O documento discute sete estilos de liderança: autocrático, carismático, participativo, transacional, transformacional, laissez-faire e orientado para as relações. Cada estilo tem suas vantagens e desvantagens dependendo da situação. Um bom líder sabe equilibrar diferentes estilos para motivar equipes e alcançar objetivos organizacionais.
1. Estilos de Lideranças
Na nossa tentativa de definir o conceito de liderança, deparamo-nos com tantos
estilos de liderança, como de líderes. Mahatma Gandhi era muito diferente de Jack
Welch e Richard Branson não é comparável a Martin Luther King, por exemplo. Os
líderes podem ter diferentes personalidadades, diferentes níveis de formação e
diferentes motivos para liderar. Com a ajuda da psicologia e da experiência de gestão,
fomos desenvolvendo formas rápidas e úteis de descrever os principais estilos de
liderança. Isto pode ajudar-nos a melhor compreender e a adaptar os nossos próprios
estilos de liderança.
Quer se esteja a gerir uma equipe no trabalho, quer se seja o capitão de uma
equipe de futebol ou se esteja à frente de uma grande empresa, o estilo de liderança é
essencial para o sucesso pessoal e organizacional. Consciente ou inconscientemente
disso, recorre a algum dos estilos de liderança que se seguem, pelo menos
momentaneamente. Ao compreender estes estilos de liderança e o impacto que têm,
pode tornar-se num líder melhor e mais flexível.
Este artigo ajuda-o a perceber sete estilos de liderança que podem ser usados
conforme a equipe que tem sob a sua responsabilidade.
Liderança autocrática
A liderança autocrática é uma forma extrema de liderança transaccional, onde o líder
exerce um nível elevado de poder sobre os empregados ou membros da equipe. As
pessoas que compõem a equipe não têm muitas oportunidades para apresentar
sugestões, mesmo que estas sejam do interesse da equipe ou da organização.
A maior parte das pessoas não gosta de ser tratada desta forma. Assim, este tipo
de liderança tende a despoletar elevados níveis de absentismo e de insatisfação. Além
disso, os resultados da equipe não recebem a criatividade e a experiência de todos os
membros da equipe, pelo que se perdem muitos dos benefícios do trabalho de equipe.
No entanto, no caso de alguns trabalhos de rotina ou sem exigência de
qualificações, este estilo pode ser eficaz, se as vantagens do controlo se sobrepuserem
às desvantagens.
Liderança carismática
2. Um estilo de liderança carismática pode parecer semelhante a um estilo de liderança
transformacional, já que o líder injecta grandes doses de entusiasmo na equipe e é muito
participativo na questão de motivar os outros.
No entanto, um líder carismático pode ter tendência a acreditar mais em si
próprio do que na equipe. Isto pode criar o risco de que um projecto, ou até mesmo uma
organização inteira, caia se o líder sair: aos olhos dos seguidores, o sucesso está
associado à presença do líder carismático. A liderança carismática acarreta uma grande
responsabilidade e requer um compromisso a longo prazo por parte do líder.
Liderança participativa
Apesar de ser o líder democrático ou participativo a tomar a decisão final, os outros
membros são incentivados a contribuir no processo de decisão. Isto não só aumenta a
satisfação no emprego, ao envolver os empregados ou os membros da equipe naquilo
que se está a passar, na empresa como também ajuda a desenvolver as capacidades de
todos. Os empregados e membros da equipe sentem que controlam o próprio destino e
sentem-se motivados para trabalhar com afinco por algo mais do que a mera
compensação financeira.
Liderança transaccional
Este estilo de liderança começa com a premissa de que os membros da equipe
concordam em obedecer completamente ao líder quando começam a trabalhar com ele:
(normalmente) a transacção constitui o pagamento aos membros da equipe em troca de
esforço e obediência. Assim, o líder tem o direito de "punir" os membros da equipe se o
trabalho realizado não corresponder aos padrões pré-determinados.
Os membros da equipe pouco podem fazer para melhorar a satisfação com o
emprego sob este tipo de liderança. O líder pode dar algum controlo aos membros da
equipe em relação a salário/recompensa, usando incentivos que encorajam padrões
ainda mais elevados ou uma maior produtividade. Um líder transaccional pode ainda
exercer a "gestão por excepção", onde, em vez de recompensar o trabalho melhor, pode
tomar acções correctivas se os padrões exigidos não tiverem sido cumpridos.
A liderança transaccional é apenas uma forma de gestão e não um estilo de
liderança puro, já que é dado mais ênfase a tarefas a curto prazo. Tem grandes
limitações em termos de conhecimento ou de trabalho criativo, mas continua a ser um
estilo comum a muitas organizações.
3. Liderança transformacional
Uma pessoa com este estilo de liderança é um verdadeiro líder que inspira a
equipe com uma visão partilhada do futuro. Os líderes transformacionais são muito
visíveis e passam muito tempo a comunicar. Não lideram necessariamente a partir da
linha da frente, uma vez que tendem a delegar responsabilidade entre as equipes. Apesar
de o entusiasmo ter tendência a ser contagioso, podem precisar de apoio de "pessoas de
pormenores".
Em muitas organizações, há uma necessidade quer de liderança
transformacional, quer de liderança transaccional. Os líderes (ou gestores) transacionais
certificam-se de que o trabalho de rotina é feito de forma fiável, enquanto que os líderes
de transformação procuram iniciativas que acrescentam valor. Este estilo de liderança é,
sem dúvida, o mais adequado a organizações dinâmicas e competitivas.
Como a participação demora o seu tempo, este estilo pode fazer com que os
processos se desenrolem mais lentamente do que quando se recorre a uma abordagem
autocrata, mas o resultado tende a ser melhor. Pode ser mais adequado quando o
trabalho de equipe é essencial e quando a qualidade é mais importante do que a
velocidade do mercado ou da produtividade.
Liderança Laissez-faire
Esta expressão em francês significa "deixar andar" e é usada para descrever um líder
que deixa os colegas prosseguir com o que fazem. Pode ser eficaz se o líder controlar o
que é conseguido e der conhecimento disso à equipe de forma regular. Normalmente, a
liderança laissez-faire funciona em equipes onde os indivíduos têm muita experiência e
espírito de iniciativa válido. Infelizmente, também pode resultar em situações em que os
gestores não exercem controlo suficiente.
Liderança virada para as pessoas ou Liderança orientada para as relações
Este estilo de liderança é o oposto da liderança virada para as tarefas: o líder está
completamente concentrado na organização, apoio e desenvolvimento das pessoas que
lidera. Como um estilo participativo, tende a levar a bom trabalho de equipe e a
colaboração criativa. No entanto, se levado a extremos, pode resultar no fracasso dos
objetivos da equipe.