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Padrão de Desenvolvimento Brasileiro

          André Rego Viana (Dr.)
     Assessoria da Presidência do Ipea
Sumário

• Dinâmica da Economia Brasileira;
• Especificidades do caso brasileiro:
  Crescimento inclusivo;
• Estrutura Produtiva;
• Dinâmica Regional;
• Observações finais.
Dinâmica da Economia Brasileira
O crescimento brasileiro no período 2004-2011 em
perspectiva histórica

• De acordo com os dados recentes, o crescimento
  médio real da economia brasileira entre 2004 e
  2011 foi de 4,3% ao ano, Quase o dobro,
  portanto, da média observada nas duas décadas
  imediatamente anteriores – e pouco menos de dois
  terços da média observada entre 1947 (o primeiro
  ano para o qual existem dados oficiais) e 1980,
• Com efeito, a economia brasileira cresceu em
  média 2,5% ao ano entre 1984 e 2003, 2,2% ao
  ano entre 1994 and 2003 e 7,5% ao ano entre
  1947 e 1980,
O crescimento brasileiro no período
                   2004-2011 em números
Tabela 1: Taxas de crescimento anuais dos índices de volume do PIB e componentes 2002/2011
                                                                                 Investimento
                                                         Consumo
                                                                     Consumo       (formação      Exporta- Importa-
              Agricultura   Indústria Serviços   PIB       das
                                                                    do governo      bruta de       ções      ções
                                                         Famílias
   Ano                                                                            capital fixo)
   2002          6,58        2,08      3,21      2,66      1,93       6,77          -5,23          7,42     -11,82
   2003          5,81        1,28      0,76      1,15     -0,78       -4,70         -4,59          10,40    -1,62
   2004          2,32        7,89      5,00      5,71      3,82       4,75           9,12          15,29    13,30
   2005          0,30        2,08      3,68      3,16      4,47       6,81           3,63          9,33      8,47
   2006          4,80        2,21      4,24      3,96      5,20       4,61           9,77          5,04     18,45
   2007          4,84        5,27      6,14      6,09      6,07       7,46          13,85          6,20     19,88
   2008          6,32        4,07      4,93      5,17      5,67       4,68          13,57          0,55     15,36
   2009         -3,11        -5,60     2,12      -0,33     4,44       4,76          -6,72          -9,12    -7,60
   2010          6,33        10,43     5,49      7,53      6,94       7,16          21,33          11,52    35,84
   2011          3,90         1,58     2,73      2,73      4,09       0,48           4,72          4,49     9,75
Tx média de
crescimento
                 3,20        3,40      4,30      4,30      5,10        5,1           8,40          5,20     13,50
   anual
 2004/2011
O crescimento brasileiro no período
  2004-2011 em perspectiva histórica
• A perspectiva é a de que, após 2004 entramos em uma
  nova fase do padrão de crescimento brasileiro: inclusivo
  (redução da pobreza, maior distribuição de renda e
  redução do nível de desemprego)  com aumento da
  wage share

a) Inicialmente o crescimento foi puxado pelo setor externo
b) Após 2006 o crescimento foi puxado essencialmente
   pelo mercado interno (especificidade brasileira do
   padrão de crescimento recente)
Gráfico 1: Desemprego metropolitano (% da população
economicamente ativa) e desigualdade da renda pessoal
(índice de Gini) no Brasil desde 2002

                             Desemprego das
                             Regiões
                             Metropolitanas
1.) Componentes que influenciaram o crescimento
             econômico brasileiro
• Preço das commodities + Efeito China e Ásia
       +
• Liquidez Internacional
         +
• Políticas Públicas
(Transferência de Renda, Salário Mínimo, Bancos
  Públicos com direcionamento de recursos)

Redução das desigualdades; crescimento com
 maior distribuição de renda;     crescimento
 puxado em parte importante pela demanda de
 Consumo e Gastos do Governo
1.2) Setor Externo
Balanço de Pagamentos
                  150,0



                  100,0



                      50,0


                                                                                                                                    Investimentos em carteira
                       0,0                                                                                                          Investimento direto
                                                                                                                                    Serviços e rendas (líquido)
                                                                                                                                    Balança comercial (FOB)
                   -50,0
                                                                                                                                    RESULTADO DO BALANÇO


                  -100,0
                             1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Investimentos em carteira 9,2 21,6 12,6 18,1 3,8          7,0   0,1 -5,1 5,3 -4,8 4,9         9,1 48,4 1,1 50,3 63,0 35,3
Investimento direto          3,3 11,3 17,9 26,0 26,9 30,5 24,7 14,1 9,9           8,3 12,5 -9,4 27,5 24,6 36,0 36,9 67,7
Serviços e rendas (líquido) -18,5 -20,3 -25,5 -28,3 -25,8 -25,0 -27,5 -23,1 -23,5 -25,2 -34,3 -37,1 -42,5 -57,3 -52,9 -70,3 -85,3
Balança comercial (FOB)      -3,5 -5,6 -6,8 -6,6 -1,2 -0,7 2,7 13,1 24,8 33,6 44,7 46,5 40,0 24,8 25,3 20,1 29,8
RESULTADO DO BALANÇO 12,9 8,7 -7,9 -8,0 -7,8 -2,3 3,3                 0,3   8,5   2,2   4,3 30,6 87,5 3,0 46,7 49,1 58,6
Claro está que o contexto internacional favorável ajudou
muito (posto que ambas as exportações e importações
            aumentaram consideravelmente)
Claro está que o contexto internacional favorável ajudou muito-
    mas é preciso qualificar (piora do perfil das exportações)
63,0%
60,0%
57,0%
54,0%
51,0%
48,0%
45,0%
42,0%
39,0%
36,0%
33,0%
30,0%
27,0%
24,0%
21,0%
18,0%




                  Produtos manufaturados   Produtos básicos
Mas a economia brasileira tem sido puxada pelo mercado interno desde, pelo
  menos, 2006, especialmente em comparação com países latino-americanos
                                importantes (1)
  contribuição dos componentes da demanda agregada à taxa de crescimento
                                  do Produto

                      Brasil                                                     México
12,0                                                    25
10,0                                                    20
 8,0                                                    15
 6,0                                                    10
 4,0                                                     5
 2,0                                                     0
 0,0                                                    -5
-2,0                                                   -10
-4,0                                                   -15
-6,0                                                   -20
                                                       -25
                                                             2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

        Consumo   Investmento   Exportações líquidas                Consumo   Investimento   Exportações líquidas
Mas a economia brasileira tem sido puxada pelo mercado
   interno desde, pelo menos, 2006, especialmente em
 comparação com países latino-americanos importantes (2)

                          Argentina                                                            Chile
20,0                                                             40,0
15,0
                                                                 30,0
10,0
 5,0                                                             20,0
 0,0
                                                                 10,0
 -5,0
-10,0                                                             0,0
-15,0
                                                                 -10,0
-20,0
-25,0                                                            -20,0
        2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010           2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

              Consumo    Investimento   Exportações líquidas                   Consumo    Investimento   Exportações líquidas
Mas a economia brasileira tem sido puxada pelo mercado
   interno desde, pelo menos, 2006, especialmente em
 comparação com países latino-americanos importantes (3)

                        Colômbia                                                      Venezuela, RB
20                                                            50
                                                              40
15
                                                              30

10                                                            20
                                                              10
5                                                              0
                                                              -10
0
                                                              -20
-5                                                            -30
     2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010         2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

             Consumo   Investimento   Exportações líquidas                 Consumo   Investimento   Exportações líquidas
Especificidades do caso brasileiro:
      Crescimento Inclusivo
O crescimento exógeno puxou a
 arrecadação inicialmente
Isto gerou o aumento da carga tributária
Possibilitou      o     crescimento     das
 Transferências       de     assistência   e
 previdência para as famílias e o aumento
 do salário mínimo mesmo num contexto
 de forte ajuste fiscal
Isto define uma mudança de dinâmica
 interna da Economia brasileira
• Aumentos na renda dos mais pobres + ampliação do crédito
• Aumentos da demanda por “alimentos processados,
  vestuário e calçados, artigos de higiene e limpeza,
  produtos farmacêuticos, equipamentos eletrônicos,
  eletrodomésticos, materiais de construção, mobiliário,
  serviços de supermercados, serviços de transporte, de
  energia elétrica, de telefonia, de entretenimento” (Brasil,
  2003, p.15) →
• Aumentos do investimento privado para garantir o
  atendimento desta maior demanda →
• Aumentos da produtividade da economia (porque os novos
  investimentos são baseados em tecnologias mais produtivas
  e porque a escala de produção é ampliada) →
• Novos aumentos na renda dos mais pobres (por conta da
  geração de novos empregos e ampliação da massa salarial e
  dos gastos sociais)
200
                                                  300
                                                        400
                                                              500
                                                                    600
                                                                          700
                                  1994.07
                                  1994.12
                                  1995.05
                                  1995.10
                                  1996.03
                                  1996.08
                                  1997.01
                                  1997.06
                                  1997.11
                                  1998.04
                                  1998.09
                                  1999.02
                                  1999.07
                                  1999.12
                                  2000.05
                                  2000.10
                                  2001.03
                                  2001.08




Salário Mínimo Real
                                  2002.01
                                  2002.06
                                  2002.11
                                  2003.04
                                  2003.09
                                  2004.02
                                  2004.07
                                  2004.12
                                  2005.05
                                                                                Salário Mínimo Real




                                  2005.10
                                  2006.03
                                  2006.08
                                  2007.01
                                  2007.06
Polinômio (Salário Mínimo Real)



                                  2007.11
                                  2008.04
                                  2008.09
                                  2009.02
                                  2009.07
                                  2009.12
                                  2010.05
                                  2010.10
                                  2011.03
                                                                                                      Evolução do Salário Mínimo Real




                                  2011.08
                                  2012.01
                                  2012.06
• A arrecadação tributária pós 2004 cresce
  não por conta da criação de novos tributos
  ou aumento de alíquotas de tributos pré-
  existentes, mas por conta do aumento do
  emprego, da formalização do mercado de
  trabalho, da lucratividade das firmas e do
  crescimento da economia em geral;
• A arrecadação tributária maior faz com que
  seja possível utilizar isenções tributárias
  como     instrumento     de   políticas  de
  desenvolvimento produtivo (e.g. Plano Brasil
  Maior) e permite a ampliação dos gastos
  sociais e dos investimentos públicos sem
  aumentar o endividamento público
• Sistema Único de Saúde (cobre toda a população
  brasileira) + educação pública (52 milhões de
  alunos) + transferências públicas às famílias

                 =
• consolidação (ainda parcial) do projeto de país
  desenhado na Constituição de 1988.

Esta última prevê um estado de bem-estar social
 sem     precedentes      entre os     países em
 desenvolvimento de renda média ou baixa – com
 serviços gratuitos de saúde e educação públicas
 universais (ainda que, em muitos casos, ainda de
 má qualidade), ampla proteção aos idosos e
 deficientes, significativa assistência contra a
 pobreza extrema e um amplo sistema de
 previdência social,
A Política Distributiva (% PIB)
                             0,9%                                                                                                      8,0%
Abono e Seguro Desemprego




                             0,8%
  Benefícios Assistenciais



                                                                                                                                       7,0%
                             0,7%                                                                                                      6,0%




                                                                                                                                              Benefícios Previdenciários
                             0,6%
                                                                                                                                       5,0%
                             0,5%
                                                                                                                                       4,0%
                             0,4%
                                                                                                                                       3,0%
                             0,3%
                             0,2%                                                                                                      2,0%

                             0,1%                                                                                                      1,0%
                             0,0%                                                                                                      0,0%
                                           1998

                                                  1999

                                                         2000



                                                                       2002

                                                                              2003



                                                                                             2005

                                                                                                    2006

                                                                                                           2007



                                                                                                                         2009

                                                                                                                                2010
                                    1997




                                                                2001




                                                                                     2004




                                                                                                                  2008
                             Abono e Seguro Desemprego                                      Benefícios Assistenciais (LOAS and RMV)
                             Benefícios Previdenciários
Foco nas transferências públicas de assistência e
                         previdência social
Tabela 1 - Evolução do tamanho e da composição das TAPS na última década medidos em proporção
do PIB.
       Servido
        -res                                 Bolsa  Estados e
                 RGPS   FAT   LOAS   FGTS                      TIPSFL Subsídios Ajustes   Total
       Federai                              Família Municípios
 Ano      s

2002   2,14%     5,96% 0,54% 0,23% 1,33% 0,06%       2,69%     0,36%    0,20%   0,54% 14,05%

2003   2,18%     6,30% 0,51% 0,26% 1,20% 0,11%       2,64%     0,40%    0,21%   0,77% 14,58%

2004   2,06%     6,48% 0,51% 0,39% 1,14% 0,30%       2,47%     0,47%    0,14%   0,19% 14,14%

2005   1,98%     6,80% 0,56% 0,43% 1,21% 0,31%       2,42%     0,53%    0,19%    0,11% 14,52%

2006   1,96%     6,99% 0,65% 0,49% 1,25% 0,34%       2,44%     0,46%    0,21%   0,06% 14,86%

2007   1,96%     6,96% 0,70% 0,53% 1,44% 0,35%       2,37%     0,49%    0,22%   -0,25% 14,78%

2008   1,97%     6,58% 0,69% 0,53% 1,41% 0,36%       2,33%     0,52%    0,11%   -0,13% 14,38%

2009   2,11%     6,94% 0,85% 0,58% 1,48% 0,38%       2,38%     0,56%    0,18%   -0,25% 15,21%

2010   1,94%     6,76% 0,80% 0,59% 1,32% 0,37%       2,24%     0,56%    0,17%   0,00% 14,76%

2011   1,91%     6,79% 0,84% 0,60% 1,39% 0,41%       2,24%     0,52%    0,17%   0,00% 14,88%
Foco nas TAPS : O impacto macroeconômico do
 RGPS sobre a renda da população mais pobre
a      importância   macroeconômica       e   política das
    transferências públicas no Brasil contemporâneo:
    *As transferências agregadas atingem a casa dos 15%
    do PIB.
    *Os benefícios associados ao Regime Geral a
    Previdência Social (RGPS) ultrapassam 25 milhões
    * Quase 4 milhões de pessoas recebem benefícios da
    LOAS.
    * Mais de 13 milhões de famílias (e mais de 40 milhões
    de pessoas) são assistidas pelo Programa Bolsa
    Família.
    * Cerca de 16 milhões de brasileiros recebem o abono
    salarial e quase 8 milhões recebem seguro-
    desemprego.

Não há dúvidas que as transferências públicas têm
 cumprido    papel    decisivo    no    processo     de
 desconcentração de renda verificado nos últimos anos.
Tabela 2: Taxas anuais reais de crescimento do consumo das famílias e de alguns de seus
                                      determinantes 2002/2011

   Ano
            Consumo das     Empréstimos a                       Transferências Públicas de Assistência
                                               Salário Mínimo
              Famílias      pessoas físicas                                 e Previdência


  2002         1,93%            6,08%              2,55%                       8,04%

  2003         -0,78%           -8,09%             0,70%                       2,61%

  2004         3,82%            18,78%             3,72%                       4,31%

  2005         4,47%            33,24%             6,96%                       6,39%

  2006         5,20%            24,44%            14,06%                       7,61%

  2007         6,07%            22,20%             6,04%                       6,22%

  2008         5,67%            22,47%             3,08%                       4,50%

  2009         4,44%            12,64%             7,22%                       6,52%

  2010         6,94%            10,42%             5,31%                       6,34%

  2011         4,09%            9,98%              0,09%                       3,74%

Fontes: IBGE, IPEA e Banco Central do Brasil
• Especialmente após 2006 (PAC) o Investimento
  Público passa a ser uma componente
  fundamental do novo padrão de crescimento. É
  um fator central para o crescimento puxado pela
  demanda interna
• Isto Envolve: FBKF dos Governos em nível
  Federal, estadual e municipal, além dos
  Investimentos das Empresas Públicas e dos
  empréstimos do BNDES
• Ou seja, o crescimento inclusivo puxado pela
  demanda envolve: política social, crédito,
  crescimento do Consumo, Investimento público
  e crédito para investimento do BNDES
O crescimento inclusivo e Investimento Público
           (complementar ao S. Privado)

 Gráfico 6: O peso do setor público no aumento do investimento
 2.8                                                         10
                                 Operações de crédito do BNDES
                                 (azul, escala da direita)

  2.4   FBCF das adms. públicas                                  9
        (vermelho, escala da esquerda)


             Inv de estatais federais
  2.0                                                            8
             (verde, escala
             da esquerda)

  1.6                                                            7


  1.2                                                            6


  0.8                                                            5
         02   03   04     05     06    07     08   09   10
Fontes: Banco Central do Brasil, Ministério do Planejamento e IPEA
O crescimento inclusivo e Investimento Público
         FBKF: adm pub em % do PIB (AZUL)
Gastos com I: Empresas pub em % do PIB (VERMELHO)
O crescimento inclusivo baseado no mercado doméstico aumenta AMBAS as
             taxas de investimento e de poupança doméstica da economia (1)

        Tabela 3: Fluxos de investmento, poupança e variáveis relacionadas entre 2002 e 20011 (em % do PIB)

                                      Investimento                                        Renda
        Consumo    Consumo                                                                                       Passivo
                             Cons.      (formação      Invest.   Poupança    Poupança     Líquida     Exports.
Anos      das         do                                                                                         Externo
                             Total       bruta de       Total    Doméstica    Externa   recebida do   Líquidas
        Famílias   governo                                                                                       Líquido
                                       capital fixo)                                      exterior


2002    61,72%     20,57%    82,29%     16,39%         16,20%     14,69%      1,51%       -3,54%      1,51%      -55,10%

2003    61,93%     19,39%    81,32%     15,28%         15,77%     15,95%      -0,18%      -3,26%      2,91%      -46,30%

2004    59,78%     19,23%    79,01%     16,10%         17,12%     18,47%      -1,36%      -3,04%      3,88%      -40,68%

2005    60,27%     19,91%    80,19%     15,94%         16,21%     17,35%      -1,14%      -2,89%      3,61%      -34,50%

2006    60,30%     20,04%    80,34%     16,43%         16,76%     17,58%      -0,83%      -2,49%      2,90%      -33,27%

2007    59,90%     20,26%    80,15%     17,44%         18,33%     18,08%      0,25%       -2,09%      1,52%      -35,96%

2008    58,93%     20,19%    79,12%     19,11%         20,69%     18,78%      1,92%       -2,40%      0,19%      -21,83%

2009    61,11%     21,21%    82,32%     18,07%         17,84%     15,91%      1,93%       -2,02%      -0,16%     -32,28%

2010    59,64%     21,15%    80,79%     19,46%         20,24%     17,53%      2,71%       -1,83%      -1,03%     -39,19%

2011    60,33%     20,68%    81,01%     19,28%         19,73%     17,22%      2,51%       -1,91%      -0,73%     -33,98%

                                          Fonte: IBGE e Banco Central do Brasil
Estrutura Produtiva
Estrutura do Setor Produtivo Nacional
200.000

180.000
                                                                                  172.590
160.000

140.000

120.000                                                 117.303

100.000    100.738


 80.000

 60.000                                                                            62.450

              47.664
 40.000                                                 41.118


 20.000
                                                        13.453                     15.310
             10.301
     00




                                AGROPECUÁRIA            INDÚSTRIA      SERVIÇOS

Fonte: Contas Nacionais – IBGE
Nota: Valores Encadeados a preço de 1995 – valores em (1.000.000 R$)
Produção na Indústria Brasileira com ajuste sazonal
                            (1991 = 100)
1900ral

                                                                                            262

1900ral


                                                                                                  216
1900ral

                                          172                    162
                                                                                                  160
1900ral                                                                136

                                         119                                                            126
                                                                         121

1900ral     1900ral                                                     110
                                        109



1900ral



1900ral



            Bens de capital   Bens intermediários   Bens de consumo duráveis   Bens de cons. não duráveis



Fonte:PIM-PF – IBGE
Crescimento Acumulado da Produção na Indústria
                         Brasileira 1991-2011 (em %)
Outros equipamentos de transporte                                                                                       460%
                  Indústria extrativa                                               221%
             Veículos automotores                                            190%
         Máquinas e equipamentos                                     130%
                 Máquinas elétricas                                  129%
                      Farmacêutica                             96%
 Perfumaria e produtos de limpeza                           79%
                   Celulose e papel                        72%
                     Indústria geral                      67%
                           Mobiliário                     66%
        Indústria de transformação                      57%
                  Metalurgia básica                     56%
                 Produtos de metal                     49%
            Minerais não metálicos                    48%
         Outros produtos químicos                     47%
                            Bebidas                   47%
                          Alimentos                   45%
        Refino de petróleo e álcool                 35%
                Borracha e plástico                30%
                            Madeira         -7%
                 Material eletrônico        -10%
                           Vestuário        -29%
                               Têxtil       -29%
                               Fumo         -50%
       Calçados e artigos de couro
                                    -50%   0%      50%     100%      150%   200%     250%   300%   350%   400%   450%     500%


    Fonte:PIM-PF – IBGE
Valor da produção de lavouras
                         Valor Bruto da Produção das lavouras no Brasil
                  140
  Bilhões de R$




                  120


                  100


                   80


                   60


                   40


                   20


                    0




                                             Total temporária    Total permanente



Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal
Produção Agrícola: Valor da Produção de Cultivos
                                              Selecionados
                                        Cultivos de VBP acima de R$ 3 bilhões em 2010

                             45.000
    VBP - Milhões de Reais




                                                                                        Algodão herbáceo
                             40.000


                             35.000                                                     Arroz (em casca)


                             30.000                                                     Cana-de-açúcar

                             25.000
                                                                                        Feijão (em grão)
                             20.000
                                                                                        Mandioca
                             15.000


                             10.000                                                     Milho (em grão)


                              5.000                                                     Soja (em grão)

                                 0
                                                                                        Demais temporários




Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal
Valor Adicionado, em valores correntes, por setor de atividade econômica
Brasil e Grandes Regiões, 2008

    70




    60




    50




    40




    30




    20




    10




    00
                Total       Agropecuária      Indústria     Construção    Comércio      Serviços(1)   Adm. Pública
                                      Norte      Nordeste     Sudeste    Sul     Centro-Oeste


         Fonte: IBGE, Contas Regionais, 1996-2008
Distribuição do Valor Adicionado do Brasil por suas Grandes Regiões
     1996-2008

70



60



50



40



30



20



10



00
     1905ral   1905ral   1905ral    1905ral   1905ral   1905ral   1905ral   1905ral   1905ral   1905ral   1905ral   1905ral   1905ral

                                   NORTE      NORDESTE        SUDESTE        SUL      CENTRO-OESTE



     Fonte: IBGE, Contas Regionais, 1996-2008
Observações finais
E, dado um manejo estratégico do passivo externo da
 economia, não há motivo para se supor que o modelo de
       crescimento includente esteja esgotado (1)
• Claro está que houve uma piora significativa do ambiente
     externo nos últimos trimestres, o que acabou por contaminar o
     ambiente de investimentos domésticos
• Mas o governo tem              condições de reverter o quadro
     relativamente rápido. Note-se que em 2011
(i) o investimento público se reduziu consideravelmente ;
(ii) o salário mínimo foi mantido constante em termos reais;
(iii) importantes constrangimentos ao crédito foram colocados em
       prática;
(iv) ambas as políticas fiscal e monetárias foram significativamente
       apertadas.
Todos estes movimentos podem ser e tem sido revertidos mais
       recentemente
E, dado um manejo estratégico do passivo externo da economia, não há
  qualquer motivo para se supor que o modelo de crescimento includente esteja
  esgotado (2)
• As medidas anticícilicas à disposição do Governo tem impactos importantes:
 o crescimento recente do endividamento das famílias (e do comprometimento da
  renda destas últimas com o serviço de suas dívidas) reflete em grande medida
  aspectos positivos do atual modelo de crescimento – como a inclusão dos
  pobres no mercado de consumo e o aumento dos financiamentos habitacionais
  – e/ou fenômenos neutros, como o aumento do uso de cartões de crédito para
  os pagamentos das contas familiares.
Há grandes oportunidades de investimento no Brasil
• Uma economia de 200 milhões de pessoas, crescentemente urbana e de classe
  média, tem importantes necessidades infraestruturais urbanas – dificuldades
  estas dramatizadas pela proximidade da Copa do Mundo em 2014 e das
  Olimpíadas em 2016. A extração do petróleo na camada pré-sal também irá
  requerer pesados investimentos infraestruturais. Isto sem falar nas dificuldades
  infraestruturais presentes da economia nas áreas de transporte e energia.
• Por fim, o Brasil é hoje uma democracia madura – e reconhecido
  internacionalmente como tal – com instituições continuamente aperfeiçoadas
  pelo processo democrático.
E, dado um manejo estratégico do passivo externo da economia, não há
qualquer motivo para se supor que o modelo de crescimento includente esteja
                               esgotado (3)

• Em suma, o modelo brasileiro de
  crescimento inclusivo pode avançar (precisa
  se completar)
• E conquanto haja, de fato, ameaças no
  horizonte externo, a economia brasileira está
  estruturalmente bem posicionada – porque
  crescentemente impulsionada por um
  processo de redistribuição da renda e
  inclusão social sem paralelos na história
  recente do país – para ultrapassar bem a
  tormenta externa a partir da dinamização de
  seu mercado interno avançando nos desafios
  referentes a sua estrutura produtiva.
Obrigado.

                       Contato:
E-mail: andre.viana@ipea.gov.br

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Padrão de Desenvolvimento Brasileiro - Crescimento Inclusivo

  • 1. Padrão de Desenvolvimento Brasileiro André Rego Viana (Dr.) Assessoria da Presidência do Ipea
  • 2. Sumário • Dinâmica da Economia Brasileira; • Especificidades do caso brasileiro: Crescimento inclusivo; • Estrutura Produtiva; • Dinâmica Regional; • Observações finais.
  • 4. O crescimento brasileiro no período 2004-2011 em perspectiva histórica • De acordo com os dados recentes, o crescimento médio real da economia brasileira entre 2004 e 2011 foi de 4,3% ao ano, Quase o dobro, portanto, da média observada nas duas décadas imediatamente anteriores – e pouco menos de dois terços da média observada entre 1947 (o primeiro ano para o qual existem dados oficiais) e 1980, • Com efeito, a economia brasileira cresceu em média 2,5% ao ano entre 1984 e 2003, 2,2% ao ano entre 1994 and 2003 e 7,5% ao ano entre 1947 e 1980,
  • 5. O crescimento brasileiro no período 2004-2011 em números Tabela 1: Taxas de crescimento anuais dos índices de volume do PIB e componentes 2002/2011 Investimento Consumo Consumo (formação Exporta- Importa- Agricultura Indústria Serviços PIB das do governo bruta de ções ções Famílias Ano capital fixo) 2002 6,58 2,08 3,21 2,66 1,93 6,77 -5,23 7,42 -11,82 2003 5,81 1,28 0,76 1,15 -0,78 -4,70 -4,59 10,40 -1,62 2004 2,32 7,89 5,00 5,71 3,82 4,75 9,12 15,29 13,30 2005 0,30 2,08 3,68 3,16 4,47 6,81 3,63 9,33 8,47 2006 4,80 2,21 4,24 3,96 5,20 4,61 9,77 5,04 18,45 2007 4,84 5,27 6,14 6,09 6,07 7,46 13,85 6,20 19,88 2008 6,32 4,07 4,93 5,17 5,67 4,68 13,57 0,55 15,36 2009 -3,11 -5,60 2,12 -0,33 4,44 4,76 -6,72 -9,12 -7,60 2010 6,33 10,43 5,49 7,53 6,94 7,16 21,33 11,52 35,84 2011 3,90 1,58 2,73 2,73 4,09 0,48 4,72 4,49 9,75 Tx média de crescimento 3,20 3,40 4,30 4,30 5,10 5,1 8,40 5,20 13,50 anual 2004/2011
  • 6. O crescimento brasileiro no período 2004-2011 em perspectiva histórica • A perspectiva é a de que, após 2004 entramos em uma nova fase do padrão de crescimento brasileiro: inclusivo (redução da pobreza, maior distribuição de renda e redução do nível de desemprego)  com aumento da wage share a) Inicialmente o crescimento foi puxado pelo setor externo b) Após 2006 o crescimento foi puxado essencialmente pelo mercado interno (especificidade brasileira do padrão de crescimento recente)
  • 7. Gráfico 1: Desemprego metropolitano (% da população economicamente ativa) e desigualdade da renda pessoal (índice de Gini) no Brasil desde 2002 Desemprego das Regiões Metropolitanas
  • 8. 1.) Componentes que influenciaram o crescimento econômico brasileiro
  • 9. • Preço das commodities + Efeito China e Ásia + • Liquidez Internacional + • Políticas Públicas (Transferência de Renda, Salário Mínimo, Bancos Públicos com direcionamento de recursos) Redução das desigualdades; crescimento com maior distribuição de renda; crescimento puxado em parte importante pela demanda de Consumo e Gastos do Governo
  • 11. Balanço de Pagamentos 150,0 100,0 50,0 Investimentos em carteira 0,0 Investimento direto Serviços e rendas (líquido) Balança comercial (FOB) -50,0 RESULTADO DO BALANÇO -100,0 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Investimentos em carteira 9,2 21,6 12,6 18,1 3,8 7,0 0,1 -5,1 5,3 -4,8 4,9 9,1 48,4 1,1 50,3 63,0 35,3 Investimento direto 3,3 11,3 17,9 26,0 26,9 30,5 24,7 14,1 9,9 8,3 12,5 -9,4 27,5 24,6 36,0 36,9 67,7 Serviços e rendas (líquido) -18,5 -20,3 -25,5 -28,3 -25,8 -25,0 -27,5 -23,1 -23,5 -25,2 -34,3 -37,1 -42,5 -57,3 -52,9 -70,3 -85,3 Balança comercial (FOB) -3,5 -5,6 -6,8 -6,6 -1,2 -0,7 2,7 13,1 24,8 33,6 44,7 46,5 40,0 24,8 25,3 20,1 29,8 RESULTADO DO BALANÇO 12,9 8,7 -7,9 -8,0 -7,8 -2,3 3,3 0,3 8,5 2,2 4,3 30,6 87,5 3,0 46,7 49,1 58,6
  • 12. Claro está que o contexto internacional favorável ajudou muito (posto que ambas as exportações e importações aumentaram consideravelmente)
  • 13. Claro está que o contexto internacional favorável ajudou muito- mas é preciso qualificar (piora do perfil das exportações) 63,0% 60,0% 57,0% 54,0% 51,0% 48,0% 45,0% 42,0% 39,0% 36,0% 33,0% 30,0% 27,0% 24,0% 21,0% 18,0% Produtos manufaturados Produtos básicos
  • 14. Mas a economia brasileira tem sido puxada pelo mercado interno desde, pelo menos, 2006, especialmente em comparação com países latino-americanos importantes (1) contribuição dos componentes da demanda agregada à taxa de crescimento do Produto Brasil México 12,0 25 10,0 20 8,0 15 6,0 10 4,0 5 2,0 0 0,0 -5 -2,0 -10 -4,0 -15 -6,0 -20 -25 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Consumo Investmento Exportações líquidas Consumo Investimento Exportações líquidas
  • 15. Mas a economia brasileira tem sido puxada pelo mercado interno desde, pelo menos, 2006, especialmente em comparação com países latino-americanos importantes (2) Argentina Chile 20,0 40,0 15,0 30,0 10,0 5,0 20,0 0,0 10,0 -5,0 -10,0 0,0 -15,0 -10,0 -20,0 -25,0 -20,0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Consumo Investimento Exportações líquidas Consumo Investimento Exportações líquidas
  • 16. Mas a economia brasileira tem sido puxada pelo mercado interno desde, pelo menos, 2006, especialmente em comparação com países latino-americanos importantes (3) Colômbia Venezuela, RB 20 50 40 15 30 10 20 10 5 0 -10 0 -20 -5 -30 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Consumo Investimento Exportações líquidas Consumo Investimento Exportações líquidas
  • 17. Especificidades do caso brasileiro: Crescimento Inclusivo
  • 18. O crescimento exógeno puxou a arrecadação inicialmente Isto gerou o aumento da carga tributária Possibilitou o crescimento das Transferências de assistência e previdência para as famílias e o aumento do salário mínimo mesmo num contexto de forte ajuste fiscal Isto define uma mudança de dinâmica interna da Economia brasileira
  • 19. • Aumentos na renda dos mais pobres + ampliação do crédito • Aumentos da demanda por “alimentos processados, vestuário e calçados, artigos de higiene e limpeza, produtos farmacêuticos, equipamentos eletrônicos, eletrodomésticos, materiais de construção, mobiliário, serviços de supermercados, serviços de transporte, de energia elétrica, de telefonia, de entretenimento” (Brasil, 2003, p.15) → • Aumentos do investimento privado para garantir o atendimento desta maior demanda → • Aumentos da produtividade da economia (porque os novos investimentos são baseados em tecnologias mais produtivas e porque a escala de produção é ampliada) → • Novos aumentos na renda dos mais pobres (por conta da geração de novos empregos e ampliação da massa salarial e dos gastos sociais)
  • 20. 200 300 400 500 600 700 1994.07 1994.12 1995.05 1995.10 1996.03 1996.08 1997.01 1997.06 1997.11 1998.04 1998.09 1999.02 1999.07 1999.12 2000.05 2000.10 2001.03 2001.08 Salário Mínimo Real 2002.01 2002.06 2002.11 2003.04 2003.09 2004.02 2004.07 2004.12 2005.05 Salário Mínimo Real 2005.10 2006.03 2006.08 2007.01 2007.06 Polinômio (Salário Mínimo Real) 2007.11 2008.04 2008.09 2009.02 2009.07 2009.12 2010.05 2010.10 2011.03 Evolução do Salário Mínimo Real 2011.08 2012.01 2012.06
  • 21. • A arrecadação tributária pós 2004 cresce não por conta da criação de novos tributos ou aumento de alíquotas de tributos pré- existentes, mas por conta do aumento do emprego, da formalização do mercado de trabalho, da lucratividade das firmas e do crescimento da economia em geral; • A arrecadação tributária maior faz com que seja possível utilizar isenções tributárias como instrumento de políticas de desenvolvimento produtivo (e.g. Plano Brasil Maior) e permite a ampliação dos gastos sociais e dos investimentos públicos sem aumentar o endividamento público
  • 22. • Sistema Único de Saúde (cobre toda a população brasileira) + educação pública (52 milhões de alunos) + transferências públicas às famílias = • consolidação (ainda parcial) do projeto de país desenhado na Constituição de 1988. Esta última prevê um estado de bem-estar social sem precedentes entre os países em desenvolvimento de renda média ou baixa – com serviços gratuitos de saúde e educação públicas universais (ainda que, em muitos casos, ainda de má qualidade), ampla proteção aos idosos e deficientes, significativa assistência contra a pobreza extrema e um amplo sistema de previdência social,
  • 23. A Política Distributiva (% PIB) 0,9% 8,0% Abono e Seguro Desemprego 0,8% Benefícios Assistenciais 7,0% 0,7% 6,0% Benefícios Previdenciários 0,6% 5,0% 0,5% 4,0% 0,4% 3,0% 0,3% 0,2% 2,0% 0,1% 1,0% 0,0% 0,0% 1998 1999 2000 2002 2003 2005 2006 2007 2009 2010 1997 2001 2004 2008 Abono e Seguro Desemprego Benefícios Assistenciais (LOAS and RMV) Benefícios Previdenciários
  • 24. Foco nas transferências públicas de assistência e previdência social Tabela 1 - Evolução do tamanho e da composição das TAPS na última década medidos em proporção do PIB. Servido -res Bolsa Estados e RGPS FAT LOAS FGTS TIPSFL Subsídios Ajustes Total Federai Família Municípios Ano s 2002 2,14% 5,96% 0,54% 0,23% 1,33% 0,06% 2,69% 0,36% 0,20% 0,54% 14,05% 2003 2,18% 6,30% 0,51% 0,26% 1,20% 0,11% 2,64% 0,40% 0,21% 0,77% 14,58% 2004 2,06% 6,48% 0,51% 0,39% 1,14% 0,30% 2,47% 0,47% 0,14% 0,19% 14,14% 2005 1,98% 6,80% 0,56% 0,43% 1,21% 0,31% 2,42% 0,53% 0,19% 0,11% 14,52% 2006 1,96% 6,99% 0,65% 0,49% 1,25% 0,34% 2,44% 0,46% 0,21% 0,06% 14,86% 2007 1,96% 6,96% 0,70% 0,53% 1,44% 0,35% 2,37% 0,49% 0,22% -0,25% 14,78% 2008 1,97% 6,58% 0,69% 0,53% 1,41% 0,36% 2,33% 0,52% 0,11% -0,13% 14,38% 2009 2,11% 6,94% 0,85% 0,58% 1,48% 0,38% 2,38% 0,56% 0,18% -0,25% 15,21% 2010 1,94% 6,76% 0,80% 0,59% 1,32% 0,37% 2,24% 0,56% 0,17% 0,00% 14,76% 2011 1,91% 6,79% 0,84% 0,60% 1,39% 0,41% 2,24% 0,52% 0,17% 0,00% 14,88%
  • 25. Foco nas TAPS : O impacto macroeconômico do RGPS sobre a renda da população mais pobre
  • 26. a importância macroeconômica e política das transferências públicas no Brasil contemporâneo: *As transferências agregadas atingem a casa dos 15% do PIB. *Os benefícios associados ao Regime Geral a Previdência Social (RGPS) ultrapassam 25 milhões * Quase 4 milhões de pessoas recebem benefícios da LOAS. * Mais de 13 milhões de famílias (e mais de 40 milhões de pessoas) são assistidas pelo Programa Bolsa Família. * Cerca de 16 milhões de brasileiros recebem o abono salarial e quase 8 milhões recebem seguro- desemprego. Não há dúvidas que as transferências públicas têm cumprido papel decisivo no processo de desconcentração de renda verificado nos últimos anos.
  • 27. Tabela 2: Taxas anuais reais de crescimento do consumo das famílias e de alguns de seus determinantes 2002/2011 Ano Consumo das Empréstimos a Transferências Públicas de Assistência Salário Mínimo Famílias pessoas físicas e Previdência 2002 1,93% 6,08% 2,55% 8,04% 2003 -0,78% -8,09% 0,70% 2,61% 2004 3,82% 18,78% 3,72% 4,31% 2005 4,47% 33,24% 6,96% 6,39% 2006 5,20% 24,44% 14,06% 7,61% 2007 6,07% 22,20% 6,04% 6,22% 2008 5,67% 22,47% 3,08% 4,50% 2009 4,44% 12,64% 7,22% 6,52% 2010 6,94% 10,42% 5,31% 6,34% 2011 4,09% 9,98% 0,09% 3,74% Fontes: IBGE, IPEA e Banco Central do Brasil
  • 28. • Especialmente após 2006 (PAC) o Investimento Público passa a ser uma componente fundamental do novo padrão de crescimento. É um fator central para o crescimento puxado pela demanda interna • Isto Envolve: FBKF dos Governos em nível Federal, estadual e municipal, além dos Investimentos das Empresas Públicas e dos empréstimos do BNDES • Ou seja, o crescimento inclusivo puxado pela demanda envolve: política social, crédito, crescimento do Consumo, Investimento público e crédito para investimento do BNDES
  • 29. O crescimento inclusivo e Investimento Público (complementar ao S. Privado) Gráfico 6: O peso do setor público no aumento do investimento 2.8 10 Operações de crédito do BNDES (azul, escala da direita) 2.4 FBCF das adms. públicas 9 (vermelho, escala da esquerda) Inv de estatais federais 2.0 8 (verde, escala da esquerda) 1.6 7 1.2 6 0.8 5 02 03 04 05 06 07 08 09 10 Fontes: Banco Central do Brasil, Ministério do Planejamento e IPEA
  • 30. O crescimento inclusivo e Investimento Público FBKF: adm pub em % do PIB (AZUL) Gastos com I: Empresas pub em % do PIB (VERMELHO)
  • 31. O crescimento inclusivo baseado no mercado doméstico aumenta AMBAS as taxas de investimento e de poupança doméstica da economia (1) Tabela 3: Fluxos de investmento, poupança e variáveis relacionadas entre 2002 e 20011 (em % do PIB) Investimento Renda Consumo Consumo Passivo Cons. (formação Invest. Poupança Poupança Líquida Exports. Anos das do Externo Total bruta de Total Doméstica Externa recebida do Líquidas Famílias governo Líquido capital fixo) exterior 2002 61,72% 20,57% 82,29% 16,39% 16,20% 14,69% 1,51% -3,54% 1,51% -55,10% 2003 61,93% 19,39% 81,32% 15,28% 15,77% 15,95% -0,18% -3,26% 2,91% -46,30% 2004 59,78% 19,23% 79,01% 16,10% 17,12% 18,47% -1,36% -3,04% 3,88% -40,68% 2005 60,27% 19,91% 80,19% 15,94% 16,21% 17,35% -1,14% -2,89% 3,61% -34,50% 2006 60,30% 20,04% 80,34% 16,43% 16,76% 17,58% -0,83% -2,49% 2,90% -33,27% 2007 59,90% 20,26% 80,15% 17,44% 18,33% 18,08% 0,25% -2,09% 1,52% -35,96% 2008 58,93% 20,19% 79,12% 19,11% 20,69% 18,78% 1,92% -2,40% 0,19% -21,83% 2009 61,11% 21,21% 82,32% 18,07% 17,84% 15,91% 1,93% -2,02% -0,16% -32,28% 2010 59,64% 21,15% 80,79% 19,46% 20,24% 17,53% 2,71% -1,83% -1,03% -39,19% 2011 60,33% 20,68% 81,01% 19,28% 19,73% 17,22% 2,51% -1,91% -0,73% -33,98% Fonte: IBGE e Banco Central do Brasil
  • 33. Estrutura do Setor Produtivo Nacional 200.000 180.000 172.590 160.000 140.000 120.000 117.303 100.000 100.738 80.000 60.000 62.450 47.664 40.000 41.118 20.000 13.453 15.310 10.301 00 AGROPECUÁRIA INDÚSTRIA SERVIÇOS Fonte: Contas Nacionais – IBGE Nota: Valores Encadeados a preço de 1995 – valores em (1.000.000 R$)
  • 34. Produção na Indústria Brasileira com ajuste sazonal (1991 = 100) 1900ral 262 1900ral 216 1900ral 172 162 160 1900ral 136 119 126 121 1900ral 1900ral 110 109 1900ral 1900ral Bens de capital Bens intermediários Bens de consumo duráveis Bens de cons. não duráveis Fonte:PIM-PF – IBGE
  • 35. Crescimento Acumulado da Produção na Indústria Brasileira 1991-2011 (em %) Outros equipamentos de transporte 460% Indústria extrativa 221% Veículos automotores 190% Máquinas e equipamentos 130% Máquinas elétricas 129% Farmacêutica 96% Perfumaria e produtos de limpeza 79% Celulose e papel 72% Indústria geral 67% Mobiliário 66% Indústria de transformação 57% Metalurgia básica 56% Produtos de metal 49% Minerais não metálicos 48% Outros produtos químicos 47% Bebidas 47% Alimentos 45% Refino de petróleo e álcool 35% Borracha e plástico 30% Madeira -7% Material eletrônico -10% Vestuário -29% Têxtil -29% Fumo -50% Calçados e artigos de couro -50% 0% 50% 100% 150% 200% 250% 300% 350% 400% 450% 500% Fonte:PIM-PF – IBGE
  • 36. Valor da produção de lavouras Valor Bruto da Produção das lavouras no Brasil 140 Bilhões de R$ 120 100 80 60 40 20 0 Total temporária Total permanente Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal
  • 37. Produção Agrícola: Valor da Produção de Cultivos Selecionados Cultivos de VBP acima de R$ 3 bilhões em 2010 45.000 VBP - Milhões de Reais Algodão herbáceo 40.000 35.000 Arroz (em casca) 30.000 Cana-de-açúcar 25.000 Feijão (em grão) 20.000 Mandioca 15.000 10.000 Milho (em grão) 5.000 Soja (em grão) 0 Demais temporários Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal
  • 38. Valor Adicionado, em valores correntes, por setor de atividade econômica Brasil e Grandes Regiões, 2008 70 60 50 40 30 20 10 00 Total Agropecuária Indústria Construção Comércio Serviços(1) Adm. Pública Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Fonte: IBGE, Contas Regionais, 1996-2008
  • 39. Distribuição do Valor Adicionado do Brasil por suas Grandes Regiões 1996-2008 70 60 50 40 30 20 10 00 1905ral 1905ral 1905ral 1905ral 1905ral 1905ral 1905ral 1905ral 1905ral 1905ral 1905ral 1905ral 1905ral NORTE NORDESTE SUDESTE SUL CENTRO-OESTE Fonte: IBGE, Contas Regionais, 1996-2008
  • 41. E, dado um manejo estratégico do passivo externo da economia, não há motivo para se supor que o modelo de crescimento includente esteja esgotado (1) • Claro está que houve uma piora significativa do ambiente externo nos últimos trimestres, o que acabou por contaminar o ambiente de investimentos domésticos • Mas o governo tem condições de reverter o quadro relativamente rápido. Note-se que em 2011 (i) o investimento público se reduziu consideravelmente ; (ii) o salário mínimo foi mantido constante em termos reais; (iii) importantes constrangimentos ao crédito foram colocados em prática; (iv) ambas as políticas fiscal e monetárias foram significativamente apertadas. Todos estes movimentos podem ser e tem sido revertidos mais recentemente
  • 42. E, dado um manejo estratégico do passivo externo da economia, não há qualquer motivo para se supor que o modelo de crescimento includente esteja esgotado (2) • As medidas anticícilicas à disposição do Governo tem impactos importantes:  o crescimento recente do endividamento das famílias (e do comprometimento da renda destas últimas com o serviço de suas dívidas) reflete em grande medida aspectos positivos do atual modelo de crescimento – como a inclusão dos pobres no mercado de consumo e o aumento dos financiamentos habitacionais – e/ou fenômenos neutros, como o aumento do uso de cartões de crédito para os pagamentos das contas familiares. Há grandes oportunidades de investimento no Brasil • Uma economia de 200 milhões de pessoas, crescentemente urbana e de classe média, tem importantes necessidades infraestruturais urbanas – dificuldades estas dramatizadas pela proximidade da Copa do Mundo em 2014 e das Olimpíadas em 2016. A extração do petróleo na camada pré-sal também irá requerer pesados investimentos infraestruturais. Isto sem falar nas dificuldades infraestruturais presentes da economia nas áreas de transporte e energia. • Por fim, o Brasil é hoje uma democracia madura – e reconhecido internacionalmente como tal – com instituições continuamente aperfeiçoadas pelo processo democrático.
  • 43. E, dado um manejo estratégico do passivo externo da economia, não há qualquer motivo para se supor que o modelo de crescimento includente esteja esgotado (3) • Em suma, o modelo brasileiro de crescimento inclusivo pode avançar (precisa se completar) • E conquanto haja, de fato, ameaças no horizonte externo, a economia brasileira está estruturalmente bem posicionada – porque crescentemente impulsionada por um processo de redistribuição da renda e inclusão social sem paralelos na história recente do país – para ultrapassar bem a tormenta externa a partir da dinamização de seu mercado interno avançando nos desafios referentes a sua estrutura produtiva.
  • 44. Obrigado. Contato: E-mail: andre.viana@ipea.gov.br