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Fernando C. Lopes
Dep. Ciências da Terra; Centro de Geofísica - Univ. Coimbra
1. MECANISMOS E DOMÍNIOS DA DEFORMAÇÃO

  1. 1. mecanismos da deformação

1 – Fracturação
       mecanismo responsável pela formação de falhas e fracturas;
       a deformação manifesta-se através de planos de ruptura;

2 - Flexão
       mecanismo responsável pela formação do dobramento flexural (concêntrico ou isópaco);
       a ductilidade dos materiais ainda não é importante;
       os estratos dobram-se de uma maneira simples, mantendo constante a sua espessura;

3 – Achatamento
       mecanismo que provoca a formação de xistosidade - descontinuidade planar penetrativa - com
     desenvolvimento de dobramentos similares ou anisópacos;
       as rochas tornam-se muito dúcteis e facilmente deformáveis;
       a deformação é intensa e generalisada, provocando a transformação de todos os elementos
     esféricos de referência em elipsóides achatados e estirados por “esmagamento” (cisalhamento
     puro) ou cisalhamento (cisalhamento simples);
4 – Fluxo
       material rochoso escoa de maneira similar à dos líquidos, dando origem a dobramentos
     diferentes dos referidos anteriormente.
      mecanismo que ocorre quando a rocha atinge temperaturas próximas ou superiores à do seu
     ponto de fusão, exibindo um comportamento análogo ao dos fluidos viscosos;




                                                    •Em condições crescentes de pressão e
                                                    temperatura, ou seja, da superfície para
                                                    profundidades crescentes, observar-se-á:
                                                    1) fracturação (ou cisalhamento);
                                                    2) fracturação e flexão;
                                                    3) flexão;
                                                    4) flexão e achatamento;
                                                    5) achatamento;
                                                    6) achatamento e fluxo;
                                                    7) fluxo.
1. 2. Níveis estruturais


                           •Níveis estruturais: os diversos domínios
                           da crosta, verticalmente sobrepostos, onde
                           os mecanismos dominantes da deformação
                           permanecem os mesmos.



                           •Nível Estrutural Superior
                             domínio da fracturação por excelência
                           (domínio da deformação frágil);
                            mecanismo dominante é fracturação



                           •Nível Estrutural Médio
                            mecanismo dominante é a flexão;
                             constitui o domínio do dobramento
                           isópaco (deformação por flexão).
•Nível Estrutural Inferior
  mecanismo dominante é inicialmente o achatamento, seguindo-se o fluxo e a fusão da rocha
(anatexia);
 é limitado superiormente pela frente superior da xistosidade;
 na parte superior, dominam as dobras anisópacas, acompanhadas por uma xistosidade generalizada;
  a zona pode ser dividida em diversos subníveis, graças aos diferentes tipos de xistosidades aqui
existentes (de fractura, de fluxo, de foliação);
 na parte inferior, a xistosidade desaparece e o material rochoso entra em fusão ou comporta-se como
um fluido;
 o nível inferior é o domínio do metamorfismo o que permite fazer uma série de subdivisões.



•Esta disposição ideal e simplificada dos níveis estruturais pode ser modificada ou perturbada:
       Contraste litológico entre os sedimentos e o seu substrato cristalino e localização dos dois
     conjuntos relativamente à parte central do orógeno;
       Grandes falhas (enraizamento profundo);
       Pressão de flúidos ou intersticial
2. FALHAS

  2. 1. Conceito

•falha - superfície de fractura, ou uma zona relativamente estreita, ao longo da qual um dos lados se
desloca relativamente ao outro, segundo uma direcção paralela à superfície da fractura ou da zona
(movimento de cisalhamento)


•A sua dimensão pode variar desde a escala microscópica, até extensões superiores a centenas ou
milhares de quilómetros, englobando os limites das grandes placas tectónicas;




•São, frequentemente, estruturas com uma importância de primeira ordem na crusta terrestre e seu
interior.
2. 2. Importância


•Científica - são, por excelência, as estruturas geradoras de actividade sísmica. O seu estudo permite
compreender os processos de geração dos sismos, de deformação crustal e de edificação das cadeias
montanhosas.

•Prática - permitem projectar estruturas de pontes, edifícios, barragens e zonas urbanas, capazes de
minimizar os prejuizos causados pelos efeitos devastadores sua actividade. São excelentes armadilhas
de hidrocarbonetos.


•Estética - são responsáveis por alguns dos mais espectaculares cenários naturais da superfície
terrestre.
2. 3. Estilos de falhamento

• Fracturas e Zonas de Cisalhamento Frágil:


•A maior parte das falhas são:
 simples fracturas provocadas por cisalhamento frágil:
     •a orientação e a disposição da superfície da fractura descrevem a interface entre rochas postas
     em contacto a quando do movimento ao longo da falha
  zonas constituídas por numerosas fracturas daquele tipo, pouco espaçadas e que se designam por
zonas de cisalhamento frágil (ou zona de falha);
     •as numerosas fracturas de cisalhamento frágil põem em contacto massas de rocha perfeitamente
     esmagadas, os cataclasitos.


• há nítida quebra física de contínuidade nas massas rochosas (perda de coesão interna);


• são típicos dos níveis crustais próximos da superfície;


• o movimento está confinado aos planos das falhas.
• Zonas de Cisalhamento Dúctil:


• são zonas de cisalhamento com deformação dúctil;

• o movimento ocorre sem perda de coesão, à escala do afloramento ;
• A translacção diferencial dos corpos rochosos, separados pela zona de cisalhamento, é feito através
do fluxo dúctil do material rochoso;



• o movimento cisalhante está distribuído por toda a zona, levando à distorção (variação da forma);


• ocorrem vulgarmente em ambientes ígneos ou metamórficos, onde a temperatura e a pressão
confinante é elevada



• Podem também ocorrer durante a deformação de sedimentos brandos ainda não consolidados, como
areias e argilas saturadas;



• Por vezes, o estádio inicial de cisalhamento dúctil termina num estádio final de falhamento frágil -
zonas de cisalhamento dúctil-frágil;
       a zona de cisalhamento é caracterizada por uma discreta superfície de falha ou zona de falha,
     limitada por rocha encaixante que sofreu deformação plástica;
       são típicas das grandes falhas que efectam a a totalidade da crusta.
• Nas zonas de cisalhamento dúctil, as rochas crustais podem apresentar estiramento ou encurtamento.



                                                                                         Cisalhamento
                                                                                             frágil
-Encurtamento Crustal: subida
das rochas mais antigas e mais
profundas, ficando em contacto
anormal com rochas mais recentes
e de níveis mais superfíciais.

                                                                                         Cisalhamento
                                                                                             dúctil




                                                                                         Cisalhamento
-Estiramento Crustal: rochas                                                                 frágil
relativamente mais jovens e de
níveis mais superfíciais podem
sofrer movimento cisalhante para
baixo, em direcção a rochas mais
profundas e mais antigas.
                                                                                         Cisalhamento
                                                                                             dúctil
2. 4. Terminologia




                                             Escarpa de falha   Linha de falha




                                                Epicentro
                Tecto
                        Ondas sísmicas                o


Muro                                     Plano de falha
2. 5. Classificação

• Com base no movimento relativo (deslizamento; slip):


• Falhas com Desligamento Paralelo ao Pendor (Dip-Slip Faults):
       são falhas em que o movimento se faz para cima ou para baixo, paralelamente à direcção de
     pendor do plano de falha.;
       o rejecto medido ao longo dessa direcção tem o nome de rejecto vertical aparente ou de descida
     (dip-slip);


• Falhas Translaccionais ou de Desligamento Direccional (Strike-Slip Faults):
       são falhas em que o movimento é aproximadamente horizontal, paralelo à direcção do plano de
     falha;
       o rejecto medido ao longo dessa direcção tem o nome de rejecto horizontal lateral ou direccional
     (strike-slip)


• Falhas de Desligamento Oblíquo (Oblique-Slip Faults):
      são falhas em que o movimento é inclinado e oblíquo em relação ao plano de falha (combinação
     dos dois casos anteriores);
• Com base no movimento relativo e no campo de
                                               tensões:
Bloco de referência
    (sem falhas)        Extensão                                                             σ1

                                                                                                  σ2
                                                                              σ3


Falha normal

                        Compressã
                                    o


                                                                                        σ3
                                                                                             σ2

                                                                                                   σ1
Falha inversa                  Compressã
                                           o




Cavalgamento                                                                            σ2

                                                                                                        σ1

                                                                                   σ3

Falha de desligamento
2. 6. Reconhecimento das falhas

• Características intrinsecas às próprias falhas


 Texturas e Estruturas Resultantes do Cisalhamento:




 Dependem:


 Velocidade e intensidade do cisalhamento


 Condições P e T
• Rochas cataclásticas

•São típicas das zonas de cisalhamento frágil, ocorrendo a profundidades até os 10 km.

                    •Até aos 4 km               rochas cataclásticas friáveis ou não coesivas

             •Dos 4 aos 10 (15 km)              rochas cataclásticas coesivas




                Argila de caixa de falha                             Pseudotaquilito
Brecha de falha




Cataclasito
• Rochas miloníticas


•São típicas das zonas de cisalhamento dúctil, ocorrendo a profundidades superiores a 10 (15 km)
Aspectos do Plano (Superfície) de Falha   Lineações, estrias ou “slikensides”




                                               Fibras minerais




          Cristas e sulcos
• Efeitos nas unidades geológicas ou estratigráficas


 Descontinuidades entre sequências geológicas;


 O significado tectónico das discordâncias;
Presença de escamas tectónicas;
Repetição ou omissão de estratos;

•Numa sondagem vertical:



•As falhas inversas levam à repetição de
estratos




•As falhas normais levam à omissão de
estratos


          Sim!!!
                            Não!!!
Arrepiamento de estratos - dobras de arrasto;

•São pequenos dobramentos que sofrem as superfícies de estratificação, junto às falhas. O
encurvamento faz-se na direcção do movimento do bloco oposto da falha.




          Falha inversa                                  Falha normal




                                                   Anticlinal em rollover
Critérios fisiográficos para o falhamento;

Escarpas de falha;




                     Evolução de uma escarpa de falha, por acção dos agentes erosivos
Deslocamento de cristas, vales ou cursos de água;
Alinhamento de nascentes de água e lagos de abatimento (“sag ponds”);
Variação brusca no perfil dos cursos de água;
2. OS GRANDES TIPOS DE FALHAS

3. 1. Falhas normais
                         •O tecto desce relativamente ao muro;


                         •Têm pendores de cerca de 60º;

                         •Colocam as rochas mais recentes em contacto com
                         as mais antigas;

                         •Levam ao estiramento crustal;
• Características do falhamento normal
                                                    Dobramentos associados;



                                                   Dobras em “roll over”;



                                         •Desenvolvem-se no bloco correrpondente
                                         ao tecto em falhas lístricas normais;




                                         - Falha lístrica - falhas côncava para cima,
                                         cujo pendor decresce em profundidade;




                                                     Dobras de arrasto;
Aspectos das superfícies das falhas;


•Podem ocorrer em todos os níveis crustais;


•As características da superfície irão depender:
               da forma da falha;
               da profundidade em que ocorreu o movimento
               do tipo de falhamento: fractura frágil, com deslizamento friccional; deformação dúctil.



•.Em níveis crustais pouco profundos dão origem:
           a rochas cataclásticas (grandes espessuras de brechas e megabrechas no bloco do tecto;
           a “slickensides”e a estrias ao longo da sua superfície.



•Em níveis crustais profundos originam aspectos associados com a deformação dúctil, incluindo
texturas miloníticas.
•A superfície da falha é irregular e possui “rampas” e “plataformas” para ligar os vários segmentos
          Rampas frontais;
          Rampas laterias.
• Forma e deslocamento das falhas normais




•Algumas falhas lístricas normais associam-se, ou transformam-se, em profundidade, numa falha de
“descolamento” (detachment fault).
• falhas de descolamento:
     Falhas de baixo ângulo que marcam um limite principal entre rochas não fracturadas, situadas
     abaixo, e o bloco do tecto, situado acima, que está normalmente deformado e falhado;
     Em muitas bacias sedimentares estão enraizadas ao nível de espessos complexos evaporíticos;
     No bloco do tecto, as falhas normais formam uma série de falhas imbricadas.




•Os sistemas de falhas normais são normalmente caracterizados por:
          uma falha principal com falhas subsidiárias associadas;
          por falhas de descolamento de baixo ângulo com blocos de falha imbricados a tecto.
• Associações estruturais de falhas normais


 Os sistemas de falhas normais



•As falhas normais aparecem em
grupos ou sistemas de muitas falhas
associadas;


•Em muitos casos, esses sistemas são em número de dois e designam-se por conjugados;



•As falhas maiores apresentam a maior quantidade de deslocamento e a deformação mais importante;


•As falhas menores, subsidiárias, apresentam deslocamentos relativamente mais pequenos,
proporcionando os ajustamentos necessários aos grandes deslocamentos.
          antitéticas (conjugadas);
          sintéticas (paralelas e com o mesmo sentido de deslocamento)


•Em muitas das bacias de rift a grande maioria das descobertas de hidrocarbonetos foram feitas em
armadilhas associadas a falhas.
Falhas normais locais associadas com outras estruturas




                                                   Domos;




                                                            Estruturas de colápso;
Sistemas regionais de falhas normais

    Riftes

• Na crosta continental;




                   Grande Vale do rifte - África
• Na crosta crosta oceânica;




                                                                 Ibéria
                            ti ca                        Tore
                          n
                        lâ          Açores
                     -at
                   io                                           Gibraltar
                 éd
                M
              a
           ist
                                              Madeira
         r
       C
                                              Canárias



                                                                África




                                      Cabo
                                      Verde
• Aulacógenos (riftes abortados);




• Situados em crosta continental, poderão corresponder a antigos riftes abortados;
Falhas de transferência;

• Os grandes sistemas de falhas normais não são contínuos mas sim segmentados;


• Os vários segmentos contactam entre si através de falhas translaccionais (ou de transferência);
Falhas lístricas de crescimento:

• A sua actividade ocorrer durante a sedimentação;
• Modelos cinemáticos dos sistemas de falhas normais




    Modelo do anticlinal em “rollover”
Modelo das peças de dominó (ou das falhas sintéticas)
Modelo das falhas normais lístricas imbrincadas
Modelo do dupléx distensivo
• Modelos extensão regional crustal




   Transição frágil-dúctil
Mecanismos e domínios da deformação crustal

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Mecanismos e domínios da deformação crustal

  • 1. Fernando C. Lopes Dep. Ciências da Terra; Centro de Geofísica - Univ. Coimbra
  • 2. 1. MECANISMOS E DOMÍNIOS DA DEFORMAÇÃO 1. 1. mecanismos da deformação 1 – Fracturação mecanismo responsável pela formação de falhas e fracturas; a deformação manifesta-se através de planos de ruptura; 2 - Flexão mecanismo responsável pela formação do dobramento flexural (concêntrico ou isópaco); a ductilidade dos materiais ainda não é importante; os estratos dobram-se de uma maneira simples, mantendo constante a sua espessura; 3 – Achatamento mecanismo que provoca a formação de xistosidade - descontinuidade planar penetrativa - com desenvolvimento de dobramentos similares ou anisópacos; as rochas tornam-se muito dúcteis e facilmente deformáveis; a deformação é intensa e generalisada, provocando a transformação de todos os elementos esféricos de referência em elipsóides achatados e estirados por “esmagamento” (cisalhamento puro) ou cisalhamento (cisalhamento simples);
  • 3. 4 – Fluxo material rochoso escoa de maneira similar à dos líquidos, dando origem a dobramentos diferentes dos referidos anteriormente. mecanismo que ocorre quando a rocha atinge temperaturas próximas ou superiores à do seu ponto de fusão, exibindo um comportamento análogo ao dos fluidos viscosos; •Em condições crescentes de pressão e temperatura, ou seja, da superfície para profundidades crescentes, observar-se-á: 1) fracturação (ou cisalhamento); 2) fracturação e flexão; 3) flexão; 4) flexão e achatamento; 5) achatamento; 6) achatamento e fluxo; 7) fluxo.
  • 4. 1. 2. Níveis estruturais •Níveis estruturais: os diversos domínios da crosta, verticalmente sobrepostos, onde os mecanismos dominantes da deformação permanecem os mesmos. •Nível Estrutural Superior domínio da fracturação por excelência (domínio da deformação frágil); mecanismo dominante é fracturação •Nível Estrutural Médio mecanismo dominante é a flexão; constitui o domínio do dobramento isópaco (deformação por flexão).
  • 5. •Nível Estrutural Inferior mecanismo dominante é inicialmente o achatamento, seguindo-se o fluxo e a fusão da rocha (anatexia); é limitado superiormente pela frente superior da xistosidade; na parte superior, dominam as dobras anisópacas, acompanhadas por uma xistosidade generalizada; a zona pode ser dividida em diversos subníveis, graças aos diferentes tipos de xistosidades aqui existentes (de fractura, de fluxo, de foliação); na parte inferior, a xistosidade desaparece e o material rochoso entra em fusão ou comporta-se como um fluido; o nível inferior é o domínio do metamorfismo o que permite fazer uma série de subdivisões. •Esta disposição ideal e simplificada dos níveis estruturais pode ser modificada ou perturbada: Contraste litológico entre os sedimentos e o seu substrato cristalino e localização dos dois conjuntos relativamente à parte central do orógeno; Grandes falhas (enraizamento profundo); Pressão de flúidos ou intersticial
  • 6. 2. FALHAS 2. 1. Conceito •falha - superfície de fractura, ou uma zona relativamente estreita, ao longo da qual um dos lados se desloca relativamente ao outro, segundo uma direcção paralela à superfície da fractura ou da zona (movimento de cisalhamento) •A sua dimensão pode variar desde a escala microscópica, até extensões superiores a centenas ou milhares de quilómetros, englobando os limites das grandes placas tectónicas; •São, frequentemente, estruturas com uma importância de primeira ordem na crusta terrestre e seu interior.
  • 7. 2. 2. Importância •Científica - são, por excelência, as estruturas geradoras de actividade sísmica. O seu estudo permite compreender os processos de geração dos sismos, de deformação crustal e de edificação das cadeias montanhosas. •Prática - permitem projectar estruturas de pontes, edifícios, barragens e zonas urbanas, capazes de minimizar os prejuizos causados pelos efeitos devastadores sua actividade. São excelentes armadilhas de hidrocarbonetos. •Estética - são responsáveis por alguns dos mais espectaculares cenários naturais da superfície terrestre.
  • 8. 2. 3. Estilos de falhamento • Fracturas e Zonas de Cisalhamento Frágil: •A maior parte das falhas são: simples fracturas provocadas por cisalhamento frágil: •a orientação e a disposição da superfície da fractura descrevem a interface entre rochas postas em contacto a quando do movimento ao longo da falha zonas constituídas por numerosas fracturas daquele tipo, pouco espaçadas e que se designam por zonas de cisalhamento frágil (ou zona de falha); •as numerosas fracturas de cisalhamento frágil põem em contacto massas de rocha perfeitamente esmagadas, os cataclasitos. • há nítida quebra física de contínuidade nas massas rochosas (perda de coesão interna); • são típicos dos níveis crustais próximos da superfície; • o movimento está confinado aos planos das falhas.
  • 9. • Zonas de Cisalhamento Dúctil: • são zonas de cisalhamento com deformação dúctil; • o movimento ocorre sem perda de coesão, à escala do afloramento ;
  • 10. • A translacção diferencial dos corpos rochosos, separados pela zona de cisalhamento, é feito através do fluxo dúctil do material rochoso; • o movimento cisalhante está distribuído por toda a zona, levando à distorção (variação da forma); • ocorrem vulgarmente em ambientes ígneos ou metamórficos, onde a temperatura e a pressão confinante é elevada • Podem também ocorrer durante a deformação de sedimentos brandos ainda não consolidados, como areias e argilas saturadas; • Por vezes, o estádio inicial de cisalhamento dúctil termina num estádio final de falhamento frágil - zonas de cisalhamento dúctil-frágil; a zona de cisalhamento é caracterizada por uma discreta superfície de falha ou zona de falha, limitada por rocha encaixante que sofreu deformação plástica; são típicas das grandes falhas que efectam a a totalidade da crusta.
  • 11. • Nas zonas de cisalhamento dúctil, as rochas crustais podem apresentar estiramento ou encurtamento. Cisalhamento frágil -Encurtamento Crustal: subida das rochas mais antigas e mais profundas, ficando em contacto anormal com rochas mais recentes e de níveis mais superfíciais. Cisalhamento dúctil Cisalhamento -Estiramento Crustal: rochas frágil relativamente mais jovens e de níveis mais superfíciais podem sofrer movimento cisalhante para baixo, em direcção a rochas mais profundas e mais antigas. Cisalhamento dúctil
  • 12. 2. 4. Terminologia Escarpa de falha Linha de falha Epicentro Tecto Ondas sísmicas o Muro Plano de falha
  • 13. 2. 5. Classificação • Com base no movimento relativo (deslizamento; slip): • Falhas com Desligamento Paralelo ao Pendor (Dip-Slip Faults): são falhas em que o movimento se faz para cima ou para baixo, paralelamente à direcção de pendor do plano de falha.; o rejecto medido ao longo dessa direcção tem o nome de rejecto vertical aparente ou de descida (dip-slip); • Falhas Translaccionais ou de Desligamento Direccional (Strike-Slip Faults): são falhas em que o movimento é aproximadamente horizontal, paralelo à direcção do plano de falha; o rejecto medido ao longo dessa direcção tem o nome de rejecto horizontal lateral ou direccional (strike-slip) • Falhas de Desligamento Oblíquo (Oblique-Slip Faults): são falhas em que o movimento é inclinado e oblíquo em relação ao plano de falha (combinação dos dois casos anteriores);
  • 14. • Com base no movimento relativo e no campo de tensões: Bloco de referência (sem falhas) Extensão σ1 σ2 σ3 Falha normal Compressã o σ3 σ2 σ1 Falha inversa Compressã o Cavalgamento σ2 σ1 σ3 Falha de desligamento
  • 15. 2. 6. Reconhecimento das falhas • Características intrinsecas às próprias falhas Texturas e Estruturas Resultantes do Cisalhamento: Dependem: Velocidade e intensidade do cisalhamento Condições P e T
  • 16. • Rochas cataclásticas •São típicas das zonas de cisalhamento frágil, ocorrendo a profundidades até os 10 km. •Até aos 4 km rochas cataclásticas friáveis ou não coesivas •Dos 4 aos 10 (15 km) rochas cataclásticas coesivas Argila de caixa de falha Pseudotaquilito
  • 18. • Rochas miloníticas •São típicas das zonas de cisalhamento dúctil, ocorrendo a profundidades superiores a 10 (15 km)
  • 19. Aspectos do Plano (Superfície) de Falha Lineações, estrias ou “slikensides” Fibras minerais Cristas e sulcos
  • 20. • Efeitos nas unidades geológicas ou estratigráficas Descontinuidades entre sequências geológicas; O significado tectónico das discordâncias;
  • 21. Presença de escamas tectónicas;
  • 22. Repetição ou omissão de estratos; •Numa sondagem vertical: •As falhas inversas levam à repetição de estratos •As falhas normais levam à omissão de estratos Sim!!! Não!!!
  • 23. Arrepiamento de estratos - dobras de arrasto; •São pequenos dobramentos que sofrem as superfícies de estratificação, junto às falhas. O encurvamento faz-se na direcção do movimento do bloco oposto da falha. Falha inversa Falha normal Anticlinal em rollover
  • 24.
  • 25. Critérios fisiográficos para o falhamento; Escarpas de falha; Evolução de uma escarpa de falha, por acção dos agentes erosivos
  • 26.
  • 27. Deslocamento de cristas, vales ou cursos de água;
  • 28. Alinhamento de nascentes de água e lagos de abatimento (“sag ponds”);
  • 29. Variação brusca no perfil dos cursos de água;
  • 30. 2. OS GRANDES TIPOS DE FALHAS 3. 1. Falhas normais •O tecto desce relativamente ao muro; •Têm pendores de cerca de 60º; •Colocam as rochas mais recentes em contacto com as mais antigas; •Levam ao estiramento crustal;
  • 31. • Características do falhamento normal Dobramentos associados; Dobras em “roll over”; •Desenvolvem-se no bloco correrpondente ao tecto em falhas lístricas normais; - Falha lístrica - falhas côncava para cima, cujo pendor decresce em profundidade; Dobras de arrasto;
  • 32. Aspectos das superfícies das falhas; •Podem ocorrer em todos os níveis crustais; •As características da superfície irão depender: da forma da falha; da profundidade em que ocorreu o movimento do tipo de falhamento: fractura frágil, com deslizamento friccional; deformação dúctil. •.Em níveis crustais pouco profundos dão origem: a rochas cataclásticas (grandes espessuras de brechas e megabrechas no bloco do tecto; a “slickensides”e a estrias ao longo da sua superfície. •Em níveis crustais profundos originam aspectos associados com a deformação dúctil, incluindo texturas miloníticas.
  • 33. •A superfície da falha é irregular e possui “rampas” e “plataformas” para ligar os vários segmentos Rampas frontais; Rampas laterias.
  • 34. • Forma e deslocamento das falhas normais •Algumas falhas lístricas normais associam-se, ou transformam-se, em profundidade, numa falha de “descolamento” (detachment fault).
  • 35. • falhas de descolamento: Falhas de baixo ângulo que marcam um limite principal entre rochas não fracturadas, situadas abaixo, e o bloco do tecto, situado acima, que está normalmente deformado e falhado; Em muitas bacias sedimentares estão enraizadas ao nível de espessos complexos evaporíticos; No bloco do tecto, as falhas normais formam uma série de falhas imbricadas. •Os sistemas de falhas normais são normalmente caracterizados por: uma falha principal com falhas subsidiárias associadas; por falhas de descolamento de baixo ângulo com blocos de falha imbricados a tecto.
  • 36. • Associações estruturais de falhas normais Os sistemas de falhas normais •As falhas normais aparecem em grupos ou sistemas de muitas falhas associadas; •Em muitos casos, esses sistemas são em número de dois e designam-se por conjugados; •As falhas maiores apresentam a maior quantidade de deslocamento e a deformação mais importante; •As falhas menores, subsidiárias, apresentam deslocamentos relativamente mais pequenos, proporcionando os ajustamentos necessários aos grandes deslocamentos. antitéticas (conjugadas); sintéticas (paralelas e com o mesmo sentido de deslocamento) •Em muitas das bacias de rift a grande maioria das descobertas de hidrocarbonetos foram feitas em armadilhas associadas a falhas.
  • 37. Falhas normais locais associadas com outras estruturas Domos; Estruturas de colápso;
  • 38. Sistemas regionais de falhas normais Riftes • Na crosta continental; Grande Vale do rifte - África
  • 39. • Na crosta crosta oceânica; Ibéria ti ca Tore n lâ Açores -at io Gibraltar éd M a ist Madeira r C Canárias África Cabo Verde
  • 40. • Aulacógenos (riftes abortados); • Situados em crosta continental, poderão corresponder a antigos riftes abortados;
  • 41. Falhas de transferência; • Os grandes sistemas de falhas normais não são contínuos mas sim segmentados; • Os vários segmentos contactam entre si através de falhas translaccionais (ou de transferência);
  • 42. Falhas lístricas de crescimento: • A sua actividade ocorrer durante a sedimentação;
  • 43. • Modelos cinemáticos dos sistemas de falhas normais Modelo do anticlinal em “rollover”
  • 44. Modelo das peças de dominó (ou das falhas sintéticas)
  • 45. Modelo das falhas normais lístricas imbrincadas
  • 46. Modelo do dupléx distensivo
  • 47. • Modelos extensão regional crustal Transição frágil-dúctil