quadro 11 - Produção de Gás Natural por tipo, 2003-2012. Fonte: ANP, 2013.
Gráfico 16 - Produção de Gás Natural por tipo – Fonte: Sergipe em Dados, 2013.
67
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
Já a produção de LGN vem diminuindo em Sergipe, em 2012a produção deste ano
representou 58% da sua produçãode 2003, sendo que em 2012 foi o ano que apresentou
menor valor neste período, 165.672 m³ de LGN.Em 10 anos Sergipe produziu 2.510.882 m³
de LGN.
Produção de LGN* (2003 – 2012)
Ano
Quantidade
( m³)
Índice
(Base: 2002=100)
Variação (%)
2003 284.724 94,87 0,00
2004 292.671 97,52 2,79
2005 294.881 98,26 0,76
2006 282.543 94,15 -4,18
2007 274.371 91,42 -2,89
2008 259.975 86,63 -5,25
2009 241.904 80,61 -6,95
2010 226.991 75,64 -6,16
2011 187.150 62,36 -17,55
2012 165.672 55,20 -11,48
Quadro 12 - Produção de LGN - Líquido de Gás Natural (GLP e C5+) - Fonte: Sergipe em Dados, 2013.
Consumo
O consumo de energia elétricavem aumentando consideravelmente ao longo da
última década. Um dos fatores preponderantes para este crescimento considerável é o
aumento do poder do consumo do trabalhador brasileiro, que passou a cada vez mais a
adquirir bens e serviços com a ampliação do seu poder de crédito. Com esse aumento de
consumo, as indústrias e o comércio passaram consumir mais energia elétrica para atender à
demanda, consequentemente expandir os seus negócios.
De acordo com a Superintendência de Estudos e Pesquisas (SUPES), ligada à
Secretaria de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão (SEPLAG-SE), em sua
publicação Sergipe em Dados 2013, de 2011 para 2012, o consumo total de energia elétrica
registrou um crescimento de 3,42%, passando de 3.500.351 Mwh para 3.620.037 Mwh.
68
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
Consumo Total de Energia Elétrica em Sergipe
Ano
Total
(MWh ) (1)
Variação
(%)
2003 2.223.869 0,00
2004 2.150.430 -3,30
2005 2.411.516 12,14
2006 2.461.321 2,07
2007 2.839.924 15,38
2008 2.945.473 3,72
2009 3.098.526 5,20
2010 3.301.788 6,56
2011 3.500.351 6,01
2012 3.620.037 3,42
Quadro 13 - Consumo Total de Energia Elétrica em Sergipe - Fonte: Energisa, Sulgipe e consumidores livres. In: Sergipe em Dados 2013. (1) No total
estão inclusos: Poder Público, Iluminação Pública, Rural e outros.
Ainda segundo o estudo, ao comparar o consumo de energia elétrica por classes,
de 2012 em relação a 2011, verifica-se que a classe comercial apresentou o maior
crescimento (5,49%), seguida pela residencial (4,40%) e industrial (0,53%). É importante
destacar que em 2012, o segmento industrial foi responsável pelo maior consumo de
energia do Estado com 1.552.079Mwh, vindo em seguida o residencial com 922.932Mwh,
e o comercial com o menor nível de consumo, 507.190Mwh.
Gráfico 17 - Consumo de Energia Elétrica (2002 – 2012) - Fonte: Energisa, Sulgipe e consumidores livres. In: Sergipe em Dados 2013.
69
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
Energias que transformam Sergipe
Energias que transformam Sergipe
Energias que transformam Sergipe
Energias que transformam Sergipe
Energias que transformam Sergipe
Energias que transformam Sergipe
Energias que transformam Sergipe
Energias que transformam Sergipe
Energias que transformam Sergipe
Energias que transformam Sergipe
Energias que transformam Sergipe
Energias que transformam Sergipe
Energias que transformam Sergipe
Energias que transformam Sergipe

Contenu connexe

Tendances

Relatorio de estágio do ensino médio
Relatorio de estágio do ensino médio Relatorio de estágio do ensino médio
Relatorio de estágio do ensino médio Giselle Coutinho
 
Saresp história e geografia 2011 9º ano
Saresp história e geografia 2011 9º anoSaresp história e geografia 2011 9º ano
Saresp história e geografia 2011 9º anoAlda Cavalcante
 
ATIVIDADE DE GEOGRAFIA CONTINENTES ADAPTADA.docx
ATIVIDADE DE GEOGRAFIA CONTINENTES ADAPTADA.docxATIVIDADE DE GEOGRAFIA CONTINENTES ADAPTADA.docx
ATIVIDADE DE GEOGRAFIA CONTINENTES ADAPTADA.docxSuelenDosSantos8
 
IDH - Índice de Desenvolvimento Humano
IDH - Índice de Desenvolvimento HumanoIDH - Índice de Desenvolvimento Humano
IDH - Índice de Desenvolvimento HumanoIdalina Leite
 
Degradação do solo, Erosão, Enchentes e Desertificação.
Degradação do solo, Erosão, Enchentes e Desertificação.Degradação do solo, Erosão, Enchentes e Desertificação.
Degradação do solo, Erosão, Enchentes e Desertificação.Carlos Eduardo
 
População brasileira
População brasileiraPopulação brasileira
População brasileiraamaroviana
 
HISTÓRIA | 3ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC - (EM13CHS603) D1/D4
HISTÓRIA | 3ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC - (EM13CHS603) D1/D4HISTÓRIA | 3ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC - (EM13CHS603) D1/D4
HISTÓRIA | 3ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC - (EM13CHS603) D1/D4GernciadeProduodeMat
 
Oficio da escola
Oficio da escolaOficio da escola
Oficio da escolafasifo
 
Agropecuária geral e do brasil
Agropecuária   geral e do brasilAgropecuária   geral e do brasil
Agropecuária geral e do brasilProfessor
 
Atividades adaptadas- História --1.pdf
Atividades adaptadas- História --1.pdfAtividades adaptadas- História --1.pdf
Atividades adaptadas- História --1.pdfWenderson Santos Couto
 
Geomorfologia do Maranhão
Geomorfologia do MaranhãoGeomorfologia do Maranhão
Geomorfologia do MaranhãoPedro Wallace
 
Biografia do professor
Biografia do professorBiografia do professor
Biografia do professorJeca Tatu
 
Plano de aula 4º ano a
Plano de aula   4º ano aPlano de aula   4º ano a
Plano de aula 4º ano aAndré Moraes
 
Modelo exemplo de projeto de intervenção
Modelo exemplo de projeto de intervençãoModelo exemplo de projeto de intervenção
Modelo exemplo de projeto de intervençãoClaudilena Araújo
 
Plano de aula de geograf ia
Plano de aula de geograf iaPlano de aula de geograf ia
Plano de aula de geograf iaPaula Spera
 

Tendances (20)

Requerimento
RequerimentoRequerimento
Requerimento
 
Agricultura brasileira
Agricultura brasileiraAgricultura brasileira
Agricultura brasileira
 
Relatorio de estágio do ensino médio
Relatorio de estágio do ensino médio Relatorio de estágio do ensino médio
Relatorio de estágio do ensino médio
 
Saresp história e geografia 2011 9º ano
Saresp história e geografia 2011 9º anoSaresp história e geografia 2011 9º ano
Saresp história e geografia 2011 9º ano
 
ATIVIDADE DE GEOGRAFIA CONTINENTES ADAPTADA.docx
ATIVIDADE DE GEOGRAFIA CONTINENTES ADAPTADA.docxATIVIDADE DE GEOGRAFIA CONTINENTES ADAPTADA.docx
ATIVIDADE DE GEOGRAFIA CONTINENTES ADAPTADA.docx
 
Cruzadinha região sudeste
Cruzadinha região sudesteCruzadinha região sudeste
Cruzadinha região sudeste
 
IDH - Índice de Desenvolvimento Humano
IDH - Índice de Desenvolvimento HumanoIDH - Índice de Desenvolvimento Humano
IDH - Índice de Desenvolvimento Humano
 
Degradação do solo, Erosão, Enchentes e Desertificação.
Degradação do solo, Erosão, Enchentes e Desertificação.Degradação do solo, Erosão, Enchentes e Desertificação.
Degradação do solo, Erosão, Enchentes e Desertificação.
 
População brasileira
População brasileiraPopulação brasileira
População brasileira
 
HISTÓRIA | 3ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC - (EM13CHS603) D1/D4
HISTÓRIA | 3ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC - (EM13CHS603) D1/D4HISTÓRIA | 3ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC - (EM13CHS603) D1/D4
HISTÓRIA | 3ª SÉRIE | HABILIDADE DA BNCC - (EM13CHS603) D1/D4
 
Oficio da escola
Oficio da escolaOficio da escola
Oficio da escola
 
Agropecuária geral e do brasil
Agropecuária   geral e do brasilAgropecuária   geral e do brasil
Agropecuária geral e do brasil
 
Exemplo. plano de aula
Exemplo. plano de aulaExemplo. plano de aula
Exemplo. plano de aula
 
Atividades adaptadas- História --1.pdf
Atividades adaptadas- História --1.pdfAtividades adaptadas- História --1.pdf
Atividades adaptadas- História --1.pdf
 
Geomorfologia do Maranhão
Geomorfologia do MaranhãoGeomorfologia do Maranhão
Geomorfologia do Maranhão
 
Plano de aula
Plano de aulaPlano de aula
Plano de aula
 
Biografia do professor
Biografia do professorBiografia do professor
Biografia do professor
 
Plano de aula 4º ano a
Plano de aula   4º ano aPlano de aula   4º ano a
Plano de aula 4º ano a
 
Modelo exemplo de projeto de intervenção
Modelo exemplo de projeto de intervençãoModelo exemplo de projeto de intervenção
Modelo exemplo de projeto de intervenção
 
Plano de aula de geograf ia
Plano de aula de geograf iaPlano de aula de geograf ia
Plano de aula de geograf ia
 

En vedette

Tn72 produtores independentes___parte_3
Tn72 produtores independentes___parte_3Tn72 produtores independentes___parte_3
Tn72 produtores independentes___parte_3victor_souza
 
Aracaju ppt apresentação do trabalho
Aracaju ppt apresentação do       trabalhoAracaju ppt apresentação do       trabalho
Aracaju ppt apresentação do trabalhoDayane Teles
 
Matriz energética brasileira
Matriz energética brasileiraMatriz energética brasileira
Matriz energética brasileiraDaniel Moura
 
História de aracaju
História de aracajuHistória de aracaju
História de aracajuDavi Almeida
 

En vedette (7)

Balanco energetico setor industrial
Balanco energetico setor industrialBalanco energetico setor industrial
Balanco energetico setor industrial
 
Tn72 produtores independentes___parte_3
Tn72 produtores independentes___parte_3Tn72 produtores independentes___parte_3
Tn72 produtores independentes___parte_3
 
História de sergipe para concursos em geral
História de sergipe para concursos em  geralHistória de sergipe para concursos em  geral
História de sergipe para concursos em geral
 
Aracaju ppt apresentação do trabalho
Aracaju ppt apresentação do       trabalhoAracaju ppt apresentação do       trabalho
Aracaju ppt apresentação do trabalho
 
Matriz energética brasileira
Matriz energética brasileiraMatriz energética brasileira
Matriz energética brasileira
 
História de aracaju
História de aracajuHistória de aracaju
História de aracaju
 
reveal.js 3.0.0
reveal.js 3.0.0reveal.js 3.0.0
reveal.js 3.0.0
 

Similaire à Energias que transformam Sergipe

Sergipe: Inclusão Social e Desenvolvimento
Sergipe: Inclusão Social e Desenvolvimento Sergipe: Inclusão Social e Desenvolvimento
Sergipe: Inclusão Social e Desenvolvimento Governo de Sergipe
 
01121545-ppa-2020-2023.pdf
01121545-ppa-2020-2023.pdf01121545-ppa-2020-2023.pdf
01121545-ppa-2020-2023.pdfAlexFonseca57
 
Há razões para duvidar da sustentabilidade da dívida do estado de são paulo ...
Há razões para duvidar da sustentabilidade da dívida  do estado de são paulo ...Há razões para duvidar da sustentabilidade da dívida  do estado de são paulo ...
Há razões para duvidar da sustentabilidade da dívida do estado de são paulo ...Wagner Cunha e Torre Torres
 
Release - Balanço de Governo - 2011
Release - Balanço de Governo - 2011Release - Balanço de Governo - 2011
Release - Balanço de Governo - 2011Governo de Sergipe
 
Coletiva nota prova final 2013
Coletiva nota prova final 2013Coletiva nota prova final 2013
Coletiva nota prova final 2013Sintese Sergipe
 
Projeto de Lei Orçamento 2009
Projeto de Lei Orçamento 2009Projeto de Lei Orçamento 2009
Projeto de Lei Orçamento 2009gazetaonline
 
Relatório de Gestão 2012 - Governo de Sergipe
Relatório de Gestão 2012 - Governo de SergipeRelatório de Gestão 2012 - Governo de Sergipe
Relatório de Gestão 2012 - Governo de SergipeGoverno de Sergipe
 
Jornal da FETAEP - edição 143 - Novembro de 2016
Jornal da FETAEP - edição 143 - Novembro de 2016Jornal da FETAEP - edição 143 - Novembro de 2016
Jornal da FETAEP - edição 143 - Novembro de 2016FETAEP
 
Pub 20140530170956 mapeamento_quantificacao_safra2013-14
Pub 20140530170956 mapeamento_quantificacao_safra2013-14Pub 20140530170956 mapeamento_quantificacao_safra2013-14
Pub 20140530170956 mapeamento_quantificacao_safra2013-14Fellippe Antonelle
 
Alagoas em Dados e Informações
Alagoas em Dados e InformaçõesAlagoas em Dados e Informações
Alagoas em Dados e InformaçõesThiago Avila, Msc
 
Conceituando educação fiscal ii
Conceituando educação fiscal iiConceituando educação fiscal ii
Conceituando educação fiscal iibibi_rosangela
 
INFRAESTRUTURA RS - AGENDA 2020
INFRAESTRUTURA RS - AGENDA 2020INFRAESTRUTURA RS - AGENDA 2020
INFRAESTRUTURA RS - AGENDA 2020PLANORS
 
CAFÉ - 3º Estimativa - Safra 2012 Set/2012
CAFÉ - 3º Estimativa - Safra 2012 Set/2012 CAFÉ - 3º Estimativa - Safra 2012 Set/2012
CAFÉ - 3º Estimativa - Safra 2012 Set/2012 Revista Cafeicultura
 
Safracafe 2012 (12 13) - 3º levantamento - set-12
Safracafe 2012 (12 13) - 3º levantamento - set-12Safracafe 2012 (12 13) - 3º levantamento - set-12
Safracafe 2012 (12 13) - 3º levantamento - set-12Luiz Valeriano
 

Similaire à Energias que transformam Sergipe (20)

Pib Regional
Pib RegionalPib Regional
Pib Regional
 
Sergipe: Inclusão Social e Desenvolvimento
Sergipe: Inclusão Social e Desenvolvimento Sergipe: Inclusão Social e Desenvolvimento
Sergipe: Inclusão Social e Desenvolvimento
 
Cenários e perspectivas para o setor sucroenergetico carvalho - simposio ge...
Cenários e perspectivas para o setor sucroenergetico   carvalho - simposio ge...Cenários e perspectivas para o setor sucroenergetico   carvalho - simposio ge...
Cenários e perspectivas para o setor sucroenergetico carvalho - simposio ge...
 
01121545-ppa-2020-2023.pdf
01121545-ppa-2020-2023.pdf01121545-ppa-2020-2023.pdf
01121545-ppa-2020-2023.pdf
 
Há razões para duvidar da sustentabilidade da dívida do estado de são paulo ...
Há razões para duvidar da sustentabilidade da dívida  do estado de são paulo ...Há razões para duvidar da sustentabilidade da dívida  do estado de são paulo ...
Há razões para duvidar da sustentabilidade da dívida do estado de são paulo ...
 
Release - Balanço de Governo - 2011
Release - Balanço de Governo - 2011Release - Balanço de Governo - 2011
Release - Balanço de Governo - 2011
 
Coletiva nota prova final 2013
Coletiva nota prova final 2013Coletiva nota prova final 2013
Coletiva nota prova final 2013
 
Projeto de Lei Orçamento 2009
Projeto de Lei Orçamento 2009Projeto de Lei Orçamento 2009
Projeto de Lei Orçamento 2009
 
Relatório de Gestão 2012 - Governo de Sergipe
Relatório de Gestão 2012 - Governo de SergipeRelatório de Gestão 2012 - Governo de Sergipe
Relatório de Gestão 2012 - Governo de Sergipe
 
Panorama pe 1_2208
Panorama pe 1_2208Panorama pe 1_2208
Panorama pe 1_2208
 
Jornal da FETAEP - edição 143 - Novembro de 2016
Jornal da FETAEP - edição 143 - Novembro de 2016Jornal da FETAEP - edição 143 - Novembro de 2016
Jornal da FETAEP - edição 143 - Novembro de 2016
 
Pub 20140530170956 mapeamento_quantificacao_safra2013-14
Pub 20140530170956 mapeamento_quantificacao_safra2013-14Pub 20140530170956 mapeamento_quantificacao_safra2013-14
Pub 20140530170956 mapeamento_quantificacao_safra2013-14
 
001(1)
001(1)001(1)
001(1)
 
Pib Municipal
Pib MunicipalPib Municipal
Pib Municipal
 
Alagoas em Dados e Informações
Alagoas em Dados e InformaçõesAlagoas em Dados e Informações
Alagoas em Dados e Informações
 
Conceituando educação fiscal ii
Conceituando educação fiscal iiConceituando educação fiscal ii
Conceituando educação fiscal ii
 
Ppa nordeste i
Ppa nordeste iPpa nordeste i
Ppa nordeste i
 
INFRAESTRUTURA RS - AGENDA 2020
INFRAESTRUTURA RS - AGENDA 2020INFRAESTRUTURA RS - AGENDA 2020
INFRAESTRUTURA RS - AGENDA 2020
 
CAFÉ - 3º Estimativa - Safra 2012 Set/2012
CAFÉ - 3º Estimativa - Safra 2012 Set/2012 CAFÉ - 3º Estimativa - Safra 2012 Set/2012
CAFÉ - 3º Estimativa - Safra 2012 Set/2012
 
Safracafe 2012 (12 13) - 3º levantamento - set-12
Safracafe 2012 (12 13) - 3º levantamento - set-12Safracafe 2012 (12 13) - 3º levantamento - set-12
Safracafe 2012 (12 13) - 3º levantamento - set-12
 

Energias que transformam Sergipe

  • 1. Panorama Energético de Sergipe 2014
  • 2. Subsecretaria de Estado do Desenvolvimento Energético Sustentável
  • 3. PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012 Aracaju-SE, dezembro de 2014
  • 4. GOVERNADOR DO ESTADO JACKSON BARRETO DE LIMA SUBSECRETARIA DE ESTADO DOS RECURSOS ENERGÉTICOS E SUSTENTÁVEIS JOSÉ DE OLIVEIRA JÚNIOR Subsecretário de Estado dos Recursos Energéticos e Sustentáveis SECRETARIA DE ESTADO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO JOÃO AUGUSTO GAMA DA SILVA Secretário de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão LUCIVANDA NUNES RODRIGUES Secretária Adjuntade Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão MOACIR JOAQUIM DE SANTANA JÚNIOR Subsecretário de Estado de Administração e Logística FRANCISCO MARCEL FREIRE RESENDE Superintendente de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas Superintendente de Estudos e Pesquisas GOVERNO DE SERGIPE
  • 5. Ficha Técnica Diretoria de Planejamento Participativo FERNANDADOS SANTOS LOPES CRUZ Diretoria de Pesquisas, Estudos eAnálises MICHELE SANTOS OLIVEIRADÓRIA Diretoria de Geografia e Cartografia MÁRCIO DOS REIS SANTOS Elaboração SUDEN/SE Equipe Técnica ALAN JULIANO DAROCHASANTOS– SEPLAG CARLOS HENRIQUE DOS SANTOS SILVA(ESTAGIÁRIO) - SEPLAG ISABELMARIAPAIXÃO VIEIRA- SEPLAG JOSÉ CLÁUDIO TEIXEIRAJÚNIOR- SUDEN LUANADANIELLASILVAALMEIDA(ESTAGIÁRIA)– SEPLAG MARIAEUGÊNIATORRES BRANCO- SUDEN SIMONE SORAIASILVASARDEIRO- SEPLAG TALITADE SOUZAMOTA(ESTAGIÁRIA)- SEPLAG Planejamento Gráfico WASHINGTON GÓES Colaboração SEDETEC SEFAZ SERGÁS CASACIVIL UFS SERGIPETEC Subsecretaria de Estado do Desenvolvimento Energético Sustentável
  • 6. PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012 16 17 19 19 20 20 21 22 25 26 30 31 33 36 40 38 48 58 63 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Localização da Região Nordeste Brasileira Figura 2 - Mapa de Limites e Pontos Extremos de Sergipe Figura 3 - Mapa de Precipitação Média Total Anual em Sergipe (mm) Figura 4 - Mapa Temperatura Média Compensada (°C) Anual Figura 5 - Mapa Temperatura Máxima (°C) Anual Figura 6 - Mapa Temperatura Mínima (°C) Anual Figura 7 - Mapa de Direção e Velocidade dos Ventos Figura 8 - Mapa Geológico de Sergipe Figura 9 - Mapa Geomorfológico de Sergipe Figura 10 - Mapa de Solos de Sergipe. Figura 11 - Mapa de Recursos Minerais de Sergipe Figura 12 - Mapa de Produção de Petróleo e Gás em Sergipe Figura 13 - Mapa de Ocorrências Vegetais Figura 14 - Mapa de Bacias Hidrográficas de Sergipe Figura 15 - Mapa de Unidades de Conservação de Sergipe Figura 16 - Mapa dos Territórios Sergipanos Figura 17 - Mapa de Infraestrutura Sergipana Figura 18 - Usina de Energia Eólica Barra dos Coqueiros Figura 19 - Resumo simplificado do processo industrial da cana de açúcar
  • 7. 42 44 50 51 52 53 56 66 69 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Estatística de Crescimento da População de Sergipe Gráfico 2 - População Residente urbana, por sexo e grupo de idade e População Residente rural, por sexo e grupo de idade Gráfico 3 - Evolução do estoque de empregos formais (em mil empregos) Gráfico 4 - Participação no Valor Adicionado Bruto Gráfico 5 - Percentual de Capacidade Instalada Gráfico 6 - Capacidade Instalada da Região Nordeste Gráfico 7 - Capacidade instalada de geração elétrica por tipo (MW) Gráfico 8 - Produção de Eletricidade por estados da Federação Gráfico 9 - Produção de energia por tipo (Elétrica) Gráfico 10- Produção de energia por tipo Gráfico 11 - Participação de Sergipe na produção de energia do Nordeste Gráfico 12 - Produção de Energia da Usina Hidrelétrica de Xingó Gráfico 13 - Comparativo entre Produção de Energia da Usina Hidrelétrica de Xingó e a Vazão Média Anual do Rio São Francisco Gráfico 14 - Produção de Etanol em Sergipe Gráfico 15 - Produção de Petróleo Bruto em Terra e Mar Gráfico 16 - Produção de Gás Natural por tipo Gráfico 17 - Consumo de Energia Elétrica (2002 - 2012) 43 45 50 51 53 54 62 67 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 8. 27 49 59 62 65 67 69 71 74 LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Principais Recursos Minerais de Sergipe Quadro 2 - Principais minas ativas de Calcário, Dolomito e Metacarbonato Quadro 3 - Empreendimentos em operação em Sergipe. Quadro 4 - Usinas em operação em Sergipe Quadro 5 - Subestações localizadas em Sergipe Quadro 6 - Produção da Indústria Sucroenergética no Nordeste Quadro 7 - Produção de Etanol em Sergipe Quadro 8 - Quantidade de poços produtores de Petróleo e Gás Natural Quadro 9 - Reservas Provadas e Capacidade Instalada Quadro 10 - Produção de Petróleo Bruto por tipo, 2003-2012 Quadro 11 - Produção de Gás Natural por tipo, 2003-2012 Quadro 12 - Produção de LGN - Líquido de Gás Natural (GLP e C5+) Quadro 13 - Consumo Total de Energia Elétrica em Sergipe Quadro 14 - Consumo de Energia Elétrica (2003 - 2012) Quadro 15 - Venda de Combustíveis em Sergipe em m³ Quadro 16 - Evolução no consumo de Gasolina e Diesel em Sergipe Quadro 17 - Distribuição dos Royalties por município em Sergipe em valores Correntes 29 57 61 65 66 68 70 71 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 9. 44 55 61 72 73 78 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - População Residente nos Estados Nordestinos Tabela 2 - Geração de Energia por Estados do Nordeste Tabela 3 - Produção de Energia da Usina Hidrelétrica de Xingó e Vazão Média Anual do rio São Francisco Tabela 4 - Área Plantada com cana de açúcar no Nordeste Tabela 5 - Produção de cana de açúcar nos Estados Nordestinos Tabela 6 - Número de Ligações Energia Elétrica (2010 - 2012) Tabela 7 - Clientes de Gás Natural por segmento Tabela 8 - Venda de gás em m³ por segmento Tabela 9 - Distribuição dos Royalties do Petróleo nos estados brasileiros Tabela 10 - Receita de ICMS com a arrecadação do segmento combustíveis e lubrificantes Tabela 11 - Receita de ICMS com a Arrecadação do segmento Energia Elétrica 52 60 70 72 77 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 10. ENERGIAS QUE TRANSFORMAM O FUTURO ENERGIAS QUE TRANSFORMAM O FUTURO
  • 11. 16 APRESENTAÇÃO PREFÁCIO O ESTADO DE SERGIPE Características Geográficas Clima Geologia Geomorfologia e Solos Recursos Minerais Vegetação Hidrografia Unidades de Conservação ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS Organização Política Aspectos Sociais Aspectos Econômicos Infraestrutura PANORAMA ENERGÉTICO DO ESTADO O Sistema Elétrico Sergipano Capacidade e Geração de Energia Energia Hidráulica Termoelétricas Energia Eólica Sistema de Transmissão Indústria Sucroenergética Petróleo e Gás Consumo Arrecadação REFERÊNCIAS 41 49 79 16 17 22 23 27 31 34 37 41 42 45 46 49 49 54 56 58 59 60 64 68 72 13 14 SUMÁRIO
  • 12.
  • 13. O 'Panorama Energético de Sergipe' é uma obra em progresso, uma referência para nos debruçarmos e dominarmos o metabolismo territorial de nosso Estado na dimensão do seu contínuo desenvolvimento. E o desenvolvimento que perseguimos necessariamente deve ser visto sob a ótica harmônica e sinérgica de dois objetivos: a evolução econômica da sociedade sergipana e o uso responsável dos recursos naturais disponíveis. O desenvolvimento que desejamos deve ser capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. Este livro é mais que uma compilação de dados, a apresentação de um cenário. Constitui uma base sólida de informação para ações presentes e peça determinante para a posta em prática de uma política pública estratégica que concilie a preservação ambiental e o desenvolvimento econômico de nosso Estado. Esta publicação também traduz o pensamento de que uma política energética deve estar ancorada no âmbito do interesse público, visando o amplo leque social, difuso, interconexo e transgeracional. Por isso, apresentar e oferecer à sociedade dados atualizados, condensados sob um olhar panorâmico, como um travelling pela questão energética de nosso estado é tão relevante para provocar o diálogo coletivo, orientar a um debate profícuo, definir objetivos judiciosos, quanto para balizar as ações governamentais. Dito de outra forma, esta obra pode ser vista como um elemento que compõe o conjunto de políticas públicas no âmbito energético, mas também como uma contribuição do momento presente para um projeto de sociedade, mais desenvolvida, igualitária e sustentável, que desejamos e planejamos para o futuro. E o futuro, em nossa perspectiva, é um momento sempre imediato, dependente de ações prementes equilibradas e eficazes. Nesse sentido, apresentamos esta publicação como a primeira de muitas, para promovermos tanto o debate quanto o desenvolvimento, para provocarmos perspectivas e delinearmos objetivos e ações sobre a questão energética, sempre sob o prisma do progresso responsável, do aperfeiçoamento e incremento de novas possibilidades dialógicas de crescimento econômico e social, sob o interesse da sociedade sergipana. APRESENTAÇÃO JACKSON BARRETO DE LIMA Governador do Estado de Sergipe 13
  • 14. PREFÁCIO A recente divulgação do crescimento do PIB sergipano, em 2012, confirmando o índice maior que as médias regional e brasileira para o mesmo período, ratifica uma tendência visível em todo o conjunto de indicadores estatísticos de renda, produção, emprego e qualidade de vida relativos à Sergipe. Além disso, amplia a percepção do progresso que nosso Estado vem obtendo vis-à-viso êxito no crescimento econômico, adquirindo um modesto porémrelevante e consistente espaço na economia regional. Vale observar que esse avanço vem acontecendo com simultâneos ganhos sociais, de melhoria geral na qualidade de vida, na paulatina redução da pobreza e amenização das desigualdades sociais. Nesse ínterim, parece-me inquestionável a participação do Governo Estadual no planejamento e execução de políticas públicas que induziram parte desse crescimento -ou dele tirou proveito- para a atração de novos investimentos, tanto de origem privada quanto pública. Essa característica, concebida na gestão do ex-governador Marcelo Déda, foi aprimorada, expandida e fortalecida pelo atualGovernador Jackson Barreto. Um ponto exemplificativo dessa concepção de política de desenvolvimento para o Estado parece-me ser o destaque desejado pelo Governo no trato das questões ligadas ao setor de energia. Na reforma administrativa de 2007 foi criada a Subsecretaria de Desenvolvimento Energético Sustentável com a missão de fortalecer, junto ao Governador, uma abordagem estratégica e propositiva dos temas energéticos, especialmente os vinculados aos principais projetos e cadeias produtivas cuja prioridade para o desenvolvimento estava na agenda principal dos governantes, neste período. Assim éa questão da produção de petróleo e gás, a cargo da Petrobras, mas objeto de ações contínuas do Governo buscando conhecer, apoiar e, na medida do possível, priorizar e antecipar os investimentos da estatal em Sergipe -especialmentevitais para a economia local. É também o caso da produção de potássio e sua forte demanda de energia atrelada, que adquirenovo vigor graças ao Projeto Carnalita, de grande relevância para a economia sergipana atual e futura. Da mesma forma, pode-se falar na importância em priorizar as fontes renováveis de energia, meta de sustentabilidade ambiental, mas não menos importante por razões de estratégia econômica, antecipando mercados que certamente terão no futuro um potencial quase incalculável hoje. No sentido do exposto acima, o setor de energia merece um inventário próprio, um estudo dos fundamentos da produção, consumo e distribuição da energia sob todas as suas formas, buscando retratar no plano dos mapas e indicadores uma realidade complexa e efervescente que se traduz em infraestrutura básica para a geração de riqueza. Ainda, dito de outra forma, oconceito de desenvolvimento, latu sensu, é o paradigma sobre o qual se sustenta este trabalho, nitidamente uma obra em perpétuo progresso que me orgulha muito de ter liderado e agora apresentar. Por não estar inteiramente aderente ao formalismo metodológico exigível a um Balanço Energético, preferimos tratá-lo aqui apenas como um panorama geral do setor, que deixa desde já estabelecida uma meta a ser 14
  • 15. 15 alcançada: a produção, sistemática e continuada, de um Balanço completo, coma apresentação de dadosainda mais precisose detalhados do potencial solarimétrico e eólico do Estado, só para citarmos um exemplo.No entanto, por outro lado,esta publicação, mesmo que sumária, demonstra que há uma riqueza de informações a ser utilizada como referência tanto para a busca de novos investimentos quanto para a pesquisa científica e acadêmica. Esta publicaçãoé resultado do trabalho transversal e colaborativo entre vários órgãos do Governo, a quem me cabe registrar agradecimentos. Começo pelo ex-governador Marcelo Déda, in memorian, a quem coube a primazia de reconhecer a importância do setor; sigo pelo Governador Jackson Barreto, que avançou a discussão temática envolvendo- se diretamente nas reivindicações junto ao Governo Federal, no trato com empresários do setor privado e na própria atenção às questões da regulação do setor, fortalecendo o projeto original que aprovou; à SEDETEC - Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico; à SEINFRA - Secretaria de Infraestrutura e à SEPLAG, Secretaria do Planejamento, Orçamento e Gestão, cujo titular e técnicos do Observatório de Sergipe logo abraçaram a ideia e se dispuseram a implementá-la, dando cabo do desafio de forma competente e motivada. Para finalizar, creio que este trabalho será muito bem aproveitado pela sociedade em geral, pelos acadêmicos e pesquisadores, pelos empresários da área e asorganizações empresariais do setor, as quais ressaltoo papel de cobrança e estímulo ao setor público, como imprescindíveis e propulsores para o avanço global do Estado de Sergipe no âmbito energético. JOSÉ DE OLIVEIRA JÚNIOR Subsecretário de Estado dos Recursos Energéticos e Sustentáveis
  • 16. Características Geográficas Situado entre os paralelos 9º31'S e 11º33'S, e os meridianos 36º25'W e 38º14'W, Sergipe está localizado na região Nordeste do Brasil, sendo considerado, por suas dimensões geográficas, o menor estado da Federação com 21.910 Km². Representando 0,26% do território brasileiro, o Estado de Sergipe tem como limites o Oceano Atlântico ao leste, os estados deAlagoas ao norte e da Bahia ao Oeste e Sul. O ESTADO DE SERGIPE Figura 1 - Localização da Região Nordeste Brasileira. Fonte: SUPES/SEPLAG, 2012. Tem como pontos extremos a foz do rio Xingó, na confluência com o rio São Francisco, ao norte; a curva do rio Real, no povoado Barbeiro em Cristinápolis, ao sul; a barra do rio São Francisco, na ilha de Arembepe em Brejo Grande, à leste; e a curva do rio Real no povoado Terra Vermelha em Poço Verde, à oeste. 16 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 17. Figura 2 - Mapa de Limites e Pontos Extremos de Sergipe. Fonte: SUPES/ SEPLAG, 2013. Clima Em Sergipe as temperaturas médias são elevadas e a variação térmica anual pequena, apresentando uma amplitude térmica média inferior a5°C em todo o estado e um 17 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 18. regime pluvial decrescente do litoral ao interior.Dividido em três zonas distintas, de acordo com a temperatura e a chuva, o clima em Sergipe se apresenta em: · Tropical úmido ao longo do litoral (Leste) A área litorânea,sob influência do clima Tropical úmido, caracteriza-se por elevadas precipitações (média de 1.355 mm/ano) e umidade relativa (média anual de 80%). Além disso, apresenta estação de inverno chuvosa entre os meses de abril e agosto, e uma estação de verão seca de novembroa janeiro, havendo o predomínio de maiores índices pluviométricos na parte sul do estado, superiores a 1.800mm. Quanto aos ventos, as áreas litorâneas sofrem influência moderadora dos ventos de alísios e constantes das brisas marítimas, e nos meses de inverno das frentes frias vindas de sudeste. Já a Evaporação nesta região está um pouco abaixo das observadas nas regiões interiores do Estado, com valores acima de 1.000 mm/ano, aumentando este valor nos meses de verão, e a média de temperatura gira em torno de 25°C, com uma temperatura mínima média anual em torno de 20°C e uma média máxima acima de 29°C. · Tropical sub-úmido ou de Transição Semi-árida (Agreste) NoAgreste, a precipitação é um pouco abaixo da observada no litoral com valores em torno de 1.000 mm/ano, mas com a distribuição mensal semelhante. As temperaturas também são semelhantes à média anual de 25°C, temperatura mínima média em torno de 20°C e um valor máximo médio de mais de 29°C. Porém, em comparação, a evaporação é consideravelmente mais alta (quase 2.000 mm/ano) e a umidade média é mais baixa, aproximadamente 70%. Nesta região permanece a influência dos ventos alísios, das brisas e frentes frias, acrescidos dos ventos barostróficos, resultantes da presença de maiores elevações, como as áreas serranas. · Semi-árido (Sertão) O climaSemi-áridoem Sergipe ocorre na parte oeste do estado, apresentando a precipitação média abaixo de 700 mm/ano e com valores inferiores a 30 mm nos meses de verão.Anoroeste do estado, as chuvas se iniciam em abril em decorrência do deslocamento e intensidade da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). Já as secas, em Sergipe estas ocorrem de forma sazonal, comum em áreas tropicais, e contingente, ocorrendo em um período curto de tempo na estação chuvosa. A região tem ainda como característica a umidade relativa do ar mais baixa que nas outras regiões, média de 65%; temperaturas mais elevadas com uma média anual de 26°C, sendo a temperatura mínima média em torno de 20°C e a máxima média de 32°C; e a evaporação também elevada, acima de 2.100 mm/ano, apresentando deficiência hídrica 18 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 19. durante quase todo o ano, especialmente na primavera/verão, quando a evaporação supera a pluviosidade necessária para manter uma área sempre verde. Figura 3 - Mapa de Precipitação Média Total Anual em Sergipe (mm). Fonte: SEMARH, 2013. Figura 4 - Mapa Temperatura Média Compensada (°C) Anual. Fonte: SEMARH, 2013. 19 -9,6 -9,8 -10 -10,2 -10,4 -10,6 -10,8 -11 -11,2 -11,4 -38,2 -38 -37,8 -37,6 -37,4 -37,2 -37 -36,8 -36,6 -36,4 2000 mm 1800 mm 1600 mm 1400 mm 1200 mm 1000 mm 800 mm 600 mm 400 mm -38,4 -38,2 -38 -37,8 -37,6 -37,4 -37,2 -37 -36,8 -36,6 -36,4 -9,4 -9,6 -9,8 -10 -10,2 -10,4 -10,6 -10,8 -11 -11,2 -11,4 -11,6 26 25.5 25 24.5 24 23.5 23 22.5 22 21.5 21 20.5 20 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 20. Figura 5 - Mapa Temperatura Máxima (°C) Anual. Fonte: SEMARH, 2013. Figura 6 - Mapa Temperatura Mínima (°C) Anual. Fonte: SEMARH, 2013. 20 -9,4 -9,6 -9,8 -10 -10,2 -10,4 -10,6 -10,8 -11 -11,2 -11,4 -11,6 -38,4 -38,2 -38 -37,8 -37,6 -37,4 -37,2 -37 -36,8 -36,6 -36,4 38 37 36 35 34 33 32 31 30 29 28 27 26 25 24 23 22 21 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 21. Figura 7 - Mapa de Direção e Velocidade dos Ventos. Fonte: SEMARH, 2013. 21 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 22. Geologia A geologia de Sergipe é conformada pela presença de rochas mais antigas como o Embasamento Gnáissico, a Faixa de Dobramentos Sergipana, ocupando a parte central e ocidental do estado, e de rochas mais recentes que se encontram na parte oriental como as Bacias Sedimentares de Sergipe e Tucano e as Formações Superficiais. Figura 8 - Mapa Geológico de Sergipe. Fonte: SUPES/ SEPLAG, 2013. 22 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 23. O Embasamento Gnaíssico é composto por rochas magmáticas e metamórficas do período Pré-Cambriano e estão representadas por gnaisses, migmatitos, granitóides, quartizitos e metassedimentos, facilmente encontrados no Cráton de São Francisco e nos Domos de Itabaiana e Simão Dias. Já a Faixa de Dobramentos Sergipana, de idade proterozóica, é encontrada nos domínios Estância, Vaza-Barris, Macururé, Marancó, Poço Redondo e Canindé, onde observa a ocorrência de corpos granitóides, metassedimentos, migmatitos e rochas vulcano- sedimentar. As bacias sedimentares de Sergipe estão situadas a leste do estado, avançando sobre a plataforma continental (Bacia de Sergipe) até o limite da falha de Itaporanga d'Ajuda e a noroeste e sudoeste, nas proximidades dos riachos Curituba e da Barra, em Poço Verde. Suasorigensestão associadas ao processo de separação dos continentes da América do Sul e da África, que deram procedência às formações Muribeca, Cotinguiba, Riachuelo, Marituba, Calumbi e Mosqueiro, sendo aí encontradosjazimentosde minerais carbonáticos, carvão, petróleo e fósseis marinhos. As formações superficiais cenozoicas ocorrentes em Sergipe abrangem o Grupo Barreiras, as coberturas tércio-quaternárias e as coberturas quaternárias (pleistocênicas e holocências). O Grupo Barreiras é amplamente distribuído no leste do estado, sendo separado da linha de costa pelas coberturas quaternárias, e constituído por sedimentos terrígenos (cascalhos, conglomerados, areias finas e grossas e níveis de argila) pouco ou não consolidados, de cores variegadas e estratificação irregular. E por fim as coberturas pleistocênicas e holocênicas que formam os terraços marinhos, dunas, praias, pântanos e planícies de maré, onde se desenvolveram importantes depósitos de turfa em Sergipe. Geomorfologia e Solos O relevo sergipano é pouco movimentado, composto por um modelado suave de áreas planas e altitudes modestas no sentido leste-oeste. Em alguns pontos apresenta relevo acidentado, com a ocorrência de escarpas e serras, constituindo os pontos mais elevados do Estado. Caracteriza-se ainda pelo domínio de três unidades geomorfológicas, oriundas das grandes unidades estruturais representadas pela bacia sedimentar e pelo embasamento cristalino. Planície Costeira Delimitada pelos rios São Francisco ao Norte e Real ao Sul, a Planície Costeiraé um segmento litorâneo construído pela deposição de areias e outros materiais retrabalhados pelo mar formado por praias e restingas. Ocupa uma faixa assimétrica, descontínua e alongada no sentido NE/SE e tem como maior expressão areal a parte norte de Sergipe, nas proximidades da desembocadura do rio São Francisco, condicionada por sua feição deltaica. Como domínios ambientais, a Planície Costeira possui terraços marinhos, cordões 23 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 24. litorâneos, dunas costeiras e estuários, onde são observadas as ocorrências de mangues e apicuns. Neste tipo de unidade, são encontrados os NeossolosQuartzarênicos e os Espodosolos (Podzol) constituídos por areias quartzosas marinhas de elevada acidez e salinização, apresentando baixo teor de nutrientes e insuficiente poder de armazenamento de água. Também são encontrados os Gleissolos sálicos ou solos de mangue, com textura argilosa e de coloração acinzentada. Tabuleiros Costeiros Os Tabuleiros Costeiros são modelados pelos sedimentos do Grupo Barreiras e estão sobrepostos ao Embasamento Cristalino e a Bacia Sedimentar de Sergipe. Eles ocorrem logo após a Planície Litorânea, em direção ao interior, e são constituídos por baixos planaltos pré-litorâneo com altitudes em torno de cem metros. Apresentam-se de forma aplainada com topos horizontais ou sub-horizontais em níveis mais preservados e em forma de morros e colinas dissecadas quando erodidos, formando vales largos e de fundo plano propício para o desenvolvimento da agricultura. Na área dos Tabuleiros Costeiros são encontrados depósitos de camadas espessas de areias quartzosas de texturas variadas que deram origem ao NeossoloQuartzarênico e NeossoloQuartzarênico não-hidromórfico. Nos vales prevalece o desenvolvimento do NeossoloFlúvico (solo aluvial). Já no conjunto de formas conservadas e dissecadas encontram-se solos mais desenvolvidos como o Latossolo Vermelho-Amarelo, comumente utilizadopara o cultivo de cana-de-açúcar, laranja e pastagem; o Argissolo Vermelho- Amarelo, bastante utilizado para pastagem e cultivos permanentes e também mais suscetível à erosão, e o Vertissolo, que devido à sua composição derivar do calcário e de sedimentos argilosos, possui propriedade expansiva e rica em nutrientes. Pediplano Sertanejo Na retaguarda dos Tabuleiros Costeiros encontra-se o Pediplano Sertanejo. Com características bem marcadas pelo domínio do clima semiárido, o Pediplano se apresenta na paisagem de forma aplainada e dissecada, ocupando extensas áreas que se elevam gradativamente de Leste a Oeste. Há a predominância do modelado do relevo de forma homogênea, entretanto encontra-se em áreas restritas uma erosão diferencial controlada estruturalmente (rochas e tectônica) comum à ocorrência de serras residuais denominadas de inselbergs e matacões que se destacam na planura generalizada da região. Os solos do Pediplano Sertanejo vão depender da rocha e da composição em que se desenvolveram, a exemplo do NeossoloLitólico localizado nas serras residuais o qual apresenta pouco desenvolvimento (bastante pedregoso), baixo teor nutricional e bastante suscetível à erosão; NeossoloQuartzarênico composto por areias quartzosas e localizado nos sopés das serras; e o PlanossoloNátrico de textura arenosa média e argilosa ocorrente na superfície pediplanada e comumente utilizado para o cultivo. Ainda são encontrados os solos Chernossolo,Argissolo Vermelho-Amarelo e o Luvissolo, todos de boa fertilidade. 24 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 25. Figura 9 - Mapa Geomorfológico de Sergipe. Fonte: SUPES/ SEPLAG, 2013. 25 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 26. Figura 10 - Mapa de Solos de Sergipe. Fonte: SUPES/ SEPLAG, 2013. 26 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 27. Recursos Minerais A produção mineral de Sergipe é proveniente dos sais solúveis, carbonatos, recursos energéticos, minerais metálicos e não metálicos, os quais se destacam: Energéticos Petróleo Gás Natural Turfa Carbonatos Calcário Dolomito Metacarbonetos SaisSolúveis Carnalita Silvita Silvinita Halita Taquidrita Metálicos Cobre Níquel Chumbo Zinco Ouro Manganês Titânio Zircônio Tório Pirita Ferro Não Metálicos Areia Argila Saibro Filito Granito Gnaisse Gabro Quartzo Metassiltito Metarenito Quartzito Água Mineral Enxofre Flúor Fósforo Amianto Quadro 01 – Principais Recursos Minerais de Sergipe, CPRM, 1997. Substâncias Não Metálicas As Substâncias Não Metálicas tem como finalidade para a maioria de seus produtos a produção de materiais paraa construçãoede água mineral. Tem-se destaque a explotação da argila com destino à fabricação de cerâmica vermelha (telas, tijolos, manilhas, lajotas, etc) e à indústria cimenteira. A areia é outra substância cuja finalidade é voltada para o uso na construção civil. O Jazimento do granito, situado nas regiões norte e nordeste do estado, tem como destino a produção de paralelepípedos e meios-fios. A produção de britas, revestimentos e pedra de alicerce tem como fonte as rochas metassiltito, metarenito, quartzito, gnaisse e gabro. Quanto às fontes de água mineral, estas são encontradas nos municípios de Salgado, São Cristóvão, Itaporanga d'Ajuda e Estância. As demais substâncias configuram em pequenas ocorrências de insignificante valor comercial. 27 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 28. O destaque é o expressivo depósito de enxofre ocorrente na Bacia Sedimentar de Sergipe, chamado de Castanhal, no campo petrolífero de Siririzinho, reconhecido como o primeiro depósito de enxofre nativo do Brasil. Substâncias Metálicas As substâncias Metálicas em Sergipe são de baixa perspectiva econômica, já as mineralizações de cobre e níquel,quando associadas, possam ser que sejam economicamente viáveis. As ocorrências de ouro estão relacionadas a aluviões do rio das Pedras e dos riachos da Ribeira e Boqueirão. O Chumbo e o Zinco encontram-se associados e ocorre, principalmente, em subsuperfície,já a Pirita se apesenta de forma disseminada em rochas vulcânicas em Arauá. Ainda são encontrados pequenos depósitos marinhos de minerais pesados na foz do rio São Francisco. Sais Solúveis A descoberta de sais solúveis em Sergipe está relacionada à pesquisa do salgema em 1946 e posteriormente à produção de petróleo na Bacia Sedimentar de Sergipe. Os sais de potássio são amplamente explorados na bacia sedimentar de Sergipe, sendo considerada a única mina de sais de potássio do hemisfério Sul. O complexo minero-industrial Taquari- Vassouras,administrado pela Vale, está localizado no município de Rosário do Catete e é responsável pela produção aproximadamente 700 mil toneladas de cloreto de potássio e de sódio. Carnalita Está em desenvolvimento o projeto da maior unidade de extração de potássio no Brasil, o Projeto Carnalita em Sergipe. De responsabilidade da Vale, a área da lavra está localizada entre os municípios de Capela, Japaratuba, Maruim e Rosário do Catete, e tem como estimativa de produção inicial em torno de 1,2 milhão de toneladas de Cloreto de Potássio por ano. A estimativa do aporte dos investimentos iniciais é de em torno de US$ 4 bilhões para viabilizar a exploração das reservas, o beneficiamento e a manutenção da unidade. O processo de obtenção dos sais de potássio que foi desenvolvido pela VALE, dar-se-á através da aplicação da tecnologia de mineração por dissolução da CarnallitaKMgCl3.6(H2O), o que permitirá produzir o potássio a custos mais competitivos, diminuindo assim a dependência do mercado brasileiro para a importação dos fertilizantes potássicos. Substâncias Carbonatadas Devido à sua multiplicidade de usos, localização privilegiada e de grande potenciais e 28 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 29. reservas, as rochas carbonáticas tem um expressivo valor econômico para Sergipe. Estes minerais são classificados como calcários, dolomitos e metacarbonatos de origem sedimentar com maior evidência na Bacia Sedimentar de Sergipe. Os calcários são utilizados, em sua maioria, na indústria cimenteira, localizadas nos municípios de Pacatuba, Laranjeiras, Nossa Senhora do Socorro, e em menor escala na indústria da construção civil, na produção de cal para corretivo de solo, brita etc. Faz parte deste rol o mármore, existindo um garimpo ativo de mármore branco na Serra de Lage em Porto da Folha voltado para a fabricação de pisos de alta resistência. Quadro 2 – Principais minas ativas de Calcário, Dolomito e Metacarbonato – FRANÇA & CRUZ, 2007. Substância Município Empresa Calcário Pacatuba Mineração Grande Vale Calcário Laranjeiras LIZ S/A Calcário Riachuelo Quimbarra Calcário Laranjeiras Maria Auxiliadora Barreto Calcário Laranjeiras Itaguassu S/A Calcário Nossa Senhora do Socorro Cimento Sergipe S/A - CIMESA Calcário Laranjeiras Mineração Sergipe Ltda Calcário Maruim Geraldo Magela Dolomito Maruim INORCAL Ltda Metacarbonato Simão Dias Ind. Comércio Cal e Tintas Energéticos Petróleo e Gás Natural A primeira província petrolífera de Sergipe data da década de 1960 com a descoberta realizada pela PETROBRAS dos campos de Riachuelo, Siririzinho e Carmópolis. Na mesma década, inaugura-se também a primeira província petrolífera brasileira, com a descoberta dos campos de Guaricema, Caioba e Camorim. Sergipe possui o maior campo terrestre do país e foi o primeiro estado a descobrir e produzir petróleo na plataforma continental através do campo de Guaricema em 1968, um marco na produção offshore no Brasil. Atualmente Sergipe conta com 37 campos de Produção, sendo 5ainda em desenvolvimento, produzindo 14.747 milhões de barris em 2012 e gerando Royalties para o estado no valor de R$ 153.901.936,65. Novas descobertas de petróleo para Sergipe foram anunciadas pela ANP em 2013, descobertas oriundas da campanha de exploração iniciada em 2008 que apontam grande quantidade de petróleo leve de alta qualidade e de gás natural em águas ultraprofundas. Dos 16 poços perfurados na área, 13 são portadores de hidrocarbonetos, tendo destaque os campos de Moita Bonita, Barra, Farfan e Muriú. As rochas da Bacia Sedimentar de Sergipe constitui um dos principais reservatórios de petróleo e gás, cuja formação por arenitos, conglomerados e carbonatos facilita o seu acúmulo. A nova descoberta está situada em áreas com rochas mais porosas e permeáveis, o 29 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 30. que possibilita uma relativa facilidade na extração do óleo em relação ao petróleo do pré- sal. Tais descobertas deverão consolidar Sergipe como a grande fronteira petrolífera do país. Turfa O jazimento de Turfa na planície costeira sergipana tem boas expectativas de aproveitamento econômico. A turfa é uma matéria lenhosa, que perdeu oxigênio no processo de carbonização, restando apenas carvão. São encontrados depósitos de turfa em ambiente de paleolagunas, relacionadas a cordões litorâneos, e em paleolagoas, relativas às planícies de inundação, com destaque para as turfeiras de Santo Amaro das Brotas. É comum o uso da turfa na agricultura para a adubação e controle e aumento da umidade do solo. Já para a produção de combustível, serve como alternativa para a queima direta de fornos e combustores. Figura 11 - Mapa de Recursos Minerais de Sergipe. Fonte: SUPES/ SEPLAG, 2013. 30 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 31. Figura 12 - Mapa de Produção de Petróleo e Gás em Sergipe. Fonte: SUPES/ SEPLAG, 2013. Vegetação A cobertura vegetal primitiva do estado de Sergipe era constituída por restingas, mangues, florestas, cerrados e caatinga, que ao longo do tempo sofreu intenso uso e degradação, restando atualmente menos que 5% de mata primitiva. Formações Litorâneas Na planície costeira revela-se a presença de formações litorâneas constituídas por mangues, vegetação de restinga, matas secundárias e resquícios de florestas de porte 31 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 32. inferior em relação ao passado. Os manguezais estão localizados nas desembocaduras dos rios e nas áreas estuarinas até onde as marés tem influência. Seu ambiente é lodoso e salobro, o qual possibilita o desenvolvimento de espécies vegetais adaptadas a este tipo de ambiente, constituídas por estratos arbustivos e arbóreos com raízes aéreas que permitem a fixação e respiração das plantas. As espécies encontradas em Sergipe são: RhyzophoraMangle (Mangue Vermelho), Laguncularia Racemosa (Mangue Branco) e o ConocarpusErectus (Mangue Bola). A vegetação de restinga reveste a área litorânea e suas formações dunares. É constituída por espécies perenifólias e xeromorfas, decorrentes da intensa ação dos ventos marinhos, luminosidade intensa e elevada salinidade. São encontradas espécies como Canavalia Marítima (Feijão da praia), Ipoméa Pés-caprae (Salsa da praia). Nas áreas que margeiam os rios ou nos baixios há o predomínio de espécies herbáceas higrófilas e aquáticas. São terrenos encharcados com solos ricos em matéria orgânica e de pouca drenagem. Quanto às matas secundárias, a sua presença está associada a solos com maior disponibilidade hídrica. As matas são florestas em estágios médioa avançado de regeneração, já que estão em áreas que sofreram intensa intervenção humana, e apresentam árvores com portes que variam de 12 a 20m. A mata Atlântica em Sergipe foi intensamente devastada, e atualmente está localizada em áreas específicas sob proteção integral. Suas espécies apresentam elevado porte variando de 25 a 30 m de altura, suas copas são largas e com folhas perenes e troncos grandes. As espécies mais encontradas são: sucupira, maçaranduba, pau-brasil, jatobá, candeia, peroba, além de bromélia e orquídeas. Cerrado ou Vegetação de Tabuleiro Ocorrendo em forma isolada na faixa entre o semiárido e o litoral, o Cerrado é composto por gramíneas e espécies arbustivas de pequeno porte, resultante do tipo de solo e drenagem. Suas espécies mais conhecidas são as árvores frutíferas como o marmeleiro, ingazeiro, jenipapeiro, cajazeiro entre outros. Caatinga Vegetação típica do semiárido brasileiro, a caatinga cobre grande parte do sertão variando de porte, estrutura e densidade de espécies, dificultando a identificação dos limites entre esta formação e a de florestas de transição para mata Atlântica. Esta variação se dá pelos tipos de caatinga, que são dois: hipoxerófila ou arbustiva arbórea, localizadas na transição para o sertão onde os meses de seca são inferiores a 7 meses; hiperxerófila ou arbustiva, mais resistente à seca apresentando porte baixo e ocorrendo em locais onde os meses secos são superiores a 7 meses. As espécies são esparsas entre si, com troncos retorcidos, espinhentas e folhas caducas, que caem no período da seca. Durante a seca, além das folhas caírem, os galhos 32 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 33. ficam secos e as gramíneas secam até desaparecer, expondo o solo e a paisagem cinzenta. Todavia as espécies da caatinga tem alto poder de regeneração, é só cairas primeiras chuvas do “inverno” que elas rebrotam e passam a ficar verdes. As espécies mais conhecidas são: aroeira, baraúna, jurema, juazeiro, umbu, angico, pau-ferro, além das cactáceas (mandacaru, xique-xique) e bromélias (macambira) encontradas em locais mais inóspitos e de maior aridez.As espécies da caatinga são bastante utilizadas pelos homens do sertão, tanto para a produção de remédios e lambedores, quanto para a produção de energia para o consumo domiciliar, produção de carvão e atividades econômicas da região, como a produção de tijolo. Figura 13 - Mapa de Ocorrências Vegetais. Fonte: SEPLAG, 2013. 33 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 34. Hidrografia Drenado por oito bacias hidrográficas de comportamento exorréico, isto é, que deságuam no oceano Atlântico, o estado de Sergipe possui uma rede hidrográfica rios perenes e temporários condicionada pelo clima. Das oito bacias, três delas são de domínio da União, que atravessam vários estados e vem desaguar em Sergipe (São Francisco, Vaza- Barris e Real), e cinco estaduais (Japaratuba, Sergipe, Piauí, Grupo de bacias Costeiras 1 e 2). Bacia Hidrográfica do rio São Francisco Considerado rio da Integração Nacional, o São Francisco dá nome a maior e mais importante bacia hidrográfica do estado. Drena uma área de 7.184 km², e dentro do território sergipano tem instalado em seu leito a Usina Hidrelétrica de Xingó, a última de uma série de geradoras de energia instalada em seu percurso. As águas do rio São Francisco são utilizadas não somente para a geração de energia com também para a irrigação de plantações e fornecimento de água para todo o estado, principalmente, a capital Aracaju. Limita-se ao sul com as bacias dos rios Japaratuba e Sergipe. Os afluentes mais importantes do São Francisco em Sergipe são os rios Xingó, Jacaré, Capivara, Gararu e Betume. Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba Possui uma área geográfica de 1.735km2, equivalentes a 7,65% do território estadual e abrange 20 municípios, com uma população de mais de 200.000 habitantes. Tem como principais afluentes: os rios Japaratuba mirim, Lagartixo, Siriri, Cancelo e Riacho do Prata. Nascendo na Serra da Boa Vista e desaguando no Oceano Atlântico, a bacia possui planície aluvial muito larga, onde se desenvolve o cultivo da cana-de-açúcar. As principais atividades, em termos econômicos, na bacia hidrográfica é a exploração do petróleo, gás natural, sal gema, potássio, calcário, magnésio, turfa e areia, além da irrigação e expansão da cultura da cana-de-açúcar, também o turismo e lazer, pesca e abastecimento humano e animal. Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe Abrange 26 municípios, com população residente de 1.010.523 habitantes, equivalendo a 56,6% do total do Estado. A maioria expressiva da população, 86,8%, reside em áreas urbanas, ao passo que 13,2% situam-se na zona rural, fato que comprova o acelerado processo de urbanização em curso na bacia hidrográfica nas últimas décadas, responsável pelo grande passivo ambiental da região. O rio Sergipe se constitui num importante curso d'água para o desenvolvimento econômico do estado. O abastecimento humano através dos rios Poxim, Jacarecica e poços artesianos perfurados na bacia, atendem a população urbana e rural. As barragens Jacarecica I e II e o Açude da Macela são 34 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 35. importantes reservatórios de água para a irrigação de hortaliças e frutas. Desenvolve-se ainda atividades pesqueiras artesanais, aquicultura, recreação náutica, turismo e transporte hidroviário ligando a cidade de Aracaju aos municípios vizinhos. O crescimento urbano e o desenvolvimento industrial submetem a bacia à intensa poluição, resultante dos efluentes domésticos e industriais. Bacia Hidrográfica do rio Vaza-Barris Nasce no estado da Bahia e drena uma área de 2.559 Km² em Sergipe, o que representa 16% do total da bacia. Seu baixo curso inicia entre os municípios de Simão Dias e Pinhão, passando por terrenos de climas semiárido, sub-úmido e úmido, o que abrange 14 municípios. Seus principais afluentes são o riacho Cansanção, na divisa da Bahia com Sergipe, os rios Jacoca e do Lomba, além do riacho Traíras, e estão situados na sua margem esquerda. Devido à elevada concentração de cloro, as águas do rio Vaza Barris não podem ser utilizadas para o consumo humano, industrial ou irrigação. Este tipo de condição se dá pela passagem do rio em terrenos suscetíveis à salinização, quando mal manejados. Já na sua desembocadura, o rio serve para o desenvolvimento de atividades náuticas, de lazer e do turismo. Bacia Hidrográfica do Rio Piauí Com uma área geográfica de 4.150 km², equivalentes a 19% do território estadual, a bacia do Rio Piauí abrange 15 municípios, com uma população deaproximadamente 432.000 habitantes. Localizada na parte sul do estado, é um dos mais importantes componentes da rede hidrográfica do estado de Sergipe por apresentar um sistema hidrográfico bastante desenvolvido constituído pelo curso d'água principal do rio Piauí, e por diversos afluentes de grande porte, como os rios Arauá, Pagão, Jacaré, Piauitinga e Fundo. Os diversos usos das águas na Bacia Hidrográfica como: irrigação, mineração, indústrias, consumo humano e animal, pesca, turismo e lazer estão associados às atividades econômicas que possibilitam o desenvolvimento da região. Bacia Hidrográfica do rio Real Situada na divisa com o estado da Bahia drena uma área de 2.388 km², inserida nos limites políticos e administrativos dos estados da Bahia e Sergipe. Nasce na serra do Tubarão, município de Poço Verde e desagua no oceano Atlântico junto com o rio Piauí, no estuário de Mangue Seco. Seus principais afluentes, todos na margem esquerda, são os riachos Mocambo e Caripau e os rios Jabiberi e Itamirim. Grupo de Bacias Costeiras 1 e 2 Estas duas bacias estão localizadas na zona costeira, uma na parte norte com a 35 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 36. denominação de Bacia Costeira do rio Sapucaia (município de Pirambu) e a outra na parte sul, denominada de Bacia Costeira Caueira/Abaís (municípios de Itaporanga d'Ajuda e Estância). Elas constituem em um dos mais complexos e sensíveis ambientes existentes na natureza, onde atuam diversos processos hidrodinâmicos relacionados ao ambiente marinho e continental, além de forte pressão antrópica. Assentadas sobre o DomínioHidrogeológico de Formações Superficiais Cenozóicas, constituído por um pacote de rochassedimentares que recobrem as rochas mais antigas e tem um comportamento de um aquífero granular, o que apresenta solos predominantemente porosos e ácidos, de baixa/médiafertilidade natural, textura variável, com dominância arenosa e excessivamente drenada. Os principais canais fluviais que drenam as bacias costeiras são de regime perene e desaguam no oceanoAtlântico. Aconstrução de barramentos, instalações de equipamentos para captação de água para projetos de irrigação e abastecimento da população, o uso de técnicas e manejo inadequado do solo, além da remoção da vegetação nativa para uso agropecuário do solo são algumas das pressões excedidas pela ação antrópica nestas duas bacias. Figura 14 - Mapa de Bacias Hidrográficas de Sergipe. Fonte: SEPLAG, 2013. 36 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 37. Unidades de Conservação No estado de Sergipe existem quinze Unidades de Conservação (UC) da natureza, sendo três particulares, três do governo federal, duas municipais e sete estaduais, sendo que duas das estaduais estão em fase de recategorização. Estes territórios constituídos tem os objetivos definidos em lei visando a manutenção da diversidade biológica, a proteção de espécies e recuperação dos recursos hídricos, bem como a promoção da educação ambiental, do ecoturismo, a pesquisa científica e a proteção de recursos naturais para sobrevivência de populações tradicionais. Reserva Biológica de Santa Izabel Categorizada como unidade de proteção integral, ela engloba os ecossistemas costeiros dos municípios de Pirambu e Pacatuba, totalizando uma área de 2.776 hectares, sendo 45 Km de praia entre a foz do rio Japaratuba e a Barra do Funil. Criada em 1988 com o objetivo de proteger a desova das tartarugas marinhas, também abriga em suas dunas, mangues e lagoas, espécies de aves marinhas e crustáceos. O Projeto Tamar tem a sua sede na área da reserva com o objetivo de identificar e monitorar a áreas de desova da tartaruga, além de desenvolver ações de sensibilização e educação ambiental para a população local. Parque Nacional Serra de Itabaiana Unidade de Conservação Federal de uso sustentável criada em 2005 com o objetivo de preservar os espaços naturais da ação antrópica e servir como laboratório vivo para as pesquisas ecológicas. Possui uma área de 7.966 hectares que abrange os municípios de Itabaiana, Areia Branca, Itaporanga d'Ajuda e Campo do Brito. Seu relevo destaca-se na paisagem e é dispersora de seis cursos d'água. Bastante utilizada para o lazer, tem o riacho dos Negros como seu principal atrativo, contendo cachoeiras, corredeiras e piscinas Naturais, com destaque para o Poço das Moças. São encontradas espécies vegetais da MataAtlântica, Cerrado e típicas de Restinga. Floresta Nacional do Ibura Situada no município de Nossa Senhora do Socorro às margens da BR 101 e do rio Cotinguiba, esta UCde 144 hectares foi criada em 2005 com o objetivo de promover o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais, a manutenção de banco de germoplasma in situ de espécies florestais nativas, inclusive do bioma Mata Atlântica com formações de floresta estacional semidecidual nos estágios médio e avançado de regeneração, em associação com manguezal, a manutenção e a proteção dos recursos florestais e da biodiversidade, a recuperação de áreas degradadas e a pesquisa científica. 37 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 38. Área de ProteçãoAmbiental Morro do Urubu Localizada na área urbana de Aracaju, limita-se ao Norte com o rio do Sal, ao Leste com o rio Sergipe, e ao Sul e Oeste com as áreas urbanas da zona Norte do município. Trata- se de região onde originalmente predominava a Mata Atlântica e seus ecossistemas associados, além de enclaves de Cerrado. Criada e regulamentada pelos Decretos nº 13.713, de 16.06.93, e nº 15.405, de 14.07.95, a área vem sofrendo pressão urbana e se descaracterizando cada vez mais. O complexo de vegetação encontra-se hoje bastante comprometido, sobretudo pela invasão, construção e urbanização das favelas na área. Área de ProteçãoAmbiental do Litoral Sul do Estado de Sergipe Transformada em UCem 1993, o qual define a estrutura de ocupação da área compreendida entre a foz do Rio Vaza Barris e a desembocadura do Rio Real, com cerca de 55,5 km de costa e largura variável de 10 a 12 km, do litoral para o interior. Abrange os municípios de Itaporanga d'Ajuda, Estância, Santa Luzia do Itanhi e Indiaroba. Inserem-se nesta APA as praias mais habitadas do Estado, destacando-se a Caueira, Saco e Abais. Observam-se também as maiores áreas de restingas arbóreas, manguezais e manchas mais preservadas de MataAtlântica. Área de ProteçãoAmbiental Litoral Norte Através do Decreto nº 22.995 de 09 de novembro de 2004 foi instituída a Área de Proteção Ambiental (APA) Litoral Norte. Compreendendo um perímetro de aproximadamente 473,12 km², a unidade situa-se nos municípios de Pirambu, Japoatã, Pacatuba, Ilha das Flores e Brejo Grande e tem como objetivo geral a promoção do desenvolvimento econômico-social da área, voltada às atividades que protejam e conservem os ecossistemas ou processos essenciais à biodiversidade, à manutenção de atributos ecológicos, e à melhoria da qualidade de vida da população. Refúgio de Vida Silvestre Mata do Junco Localizado no município de Capela, é um dos maiores remanescentes de Mata Atlântica do Estado, com uma área total aproximada de 766 hectares. Criado em 2007, o Refúgio objetiva preservar um fragmento do bioma Mata Atlântica.Registra-se na Mata do Junco, a presença de uma das espécies de primatas mais ameaçadas de extinção do Brasil, o Callicebuscoimbrai, conhecido como guigó-de-Sergipe, espécie de distribuição geográfica restrita a Sergipe e Norte da Bahia, e que vem sofrendo as consequências da fragmentação da floresta atlântica. Tem também a função de preservar 144 espécies florísticas, 14 anfíbios, 9 répteis, 19 outros mamíferos e 93 espécies de aves, sendo duas delas classificadas como vulneráveis: o gavião-pombo (Leucopternislacernulata) e o sabiá- 38 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 39. pimenta (Carpornismelanocephalus). Além das espécies da flora e fauna encontradas, foram localizadas na região 14 nascentes, entre as quais, aquelas que formam o riacho Lagartixo, principal fonte de abastecimento da população urbana de Capela. Monumento Natural Grota doAngico Esta Unidade de conservação estadual, criada através do Decreto 24.922 de 21 de dezembro de 2007, está situada no Alto Sertão Sergipano, a cerca de 200 km de Aracaju, entre os municípios de Poço Redondo e Canindé de São Francisco, às margens do Rio São Francisco.Aregião abriga remanescentes florestais da Caatinga. Com uma área total de aproximadamente 2.183 hectares, o Monumento Natural Grota do Angico guarda uma biodiversidade bastante significativa, como espécies de fauna e flora típicas do bioma. Porém, sua importância não se deve apenas pela sua riqueza biológica.AGrota doAngico possui valor histórico e cultural para o sertão sergipano e para o Nordeste.Aregião foi alvo da rota do Cangaço e foi o cenário da morte deVirgolino Ferreira, o Lampião, além de sua companheira Maria Bonita e outro nove cangaceiros, em 28 de julho de 1938 pela polícia volante deAlagoas. Unidades de Conservação em Fase de Recategorização A Lei nº 2.825 de 30 de julho de 1990, define como "Paisagem Natural Notável" e área de especial proteção ambiental todo o trecho do rio Sergipe, que serve de divisa entre os municípios de Aracaju e Barra dos Coqueiros, compreendendo as margens e todo o leito do rio Sergipe, na parte permanente coberta pelas águas e naquelas que somente o é por efeito dos movimentos de maré, na desembocadura do rio Poxim e estendendo-se até o mar. A Lei nº 2.795de 30 de março de 1990 define áreas de proteção ambiental da foz do Rio Vaza-Barris, que compreende as Ilhas do Paraíso e da Paz, localizadas respectivamente na foz do Rio Vaza-Barris e na foz do Rio Santa Maria, em frente ao Povoado Mosqueiro. 39 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 40. Figura 15 - Mapa de Unidades de Conservação de Sergipe. Fonte: SEPLAG, 2013. 40 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 41. ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS Organização Política O Estado de Sergipe possui 75 municípios agrupados pelo IBGE em treze microrregiões político administrativas, que fazem parte dasmesorregiõesLeste Sergipano, Agreste Sergipano e Sertão Sergipano. Em 2007 o Governo Estadual, através da Secretaria de Estado do Planejamento - SEPLAN, em parceria com a Universidade Federal de Sergipe e entidades civis organizadas, respeitando critérios como dimensões econômico-produtivas, geoambientais, sociais, político-institucionais e culturais, dividiu o Estado em oito territórios, servindo como base para o planejamento das políticas públicas estaduais. 41
  • 42. Aspectos Sociais Com uma população de 2.068.017 habitantes, segundo o Censo/IBGE 2010, Sergipe mais que triplicou a sua população nos últimos 60 anos. Em 1950 éramos 644.361 habitantes, sendo a maioria da população residente na zona rural. A partir de então, observa-se um expressivo crescimento da população urbana, ultrapassando a população residente na zona rural em meados da década de 1980. Gráfico 1 - Estatística de Crescimento da População de Sergipe. Fonte: IBGE (Séries Estatísticas), 2013. A partir de então Sergipe passa a ser um estado de população urbanizada, apresentando em 2010, 1.520.366 habitantes residentes na zona urbana e apenas 547.651 na zona rural, o que resulta em uma taxa de urbanização de 73,5%.E um dos principais fatores determinantes por essa elevada urbanização foi o crescimento da economia sergipana centrado nas descobertas e investimentos da indústria extrativo-mineral, atraindo a população rural para as cidades, como também estimulando a migração de outros estados. Ainda de acordo com o Censo Demográfico de 2010, a maior parte da população, ou seja, 514 mil estão na faixa de 25 a 39 anos, sendo a maioria composta por mulheres que responderam por 52,16% da população estadual, ou seja, que representam uma importante faixa de população com potencial para o mercado de trabalho. 42 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 43. Gráfico 2 - População Residente urbana, por sexo e grupo de idade e População Residente rural, por sexo e grupo de idade. Fonte: IBGE (Censo 2010). Em relação aos domicílios sergipanos, 99,83% dos lares são atendidos pela oferta de energia, sendo considerada uma das maiores da região Nordeste. Já o serviço de água tratada, 88,0% são cobertos com o serviço através de redes de distribuição e 70% dos domicílios particulares tem acesso a esgotamento sanitário. Quanto ao rendimento médio das pessoas de 15 anos ou mais de idade em Sergipe, no ano de 2012 foi de R$ 1.163,00, sendo superior ao verificado nos demais estados do Nordeste. Os ganhos reais nos rendimentos dos trabalhadores sergipanos, assim como a facilidade de crédito para compra de bens, contribuíram consideravelmente para o aumentodo consumo por bens e serviços, sendo destaqueem 2012 o aumento do número de domicílios com geladeira (95,0%); freezer (7,3%); Máquina de lavar roupa(30,6%), microcomputador (33,6%) e DVD(77,5%). Houve também um aumento no percentual de domicílios particulares permanentes onde o morador possuía automóvel (23,9%) ou motocicleta (23,9%) (PNAD). Em relação à proporção de moradores com telefone celular e acesso à Internet, a PNAD 2012 apontou que 71,2% das pessoas afirmaram possuir telefone celular e 41,1% informaram acessar a internet. O acesso à informação e a facilidade para se comunicar a partir destas ferramentas promovem a inclusão social e econômica,tornando-se elementos essenciais ao pleno exercício da cidadania e a construção de uma sociedade menos desigual. Com relação à educação, segundo o Censo Demográfico de 2010, Sergipe apresentou uma taxa de alfabetização de 80,93%, na faixa etária de cinco anos ou mais de idade. Essa taxa continua sendo maior do que a registrada na região Nordeste (80,18%). No ensino superior, segundo o MEC/ INEP/ Deed, em 2012, Sergipe registrou o total 76.987 alunos matriculados nos cursos de graduação presenciais e à distância nas 19 instituições de ensino atuantes no estado. Já os cursos presenciais, as instituições em Sergipe abriram em 2012, 24.136 vagas nos 252 cursos de graduação presencial, obtendo um aumento 8,15% em relação a 2010 (233 cursos). Em relação a migração, Sergipe é o estado do nordeste com maior percentual de pessoas não naturais, no total 11,6% da população local não é natural de Sergipe, o que 43 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 44. confirma o estado como grande receptor de pessoas à procura de oportunidades, principalmente de emprego e qualidade de vida. Unidadesda Federação População residente- 2012 Total Naturalidade em relação ao município Naturalidade em relação à Unidade da Federação Naturais Não naturais Naturais Não naturais Maranhão 100,0 67,8 32,2 92,9 7,1 Piauí 100,0 71,4 28,6 90,2 9,8 Ceará 100,0 69,6 30,4 94,7 5,3 Rio Grande do Norte 100,0 62,2 37,8 88,9 11,1 Paraíba 100,0 69,4 30,6 91,1 8,9 Pernambuco 100,0 68,5 31,5 92,6 7,4 Alagoas 100,0 70,0 30,0 92,6 7,4 Sergipe 100,0 67,5 32,5 88,4 11,6 Tabela 1 - População Residente nos Estados Nordestinos. Fonte: IBGE/PNAD, 2012. Como reflexo do crescimento econômico estadual, nota-se um grande aumento das oportunidades de inserção profissional para os trabalhadores sergipanos. Somente nesta última década, foram gerados entre 2001 e 2011, mais de 167 mil empregos formais, segundo o RAIS/MTE. O saldo final de movimentações anuais de emprego com carteira assinada, resultado da diferença entre admitidos e demitidos durante o ano no mercado de trabalho local, confirma o grande desenvolvimento da economia estadual. Enquanto em 2001, o saldo de empregos formais foi de 791 vagas, em 2011 passou a 14.488 empregos formais gerados, de acordo com o CAGED/MTE. Gráfico 3 - Evolução do estoque de empregos formais (em mil empregos). Fonte: RAIS/ MTE. 44 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 45. Aspectos Econômicos O Produto Interno Bruto sergipano de 2011 supera a média do Brasil, registrando um crescimento médio de 2,7% para o mesmo período, chegando em valores correntes a R$ 26.199 milhões. Já o PIB per capita estadual em 2011 foi de R$ 12.536,45. A estrutura de participação do valor adicionado sergipano apresenta-se pouco mais concentrada no setor serviços, que responde por 67,7% da produção estadual. Dentro do setor de Serviços as atividades que se destacam são: Administração, saúde e educação pública que representa 27,6% do PIB sergipano, seguido de Comércio e serviços de manutenção e reparação, com 11,6% do PIB. O Setor industrial participa com 28,8% na composição do PIB do estado com destaque para a Construção Civil, que em 2011 ganha participação no PIB estadual e passa ser a atividade com maior importância dentro da indústria. Em seguida aparece a indústria de transformação, seguida da extrativa e dos Serviços de Utilidade Pública. Já a agropecuária a cada ano diminui sua participação, representandoem 2011,3,5% do PIB sergipano. Gráfico 4 - Participação no Valor Adicionado Bruto. Fonte: IBGE, SEPLAG/SUPES/DEPEA, 2012. Através do Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial – PSDI,de 2007 a 2013 foram instaladas 103 novas empresas em Sergipe, o que totalizou no investimento de mais de R$ 723 milhões. Com o crescimento da economia sergipana, além da oferta de emprego, houve também expressivo aumento no consumo de energia elétrica tanto pelas indústrias, quanto pelas residências do Estado entre 2011 e 2012, crescendo 13,8% e 37,95%, respectivamente. 45 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 46. Infraestrutura Sergipe conta com a seguinte infraestrutura: Rodoviária Sergipe é cortado por duas rodovias federais, a BR-101 (sentido Norte-Sul) e a BR-235 (sentido Leste - Oeste), que tem o ponto de encontro próximo à capital Aracaju. Complementam esse sistema as rodovias estaduais que interligam todos os municípios, totalizando 5.326 quilômetros de estradas. Aérea O aeroporto de Santa Maria, localizado em Aracaju, recebe diariamente cerca de 6 mil pessoas, sendo 1000 profissionais que trabalham no complexo aeroportuário para atender uma média mensal de 115 mil passageiros e 22 voos diários. Sua vocação principal está voltada para o atendimento aos executivos e turistas que buscam o estado de Sergipe para negócios e lazer. Outro segmento são as operações diárias de fretamento de taxi aéreos e helicópteros para atender ao transporte tanto de executivos das diversas áreas e de funcionários das plataformas de petróleo localizadas no litoral de Sergipe eAlagoas. Ferroviária O sistema ferroviário no Estado está sob o comando da empresa Férrea Centro Atlântico S.A. A linha que interliga Aracaju a Salvador, Maceió e Recifeé utilizadaatualmente para o transporte de cargas, principalmente cimento, combustíveis, amônia e uréia. Portuária O moderno Terminal Portuário Inácio Barbosa tem dupla funcionalidade, ou seja, é especializado na movimentação de graneis e em condições de operar também com carga geral. Administrado pela Companhia Vale do Rio Doce, o terminal está localizado no município de Barra dos Coqueiros, 15 Km ao norte da capital Aracaju, sendo também interligado com a BR-101 através da rodovia SE-240. Do tipo "Off-Shore", ou seja, o seu cais de acostagemfoi construído a 2.400 metros da linha de costa, o qual é abrigado por um quebra-mar com 550m de comprimento, e possui cais de acostagem de extensão de 331m e largura de 17m, sendo alargado para 23,60m do trecho sul, numa extensão de 59,20m, para permitir a manobra de qualquer embarcação. Além disso, tem ponte de acesso ao cais com estrutura de concreto de 2.400m de extensão e pista de rolamento com 6,60m de largura, classe 36t e permite o tráfego nos dois sentidos. A profundidade natural é de 9,50m (maré mínima), elevada para 10,90m com 46 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 47. drenagem, contando ainda com a amplitude máxima de maré de 2,10m. Permite atracação simultânea de 2 (dois) navios, sendo um 15.000t e outro de 1.500t ou ainda navios de até 45.000t isoladamente. No retroporto dispõe de uma área de 200 hectares, dos quais 30% já terraplanados e sem restrições de expansão, onde estão instalados os prédios administrativos de apoio, oficinas, estação de tratamento de água, subestações, balanças, centrais de telecomunicações e ainda as edificações da Receita Federal, já integrada ao SISCOMEX. Dispõe ainda de um armazém com área útil de 2.400m² e um pátio cercado com área de 2.300m². Telecomunicação Sergipe é todo interligado pelo sistema de telefonia fixa, celular e Internet banda larga,além dos outros serviços de DDD, DDI e Agências de Correios e Telégrafos. Possui três emissoras de televisão aberta que são associadas às grandes redes nacionais via satélite, sendo uma delas atuante no campo educativo. Energia É abastecido por duas empresas distribuidoras privadas: a Energisa- Distribuidora de Energia S/A, a qual fornece energia para 63 municípios e a Companhia Sul Sergipana de Eletricidade-SULGIPE, que opera em 12 municípios do sul de Estado. Estas empresas são supridas pelo sistema de geração das Usinas hidroelétricas de PauloAfonso (BA) e Xingó (SE), da CHESF. Fornecimento de Gás O suprimento de gás natural está sob a responsabilidade da empresa Sergipe Gás- SERGÁS, a qual possui uma rede de distribuição de 116 km comercializando um volume médio de 292.382 m³/dia. Ela distribui Gás Natural canalizado para os Distritos Industriais deAracaju, Nossa Senhora do Socorro, Estância e Itaporanga D'Ajuda, além de atender à Cia. Vale do Rio Doce, em Rosário do Catete e à Cervejaria Águas Claras, em Estância, entre outros. 47 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 48. Figura 17 - Mapa de Infraestrutura Sergipana. Fonte: SEPLAG, 2011. 48 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 49. PANORAMAENERGÉTICO DO ESTADO O Sistema Elétrico Sergipano Definir se um país é desenvolvido, perpassa pela facilidade de acesso da população aos serviços essenciais de infraestrutura, como condição necessária para a melhoria do seu bem-estar. Assim como o saneamento básico, transporte e a comunicação, a ampliação da oferta de energia “promove a redução de custos, aumento da produtividade, aprimoramento da qualidade dos bens e serviços da estrutura produtiva e consolidação da integração regional” (BNDES, 2013). O sistema elétrico Sergipano é composto por matrizes energéticas de fontes renováveis e não renováveis, sendo elas: hidráulica, biomassa, eólica, gás e petróleo. Ao todo, o estado possui 28 fontes geradoras de energia, tendo como principal produtora, e responsável por mais de 95% da capacidade de produção instalada, a Usina Hidrelétrica de Xingó, administrada pela Companhia Vale do São Francisco - CHESF. Além de Xingó, existe ainda a Usina Santa Cruz, uma CGH que complementa a geração de energia proveniente da força hidráulica, sendo administrada pela Companhia Sul Sergipana de Eletricidade – Sulgipe.As duas usinas destinam a sua produção de energia para a oferta do serviço público. Quadro 3 - Empreendimentos em operação em Sergipe. Fonte: ANEEL – Banco de Informações de Geração. Capacidade e Geração de Energia De acordo com o Anuário Estatístico de Energia 2013, em 2012 a capacidade instalada de Sergipe foi de 1,685 MW, uma participação de 1,39% do total do país. Empreendimentos em Operação Tipo Quantidade Potência Instalada (kW) % Central Geradora Hidrelétrica – CGH 1 364 0,01 Energia Eólica - EOL 1 34.500 1,05 Usina Hidrelétrica - UHE 1 3.162.000 96,31 Usina Termoelétrica - UTE 25 86.335 2,63 Total 28 3.283.199 100 49 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 50. Gráfico 5 - Percentual de Capacidade Instalada. Fonte: Balanço Energético Nacional (BEN) 2013. Ao comparar com os demais estados nordestinos, Sergipe se destaca na quinta colocação em capacidade instalada. Gráfico 6 - Capacidade Instalada da Região Nordeste - Fonte: Balanço Energético Nacional (BEN) 2013. Ao fazer a comparação da capacidade instalada entre os tipos de fontes geradoras observa-se que em Sergipe, a hidráulica domina todo o sistema, seguida pelas termoelétricas e em valor ainda ínfimo, a fonte eólica. Todavia, é forte a adoção de matrizes energéticas limpas, e Sergipe apresenta grande potencial para desenvolver a geração de energias provenientes do vento e do sol em seu território. 50 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 51. Gráfico 7 - Capacidade instalada de geração elétrica por tipo (MW) - Fonte: Balanço Energético Nacional (BEN) 2013. Quanto à geração de energia elétrica, Sergipe é o 14° no ranking brasileiro de produção. Em 2012 foram produzidos 10.177 GWh no estado. Gráfico 8 - Produção de Eletricidade por estados da Federação - Fonte: BEN, 2013. 51 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 52. Desde 2010 a produção de energia elétrica em Sergipe vem apresentando uma considerável melhora na produção. Em 2010 devido à grande seca que atingiu os estados nordestinos, repercutindo expressamente na produção de energia daquele ano, observa-se que a produção caiu para pouco mais 8.500 GWh. Em 2011 as geradoras retomam o seu ritmo de produção, produzindo naquele ano um quantitativo um pouco maior do que em relação a 2009, ultrapassando a faixa dos 10.000 GWh de energia em 2012. Gráfico 9 - Produção de energia por tipo (Elétrica) - Fonte: BEN, 2013. De 2011 para 2012 houve um crescimento de 5,2% na produção de eletricidade, percentual este acima da média nacional que foi de 3,9%, porém muito abaixo da média do nordeste que foi de 14,1%. ESTADO GERAÇÃO ELÉTRICA GWha 2009 2010 2011 2012 % 12/11 BRASIL 462.976 515.799 531.758 552.498 3,9% NORDESTE 60.186 61.077 66.971 76.412 14,1% Maranhão 994 1.219 1.943 3.621 86,3% Piauí 779 716 742 723 -2,6% Ceará 1.136 3.981 2.578 4.425 71,6% Rio Grande do Norte 315 1.403 1.587 2.920 84,0% Paraíba 232 405 389 1.010 159,6% Pernambuco 5.419 7.336 7.707 8.395 8,9% Alagoas 18.803 17.065 18.747 19.325 3,1% Sergipe 9.642 8.658 9.670 10.177 5,2% Bahia 22.865 20.294 23.608 25.816 9,4% Tabela 2 - Geração de Energia por Estados do Nordeste - Fonte: BEN, 2013. 52 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 53. Ao classificar a geração por tipo, observa-se mais uma vez a dependência de Sergipe na matriz elétrica hidráulica, seguida pela energia da indústria petrolífera. O álcool, ainda tendo uma inexpressiva participação na produção, tem crescido ao longo dos anos, e a energia eólica neste momento ainda não tinha iniciado a sua produção. Gráfico 10- Produção de energia por tipo – Fonte: BEN, 2013. Já o Gráfico XY expressa muito bem a contribuição de Sergipe na produção de energia do Nordeste, com destaque para o petróleo, que mesmo apresentando declínio na sua produção nos últimos anos, participa com aproximadamente 1/3 de toda produção de petróleo do Nordeste. Vale destacar também, o crescimento da participação da matriz energética proveniente do álcool. Gráfico 11 - Participação de Sergipe na produção de energia do Nordeste – Fonte: BEN, 2013. 53 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 54. Energia Hidráulica Instalada no rio São Francisco, entre os estados de Alagoas e Sergipe, à 12 Km do município de Piranhas/AL e a 6 km de Canindé de São Francisco/SE, a Usina hidrelétrica de Xingó teve sua operação iniciada em 16 dezembro de 1994. De acordo com a CHESF (2014), sua posição está à cerca de 70 km à jusante do Complexo de Paulo Afonso, compreendendo as seguintes estruturas: barragem de enrocamento com face de concreto a montante com cerca de 140 m de altura máxima; na margem esquerda (AL) situa-se o vertedouro de superfície do tipo encosta com duas calhas e 12 comportas do tipo segmento com capacidade de descarga de 33.000 m³/s; na margem direita (SE) estão localizados os muros, tomada d'água, condutos forçados expostos, casa de força do tipo semi-abrigada, canal de restituição e diques de seção mista terra- enrocamento, totalizando o comprimento da crista em 3.623,00 m. 6 O reservatório possui uma área de 60 km², com um volume total de 3.800 x 10 m³. Sua vazão é regularizada pelo fio d'água e o nível máximo do reservatório é de 139 m.Ausina geradora é composta por 6 unidades com 527.000 kW de potência nominal unitária, totalizando 3.162.000 kW de potência instalada, havendo previsão para mais quatro unidades idênticas numa segunda etapa.Quanto às turbinas, elas são do tipo Francis a uma altura de queda nominal de 117,9 m, diâmetro do rotor de 7,2 m e potência nominal de 535.000 kW. Sua velocidade normal é de 109 rpm e engolimento da água na vazão de 500m³/s. A energia gerada é transmitida por uma subestação elevadora com 18 transformadores monofásicos de 185 MVAcada um que elevam a tensão de 18 kV para 500 kV. Segundo a CHESF (2014), desde o ano de início de operação até o ano de 2012, Xingó já produziu 308.125 GWh de energia, atingindo seu ápice de produção em 2007 com 21.631 GWh de energia produzida. Gráfico 12 - Produção de Energia da Usina Hidrelétrica de Xingó – Fonte: CHESF, 2014. 54 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 55. Ao comparar a vazão do rio com a produção de Xingó do início de suas atividades até o ano de 2012, observa-se uma relação estreita entre o volume da vazão e a energia gerada. Nos anos em que a seca teve forte influencia na vazão, reduzindo a sua vazão, a produção de energia também caiu. Do mesmo modo, quando a vazão aumentou devido às chuvas, a produção de energia também seguiu o ritmo de crescimento, conforme poder-se observar na tabela e gráfico abaixo. Vazão de Xingó Produção da Usina de Xingó Ano Vazão em m³/s Produção (GWh) 1994 2.791 148 1995 2.023 7.837 1996 1.830 13.908 1997 2.829 17.085 1998 1.858 19.204 1999 1.802 17.458 2000 2.493 19.277 2001 1.353 14.083 2002 1.952 15.834 2003 1.812 15.734 2004 2.625 16.672 2005 2.638 18.718 2006 2.455 20.857 2007 2.599 21.631 2008 2.073 15.713 2009 2.708 19.104 2010 1.761 16.873 2011 2.360 18.675 2012 2.064 19.315 MIN 1.353 148 MED 2.212 16.217 MAX 2.829 21.631 Tabela 3 - Produção de Energia da Usina Hidrelétrica de Xingó e Vazão Média Anual do rio São Francisco– Fonte: CHESF, 2014. 55 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 56. Gráfico 13 - Comparativo entre Produção de Energia da Usina Hidrelétrica de Xingó e a Vazão Média Anual do Rio São Francisco – Fonte: CHESF, 2014. Termoelétricas O sistema elétrico sergipano, conta ainda com as Usinas Termoelétricas, existindo 25 empreendimentos em operação no estado, que geram energia por meio de três classes de combustível: 02 geradoras de energia a partir do gás natural, 05 através da biomassa (bagaço da cana de açúcar) e as demais provenientes da combustão do óleo diesel. Em todas as UTHs, 100% do que é gerado é consumido pelo empreendimento. Usina Termoelétrica – Fonte: jornaldaenergia.com.br - 2014. 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Produção (GWh)Vazão em m /s3 Vazão X Produção da Usina Hidrelétrica de Xingó 56 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 57. Quadro 4 - Usinas em operação em Sergipe - Fonte: Aneel/Banco de Informações de Geração, 2014. Usina Potência (kW) Destino da Energia Proprietário Município Xingó 3.162.000 Serviço Público 100% para Companhia Hidro Elétrica do São Francisco Canindé de São Francisco - SE Piranhas - AL Santa Cruz 364 Serviço Público 100% para Companhia Sul Sergipana de Eletricidade Estância - SE Atalaia 4.600 Registro 100% para Petróleo Brasileiro S/A Aracaju - SE Itaguassu Agro Industrial 4.450,40 Registro 100% para Itaguassu Agro Industrial S/A Nossa Senhora do Socorro - SE Iolando Leite 8.000 Produção Independente de Energia 100% para Usina Termo Elétrica Iolando Leite Ltda Capela - SE Central de Co-geração Shopping - Aracaju 2.600 Registro 100% para Condomínio do Shopping Center Jardins S/A Aracaju - SE Riachuelo 360 Registro 100% para Lojas Riachuelo S/A Aracaju - SE Peixoto Gonçalves 1.230 Registro 100% para Peixoto Gonçalves S/A Neópolis - SE Junco Novo 1.200 Registro 100% para Junco Novo Ltda. Capela - SE São José do Pinheiro 14.700 Produção Independente de Energia 100% para Usina São José do Pinheiro Ltda Laranjeiras - SE GB José Thomaz 800 Registro 100% para G Barbosa Comercial Ltda. Aracaju - SE GB Oswaldo Aranha 720 Registro 100% para G Barbosa Comercial Ltda. Aracaju - SE GB Melício Machado 576 Registro 100% para G Barbosa Comercial Ltda. Nossa Senhora do Socorro - SE GB Sede 400 Registro 100% para G Barbosa Comercial Ltda. Nossa Senhora do Socorro - SE GB Rio Mar 400 Registro 100% para G Barbosa Comercial Ltda. Aracaju - SE HSL I 860 Registro 100% para São Lucas Med. Hospitalar Ltda. Aracaju - SE Gemar 440 Registro 100% para Gemar Empreendimentos S.A. Aracaju - SE Barra dos Coqueiros 34.500 Produção Independente de Energia 100% para Energen Energias Renováveis S.A. Barra dos Coqueiros - SE Campo Lindo 25.000 Produção Independente de Energia 100% para Agro Industrial Campo Lindo Ltda Nossa Senhora das Dores - SE Sergifil Indústria Têxtil 2.400 Registro 100% para Sergifil Indústria Têxtil Aracaju - SE Taquari 8.000 Produção Independente de Energia 100% para Agro Industrial Capela Ltda Capela - SE Sociedade de Educação Tiradentes 2.800 Registro 100% para Sociedade de Educação Tiradentes S/S Ltda Aracaju - SE Dakota Calçados 1.095 Registro 100% para Dakota Calçados S.A Simão Dias - SE Cencosud 1.000 Registro 100% para Ceconsud Brasil Comercial Ltda. Aracaju - SE G Barbosa 800 Registro 100% para Supermercado Guidolin Central Ltda. Nossa Senhora do Socorro - SE Sabe Alimentos 1.200 Registro 100% para Sabe Alimentos Ltda Muribeca - SE 57 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 58. Energia Eólica A única Usina de Energia Eólica instalada em Sergipe também faz parte do sistema elétrico do estado. Administrada pela DESENVIX, com uma participação de 95% na sociedade, a Usina Eólica Barra dos Coqueiros está localizada em uma área de 200 hectares do povoado Jatobá, no município de Barra dos Coqueiros, proximidades do porto de Sergipe. Inaugurada em 2013, é constituída por vinte e três unidades aerogeradorasproduzidas pela empresa chinesa Sinovel,o que totaliza 34,5 MW de capacidade instalada e 10,5 MW médio de garantia física de energia.Gerada mediante o processo de transformação da energia cinética das massas de ar em energia mecânica ou elétrica, a produção de energia é vendida para a empresa distribuidora de energia elétrica do estado.O projeto teve financiamento de longo prazo negociado do China Development Bank em 80% do total do investimento. Figura 18 - Usina de Energia Eólica Barra dos Coqueiros – Fonte: Agência Sergipe de Notícias, 2013. 58 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 59. Sistema de Transmissão Ainda fazem parte do sistema elétrico sergipano, o sistema de transmissão de alta, média e baixas voltagens e as empresas distribuidoras de energia para o consumidor final. A energia gerada pelas turbinas das hidroelétricas é enviada pelas linhas de transmissão até as subestações, que por sua vez transformam esta energia em outras tensões e são distribuídas aos consumidores finais. ACHESF possui em Sergipe três subestações do tipo abaixadoras de tensão, que estão localizadas nos municípios de Itabaiana, Itabaianinha e N.S. do Socorro. ITB - SE ITABAIANA TENSÃO: 230 KV TIPO: ABAIXADORA MUNICÍPIO: ITABAIANA ESTADO: SE ITH - SE ITABAIANINHA TENSÃO: 230 KV TIPO: ABAIXADORA MUNICÍPIO: ITABAIANA ESTADO: SE JDM - SE JARDIM TENSÃO: 500 KV TIPO: ABAIXADORA MUNICÍPIO: N.SRA. DO SOCORRO ESTADO: SE Quadro 5 - Subestações localizadas em Sergipe – Fonte: CHESF, 2014. Estas subestações transformam a energia em tensões menores, sendogrande parte distribuída para o sistema elétrico nacional e outra parte para as duas concessionárias atuantes em Sergipe, ENERGISAe SULGIPE. A ENERGISA compra energia da CHESF e a transforma, em suas 23 subestações, em tensões de 69 e 13,8 kV, que são distribuídas nos seus 18.904 km de linhas de distribuição nas zonas rural e urbana. Ao todo a ENERGISA atende 63 municípios, totalizando em 2013 680.254 consumidores. 59 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 60. Para atender a sua área de concessão composta por 14 municípios e um número de 114.108 consumidores, a SULGIPE compra energia da CHESF e da ENERGISA.Aempresa conta ainda com 05 subestações em 69 e 13.8 KV, localizadas em Estância, Itabaianinha, Tobias Barreto, Indiaroba e Tomar do Geru que atendem a parte sul de Sergipe e a dois municípios do norte da Bahia. Indústria Sucroenergética A agroindústria canavieira no Brasil passou por um processo de modernização para aderir ao fornecimento de combustível à indústria automobilística, e as agroindústrias canavieiras sergipanas também fizeram investimentos voltados para a produção de energia, destinando uma parcela crescente e majoritária da cana-de-açúcar para a produção de etanol. De acordo com o IBGE, a área plantada de cana de açúcar no estado vem acompanhando a tendência de expansão da sua produção pelo país, e com isso temexpandido as áreas plantadas em seu território. Em 2006, Sergipe possuía 38.853 hectares de área plantada, passando para 53.158 hectares em 2012, um incremento de 36% em 6 anos, muito além da média de crescimento no Nordeste, que foi de 9%, mas no ritmo aproximado do Brasil que cresceu 52% é área. Área Plantada com cana-de-açúcar em hectares 2006 - 2012 ESTADO 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 SAFRA Alagoas 402.253 410.835 434.000 434.005 434.370 434.684 433.300 Bahia 106.455 108.179 109.606 82.045 96.743 116.171 118.033 Ceará 29.067 40.098 42.159 42.706 43.024 41.370 40.248 Maranhão 39.301 42.451 48.623 46.112 50.477 48.565 49.534 Paraíba 116.115 120.004 122.587 122.888 123.691 118.097 125.985 Pernambuco 336.765 356.520 403.072 352.276 361.937 345.416 309.928 Piauí 10.213 12.372 12.629 12.866 12.841 15.194 15.629 Rio Grande do Norte 55.623 61.425 65.910 67.597 65.326 59.463 71.300 Sergipe 38.853 38.616 38.895 41.931 46.665 50.988 53.158 Região Nordeste 1.134.645 1.190.500 1.277.481 1.202.426 1.235.074 1.229.948 1.217.115 Brasil 6.392.846 7.086.851 8.210.877 8.845.833 9.164.756 9.616.615 9.752.328 Tabela 4 - Área Plantada com cana de açúcar no Nordeste - Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal, 2013. Tal expansão refletiu na produção da cana de açúcar sergipana, que cresceu 2 vezes e meia entre os anos de 2006 e 2012. Só na safra de 2011/12 o estado produziu pouca mais de 2 milhões e meio de tonelada 60 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 61. Produção de Cana de Açúcar - Safra 2005/06 - 2011/12 Mil toneladas Estado/Safra 2005/2006 2006/2007 2007/2008 2008/2009 2009/2010 2010/2011 2011/2012 Alagoas 22.254 24.643 29.444 27.309 24.270 28.958 27.705 Bahia 2.391 2.279 2.523 2.542 2.095 2.792 2.557 Ceará 41 27 8 122 154 36 120 Maranhão 844 1.660 2.135 2.280 2.209 2.327 2.266 Mato Grosso 12.335 13.180 14.928 15.283 14.046 13.661 13.154 Paraíba 4.209 4.909 5.653 5.886 6.242 5.246 6.723 Pernambuco 13.798 15.832 19.844 18.950 18.259 17.196 17.642 Piauí 492 706 689 900 1.014 837 992 Rio Grande do Norte 2.356 2.397 2.048 3.187 3.516 2.733 2.973 Sergipe 1.109 1.349 1.372 1.832 1.481 2.059 2.548 Região Nordeste 59.831 66.982 78.644 78.291 73.285 75.846 76.681 Brasil 385.129 427.658 495.723 569.216 602.193 620.409 559.215 Tabela 5 - Produção de cana de açúcar nos Estados Nordestinos - Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal, 2013. Segundo a União das Indústrias de cana de açúcar, a maior parte da produção sergipana de cana é destinada para produção de etanol. Na Safra de 2011/2012, das 2.548.000 toneladas, foram produzidos 133 mil m³ de etanol e 96 mil toneladas de açúcar. Produção da Indústria Sucroenergética no Nordeste - 2012 Estados Cana-de- açúcar Açúcar Etanol (mil m³) mil toneladas mil toneladas Anidro Hidratado Total Alagoas 27.705 2.348 348 325 673 Bahia 2.557 124 67 51 118 Ceará 120 0 0 8 8 Maranhão 2.266 9 148 30 177 Paraíba 6.723 270 150 208 357 Pernambuco 17.642 1.482 188 170 358 Piauí 992 60 36 2 37 Rio Grande do Norte 2.973 201 58 48 106 Sergipe 2.548 96 40 93 133 Região Nordeste 63.526 4.590 1.035 935 1.967 Brasil 559.215 35.925 8.581 14.101 22.682 Quadro 6 - Produção da Indústria Sucroenergética no Nordeste - Fonte: UNICA, ALCOPAR, BIOSUL, SIAMIG, SINDALCOOL, SIFAEG, SINDAAF, SUDES e MAPA. 61 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 62. Apesar da seca que ocorreu nos últimos 2anos, a qual atingiu diretamente a produção agrícola em Sergipe, e consequentemente, repercutindo diretamente na produção da indústria sucroenergética, a produção de etanol no estado vem em um momento de franca expansão. Em 2003 eram produzidos 61,5 mil m³ de etanol em Sergipe, passando em 2012 para pouco mais de 146 mil m³.Aexpectativa é que esse número aumente, já que a previsão de safra da cana de açúcar em Sergipe, para o ano de 2014, é de 3.389 milhões de toneladas, segundo o IBGE. Produção de Etanol em Sergipe (2003 –2012) Ano Total (Mil m3 ) Variação (%) Hidratado (Mil m3 ) Variação (%) Anidro ( Mil m3 ) Variação (%) 2003 61,50 0,00 29,47 0,00 32,03 0,00 2004 62,47 1,58 33,78 14,63 28,69 -10,43 2005 67,64 8,28 39,05 15,60 28,59 -0,35 2006 62,79 -7,17 30,48 -21,95 32,31 13,01 2007 35,49 -43,48 12,46 -59,12 23,03 -28,72 2008 57,57 62,21 29,09 133,47 28,48 23,66 2009 101,12 75,65 85,39 193,54 15,73 -44,77 2010 80,91 -19,99 68,50 -19,78 12,41 -21,11 2011 97,90 21,00 78,02 13,90 19,88 60,19 2012 146,42 49,56 103,36 32,48 43,06 116,60 Quadro 7 - Produção de Etanol em Sergipe - Fonte: ANP/Anuário Estatístico, 2013. Gráfico 14 - Produção de Etanol em Sergipe – Fonte: ANP/Anuário Estatístico, 2013. 62 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 63. Estes valores são resultantes da produção das 6 unidades produtoras de bioenergia existentes em Sergipe,a Agro Industrial Campo Lindo em Nossa Senhora das Dores, a Usina São José do Pinheiro em Laranjeiras, as Usinas Junco Novo, Iolando Leite e Taquari em Capela e a CBAA – Companhia Brasileira de Açúcar e Álcool em Japoatã. Juntas,produzem vários produtos e subprodutos da cana, tais como: açúcar, álcool anidro, álcool hidratado, melaço, cachaça, vinhaça, torta e,recentemente, investindo cada vez mais em produção deenergia elétrica. Foi focando na produção de energia elétrica que a agroindústria canavieira passou a atuar em um novo mercado, a produção de energia elétrica a partir da biomassa da cana-de- açúcar. As agroindústrias passaram a produzir energia a partir da própria cana e seus derivados, tanto para o autoconsumo da sua planta industrial, quanto para fornecimento da rede geral por meio de leilões instituídos pelaANEEL. As agroindústrias fazem aproveitamento de toda a cana consumida, desde o bagaço e a palha utilizados para a geração de energia elétrica, até o suco, ingrediente principal para a produção de açúcar e etanol. Além de outras utilizações como afirma Manos (20XX), em seu resumo simplificado do processo industrial da cana de açúcar. Figura 19 - Resumo simplificado do processo industrial da cana de açúcar – Fonte: Manos, 2009. CANA SUCO (1/3) BAGAÇO (1/3) PALHA (1/3) AÇÚCAR ETANOL ELETRICIDADE MELAÇO 63 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 64. Para Lacerda (2012), a tradicional indústria canavieira teve que se reinventar para manter a competitividade no mercado econômico, e em Sergipe não foi diferente, com a formação de complexos produtores de energia. “A diversificação da produção, que propicia atuar em três mercados com dinâmicas bem distintas (açúcar, combustível e energia elétrica), concorre para reduzir a instabilidade que periodicamente desorganiza o setor, além de prover novas fontes de rendimento. Tem sido interessante o formato que vem assumindo a implantação desse complexo em Sergipe, com a entrada no mercado de grupos empresariais originários de atividades comerciais” (LACERDA, 2012). Um exemplo disso é a Usina Elétrica Renovável Gentil Barbosa,inserida no complexo agroindustrial Campo Lindo, cujos proprietários foram oriundos do comércio atacadista e varejista, e que passaram a investir na agroindústria. A usina, inaugurada em 2012, aproveita a biomassa da cana para gerar 34 MW de energia, sendo toda sua produção destinada ao abastecimento do complexo agroindustrial em Nossa Senhora das Dores. Petróleo e Gás Sergipe é pioneiro na produção de petróleo e gás em mar e possuidor de um dos maiores campos petrolíferos da América Latina, o campo de Carmópolis, na bacia sedimentar Sergipe- Alagoas (SEAL), compreendendo uma área de aproximadamente 2.500 km² e abrangendo 14 municípios sergipanos. Em 2013, a Petrobras comemorou 50 anos da descoberta do campoCarmópolis,considerada a maior acumulação terrestre do país em volume original de óleo (in place), com 1,7 bilhão de barris e maior produtor onshoredo Brasil (PETROBRAS, 2013). Mesmo com a sua maturidade, houve uma retomada dos investimentos no campo de Carmópolis a partir do início do século XXI, o que permitiu a reversão do declínio da sua produção. “Um volume expressivo que se deve, principalmente, à aplicação de modernas soluções tecnológicas destinadas à recuperação da produção do campo [...], passando dos atuais 180 mil barris por dia para 368 mil barris por dia até 2020” (PETROBRAS, 2013). Outra ação que a empresa vem realizando em Sergipe é o desenvolvimento da exploração das recentes descobertas em águas profundas na Bacia, um investimento de US$ 5,7 bilhões em atividades de exploração e produção (E&P) nos próximos cinco anos. Isso se deve ao fato de foram descobertos novos campos de petróleo de qualidade leve, com alto valor comercial em águas ultraprofundas em Sergipe, sendo considerada por especialistas como a nova província petrolífera da região, cuja extração do primeiro óleo está prevista para 2018. De acordo com a ANP (2013), em 10 anos (de 2003 a 2012), houve um crescimento de 25,97% na quantidade de poços perfurados em Sergipe, passando a terem 2012, 1.882 poços em produção. 64 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 65. Unidades da Federação Localização Número de poços produtores de petróleo e de gás natural 12/11 %2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Brasil Total 9.209 7.800 8.002 8.287 8.396 8.539 8.560 8.955 9.044 9.018 -0,29 Terra 8.439 7.095 7.277 7.523 7.615 7.760 7.761 8.131 8.275 8.227 -0,58 Mar 770 705 725 764 781 779 799 824 769 791 2,86 Amazonas Terra 70 56 57 55 53 60 63 55 56 66 17,86 Ceará Terra 459 402 382 423 413 495 423 437 447 333 -25,50 Mar 64 45 47 48 53 44 39 41 37 41 10,81 Rio Grande do Norte Terra 3.940 2.972 3.161 3.355 3.405 3.569 3.529 3.808 3.864 3.835 -0,75 Mar 109 79 97 98 101 100 103 103 89 96 7,87 Alagoas Terra 174 181 196 211 210 178 181 183 175 173 -1,14 Mar 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 - Sergipe Terra 1.424 1.261 1.305 1.368 1.449 1.441 1.577 1.679 1.716 1.820 6,06 Mar 70 72 60 66 69 73 70 70 61 62 1,64 Bahia Terra 1.947 1.842 1.823 1.783 1.779 1.735 1.734 1.684 1.722 1.681 -2,38 Mar 27 21 5 5 8 8 10 9 9 8 -11,11 Espírito Santo Terra 425 381 353 328 306 282 254 285 295 318 7,80 Mar 4 4 4 11 18 19 17 38 43 50 16,28 Rio de Janeiro Mar 486 475 503 528 524 529 554 555 522 522 - São Paulo Mar 6 5 5 5 5 4 5 7 7 11 57,14 Paraná Mar 3 3 3 2 2 1 - - - - .. Quadro 8 - Quantidade de poços produtores de Petróleo e Gás Natural - Fonte: ANP, 2013. Ainda segundo a agência, só de reserva total, a província da bacia sedimentar em Sergipe possui 433 milhões de barris de petróleo e aproximadamente 7 bilhões de m³ de gás. Quanto às reservas provadas e a capacidade instalada dos combustíveis fósseis, Sergipe foi o quarto no ranking do Nordeste em reserva provada de gás natural. Já na planta de processamento de gás natural, o estado sobe para terceiro no ranking do nordeste. RESERVAS PROVADAS E CAPACIDADE INSTALADA - 2012 ESTADO PETRÓLEO GÁS NATURAL REFINO DE PERÓLEO a PLANTAS DE GÁS NATURAL 10 6 m 3 10 6 bbl 10 6 m 3 m³/dia 10 3 b/d 10 3 m 3 /d (day) BRASIL 2.309 14.524 436.430 334.433 2.104 96.696 NORDESTE 158 995 52.128 52.133 328 24.500 Maranhão * * 6.988 * * * Piauí * * * * * * Ceará 10 63 387 1.300 8 350 Rio Grande do Norte 62 389 9.543 6.000 38 5.800 Paraíba * * * * * * Pernambuco * * * * * * Alagoas 1 7 3.396 * * 1.800 Sergipe 42 263 4.882 * * 3.250 Bahia 43 273 26.934 44.833 282 13.300 Quadro 9 - Reservas Provadas e Capacidade Instalada - Fonte: Balanço Energético Nacional, 2013. 65 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 66. Já o Petróleo em Sergipe, vem apresentando um leve declínio de sua produção desde 2008, quando apresentou um auge na produção com mais de 17 milhões de barris. Todavia, mesmo com o declínio da produção nos últimos anos, de 2003 até 2012, foram produzidos 150 milhões e 86 mil barris. Produção Petróleo Bruto -(2003 – 2012) Ano Total (Mil Barris) Variação (%) Terra (Mil Barris) Variação (%) Mar (Mil Barris) Variação (%) 2003 13.490 0,00 10.840 0,00 2.650 0,00 2004 13.962 3,50 11.433 5,47 2.530 -4,53 2005 14.216 1,82 11.909 4,16 2.307 -8,81 2006 14.344 0,90 12.044 1,13 2.300 -0,30 2007 15.621 8,90 12.889 7,02 2.732 18,78 2008 17.194 10,07 12.371 -4,02 4.823 76,54 2009 16.098 -6,37 12.583 1,71 3.515 -27,12 2010 15.083 -6,31 12.019 -4,48 3.063 -12,86 2011 15.331 1,64 11.745 -2,28 3.586 17,07 2012 14.747 -3,81 11.547 -1,69 3.200 -10,76 Quadro 10 - Produção de Petróleo Bruto por tipo, 2003-2012 - Fonte: ANP, 2013. A exploração em terra foi quem mais contribuiu com a produção de petróleo bruto, representando 79% da produção total de petróleo em Sergipe com 119milhões 380 mil barris e uma média de 11.938 mil barris produzidos por ano. Já a produção em mar de petróleo bruto foi de 30 milhões e 706 mil barris, uma média de 3.071 mil barris por ano. Gráfico 15 - Produção de Petróleo Bruto em Terra e Mar – Fonte: Sergipe em Dados, 2013. 66 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 67. Foram produzidos em Sergipe, 8 bilhões, 230 milhões e 857 mil m³ de Gás Natural entre 2003 e 2012. De 2003 até 2009 houve um declínio na produção, havendo um ápice no ano de 2010, com um 1.101.741 mil m³, seguindo de leve queda nos anos seguintes. A produção em mar foi quem mais contribuiu para a produção no estado, com7.348.690 mil m³, o que equivale a89% do total. Produção de Gás Natural (2003 – 2012) Ano Total (mil m³) Variação (%) Terra (mil m³) Variação (%) Mar (mil m³) Variação (%) 2003 732.513 0,00 66.249 0,00 666.264 0,00 2004 677.426 -7,52 76.258 15,11 601.168 -9,77 2005 617.743 -8,81 79.020 3,62 538.723 -10,39 2006 609.374 -1,35 84.217 6,58 525.156 -2,52 2007 547.060 -10,23 93.190 10,65 453.870 -13,57 2008 857.779 56,80 91.236 -2,10 766.543 68,89 2009 956.149 11,47 92.540 1,43 863.610 12,66 2010 1.101.741 15,23 94.659 2,29 1.007.081 16,61 2011 1.101.221 -0,05 101.947 7,70 999.241 -0,78 2012 1.029.851 -6,48 102.817 0,85 927.034 -7,23 Quadro 11 - Produção de Gás Natural por tipo, 2003-2012. Fonte: ANP, 2013. Gráfico 16 - Produção de Gás Natural por tipo – Fonte: Sergipe em Dados, 2013. 67 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 68. Já a produção de LGN vem diminuindo em Sergipe, em 2012a produção deste ano representou 58% da sua produçãode 2003, sendo que em 2012 foi o ano que apresentou menor valor neste período, 165.672 m³ de LGN.Em 10 anos Sergipe produziu 2.510.882 m³ de LGN. Produção de LGN* (2003 – 2012) Ano Quantidade ( m³) Índice (Base: 2002=100) Variação (%) 2003 284.724 94,87 0,00 2004 292.671 97,52 2,79 2005 294.881 98,26 0,76 2006 282.543 94,15 -4,18 2007 274.371 91,42 -2,89 2008 259.975 86,63 -5,25 2009 241.904 80,61 -6,95 2010 226.991 75,64 -6,16 2011 187.150 62,36 -17,55 2012 165.672 55,20 -11,48 Quadro 12 - Produção de LGN - Líquido de Gás Natural (GLP e C5+) - Fonte: Sergipe em Dados, 2013. Consumo O consumo de energia elétricavem aumentando consideravelmente ao longo da última década. Um dos fatores preponderantes para este crescimento considerável é o aumento do poder do consumo do trabalhador brasileiro, que passou a cada vez mais a adquirir bens e serviços com a ampliação do seu poder de crédito. Com esse aumento de consumo, as indústrias e o comércio passaram consumir mais energia elétrica para atender à demanda, consequentemente expandir os seus negócios. De acordo com a Superintendência de Estudos e Pesquisas (SUPES), ligada à Secretaria de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão (SEPLAG-SE), em sua publicação Sergipe em Dados 2013, de 2011 para 2012, o consumo total de energia elétrica registrou um crescimento de 3,42%, passando de 3.500.351 Mwh para 3.620.037 Mwh. 68 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012
  • 69. Consumo Total de Energia Elétrica em Sergipe Ano Total (MWh ) (1) Variação (%) 2003 2.223.869 0,00 2004 2.150.430 -3,30 2005 2.411.516 12,14 2006 2.461.321 2,07 2007 2.839.924 15,38 2008 2.945.473 3,72 2009 3.098.526 5,20 2010 3.301.788 6,56 2011 3.500.351 6,01 2012 3.620.037 3,42 Quadro 13 - Consumo Total de Energia Elétrica em Sergipe - Fonte: Energisa, Sulgipe e consumidores livres. In: Sergipe em Dados 2013. (1) No total estão inclusos: Poder Público, Iluminação Pública, Rural e outros. Ainda segundo o estudo, ao comparar o consumo de energia elétrica por classes, de 2012 em relação a 2011, verifica-se que a classe comercial apresentou o maior crescimento (5,49%), seguida pela residencial (4,40%) e industrial (0,53%). É importante destacar que em 2012, o segmento industrial foi responsável pelo maior consumo de energia do Estado com 1.552.079Mwh, vindo em seguida o residencial com 922.932Mwh, e o comercial com o menor nível de consumo, 507.190Mwh. Gráfico 17 - Consumo de Energia Elétrica (2002 – 2012) - Fonte: Energisa, Sulgipe e consumidores livres. In: Sergipe em Dados 2013. 69 PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE 2014 – ANO BASE 2012