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PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO DE PROJETO PARA O
ATENDIMENTO À SAÚDE MENTAL DO FUNCIONÁRIO
CURITIBA
2013
NICÁCIO PEREIRA DE MENDONÇA
GILSON SIQUEIRA
CLEUZA CANAN
1 . INTRODUÇÃO
A presente proposta visa o desenvolvimento de um projeto, que possa oferecer
um programa de intervenção, frente às questões relacionadas à saúde dos
trabalhadores, mais especificamente à saúde mental e aos transtornos
relacionados ao uso de substâncias psicoativas.
Como ponto de partida para esta proposta, pode-se considerar a atual condição
nacional e internacional frente aos problemas decorrentes do uso de substâncias
psicoativas. Há algum tempo a sociedade de uma forma geral, bem como as
instituições do setor de saúde, tem apresentado dados e informações que
facilmente permitem enxergar um quadro crítico e alarmante do uso de
substâncias psicoativas.
Neste cenário, percebe-se quase que diariamente tentativas de governos, órgãos
da saúde, organizações, instituições de ensino, órgãos responsáveis pela
segurança pública, entre outros, no sentido de intervir, amenizar, solucionar e
compreender esta situação. Observa-se ainda que tem se discutido cada vez com
maior frequência como um problema de saúde pública.
Hoje o uso de substâncias e os problemas decorrentes desta questão atingem
praticamente todos os seres humanos, seja de forma direta ou indireta. Diante do
contexto com o qual nos deparamos nos questionamos: O que fazer? Seja em
termos individuais ou coletivos. Seja em termos profissional ou pessoal.
Para poder começar a pensar na resposta desta questão faremos outra pergunta.
Quando você ouve a palavra “droga”. O que lhe vem à cabeça? Provavelmente
questões como marginalidade, crime, violência, discriminação, desvio de
comportamento. Porém esta é uma representação parcial e culturalmente
construída pelas pessoas. Não que esteja completamente incorreta, mas para que
seja possível uma medida de intervenção eficaz e eficiente é necessário um
entendimento mais acurado desta questão, para tanto, serão esclarecidos alguns
aspectos.
O uso de substâncias psicoativas, de acordo com diversos estudos, é entendido
como um problema multifatorial, com influência de questões genéticas,
ambientais e psicológicas. Cardoso (2001) aponta que os problemas relacionados
ao uso de substâncias são problemas extremamente complexos, e toda e qualquer
medida que perpasse por este problema deve ser dotado de profunda seriedade,
disponibilidade racional, sensibilidade e senso crítico, de forma a evitar a
demagogia por um lado e o reducionismo por outro.
Outro ponto a esclarecer é o fato de que o uso de substâncias psicoativas possui
graus evolutivos. Sendo classificado em três categorias: uso esporádico; abuso
(uso nocivo); dependência. Como é possível observar na Figura 1, o sujeito que
apresenta um uso esporádico (representado na figura por um consumo leve ou
moderado) é aquele que faz um uso ocasional da substância, aparentemente
sem um prejuízo; o usuário que já apresenta um quadro de abuso (uso nocivo –
representado na figura por um consumo substancial) começa a apresentar
alguns prejuízos visíveis, porém ainda alimenta uma fantasia de que consegue
manter o seu uso e a sua vida “sob controle”; e o dependente (representando na
figura por um consumo pesado), propriamente dito, é o que já apresenta uma
série de prejuízos decorrentes do uso da substância e estes prejuízos atingem
uma ou mais áreas da sua vida, neste momento também é comum que as
pessoas que o cercam já consigam perceber queda no rendimento das suas
funções (familiares, sociais, profissionais, pessoais).
Figura 1 - Problemas relacionados ao uso de substâncias. (Fonte UNESP)
Diante do exposto começa a ficar mais clara a gravidade e a complexidade do uso
de substâncias psicoativas e dos problemas decorrentes deste uso. E é justo neste
ponto, que nos propomos a pensar em alternativas para intervir. Como citado
anteriormente, Cardoso (2001) defende a necessidade de profunda seriedade,
disponibilidade racional, sensibilidade e senso crítico de toda e qualquer
proposta de intervenção que perpasse pela questão do uso de substâncias. Desta
forma nos consideramos capazes e competentes a desenvolver projetos de
intervenção, com base nos critérios supracitados, visto que somos uma equipe
preparada, especializada, estruturada e com uma vasta experiência no
tratamento dos problemas relacionados ao uso de substâncias psicoativas.
Ponderando as nossas percepções diárias, nosso conhecimento técnico
especializado e nossas experiências profissionais, passamos então a pensar em
uma alternativa que possa ser muito mais no sentido preventivo e de promoção
de saúde (atuação em nível primário e secundário), do que em termos de
tratamento propriamente dito (nível terciário). Com o tempo de trabalho
começamos a perceber que quando a intervenção ocorre em uma fase inicial do
uso de substâncias, os problemas decorrentes tendem a serem menos destrutivos
e mais facilmente contidos e abordados.
Nossa proposta tem por objetivo principal a atuação nas questões de saúde
mental e uso de substâncias psicoativas. No entanto para tal, partimos do
princípio que quando abordamos os aspectos de uso de substâncias e os
problemas decorrentes dele, estamos atuando diretamente sobre a qualidade de
vida. E faremos um questionamento: O que é qualidade de vida?
Quando fazemos esta pergunta percebemos que a grande maioria das pessoas
possui um entendimento distorcido desta questão. Que não raramente se
aproxima de uma definição proposta pela Organização Mundial de Saúde
(OMS). O conceito de qualidade de vida para OMS está associado a cinco fatores,
são eles: 1) saúde física; 2)saúde psicológica; 3) nível de independência; 4)
relações sociais; 5) meio ambiente. No entanto esta definição e o entendimento
relacionado à este conceito acaba deixando de lado um aspecto muito
importante. O fato de que qualidade de vida é uma questão diretamente
relacionada com o desenvolvimento humano.
Assim, não significa apenas que o indivíduo ou o grupo social tenham saúde
física e mental, mas que estejam bem com eles mesmos, com a vida, com as
pessoas que os cercam, enfim, ter qualidade de vida é estar em equilíbrio. E este
equilíbrio está relacionado com uma capacidade de interagir com a realidade que
o cerca, uma capacidade de relacionamento interpessoal e intrapessoal.
Portanto pretendemos ter a oportunidade de poder desenvolver uma proposta de
intervenção que venha ao encontro das necessidades, de atendimento à saúde do
funcionário, desta instituição. Este privilégio nos possibilitaria uma parceria que
viabilizasse o investimento na promoção e prevenção da saúde dos funcionários.
E com relação ao investimento em promoção e prevenção de saúde Reis (2009)
destaca resultados positivos tanto para empresa como para os funcionários.
Para empresa os benefícios são:
Melhoria da imagem da empresa;
Redução dos gastos com despesas médicas;
Redução do índice de afastamento por doença;
Diminuição da Rotatividade;
Diminuição do índice de absenteísmo;
Retenção de trabalhadores especializados;
Diminuição do índice de acidentes de trabalho.
Já os benefícios para os funcionários são:
Melhoria do relacionamento interpessoal (entre colegas e com a chefia);
Melhoria das condições físicas de trabalho;
Melhoria das condições psicológicas de trabalho;
Apoio para controlar atitudes e comportamentos que podem afetar à saúde e a
qualidade de vida.
ETAPAS DA PROPOSTA
Inicialmente é importante esclarecer que esta proposta é composta por três
etapas distintas. Primeira, desenvolvimento de pré-projeto. Segunda,
desenvolvimento do projeto propriamente dito; e terceira, a execução do projeto.
A seguir serão detalhadas estas etapas:
PRIMEIRA ETAPA: PRÉ PROJETO
Objetivo: Coleta de dados e informações acerca do contexto e do funcionamento
da instituição. Pretendemos neste primeiro momento criar uma representação
sobre o contexto atual da instituição e sobre os problemas vividos por esta
instituição para que assim seja possível pensar e desenvolver uma proposta de
intervenção.
Descrição: Esta etapa visa a realização de reuniões que possibilitem a coleta de
dados e informações sobre o contexto e a realidade da instituição. Informações
como:
- Coleta de dados demográficos (quantos funcionários; quantos setores, etc);
- Qual o perfil da empresa e as características de funcionamento;
- Quais os principais problemas, relacionados à saúde do funcionário, percebidos
pela empresa?
- Já foram buscadas alternativas de intervenção frente à estes problemas? Se sim,
foram eficazes e/ou eficientes?
-Existe algum tipo de programa de atendimento à saúde do funcionário na
instituição? Se sim, investigar como funciona. Se não, já foi pensado nesta
alternativa?
Em posse destas informações e do material coletado nestes primeiros encontros
será desenvolvido um pré-projeto que apresente uma proposta de intervenção
frente as demandas e necessidades da instituição. O período para
desenvolvimento deste primeiro pré-projeto é entre 15 e 30 dias, após realização
da coleta de informações necessárias.
Tendo este pré-projeto pronto, o mesmo será apresentado em reunião para os
devidos interessados com objetivo de discussão e adaptação de algumas
questões. Discutiremos também de forma detalhada a viabilidade do projeto.
Após a reunião serão feitas adaptações e correções que se julguem necessárias
então será entregue um pré-projeto adaptado e corrigido. Sendo aprovado este
pré-projeto será realizada a segunda etapa.
SEGUNDA ETAPA: PROJETO
Objetivo: Desenvolvimento detalhado de cada etapa do pré projeto e descrição
dos processos a serem realizados na sua execução. Pretendemos nesta etapa
apresentar um documento que forneça de forma clara e detalhada como será
realizado todo processo de execução do projeto.
Descrição: Serão descritas de forma detalhada e minuciosa cada etapa do projeto,
como:
- Cronograma mensal/semestral/anual;(dependendo da avaliação inicial)
- Reuniões com setores;
- Palestras com funcionários;
- Programas de intervenção;
- Treinamentos previstos (material didático, cronograma, entre outros detalhes);
Só será possível ter clareza sobre as etapas a serem detalhadas após o
desenvolvimento do pré projeto.
O desenvolvimento deste projeto deve levar em torno de 30 - 60 dias,
dependendo da avaliação inicial. Concluído este projeto é possível passar para
terceira etapa.
TERCEIRA ETAPA: EXECUÇÃO DO PROJETO
Objetivo: Executar o projeto.
Descrição: Só será possível ter maiores detalhes acerca da implementação, após
desenvolvimento do pré projeto e do projeto.
INVESTIMENTO
As informações referentes ao investimento necessário estão alienadas à uma
primeira reunião, sem compromisso, que nos permitirá uma aproximação da
realidade da instituição e uma melhor compreensão sobre a demanda e a
possibilidade ou não de uma proposta de intervenção efetiva. Visto que nosso
principal objetivo não é desenvolver e executar um projeto, mas executar e
desenvolver um projeto que apresente características como aplicabilidade e uma
boa relação de custo e benefício.
Frente ao apresentado nos colocamos à disposição para toda e qualquer dúvida e
questionamento. Aproveitamos o ensejo para ressaltar que nos sentiremos
privilegiados em poder oferecer uma atenção especial ao bem de maior valor desta
e de qualquer instituição, seja ela organizacional ou não, o ser humano.
4. REFERÊNCIAS
CARDOSO, Carlos M. Droga "Um problema de Saúde Pública" (2001): Revista
Saúde Mental, Vol. III Nº 4, Pg. 9-17.
FIGLIE, Neliana Buzi. Aconselhamento em dependência química. São Paulo:
Rocca, 2004.
Organização Mundial da Saúde (OMS). Classificação de Transtornos Mentais e
de Comportamento da CID-10. Porto Alegre: Artmed, 1993.
RIBEIRO, Marcelo. LARANJEIRA, Ronaldo. O tratamento do usuário de crack.
Porto Alegre: Artmed, 2012
REIS, Rodrigo S. Promoção de Saúde na Empresa. In:
http://www.ergonomia.ufpr.br/Rodrigo%20Aula%202.pdf, 2009.

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Projeto para empresas

  • 1.
  • 2. PROPOSTA DE DESENVOLVIMENTO DE PROJETO PARA O ATENDIMENTO À SAÚDE MENTAL DO FUNCIONÁRIO CURITIBA 2013 NICÁCIO PEREIRA DE MENDONÇA GILSON SIQUEIRA CLEUZA CANAN
  • 3. 1 . INTRODUÇÃO A presente proposta visa o desenvolvimento de um projeto, que possa oferecer um programa de intervenção, frente às questões relacionadas à saúde dos trabalhadores, mais especificamente à saúde mental e aos transtornos relacionados ao uso de substâncias psicoativas. Como ponto de partida para esta proposta, pode-se considerar a atual condição nacional e internacional frente aos problemas decorrentes do uso de substâncias psicoativas. Há algum tempo a sociedade de uma forma geral, bem como as instituições do setor de saúde, tem apresentado dados e informações que facilmente permitem enxergar um quadro crítico e alarmante do uso de substâncias psicoativas. Neste cenário, percebe-se quase que diariamente tentativas de governos, órgãos da saúde, organizações, instituições de ensino, órgãos responsáveis pela segurança pública, entre outros, no sentido de intervir, amenizar, solucionar e compreender esta situação. Observa-se ainda que tem se discutido cada vez com maior frequência como um problema de saúde pública. Hoje o uso de substâncias e os problemas decorrentes desta questão atingem praticamente todos os seres humanos, seja de forma direta ou indireta. Diante do contexto com o qual nos deparamos nos questionamos: O que fazer? Seja em termos individuais ou coletivos. Seja em termos profissional ou pessoal. Para poder começar a pensar na resposta desta questão faremos outra pergunta. Quando você ouve a palavra “droga”. O que lhe vem à cabeça? Provavelmente questões como marginalidade, crime, violência, discriminação, desvio de comportamento. Porém esta é uma representação parcial e culturalmente construída pelas pessoas. Não que esteja completamente incorreta, mas para que seja possível uma medida de intervenção eficaz e eficiente é necessário um entendimento mais acurado desta questão, para tanto, serão esclarecidos alguns aspectos. O uso de substâncias psicoativas, de acordo com diversos estudos, é entendido como um problema multifatorial, com influência de questões genéticas, ambientais e psicológicas. Cardoso (2001) aponta que os problemas relacionados ao uso de substâncias são problemas extremamente complexos, e toda e qualquer medida que perpasse por este problema deve ser dotado de profunda seriedade, disponibilidade racional, sensibilidade e senso crítico, de forma a evitar a demagogia por um lado e o reducionismo por outro.
  • 4. Outro ponto a esclarecer é o fato de que o uso de substâncias psicoativas possui graus evolutivos. Sendo classificado em três categorias: uso esporádico; abuso (uso nocivo); dependência. Como é possível observar na Figura 1, o sujeito que apresenta um uso esporádico (representado na figura por um consumo leve ou moderado) é aquele que faz um uso ocasional da substância, aparentemente sem um prejuízo; o usuário que já apresenta um quadro de abuso (uso nocivo – representado na figura por um consumo substancial) começa a apresentar alguns prejuízos visíveis, porém ainda alimenta uma fantasia de que consegue manter o seu uso e a sua vida “sob controle”; e o dependente (representando na figura por um consumo pesado), propriamente dito, é o que já apresenta uma série de prejuízos decorrentes do uso da substância e estes prejuízos atingem uma ou mais áreas da sua vida, neste momento também é comum que as pessoas que o cercam já consigam perceber queda no rendimento das suas funções (familiares, sociais, profissionais, pessoais). Figura 1 - Problemas relacionados ao uso de substâncias. (Fonte UNESP) Diante do exposto começa a ficar mais clara a gravidade e a complexidade do uso de substâncias psicoativas e dos problemas decorrentes deste uso. E é justo neste ponto, que nos propomos a pensar em alternativas para intervir. Como citado anteriormente, Cardoso (2001) defende a necessidade de profunda seriedade, disponibilidade racional, sensibilidade e senso crítico de toda e qualquer proposta de intervenção que perpasse pela questão do uso de substâncias. Desta forma nos consideramos capazes e competentes a desenvolver projetos de intervenção, com base nos critérios supracitados, visto que somos uma equipe preparada, especializada, estruturada e com uma vasta experiência no tratamento dos problemas relacionados ao uso de substâncias psicoativas.
  • 5. Ponderando as nossas percepções diárias, nosso conhecimento técnico especializado e nossas experiências profissionais, passamos então a pensar em uma alternativa que possa ser muito mais no sentido preventivo e de promoção de saúde (atuação em nível primário e secundário), do que em termos de tratamento propriamente dito (nível terciário). Com o tempo de trabalho começamos a perceber que quando a intervenção ocorre em uma fase inicial do uso de substâncias, os problemas decorrentes tendem a serem menos destrutivos e mais facilmente contidos e abordados. Nossa proposta tem por objetivo principal a atuação nas questões de saúde mental e uso de substâncias psicoativas. No entanto para tal, partimos do princípio que quando abordamos os aspectos de uso de substâncias e os problemas decorrentes dele, estamos atuando diretamente sobre a qualidade de vida. E faremos um questionamento: O que é qualidade de vida? Quando fazemos esta pergunta percebemos que a grande maioria das pessoas possui um entendimento distorcido desta questão. Que não raramente se aproxima de uma definição proposta pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O conceito de qualidade de vida para OMS está associado a cinco fatores, são eles: 1) saúde física; 2)saúde psicológica; 3) nível de independência; 4) relações sociais; 5) meio ambiente. No entanto esta definição e o entendimento relacionado à este conceito acaba deixando de lado um aspecto muito importante. O fato de que qualidade de vida é uma questão diretamente relacionada com o desenvolvimento humano. Assim, não significa apenas que o indivíduo ou o grupo social tenham saúde física e mental, mas que estejam bem com eles mesmos, com a vida, com as pessoas que os cercam, enfim, ter qualidade de vida é estar em equilíbrio. E este equilíbrio está relacionado com uma capacidade de interagir com a realidade que o cerca, uma capacidade de relacionamento interpessoal e intrapessoal. Portanto pretendemos ter a oportunidade de poder desenvolver uma proposta de intervenção que venha ao encontro das necessidades, de atendimento à saúde do funcionário, desta instituição. Este privilégio nos possibilitaria uma parceria que viabilizasse o investimento na promoção e prevenção da saúde dos funcionários. E com relação ao investimento em promoção e prevenção de saúde Reis (2009) destaca resultados positivos tanto para empresa como para os funcionários. Para empresa os benefícios são: Melhoria da imagem da empresa; Redução dos gastos com despesas médicas;
  • 6. Redução do índice de afastamento por doença; Diminuição da Rotatividade; Diminuição do índice de absenteísmo; Retenção de trabalhadores especializados; Diminuição do índice de acidentes de trabalho. Já os benefícios para os funcionários são: Melhoria do relacionamento interpessoal (entre colegas e com a chefia); Melhoria das condições físicas de trabalho; Melhoria das condições psicológicas de trabalho; Apoio para controlar atitudes e comportamentos que podem afetar à saúde e a qualidade de vida. ETAPAS DA PROPOSTA Inicialmente é importante esclarecer que esta proposta é composta por três etapas distintas. Primeira, desenvolvimento de pré-projeto. Segunda, desenvolvimento do projeto propriamente dito; e terceira, a execução do projeto. A seguir serão detalhadas estas etapas: PRIMEIRA ETAPA: PRÉ PROJETO Objetivo: Coleta de dados e informações acerca do contexto e do funcionamento da instituição. Pretendemos neste primeiro momento criar uma representação sobre o contexto atual da instituição e sobre os problemas vividos por esta instituição para que assim seja possível pensar e desenvolver uma proposta de intervenção. Descrição: Esta etapa visa a realização de reuniões que possibilitem a coleta de dados e informações sobre o contexto e a realidade da instituição. Informações como: - Coleta de dados demográficos (quantos funcionários; quantos setores, etc); - Qual o perfil da empresa e as características de funcionamento; - Quais os principais problemas, relacionados à saúde do funcionário, percebidos pela empresa? - Já foram buscadas alternativas de intervenção frente à estes problemas? Se sim, foram eficazes e/ou eficientes? -Existe algum tipo de programa de atendimento à saúde do funcionário na instituição? Se sim, investigar como funciona. Se não, já foi pensado nesta alternativa?
  • 7. Em posse destas informações e do material coletado nestes primeiros encontros será desenvolvido um pré-projeto que apresente uma proposta de intervenção frente as demandas e necessidades da instituição. O período para desenvolvimento deste primeiro pré-projeto é entre 15 e 30 dias, após realização da coleta de informações necessárias. Tendo este pré-projeto pronto, o mesmo será apresentado em reunião para os devidos interessados com objetivo de discussão e adaptação de algumas questões. Discutiremos também de forma detalhada a viabilidade do projeto. Após a reunião serão feitas adaptações e correções que se julguem necessárias então será entregue um pré-projeto adaptado e corrigido. Sendo aprovado este pré-projeto será realizada a segunda etapa. SEGUNDA ETAPA: PROJETO Objetivo: Desenvolvimento detalhado de cada etapa do pré projeto e descrição dos processos a serem realizados na sua execução. Pretendemos nesta etapa apresentar um documento que forneça de forma clara e detalhada como será realizado todo processo de execução do projeto. Descrição: Serão descritas de forma detalhada e minuciosa cada etapa do projeto, como: - Cronograma mensal/semestral/anual;(dependendo da avaliação inicial) - Reuniões com setores; - Palestras com funcionários; - Programas de intervenção; - Treinamentos previstos (material didático, cronograma, entre outros detalhes); Só será possível ter clareza sobre as etapas a serem detalhadas após o desenvolvimento do pré projeto. O desenvolvimento deste projeto deve levar em torno de 30 - 60 dias, dependendo da avaliação inicial. Concluído este projeto é possível passar para terceira etapa. TERCEIRA ETAPA: EXECUÇÃO DO PROJETO Objetivo: Executar o projeto.
  • 8. Descrição: Só será possível ter maiores detalhes acerca da implementação, após desenvolvimento do pré projeto e do projeto. INVESTIMENTO As informações referentes ao investimento necessário estão alienadas à uma primeira reunião, sem compromisso, que nos permitirá uma aproximação da realidade da instituição e uma melhor compreensão sobre a demanda e a possibilidade ou não de uma proposta de intervenção efetiva. Visto que nosso principal objetivo não é desenvolver e executar um projeto, mas executar e desenvolver um projeto que apresente características como aplicabilidade e uma boa relação de custo e benefício. Frente ao apresentado nos colocamos à disposição para toda e qualquer dúvida e questionamento. Aproveitamos o ensejo para ressaltar que nos sentiremos privilegiados em poder oferecer uma atenção especial ao bem de maior valor desta e de qualquer instituição, seja ela organizacional ou não, o ser humano.
  • 9. 4. REFERÊNCIAS CARDOSO, Carlos M. Droga "Um problema de Saúde Pública" (2001): Revista Saúde Mental, Vol. III Nº 4, Pg. 9-17. FIGLIE, Neliana Buzi. Aconselhamento em dependência química. São Paulo: Rocca, 2004. Organização Mundial da Saúde (OMS). Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10. Porto Alegre: Artmed, 1993. RIBEIRO, Marcelo. LARANJEIRA, Ronaldo. O tratamento do usuário de crack. Porto Alegre: Artmed, 2012 REIS, Rodrigo S. Promoção de Saúde na Empresa. In: http://www.ergonomia.ufpr.br/Rodrigo%20Aula%202.pdf, 2009.