3. Como podemos definir Grupo de
Educação em Saúde e Grupo Terapêutico?
Voltando alguns passos na definição de Grupos Terapêuticos...
O que se entende por Grupo?
-conjunto de pessoas (BALLARIN, 2003).
-conjunto de pessoas com características comuns o que faz com que
elas se identifiquem uma com as outras (MAXIMINO, 2001) .
-IMPORTANTE: Além das características em comum, como os
pensamentos e atitudes, os integrantes de um grupo apresentam
certo grau de confiança e afeto entre si e compartilham de uma
proposta que só pode ser atingida através da interação e trabalho
conjunto (MOSEY , 1970 e 1974 Apud MAXIMINO 2001).
-Os grupos podem ser classificados como:
1. SOCIAL OU DE EDUCAÇÃO EM SAÚDESOCIAL OU DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE
2.2. TERAPÊUTICOTERAPÊUTICO
4. Como podemos definir Grupo De
Educação em Saúde e Grupo Terapêutico?
(...) Nossas diferenças nos fazem partes constituintes de um
todo, que, por sua vez, nos afeta diretamente.
(...) não há como negligenciar a realidade grupal de nossa
existência.
Queiramos ou não somos produto de grupos e, ao mesmo
tempo, produzimos e damos consistência aos nossos grupos.
(CHACRA, sd)
(...) Nossas diferenças nos fazem partes constituintes de um
todo, que, por sua vez, nos afeta diretamente.
(...) não há como negligenciar a realidade grupal de nossa
existência.
Queiramos ou não somos produto de grupos e, ao mesmo
tempo, produzimos e damos consistência aos nossos grupos.
(CHACRA, sd)
5. Como podemos definir Grupo de
Educação em Saúde e Grupo Terapêutico?
Contrapondo os subtipos de Grupos...
O grupo terapêutico difere do grupo social
devido a(o):
-seu objetivoobjetivo
-- que é o tratamento dos integrantes do grupo
-presença do terapeuta/profissional daterapeuta/profissional da
saúdesaúde
-- há um condutor/mediador da proposta de
tratamento e da interação entre os participantes; ele
também responde pela articulação dos participantes
com os demais membros das equipes de saúde.
(GRIMBERG et al, 1976, apud BALLARIN, 2003)
6. Como podemos definir Grupo de
Educação em Saúde e Grupo Terapêutico?
O Grupo Terapêutico...
Dentre os modelos de Grupo Terapêuticos mais presentes no
cotidiano das unidades de saúde está o GRUPO DE ADESÃO AOGRUPO DE ADESÃO AO
TRATAMENTOTRATAMENTO.
Trata-se de um grupo homogêneo quanto à condição de saúde dos
frequentadores, aberto com relação a sua entrada e multidisciplinar
no que diz respeito à coordenação, feitos pelos profissionais de
saúde.
Ele possui caráter informativo, reflexivo e de suporte, e sua
finalidade é identificar dificuldades, discutir possibilidades e
encontrar soluções adequadas para problemáticas individuais e/ou
grupais que estejam dificultando a adesão ao tratamento.
(Silveira e Ribeiro, 2005)
7. Como podemos definir Grupo De
Educação em Saúde e Grupo Terapêutico?
Ainda sobre o Grupo de Adesão Ao Tratamento ...
(...) Trata-se, portanto, de um trabalho que mescla apoio eapoio e
aprendizagemaprendizagem, uma prática de saúde que une o cuidar e o
pensar, buscando transformar os pacientespacientes de “receptores
passivos dos cuidados em saúde” em co-autoresco-autores dos
resultados, procurando fazer com que os utilizem, que ‘se
encarreguem’ de suas potencialidades como seres humanos.
(Bleger, 1998 Apud Silveira e Ribeiro, 2005 p. 95)
9. Existem outras possibilidades de grupo?
Sim. Como citamos, a proposta anterior é uma das formas mais
frequentes, mas podemos ter grupos heterogêneos (aberto a todos
os usuários, independente da condição de saúde) os quais podem
ser uni ou multiprofissional.
Geralmente estes grupos são os de Promoção à Saúde, propriamente
dito, e pode destinar-se à Convivência ou à Práticas de Artesanato e
Atividade Física, por exemplo.
Apesar da menor implementação de propostas como estas, a
potencialidade desta ação é enorme no que diz respeito ao auto-
cuidado e empoderamento dos usuários. E ainda fortalece a
vinculação destes com a equipe de saúde favorecendo a lógica de
cuidado proposta pela Atenção Básica.
Vale a pena investir nesta idéia!
11. O conceito ampliado de saúde agrega ao processo saúde-doença o
aspecto social do indivíduo e de sua coletividade.
Dessa forma, fica evidente a correlação deste processo com a:
1.Subjetividade dos sujeitos:
- percepções, crenças e valores
2.Sua forma inserção social, que abrange:
- formas de vida, trabalho e saúde.
PORTANTO
Assumir o processo saúde-doença como socialmente determinado
implica reconhecer os parâmetros que interferem na vida dos
sujeitos e compreender a forma como ele lida com sua condição de
saúde.
Entendendo o “porquê” dos grupos de
educação em saúde: suas concepções teóricas.
12. Os grupos Terapêuticos têm como premissa a não efetividade da ação
exclusivamente bio-patológica e medicamentosa no tratamento das
doenças crônicas.
Preconiza-se que os grupos estejam vinculados e pautados a uma
proposta educacional de transformação social.
AS INTERVENÇÕES EM GRUPO tem como intuito a compreensão das
reais necessidades de saúde da população, dos perfis de (re)produção
social.
Auxiliam no entendimento da inserção social, a assimilação das
distintas condições de vida e das potencialidades de adoecimento e
saúde.
Permitem também atuar sobre a ampliação da consciência crítica dos
grupos sociais e com os seus potenciais de fortalecimento/desgastes
a que se expõem em suas formas de trabalhar e viver.
(Toledo et al, 2007 - P. 234)
Um pouco mais sobre as concepções teóricas dos Grupos
de Educação em Saúde e dos Grupos Terapêuticos.
13. SOBRE A RELAÇÃO COM O PACIENTE NO GRUPO, É
IMPORTANTE LEMBRAR QUE:
O usuário deve ser reconhecido como sujeito portadorsujeito portador
de um saberde um saber sobre o processo saúde-doença-cuidado,
capaz de estabelecer uma interlocução dialógica com
o serviço de saúde e de desenvolver uma análise
crítica sobre a realidade e o aperfeiçoamento das
estratégias de luta e enfrentamento.
ALGUMAS PREMISSAS FUNDAMENTAIS PARA UMA IMPLANTAÇÃO
EXITOSA DE GRUPOS TERAPÊUTICOS
1. O primeiro requisito é ACREDITAR EM GRUPOS E EM SEU POTENCIAL
DEMOCRÁTICO DE TRANSFORMAÇÃO E DE CONSTITUIÇÃO NO TEMPO E
NO ESPAÇO.
2. ACOLHIMENTO E/OU IDENTIFICAÇÃO CUIDADOSA DAS DEMANDAS
3. CONVITE PARA PARTICIPAÇÃO: personalizado e esclarecer quais as
atividades propostas para os encontros iniciais.
14. 4. COORDENAÇÃO DE GRUPO democrática mediante uma figura que tenha habilidade para
ser facilitadora do trabalho coletivo e que, ao mesmo tempo, seja reconhecida como a
autoridade coordenadora.
5. CONTRATO DE TRABALHO GRUPAL que inclui normas fundamentais para a existência
grupal. As principais são: - local de encontro, dia, horário e duração de cada encontro e do
programa proposto; critérios de inclusão de novos participantes do grupo; e, abertura para
novas premissas do contrato e possibilidade permanente de (re)contratualização.
6. CUIDADO AVALIATIVO CONSTANTE, no sentido de se promover reflexão sobre a
necessidade de regulação do processo, apontamentos de deficiências, redefinição de
papéis, etc.
7. TRABALHO VIVO E CRIATIVO, pleno de potência transformadora da realidade, não
admitindo qualquer forma de preconceito, desqualificação, submissão, arrogância e
subordinação do interesse público e coletivo a interesses particulares e individuais.
SOBRE A RELAÇÃO COM O PACIENTE NO GRUPO, É
IMPORTANTE LEMBRAR QUE:
O usuário deve ser reconhecido como sujeito portadorsujeito portador
de um saberde um saber sobre o processo saúde-doença-cuidado,
capaz de estabelecer uma interlocução dialógica com
o serviço de saúde e de desenvolver uma análise
crítica sobre a realidade e o aperfeiçoamento das
estratégias de luta e enfrentamento.
15. SOBRE A RELAÇÃO COM O PACIENTE NO GRUPO, É
IMPORTANTE LEMBRAR QUE:
O usuário deve ser reconhecido como sujeito portadorsujeito portador
de um saberde um saber sobre o processo saúde-doença-cuidado,
capaz de estabelecer uma interlocução dialógica com
o serviço de saúde e de desenvolver uma análise
crítica sobre a realidade e o aperfeiçoamento das
estratégias de luta e enfrentamento.
18. Indivíduo
Acesso as subjetividades e
formas de inserção social
Processo
de Saúde-
Doença
Queixas
Estado bio-
patológico
Demanda
referida
Intervenção
baseada nos
parâmetros bio-
patológicos e
demanda referida
Contexto e campo de ação das intervenções em
grupo terapêuticos
Necessidade percebida pelo profissional
Instrumentalização com ganho de autonomia pelo paciente
Clinica
Am
pliada
19. Alguns dados interessantes que nos ajudam a
compreender a inserção e consolidação dos
Grupos Terapêuticos na saúde...
20. Você sabia? (...)
A ESF propõe que as equipes desenvolvam atividades
educativas, que posam interferir no processo de saúde-
doença da população e na busca de autonomia e de
qualidade de vida pelos usuários.
TOLEDO et al, 2007
21. Qual a justificativa para a adoção da proposta de Grupos
Terapêuticos no tratamento das pessoas com doenças
crônicas?
• Para melhor compreender o fenômeno saúde-doença,
especialmente em relação às pessoas com doenças crônicas, torna-
se fundamental a modificação dos paradigmas biomédicos e a
introjeção de novos conceitos sobre o processo saúde-doença.
• Esta dinâmica facilita o entendimento das reais causas e
determinantes do problema relacionados às doenças crônicas, bem
como a adequação dos serviços às necessidades da população e
não o oposto!
• Para tanto, torna-se inevitável conhecer os indivíduos para os quais
se destinam as ações de saúde, incluindo suas crenças, hábitos e
papéis e as condições objetivas em que vivem buscando envolvê-
los, o que se contrapõe à imposição, nas ações.
• As intervenções que asseguram tais prerrogativas são aquelas que
dizem respeito aos Grupos Terapêuticos.
22. Essa história de
grupos existe
mesmo? Mas isso é
previstos em
alguma diretriz?
Sim! Isto é previsto e incentivado em
diversos documentos. Um deles é o
Caderno 39 que diz respeito ao NASF.
Na proposição da agenda destes
profissionais, esta diretriz traz como
indicativo os Grupos.
A seguir ilustramos com os tópicos
atividades que podem compor a
agenda dos profissionais do NASF
Reunião de matriciamento
Reuniões entre a equipe do Nasf
Atendimento individual compartilhado e
específico
Atendimento domiciliar compartilhado e
específico
Atividade coletiva compartilhada e
específica
Elaboração de materiais de apoio, rotinas,
protocolos e outras ações de educação
permanente
BRASIL, 2014. p.49-51
23. Sim! Isto é previsto e incentivado em
diversos documentos. Um deles é o
Caderno 39 que diz respeito ao NASF.
Na proposição da agenda destes
profissionais, esta diretriz traz como
indicativo os Grupos.
A seguir ilustramos com os tópicos
atividades que podem compor a
agenda dos profissionais do NASF
Reunião de matriciamento
Reuniões entre a equipe do Nasf
Atendimento individual compartilhado e
específico
Atendimento domiciliar compartilhado e
específico
Atividade coletiva compartilhada e
específica
Elaboração de materiais de apoio, rotinas,
protocolos e outras ações de educação
permanente
BRASIL, 2014. p.49-51
UMA OUTRA PASSAGEM DO
CAB Nº 39 A RESPEITO DO
TEMA:
“As práticas grupais
constituem importante
recurso no cuidado aos
usuários da Atenção Básica.
É possível identificar diversas
modalidades de grupos, tais
como: grupos abertos de
acolhimento, grupos
temáticos relacionados a
determinadas patologias
(hipertensão, obesidade,
diabetes), oficinas temáticas
(geração de renda,
artesanato), grupos de
medicação, grupos
terapêuticos etc.”
(BRASIL, 2014. p. 63)
24. Quais os grupos da sua unidade?
Você participa de algum grupo?
Você considera a proposta dos grupos da sua uma proposta coerente
como as diretrizes da Atenção Básica?
Você e sua equipe de saúde notam diferença entre os
pacientes que frequentam os grupos terapêuticos em
relação aos demais pacientes?
Os participantes tem espaço para opinar nos grupos?
Qual foi a última vez que vocês avaliaram o conteúdo
do grupo proposto pela sua equipe de saúde?
Que tal discutir isto na sua próxima reunião de equipe?Que tal discutir isto na sua próxima reunião de equipe?
25. Referências Bibliográficas
•BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Núcleo de Apoio à Saúde da Família: Ferramentas para a gestão e para o trabalho
cotidiano. Brasília: Ministério da Saúde, 2014 (Cadernos de Atenção Básica, n. 39).
•BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde.
Departamento de Gestão da Educação na Saúde. Política de educação e desenvolvimento
para o SUS: caminhos para a educação permanente em saúde: pólos de educação
permanente em saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2004. 68 p.)
•BRASIL. Política Nacional de Atenção Básica – PNAB; Portaria n. 2.488, de 21 de outubro de
2011. Disponível em: http://brasilsus.com.br/legislacoes/gm/1101542488.html?q=aten
%C3%A7%C3%A3o+b%C3%A1sica
•CHACRA, FC. Grupo e grupalidade no trabalho em Saúde: reflexões para uma prática
comunitária, afetiva e democrática. SD. Disponível em: http://ebookbrowse.com/grupo-e-
grupalidade-no-trabalho-em-saude-pdf-d160619751
•OLIVEIRA, NF. ET AL. Fatores terapêuticos em grupos de diabéticos. Rev Esc Enferm USP.
2009. 43(3).558-65.
•SILVEIRA, L. M. C.; RIBEIRO, V. M. B. Compliance with treatment groups: a teaching and
learning arena for healthcare professionals and patients, Interface - Comunic., Saúde, Educ.,
v.9, n.16, p.91-104, set.2004/fev.2005.
•TOLEDO MM, RODRIGUES SC, CHIESA AM. Educação em saúde no enfrentamento da
hipertensão arterial: uma nova ótica para um velho problema. Texto Contexto Enferm,
Florianópolis, 2007 Abr-Jun; 16(2): 233-8.
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