3. AFETIVIDADE Segundo o Novo Dicionário da Língua Portuguesa (FERREIRA, 2000, p.20) afetividade significa “Conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam sob a forma de emoções, sentimentos e paixões, acompanhados sempre da impressão de dor ou prazer, de satisfação ou insatisfação, de agrado ou desagrado, de alegria ou tristeza”.
4. Geralmente, o termo afetividade é usado para representar sentimentos positivos. Todavia, a afetividade também envolve sensações como raiva, tristeza, medo, dúvida, entre outros, que são inerentes ao ser humano. Afetividade também significa cuidar da relação consigo mesmo e com o outro.
5. SEXUALIDADE Sexualidade x sexo Sexualidade – dimensão mais ampla da experiência. É a forma como vamos ao encontro do outro, como nos relacionamos, como manifestamos nossos desejos, prazeres e formas de viver o masculino e o feminino. A Organização Mundial de Saúde (1975) define sexualidade como “energia que motiva a encontrar o amor, contato e intimidade e se expressa na forma de sentir, nos movimentos das pessoas e como estas se tocam e são tocadas”.
6. Sexo Sexo – Aspectos biológicos, fisiológicos e anatômicos da sexualidade. Sexo se refere ao aparelho reprodutor masculino e feminino, é aquilo que fisiologicamente e anatomicamente diferencia homens e mulheres
7. A sexualidade é apresentada também como uma fonte de prazer e bem-estar, já que sua vivência produz possibilidades de expressão, sociabilidade, constituição de laços afetivos e familiares e está presente na construção de um projeto de vida pessoal e coletivo. Dimensão cultural – o meio cultural e social exercem influências sobre os indivíduos em relação à aprendizagem e expressões da sexualidade Sociedade constrói mitos, tabus, crenças, preconceitos e representações sobre a sexualidade
8. Ser Adolescente A palavra “adolescente” vem do particípio presente do verbo em latim adolescere, crescer. Já o particípio passado, adultus deu origem à palavra “adulto”. Em português, as palavras seriam equivalentes a “crescente” e “crescido”, respectivamente. Assim, o adolescente é alguém que está crescendo, está vivendo uma passagem, deslocando-se de um espaço conhecido e seguro – sua família – para um universo novo: muitas vezes convidativo e fascinante, outras, arriscado e temido, mas sempre exigente, pois pede uma autonomia que ainda não se configurou. Desaparece aos poucos a segurança oferecida pela família e se torna cada vez mais freqüente e decisivo os contatos com as coisas, pessoas, acontecimentos que o exterior propõe.
9. O auto-erotismo é uma das primeiras formas de expressão da sexualidade, através da qual o adolescente irá conhecer seu corpo, suas possibilidades de prazer e desprazer. Fase dos primeiros contatos sexuais, passando também a expressar sua sexualidade através do dohomoerotismo e do heteroerotismo. Essas formas de expressão da sexualidade são muito importantes no desenvolvimento do adolescente já que serão imprescindíveis para a consolidação de identidades, troca de experiências e quebra de tabus.
10. QUEM SOU EU PRA VOCÊ? As perguntas fundamentais para nós seres humanos emergem com intensidade na adolescência: quem sou eu? O que me distingue dos outros? O que eu penso? Com quem me identifico? O que vale à pena? Essas questões são acompanhadas pela sensação de saber-mas-não-saber,pela tristeza do ainda não poder.
11. A sexualidade adquire uma direção ou ordenação pela tendência erótica, que envolve a dimensão física e psíquica. Aqui está presente algo além do desejo sexual: a pessoa sente atração pelo jeito de ser do outro, sente-se bem ao lado dele. É a atitude presente em um casal de namorados apaixonados, onde está presente um fascínio pela outra pessoa, não só pelo seu corpo: pelo seu jeito de olhar, falar, pelo modo com o qual se relaciona com os outros, próprio dela, pela sua capacidade excepcional de fazer algo...
12. Para se atingir o pleno desenvolvimento da afetividade e sexualidade é preciso chegar à atitude do amor que é a forma mais elevada possível do enamoramento. No amor a pessoa dirige-se à dimensão mais profunda do ser do outro: presta atenção ao que ele é enquanto pessoa, entra em relação com o que ele tem de único e irrepetível. O que está aqui em apreço é o próprio ser humano, a companheira ou o companheiro enquanto ser incomparável e insubstituível.”
13. Portanto, o amadurecimento sexual se dá, então, quando se progride no sentido de integrar as tendências sexuais instintivas às dimensões psíquica e espiritual. Esse amadurecimento não é apenas algo aconselhável ou indicado pelos especialistas, mas uma exigência dada pela estrutura do ser pessoal, de tal forma que, se a integração de seus elementos ou dimensões não for alcançada, a pessoa não pode realizar-se plenamente.
14. A lógica da posse, do uso O outro é considerado como alguém que pode ser usado, consumido e descartado. É o caso do “ficar”, em que já é estabelecido – previa e implicitamente – que as pessoas interajam para obter sensações prazerosas, sem qualquer vínculo ou compromisso posterior. É uma relação de uso, tida como “normal”. O que se busca no outro é o prazer que ele pode dar ou promover: o outro não é encontrado, mas devorado, possuído.
15. se persegue é o bem estar, o prazer, o sucesso: na sociedade atual não há espaço para a dor, para o sofrimento. Diante de algum sintoma de que as coisas não estão indo bem o mais comum é buscar algum modo de anestesiar-se ou algum especialista que possa resolver o problema.
16. A riqueza do desenvolvimento pessoal, da própria afetividade e sexualidade se revela quando, atravessando a aparência das coisas, torna-se possível olhar com sinceridade e profundidade para si próprio, para o outro, para a realidade.
18. Referências bibliográficas: BRASIL, Ministério da Saúde. Programa de Saúde do Adolescente.Brasília, 2001, disponível no site:<http:// www.saude.gov.br>. Acesso em 13 outubro 2009. SERRÃO, Margarida; BALEEIRO, Maria C.. Aprendendo a ser e conviver. 2ed. São Paulo: FTD, 1999. BRASIL, Ministério da Educação e Cultura . Diretrizes para educação superior. Brasília,2001. FAGUNDES, M.B. Aprendendo valores éticos, 2.ed. Belo Horizonte:Autentica,2001. MIRANDA, C. F. e MIRANDA, M.L.Construindo a Relação de Ajuda, 9 ed .BH Crescer, 1995. RENA, L.C.C.B. Sexualidade e Adolescência - as oficinas como prática pedagógica. Belo Horizonte: Autentica,2001.