4. GOVERNADOR DO ESTADO
JACKSON BARRETO DE LIMA
SUBSECRETARIA DE ESTADO DOS RECURSOS ENERGÉTICOS E SUSTENTÁVEIS
JOSÉ DE OLIVEIRA JÚNIOR
Subsecretário de Estado dos Recursos Energéticos e Sustentáveis
SECRETARIA DE ESTADO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO
JOÃO AUGUSTO GAMA DA SILVA
Secretário de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão
LUCIVANDA NUNES RODRIGUES
Secretária Adjuntade Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão
MOACIR JOAQUIM DE SANTANA JÚNIOR
Subsecretário de Estado de Administração e Logística
FRANCISCO MARCEL FREIRE RESENDE
Superintendente de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas
Superintendente de Estudos e Pesquisas
GOVERNO DE SERGIPE
5. Ficha Técnica
Diretoria de Planejamento Participativo
FERNANDADOS SANTOS LOPES CRUZ
Diretoria de Pesquisas, Estudos eAnálises
MICHELE SANTOS OLIVEIRADÓRIA
Diretoria de Geografia e Cartografia
MÁRCIO DOS REIS SANTOS
Elaboração
SUDEN/SE
Equipe Técnica
ALAN JULIANO DAROCHASANTOS– SEPLAG
CARLOS HENRIQUE DOS SANTOS SILVA(ESTAGIÁRIO) - SEPLAG
ISABELMARIAPAIXÃO VIEIRA- SEPLAG
JOSÉ CLÁUDIO TEIXEIRAJÚNIOR- SUDEN
LUANADANIELLASILVAALMEIDA(ESTAGIÁRIA)– SEPLAG
MARIAEUGÊNIATORRES BRANCO- SUDEN
SIMONE SORAIASILVASARDEIRO- SEPLAG
TALITADE SOUZAMOTA(ESTAGIÁRIA)- SEPLAG
Planejamento Gráfico
WASHINGTON GÓES
Colaboração
SEDETEC
SEFAZ
SERGÁS
CASACIVIL
UFS
SERGIPETEC
Subsecretaria de Estado do Desenvolvimento Energético Sustentável
6. PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
16
17
19
19
20
20
21
22
25
26
30
31
33
36
40
38
48
58
63
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Localização da Região Nordeste Brasileira
Figura 2 - Mapa de Limites e Pontos Extremos de Sergipe
Figura 3 - Mapa de Precipitação Média Total Anual em Sergipe (mm)
Figura 4 - Mapa Temperatura Média Compensada (°C) Anual
Figura 5 - Mapa Temperatura Máxima (°C) Anual
Figura 6 - Mapa Temperatura Mínima (°C) Anual
Figura 7 - Mapa de Direção e Velocidade dos Ventos
Figura 8 - Mapa Geológico de Sergipe
Figura 9 - Mapa Geomorfológico de Sergipe
Figura 10 - Mapa de Solos de Sergipe.
Figura 11 - Mapa de Recursos Minerais de Sergipe
Figura 12 - Mapa de Produção de Petróleo e Gás em Sergipe
Figura 13 - Mapa de Ocorrências Vegetais
Figura 14 - Mapa de Bacias Hidrográficas de Sergipe
Figura 15 - Mapa de Unidades de Conservação de Sergipe
Figura 16 - Mapa dos Territórios Sergipanos
Figura 17 - Mapa de Infraestrutura Sergipana
Figura 18 - Usina de Energia Eólica Barra dos Coqueiros
Figura 19 - Resumo simplificado do processo industrial da cana de açúcar
7. 42
44
50
51
52
53
56
66
69
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Estatística de Crescimento da População de Sergipe
Gráfico 2 - População Residente urbana, por sexo e grupo de idade e
População Residente rural, por sexo e grupo de idade
Gráfico 3 - Evolução do estoque de empregos formais (em mil empregos)
Gráfico 4 - Participação no Valor Adicionado Bruto
Gráfico 5 - Percentual de Capacidade Instalada
Gráfico 6 - Capacidade Instalada da Região Nordeste
Gráfico 7 - Capacidade instalada de geração elétrica por tipo (MW)
Gráfico 8 - Produção de Eletricidade por estados da Federação
Gráfico 9 - Produção de energia por tipo (Elétrica)
Gráfico 10- Produção de energia por tipo
Gráfico 11 - Participação de Sergipe na produção de energia do Nordeste
Gráfico 12 - Produção de Energia da Usina Hidrelétrica de Xingó
Gráfico 13 - Comparativo entre Produção de Energia da Usina Hidrelétrica de
Xingó e a Vazão Média Anual do Rio São Francisco
Gráfico 14 - Produção de Etanol em Sergipe
Gráfico 15 - Produção de Petróleo Bruto em Terra e Mar
Gráfico 16 - Produção de Gás Natural por tipo
Gráfico 17 - Consumo de Energia Elétrica (2002 - 2012)
43
45
50
51
53
54
62
67
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
8. 27
49
59
62
65
67
69
71
74
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Principais Recursos Minerais de Sergipe
Quadro 2 - Principais minas ativas de Calcário, Dolomito e Metacarbonato
Quadro 3 - Empreendimentos em operação em Sergipe.
Quadro 4 - Usinas em operação em Sergipe
Quadro 5 - Subestações localizadas em Sergipe
Quadro 6 - Produção da Indústria Sucroenergética no Nordeste
Quadro 7 - Produção de Etanol em Sergipe
Quadro 8 - Quantidade de poços produtores de Petróleo e Gás Natural
Quadro 9 - Reservas Provadas e Capacidade Instalada
Quadro 10 - Produção de Petróleo Bruto por tipo, 2003-2012
Quadro 11 - Produção de Gás Natural por tipo, 2003-2012
Quadro 12 - Produção de LGN - Líquido de Gás Natural (GLP e C5+)
Quadro 13 - Consumo Total de Energia Elétrica em Sergipe
Quadro 14 - Consumo de Energia Elétrica (2003 - 2012)
Quadro 15 - Venda de Combustíveis em Sergipe em m³
Quadro 16 - Evolução no consumo de Gasolina e Diesel em Sergipe
Quadro 17 - Distribuição dos Royalties por município em Sergipe em valores
Correntes
29
57
61
65
66
68
70
71
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
9. 44
55
61
72
73
78
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - População Residente nos Estados Nordestinos
Tabela 2 - Geração de Energia por Estados do Nordeste
Tabela 3 - Produção de Energia da Usina Hidrelétrica de Xingó e Vazão Média
Anual do rio São Francisco
Tabela 4 - Área Plantada com cana de açúcar no Nordeste
Tabela 5 - Produção de cana de açúcar nos Estados Nordestinos
Tabela 6 - Número de Ligações Energia Elétrica (2010 - 2012)
Tabela 7 - Clientes de Gás Natural por segmento
Tabela 8 - Venda de gás em m³ por segmento
Tabela 9 - Distribuição dos Royalties do Petróleo nos estados brasileiros
Tabela 10 - Receita de ICMS com a arrecadação do segmento combustíveis e
lubrificantes
Tabela 11 - Receita de ICMS com a Arrecadação do segmento Energia Elétrica
52
60
70
72
77
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
11. 16
APRESENTAÇÃO
PREFÁCIO
O ESTADO DE SERGIPE
Características Geográficas
Clima
Geologia
Geomorfologia e Solos
Recursos Minerais
Vegetação
Hidrografia
Unidades de Conservação
ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS
Organização Política
Aspectos Sociais
Aspectos Econômicos
Infraestrutura
PANORAMA ENERGÉTICO DO ESTADO
O Sistema Elétrico Sergipano
Capacidade e Geração de Energia
Energia Hidráulica
Termoelétricas
Energia Eólica
Sistema de Transmissão
Indústria Sucroenergética
Petróleo e Gás
Consumo
Arrecadação
REFERÊNCIAS
41
49
79
16
17
22
23
27
31
34
37
41
42
45
46
49
49
54
56
58
59
60
64
68
72
13
14
SUMÁRIO
12.
13. O 'Panorama Energético de Sergipe' é uma obra em progresso, uma referência para
nos debruçarmos e dominarmos o metabolismo territorial de nosso Estado na dimensão do
seu contínuo desenvolvimento. E o desenvolvimento que perseguimos necessariamente
deve ser visto sob a ótica harmônica e sinérgica de dois objetivos: a evolução econômica da
sociedade sergipana e o uso responsável dos recursos naturais disponíveis. O
desenvolvimento que desejamos deve ser capaz de suprir as necessidades da geração atual,
sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações.
Este livro é mais que uma compilação de dados, a apresentação de um cenário.
Constitui uma base sólida de informação para ações presentes e peça determinante para a
posta em prática de uma política pública estratégica que concilie a preservação ambiental e
o desenvolvimento econômico de nosso Estado. Esta publicação também traduz o
pensamento de que uma política energética deve estar ancorada no âmbito do interesse
público, visando o amplo leque social, difuso, interconexo e transgeracional. Por isso,
apresentar e oferecer à sociedade dados atualizados, condensados sob um olhar
panorâmico, como um travelling pela questão energética de nosso estado é tão relevante
para provocar o diálogo coletivo, orientar a um debate profícuo, definir objetivos
judiciosos, quanto para balizar as ações governamentais.
Dito de outra forma, esta obra pode ser vista como um elemento que compõe o
conjunto de políticas públicas no âmbito energético, mas também como uma contribuição
do momento presente para um projeto de sociedade, mais desenvolvida, igualitária e
sustentável, que desejamos e planejamos para o futuro. E o futuro, em nossa perspectiva, é
um momento sempre imediato, dependente de ações prementes equilibradas e eficazes.
Nesse sentido, apresentamos esta publicação como a primeira de muitas, para
promovermos tanto o debate quanto o desenvolvimento, para provocarmos perspectivas e
delinearmos objetivos e ações sobre a questão energética, sempre sob o prisma do
progresso responsável, do aperfeiçoamento e incremento de novas possibilidades dialógicas
de crescimento econômico e social, sob o interesse da sociedade sergipana.
APRESENTAÇÃO
JACKSON BARRETO DE LIMA
Governador do Estado de Sergipe
13
14. PREFÁCIO
A recente divulgação do crescimento do PIB sergipano, em 2012, confirmando o
índice maior que as médias regional e brasileira para o mesmo período, ratifica uma
tendência visível em todo o conjunto de indicadores estatísticos de renda, produção,
emprego e qualidade de vida relativos à Sergipe. Além disso, amplia a percepção do
progresso que nosso Estado vem obtendo vis-à-viso êxito no crescimento econômico,
adquirindo um modesto porémrelevante e consistente espaço na economia regional. Vale
observar que esse avanço vem acontecendo com simultâneos ganhos sociais, de melhoria
geral na qualidade de vida, na paulatina redução da pobreza e amenização das
desigualdades sociais.
Nesse ínterim, parece-me inquestionável a participação do Governo Estadual no
planejamento e execução de políticas públicas que induziram parte desse crescimento -ou
dele tirou proveito- para a atração de novos investimentos, tanto de origem privada quanto
pública. Essa característica, concebida na gestão do ex-governador Marcelo Déda, foi
aprimorada, expandida e fortalecida pelo atualGovernador Jackson Barreto.
Um ponto exemplificativo dessa concepção de política de desenvolvimento para o Estado
parece-me ser o destaque desejado pelo Governo no trato das questões ligadas ao setor de
energia. Na reforma administrativa de 2007 foi criada a Subsecretaria de Desenvolvimento
Energético Sustentável com a missão de fortalecer, junto ao Governador, uma abordagem
estratégica e propositiva dos temas energéticos, especialmente os vinculados aos principais
projetos e cadeias produtivas cuja prioridade para o desenvolvimento estava na agenda
principal dos governantes, neste período.
Assim éa questão da produção de petróleo e gás, a cargo da Petrobras, mas objeto de
ações contínuas do Governo buscando conhecer, apoiar e, na medida do possível, priorizar e
antecipar os investimentos da estatal em Sergipe -especialmentevitais para a economia
local. É também o caso da produção de potássio e sua forte demanda de energia atrelada,
que adquirenovo vigor graças ao Projeto Carnalita, de grande relevância para a economia
sergipana atual e futura.
Da mesma forma, pode-se falar na importância em priorizar as fontes renováveis de
energia, meta de sustentabilidade ambiental, mas não menos importante por razões de
estratégia econômica, antecipando mercados que certamente terão no futuro um potencial
quase incalculável hoje.
No sentido do exposto acima, o setor de energia merece um inventário próprio, um
estudo dos fundamentos da produção, consumo e distribuição da energia sob todas as suas
formas, buscando retratar no plano dos mapas e indicadores uma realidade complexa e
efervescente que se traduz em infraestrutura básica para a geração de riqueza.
Ainda, dito de outra forma, oconceito de desenvolvimento, latu sensu, é o paradigma
sobre o qual se sustenta este trabalho, nitidamente uma obra em perpétuo progresso que
me orgulha muito de ter liderado e agora apresentar. Por não estar inteiramente aderente
ao formalismo metodológico exigível a um Balanço Energético, preferimos tratá-lo aqui
apenas como um panorama geral do setor, que deixa desde já estabelecida uma meta a ser
14
15. 15
alcançada: a produção, sistemática e continuada, de um Balanço completo, coma
apresentação de dadosainda mais precisose detalhados do potencial solarimétrico e eólico
do Estado, só para citarmos um exemplo.No entanto, por outro lado,esta publicação,
mesmo que sumária, demonstra que há uma riqueza de informações a ser utilizada como
referência tanto para a busca de novos investimentos quanto para a pesquisa científica e
acadêmica.
Esta publicaçãoé resultado do trabalho transversal e colaborativo entre vários órgãos
do Governo, a quem me cabe registrar agradecimentos. Começo pelo ex-governador
Marcelo Déda, in memorian, a quem coube a primazia de reconhecer a importância do
setor; sigo pelo Governador Jackson Barreto, que avançou a discussão temática envolvendo-
se diretamente nas reivindicações junto ao Governo Federal, no trato com empresários do
setor privado e na própria atenção às questões da regulação do setor, fortalecendo o projeto
original que aprovou; à SEDETEC - Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico; à
SEINFRA - Secretaria de Infraestrutura e à SEPLAG, Secretaria do Planejamento, Orçamento
e Gestão, cujo titular e técnicos do Observatório de Sergipe logo abraçaram a ideia e se
dispuseram a implementá-la, dando cabo do desafio de forma competente e motivada.
Para finalizar, creio que este trabalho será muito bem aproveitado pela sociedade em
geral, pelos acadêmicos e pesquisadores, pelos empresários da área e asorganizações
empresariais do setor, as quais ressaltoo papel de cobrança e estímulo ao setor público,
como imprescindíveis e propulsores para o avanço global do Estado de Sergipe no âmbito
energético.
JOSÉ DE OLIVEIRA JÚNIOR
Subsecretário de Estado dos Recursos Energéticos e Sustentáveis
16. Características Geográficas
Situado entre os paralelos 9º31'S e 11º33'S, e os meridianos 36º25'W e 38º14'W, Sergipe
está localizado na região Nordeste do Brasil, sendo considerado, por suas dimensões
geográficas, o menor estado da Federação com 21.910 Km². Representando 0,26% do
território brasileiro, o Estado de Sergipe tem como limites o Oceano Atlântico ao leste, os
estados deAlagoas ao norte e da Bahia ao Oeste e Sul.
O ESTADO DE SERGIPE
Figura 1 - Localização da Região Nordeste Brasileira. Fonte: SUPES/SEPLAG, 2012.
Tem como pontos extremos a foz do rio Xingó, na confluência com o rio São Francisco,
ao norte; a curva do rio Real, no povoado Barbeiro em Cristinápolis, ao sul; a barra do rio São
Francisco, na ilha de Arembepe em Brejo Grande, à leste; e a curva do rio Real no povoado
Terra Vermelha em Poço Verde, à oeste.
16
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
17. Figura 2 - Mapa de Limites e Pontos Extremos de Sergipe. Fonte: SUPES/ SEPLAG, 2013.
Clima
Em Sergipe as temperaturas médias são elevadas e a variação térmica anual
pequena, apresentando uma amplitude térmica média inferior a5°C em todo o estado e um
17
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
18. regime pluvial decrescente do litoral ao interior.Dividido em três zonas distintas, de acordo
com a temperatura e a chuva, o clima em Sergipe se apresenta em:
· Tropical úmido ao longo do litoral (Leste)
A área litorânea,sob influência do clima Tropical úmido, caracteriza-se por elevadas
precipitações (média de 1.355 mm/ano) e umidade relativa (média anual de 80%). Além
disso, apresenta estação de inverno chuvosa entre os meses de abril e agosto, e uma estação
de verão seca de novembroa janeiro, havendo o predomínio de maiores índices
pluviométricos na parte sul do estado, superiores a 1.800mm.
Quanto aos ventos, as áreas litorâneas sofrem influência moderadora dos ventos de
alísios e constantes das brisas marítimas, e nos meses de inverno das frentes frias vindas de
sudeste.
Já a Evaporação nesta região está um pouco abaixo das observadas nas regiões
interiores do Estado, com valores acima de 1.000 mm/ano, aumentando este valor nos
meses de verão, e a média de temperatura gira em torno de 25°C, com uma temperatura
mínima média anual em torno de 20°C e uma média máxima acima de 29°C.
· Tropical sub-úmido ou de Transição Semi-árida (Agreste)
NoAgreste, a precipitação é um pouco abaixo da observada no litoral com valores em
torno de 1.000 mm/ano, mas com a distribuição mensal semelhante. As temperaturas
também são semelhantes à média anual de 25°C, temperatura mínima média em torno de
20°C e um valor máximo médio de mais de 29°C. Porém, em comparação, a evaporação é
consideravelmente mais alta (quase 2.000 mm/ano) e a umidade média é mais baixa,
aproximadamente 70%.
Nesta região permanece a influência dos ventos alísios, das brisas e frentes frias,
acrescidos dos ventos barostróficos, resultantes da presença de maiores elevações, como as
áreas serranas.
· Semi-árido (Sertão)
O climaSemi-áridoem Sergipe ocorre na parte oeste do estado, apresentando a
precipitação média abaixo de 700 mm/ano e com valores inferiores a 30 mm nos meses de
verão.Anoroeste do estado, as chuvas se iniciam em abril em decorrência do deslocamento
e intensidade da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). Já as secas, em Sergipe estas
ocorrem de forma sazonal, comum em áreas tropicais, e contingente, ocorrendo em um
período curto de tempo na estação chuvosa.
A região tem ainda como característica a umidade relativa do ar mais baixa que nas
outras regiões, média de 65%; temperaturas mais elevadas com uma média anual de 26°C,
sendo a temperatura mínima média em torno de 20°C e a máxima média de 32°C; e a
evaporação também elevada, acima de 2.100 mm/ano, apresentando deficiência hídrica
18
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
19. durante quase todo o ano, especialmente na primavera/verão, quando a evaporação supera
a pluviosidade necessária para manter uma área sempre verde.
Figura 3 - Mapa de Precipitação Média Total Anual em Sergipe (mm). Fonte: SEMARH, 2013.
Figura 4 - Mapa Temperatura Média Compensada (°C) Anual. Fonte: SEMARH, 2013.
19
-9,6
-9,8
-10
-10,2
-10,4
-10,6
-10,8
-11
-11,2
-11,4
-38,2 -38 -37,8 -37,6 -37,4 -37,2 -37 -36,8 -36,6 -36,4
2000 mm
1800 mm
1600 mm
1400 mm
1200 mm
1000 mm
800 mm
600 mm
400 mm
-38,4 -38,2 -38 -37,8 -37,6 -37,4 -37,2 -37 -36,8 -36,6 -36,4
-9,4
-9,6
-9,8
-10
-10,2
-10,4
-10,6
-10,8
-11
-11,2
-11,4
-11,6
26
25.5
25
24.5
24
23.5
23
22.5
22
21.5
21
20.5
20
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
21. Figura 7 - Mapa de Direção e Velocidade dos Ventos. Fonte: SEMARH, 2013.
21
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
22. Geologia
A geologia de Sergipe é conformada pela presença de rochas mais antigas como o
Embasamento Gnáissico, a Faixa de Dobramentos Sergipana, ocupando a parte central e
ocidental do estado, e de rochas mais recentes que se encontram na parte oriental como as
Bacias Sedimentares de Sergipe e Tucano e as Formações Superficiais.
Figura 8 - Mapa Geológico de Sergipe. Fonte: SUPES/ SEPLAG, 2013.
22
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
23. O Embasamento Gnaíssico é composto por rochas magmáticas e metamórficas do
período Pré-Cambriano e estão representadas por gnaisses, migmatitos, granitóides,
quartizitos e metassedimentos, facilmente encontrados no Cráton de São Francisco e nos
Domos de Itabaiana e Simão Dias.
Já a Faixa de Dobramentos Sergipana, de idade proterozóica, é encontrada nos
domínios Estância, Vaza-Barris, Macururé, Marancó, Poço Redondo e Canindé, onde observa
a ocorrência de corpos granitóides, metassedimentos, migmatitos e rochas vulcano-
sedimentar.
As bacias sedimentares de Sergipe estão situadas a leste do estado, avançando sobre
a plataforma continental (Bacia de Sergipe) até o limite da falha de Itaporanga d'Ajuda e a
noroeste e sudoeste, nas proximidades dos riachos Curituba e da Barra, em Poço Verde.
Suasorigensestão associadas ao processo de separação dos continentes da América do Sul e
da África, que deram procedência às formações Muribeca, Cotinguiba, Riachuelo, Marituba,
Calumbi e Mosqueiro, sendo aí encontradosjazimentosde minerais carbonáticos, carvão,
petróleo e fósseis marinhos.
As formações superficiais cenozoicas ocorrentes em Sergipe abrangem o Grupo
Barreiras, as coberturas tércio-quaternárias e as coberturas quaternárias (pleistocênicas e
holocências). O Grupo Barreiras é amplamente distribuído no leste do estado, sendo
separado da linha de costa pelas coberturas quaternárias, e constituído por sedimentos
terrígenos (cascalhos, conglomerados, areias finas e grossas e níveis de argila) pouco ou não
consolidados, de cores variegadas e estratificação irregular.
E por fim as coberturas pleistocênicas e holocênicas que formam os terraços
marinhos, dunas, praias, pântanos e planícies de maré, onde se desenvolveram importantes
depósitos de turfa em Sergipe.
Geomorfologia e Solos
O relevo sergipano é pouco movimentado, composto por um modelado suave de áreas
planas e altitudes modestas no sentido leste-oeste. Em alguns pontos apresenta relevo
acidentado, com a ocorrência de escarpas e serras, constituindo os pontos mais elevados do
Estado. Caracteriza-se ainda pelo domínio de três unidades geomorfológicas, oriundas das
grandes unidades estruturais representadas pela bacia sedimentar e pelo embasamento
cristalino.
Planície Costeira
Delimitada pelos rios São Francisco ao Norte e Real ao Sul, a Planície Costeiraé um
segmento litorâneo construído pela deposição de areias e outros materiais retrabalhados
pelo mar formado por praias e restingas. Ocupa uma faixa assimétrica, descontínua e
alongada no sentido NE/SE e tem como maior expressão areal a parte norte de Sergipe, nas
proximidades da desembocadura do rio São Francisco, condicionada por sua feição deltaica.
Como domínios ambientais, a Planície Costeira possui terraços marinhos, cordões
23
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
24. litorâneos, dunas costeiras e estuários, onde são observadas as ocorrências de mangues e
apicuns.
Neste tipo de unidade, são encontrados os NeossolosQuartzarênicos e os Espodosolos
(Podzol) constituídos por areias quartzosas marinhas de elevada acidez e salinização,
apresentando baixo teor de nutrientes e insuficiente poder de armazenamento de água.
Também são encontrados os Gleissolos sálicos ou solos de mangue, com textura argilosa e de
coloração acinzentada.
Tabuleiros Costeiros
Os Tabuleiros Costeiros são modelados pelos sedimentos do Grupo Barreiras e estão
sobrepostos ao Embasamento Cristalino e a Bacia Sedimentar de Sergipe. Eles ocorrem logo
após a Planície Litorânea, em direção ao interior, e são constituídos por baixos planaltos
pré-litorâneo com altitudes em torno de cem metros. Apresentam-se de forma aplainada
com topos horizontais ou sub-horizontais em níveis mais preservados e em forma de morros
e colinas dissecadas quando erodidos, formando vales largos e de fundo plano propício para
o desenvolvimento da agricultura.
Na área dos Tabuleiros Costeiros são encontrados depósitos de camadas espessas de
areias quartzosas de texturas variadas que deram origem ao NeossoloQuartzarênico e
NeossoloQuartzarênico não-hidromórfico. Nos vales prevalece o desenvolvimento do
NeossoloFlúvico (solo aluvial). Já no conjunto de formas conservadas e dissecadas
encontram-se solos mais desenvolvidos como o Latossolo Vermelho-Amarelo, comumente
utilizadopara o cultivo de cana-de-açúcar, laranja e pastagem; o Argissolo Vermelho-
Amarelo, bastante utilizado para pastagem e cultivos permanentes e também mais
suscetível à erosão, e o Vertissolo, que devido à sua composição derivar do calcário e de
sedimentos argilosos, possui propriedade expansiva e rica em nutrientes.
Pediplano Sertanejo
Na retaguarda dos Tabuleiros Costeiros encontra-se o Pediplano Sertanejo. Com
características bem marcadas pelo domínio do clima semiárido, o Pediplano se apresenta na
paisagem de forma aplainada e dissecada, ocupando extensas áreas que se elevam
gradativamente de Leste a Oeste. Há a predominância do modelado do relevo de forma
homogênea, entretanto encontra-se em áreas restritas uma erosão diferencial controlada
estruturalmente (rochas e tectônica) comum à ocorrência de serras residuais denominadas
de inselbergs e matacões que se destacam na planura generalizada da região.
Os solos do Pediplano Sertanejo vão depender da rocha e da composição em que se
desenvolveram, a exemplo do NeossoloLitólico localizado nas serras residuais o qual
apresenta pouco desenvolvimento (bastante pedregoso), baixo teor nutricional e bastante
suscetível à erosão; NeossoloQuartzarênico composto por areias quartzosas e localizado nos
sopés das serras; e o PlanossoloNátrico de textura arenosa média e argilosa ocorrente na
superfície pediplanada e comumente utilizado para o cultivo. Ainda são encontrados os
solos Chernossolo,Argissolo Vermelho-Amarelo e o Luvissolo, todos de boa fertilidade.
24
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
25. Figura 9 - Mapa Geomorfológico de Sergipe. Fonte: SUPES/ SEPLAG, 2013.
25
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
26. Figura 10 - Mapa de Solos de Sergipe. Fonte: SUPES/ SEPLAG, 2013.
26
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
27. Recursos Minerais
A produção mineral de Sergipe é proveniente dos sais solúveis, carbonatos, recursos
energéticos, minerais metálicos e não metálicos, os quais se destacam:
Energéticos
Petróleo Gás Natural Turfa
Carbonatos
Calcário Dolomito Metacarbonetos
SaisSolúveis
Carnalita Silvita Silvinita Halita Taquidrita
Metálicos
Cobre Níquel Chumbo Zinco Ouro
Manganês Titânio Zircônio Tório Pirita Ferro
Não
Metálicos
Areia Argila Saibro Filito Granito Gnaisse Gabro Quartzo
Metassiltito Metarenito Quartzito Água Mineral Enxofre Flúor Fósforo Amianto
Quadro 01 – Principais Recursos Minerais de Sergipe, CPRM, 1997.
Substâncias Não Metálicas
As Substâncias Não Metálicas tem como finalidade para a maioria de seus produtos a
produção de materiais paraa construçãoede água mineral. Tem-se destaque a explotação da
argila com destino à fabricação de cerâmica vermelha (telas, tijolos, manilhas, lajotas, etc)
e à indústria cimenteira. A areia é outra substância cuja finalidade é voltada para o uso na
construção civil.
O Jazimento do granito, situado nas regiões norte e nordeste do estado, tem como
destino a produção de paralelepípedos e meios-fios. A produção de britas, revestimentos e
pedra de alicerce tem como fonte as rochas metassiltito, metarenito, quartzito, gnaisse e
gabro.
Quanto às fontes de água mineral, estas são encontradas nos municípios de Salgado,
São Cristóvão, Itaporanga d'Ajuda e Estância. As demais substâncias configuram em
pequenas ocorrências de insignificante valor comercial.
27
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
28. O destaque é o expressivo depósito de enxofre ocorrente na Bacia Sedimentar de
Sergipe, chamado de Castanhal, no campo petrolífero de Siririzinho, reconhecido como o
primeiro depósito de enxofre nativo do Brasil.
Substâncias Metálicas
As substâncias Metálicas em Sergipe são de baixa perspectiva econômica, já as
mineralizações de cobre e níquel,quando associadas, possam ser que sejam
economicamente viáveis. As ocorrências de ouro estão relacionadas a aluviões do rio das
Pedras e dos riachos da Ribeira e Boqueirão. O Chumbo e o Zinco encontram-se associados e
ocorre, principalmente, em subsuperfície,já a Pirita se apesenta de forma disseminada em
rochas vulcânicas em Arauá. Ainda são encontrados pequenos depósitos marinhos de
minerais pesados na foz do rio São Francisco.
Sais Solúveis
A descoberta de sais solúveis em Sergipe está relacionada à pesquisa do salgema em
1946 e posteriormente à produção de petróleo na Bacia Sedimentar de Sergipe. Os sais de
potássio são amplamente explorados na bacia sedimentar de Sergipe, sendo considerada a
única mina de sais de potássio do hemisfério Sul. O complexo minero-industrial Taquari-
Vassouras,administrado pela Vale, está localizado no município de Rosário do Catete e é
responsável pela produção aproximadamente 700 mil toneladas de cloreto de potássio e de
sódio.
Carnalita
Está em desenvolvimento o projeto da maior unidade de extração de potássio no
Brasil, o Projeto Carnalita em Sergipe. De responsabilidade da Vale, a área da lavra está
localizada entre os municípios de Capela, Japaratuba, Maruim e Rosário do Catete, e tem
como estimativa de produção inicial em torno de 1,2 milhão de toneladas de Cloreto de
Potássio por ano. A estimativa do aporte dos investimentos iniciais é de em torno de US$ 4
bilhões para viabilizar a exploração das reservas, o beneficiamento e a manutenção da
unidade.
O processo de obtenção dos sais de potássio que foi desenvolvido pela VALE, dar-se-á
através da aplicação da tecnologia de mineração por dissolução da
CarnallitaKMgCl3.6(H2O), o que permitirá produzir o potássio a custos mais competitivos,
diminuindo assim a dependência do mercado brasileiro para a importação dos fertilizantes
potássicos.
Substâncias Carbonatadas
Devido à sua multiplicidade de usos, localização privilegiada e de grande potenciais e
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PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
29. reservas, as rochas carbonáticas tem um expressivo valor econômico para Sergipe. Estes
minerais são classificados como calcários, dolomitos e metacarbonatos de origem
sedimentar com maior evidência na Bacia Sedimentar de Sergipe. Os calcários são
utilizados, em sua maioria, na indústria cimenteira, localizadas nos municípios de
Pacatuba, Laranjeiras, Nossa Senhora do Socorro, e em menor escala na indústria da
construção civil, na produção de cal para corretivo de solo, brita etc. Faz parte deste rol o
mármore, existindo um garimpo ativo de mármore branco na Serra de Lage em Porto da
Folha voltado para a fabricação de pisos de alta resistência.
Quadro 2 – Principais minas ativas de Calcário, Dolomito e Metacarbonato – FRANÇA & CRUZ, 2007.
Substância Município Empresa
Calcário Pacatuba Mineração Grande Vale
Calcário Laranjeiras LIZ S/A
Calcário Riachuelo Quimbarra
Calcário Laranjeiras Maria Auxiliadora Barreto
Calcário Laranjeiras Itaguassu S/A
Calcário Nossa Senhora do Socorro Cimento Sergipe S/A - CIMESA
Calcário Laranjeiras Mineração Sergipe Ltda
Calcário Maruim Geraldo Magela
Dolomito Maruim INORCAL Ltda
Metacarbonato Simão Dias Ind. Comércio Cal e Tintas
Energéticos
Petróleo e Gás Natural
A primeira província petrolífera de Sergipe data da década de 1960 com a descoberta
realizada pela PETROBRAS dos campos de Riachuelo, Siririzinho e Carmópolis. Na mesma
década, inaugura-se também a primeira província petrolífera brasileira, com a descoberta
dos campos de Guaricema, Caioba e Camorim.
Sergipe possui o maior campo terrestre do país e foi o primeiro estado a descobrir e
produzir petróleo na plataforma continental através do campo de Guaricema em 1968, um
marco na produção offshore no Brasil. Atualmente Sergipe conta com 37 campos de
Produção, sendo 5ainda em desenvolvimento, produzindo 14.747 milhões de barris em 2012
e gerando Royalties para o estado no valor de R$ 153.901.936,65.
Novas descobertas de petróleo para Sergipe foram anunciadas pela ANP em 2013,
descobertas oriundas da campanha de exploração iniciada em 2008 que apontam grande
quantidade de petróleo leve de alta qualidade e de gás natural em águas ultraprofundas.
Dos 16 poços perfurados na área, 13 são portadores de hidrocarbonetos, tendo destaque os
campos de Moita Bonita, Barra, Farfan e Muriú.
As rochas da Bacia Sedimentar de Sergipe constitui um dos principais reservatórios de
petróleo e gás, cuja formação por arenitos, conglomerados e carbonatos facilita o seu
acúmulo. A nova descoberta está situada em áreas com rochas mais porosas e permeáveis, o
29
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
30. que possibilita uma relativa facilidade na extração do óleo em relação ao petróleo do pré-
sal. Tais descobertas deverão consolidar Sergipe como a grande fronteira petrolífera do
país.
Turfa
O jazimento de Turfa na planície costeira sergipana tem boas expectativas de
aproveitamento econômico. A turfa é uma matéria lenhosa, que perdeu oxigênio no
processo de carbonização, restando apenas carvão. São encontrados depósitos de turfa em
ambiente de paleolagunas, relacionadas a cordões litorâneos, e em paleolagoas, relativas
às planícies de inundação, com destaque para as turfeiras de Santo Amaro das Brotas. É
comum o uso da turfa na agricultura para a adubação e controle e aumento da umidade do
solo. Já para a produção de combustível, serve como alternativa para a queima direta de
fornos e combustores.
Figura 11 - Mapa de Recursos Minerais de Sergipe. Fonte: SUPES/ SEPLAG, 2013.
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PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
31. Figura 12 - Mapa de Produção de Petróleo e Gás em Sergipe. Fonte: SUPES/ SEPLAG, 2013.
Vegetação
A cobertura vegetal primitiva do estado de Sergipe era constituída por restingas,
mangues, florestas, cerrados e caatinga, que ao longo do tempo sofreu intenso uso e
degradação, restando atualmente menos que 5% de mata primitiva.
Formações Litorâneas
Na planície costeira revela-se a presença de formações litorâneas constituídas por
mangues, vegetação de restinga, matas secundárias e resquícios de florestas de porte
31
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
32. inferior em relação ao passado.
Os manguezais estão localizados nas desembocaduras dos rios e nas áreas estuarinas
até onde as marés tem influência. Seu ambiente é lodoso e salobro, o qual possibilita o
desenvolvimento de espécies vegetais adaptadas a este tipo de ambiente, constituídas por
estratos arbustivos e arbóreos com raízes aéreas que permitem a fixação e respiração das
plantas. As espécies encontradas em Sergipe são: RhyzophoraMangle (Mangue Vermelho),
Laguncularia Racemosa (Mangue Branco) e o ConocarpusErectus (Mangue Bola).
A vegetação de restinga reveste a área litorânea e suas formações dunares. É
constituída por espécies perenifólias e xeromorfas, decorrentes da intensa ação dos ventos
marinhos, luminosidade intensa e elevada salinidade. São encontradas espécies como
Canavalia Marítima (Feijão da praia), Ipoméa Pés-caprae (Salsa da praia). Nas áreas que
margeiam os rios ou nos baixios há o predomínio de espécies herbáceas higrófilas e
aquáticas. São terrenos encharcados com solos ricos em matéria orgânica e de pouca
drenagem.
Quanto às matas secundárias, a sua presença está associada a solos com maior
disponibilidade hídrica. As matas são florestas em estágios médioa avançado de
regeneração, já que estão em áreas que sofreram intensa intervenção humana, e
apresentam árvores com portes que variam de 12 a 20m.
A mata Atlântica em Sergipe foi intensamente devastada, e atualmente está
localizada em áreas específicas sob proteção integral. Suas espécies apresentam elevado
porte variando de 25 a 30 m de altura, suas copas são largas e com folhas perenes e troncos
grandes. As espécies mais encontradas são: sucupira, maçaranduba, pau-brasil, jatobá,
candeia, peroba, além de bromélia e orquídeas.
Cerrado ou Vegetação de Tabuleiro
Ocorrendo em forma isolada na faixa entre o semiárido e o litoral, o Cerrado é
composto por gramíneas e espécies arbustivas de pequeno porte, resultante do tipo de solo
e drenagem. Suas espécies mais conhecidas são as árvores frutíferas como o marmeleiro,
ingazeiro, jenipapeiro, cajazeiro entre outros.
Caatinga
Vegetação típica do semiárido brasileiro, a caatinga cobre grande parte do sertão
variando de porte, estrutura e densidade de espécies, dificultando a identificação dos
limites entre esta formação e a de florestas de transição para mata Atlântica. Esta variação
se dá pelos tipos de caatinga, que são dois: hipoxerófila ou arbustiva arbórea, localizadas na
transição para o sertão onde os meses de seca são inferiores a 7 meses; hiperxerófila ou
arbustiva, mais resistente à seca apresentando porte baixo e ocorrendo em locais onde os
meses secos são superiores a 7 meses.
As espécies são esparsas entre si, com troncos retorcidos, espinhentas e folhas
caducas, que caem no período da seca. Durante a seca, além das folhas caírem, os galhos
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PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
33. ficam secos e as gramíneas secam até desaparecer, expondo o solo e a paisagem cinzenta.
Todavia as espécies da caatinga tem alto poder de regeneração, é só cairas primeiras chuvas
do “inverno” que elas rebrotam e passam a ficar verdes.
As espécies mais conhecidas são: aroeira, baraúna, jurema, juazeiro, umbu, angico,
pau-ferro, além das cactáceas (mandacaru, xique-xique) e bromélias (macambira)
encontradas em locais mais inóspitos e de maior aridez.As espécies da caatinga são bastante
utilizadas pelos homens do sertão, tanto para a produção de remédios e lambedores, quanto
para a produção de energia para o consumo domiciliar, produção de carvão e atividades
econômicas da região, como a produção de tijolo.
Figura 13 - Mapa de Ocorrências Vegetais. Fonte: SEPLAG, 2013.
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PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
34. Hidrografia
Drenado por oito bacias hidrográficas de comportamento exorréico, isto é, que
deságuam no oceano Atlântico, o estado de Sergipe possui uma rede hidrográfica rios
perenes e temporários condicionada pelo clima. Das oito bacias, três delas são de domínio
da União, que atravessam vários estados e vem desaguar em Sergipe (São Francisco, Vaza-
Barris e Real), e cinco estaduais (Japaratuba, Sergipe, Piauí, Grupo de bacias Costeiras 1 e
2).
Bacia Hidrográfica do rio São Francisco
Considerado rio da Integração Nacional, o São Francisco dá nome a maior e mais
importante bacia hidrográfica do estado. Drena uma área de 7.184 km², e dentro do
território sergipano tem instalado em seu leito a Usina Hidrelétrica de Xingó, a última de
uma série de geradoras de energia instalada em seu percurso. As águas do rio São Francisco
são utilizadas não somente para a geração de energia com também para a irrigação de
plantações e fornecimento de água para todo o estado, principalmente, a capital Aracaju.
Limita-se ao sul com as bacias dos rios Japaratuba e Sergipe. Os afluentes mais importantes
do São Francisco em Sergipe são os rios Xingó, Jacaré, Capivara, Gararu e Betume.
Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba
Possui uma área geográfica de 1.735km2, equivalentes a 7,65% do território estadual
e abrange 20 municípios, com uma população de mais de 200.000 habitantes. Tem como
principais afluentes: os rios Japaratuba mirim, Lagartixo, Siriri, Cancelo e Riacho do Prata.
Nascendo na Serra da Boa Vista e desaguando no Oceano Atlântico, a bacia possui planície
aluvial muito larga, onde se desenvolve o cultivo da cana-de-açúcar. As principais
atividades, em termos econômicos, na bacia hidrográfica é a exploração do petróleo, gás
natural, sal gema, potássio, calcário, magnésio, turfa e areia, além da irrigação e expansão
da cultura da cana-de-açúcar, também o turismo e lazer, pesca e abastecimento humano e
animal.
Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe
Abrange 26 municípios, com população residente de 1.010.523 habitantes,
equivalendo a 56,6% do total do Estado. A maioria expressiva da população, 86,8%, reside
em áreas urbanas, ao passo que 13,2% situam-se na zona rural, fato que comprova o
acelerado processo de urbanização em curso na bacia hidrográfica nas últimas décadas,
responsável pelo grande passivo ambiental da região. O rio Sergipe se constitui num
importante curso d'água para o desenvolvimento econômico do estado. O abastecimento
humano através dos rios Poxim, Jacarecica e poços artesianos perfurados na bacia, atendem
a população urbana e rural. As barragens Jacarecica I e II e o Açude da Macela são
34
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
35. importantes reservatórios de água para a irrigação de hortaliças e frutas. Desenvolve-se
ainda atividades pesqueiras artesanais, aquicultura, recreação náutica, turismo e
transporte hidroviário ligando a cidade de Aracaju aos municípios vizinhos. O crescimento
urbano e o desenvolvimento industrial submetem a bacia à intensa poluição, resultante dos
efluentes domésticos e industriais.
Bacia Hidrográfica do rio Vaza-Barris
Nasce no estado da Bahia e drena uma área de 2.559 Km² em Sergipe, o que
representa 16% do total da bacia. Seu baixo curso inicia entre os municípios de Simão Dias e
Pinhão, passando por terrenos de climas semiárido, sub-úmido e úmido, o que abrange 14
municípios. Seus principais afluentes são o riacho Cansanção, na divisa da Bahia com
Sergipe, os rios Jacoca e do Lomba, além do riacho Traíras, e estão situados na sua margem
esquerda. Devido à elevada concentração de cloro, as águas do rio Vaza Barris não podem
ser utilizadas para o consumo humano, industrial ou irrigação. Este tipo de condição se dá
pela passagem do rio em terrenos suscetíveis à salinização, quando mal manejados. Já na
sua desembocadura, o rio serve para o desenvolvimento de atividades náuticas, de lazer e
do turismo.
Bacia Hidrográfica do Rio Piauí
Com uma área geográfica de 4.150 km², equivalentes a 19% do território estadual, a
bacia do Rio Piauí abrange 15 municípios, com uma população deaproximadamente 432.000
habitantes. Localizada na parte sul do estado, é um dos mais importantes componentes da
rede hidrográfica do estado de Sergipe por apresentar um sistema hidrográfico bastante
desenvolvido constituído pelo curso d'água principal do rio Piauí, e por diversos afluentes de
grande porte, como os rios Arauá, Pagão, Jacaré, Piauitinga e Fundo. Os diversos usos das
águas na Bacia Hidrográfica como: irrigação, mineração, indústrias, consumo humano e
animal, pesca, turismo e lazer estão associados às atividades econômicas que possibilitam o
desenvolvimento da região.
Bacia Hidrográfica do rio Real
Situada na divisa com o estado da Bahia drena uma área de 2.388 km², inserida nos
limites políticos e administrativos dos estados da Bahia e Sergipe. Nasce na serra do
Tubarão, município de Poço Verde e desagua no oceano Atlântico junto com o rio Piauí, no
estuário de Mangue Seco. Seus principais afluentes, todos na margem esquerda, são os
riachos Mocambo e Caripau e os rios Jabiberi e Itamirim.
Grupo de Bacias Costeiras 1 e 2
Estas duas bacias estão localizadas na zona costeira, uma na parte norte com a
35
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
36. denominação de Bacia Costeira do rio Sapucaia (município de Pirambu) e a outra na parte
sul, denominada de Bacia Costeira Caueira/Abaís (municípios de Itaporanga d'Ajuda e
Estância). Elas constituem em um dos mais complexos e sensíveis ambientes existentes na
natureza, onde atuam diversos processos hidrodinâmicos relacionados ao ambiente marinho
e continental, além de forte pressão antrópica.
Assentadas sobre o DomínioHidrogeológico de Formações Superficiais Cenozóicas,
constituído por um pacote de rochassedimentares que recobrem as rochas mais antigas e
tem um comportamento de um aquífero granular, o que apresenta solos
predominantemente porosos e ácidos, de baixa/médiafertilidade natural, textura variável,
com dominância arenosa e excessivamente drenada. Os principais canais fluviais que
drenam as bacias costeiras são de regime perene e desaguam no oceanoAtlântico.
Aconstrução de barramentos, instalações de equipamentos para captação de água
para projetos de irrigação e abastecimento da população, o uso de técnicas e manejo
inadequado do solo, além da remoção da vegetação nativa para uso agropecuário do solo são
algumas das pressões excedidas pela ação antrópica nestas duas bacias.
Figura 14 - Mapa de Bacias Hidrográficas de Sergipe. Fonte: SEPLAG, 2013.
36
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
37. Unidades de Conservação
No estado de Sergipe existem quinze Unidades de Conservação (UC) da natureza,
sendo três particulares, três do governo federal, duas municipais e sete estaduais, sendo
que duas das estaduais estão em fase de recategorização. Estes territórios constituídos tem
os objetivos definidos em lei visando a manutenção da diversidade biológica, a proteção de
espécies e recuperação dos recursos hídricos, bem como a promoção da educação
ambiental, do ecoturismo, a pesquisa científica e a proteção de recursos naturais para
sobrevivência de populações tradicionais.
Reserva Biológica de Santa Izabel
Categorizada como unidade de proteção integral, ela engloba os ecossistemas
costeiros dos municípios de Pirambu e Pacatuba, totalizando uma área de 2.776 hectares,
sendo 45 Km de praia entre a foz do rio Japaratuba e a Barra do Funil. Criada em 1988 com o
objetivo de proteger a desova das tartarugas marinhas, também abriga em suas dunas,
mangues e lagoas, espécies de aves marinhas e crustáceos. O Projeto Tamar tem a sua sede
na área da reserva com o objetivo de identificar e monitorar a áreas de desova da tartaruga,
além de desenvolver ações de sensibilização e educação ambiental para a população local.
Parque Nacional Serra de Itabaiana
Unidade de Conservação Federal de uso sustentável criada em 2005 com o objetivo
de preservar os espaços naturais da ação antrópica e servir como laboratório vivo para as
pesquisas ecológicas. Possui uma área de 7.966 hectares que abrange os municípios de
Itabaiana, Areia Branca, Itaporanga d'Ajuda e Campo do Brito. Seu relevo destaca-se na
paisagem e é dispersora de seis cursos d'água.
Bastante utilizada para o lazer, tem o riacho dos Negros como seu principal atrativo,
contendo cachoeiras, corredeiras e piscinas Naturais, com destaque para o Poço das Moças.
São encontradas espécies vegetais da MataAtlântica, Cerrado e típicas de Restinga.
Floresta Nacional do Ibura
Situada no município de Nossa Senhora do Socorro às margens da BR 101 e do rio
Cotinguiba, esta UCde 144 hectares foi criada em 2005 com o objetivo de promover o uso
múltiplo sustentável dos recursos florestais, a manutenção de banco de germoplasma in situ
de espécies florestais nativas, inclusive do bioma Mata Atlântica com formações de floresta
estacional semidecidual nos estágios médio e avançado de regeneração, em associação com
manguezal, a manutenção e a proteção dos recursos florestais e da biodiversidade, a
recuperação de áreas degradadas e a pesquisa científica.
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PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
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38. Área de ProteçãoAmbiental Morro do Urubu
Localizada na área urbana de Aracaju, limita-se ao Norte com o rio do Sal, ao Leste
com o rio Sergipe, e ao Sul e Oeste com as áreas urbanas da zona Norte do município. Trata-
se de região onde originalmente predominava a Mata Atlântica e seus ecossistemas
associados, além de enclaves de Cerrado. Criada e regulamentada pelos Decretos nº
13.713, de 16.06.93, e nº 15.405, de 14.07.95, a área vem sofrendo pressão urbana e se
descaracterizando cada vez mais. O complexo de vegetação encontra-se hoje bastante
comprometido, sobretudo pela invasão, construção e urbanização das favelas na área.
Área de ProteçãoAmbiental do Litoral Sul do Estado de Sergipe
Transformada em UCem 1993, o qual define a estrutura de ocupação da área
compreendida entre a foz do Rio Vaza Barris e a desembocadura do Rio Real, com cerca de
55,5 km de costa e largura variável de 10 a 12 km, do litoral para o interior. Abrange os
municípios de Itaporanga d'Ajuda, Estância, Santa Luzia do Itanhi e Indiaroba. Inserem-se
nesta APA as praias mais habitadas do Estado, destacando-se a Caueira, Saco e Abais.
Observam-se também as maiores áreas de restingas arbóreas, manguezais e manchas mais
preservadas de MataAtlântica.
Área de ProteçãoAmbiental Litoral Norte
Através do Decreto nº 22.995 de 09 de novembro de 2004 foi instituída a Área de
Proteção Ambiental (APA) Litoral Norte. Compreendendo um perímetro de
aproximadamente 473,12 km², a unidade situa-se nos municípios de Pirambu, Japoatã,
Pacatuba, Ilha das Flores e Brejo Grande e tem como objetivo geral a promoção do
desenvolvimento econômico-social da área, voltada às atividades que protejam e
conservem os ecossistemas ou processos essenciais à biodiversidade, à manutenção de
atributos ecológicos, e à melhoria da qualidade de vida da população.
Refúgio de Vida Silvestre Mata do Junco
Localizado no município de Capela, é um dos maiores remanescentes de Mata
Atlântica do Estado, com uma área total aproximada de 766 hectares. Criado em 2007, o
Refúgio objetiva preservar um fragmento do bioma Mata Atlântica.Registra-se na Mata do
Junco, a presença de uma das espécies de primatas mais ameaçadas de extinção do Brasil, o
Callicebuscoimbrai, conhecido como guigó-de-Sergipe, espécie de distribuição geográfica
restrita a Sergipe e Norte da Bahia, e que vem sofrendo as consequências da fragmentação
da floresta atlântica. Tem também a função de preservar 144 espécies florísticas, 14
anfíbios, 9 répteis, 19 outros mamíferos e 93 espécies de aves, sendo duas delas
classificadas como vulneráveis: o gavião-pombo (Leucopternislacernulata) e o sabiá-
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PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
39. pimenta (Carpornismelanocephalus).
Além das espécies da flora e fauna encontradas, foram localizadas na região 14
nascentes, entre as quais, aquelas que formam o riacho Lagartixo, principal fonte de
abastecimento da população urbana de Capela.
Monumento Natural Grota doAngico
Esta Unidade de conservação estadual, criada através do Decreto 24.922 de 21 de
dezembro de 2007, está situada no Alto Sertão Sergipano, a cerca de 200 km de Aracaju,
entre os municípios de Poço Redondo e Canindé de São Francisco, às margens do Rio São
Francisco.Aregião abriga remanescentes florestais da Caatinga.
Com uma área total de aproximadamente 2.183 hectares, o Monumento Natural
Grota do Angico guarda uma biodiversidade bastante significativa, como espécies de fauna
e flora típicas do bioma. Porém, sua importância não se deve apenas pela sua riqueza
biológica.AGrota doAngico possui valor histórico e cultural para o sertão sergipano e para o
Nordeste.Aregião foi alvo da rota do Cangaço e foi o cenário da morte deVirgolino Ferreira,
o Lampião, além de sua companheira Maria Bonita e outro nove cangaceiros, em 28 de julho
de 1938 pela polícia volante deAlagoas.
Unidades de Conservação em Fase de Recategorização
A Lei nº 2.825 de 30 de julho de 1990, define como "Paisagem Natural Notável" e área
de especial proteção ambiental todo o trecho do rio Sergipe, que serve de divisa entre os
municípios de Aracaju e Barra dos Coqueiros, compreendendo as margens e todo o leito do
rio Sergipe, na parte permanente coberta pelas águas e naquelas que somente o é por efeito
dos movimentos de maré, na desembocadura do rio Poxim e estendendo-se até o mar.
A Lei nº 2.795de 30 de março de 1990 define áreas de proteção ambiental da foz do
Rio Vaza-Barris, que compreende as Ilhas do Paraíso e da Paz, localizadas respectivamente
na foz do Rio Vaza-Barris e na foz do Rio Santa Maria, em frente ao Povoado Mosqueiro.
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PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
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40. Figura 15 - Mapa de Unidades de Conservação de Sergipe. Fonte: SEPLAG, 2013.
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PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
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41. ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS
Organização Política
O Estado de Sergipe possui 75 municípios agrupados pelo IBGE em treze microrregiões
político administrativas, que fazem parte dasmesorregiõesLeste Sergipano, Agreste
Sergipano e Sertão Sergipano.
Em 2007 o Governo Estadual, através da Secretaria de Estado do Planejamento -
SEPLAN, em parceria com a Universidade Federal de Sergipe e entidades civis organizadas,
respeitando critérios como dimensões econômico-produtivas, geoambientais, sociais,
político-institucionais e culturais, dividiu o Estado em oito territórios, servindo como base
para o planejamento das políticas públicas estaduais.
41
42. Aspectos Sociais
Com uma população de 2.068.017 habitantes, segundo o Censo/IBGE 2010, Sergipe
mais que triplicou a sua população nos últimos 60 anos. Em 1950 éramos 644.361 habitantes,
sendo a maioria da população residente na zona rural. A partir de então, observa-se um
expressivo crescimento da população urbana, ultrapassando a população residente na zona
rural em meados da década de 1980.
Gráfico 1 - Estatística de Crescimento da População de Sergipe. Fonte: IBGE (Séries Estatísticas), 2013.
A partir de então Sergipe passa a ser um estado de população urbanizada,
apresentando em 2010, 1.520.366 habitantes residentes na zona urbana e apenas 547.651
na zona rural, o que resulta em uma taxa de urbanização de 73,5%.E um dos principais
fatores determinantes por essa elevada urbanização foi o crescimento da economia
sergipana centrado nas descobertas e investimentos da indústria extrativo-mineral,
atraindo a população rural para as cidades, como também estimulando a migração de outros
estados.
Ainda de acordo com o Censo Demográfico de 2010, a maior parte da população, ou
seja, 514 mil estão na faixa de 25 a 39 anos, sendo a maioria composta por mulheres que
responderam por 52,16% da população estadual, ou seja, que representam uma importante
faixa de população com potencial para o mercado de trabalho.
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PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
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43. Gráfico 2 - População Residente urbana, por sexo e grupo de idade e População Residente rural, por sexo e grupo de idade. Fonte: IBGE (Censo 2010).
Em relação aos domicílios sergipanos, 99,83% dos lares são atendidos pela oferta de
energia, sendo considerada uma das maiores da região Nordeste. Já o serviço de água
tratada, 88,0% são cobertos com o serviço através de redes de distribuição e 70% dos
domicílios particulares tem acesso a esgotamento sanitário.
Quanto ao rendimento médio das pessoas de 15 anos ou mais de idade em Sergipe, no
ano de 2012 foi de R$ 1.163,00, sendo superior ao verificado nos demais estados do
Nordeste. Os ganhos reais nos rendimentos dos trabalhadores sergipanos, assim como a
facilidade de crédito para compra de bens, contribuíram consideravelmente para o
aumentodo consumo por bens e serviços, sendo destaqueem 2012 o aumento do número de
domicílios com geladeira (95,0%); freezer (7,3%); Máquina de lavar roupa(30,6%),
microcomputador (33,6%) e DVD(77,5%). Houve também um aumento no percentual de
domicílios particulares permanentes onde o morador possuía automóvel (23,9%) ou
motocicleta (23,9%) (PNAD).
Em relação à proporção de moradores com telefone celular e acesso à Internet, a
PNAD 2012 apontou que 71,2% das pessoas afirmaram possuir telefone celular e 41,1%
informaram acessar a internet. O acesso à informação e a facilidade para se comunicar a
partir destas ferramentas promovem a inclusão social e econômica,tornando-se elementos
essenciais ao pleno exercício da cidadania e a construção de uma sociedade menos desigual.
Com relação à educação, segundo o Censo Demográfico de 2010, Sergipe apresentou
uma taxa de alfabetização de 80,93%, na faixa etária de cinco anos ou mais de idade. Essa
taxa continua sendo maior do que a registrada na região Nordeste (80,18%).
No ensino superior, segundo o MEC/ INEP/ Deed, em 2012, Sergipe registrou o total
76.987 alunos matriculados nos cursos de graduação presenciais e à distância nas 19
instituições de ensino atuantes no estado. Já os cursos presenciais, as instituições em
Sergipe abriram em 2012, 24.136 vagas nos 252 cursos de graduação presencial, obtendo um
aumento 8,15% em relação a 2010 (233 cursos).
Em relação a migração, Sergipe é o estado do nordeste com maior percentual de
pessoas não naturais, no total 11,6% da população local não é natural de Sergipe, o que
43
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
44. confirma o estado como grande receptor de pessoas à procura de oportunidades,
principalmente de emprego e qualidade de vida.
Unidadesda Federação
População residente- 2012
Total
Naturalidade em relação
ao município
Naturalidade em relação à
Unidade da Federação
Naturais Não naturais Naturais Não naturais
Maranhão 100,0 67,8 32,2 92,9 7,1
Piauí 100,0 71,4 28,6 90,2 9,8
Ceará 100,0 69,6 30,4 94,7 5,3
Rio Grande do Norte 100,0 62,2 37,8 88,9 11,1
Paraíba 100,0 69,4 30,6 91,1 8,9
Pernambuco 100,0 68,5 31,5 92,6 7,4
Alagoas 100,0 70,0 30,0 92,6 7,4
Sergipe 100,0 67,5 32,5 88,4 11,6
Tabela 1 - População Residente nos Estados Nordestinos. Fonte: IBGE/PNAD, 2012.
Como reflexo do crescimento econômico estadual, nota-se um grande aumento das
oportunidades de inserção profissional para os trabalhadores sergipanos. Somente nesta
última década, foram gerados entre 2001 e 2011, mais de 167 mil empregos formais,
segundo o RAIS/MTE. O saldo final de movimentações anuais de emprego com carteira
assinada, resultado da diferença entre admitidos e demitidos durante o ano no mercado de
trabalho local, confirma o grande desenvolvimento da economia estadual. Enquanto em
2001, o saldo de empregos formais foi de 791 vagas, em 2011 passou a 14.488 empregos
formais gerados, de acordo com o CAGED/MTE.
Gráfico 3 - Evolução do estoque de empregos formais (em mil empregos). Fonte: RAIS/ MTE.
44
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
45. Aspectos Econômicos
O Produto Interno Bruto sergipano de 2011 supera a média do Brasil, registrando um
crescimento médio de 2,7% para o mesmo período, chegando em valores correntes a R$
26.199 milhões. Já o PIB per capita estadual em 2011 foi de R$ 12.536,45.
A estrutura de participação do valor adicionado sergipano apresenta-se pouco mais
concentrada no setor serviços, que responde por 67,7% da produção estadual. Dentro do
setor de Serviços as atividades que se destacam são: Administração, saúde e educação
pública que representa 27,6% do PIB sergipano, seguido de Comércio e serviços de
manutenção e reparação, com 11,6% do PIB.
O Setor industrial participa com 28,8% na composição do PIB do estado com destaque
para a Construção Civil, que em 2011 ganha participação no PIB estadual e passa ser a
atividade com maior importância dentro da indústria. Em seguida aparece a indústria de
transformação, seguida da extrativa e dos Serviços de Utilidade Pública.
Já a agropecuária a cada ano diminui sua participação, representandoem 2011,3,5%
do PIB sergipano.
Gráfico 4 - Participação no Valor Adicionado Bruto. Fonte: IBGE, SEPLAG/SUPES/DEPEA, 2012.
Através do Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial – PSDI,de 2007 a 2013
foram instaladas 103 novas empresas em Sergipe, o que totalizou no investimento de mais
de R$ 723 milhões. Com o crescimento da economia sergipana, além da oferta de emprego,
houve também expressivo aumento no consumo de energia elétrica tanto pelas indústrias,
quanto pelas residências do Estado entre 2011 e 2012, crescendo 13,8% e 37,95%,
respectivamente.
45
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
46. Infraestrutura
Sergipe conta com a seguinte infraestrutura:
Rodoviária
Sergipe é cortado por duas rodovias federais, a BR-101 (sentido Norte-Sul) e a BR-235
(sentido Leste - Oeste), que tem o ponto de encontro próximo à capital Aracaju.
Complementam esse sistema as rodovias estaduais que interligam todos os municípios,
totalizando 5.326 quilômetros de estradas.
Aérea
O aeroporto de Santa Maria, localizado em Aracaju, recebe diariamente cerca de 6
mil pessoas, sendo 1000 profissionais que trabalham no complexo aeroportuário para
atender uma média mensal de 115 mil passageiros e 22 voos diários. Sua vocação principal
está voltada para o atendimento aos executivos e turistas que buscam o estado de Sergipe
para negócios e lazer. Outro segmento são as operações diárias de fretamento de taxi
aéreos e helicópteros para atender ao transporte tanto de executivos das diversas áreas e
de funcionários das plataformas de petróleo localizadas no litoral de Sergipe eAlagoas.
Ferroviária
O sistema ferroviário no Estado está sob o comando da empresa Férrea Centro
Atlântico S.A. A linha que interliga Aracaju a Salvador, Maceió e Recifeé
utilizadaatualmente para o transporte de cargas, principalmente cimento, combustíveis,
amônia e uréia.
Portuária
O moderno Terminal Portuário Inácio Barbosa tem dupla funcionalidade, ou seja, é
especializado na movimentação de graneis e em condições de operar também com carga
geral. Administrado pela Companhia Vale do Rio Doce, o terminal está localizado no
município de Barra dos Coqueiros, 15 Km ao norte da capital Aracaju, sendo também
interligado com a BR-101 através da rodovia SE-240.
Do tipo "Off-Shore", ou seja, o seu cais de acostagemfoi construído a 2.400 metros da
linha de costa, o qual é abrigado por um quebra-mar com 550m de comprimento, e possui
cais de acostagem de extensão de 331m e largura de 17m, sendo alargado para 23,60m do
trecho sul, numa extensão de 59,20m, para permitir a manobra de qualquer embarcação.
Além disso, tem ponte de acesso ao cais com estrutura de concreto de 2.400m de extensão e
pista de rolamento com 6,60m de largura, classe 36t e permite o tráfego nos dois sentidos.
A profundidade natural é de 9,50m (maré mínima), elevada para 10,90m com
46
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
47. drenagem, contando ainda com a amplitude máxima de maré de 2,10m. Permite atracação
simultânea de 2 (dois) navios, sendo um 15.000t e outro de 1.500t ou ainda navios de até
45.000t isoladamente.
No retroporto dispõe de uma área de 200 hectares, dos quais 30% já terraplanados e
sem restrições de expansão, onde estão instalados os prédios administrativos de apoio,
oficinas, estação de tratamento de água, subestações, balanças, centrais de
telecomunicações e ainda as edificações da Receita Federal, já integrada ao SISCOMEX.
Dispõe ainda de um armazém com área útil de 2.400m² e um pátio cercado com área de
2.300m².
Telecomunicação
Sergipe é todo interligado pelo sistema de telefonia fixa, celular e Internet banda
larga,além dos outros serviços de DDD, DDI e Agências de Correios e Telégrafos. Possui três
emissoras de televisão aberta que são associadas às grandes redes nacionais via satélite,
sendo uma delas atuante no campo educativo.
Energia
É abastecido por duas empresas distribuidoras privadas: a Energisa- Distribuidora de
Energia S/A, a qual fornece energia para 63 municípios e a Companhia Sul Sergipana de
Eletricidade-SULGIPE, que opera em 12 municípios do sul de Estado. Estas empresas são
supridas pelo sistema de geração das Usinas hidroelétricas de PauloAfonso (BA) e Xingó (SE),
da CHESF.
Fornecimento de Gás
O suprimento de gás natural está sob a responsabilidade da empresa Sergipe Gás-
SERGÁS, a qual possui uma rede de distribuição de 116 km comercializando um volume
médio de 292.382 m³/dia. Ela distribui Gás Natural canalizado para os Distritos Industriais
deAracaju, Nossa Senhora do Socorro, Estância e Itaporanga D'Ajuda, além de atender à Cia.
Vale do Rio Doce, em Rosário do Catete e à Cervejaria Águas Claras, em Estância, entre
outros.
47
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
48. Figura 17 - Mapa de Infraestrutura Sergipana. Fonte: SEPLAG, 2011.
48
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
49. PANORAMAENERGÉTICO DO ESTADO
O Sistema Elétrico Sergipano
Definir se um país é desenvolvido, perpassa pela facilidade de acesso da população
aos serviços essenciais de infraestrutura, como condição necessária para a melhoria do seu
bem-estar. Assim como o saneamento básico, transporte e a comunicação, a ampliação da
oferta de energia “promove a redução de custos, aumento da produtividade,
aprimoramento da qualidade dos bens e serviços da estrutura produtiva e consolidação da
integração regional” (BNDES, 2013).
O sistema elétrico Sergipano é composto por matrizes energéticas de fontes
renováveis e não renováveis, sendo elas: hidráulica, biomassa, eólica, gás e petróleo. Ao
todo, o estado possui 28 fontes geradoras de energia, tendo como principal produtora, e
responsável por mais de 95% da capacidade de produção instalada, a Usina Hidrelétrica de
Xingó, administrada pela Companhia Vale do São Francisco - CHESF. Além de Xingó, existe
ainda a Usina Santa Cruz, uma CGH que complementa a geração de energia proveniente da
força hidráulica, sendo administrada pela Companhia Sul Sergipana de Eletricidade –
Sulgipe.As duas usinas destinam a sua produção de energia para a oferta do serviço público.
Quadro 3 - Empreendimentos em operação em Sergipe. Fonte: ANEEL – Banco de Informações de Geração.
Capacidade e Geração de Energia
De acordo com o Anuário Estatístico de Energia 2013, em 2012 a capacidade instalada de
Sergipe foi de 1,685 MW, uma participação de 1,39% do total do país.
Empreendimentos em Operação
Tipo Quantidade
Potência
Instalada (kW)
%
Central Geradora Hidrelétrica – CGH 1 364 0,01
Energia Eólica - EOL 1 34.500 1,05
Usina Hidrelétrica - UHE 1 3.162.000 96,31
Usina Termoelétrica - UTE 25 86.335 2,63
Total 28 3.283.199 100
49
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
50. Gráfico 5 - Percentual de Capacidade Instalada. Fonte: Balanço Energético Nacional (BEN) 2013.
Ao comparar com os demais estados nordestinos, Sergipe se destaca na quinta
colocação em capacidade instalada.
Gráfico 6 - Capacidade Instalada da Região Nordeste - Fonte: Balanço Energético Nacional (BEN) 2013.
Ao fazer a comparação da capacidade instalada entre os tipos de fontes geradoras
observa-se que em Sergipe, a hidráulica domina todo o sistema, seguida pelas
termoelétricas e em valor ainda ínfimo, a fonte eólica. Todavia, é forte a adoção de
matrizes energéticas limpas, e Sergipe apresenta grande potencial para desenvolver a
geração de energias provenientes do vento e do sol em seu território.
50
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
51. Gráfico 7 - Capacidade instalada de geração elétrica por tipo (MW) - Fonte: Balanço Energético Nacional (BEN) 2013.
Quanto à geração de energia elétrica, Sergipe é o 14° no ranking brasileiro de
produção. Em 2012 foram produzidos 10.177 GWh no estado.
Gráfico 8 - Produção de Eletricidade por estados da Federação - Fonte: BEN, 2013.
51
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
52. Desde 2010 a produção de energia elétrica em Sergipe vem apresentando uma
considerável melhora na produção. Em 2010 devido à grande seca que atingiu os estados
nordestinos, repercutindo expressamente na produção de energia daquele ano, observa-se
que a produção caiu para pouco mais 8.500 GWh. Em 2011 as geradoras retomam o seu ritmo
de produção, produzindo naquele ano um quantitativo um pouco maior do que em relação a
2009, ultrapassando a faixa dos 10.000 GWh de energia em 2012.
Gráfico 9 - Produção de energia por tipo (Elétrica) - Fonte: BEN, 2013.
De 2011 para 2012 houve um crescimento de 5,2% na produção de eletricidade,
percentual este acima da média nacional que foi de 3,9%, porém muito abaixo da média do
nordeste que foi de 14,1%.
ESTADO
GERAÇÃO ELÉTRICA
GWha
2009 2010 2011 2012 % 12/11
BRASIL 462.976 515.799 531.758 552.498 3,9%
NORDESTE 60.186 61.077 66.971 76.412 14,1%
Maranhão 994 1.219 1.943 3.621 86,3%
Piauí 779 716 742 723 -2,6%
Ceará 1.136 3.981 2.578 4.425 71,6%
Rio Grande
do Norte
315 1.403 1.587 2.920 84,0%
Paraíba 232 405 389 1.010 159,6%
Pernambuco 5.419 7.336 7.707 8.395 8,9%
Alagoas 18.803 17.065 18.747 19.325 3,1%
Sergipe 9.642 8.658 9.670 10.177 5,2%
Bahia 22.865 20.294 23.608 25.816 9,4%
Tabela 2 - Geração de Energia por Estados do Nordeste - Fonte: BEN, 2013.
52
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
53. Ao classificar a geração por tipo, observa-se mais uma vez a dependência de Sergipe
na matriz elétrica hidráulica, seguida pela energia da indústria petrolífera. O álcool, ainda
tendo uma inexpressiva participação na produção, tem crescido ao longo dos anos, e a
energia eólica neste momento ainda não tinha iniciado a sua produção.
Gráfico 10- Produção de energia por tipo – Fonte: BEN, 2013.
Já o Gráfico XY expressa muito bem a contribuição de Sergipe na produção de energia
do Nordeste, com destaque para o petróleo, que mesmo apresentando declínio na sua
produção nos últimos anos, participa com aproximadamente 1/3 de toda produção de
petróleo do Nordeste. Vale destacar também, o crescimento da participação da matriz
energética proveniente do álcool.
Gráfico 11 - Participação de Sergipe na produção de energia do Nordeste – Fonte: BEN, 2013.
53
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
54. Energia Hidráulica
Instalada no rio São Francisco, entre os estados de Alagoas e Sergipe, à 12 Km do
município de Piranhas/AL e a 6 km de Canindé de São Francisco/SE, a Usina hidrelétrica de
Xingó teve sua operação iniciada em 16 dezembro de 1994.
De acordo com a CHESF (2014), sua posição está à cerca de 70 km à jusante do
Complexo de Paulo Afonso, compreendendo as seguintes estruturas: barragem de
enrocamento com face de concreto a montante com cerca de 140 m de altura máxima; na
margem esquerda (AL) situa-se o vertedouro de superfície do tipo encosta com duas calhas e
12 comportas do tipo segmento com capacidade de descarga de 33.000 m³/s; na margem
direita (SE) estão localizados os muros, tomada d'água, condutos forçados expostos, casa de
força do tipo semi-abrigada, canal de restituição e diques de seção mista terra-
enrocamento, totalizando o comprimento da crista em 3.623,00 m.
6
O reservatório possui uma área de 60 km², com um volume total de 3.800 x 10 m³.
Sua vazão é regularizada pelo fio d'água e o nível máximo do reservatório é de 139 m.Ausina
geradora é composta por 6 unidades com 527.000 kW de potência nominal unitária,
totalizando 3.162.000 kW de potência instalada, havendo previsão para mais quatro
unidades idênticas numa segunda etapa.Quanto às turbinas, elas são do tipo Francis a uma
altura de queda nominal de 117,9 m, diâmetro do rotor de 7,2 m e potência nominal de
535.000 kW. Sua velocidade normal é de 109 rpm e engolimento da água na vazão de
500m³/s. A energia gerada é transmitida por uma subestação elevadora com 18
transformadores monofásicos de 185 MVAcada um que elevam a tensão de 18 kV para 500 kV.
Segundo a CHESF (2014), desde o ano de início de operação até o ano de 2012, Xingó
já produziu 308.125 GWh de energia, atingindo seu ápice de produção em 2007 com 21.631
GWh de energia produzida.
Gráfico 12 - Produção de Energia da Usina Hidrelétrica de Xingó – Fonte: CHESF, 2014.
54
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
55. Ao comparar a vazão do rio com a produção de Xingó do início de suas atividades até o
ano de 2012, observa-se uma relação estreita entre o volume da vazão e a energia gerada.
Nos anos em que a seca teve forte influencia na vazão, reduzindo a sua vazão, a produção de
energia também caiu. Do mesmo modo, quando a vazão aumentou devido às chuvas, a
produção de energia também seguiu o ritmo de crescimento, conforme poder-se observar na
tabela e gráfico abaixo.
Vazão de Xingó
Produção da
Usina de Xingó
Ano
Vazão em
m³/s
Produção (GWh)
1994 2.791 148
1995 2.023 7.837
1996 1.830 13.908
1997 2.829 17.085
1998 1.858 19.204
1999 1.802 17.458
2000 2.493 19.277
2001 1.353 14.083
2002 1.952 15.834
2003 1.812 15.734
2004 2.625 16.672
2005 2.638 18.718
2006 2.455 20.857
2007 2.599 21.631
2008 2.073 15.713
2009 2.708 19.104
2010 1.761 16.873
2011 2.360 18.675
2012 2.064 19.315
MIN 1.353 148
MED 2.212 16.217
MAX 2.829 21.631
Tabela 3 - Produção de Energia da Usina Hidrelétrica de Xingó e Vazão Média Anual do rio São Francisco– Fonte: CHESF, 2014.
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PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
56. Gráfico 13 - Comparativo entre Produção de Energia da Usina Hidrelétrica de Xingó e a Vazão Média Anual do Rio São Francisco – Fonte: CHESF, 2014.
Termoelétricas
O sistema elétrico sergipano, conta ainda com as Usinas Termoelétricas, existindo 25
empreendimentos em operação no estado, que geram energia por meio de três classes de
combustível: 02 geradoras de energia a partir do gás natural, 05 através da biomassa
(bagaço da cana de açúcar) e as demais provenientes da combustão do óleo diesel. Em todas
as UTHs, 100% do que é gerado é consumido pelo empreendimento.
Usina Termoelétrica – Fonte: jornaldaenergia.com.br - 2014.
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Produção (GWh)Vazão em m /s3
Vazão X Produção da Usina Hidrelétrica de Xingó
56
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
57. Quadro 4 - Usinas em operação em Sergipe - Fonte: Aneel/Banco de Informações de Geração, 2014.
Usina
Potência
(kW)
Destino da
Energia
Proprietário Município
Xingó 3.162.000 Serviço Público
100% para Companhia Hidro
Elétrica do São Francisco
Canindé de São
Francisco - SE
Piranhas - AL
Santa Cruz 364 Serviço Público
100% para Companhia Sul
Sergipana de Eletricidade
Estância - SE
Atalaia 4.600 Registro 100% para Petróleo Brasileiro S/A Aracaju - SE
Itaguassu Agro Industrial 4.450,40
Registro 100% para Itaguassu Agro
Industrial S/A
Nossa Senhora do
Socorro - SE
Iolando Leite 8.000
Produção
Independente de
Energia
100% para Usina Termo Elétrica
Iolando Leite Ltda
Capela - SE
Central de Co-geração
Shopping - Aracaju
2.600
Registro 100% para Condomínio do
Shopping Center Jardins S/A
Aracaju - SE
Riachuelo 360 Registro 100% para Lojas Riachuelo S/A Aracaju - SE
Peixoto Gonçalves 1.230 Registro 100% para Peixoto Gonçalves S/A Neópolis - SE
Junco Novo 1.200 Registro 100% para Junco Novo Ltda. Capela - SE
São José do Pinheiro 14.700
Produção
Independente de
Energia
100% para Usina São José do
Pinheiro Ltda
Laranjeiras - SE
GB José Thomaz 800
Registro 100% para G Barbosa Comercial
Ltda.
Aracaju - SE
GB Oswaldo Aranha 720
Registro 100% para G Barbosa Comercial
Ltda.
Aracaju - SE
GB Melício Machado 576
Registro 100% para G Barbosa Comercial
Ltda.
Nossa Senhora do
Socorro - SE
GB Sede 400
Registro 100% para G Barbosa Comercial
Ltda.
Nossa Senhora do
Socorro - SE
GB Rio Mar 400
Registro 100% para G Barbosa Comercial
Ltda.
Aracaju - SE
HSL I 860
Registro 100% para São Lucas Med.
Hospitalar Ltda.
Aracaju - SE
Gemar 440
Registro 100% para Gemar
Empreendimentos S.A.
Aracaju - SE
Barra dos Coqueiros 34.500
Produção
Independente de
Energia
100% para Energen Energias
Renováveis S.A.
Barra dos
Coqueiros - SE
Campo Lindo 25.000
Produção
Independente de
Energia
100% para Agro Industrial Campo
Lindo Ltda
Nossa Senhora das
Dores - SE
Sergifil Indústria Têxtil 2.400 Registro 100% para Sergifil Indústria Têxtil Aracaju - SE
Taquari 8.000
Produção
Independente de
Energia
100% para Agro Industrial Capela
Ltda
Capela - SE
Sociedade de Educação
Tiradentes
2.800
Registro 100% para Sociedade de
Educação Tiradentes S/S Ltda
Aracaju - SE
Dakota Calçados 1.095 Registro 100% para Dakota Calçados S.A Simão Dias - SE
Cencosud 1.000
Registro 100% para Ceconsud Brasil
Comercial Ltda.
Aracaju - SE
G Barbosa 800
Registro 100% para Supermercado
Guidolin Central Ltda.
Nossa Senhora do
Socorro - SE
Sabe Alimentos 1.200 Registro 100% para Sabe Alimentos Ltda Muribeca - SE
57
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
58. Energia Eólica
A única Usina de Energia Eólica instalada em Sergipe também faz parte do sistema
elétrico do estado. Administrada pela DESENVIX, com uma participação de 95% na
sociedade, a Usina Eólica Barra dos Coqueiros está localizada em uma área de 200 hectares
do povoado Jatobá, no município de Barra dos Coqueiros, proximidades do porto de Sergipe.
Inaugurada em 2013, é constituída por vinte e três unidades aerogeradorasproduzidas
pela empresa chinesa Sinovel,o que totaliza 34,5 MW de capacidade instalada e 10,5 MW
médio de garantia física de energia.Gerada mediante o processo de transformação da
energia cinética das massas de ar em energia mecânica ou elétrica, a produção de energia é
vendida para a empresa distribuidora de energia elétrica do estado.O projeto teve
financiamento de longo prazo negociado do China Development Bank em 80% do total do
investimento.
Figura 18 - Usina de Energia Eólica Barra dos Coqueiros – Fonte: Agência Sergipe de Notícias, 2013.
58
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
59. Sistema de Transmissão
Ainda fazem parte do sistema elétrico sergipano, o sistema de transmissão de alta,
média e baixas voltagens e as empresas distribuidoras de energia para o consumidor final. A
energia gerada pelas turbinas das hidroelétricas é enviada pelas linhas de transmissão até
as subestações, que por sua vez transformam esta energia em outras tensões e são
distribuídas aos consumidores finais.
ACHESF possui em Sergipe três subestações do tipo abaixadoras de tensão, que estão
localizadas nos municípios de Itabaiana, Itabaianinha e N.S. do Socorro.
ITB - SE ITABAIANA
TENSÃO: 230 KV
TIPO: ABAIXADORA
MUNICÍPIO: ITABAIANA
ESTADO: SE
ITH - SE ITABAIANINHA
TENSÃO: 230 KV
TIPO: ABAIXADORA
MUNICÍPIO: ITABAIANA
ESTADO: SE
JDM - SE JARDIM
TENSÃO: 500 KV
TIPO: ABAIXADORA
MUNICÍPIO: N.SRA. DO SOCORRO
ESTADO: SE
Quadro 5 - Subestações localizadas em Sergipe – Fonte: CHESF, 2014.
Estas subestações transformam a energia em tensões menores, sendogrande parte
distribuída para o sistema elétrico nacional e outra parte para as duas concessionárias
atuantes em Sergipe, ENERGISAe SULGIPE.
A ENERGISA compra energia da CHESF e a transforma, em suas 23 subestações, em
tensões de 69 e 13,8 kV, que são distribuídas nos seus 18.904 km de linhas de distribuição nas
zonas rural e urbana. Ao todo a ENERGISA atende 63 municípios, totalizando em 2013
680.254 consumidores.
59
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
60. Para atender a sua área de concessão composta por 14 municípios e um número de
114.108 consumidores, a SULGIPE compra energia da CHESF e da ENERGISA.Aempresa conta
ainda com 05 subestações em 69 e 13.8 KV, localizadas em Estância, Itabaianinha, Tobias
Barreto, Indiaroba e Tomar do Geru que atendem a parte sul de Sergipe e a dois municípios
do norte da Bahia.
Indústria Sucroenergética
A agroindústria canavieira no Brasil passou por um processo de modernização para
aderir ao fornecimento de combustível à indústria automobilística, e as agroindústrias
canavieiras sergipanas também fizeram investimentos voltados para a produção de energia,
destinando uma parcela crescente e majoritária da cana-de-açúcar para a produção de
etanol.
De acordo com o IBGE, a área plantada de cana de açúcar no estado vem
acompanhando a tendência de expansão da sua produção pelo país, e com isso
temexpandido as áreas plantadas em seu território. Em 2006, Sergipe possuía 38.853
hectares de área plantada, passando para 53.158 hectares em 2012, um incremento de 36%
em 6 anos, muito além da média de crescimento no Nordeste, que foi de 9%, mas no ritmo
aproximado do Brasil que cresceu 52% é área.
Área Plantada com cana-de-açúcar em hectares
2006 - 2012
ESTADO
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
SAFRA
Alagoas 402.253 410.835 434.000 434.005 434.370 434.684 433.300
Bahia 106.455 108.179 109.606 82.045 96.743 116.171 118.033
Ceará 29.067 40.098 42.159 42.706 43.024 41.370 40.248
Maranhão 39.301 42.451 48.623 46.112 50.477 48.565 49.534
Paraíba 116.115 120.004 122.587 122.888 123.691 118.097 125.985
Pernambuco 336.765 356.520 403.072 352.276 361.937 345.416 309.928
Piauí 10.213 12.372 12.629 12.866 12.841 15.194 15.629
Rio Grande do Norte 55.623 61.425 65.910 67.597 65.326 59.463 71.300
Sergipe 38.853 38.616 38.895 41.931 46.665 50.988 53.158
Região Nordeste 1.134.645 1.190.500 1.277.481 1.202.426 1.235.074 1.229.948 1.217.115
Brasil 6.392.846 7.086.851 8.210.877 8.845.833 9.164.756 9.616.615 9.752.328
Tabela 4 - Área Plantada com cana de açúcar no Nordeste - Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal, 2013.
Tal expansão refletiu na produção da cana de açúcar sergipana, que cresceu 2 vezes e
meia entre os anos de 2006 e 2012. Só na safra de 2011/12 o estado produziu pouca mais de 2
milhões e meio de tonelada
60
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
61. Produção de Cana de Açúcar - Safra 2005/06 - 2011/12
Mil toneladas
Estado/Safra 2005/2006 2006/2007 2007/2008 2008/2009 2009/2010 2010/2011 2011/2012
Alagoas 22.254 24.643 29.444 27.309 24.270 28.958 27.705
Bahia 2.391 2.279 2.523 2.542 2.095 2.792 2.557
Ceará 41 27 8 122 154 36 120
Maranhão 844 1.660 2.135 2.280 2.209 2.327 2.266
Mato Grosso 12.335 13.180 14.928 15.283 14.046 13.661 13.154
Paraíba 4.209 4.909 5.653 5.886 6.242 5.246 6.723
Pernambuco 13.798 15.832 19.844 18.950 18.259 17.196 17.642
Piauí 492 706 689 900 1.014 837 992
Rio Grande do Norte 2.356 2.397 2.048 3.187 3.516 2.733 2.973
Sergipe 1.109 1.349 1.372 1.832 1.481 2.059 2.548
Região Nordeste 59.831 66.982 78.644 78.291 73.285 75.846 76.681
Brasil 385.129 427.658 495.723 569.216 602.193 620.409 559.215
Tabela 5 - Produção de cana de açúcar nos Estados Nordestinos - Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal, 2013.
Segundo a União das Indústrias de cana de açúcar, a maior parte da produção
sergipana de cana é destinada para produção de etanol. Na Safra de 2011/2012, das
2.548.000 toneladas, foram produzidos 133 mil m³ de etanol e 96 mil toneladas de açúcar.
Produção da Indústria Sucroenergética no Nordeste - 2012
Estados
Cana-de-
açúcar
Açúcar Etanol (mil m³)
mil toneladas mil toneladas Anidro Hidratado Total
Alagoas 27.705 2.348 348 325 673
Bahia 2.557 124 67 51 118
Ceará 120 0 0 8 8
Maranhão 2.266 9 148 30 177
Paraíba 6.723 270 150 208 357
Pernambuco 17.642 1.482 188 170 358
Piauí 992 60 36 2 37
Rio Grande do Norte 2.973 201 58 48 106
Sergipe 2.548 96 40 93 133
Região Nordeste 63.526 4.590 1.035 935 1.967
Brasil 559.215 35.925 8.581 14.101 22.682
Quadro 6 - Produção da Indústria Sucroenergética no Nordeste - Fonte: UNICA, ALCOPAR, BIOSUL, SIAMIG, SINDALCOOL, SIFAEG, SINDAAF, SUDES e MAPA.
61
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
62. Apesar da seca que ocorreu nos últimos 2anos, a qual atingiu diretamente a produção
agrícola em Sergipe, e consequentemente, repercutindo diretamente na produção da
indústria sucroenergética, a produção de etanol no estado vem em um momento de franca
expansão. Em 2003 eram produzidos 61,5 mil m³ de etanol em Sergipe, passando em 2012
para pouco mais de 146 mil m³.Aexpectativa é que esse número aumente, já que a previsão
de safra da cana de açúcar em Sergipe, para o ano de 2014, é de 3.389 milhões de toneladas,
segundo o IBGE.
Produção de Etanol em Sergipe (2003 –2012)
Ano
Total
(Mil m3
)
Variação
(%)
Hidratado
(Mil m3
)
Variação
(%)
Anidro
( Mil m3
)
Variação
(%)
2003 61,50 0,00 29,47 0,00 32,03 0,00
2004 62,47 1,58 33,78 14,63 28,69 -10,43
2005 67,64 8,28 39,05 15,60 28,59 -0,35
2006 62,79 -7,17 30,48 -21,95 32,31 13,01
2007 35,49 -43,48 12,46 -59,12 23,03 -28,72
2008 57,57 62,21 29,09 133,47 28,48 23,66
2009 101,12 75,65 85,39 193,54 15,73 -44,77
2010 80,91 -19,99 68,50 -19,78 12,41 -21,11
2011 97,90 21,00 78,02 13,90 19,88 60,19
2012 146,42 49,56 103,36 32,48 43,06 116,60
Quadro 7 - Produção de Etanol em Sergipe - Fonte: ANP/Anuário Estatístico, 2013.
Gráfico 14 - Produção de Etanol em Sergipe – Fonte: ANP/Anuário Estatístico, 2013.
62
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
63. Estes valores são resultantes da produção das 6 unidades produtoras de bioenergia
existentes em Sergipe,a Agro Industrial Campo Lindo em Nossa Senhora das Dores, a Usina
São José do Pinheiro em Laranjeiras, as Usinas Junco Novo, Iolando Leite e Taquari em
Capela e a CBAA – Companhia Brasileira de Açúcar e Álcool em Japoatã. Juntas,produzem
vários produtos e subprodutos da cana, tais como: açúcar, álcool anidro, álcool hidratado,
melaço, cachaça, vinhaça, torta e,recentemente, investindo cada vez mais em produção
deenergia elétrica.
Foi focando na produção de energia elétrica que a agroindústria canavieira passou a
atuar em um novo mercado, a produção de energia elétrica a partir da biomassa da cana-de-
açúcar. As agroindústrias passaram a produzir energia a partir da própria cana e seus
derivados, tanto para o autoconsumo da sua planta industrial, quanto para fornecimento da
rede geral por meio de leilões instituídos pelaANEEL.
As agroindústrias fazem aproveitamento de toda a cana consumida, desde o bagaço e
a palha utilizados para a geração de energia elétrica, até o suco, ingrediente principal para a
produção de açúcar e etanol. Além de outras utilizações como afirma Manos (20XX), em seu
resumo simplificado do processo industrial da cana de açúcar.
Figura 19 - Resumo simplificado do processo industrial da cana de açúcar – Fonte: Manos, 2009.
CANA
SUCO (1/3) BAGAÇO (1/3) PALHA (1/3)
AÇÚCAR ETANOL ELETRICIDADE
MELAÇO
63
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
64. Para Lacerda (2012), a tradicional indústria canavieira teve que se reinventar para
manter a competitividade no mercado econômico, e em Sergipe não foi diferente, com a
formação de complexos produtores de energia.
“A diversificação da produção, que propicia atuar em três mercados
com dinâmicas bem distintas (açúcar, combustível e energia elétrica),
concorre para reduzir a instabilidade que periodicamente
desorganiza o setor, além de prover novas fontes de rendimento. Tem
sido interessante o formato que vem assumindo a implantação desse
complexo em Sergipe, com a entrada no mercado de grupos
empresariais originários de atividades comerciais” (LACERDA, 2012).
Um exemplo disso é a Usina Elétrica Renovável Gentil Barbosa,inserida no complexo
agroindustrial Campo Lindo, cujos proprietários foram oriundos do comércio atacadista e
varejista, e que passaram a investir na agroindústria. A usina, inaugurada em 2012,
aproveita a biomassa da cana para gerar 34 MW de energia, sendo toda sua produção
destinada ao abastecimento do complexo agroindustrial em Nossa Senhora das Dores.
Petróleo e Gás
Sergipe é pioneiro na produção de petróleo e gás em mar e possuidor de um dos
maiores campos petrolíferos da América Latina, o campo de Carmópolis, na bacia
sedimentar Sergipe- Alagoas (SEAL), compreendendo uma área de aproximadamente 2.500
km² e abrangendo 14 municípios sergipanos.
Em 2013, a Petrobras comemorou 50 anos da descoberta do
campoCarmópolis,considerada a maior acumulação terrestre do país em volume original de
óleo (in place), com 1,7 bilhão de barris e maior produtor onshoredo Brasil (PETROBRAS,
2013). Mesmo com a sua maturidade, houve uma retomada dos investimentos no campo de
Carmópolis a partir do início do século XXI, o que permitiu a reversão do declínio da sua
produção. “Um volume expressivo que se deve, principalmente, à aplicação de modernas
soluções tecnológicas destinadas à recuperação da produção do campo [...], passando dos
atuais 180 mil barris por dia para 368 mil barris por dia até 2020” (PETROBRAS, 2013).
Outra ação que a empresa vem realizando em Sergipe é o desenvolvimento da
exploração das recentes descobertas em águas profundas na Bacia, um investimento de US$
5,7 bilhões em atividades de exploração e produção (E&P) nos próximos cinco anos. Isso se
deve ao fato de foram descobertos novos campos de petróleo de qualidade leve, com alto
valor comercial em águas ultraprofundas em Sergipe, sendo considerada por especialistas
como a nova província petrolífera da região, cuja extração do primeiro óleo está prevista
para 2018.
De acordo com a ANP (2013), em 10 anos (de 2003 a 2012), houve um crescimento
de 25,97% na quantidade de poços perfurados em Sergipe, passando a terem 2012, 1.882
poços em produção.
64
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
65. Unidades da
Federação
Localização
Número de poços produtores de petróleo e de gás natural 12/11
%2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Brasil
Total 9.209 7.800 8.002 8.287 8.396 8.539 8.560 8.955 9.044 9.018 -0,29
Terra 8.439 7.095 7.277 7.523 7.615 7.760 7.761 8.131 8.275 8.227 -0,58
Mar 770 705 725 764 781 779 799 824 769 791 2,86
Amazonas Terra 70 56 57 55 53 60 63 55 56 66 17,86
Ceará
Terra 459 402 382 423 413 495 423 437 447 333 -25,50
Mar 64 45 47 48 53 44 39 41 37 41 10,81
Rio Grande
do Norte
Terra 3.940 2.972 3.161 3.355 3.405 3.569 3.529 3.808 3.864 3.835 -0,75
Mar 109 79 97 98 101 100 103 103 89 96 7,87
Alagoas
Terra 174 181 196 211 210 178 181 183 175 173 -1,14
Mar 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 -
Sergipe
Terra 1.424 1.261 1.305 1.368 1.449 1.441 1.577 1.679 1.716 1.820 6,06
Mar 70 72 60 66 69 73 70 70 61 62 1,64
Bahia
Terra 1.947 1.842 1.823 1.783 1.779 1.735 1.734 1.684 1.722 1.681 -2,38
Mar 27 21 5 5 8 8 10 9 9 8 -11,11
Espírito Santo
Terra 425 381 353 328 306 282 254 285 295 318 7,80
Mar 4 4 4 11 18 19 17 38 43 50 16,28
Rio de Janeiro Mar 486 475 503 528 524 529 554 555 522 522 -
São Paulo Mar 6 5 5 5 5 4 5 7 7 11 57,14
Paraná Mar 3 3 3 2 2 1 - - - - ..
Quadro 8 - Quantidade de poços produtores de Petróleo e Gás Natural - Fonte: ANP, 2013.
Ainda segundo a agência, só de reserva total, a província da bacia sedimentar em
Sergipe possui 433 milhões de barris de petróleo e aproximadamente 7 bilhões de m³ de gás.
Quanto às reservas provadas e a capacidade instalada dos combustíveis fósseis, Sergipe foi o
quarto no ranking do Nordeste em reserva provada de gás natural. Já na planta de
processamento de gás natural, o estado sobe para terceiro no ranking do nordeste.
RESERVAS PROVADAS E CAPACIDADE INSTALADA - 2012
ESTADO
PETRÓLEO GÁS NATURAL REFINO DE PERÓLEO
a PLANTAS DE GÁS
NATURAL
10
6
m
3
10
6
bbl 10
6
m
3
m³/dia 10
3
b/d 10
3
m
3
/d (day)
BRASIL 2.309 14.524 436.430 334.433 2.104 96.696
NORDESTE 158 995 52.128 52.133 328 24.500
Maranhão * * 6.988 * * *
Piauí * * * * * *
Ceará 10 63 387 1.300 8 350
Rio Grande do Norte 62 389 9.543 6.000 38 5.800
Paraíba * * * * * *
Pernambuco * * * * * *
Alagoas 1 7 3.396 * * 1.800
Sergipe 42 263 4.882 * * 3.250
Bahia 43 273 26.934 44.833 282 13.300
Quadro 9 - Reservas Provadas e Capacidade Instalada - Fonte: Balanço Energético Nacional, 2013.
65
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
66. Já o Petróleo em Sergipe, vem apresentando um leve declínio de sua produção desde
2008, quando apresentou um auge na produção com mais de 17 milhões de barris. Todavia,
mesmo com o declínio da produção nos últimos anos, de 2003 até 2012, foram produzidos
150 milhões e 86 mil barris.
Produção Petróleo Bruto -(2003 – 2012)
Ano
Total
(Mil Barris)
Variação
(%)
Terra
(Mil Barris)
Variação
(%)
Mar
(Mil Barris)
Variação
(%)
2003 13.490 0,00 10.840 0,00 2.650 0,00
2004 13.962 3,50 11.433 5,47 2.530 -4,53
2005 14.216 1,82 11.909 4,16 2.307 -8,81
2006 14.344 0,90 12.044 1,13 2.300 -0,30
2007 15.621 8,90 12.889 7,02 2.732 18,78
2008 17.194 10,07 12.371 -4,02 4.823 76,54
2009 16.098 -6,37 12.583 1,71 3.515 -27,12
2010 15.083 -6,31 12.019 -4,48 3.063 -12,86
2011 15.331 1,64 11.745 -2,28 3.586 17,07
2012 14.747 -3,81 11.547 -1,69 3.200 -10,76
Quadro 10 - Produção de Petróleo Bruto por tipo, 2003-2012 - Fonte: ANP, 2013.
A exploração em terra foi quem mais contribuiu com a produção de petróleo bruto,
representando 79% da produção total de petróleo em Sergipe com 119milhões 380 mil barris
e uma média de 11.938 mil barris produzidos por ano. Já a produção em mar de petróleo
bruto foi de 30 milhões e 706 mil barris, uma média de 3.071 mil barris por ano.
Gráfico 15 - Produção de Petróleo Bruto em Terra e Mar – Fonte: Sergipe em Dados, 2013.
66
PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
67. Foram produzidos em Sergipe, 8 bilhões, 230 milhões e 857 mil m³ de Gás Natural
entre 2003 e 2012. De 2003 até 2009 houve um declínio na produção, havendo um ápice no
ano de 2010, com um 1.101.741 mil m³, seguindo de leve queda nos anos seguintes. A
produção em mar foi quem mais contribuiu para a produção no estado, com7.348.690 mil
m³, o que equivale a89% do total.
Produção de Gás Natural (2003 – 2012)
Ano
Total
(mil m³)
Variação
(%)
Terra
(mil m³)
Variação
(%)
Mar
(mil m³)
Variação
(%)
2003 732.513 0,00 66.249 0,00 666.264 0,00
2004 677.426 -7,52 76.258 15,11 601.168 -9,77
2005 617.743 -8,81 79.020 3,62 538.723 -10,39
2006 609.374 -1,35 84.217 6,58 525.156 -2,52
2007 547.060 -10,23 93.190 10,65 453.870 -13,57
2008 857.779 56,80 91.236 -2,10 766.543 68,89
2009 956.149 11,47 92.540 1,43 863.610 12,66
2010 1.101.741 15,23 94.659 2,29 1.007.081 16,61
2011 1.101.221 -0,05 101.947 7,70 999.241 -0,78
2012 1.029.851 -6,48 102.817 0,85 927.034 -7,23
Quadro 11 - Produção de Gás Natural por tipo, 2003-2012. Fonte: ANP, 2013.
Gráfico 16 - Produção de Gás Natural por tipo – Fonte: Sergipe em Dados, 2013.
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PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
68. Já a produção de LGN vem diminuindo em Sergipe, em 2012a produção deste ano
representou 58% da sua produçãode 2003, sendo que em 2012 foi o ano que apresentou
menor valor neste período, 165.672 m³ de LGN.Em 10 anos Sergipe produziu 2.510.882 m³
de LGN.
Produção de LGN* (2003 – 2012)
Ano
Quantidade
( m³)
Índice
(Base: 2002=100)
Variação (%)
2003 284.724 94,87 0,00
2004 292.671 97,52 2,79
2005 294.881 98,26 0,76
2006 282.543 94,15 -4,18
2007 274.371 91,42 -2,89
2008 259.975 86,63 -5,25
2009 241.904 80,61 -6,95
2010 226.991 75,64 -6,16
2011 187.150 62,36 -17,55
2012 165.672 55,20 -11,48
Quadro 12 - Produção de LGN - Líquido de Gás Natural (GLP e C5+) - Fonte: Sergipe em Dados, 2013.
Consumo
O consumo de energia elétricavem aumentando consideravelmente ao longo da
última década. Um dos fatores preponderantes para este crescimento considerável é o
aumento do poder do consumo do trabalhador brasileiro, que passou a cada vez mais a
adquirir bens e serviços com a ampliação do seu poder de crédito. Com esse aumento de
consumo, as indústrias e o comércio passaram consumir mais energia elétrica para atender à
demanda, consequentemente expandir os seus negócios.
De acordo com a Superintendência de Estudos e Pesquisas (SUPES), ligada à
Secretaria de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão (SEPLAG-SE), em sua
publicação Sergipe em Dados 2013, de 2011 para 2012, o consumo total de energia elétrica
registrou um crescimento de 3,42%, passando de 3.500.351 Mwh para 3.620.037 Mwh.
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PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012
69. Consumo Total de Energia Elétrica em Sergipe
Ano
Total
(MWh ) (1)
Variação
(%)
2003 2.223.869 0,00
2004 2.150.430 -3,30
2005 2.411.516 12,14
2006 2.461.321 2,07
2007 2.839.924 15,38
2008 2.945.473 3,72
2009 3.098.526 5,20
2010 3.301.788 6,56
2011 3.500.351 6,01
2012 3.620.037 3,42
Quadro 13 - Consumo Total de Energia Elétrica em Sergipe - Fonte: Energisa, Sulgipe e consumidores livres. In: Sergipe em Dados 2013. (1) No total
estão inclusos: Poder Público, Iluminação Pública, Rural e outros.
Ainda segundo o estudo, ao comparar o consumo de energia elétrica por classes,
de 2012 em relação a 2011, verifica-se que a classe comercial apresentou o maior
crescimento (5,49%), seguida pela residencial (4,40%) e industrial (0,53%). É importante
destacar que em 2012, o segmento industrial foi responsável pelo maior consumo de
energia do Estado com 1.552.079Mwh, vindo em seguida o residencial com 922.932Mwh,
e o comercial com o menor nível de consumo, 507.190Mwh.
Gráfico 17 - Consumo de Energia Elétrica (2002 – 2012) - Fonte: Energisa, Sulgipe e consumidores livres. In: Sergipe em Dados 2013.
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PANORAMA ENERGÉTICO DE SERGIPE
2014 – ANO BASE 2012