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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA 
SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E DE TECNOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL 
ASPECTOS NEGATIVOS DOS FUMOS DE SOLDAGEM: 
PREVENÇÃO E SOLUÇÕES PARA SALVAGUARDAR A SAÚDE DO 
TRABALHADOR 
PONTA GROSSA 
2005
ALTAMIR ANTONIO MAESTRI 
CLAUDIO ANTONIO VITALI 
ASPECTOS NEGATIVOS DOS FUMOS DE SOLDAGEM: 
PREVENÇÃO E SOLUÇÕES PARA SALVAGUARDAR A SAÚDE DO 
TRABALHADOR 
Trabalho de conclusão de curso, orientado pela 
Profa. Flávia Andréa Modesto, MsC. como 
requisito para obtenção do título de especialista 
de segurança do trabalho 
PONTA GROSSA 
2005
Maestri, Altamir Antonio e Vitali, Claúdio Antonio 
Aspectos negativos dos fumos de soldagem: prevenção e soluções 
para salvaguardar a saúde do trabalhador/Altamir Antonio Maestri e 
Cláudio Antonio Vitali. Ponta Grossa, 2005. 
49 f. 
Monografia. Especialização – Universidade Estadual de Ponta Grossa 
– PR 
Orientadora: Professora Flávia Andréa Modesto 
1-Riscos químicos. 2-Fumos. 3-Soldagem. 4-Segurança. 5- 
Equipamentos. 6-Oficina. 7-Trabalhador. 8-Prevenção. 9-Soluções.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA 
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 
ASPECTOS NEGATIVOS DOS FUMOS DE SOLDAGEM: 
PREVENÇÃO E SOLUÇÕES PARA SALVAGUARDAR A SAÚDE DO 
TRABALHADOR 
Trabalho de Conclusão de Curso submetido à Universidade Estadual de Ponta 
Grossa para obtenção do título de Especialista de Segurança do Trabalho 
Departamento de Engenharia Civil 
EQUIPE: 
ALTAMIR ANTONIO MAESTRI 
CLAUDIO ANTONIO VITALI 
Prof. Carlos Luciano Sant´Ana Vargas, D. Eng. 
Coordenador do EngSeg2004 
BANCA EXAMINADORA: 
Profa. Flávia Andréa Modesto, MsC. 
Orientadora 
Prof. Carlos Luciano Sant´Ana Vargas, D. Eng. 
Prof.Gerson Luiz Carneiro, Esp. 
Membros 
Ponta Grossa, novembro de 2.005
Dedicamos este trabalho aos nossos 
mestres e familiares.
Sinceros agradecimentos aos nossos mestres e, 
em especial, à nossa Orientadora, Professora 
Flávia Andréa Modesto.
RESUMO 
O ambiente de trabalho geralmente comporta algum tipo de risco, seja ele químico, 
físico, biológico, mecânico/acidental ou ergonômico. No caso analisado, trabalhou-se 
com o risco químico oferecido pelos gases oriundos dos fumos de soldagem, com 
pesquisa bibliográfica e estudo de caso de uma oficina mecânica de uma indústria 
guarapuavana. O objetivo que norteou este estudo foi o desenvolvimento de 
solução viável, técnica e economicamente, para a diminuição ou eliminação da 
insalubridade do ambiente de trabalho na referida oficina. Num primeiro momento, a 
pesquisa bibliográfica voltou-se para os riscos ambientais, abordando 
especificamente o risco químico, incluindo-se aí o processo de soldagem, onde 
foram apresentados as mais diversas possibilidades de efetuar-se a solda. Em 
seguida passou-se ao estudo de caso, discorrendo sobre a segurança no trabalho, 
que envolve Equipamentos de Proteção Coletiva e Equipamentos de Proteção 
Individual. Assim, complementando, na parte teórico-prática, procedeu-se a uma 
análise da oficina, através da observação, registrando-se a situação encontrada 
através de fotos. Com base nas observações realizadas in loco, procurou-se apontar 
possíveis soluções para os problemas encontrados. 
Palavras-chave: riscos químicos, fumos, soldagem, segurança, equipamentos, 
oficina, trabalhador, prevenção, soluções
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1 – a) Solda a arco com eletrodo metálico coberto .......................................23 
b) Seção transversal da área do arco......................................................23 
Figura 2 – Equipamento para soldagem a arco sob gás e eletrodo de tungstênio ..23 
Figura 3 - Equipamento para soldagem a arco sob gás com eletrodo metálico ......24 
Figura 4 – Solda a arco submerso ............................................................................25 
Figura 5 - Equipamento para soldagem a arco de plasma .......................................26 
Figura 6 – Solda a maçarico ou solda a gás ............................................................28 
Figura 7 – Barreira contra fogo e respingos .............................................................30 
Figura 8 – Proteção respiratória ................................................................................35 
Figura 9 – Máscara com filtro de escurecimento automático ...................................36 
Figura 10 – Sistema de ar comprimido Fresh-air C...................................................37 
Figura 11 – Alguns dos equipamentos utilizados pelo soldador ...............................38 
Figura 12 – Aspecto geral da oficina e da bancada de trabalho ..............................38 
Figura 13 – Ventilação da oficina .............................................................................39 
Figura 14 - Braço extrator individual .........................................................................41 
Figura 15 – Braço extrator individual acoplado diretamente a um exaustor..............41 
Figura 16 – Braço extrator acoplado a unidade de filtragem .....................................41 
Figura 17 – Instalação centralizada para captação de poluentes .............................42 
Figura 18 – Exaustor/insuflador portátil .....................................................................42 
Figuras 19 e 20 – Unidades móveis de extração e filtragem de poluentes ...............43 
Figuras 21 e 22 – Filtro mecânico de papel e filtro eletrostático móvel .....................43
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1 – Filtros para fumos de solda......................................................................40
ABREVIAÇÕES 
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas 
CA – Certificado de Autorização 
CIPA- Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 
EPI – Equipamento de Proteção Individual 
EPC – Equipamento de Proteção Coletiva 
GMA – Gas Metalic Arc 
GTA ou TIG – Gas Tungstênio Arc 
IV – Radiação Infra Vermelha 
LT – Limite de Tolerância 
NR – Norma regulamentadora 
PAC – Plasma Arc Cut 
PAW – Plasma Arc Welding 
PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais 
SMA – Soldering Metalic Arc 
SAW – Submersion Arc Welding 
SOBES – Sociedade Brasileira de Engenharia e Segurança 
TLV – Threshold Limit Values 
UNESP – Universidade Estadual de São Paulo 
UV – Radiação Ultra Violeta 
UV – B – Radiação Ultra Violeta classe B 
UV – C – Radiação Ultra Violeta classe C
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 10 
2 ASPECTOS NOCIVOS DOS FUMOS DE SOLDAGEM ............................... 12 
2.1 RISCOS AMBIENTAIS .................................................................................. 12 
2.1.1 Riscos Químicos ........................................................................................... 13 
2.2 SOLDAGEM ................................................................................................. 19 
3 SEGURANÇA EM SOLDAGEM: ESTUDO DE CASO .............................. 29 
3.1 SEGURANÇA NO LOCAL DE TRABALHO ................................................. 29 
3.2 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI .............................. 33 
3.3 EQUIPAMENTOS PARA CAPTAÇÃO LOCALIZADA DE POLUENTES ..... 38 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................... 45 
5 REFERÊNCIAS ............................................................................................ 48
10 
1 INTRODUÇÃO 
De acordo com estatísticas do Ministério do Trabalho1, os metalúrgicos estão 
entre as categorias mais afetadas pelos acidentes de trabalho, incluindo 
principalmente acidentes por impacto (como quedas e peças metálicas que caem de 
determinadas alturas). No presente estudo analisamos os acidentes causados por 
agentes químicos, tais como os fumos de soldagem, que não causam 
conseqüências imediatas para o trabalhador, mas a médio e longo prazos. Esses 
fumos são altamente prejudiciais aos funcionários envolvidos no processo, pois 
causam elevado mal-estar e sérias doenças do sistema respiratório. Afetam também 
o rendimento dos soldadores no serviço e, o que é muito grave, envolvem o soldador 
de tal forma que este acaba se adaptando a este ambiente de trabalho altamente 
nocivo, acostumando-se a isto. 
Além dos problemas do ato de soldar, as questões de lay-out, o fluxo de 
trabalho, a jornada de trabalho, o ritmo imposto, as condições de máquinas e 
equipamentos, a ausência de equipamentos de exaustão, enfim, os mais diversos 
problemas existentes nas oficinas metalúrgicas, contribuem para criar um ambiente 
de trabalho extremamente pernicioso à saúde do trabalhador. 
O objetivo geral deste estudo é demonstrar os danos causados pelos fumos 
de soldagem e apresentar soluções viáveis, técnica e economicamente, para 
minimizar ou eliminar a insalubridade do ambiente de trabalho, sendo efetuado 
1< http://www.trabalho.gov.br/Empregador/segsau/analise/Dados 2003/conteudo.1486.pdf >acesso em 
24/05/2005, às 20:30hs.
11 
estudo de caso numa oficina mecânica da indústria guarapuavana. 
Portanto, o presente trabalho foi dividido em dois capítulos, sendo que na 
primeira parte procedeu-se a uma pesquisa bibliográfica sobre os fumos de 
soldagem em especial, avaliando seus riscos, pois soldar é uma atividade que 
oferece um alto grau de insalubridade ao soldador. Na segunda parte procurou-se 
caracterizar o ambiente de trabalho e o ar respirado, os fumos e outros 
contaminantes gerados na oficina de manutenção e na indústria, visando às 
possíveis soluções para o tratamento destes elementos no ambiente de trabalho. 
Assim, serão sugeridas diversas alterações no ambiente de trabalho, levando-se em 
conta o beneficio, para aplicação na indústria em questão.
12 
2 ASPECTOS NOCIVOS DOS FUMOS DE SOLDAGEM 
2.1 RISCOS AMBIENTAIS 
De acordo com Herzer (1997), constituem riscos ambientais os agentes 
físicos, biológicos, mecânicos, ergonômicos e químicos, encontrados no local de 
trabalho e passíveis de causar danos à saúde do trabalhador, devido a sua 
impureza, concentração ou intensidade. 
Os riscos físicos originam-se de agentes que transferem energia para o 
organismo humano. Conforme a quantidade e a velocidade de energia transferida, 
serão maiores ou menores as conseqüências para o indivíduo que está exposto. Por 
exemplo: ruído, vibrações, radiações não ionizantes, radiações ionizantes, 
iluminação, frio, umidade, calor, pressões anormais. 
Os riscos biológicos provêm de agentes vivos encontrados no meio 
ambiente e que transmitem várias moléstias, tais como os vírus, as bactérias e os 
fungos. 
Os riscos ergonômicos resultam da inadequação do ambiente laboral ao 
trabalhador. 
De acordo com a NR-9, “consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, 
químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua 
natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de 
causar danos à saúde do trabalhador.” 
Agentes físicos, para essa Norma, são “as diversas formas de energia a que 
possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões 
anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não-ionizantes, 
bem como o infra-som e o ultra-som”.
13 
A referida norma define como agentes químicos “as substâncias, compostos 
ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de 
poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da 
atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através 
da pele ou por ingestão”. 
Segundo essa Norma, agentes biológicos são as bactérias, fungos, bacilos, 
parasitas, protozoários, vírus, entre outros. 
No presente trabalho, o enfoque será dado aos riscos químicos. 
2.1.1 Riscos Químicos 
De acordo com Colacioppo (1985), para estudar um agente químico, é 
aconselhável dividi-lo em três aspectos fundamentais: reconhecimento, avaliação e 
controle. 
a - Reconhecimento 
Essa etapa consiste de uma visita ao local, onde agentes químicos dos fumos 
de soldagem podem estar agindo. Efetivando-se um levantamento desse local, são 
reconhecidos alguns pontos importantes para o estudo, tais como: área de 
exposição, número de trabalhadores expostos, tempo de exposição dos 
trabalhadores, movimentação de materiais para identificar as funções dos 
trabalhadores, ritmo de trabalho, condições ambientais, agentes a pesquisar e 
outras substâncias que possam modificar os resultados. 
b - Avaliação 
Esta fase consiste na medição de um determinado parâmetro, por exemplo, a 
concentração de fumo no local de trabalho, objetivando verificar a extensão da 
contaminação no local a ser examinado.
14 
Conforme Colacioppo (1985), uma preocupação nesta etapa diz respeito à 
ausência de métodos padrão e de limites de tolerância para que se possa comparar 
os resultados obtidos na avaliação. 
Para a medição, deve-se escolher o equipamento adequado, o tempo de 
amostragem, normalmente diário, número de trabalhadores a serem amostrados, 
análise do material coletado e, finalmente, a determinação de possíveis causas de 
erros nas medições ambientais. A outra etapa consiste de comparação dos valores 
de concentração atmosférica dos turnos de soldagem com os padrões de limites de 
tolerância (LT). Haja visto que o Brasil não dispõe de LT, normalmente se utiliza a 
orientação da American Conference of Govemmental Hygienists (ACGIH), que reúne 
todas as informações possíveis e publica anualmente a lista "Threshold Limit Values" 
(TLV). Os TLV referem-se a concentrações de aerodispersóides e representam 
condições sob as quais supõe-se que quase todos os trabalhadores podem estar 
expostos dia após dia sem efeito adverso. Adicionalmente à comparação com limites 
de tolerância, também existe a necessidade de se efetuar uma avaliação biológica 
do ambiente, que consiste em realizar testes que possam refletir não só a exposição, 
mas também a absorção, pelo trabalhador, dos agentes químicos a que está 
exposto. 
c - Controle 
O controle se dá através de duas formas, isto após as duas primeiras fases, 
por medidas de engenharia de higiene industrial e por medidas de medicina do 
trabalho. Nestas fases deve-se considerar a possibilidade de eliminação ou controle 
da fonte de fumos metálicos, uso de ventilação exaustora, exames médicos antes 
durante e após o trabalhador iniciar suas atividades, a fim de detectar qualquer sinal 
ou sintoma precoce de uma ação dos fumos metálicos sobre o organismo.
15 
Conforme a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, da UNESP 
(2005), os riscos químicos estão presentes nos ambientes de trabalho sob os mais 
variados estados: sólidos, líquidos e gasosos, sendo classificados em: poeiras, 
fumos, névoas, gases vapores, neblinas e substâncias, compostos e produtos 
químicos em geral. No presente capítulo, vamos tratar mais especificamente dos 
cinco primeiros, ou seja, das poeiras, fumos, névoas, gases e vapores, que são 
aerodispersóides, isto é, encontram-se dispersos no ar. 
a) Poeiras 
Para a referida CIPA, as poeiras são partículas sólidas que se originam 
através de processo mecânico ao romper as partículas maiores. As poeiras podem 
ser: minerais (sílica, asbesto, carvão mineral), vegetais (algodão, bagaço de cana-de- 
açúcar) e alcalinas (calcário). Qualquer um desses tipos é nocivo à saúde do 
trabalhador, gerando as seguintes conseqüências da sua exposição, 
respectivamente: silicose, asbestose, pneumoconiose dos minérios de carvão, 
bissinose, bagaçose, doenças pulmonares obstrutivas crônicas e enfizema 
pulmonar. Além disso, existem as poeiras incômodas, que vêm juntar-se a outros 
agentes nocivos encontráveis no ambiente de trabalho, tornando-os mais 
prejudiciais ainda. 
b) Fumos 
A CIPA da UNESP (2005) traz a seguinte definição de fumos: “partículas 
sólidas produzidas por condensação de vapores metálicos”. Como exemplo típico, o 
autor cita o fumo de óxido de zinco, o qual exala por ocasião das operações de 
soldagem com ferro e pode causar sérios danos ao trabalhador, representados por 
doença pulmonar obstrutiva, febre de fumos metálicos, intoxicação específica, 
conforme o metal utilizado.
16 
Burgess (1997, p. 173) esclarece: 
Os possíveis riscos à saúde causados por exposições a fumos metálicos 
durante a soldagem a arco com eletrodo metálico coberto dependem, 
obviamente, do metal que está sendo soldado e da composição do eletrodo. 
O componente principal do fumo gerado por aço doce é o óxido de ferro. Os 
danos causados pela exposição ao fumo de óxido de ferro parecem ser 
limitados. A deposição de partículas de óxido de ferro no pulmão causa, 
realmente, uma pneumoconiose benigna conhecida como siderose. Não há 
enfraquecimento funcional do pulmão, nem proliferação de tecido fibroso. 
Na lição de Thornton (1994), as partículas do fumo de soldagem, 
provenientes do arco de gás formado durante o processo, configuram-se como um 
dos maiores causadores de risco para a saúde dos soldadores. Por ocasião do 
trabalho com solda, estas partículas ficam concentradas na zona respiratória do 
soldador, representando potencial perigo para a sua integridade respiratória. 
Possivelmente os soldadores podem estar sofrendo de problemas respiratórios, 
mas desconhecem o fato. 
Segundo Chung et al (1997), o fumo produzido durante a soldagem consiste 
num aerosol resultante da condensação e oxidação de metal vaporizado. Sua 
composição pode incluir outros materiais que originalmente fazem parte dos 
componentes de consumo da soldagem ou do metal que está sendo soldado. Esta 
miscigenação de gases e partículas no ar representam um risco para a saúde, 
conforme a composição e concentração do fumo e o período de exposição. 
De acordo com Colacioppo (1985), os fumos de soldagem representam os 
principais agentes químicos aos quais os soldadores encontram-se expostos. Além 
das várias patologias que cada substância pode desenvolver individualmente, 
observam-se ações aditivas para o aparelho respiratório, as quais podem redundar 
em câncer pulmonar. 
Extremamente pernicioso, o fumo de soldagem afeta não apenas os 
soldadores mas também os trabalhadores que compartilham o mesmo ambiente
17 
laboral. Esse fumo pode causar dor de cabeça, irritação nos olhos, e deixar os 
trabalhadores inebriados, fatores que podem contribuir para a ocorrência de 
acidentes de trabalho. 
Além de estarem condicionados à composição do metal e do eletrodo, os 
riscos vão depender também do processo de soldagem, da densidade da corrente 
elétrica, da taxa de deposição do eletrodo, do tempo do arco, da configuração da 
alimentação da eletricidade e polaridade direta ou invertida. A esses fatores 
condicionantes, Burgess (1997, p. 173) acresce outro: o próprio ambiente de 
trabalho. “O ambiente de trabalho também define o nível de exposição aos fumos de 
soldagem e inclui o tipo e qualidade da ventilação exaustora e se a soldagem é feita 
em área externa, em um galpão ou em espaço confinado”. 
c) Névoas 
Para a CIPA da UNESP (2005), define-se névoas como “partículas líquidas 
resultantes da condensação de vapores ou da dispersão mecânica de líquidos”. 
Como exemplo, são citados dois tipos: a névoa formada no processo de pintura a 
revólver e o monóxido de carbono expelido pelos escapamentos dos automóveis. 
d) Gases e vapores 
De acordo com a Sociedade Brasileira de Engenharia de Segurança – 
SOBES (2005), nos ambientes de trabalho nas indústrias e metalúrgicas que utilizam 
os processos de soldagem, inúmeros gases podem estar presentes no ar e, sendo 
inalados pelo trabalhador, causam efeitos irritantes, em especial nas vias 
respiratórias. 
O local de ação é em geral determinado pela solubilidade. Aqueles que são 
muito solúveis na água serão rapidamente absorvidos pelas vias aéreas 
superiores, onde agem como irritantes. Os de baixa solubilidade na água 
agirão mais adiante, no pulmão. Vem a seguir os de solubilidade 
intermediária, cuja ação se faz no correr de todo o aparelho respiratório. 
(SOBES, 2005)
18 
Além de prejudiciais em estado gasoso, alguns produtos são nocivos em 
estado sólido e, ao entrarem contato com a epiderme, originam queimaduras ou 
inflamação. 
Segundo a CIPA da UNESP (2005), define-se como gás o “estado natural das 
substâncias nas condições usuais de temperatura e pressão”. Exemplos fornecidos 
incluem o gás liquefeito de petróleo (GLP), hidrogênio, ácido nítrico, butano e ozona. 
De acordo com a SOBES (2005), os gases irritantes são classificados em dois 
tipos: irritantes primários e irritantes secundários. 
Os gases irritantes primários agem no local de contato com o organismo, não 
causando ação tóxica sistêmica, ou seja, não envolvem totalmente o organismo. Por 
exemplo: amônia, ácido sulfúrico, ácido fluorídrico, formol, anidrido sulfuroso, cloro e 
ozônio. A SOBES (1995) assim define este último: “é um severo irritante das 
mucosas. É um gás incolor, muito reativo com cheiro característico que aparece, por 
exemplo, na solda. Diminui a acuidade visual, dá falta de ar, tosse, constrição 
torácica, perturbação da coordenação e, dependendo da concentração, morte”. 
Os gases irritantes secundários agem no local do contato com o organismo, 
principalmente nas membranas mucosas. Visto que são absorvidos, causam um 
efeito geral no organismo. São exemplos dessa categoria o hidrogênio sulfurado, o 
sulfeto de hidrogênio e o gás sulfídrico. Este, além de causar ação irritativa tópica, 
exerce ação sistêmica caracterizada por excitação e depressão do sistema nervoso, 
principalmente no centro respiratório, o que pode levar a óbito imediato. 
Os gases e vapores irritantes produzem uma inflação nos tecidos das vias 
respiratórias que pode levar ao edema pulmonar, derrame pleural e outras 
reações. Eles também podem causar manifestações como rinite, faringite e 
laringite, tosse e dor no peito que pode ser encarada como um sinal de 
agravamento e de alarme para prevenir exposições excessivas que podem 
afetar gravemente o aparelho respiratório. Outros irritantes agem sobre os 
brônquios, originando bronquites ou broncopneumonia. O edema pulmonar, 
que em geral é uma manifestação grave, pode ocorrer de 4 a 24 horas após 
a exposição. (SOBES, 2005)
19 
Na lição de Vieira (1996), os diversos agentes químicos penetram no 
organismo humano principalmente pela via respiratória, visto que o trabalhador inala 
considerável quantidade de ar durante sua jornada diária de trabalho e a área 
alveolar, sendo muito extensa, apresenta-se bem permeável, com muitos vasos e 
indefesa perante as substâncias agressivas. 
A partir do momento em que o trabalhador aspira uma substância inorgânica 
granular, esta desencadeia uma ação muito complexa em seu organismo. Os grãos 
maiores encontram uma barreira nos pêlos das narinas, sendo retidos também pela 
ciliação da traquéia. Grãos menos espessos, com 0,5 mícron ou menos, adentram 
os pulmões do ser humano mas a respiração se encarrega de expeli-los. 
Problemáticos realmente são os grãos cujo tamanho oscila entre 0,5 e 5 mícron, 
que, penetrando nos pulmões, se alojam nos terminais alveolares, 
responsabilizando-se por inúmeros distúrbios. Portanto, pode-se concluir que quase 
toda fumaça de soldagem pode chegar aos pulmões. (OKUMURA; TANIGUCHI , 
1982) 
Aqueles gases e vapores que não se fixam no revestimento mucoso, 
mesclam-se ao ar inalado pelo indivíduo e vão alojar-se nos alvéolos. Assim, esses 
elementos atravessam a barreira formadas por estes sacos e logo se integram ao 
fluxo sanguíneo. De acordo com a natureza química do gás, a penetração será 
maior ou menor. (TORREIRA, 1999) 
2.2 SOLDAGEM 
De acordo com Burgess (1997, p. 168), “soldagem é um processo para ligar 
metais no qual a coalescência é produzida pelo aquecimento do metal a uma
20 
temperatura adequada”. 
A Sociedade Americana de Soldagem catalogou 80 processos de soldagem 
utilizados na indústria em geral. Contudo, o uso mais generalizado e o potencial de 
levar o soldador a exposições restringe-se a 10 técnicas. Sem muita preocupação 
com os aspectos técnicos, procurou-se analisar algumas técnicas de soldagem, 
tendo em vista os danos que acarretam aos trabalhadores envolvidos direta e 
indiretamente. 
1) Soldagem a arco com eletrodo metálico coberto 
Os acidentes por radiações do arco ocorrem mais facilmente durante a 
soldagem, prejudicando os soldadores e até mesmo outros trabalhadores que se 
encontrem trabalhando nas imediações. 
Conforme Burgess (1997, p. 170), “a vareta de solda ou eletrodo pode causar 
implicações significantes na saúde do trabalhador. O eletrodo contém a mesma liga 
metálica ou similar ao metal base.” O revestimento do eletrodo libera gases como o 
dióxido de carbono. Segundo Pantucek (1971, apud BURGES, 1977, p 171), o fumo 
desprendido de eletrodos revestidos pode conter óxidos de ferro, óxido de 
manganês, fluoretos, dióxido de silício e componentes de titânio, níquel, cromo, 
molibdênio, vanádio, tungstênio, cobre, cobalto, chumbo e zinco. 
Caso o soldador fique muito exposto aos fumos de soldagem de baixo 
hidrogênio em locais sem ventilação ou com ventilação deficiente, pode sentir 
irritação nas narinas e na garganta e sangramento crônico no nariz. As 
concentrações apenas são problemáticas em soldagem quando se trabalha em 
oficina fechada. 
Conforme Okamura; Taniguchi (1982), durante o processo de soldagem são 
gerados raios ultravioletas de alta intensidade (ondas de comprimento inferior a 380
21 
nm) e raios infravermelhos relativamente intensos (ondas de comprimento superior a 
760 nm), além da radiação de espectro visível da luz (380 a 760 nm). 
Nas radiações ultravioleta (UV), os raios com aproximadamente 297 nm de 
comprimento são absorvidos pela córneo e pelo cristalino do olho humano. Caso 
esses raios sejam irradiados para os olhos do soldador, acima de uma determinada 
dosagem, ele tem a sensação de estar com um corpo estranho nos olhos, lacrimeja 
intensamente e tem espasmos nictitantes (piscar de olhos) após um período de 
incubação determinado pelo tempo das exposições. O intervalo entre a exposição e 
o surgimento dos sintomas oscila entre meia a 24 horas, mas habitualmente ocorrem 
num lapso temporal de 6 a 12 horas. O referido período é inversamente proporcional 
à intensidade da radiação: quanto maior for a dosagem, mais precocemente 
manifestar-se-ão os sintomas agudos que, geralmente, perduram por 
aproximadamente 6 a 24 horas, cessando completamente a dor em menos de 48 
horas. (OKUMURA; TANIGUCHI, 1982) 
As radiações são perigosas quando situadas na faixa de espectro UV-C e UV-B, 
pois podem causar eritema da pele ou avermelhamento. Burguess (1997, p. 175) 
relata que até agora não ficou evidente que a radiação IV oriunda da soldagem a 
arco tivesse causado dano aos olhos. Já a radiação na faixa UV-B é absorvida no 
epitélio da córnea do olho e causa fotoqueratite. Algumas horas após a exposição ao 
arco o trabalhador sente dores fortes, que vão cessar somente em 24 horas. A 
exposição a essa faixa causa a condição aguda conhecida como “olho de arco”, 
“areia no olho” “queimadura por luz”. 
Quanto às radiações visíveis, situadas entre 380 a 760 nm, podem originar-se 
das soldas em geral. Segundo Okumura; Taniguchi (1982), os raios visíveis são 
transmitidos através da córnea e do cristalino, até alcançarem a retina. Na presença
22 
de forte luminosidade, os olhos ficam fatigados, perdendo sua eficiência. Contudo, 
na maioria das vezes este fenômeno é temporário. Visto que os raios visíveis são 
refratados pelo cristalino, para serem focalizados na retina, quando os olhos ficam 
expostos à luminosidade muito intensa, podem sofrer danos. 
Assim como a radiação visível, os raios infravermelhos (IV) de comprimento 
de onda igual ou superior a 1.600 nm penetram nos olhos do soldador e causam 
danos. De acordo com Okumura (1982), grande parte dos raios infravermelhos 
absorvidos pelos olhos transforma-se em calor. Caso o trabalhador fique sempre 
exposto à radiação, provavelmente será afetado, surgindo inflamação nas pálpebras 
e córneas, início de presbitismo, catarata, etc. 
Gareis (1994) adverte que o trabalhador que usa lentes de contato não deve 
envolver-se diretamente com a soldagem, pois a radiação infravermelha resultante 
desse processo causa aquecimento do líquido do olho e já foram registrados casos 
em que a lente de contato aderiu à córnea com o calor. 
Burgess (1997) acredita que, após sofrerem com problema de radiação uma 
vez, os soldadores certamente ficam mais conscientes dos perigos e procuram 
proteger-se contra uma reincidência, utilizando os equipamentos de proteção 
individual (EPIs) adequados. Contudo, o fato de os olhos recuperarem-se facilmente 
de irritações momentâneas prejudica o trabalho de conscientização dos operários e 
seus superiores quanto aos perigos que a radiação representa no longo prazo.
23 
SUPORTE 
ELETRODO DO ELETRODO 
GERADOR 
DA SOLDA 
TRABALHO 
FIO CONDUTOR PARA O TRABALHO 
Metal Base 
Solda 
Corrente do arco 
Profundidade 
da cratera 
Revestimento do eletroduto 
Arame intermo 
Atmosfera para soldagem 
Poça do arco 
Escória solidificada 
Figura 1 – a) soldagem a arco com eletrodo metálico coberto (SMA) (cortesia de Hobart 
Brothers, Inc.); b) seção transversal da área do arco. 
Fonte: Burgess, 1997, p. 170. 
2) Soldagem a arco sob gás com eletrodo de tungstênio (GTA) 
De acordo com Burgess (1997, p. 177), assim que surgiu esse processo de 
soldagem, gerou uma preocupação a respeito do provável problema causado pelos 
níveis de óxido de tório suspensos no ar. Contudo, ficou demonstrado que os níveis 
desse óxido suspensos na área de respiração eram insignificantes. Mesmo assim, 
foi aconselhado o controle por ventilação quando for utilizado eletrodo revestido de 
tungstênio e tório. 
Máquina 
de soldar 
Suprimento 
de gás 
Suporte do Eletrodo 
Eletrodo de 
Tungstênio 
Capa 
Isolante 
Passagens 
de gás 
Condutor 
Elétrico 
Gás de 
Proteção 
Peça de Trabalho 
Figura 2 – Equipamento para soldagem a arco sob gás e eletrodo de tungstênio. 
Fonte: Burgess, 1997, p. 176.
24 
3) Soldagem a arco sob gás com eletrodo metálico (GMA) 
Segundo Burgess (1997), a soldagem sob gás inerte com eletrodo metálico 
situa-se como um processo que produz a maior quantidade de radiação ultravioleta, 
seguida pela soldagem a arco com eletrodo metálico revestido; em último lugar 
encontra-se a soldagem sob gás inerte com eletrodo de tungstênio. 
“As concentrações de fumo da solda na soldagem a arco sob gás com 
eletrodo de tungstênio são mais baixas do que na soldagem com vareta manual e do 
que na soldagem de arco sob gás com eletrodo metálico”. (BURGESS, 1997, p. 177) 
Conforme estudos de Alpaugh et al (1968, apud BURGUESS, 1997, p. 179), 
as concentrações de óxido de ferro no fumo geralmente apresentavam índices mais 
elevados quando era empregada a técnica da solda a arco com metal coberto. 
Carretel 
de arame 
Propulsor de arame 
pode ficar no cabo do 
maçarico de solda ou 
no carretel de arame 
Gás de Proteção 
Propulsor 
de arame 
Suprimento 
de Gás 
Controles para manipulação 
do propulsor de arame, 
corrente, fluxo de gás e água 
para resfriamento, se usada 
Contator 
Soldador 
cc 
Figura 3 – Equipamento para solda a arco sob gás com eletrodo metálico. 
Fonte:Burgess, 1997, p.178. 
4) Solda a arco submerso (SAW) 
Em conformidade com Marini (1994), dentre os diferentes processos de 
soldagem, cada um pode causar uma patologia particular no soldador. O período 
crítico para a visão é a mudança de atitudes e adaptação às novas situações. 
A principal exposição deste processo é ao fluoreto de hidrogênio e
25 
partículas solúveis de fluoreto liberadas pelo fundente de solda. Uma vez 
que o fundente elimina a radiação direta do arco e suprime a geração do 
fumo de metal, a solda a arco submersa não tem merecido por parte da 
higiene industrial um estudo de maior importância. (BURGESS, 1997, p. 
181) 
Controles 
Mecanismo de acionamento do fio 
Depósito do 
fundente 
Suprimento de 
arame de solda 
Guia do arame de solda 
e acelerador de corrente 
Peça de trabalho 
Fonte de eletricidade 
(a) 
Fundente - tubo 
alimentador 
Fundente 
Metal base 
Fio eletrodo 
Escória derretida 
Escória Solidificada 
Metal de solda solidificado 
Metal de solda derretido 
(b) 
Trilha do arco 
Figura 4 – Solda a arco submerso, (a) equipamento de solda; (b) corte transversal da solda. 
Fonte: Burgess, 1997, p. 180. 
5) Soldagem e corte a arco de plasma (PAW e PAC) 
Na lição de Burgess (1997, p. 181), o processo de arco de plasma comporta 
riscos à saúde do trabalhador, tais como exposições a barulhos, ozônio, dióxido de 
nitrogênio e gás metálico. Embora acarrete à saúde do soldador os mesmos danos 
verificados no processo de solda a arco sob gás com eletrodo de tungstênio, a 
soldagem a arco com plasma é mais perniciosa ainda, pois seu espectro de UV é 
mais intenso. Consequentemente, há exposições relevantes da pele e dos olhos, 
sendo necessário a utilização de roupas especiais (de couro cromado) e proteção 
para os olhos (14 graus, contra 10 na solda manual a arco com metal coberto leve). 
Além do mais, o ruído a que está exposto o soldador chega à faixa de 110 a 120 
decibéis. Devido a sua origem aerodinâmica, vinda da corrente de plasma, torna-se 
difícil controlar tal ruído.
26 
Komarova et al. (1992) efetivou estudos em uma indústria metalúrgica russa 
onde os soldadores de uma linha de produção de dispositivo laser ficaram expostos 
aos flashes de luz de plasma e laser, ultrapassando os níveis máximos permitidos. 
Conseqüentemente, as exposições causaram problemas nos olhos e no sistema 
imunológico dos trabalhadores, além de distúrbios no aparelho respiratório. Foi 
necessário tratamento com remédios e, para impedir esses danos futuramente, 
foram tomadas medidas profiláticas, incluindo um escudo de proteção contra flashes 
provenientes do processo de soldagem. 
Alimentação 
Elétrica 
da Solda 
Gerador 
de Alta 
Frequência 
C 
R 
Eletrodo 
Gás do Orifício 
Água para 
resfriamento 
Gás de cobertura 
Anel de 
cobertura externo 
Peça de Trabalho 
Figura 5 – Equipamento para Solda a Arco de Plasma (PAW). 
Fonte: Burgess, 1997, p. 182. 
6) Solda a laser 
De acordo com Sliney e Wolbarsht (1980, apud BURGESS, 1997, p. 184), “os 
danos e aos olhos causados pela operação a laser relacionadas ao raio são bem 
reconhecidos”. 
Hietanen et al. (1992, apud BURGESS, 1997, p. 184) ressaltam que o maior 
risco potencial configura-se no raio laser focalizado, pois pode atingir o operador e 
causar sérios danos. Aliás, há possibilidade de malefícios em quaisquer locais onde 
o raio fique desprotegido, nos locais com reflexo especular oriundos de superfícies
27 
brilhantes e durante o acionamento acidental do raio. 
7) Solda a resistência (Solda a Ponto) 
Para Burgess (1997, p. 185) este processo comporta poucos danos à saúde 
trabalhador: 
De fato, os danos à saúde são mínimos; a única reclamação que surge 
desta operação está ligada a peças para soldagem com óleo residual na 
superfície, o qual se degrada durante a soldagem, formando aldeídeos, que 
elicitam por parte dos soldadores reclamações de irritação nos olhos e nas 
vias respiratórias e olfativas. 
8) Soldagem e Corte a Maçarico 
Os danos à saúde causados pela solda a maçarico são mínimos em 
comparação com àqueles causados pelas técnicas de solda a arco. [...] O 
risco de dano principal na solda a gás em espaços fechados é devido à 
formação de dióxido de nitrogênio. As concentrações maiores ocorrem 
quando o maçarico está queimando sem estar soldando. (BURGESS, 1997, 
p. 186) 
Segundo Gorban (1990), nos processos manuais e semi-automatizados de 
soldagem pode-se reduzir a contaminação da zona respiratória do soldador, que é 
uma das maiores preocupações, devido aos fumos de soldagem, com substâncias 
de riscos, se a intensidade de sua formação for diminuída na zona do arco de 
soldagem. Esse processo requer mais dados sobre a emissão e a razão de 
formação das substâncias mais perigosas, tais como componentes sólidos e 
gasosos do aerosol de soldagem, com o devido relato do regime de soldagem usado 
e o diâmetro do eletroduto de soldagem. Conforme a mesma fonte, caso seja 
testada a efetividade de sistemas de ventilação local e geral dos postos de trabalho 
de soldagem, a possibilidade de ação sobre as substâncias químicas pode ser 
tomada, objetivando tornar a ambiente de trabalho mais salubre para o soldador e 
outros trabalhadores que compartilhem a mesma zona respiratória.
28 
Bico 
Válvula do 
maçarico de 
oxigenio 
Maçarico 
Válvula do 
maçarico de 
acetileno 
Medidor de 
pressão de 
trabalho 
Verificador 
da válvula de 
segurança 
Regulador 
de acetileno 
Medidor de 
pressão do 
cilindro 
Acetileno 
Oxigênio 
Medidor de 
pressão de 
trabalho 
Regulador 
de oxigênio 
Medidor da 
pressão do 
cilindro 
Verificador 
da válvula de 
segurança 
Figura 6 – Solda a maçarico ou solda a gás. (Cortesia de Hobart Brothers, Inc.) 
Fonte: Burgess, 1997, p. 187.
29 
3 SEGURANÇA EM SOLDAGEM: ESTUDO DE CASO 
3.1 SEGURANÇA NO LOCAL DE TRABALHO 
Para que o local de trabalho do soldador seja deveras seguro, são 
necessárias inúmeras precauções, antes, durante e após o trabalho. A ITSEMAP do 
Brasil (2005) recomenda as seguintes providências antes da execução de um 
trabalho: 
- Avaliar se existem materiais combustíveis na área. 
- Verificar se o trabalho pode ser realizado em um lugar mais seguro. 
- Livrar a área de materiais combustíveis [...]. 
- Proteger os materiais combustíveis que não puderem ser retirados [...]. 
- Cobrir com materiais incombustíveis e maus condutores de calor todas as 
aberturas, frestas e buracos existentes no chão, paredes ou teto, num raio 
de 12 m. 
- Evitar a condução do calor através de tubulações e outros elementos 
metálicos onde será executado o trabalho: 
a) afastando os materiais combustíveis dos materiais que podem conduzir 
calor: b) procedendo ao resfriamento das superfícies que podem conduzir 
calor. 
- Evitar que possíveis chamas secundárias provoquem a ignição de 
materiais combustíveis e propaguem o fogo através de passagens estreitas. 
- Antes de utilizar o equipamento de trabalho, comprovar suas condições de 
manutenção e funcionamento. 
- Manter no local meios adequados para extinção de incêndios [...]. 
Segundo a mesma fonte, durante o trabalho com solda, um funcionário 
treinado deve permanecer no local, pronto para agir em caso de incêndio ou outros 
problemas. Esse operário deve observar a projeção das fagulhas, a transmissão de 
calor, o alcance da chama e a necessidade de resfriamento de elementos e 
superfícies que possam transmitir calor por condução. O maçarico ou eletrodo deve 
ser colocado de modo a evitar que as fagulhas se expandam muito. Suas pontas 
devem ser colocadas em recipientes com água ou areia. Recomenda-se evitar a 
execução de soldagem próximo a cilindros de gás. 
Encerrados os serviços de soldagem, o ITSEMAP do Brasil recomenda: 
- Resfriar todos os elementos que sofreram aquecimento [...]. 
- Realizar inspeção minuciosa nos seguintes pontos: 
a) local onde foi realizado o trabalho;
30 
b) áreas adjacentes; 
c) os pontos atingidos pela projeção de fagulhas incandescentes; 
d) todos os locais onde existe a possibilidade do calor ter sido 
transmitido; - Manter inspeção contínua durante pelo menos uma hora 
após a conclusão do trabalho [...] Inspeções intermitentes devem ser 
rigorosamente realizadas até o dia seguinte. 
Observando a oficina de uma indústria localizada na cidade de Guarapuava – 
PR., constatou-se que são utilizados alguns biombos para isolar o soldador, 
conforme a Figura 7: 
Figura 7 – Barreira contra fogo e respingos. 
Fonte: Arquivo dos autores. 
Tal medida está em consonância com as normas preconizadas pela ESAB 
(2004, p. 3): 
Quando as operações de soldagem ou corte não podem ser efetuadas em 
locais específicos e especialmente organizados, instalar biombos metálicos 
ou proteções não inflamáveis para evitar que o calor, as fagulhas, os 
respingos ou as escórias possam atingir materiais inflamáveis. 
(http://www.esab.com.br/literatura/pdf/0200890ver%200_Regras%20de%20 
seguranca.pt.pdf) 
Conforme a legislação brasileira, Norma NR 9 - PPRA, devem ser tomadas 
medidas capazes de eliminar, minimizar ou o controlar os riscos ambientais toda 
vez que ocorrer uma ou mais das seguintes situações:
31 
a) identificação, na fase de antecipação, de risco potencial à saúde; 
b) constatação, na fase de reconhecimento de risco evidente à saúde; 
c) quando os resultados das avaliações quantitativas da exposição dos 
trabalhadores excederem os valores dos limites previstos na NR 15 ou, na 
ausência destes os valores de limites de exposição ocupacional adotados 
pela American Conference of Governamental Industrial Higyenists-ACGIH, 
ou aqueles que venham a ser estabelecidos em negociação coletiva de 
trabalho, desde que mais rigorosos do que os critérios técnico-legais 
estabelecidos; 
d) quando, através do controle médico da saúde, ficar caracterizado o nexo 
causal entre danos observados na saúde dos trabalhadores e a situação de 
trabalho a que eles ficam expostos. 
Assim, conforme a Norma NR –9, as medidas de controle devem incluir ações 
para eliminação, prevenção e redução da emissão e disseminação destes poluentes. 
Na prática, juntamente com outras medidas referentes aos processos utilizados, a 
captação na fonte é o meio mais prático e efetivo de eliminação dos riscos 
ambientais referentes a processos industriais com emissão localizada. 
Preconizam as normas vigentes no Brasil (NR 9 - PPRA Programa de 
Prevenção de Riscos Ambientais), e na maioria dos países industrializados, que as 
medidas de combate à contaminação ambiental no trabalho devem obedecer à 
seguinte hierarquia: 
1. medidas que eliminem ou reduzam a utilização ou a formação de 
agentes prejudiciais à saúde; 
2. medidas que previnam a liberação ou a disseminação desses agentes 
no ambiente de trabalho; 
3. medidas que reduzam a liberação ou a disseminação desses agentes no 
ambiente de trabalho. 
Assim, em primeiro lugar devem ser adotadas as ações referentes aos 
processos objetivando eliminar as emissões, isto é: escolha do processo de 
fabricação a ser adotado, dos insumos aplicados ao processo e das técnicas de 
produção. 
Seguindo a escala hierárquica determinada pela Norma NR 9, em seguida 
devem ser executadas as ações que previnam a liberação ou a disseminação dos 
poluentes gerados no processo. Enquadram-se aí as medidas adotadas para captar
32 
e tratar todo o poluente gerado no processo antes que sejam liberados para o 
ambiente. 
Após esses procedimentos, devem ser tomadas medidas que reduzam a 
liberação ou a disseminação dos poluentes no ambiente de trabalho, incluindo 
equipamentos de captação. Estes equipamentos devem situar-se sempre o mais 
próximo possível do ponto de emissão, impedindo que os poluentes atinjam a zona 
de respiração do operador. Geralmente este método é conhecido como "captação na 
fonte de emissão". Em termos práticos, esta é a opção de maior aplicação, visto que 
pode ser utilizada em quase todas as situações e tem demonstrado excelentes 
resultados quanto à flexibilidade, desempenho e durabilidade dos equipamentos 
utilizados. 
A Norma NR 9 determina que, quando da implantação de medidas de caráter 
coletivo deverá ser feito treinamento dos trabalhadores sobre os procedimentos que 
garantam a sua eficiência, informando-os sobre possíveis limitações de proteção que 
ofereçam. 
Conforme a Norma, assim que for comprovada pelo empregador ou 
instituição, a inviabilidade técnica da adoção de medidas de proteção coletiva ou 
quando estas forem insuficientes ou estiverem em fase de estudo, planejamento ou 
implantação ou ainda em caráter complementar ou emergencial, devem ser tomadas 
outras medidas, seguindo-se esta hierarquia: 
“a) medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho; 
b) utilização de Equipamento de Proteção Individual - EPI.” 
Observa-se, portanto, que a legislação concernente aos riscos ambientais 
considera o uso de EPI como o último recurso ou um recurso complementar, 
independente das medidas anteriormente abordadas para eliminar e/ou prevenir os
33 
riscos. Este aspecto deve ser considerado na correta seleção do equipamento para 
captação e tratamento dos poluentes. 
3.2 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI 
De acordo com a NR 6 – Equipamento de Proteção Individual (206.000-0/10), 
define-se Equipamento de Proteção Individual – EPI, como “todo dispositivo ou 
produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos 
suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde do trabalhador”. 
A referida Norma determina que o empregador deve fornecer o EPI adequado 
ao risco, sem ônus para o trabalhador, treinando-o para o uso correto e enfatizando 
a obrigatoriedade de usá-lo, bem como os cuidados de conservação e a 
necessidade de reposição em caso de dano ou extravio. 
A Norma NR 9 preconiza que o uso de Equipamentos de Proteção Individual - 
EPI no âmbito do Programa de Prevenção aos Riscos Ambientais deverá considerar 
as Normas Legais e Administrativas vigentes e incluir no mínimo: 
a) seleção do EPI adequado tecnicamente ao risco a que o trabalhador está 
exposto e à atividade exercida, considerando-se a eficiência necessária 
para o controle da exposição ao risco e o conforto oferecido segundo 
avaliação do trabalhador usuário; 
b) programa de treinamento dos trabalhadores quanto à sua correta 
utilização e orientação sobre as limitações de proteção que o EPI oferece; 
c) estabelecimento de normas ou procedimentos para promover o 
fornecimento, o uso, a guarda, a higienização, a conservação, a 
manutenção e a reposição do EPI, visando a garantir as condições de 
proteção originalmente estabelecidas; 
d) caracterização das funções ou atividades dos trabalhadores, com a 
respectiva identificação do EPI utilizado para os riscos ambientais. 
A ITSEMAP do Brasil recomenda que o soldador (e seu ajudante, se houver) 
paramente-se com os seguintes EPIs quando for trabalhar com soldagem: 
- máscara para solda elétrica; 
- avental de raspa de couro;
34 
- luvas de raspa de couro; 
- perneira de raspa de couro; 
- calçado de segurança com biqueira de aço ou de resina; 
- blusão de raspa de couro para soldas; 
- capuz de brim. 
Mais recentemente, foram lançados no mercado novos EPIs: uma máscara para uso 
em soldagem, para proteção respiratória, com insufladores de ar em seu interior, e filtros de 
solda que escurecem assim que o arco se abre, clareando com o fechamento do mesmo. 
Ambos os produtos foram desenvolvidos pela empresa 3M, sendo que a máscara é 
recomendada para vários tipos de solda. (www.3m.com/br/segurança) 
O respirador purificador de ar para os soldadores, desenvolvido pela empresa 3M, é 
um sistema leve, compacto e completo. Esse produto foi elaborado para ser usado com um 
filtro contra gases, que é colocado sobre o filtro de partículas, objetivando uma proteção a 
mais contra vapor orgânico e gás ácido. 
Conforme o catálogo eletrônico do fabricante, o respirador possui os seguintes 
componentes (Figura 8): 
A. capa do filtro, cuja função é armazenar o bloqueador de fagulhas para minimizar o 
risco de fogo nos filtros; 
B. pré-filtro, objetivando aumentar a durabilidade do filtro de partículas; 
C. filtro de partícula eficientíssimo; 
D. filtro contra gases, que eliminam os vapores orgânicos e gases ácidos; 
E. filtro contra odores, o qual só pode ser utilizado quando o filtro contra gases não 
estiver colocado; 
F. bateria recarregável em quatro horas, com um carregador que não gera sobrecarga; 
G. motor sem escovas, com tripla durabilidade em relação aos motores convencionais;
35 
H. cinto de couro ergonômico, elaborado para proporcionar mais conforto ao 
trabalhador; 
I. filtro extra de ar, para execução de trabalhos em condições de umidade e calor 
excessivos; 
J. traquéia: cobertura de traquéia que resiste a chamas, disponível como acessório; 
K. Distribuidor de ar filtrado em toda a zona respiratória da máscara; 
L. Vedação facial flexível e moldável proporciona um ambiente de pressão positiva 
internamente. 
Esse produto possibilita a distribuição homogênea do ar filtrado em toda a área 
respirável da máscara. Além dessas vantagens para o soldador, a vedação facial é flexível e 
moldável. Isso favorece um ambiente de pressão positiva no interior da máscara, mantendo os 
contaminantes ambientais fora dela. 
Máscara de solda com ótima mobilidade 
(Sistema Speedgls com Adflo) 
Figura 8 – Proteção respiratória 
Fonte: 3M do Brasil 
Os filtros Speedglas da 3M são equipamentos são muito versáteis, proporcionam o 
bloqueio dos efeitos adversos das radiações UV e IV e escurecimento automático durante a 
soldagem. Os modelos 9002 da 3M são filtros de solda com escurecimento automático
36 
versáteis, com estes filtros o trabalhador pode ajustar as funções de escurecimento, 
sensibilidade, retardamento e lig/desl. Estas funções permitem ao soldador mais conforto e 
fazem com que o filtro tenha o desempenho da forma que o soldador deseja para cada 
aplicação específica da solda. Por exemplo, a função retardamento permite ao soldador 
decidir a rapidez com que o filtro muda de escuro para claro. 
Assim, objetivando uma maior proteção para os olhos e o rosto do soldador, a empresa 
3M desenvolveu uma exclusiva máscara com filtro de escurecimento automático e exaustão 
de CO2. que pode ser visualizada na figura 9. 
Painel de ajustes das funções de escurecimento automático 
Figura 9 - Máscara com filtro de escurecimento automático 
Fonte: 3M do Brasil 
As opções oferecidas pela 3M para proteção respiratória são variadas, estando à 
disposição do soldador alguns modelos de máscara com escurecimento automático, como: 
Speedglas FlexView com Fresh-air C (ar comprimido), com lentes de 120 x 90 mm para 
preparação de solda, recomendável para condições de baixa luminosidade e com proteção 
permanente dos olhos, rosto e sistema respiratório; e Speedglas Fresh-air C, proteção 
ergonômica para solda, ideal para ambientes altamente contaminados (figura 10).
37 
Mascara de solda com sistema de ar comprimido 
e filtro de solda com escurecimento automático 
Figura 10 – Sistema de ar comprimido Fresh-air C 
Fonte: 3M do Brasil 
No estudo feito numa oficina localizada numa indústria da cidade de 
Guarapuava – PR., constatou-se que o soldador utiliza os EPI´s, com exceção do 
blusão de raspa de couro, que é substituído por mangotes de raspa de couro. A 
Figura 11 a seguir mostra a máscara de solda e a luva utilizada pelo trabalhador.
38 
Figura 11 – Alguns dos equipamentos utilizados pelo soldador. 
Fonte: Arquivo dos autores. 
A bancada de trabalho do soldador é bem iluminada e a oficina é bastante 
ampla, conforme a Figura 12. 
Figura 12 – Aspecto geral da oficina e da bancada de trabalho. 
Fonte: Arquivos dos autores 
3.3 EQUIPAMENTOS PARA CAPTAÇÃO LOCALIZADA DE POLUENTES 
A ventilação da oficina é natural, estando a mesa de trabalho localizada sob 
uma janela cujas ventarolas permanecem abertas, conforme a Figura 13.
39 
Figura 13 – Ventilação da oficina. 
Fonte: Arquivos dos autores 
Contudo, pode-se observar, mesmo sem efetuar medições, que é grande a 
contaminação da zona respiratória do soldador, o que exige outras providências, tais 
como a utilização de algum equipamento para captação localizada de poluentes. 
Especialmente nas grandes indústrias, os gases e fumos devem ser captados 
na fonte, de acordo com a Tabela 1, que demonstra os tipos de equipamentos 
aconselháveis para diversas aplicações de captação na fonte:
40 
FUMOS DE SOLDA 
Processo de soldagem Filtro Mecânico Filtro Eletrostático 
Eletrodo revestido, pesado X 
Eletrodo revestido, leve X X 
MIG/MAG > 200 A X 
MIG/MAG < 200 A X X 
TIG X X 
ROBÔ X 
Arame Tubular X 
POEIRA E PARTÍCULAS 
Tipo de Partícula Filtro Mecânico Filtro Eletrostático 
Metais ferrosos X X 
Metais não ferrosos X X 
Não metálicos X X 
GÁS, VAPOR E AEROSSÓIS 
Tipo de fumo Filtro Ativo Filtro Eletrostático 
Gás X (Nox) 
Névoa de óleo 
(base não aquosa) 
X 
Tabela 1: Filtros para fumos de solda 
Fonte: Nederman do Brasil 
Sampaio (2005) apresenta uma seleção de equipamentos para captação na 
fonte de emissão: braços extratores, sistemas centralizados, exaustores portáteis e 
filtros móveis. 
Os braços extratores de fumos, gases e partículas em suspensão já são 
comuns na indústria da Europa e Estados Unidos. Devem ser leves e precisos, de 
forma que o operador possa facilmente colocá-lo na posição desejada e que capte 
eficientemente os poluentes. Podem ser utilizados como unidades individuais (Figura 
14), acoplados a um exaustor (Figura 15) ou a uma unidade de filtragem (Figura 16).
41 
Figura 14 – Braço extrator individual Figura 15 – Braço extrator individual acoplado 
Fonte: Nederman do Brasil diretamente a um exaustor 
Fonte: Nederman do Brasil 
Figura 16 – Braço extrator acoplado a unidade de filtragem 
Fonte: Nederman do Brasil 
Os sistemas centralizados captam os poluentes de vários pontos de 
operação. Podem ser projetados com uma única tubulação central para toda a 
indústria ou sistemas menores para cada célula de produção, conforme a Figura 17. 
“Em ambos os casos, a performance do sistema dependerá principalmente do 
correto dimensionamento da tubulação, do exaustor e dos dispositivos de extração 
utilizados.” (SAMPAIO, 2005, p. 8)
42 
Figura 17 – Instalação centralizada para captação de poluentes 
Fonte: Nederman do Brasil 
Quando não for possível utilizar os braços extratores (locais confinados, 
pequenas oficinas, etc.) podem ser utilizados os exaustores portáteis. Ligados a 
mangueiras flexíveis na entrada e saída do ar, esses exaustores captam o ar poluído 
do ponto de emissão e descarregam-no fora do ambiente (Figura 18). 
Figura 18 - Exaustor/insuflador portát 
Fonte: Nederman do Brasil
43 
Caso o operador necessite movimentar-se pela fábrica, o ideal será a um 
equipamento móvel que devolva o ar filtrado ao ambiente de trabalho (Figuras 19 e 
20). 
Figuras 19 e 20 – Unidades móveis de extração e filtragem de poluentes 
Fonte: Nederman do Brasil 
Os equipamentos de extração e filtragem móveis mais usados possuem dois 
tipos de filtração: mecânica e eletrostática (Figuras 21 e 22). 
Figuras 21 e 22 – Filtro mecânico de papel filtrante e filtro eletrostático móvel 
Fonte: Nederman do Brasil
44 
Visto tratar-se de uma oficina de pequeno porte, a empresa analisada pode 
optar por um equipamento economicamente mais viável.
45 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A profissão de soldador requer principalmente boa acuidade visual e boa coordenação 
motora, além de boas condições físicas, pois às vezes a soldagem assemelha-se a um processo 
cirúrgico, que requer extrema habilidade no manuseio dos instrumentos de trabalho. Trata-se 
de um processo repetitivo, onde o trabalhador geralmente precisa postar-se de maneira 
prejudicial à sua coluna (arcando-se excessivamente), sempre trabalhando em pé e estando 
sujeito a poluentes que podem causar sérios danos à sua saúde, principalmente no longo 
prazo. 
Devido à baixa escolaridade e à falta de preparo técnico, muitos funcionários 
aprendem a função de soldador empiricamente, observando um colega. Conseqüentemente, 
não estão cientes dos riscos que correm, desconhecem os seus direitos e, obviamente, não 
podem reivindicá-los. 
Aparentemente inocentes, os fumos de soldagem vão tornando-se parte da rotina do 
soldador e chega-se à banalização da sua periculosidade. Contudo, o fato de ignorá-la ou 
menosprezá-la não elimina o risco que representam esses fumos. Efetuando o Estudo de 
Caso em uma oficina de uma indústria guarapuavana onde é comumente utilizada a soldagem 
a arco elétrico com eletrodo revestido, observou-se que em muitos aspectos há uma certa 
segurança no ambiente de trabalho. No entanto, numa análise mais rigorosa, percebe-se que 
existem inconformidades, inadequação da oficina aos ditames legais, colocando em risco a 
saúde do trabalhador que efetua a soldagem e seus colegas de trabalho. 
Conforme as informações prestadas pelo Coordenador da Manutenção Industrial da 
oficina estudada, quando o soldador permanece por períodos ininterruptos de três horas (ou 
mais) soldando em bancada, sente irritação na narina e cefaléia. Também já houve registro de 
irritação nos olhos, devido ao uso inadequado das máscaras de proteção. Outra situação
46 
apontada foi de queimadura no braço do soldador, devido à ausência de EPI. 
Assim sendo, quanto aos Equipamentos de Proteção Individual, dentre as 
recomendações feitas à empresa analisada, pode-se citar: utilização de luva de raspa de cano 
longo, para que se encontre com o mangote, não deixando desprotegido nenhum espaço do 
braço do soldador; uso de perneiras e botinas de proteção, inclusive com biqueira, para 
melhor segurança no caso de queda de objetos nos pés; utilização das máscaras de solda e 
capuz; vestimentas sem bolso, para que não caiam faíscas dentro dele; uso de avental de 
raspa, etc. De modo geral, a empresa deve disponibilizar os EPI’s faltantes, melhorar as 
condições dos EPI’s existentes (substituição, limpeza) e orientar/reciclar funcionários quanto 
à importância da utilização correta desses equipamentos. 
Quanto às medidas coletivas a serem tomadas, pode-se isolar totalmente a bancada de 
soldagem com biombos, de modo que a área de soldagem fique isolada dos demais ambientes 
da oficina, evitando-se que fagulhas ou respingos atinjam outros trabalhadores da oficina ou 
transeuntes, e também para facilitar a retirada dos fumos de soldagem e entrada de ar. 
Outra observação diz respeito à movimentação de pessoas na área de soldagem. Como 
mostra Figura 12, há um funcionário trabalhando na mesma área onde encontra-se o soldador, 
mas não está usando nenhum Equipamento de Proteção Individual. O ambiente é mal 
ventilado, pois a janela existente abre-se apenas parcialmente; o ideal seria instalar venezianas 
na parede frontal à bancada de soldagem, para propiciar a entrada de ar. Visto que os fumos 
concentram-se na área de respiração do trabalhador, será necessário instalar algum tipo de 
exaustor. Embora a oficina seja de pequeno porte, a empresa é de grande vulto, e pode colocar 
ao menos um braço exaustor de fumos, gases e partículas em suspensão, ou um 
exaustor/insuflador portátil. Outra opção, economicamente viável, seria instalar exaustores 
eólicos para prover a retirada dos fumos de soldagem. Com isso será possível melhorar as 
condições de trabalho dos soldadores e com baixo investimento, visto que os exaustores
47 
eólicos têm baixo custo de aquisição e manutenção. Uma opção mais inovadora seria a 
aquisição de um EPI moderno, tal como a máscara Speedglas com fresh-air ou a máscara 
Speedglas com adflo elaboradas pela empresa 3M, que proporcionam proteção ergonômica 
para solda, sendo recomendadas para ambientes altamente contaminados. 
O presente trabalho demonstrou a necessidade de maior conscientização do 
empregador, pois um investimento em segurança representa uma economia com acidentes de 
trabalho, doenças profissionais ou doenças de trabalho. Provavelmente, essa linguagem os 
empresários entendem: a linguagem do lucro. em muitos casos, esse será o único argumento 
capaz de convencer um industrial a carrear recursos financeiros para a segurança no trabalho, 
pois dizer que o trabalhador é o seu maior patrimônio geralmente não convence.
48 
5 REFERÊNCIAS 
ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Cadastro de Acidentes: 
NB 18, 1975. 
Anuário Brasileiro de Proteção. Estatísticas de acidentes. 1999 p. 20 – 34. 
BURGESS, William A. Identificação de possíveis riscos à saúde do trabalhador nos 
diversos processos industriais. Tradução Ricardo Baptista. Belo Horizonte: Ergo Editora, 
1997. 
BRASIL. Ministério da Previdência e Assistência Social. Assessoria de Comunicação Social. 
Plano de Benefícios da Previdência Social. Lei n.8.213 e Decreto - lei n. 2.172. 6 ed. atual. 
Até 30-03-97. Brasília: MPAS, ACS, 1997. 
BRASIL. Lei n. 6.514, de 22 de dezembro de 1977. NR 6 - EPI. In: Manuais de Legislação 
Atlas: Segurança e Medicina do Trabalho. 54. ed. São Paulo: Atlas, 2004, p. 80-86. 
_____. Lei n. 6.514, de 22 de dezembro de 1977. NR 9 - PPRA. In: Manuais de Legislação 
Atlas: Segurança e Medicina do Trabalho. 54. ed. São Paulo: Atlas, 2004, p. 101-105. 
_____. Ministério do Trabalho. Acidentes de trabalho. Disponível em 
<http://www.trabalho.gov.br/Empregador/segsau/analise/Dados 2003/conteudo.1486.pdf> 
Acesso em 24/05/2005, às 20:30hs. 
CHUNG, K. Y. K. ; Aitkent, R. J.; Bradley, D. R. Development and Testing of a new sampler 
for welding fume. Annals of Occupational Hygiene. v 41 n 3 Jun 1997. p 355 - 372 
CIPA. Mapa de risco. Disponível em <http:/www.btu.unesp.br/cipa/mapaderisco04.htm> 
Acesso em 24/04/2005, às 8:30hs. 
COLACIOPPO, Sérgio. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional. N. 49, v. 13 Janeiro, 
Fevereiro, Março, 1985, p. 50- 77. 
ESAB. Regras para segurança em soldagem, goivagem e corte ao arco elétrico. 
Disponível em 
<http:/www.esab.com.br/literature/pdf/02089%20%ver%200_Regras%20%de20%segurançca 
_pd.pdf> Acesso em 13/07/05, às 8:00hs. 
GORBAN, L. N. Hygienic assessment of new welding processes and materials. Gigiena 
Truda i ProfessionaI'nye Zabolevaniya n 11 1990 P 50- 54 
HERZER, Lauro Stoll. CIPA: Comissão interna de prevenção de acidentes. Porto Alegre: 
Edição dos Autores, 1997. 
INTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS). Boletim Estatístico de Acidentes 
de Trabalho. Brasília, 1998.
49 
ITSEMAP DO BRASIL. Serviços Tecnológicos MAPFRE. Guias básicos de segurança: 
solda. n. 7, 2005. 
KOMAROVA, A. A. et al. Occupational Hygiene and healt status in welders - assemblies of 
laser devices. Gigiena Truda iProfessional'nye Zabolevanya. n 9- 10 ser - oct 1992. P 9- 
12. 
MARINI, François. Visual function of the welder a permanent preocupation. Welding in 
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OKUMURA, Toshie; TANIGUCHI, Célio. Engenharia de soldagem e aplicações. Rio de 
Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1982. 
PANTUCEK, M. American Hygiene Association Journal, n 32, 1971, p. 687-692. 
SAMPAIO, J. M. Seleção de equipamentos para captação localizada de poluentes no 
meio ambiente de trabalho. Nederman do Brasil, out. 1998. 
SOBES – Sociedade Brasileira de Engenharia de Segurança. Gases e vapores no ambiente 
de trabalho. Disponível em www.sobes.org.br Acesso em 22/07/2005, às 21:00hs. 
THORNTON, M.; STARES, L Analysis of particulate fume generation raies from gas metal 
are welding. Welding Rewiew Intemational. v 13 n 4 Nov 1994. P 363 – 365 
TORREIRA, Raúl Peragallo. Manual de segurança industrial. Margus Publicações, 1999. 
3M DO BRASIL. Speedglas: produtos desenhados para a vida. Disponível em 
<http://www.3m.com/intl/br/solda/links.jht?link=catalogo_eletronico> Acesso em 
20/11/2005, às 16:33 hs. 
VIEIRA, Sebastião Ivone. Medicina básica do trabalho. 3. ed. Curitiba: Editora Genesis, 
1996. 
YAKOVLEVA, T. P.; TIKHONOV A, G. I.; LESKINA, LM.; SHAMARIN, V.N.; 
ERMAKOV, S. P. Influence of ocupational factors on lifetime of metaIlurigists. Gigiena 
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  • 2. ALTAMIR ANTONIO MAESTRI CLAUDIO ANTONIO VITALI ASPECTOS NEGATIVOS DOS FUMOS DE SOLDAGEM: PREVENÇÃO E SOLUÇÕES PARA SALVAGUARDAR A SAÚDE DO TRABALHADOR Trabalho de conclusão de curso, orientado pela Profa. Flávia Andréa Modesto, MsC. como requisito para obtenção do título de especialista de segurança do trabalho PONTA GROSSA 2005
  • 3. Maestri, Altamir Antonio e Vitali, Claúdio Antonio Aspectos negativos dos fumos de soldagem: prevenção e soluções para salvaguardar a saúde do trabalhador/Altamir Antonio Maestri e Cláudio Antonio Vitali. Ponta Grossa, 2005. 49 f. Monografia. Especialização – Universidade Estadual de Ponta Grossa – PR Orientadora: Professora Flávia Andréa Modesto 1-Riscos químicos. 2-Fumos. 3-Soldagem. 4-Segurança. 5- Equipamentos. 6-Oficina. 7-Trabalhador. 8-Prevenção. 9-Soluções.
  • 4. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO ASPECTOS NEGATIVOS DOS FUMOS DE SOLDAGEM: PREVENÇÃO E SOLUÇÕES PARA SALVAGUARDAR A SAÚDE DO TRABALHADOR Trabalho de Conclusão de Curso submetido à Universidade Estadual de Ponta Grossa para obtenção do título de Especialista de Segurança do Trabalho Departamento de Engenharia Civil EQUIPE: ALTAMIR ANTONIO MAESTRI CLAUDIO ANTONIO VITALI Prof. Carlos Luciano Sant´Ana Vargas, D. Eng. Coordenador do EngSeg2004 BANCA EXAMINADORA: Profa. Flávia Andréa Modesto, MsC. Orientadora Prof. Carlos Luciano Sant´Ana Vargas, D. Eng. Prof.Gerson Luiz Carneiro, Esp. Membros Ponta Grossa, novembro de 2.005
  • 5. Dedicamos este trabalho aos nossos mestres e familiares.
  • 6. Sinceros agradecimentos aos nossos mestres e, em especial, à nossa Orientadora, Professora Flávia Andréa Modesto.
  • 7. RESUMO O ambiente de trabalho geralmente comporta algum tipo de risco, seja ele químico, físico, biológico, mecânico/acidental ou ergonômico. No caso analisado, trabalhou-se com o risco químico oferecido pelos gases oriundos dos fumos de soldagem, com pesquisa bibliográfica e estudo de caso de uma oficina mecânica de uma indústria guarapuavana. O objetivo que norteou este estudo foi o desenvolvimento de solução viável, técnica e economicamente, para a diminuição ou eliminação da insalubridade do ambiente de trabalho na referida oficina. Num primeiro momento, a pesquisa bibliográfica voltou-se para os riscos ambientais, abordando especificamente o risco químico, incluindo-se aí o processo de soldagem, onde foram apresentados as mais diversas possibilidades de efetuar-se a solda. Em seguida passou-se ao estudo de caso, discorrendo sobre a segurança no trabalho, que envolve Equipamentos de Proteção Coletiva e Equipamentos de Proteção Individual. Assim, complementando, na parte teórico-prática, procedeu-se a uma análise da oficina, através da observação, registrando-se a situação encontrada através de fotos. Com base nas observações realizadas in loco, procurou-se apontar possíveis soluções para os problemas encontrados. Palavras-chave: riscos químicos, fumos, soldagem, segurança, equipamentos, oficina, trabalhador, prevenção, soluções
  • 8. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – a) Solda a arco com eletrodo metálico coberto .......................................23 b) Seção transversal da área do arco......................................................23 Figura 2 – Equipamento para soldagem a arco sob gás e eletrodo de tungstênio ..23 Figura 3 - Equipamento para soldagem a arco sob gás com eletrodo metálico ......24 Figura 4 – Solda a arco submerso ............................................................................25 Figura 5 - Equipamento para soldagem a arco de plasma .......................................26 Figura 6 – Solda a maçarico ou solda a gás ............................................................28 Figura 7 – Barreira contra fogo e respingos .............................................................30 Figura 8 – Proteção respiratória ................................................................................35 Figura 9 – Máscara com filtro de escurecimento automático ...................................36 Figura 10 – Sistema de ar comprimido Fresh-air C...................................................37 Figura 11 – Alguns dos equipamentos utilizados pelo soldador ...............................38 Figura 12 – Aspecto geral da oficina e da bancada de trabalho ..............................38 Figura 13 – Ventilação da oficina .............................................................................39 Figura 14 - Braço extrator individual .........................................................................41 Figura 15 – Braço extrator individual acoplado diretamente a um exaustor..............41 Figura 16 – Braço extrator acoplado a unidade de filtragem .....................................41 Figura 17 – Instalação centralizada para captação de poluentes .............................42 Figura 18 – Exaustor/insuflador portátil .....................................................................42 Figuras 19 e 20 – Unidades móveis de extração e filtragem de poluentes ...............43 Figuras 21 e 22 – Filtro mecânico de papel e filtro eletrostático móvel .....................43
  • 9. LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Filtros para fumos de solda......................................................................40
  • 10. ABREVIAÇÕES ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas CA – Certificado de Autorização CIPA- Comissão Interna de Prevenção de Acidentes EPI – Equipamento de Proteção Individual EPC – Equipamento de Proteção Coletiva GMA – Gas Metalic Arc GTA ou TIG – Gas Tungstênio Arc IV – Radiação Infra Vermelha LT – Limite de Tolerância NR – Norma regulamentadora PAC – Plasma Arc Cut PAW – Plasma Arc Welding PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais SMA – Soldering Metalic Arc SAW – Submersion Arc Welding SOBES – Sociedade Brasileira de Engenharia e Segurança TLV – Threshold Limit Values UNESP – Universidade Estadual de São Paulo UV – Radiação Ultra Violeta UV – B – Radiação Ultra Violeta classe B UV – C – Radiação Ultra Violeta classe C
  • 11. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 10 2 ASPECTOS NOCIVOS DOS FUMOS DE SOLDAGEM ............................... 12 2.1 RISCOS AMBIENTAIS .................................................................................. 12 2.1.1 Riscos Químicos ........................................................................................... 13 2.2 SOLDAGEM ................................................................................................. 19 3 SEGURANÇA EM SOLDAGEM: ESTUDO DE CASO .............................. 29 3.1 SEGURANÇA NO LOCAL DE TRABALHO ................................................. 29 3.2 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI .............................. 33 3.3 EQUIPAMENTOS PARA CAPTAÇÃO LOCALIZADA DE POLUENTES ..... 38 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................... 45 5 REFERÊNCIAS ............................................................................................ 48
  • 12. 10 1 INTRODUÇÃO De acordo com estatísticas do Ministério do Trabalho1, os metalúrgicos estão entre as categorias mais afetadas pelos acidentes de trabalho, incluindo principalmente acidentes por impacto (como quedas e peças metálicas que caem de determinadas alturas). No presente estudo analisamos os acidentes causados por agentes químicos, tais como os fumos de soldagem, que não causam conseqüências imediatas para o trabalhador, mas a médio e longo prazos. Esses fumos são altamente prejudiciais aos funcionários envolvidos no processo, pois causam elevado mal-estar e sérias doenças do sistema respiratório. Afetam também o rendimento dos soldadores no serviço e, o que é muito grave, envolvem o soldador de tal forma que este acaba se adaptando a este ambiente de trabalho altamente nocivo, acostumando-se a isto. Além dos problemas do ato de soldar, as questões de lay-out, o fluxo de trabalho, a jornada de trabalho, o ritmo imposto, as condições de máquinas e equipamentos, a ausência de equipamentos de exaustão, enfim, os mais diversos problemas existentes nas oficinas metalúrgicas, contribuem para criar um ambiente de trabalho extremamente pernicioso à saúde do trabalhador. O objetivo geral deste estudo é demonstrar os danos causados pelos fumos de soldagem e apresentar soluções viáveis, técnica e economicamente, para minimizar ou eliminar a insalubridade do ambiente de trabalho, sendo efetuado 1< http://www.trabalho.gov.br/Empregador/segsau/analise/Dados 2003/conteudo.1486.pdf >acesso em 24/05/2005, às 20:30hs.
  • 13. 11 estudo de caso numa oficina mecânica da indústria guarapuavana. Portanto, o presente trabalho foi dividido em dois capítulos, sendo que na primeira parte procedeu-se a uma pesquisa bibliográfica sobre os fumos de soldagem em especial, avaliando seus riscos, pois soldar é uma atividade que oferece um alto grau de insalubridade ao soldador. Na segunda parte procurou-se caracterizar o ambiente de trabalho e o ar respirado, os fumos e outros contaminantes gerados na oficina de manutenção e na indústria, visando às possíveis soluções para o tratamento destes elementos no ambiente de trabalho. Assim, serão sugeridas diversas alterações no ambiente de trabalho, levando-se em conta o beneficio, para aplicação na indústria em questão.
  • 14. 12 2 ASPECTOS NOCIVOS DOS FUMOS DE SOLDAGEM 2.1 RISCOS AMBIENTAIS De acordo com Herzer (1997), constituem riscos ambientais os agentes físicos, biológicos, mecânicos, ergonômicos e químicos, encontrados no local de trabalho e passíveis de causar danos à saúde do trabalhador, devido a sua impureza, concentração ou intensidade. Os riscos físicos originam-se de agentes que transferem energia para o organismo humano. Conforme a quantidade e a velocidade de energia transferida, serão maiores ou menores as conseqüências para o indivíduo que está exposto. Por exemplo: ruído, vibrações, radiações não ionizantes, radiações ionizantes, iluminação, frio, umidade, calor, pressões anormais. Os riscos biológicos provêm de agentes vivos encontrados no meio ambiente e que transmitem várias moléstias, tais como os vírus, as bactérias e os fungos. Os riscos ergonômicos resultam da inadequação do ambiente laboral ao trabalhador. De acordo com a NR-9, “consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador.” Agentes físicos, para essa Norma, são “as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não-ionizantes, bem como o infra-som e o ultra-som”.
  • 15. 13 A referida norma define como agentes químicos “as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou por ingestão”. Segundo essa Norma, agentes biológicos são as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros. No presente trabalho, o enfoque será dado aos riscos químicos. 2.1.1 Riscos Químicos De acordo com Colacioppo (1985), para estudar um agente químico, é aconselhável dividi-lo em três aspectos fundamentais: reconhecimento, avaliação e controle. a - Reconhecimento Essa etapa consiste de uma visita ao local, onde agentes químicos dos fumos de soldagem podem estar agindo. Efetivando-se um levantamento desse local, são reconhecidos alguns pontos importantes para o estudo, tais como: área de exposição, número de trabalhadores expostos, tempo de exposição dos trabalhadores, movimentação de materiais para identificar as funções dos trabalhadores, ritmo de trabalho, condições ambientais, agentes a pesquisar e outras substâncias que possam modificar os resultados. b - Avaliação Esta fase consiste na medição de um determinado parâmetro, por exemplo, a concentração de fumo no local de trabalho, objetivando verificar a extensão da contaminação no local a ser examinado.
  • 16. 14 Conforme Colacioppo (1985), uma preocupação nesta etapa diz respeito à ausência de métodos padrão e de limites de tolerância para que se possa comparar os resultados obtidos na avaliação. Para a medição, deve-se escolher o equipamento adequado, o tempo de amostragem, normalmente diário, número de trabalhadores a serem amostrados, análise do material coletado e, finalmente, a determinação de possíveis causas de erros nas medições ambientais. A outra etapa consiste de comparação dos valores de concentração atmosférica dos turnos de soldagem com os padrões de limites de tolerância (LT). Haja visto que o Brasil não dispõe de LT, normalmente se utiliza a orientação da American Conference of Govemmental Hygienists (ACGIH), que reúne todas as informações possíveis e publica anualmente a lista "Threshold Limit Values" (TLV). Os TLV referem-se a concentrações de aerodispersóides e representam condições sob as quais supõe-se que quase todos os trabalhadores podem estar expostos dia após dia sem efeito adverso. Adicionalmente à comparação com limites de tolerância, também existe a necessidade de se efetuar uma avaliação biológica do ambiente, que consiste em realizar testes que possam refletir não só a exposição, mas também a absorção, pelo trabalhador, dos agentes químicos a que está exposto. c - Controle O controle se dá através de duas formas, isto após as duas primeiras fases, por medidas de engenharia de higiene industrial e por medidas de medicina do trabalho. Nestas fases deve-se considerar a possibilidade de eliminação ou controle da fonte de fumos metálicos, uso de ventilação exaustora, exames médicos antes durante e após o trabalhador iniciar suas atividades, a fim de detectar qualquer sinal ou sintoma precoce de uma ação dos fumos metálicos sobre o organismo.
  • 17. 15 Conforme a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, da UNESP (2005), os riscos químicos estão presentes nos ambientes de trabalho sob os mais variados estados: sólidos, líquidos e gasosos, sendo classificados em: poeiras, fumos, névoas, gases vapores, neblinas e substâncias, compostos e produtos químicos em geral. No presente capítulo, vamos tratar mais especificamente dos cinco primeiros, ou seja, das poeiras, fumos, névoas, gases e vapores, que são aerodispersóides, isto é, encontram-se dispersos no ar. a) Poeiras Para a referida CIPA, as poeiras são partículas sólidas que se originam através de processo mecânico ao romper as partículas maiores. As poeiras podem ser: minerais (sílica, asbesto, carvão mineral), vegetais (algodão, bagaço de cana-de- açúcar) e alcalinas (calcário). Qualquer um desses tipos é nocivo à saúde do trabalhador, gerando as seguintes conseqüências da sua exposição, respectivamente: silicose, asbestose, pneumoconiose dos minérios de carvão, bissinose, bagaçose, doenças pulmonares obstrutivas crônicas e enfizema pulmonar. Além disso, existem as poeiras incômodas, que vêm juntar-se a outros agentes nocivos encontráveis no ambiente de trabalho, tornando-os mais prejudiciais ainda. b) Fumos A CIPA da UNESP (2005) traz a seguinte definição de fumos: “partículas sólidas produzidas por condensação de vapores metálicos”. Como exemplo típico, o autor cita o fumo de óxido de zinco, o qual exala por ocasião das operações de soldagem com ferro e pode causar sérios danos ao trabalhador, representados por doença pulmonar obstrutiva, febre de fumos metálicos, intoxicação específica, conforme o metal utilizado.
  • 18. 16 Burgess (1997, p. 173) esclarece: Os possíveis riscos à saúde causados por exposições a fumos metálicos durante a soldagem a arco com eletrodo metálico coberto dependem, obviamente, do metal que está sendo soldado e da composição do eletrodo. O componente principal do fumo gerado por aço doce é o óxido de ferro. Os danos causados pela exposição ao fumo de óxido de ferro parecem ser limitados. A deposição de partículas de óxido de ferro no pulmão causa, realmente, uma pneumoconiose benigna conhecida como siderose. Não há enfraquecimento funcional do pulmão, nem proliferação de tecido fibroso. Na lição de Thornton (1994), as partículas do fumo de soldagem, provenientes do arco de gás formado durante o processo, configuram-se como um dos maiores causadores de risco para a saúde dos soldadores. Por ocasião do trabalho com solda, estas partículas ficam concentradas na zona respiratória do soldador, representando potencial perigo para a sua integridade respiratória. Possivelmente os soldadores podem estar sofrendo de problemas respiratórios, mas desconhecem o fato. Segundo Chung et al (1997), o fumo produzido durante a soldagem consiste num aerosol resultante da condensação e oxidação de metal vaporizado. Sua composição pode incluir outros materiais que originalmente fazem parte dos componentes de consumo da soldagem ou do metal que está sendo soldado. Esta miscigenação de gases e partículas no ar representam um risco para a saúde, conforme a composição e concentração do fumo e o período de exposição. De acordo com Colacioppo (1985), os fumos de soldagem representam os principais agentes químicos aos quais os soldadores encontram-se expostos. Além das várias patologias que cada substância pode desenvolver individualmente, observam-se ações aditivas para o aparelho respiratório, as quais podem redundar em câncer pulmonar. Extremamente pernicioso, o fumo de soldagem afeta não apenas os soldadores mas também os trabalhadores que compartilham o mesmo ambiente
  • 19. 17 laboral. Esse fumo pode causar dor de cabeça, irritação nos olhos, e deixar os trabalhadores inebriados, fatores que podem contribuir para a ocorrência de acidentes de trabalho. Além de estarem condicionados à composição do metal e do eletrodo, os riscos vão depender também do processo de soldagem, da densidade da corrente elétrica, da taxa de deposição do eletrodo, do tempo do arco, da configuração da alimentação da eletricidade e polaridade direta ou invertida. A esses fatores condicionantes, Burgess (1997, p. 173) acresce outro: o próprio ambiente de trabalho. “O ambiente de trabalho também define o nível de exposição aos fumos de soldagem e inclui o tipo e qualidade da ventilação exaustora e se a soldagem é feita em área externa, em um galpão ou em espaço confinado”. c) Névoas Para a CIPA da UNESP (2005), define-se névoas como “partículas líquidas resultantes da condensação de vapores ou da dispersão mecânica de líquidos”. Como exemplo, são citados dois tipos: a névoa formada no processo de pintura a revólver e o monóxido de carbono expelido pelos escapamentos dos automóveis. d) Gases e vapores De acordo com a Sociedade Brasileira de Engenharia de Segurança – SOBES (2005), nos ambientes de trabalho nas indústrias e metalúrgicas que utilizam os processos de soldagem, inúmeros gases podem estar presentes no ar e, sendo inalados pelo trabalhador, causam efeitos irritantes, em especial nas vias respiratórias. O local de ação é em geral determinado pela solubilidade. Aqueles que são muito solúveis na água serão rapidamente absorvidos pelas vias aéreas superiores, onde agem como irritantes. Os de baixa solubilidade na água agirão mais adiante, no pulmão. Vem a seguir os de solubilidade intermediária, cuja ação se faz no correr de todo o aparelho respiratório. (SOBES, 2005)
  • 20. 18 Além de prejudiciais em estado gasoso, alguns produtos são nocivos em estado sólido e, ao entrarem contato com a epiderme, originam queimaduras ou inflamação. Segundo a CIPA da UNESP (2005), define-se como gás o “estado natural das substâncias nas condições usuais de temperatura e pressão”. Exemplos fornecidos incluem o gás liquefeito de petróleo (GLP), hidrogênio, ácido nítrico, butano e ozona. De acordo com a SOBES (2005), os gases irritantes são classificados em dois tipos: irritantes primários e irritantes secundários. Os gases irritantes primários agem no local de contato com o organismo, não causando ação tóxica sistêmica, ou seja, não envolvem totalmente o organismo. Por exemplo: amônia, ácido sulfúrico, ácido fluorídrico, formol, anidrido sulfuroso, cloro e ozônio. A SOBES (1995) assim define este último: “é um severo irritante das mucosas. É um gás incolor, muito reativo com cheiro característico que aparece, por exemplo, na solda. Diminui a acuidade visual, dá falta de ar, tosse, constrição torácica, perturbação da coordenação e, dependendo da concentração, morte”. Os gases irritantes secundários agem no local do contato com o organismo, principalmente nas membranas mucosas. Visto que são absorvidos, causam um efeito geral no organismo. São exemplos dessa categoria o hidrogênio sulfurado, o sulfeto de hidrogênio e o gás sulfídrico. Este, além de causar ação irritativa tópica, exerce ação sistêmica caracterizada por excitação e depressão do sistema nervoso, principalmente no centro respiratório, o que pode levar a óbito imediato. Os gases e vapores irritantes produzem uma inflação nos tecidos das vias respiratórias que pode levar ao edema pulmonar, derrame pleural e outras reações. Eles também podem causar manifestações como rinite, faringite e laringite, tosse e dor no peito que pode ser encarada como um sinal de agravamento e de alarme para prevenir exposições excessivas que podem afetar gravemente o aparelho respiratório. Outros irritantes agem sobre os brônquios, originando bronquites ou broncopneumonia. O edema pulmonar, que em geral é uma manifestação grave, pode ocorrer de 4 a 24 horas após a exposição. (SOBES, 2005)
  • 21. 19 Na lição de Vieira (1996), os diversos agentes químicos penetram no organismo humano principalmente pela via respiratória, visto que o trabalhador inala considerável quantidade de ar durante sua jornada diária de trabalho e a área alveolar, sendo muito extensa, apresenta-se bem permeável, com muitos vasos e indefesa perante as substâncias agressivas. A partir do momento em que o trabalhador aspira uma substância inorgânica granular, esta desencadeia uma ação muito complexa em seu organismo. Os grãos maiores encontram uma barreira nos pêlos das narinas, sendo retidos também pela ciliação da traquéia. Grãos menos espessos, com 0,5 mícron ou menos, adentram os pulmões do ser humano mas a respiração se encarrega de expeli-los. Problemáticos realmente são os grãos cujo tamanho oscila entre 0,5 e 5 mícron, que, penetrando nos pulmões, se alojam nos terminais alveolares, responsabilizando-se por inúmeros distúrbios. Portanto, pode-se concluir que quase toda fumaça de soldagem pode chegar aos pulmões. (OKUMURA; TANIGUCHI , 1982) Aqueles gases e vapores que não se fixam no revestimento mucoso, mesclam-se ao ar inalado pelo indivíduo e vão alojar-se nos alvéolos. Assim, esses elementos atravessam a barreira formadas por estes sacos e logo se integram ao fluxo sanguíneo. De acordo com a natureza química do gás, a penetração será maior ou menor. (TORREIRA, 1999) 2.2 SOLDAGEM De acordo com Burgess (1997, p. 168), “soldagem é um processo para ligar metais no qual a coalescência é produzida pelo aquecimento do metal a uma
  • 22. 20 temperatura adequada”. A Sociedade Americana de Soldagem catalogou 80 processos de soldagem utilizados na indústria em geral. Contudo, o uso mais generalizado e o potencial de levar o soldador a exposições restringe-se a 10 técnicas. Sem muita preocupação com os aspectos técnicos, procurou-se analisar algumas técnicas de soldagem, tendo em vista os danos que acarretam aos trabalhadores envolvidos direta e indiretamente. 1) Soldagem a arco com eletrodo metálico coberto Os acidentes por radiações do arco ocorrem mais facilmente durante a soldagem, prejudicando os soldadores e até mesmo outros trabalhadores que se encontrem trabalhando nas imediações. Conforme Burgess (1997, p. 170), “a vareta de solda ou eletrodo pode causar implicações significantes na saúde do trabalhador. O eletrodo contém a mesma liga metálica ou similar ao metal base.” O revestimento do eletrodo libera gases como o dióxido de carbono. Segundo Pantucek (1971, apud BURGES, 1977, p 171), o fumo desprendido de eletrodos revestidos pode conter óxidos de ferro, óxido de manganês, fluoretos, dióxido de silício e componentes de titânio, níquel, cromo, molibdênio, vanádio, tungstênio, cobre, cobalto, chumbo e zinco. Caso o soldador fique muito exposto aos fumos de soldagem de baixo hidrogênio em locais sem ventilação ou com ventilação deficiente, pode sentir irritação nas narinas e na garganta e sangramento crônico no nariz. As concentrações apenas são problemáticas em soldagem quando se trabalha em oficina fechada. Conforme Okamura; Taniguchi (1982), durante o processo de soldagem são gerados raios ultravioletas de alta intensidade (ondas de comprimento inferior a 380
  • 23. 21 nm) e raios infravermelhos relativamente intensos (ondas de comprimento superior a 760 nm), além da radiação de espectro visível da luz (380 a 760 nm). Nas radiações ultravioleta (UV), os raios com aproximadamente 297 nm de comprimento são absorvidos pela córneo e pelo cristalino do olho humano. Caso esses raios sejam irradiados para os olhos do soldador, acima de uma determinada dosagem, ele tem a sensação de estar com um corpo estranho nos olhos, lacrimeja intensamente e tem espasmos nictitantes (piscar de olhos) após um período de incubação determinado pelo tempo das exposições. O intervalo entre a exposição e o surgimento dos sintomas oscila entre meia a 24 horas, mas habitualmente ocorrem num lapso temporal de 6 a 12 horas. O referido período é inversamente proporcional à intensidade da radiação: quanto maior for a dosagem, mais precocemente manifestar-se-ão os sintomas agudos que, geralmente, perduram por aproximadamente 6 a 24 horas, cessando completamente a dor em menos de 48 horas. (OKUMURA; TANIGUCHI, 1982) As radiações são perigosas quando situadas na faixa de espectro UV-C e UV-B, pois podem causar eritema da pele ou avermelhamento. Burguess (1997, p. 175) relata que até agora não ficou evidente que a radiação IV oriunda da soldagem a arco tivesse causado dano aos olhos. Já a radiação na faixa UV-B é absorvida no epitélio da córnea do olho e causa fotoqueratite. Algumas horas após a exposição ao arco o trabalhador sente dores fortes, que vão cessar somente em 24 horas. A exposição a essa faixa causa a condição aguda conhecida como “olho de arco”, “areia no olho” “queimadura por luz”. Quanto às radiações visíveis, situadas entre 380 a 760 nm, podem originar-se das soldas em geral. Segundo Okumura; Taniguchi (1982), os raios visíveis são transmitidos através da córnea e do cristalino, até alcançarem a retina. Na presença
  • 24. 22 de forte luminosidade, os olhos ficam fatigados, perdendo sua eficiência. Contudo, na maioria das vezes este fenômeno é temporário. Visto que os raios visíveis são refratados pelo cristalino, para serem focalizados na retina, quando os olhos ficam expostos à luminosidade muito intensa, podem sofrer danos. Assim como a radiação visível, os raios infravermelhos (IV) de comprimento de onda igual ou superior a 1.600 nm penetram nos olhos do soldador e causam danos. De acordo com Okumura (1982), grande parte dos raios infravermelhos absorvidos pelos olhos transforma-se em calor. Caso o trabalhador fique sempre exposto à radiação, provavelmente será afetado, surgindo inflamação nas pálpebras e córneas, início de presbitismo, catarata, etc. Gareis (1994) adverte que o trabalhador que usa lentes de contato não deve envolver-se diretamente com a soldagem, pois a radiação infravermelha resultante desse processo causa aquecimento do líquido do olho e já foram registrados casos em que a lente de contato aderiu à córnea com o calor. Burgess (1997) acredita que, após sofrerem com problema de radiação uma vez, os soldadores certamente ficam mais conscientes dos perigos e procuram proteger-se contra uma reincidência, utilizando os equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados. Contudo, o fato de os olhos recuperarem-se facilmente de irritações momentâneas prejudica o trabalho de conscientização dos operários e seus superiores quanto aos perigos que a radiação representa no longo prazo.
  • 25. 23 SUPORTE ELETRODO DO ELETRODO GERADOR DA SOLDA TRABALHO FIO CONDUTOR PARA O TRABALHO Metal Base Solda Corrente do arco Profundidade da cratera Revestimento do eletroduto Arame intermo Atmosfera para soldagem Poça do arco Escória solidificada Figura 1 – a) soldagem a arco com eletrodo metálico coberto (SMA) (cortesia de Hobart Brothers, Inc.); b) seção transversal da área do arco. Fonte: Burgess, 1997, p. 170. 2) Soldagem a arco sob gás com eletrodo de tungstênio (GTA) De acordo com Burgess (1997, p. 177), assim que surgiu esse processo de soldagem, gerou uma preocupação a respeito do provável problema causado pelos níveis de óxido de tório suspensos no ar. Contudo, ficou demonstrado que os níveis desse óxido suspensos na área de respiração eram insignificantes. Mesmo assim, foi aconselhado o controle por ventilação quando for utilizado eletrodo revestido de tungstênio e tório. Máquina de soldar Suprimento de gás Suporte do Eletrodo Eletrodo de Tungstênio Capa Isolante Passagens de gás Condutor Elétrico Gás de Proteção Peça de Trabalho Figura 2 – Equipamento para soldagem a arco sob gás e eletrodo de tungstênio. Fonte: Burgess, 1997, p. 176.
  • 26. 24 3) Soldagem a arco sob gás com eletrodo metálico (GMA) Segundo Burgess (1997), a soldagem sob gás inerte com eletrodo metálico situa-se como um processo que produz a maior quantidade de radiação ultravioleta, seguida pela soldagem a arco com eletrodo metálico revestido; em último lugar encontra-se a soldagem sob gás inerte com eletrodo de tungstênio. “As concentrações de fumo da solda na soldagem a arco sob gás com eletrodo de tungstênio são mais baixas do que na soldagem com vareta manual e do que na soldagem de arco sob gás com eletrodo metálico”. (BURGESS, 1997, p. 177) Conforme estudos de Alpaugh et al (1968, apud BURGUESS, 1997, p. 179), as concentrações de óxido de ferro no fumo geralmente apresentavam índices mais elevados quando era empregada a técnica da solda a arco com metal coberto. Carretel de arame Propulsor de arame pode ficar no cabo do maçarico de solda ou no carretel de arame Gás de Proteção Propulsor de arame Suprimento de Gás Controles para manipulação do propulsor de arame, corrente, fluxo de gás e água para resfriamento, se usada Contator Soldador cc Figura 3 – Equipamento para solda a arco sob gás com eletrodo metálico. Fonte:Burgess, 1997, p.178. 4) Solda a arco submerso (SAW) Em conformidade com Marini (1994), dentre os diferentes processos de soldagem, cada um pode causar uma patologia particular no soldador. O período crítico para a visão é a mudança de atitudes e adaptação às novas situações. A principal exposição deste processo é ao fluoreto de hidrogênio e
  • 27. 25 partículas solúveis de fluoreto liberadas pelo fundente de solda. Uma vez que o fundente elimina a radiação direta do arco e suprime a geração do fumo de metal, a solda a arco submersa não tem merecido por parte da higiene industrial um estudo de maior importância. (BURGESS, 1997, p. 181) Controles Mecanismo de acionamento do fio Depósito do fundente Suprimento de arame de solda Guia do arame de solda e acelerador de corrente Peça de trabalho Fonte de eletricidade (a) Fundente - tubo alimentador Fundente Metal base Fio eletrodo Escória derretida Escória Solidificada Metal de solda solidificado Metal de solda derretido (b) Trilha do arco Figura 4 – Solda a arco submerso, (a) equipamento de solda; (b) corte transversal da solda. Fonte: Burgess, 1997, p. 180. 5) Soldagem e corte a arco de plasma (PAW e PAC) Na lição de Burgess (1997, p. 181), o processo de arco de plasma comporta riscos à saúde do trabalhador, tais como exposições a barulhos, ozônio, dióxido de nitrogênio e gás metálico. Embora acarrete à saúde do soldador os mesmos danos verificados no processo de solda a arco sob gás com eletrodo de tungstênio, a soldagem a arco com plasma é mais perniciosa ainda, pois seu espectro de UV é mais intenso. Consequentemente, há exposições relevantes da pele e dos olhos, sendo necessário a utilização de roupas especiais (de couro cromado) e proteção para os olhos (14 graus, contra 10 na solda manual a arco com metal coberto leve). Além do mais, o ruído a que está exposto o soldador chega à faixa de 110 a 120 decibéis. Devido a sua origem aerodinâmica, vinda da corrente de plasma, torna-se difícil controlar tal ruído.
  • 28. 26 Komarova et al. (1992) efetivou estudos em uma indústria metalúrgica russa onde os soldadores de uma linha de produção de dispositivo laser ficaram expostos aos flashes de luz de plasma e laser, ultrapassando os níveis máximos permitidos. Conseqüentemente, as exposições causaram problemas nos olhos e no sistema imunológico dos trabalhadores, além de distúrbios no aparelho respiratório. Foi necessário tratamento com remédios e, para impedir esses danos futuramente, foram tomadas medidas profiláticas, incluindo um escudo de proteção contra flashes provenientes do processo de soldagem. Alimentação Elétrica da Solda Gerador de Alta Frequência C R Eletrodo Gás do Orifício Água para resfriamento Gás de cobertura Anel de cobertura externo Peça de Trabalho Figura 5 – Equipamento para Solda a Arco de Plasma (PAW). Fonte: Burgess, 1997, p. 182. 6) Solda a laser De acordo com Sliney e Wolbarsht (1980, apud BURGESS, 1997, p. 184), “os danos e aos olhos causados pela operação a laser relacionadas ao raio são bem reconhecidos”. Hietanen et al. (1992, apud BURGESS, 1997, p. 184) ressaltam que o maior risco potencial configura-se no raio laser focalizado, pois pode atingir o operador e causar sérios danos. Aliás, há possibilidade de malefícios em quaisquer locais onde o raio fique desprotegido, nos locais com reflexo especular oriundos de superfícies
  • 29. 27 brilhantes e durante o acionamento acidental do raio. 7) Solda a resistência (Solda a Ponto) Para Burgess (1997, p. 185) este processo comporta poucos danos à saúde trabalhador: De fato, os danos à saúde são mínimos; a única reclamação que surge desta operação está ligada a peças para soldagem com óleo residual na superfície, o qual se degrada durante a soldagem, formando aldeídeos, que elicitam por parte dos soldadores reclamações de irritação nos olhos e nas vias respiratórias e olfativas. 8) Soldagem e Corte a Maçarico Os danos à saúde causados pela solda a maçarico são mínimos em comparação com àqueles causados pelas técnicas de solda a arco. [...] O risco de dano principal na solda a gás em espaços fechados é devido à formação de dióxido de nitrogênio. As concentrações maiores ocorrem quando o maçarico está queimando sem estar soldando. (BURGESS, 1997, p. 186) Segundo Gorban (1990), nos processos manuais e semi-automatizados de soldagem pode-se reduzir a contaminação da zona respiratória do soldador, que é uma das maiores preocupações, devido aos fumos de soldagem, com substâncias de riscos, se a intensidade de sua formação for diminuída na zona do arco de soldagem. Esse processo requer mais dados sobre a emissão e a razão de formação das substâncias mais perigosas, tais como componentes sólidos e gasosos do aerosol de soldagem, com o devido relato do regime de soldagem usado e o diâmetro do eletroduto de soldagem. Conforme a mesma fonte, caso seja testada a efetividade de sistemas de ventilação local e geral dos postos de trabalho de soldagem, a possibilidade de ação sobre as substâncias químicas pode ser tomada, objetivando tornar a ambiente de trabalho mais salubre para o soldador e outros trabalhadores que compartilhem a mesma zona respiratória.
  • 30. 28 Bico Válvula do maçarico de oxigenio Maçarico Válvula do maçarico de acetileno Medidor de pressão de trabalho Verificador da válvula de segurança Regulador de acetileno Medidor de pressão do cilindro Acetileno Oxigênio Medidor de pressão de trabalho Regulador de oxigênio Medidor da pressão do cilindro Verificador da válvula de segurança Figura 6 – Solda a maçarico ou solda a gás. (Cortesia de Hobart Brothers, Inc.) Fonte: Burgess, 1997, p. 187.
  • 31. 29 3 SEGURANÇA EM SOLDAGEM: ESTUDO DE CASO 3.1 SEGURANÇA NO LOCAL DE TRABALHO Para que o local de trabalho do soldador seja deveras seguro, são necessárias inúmeras precauções, antes, durante e após o trabalho. A ITSEMAP do Brasil (2005) recomenda as seguintes providências antes da execução de um trabalho: - Avaliar se existem materiais combustíveis na área. - Verificar se o trabalho pode ser realizado em um lugar mais seguro. - Livrar a área de materiais combustíveis [...]. - Proteger os materiais combustíveis que não puderem ser retirados [...]. - Cobrir com materiais incombustíveis e maus condutores de calor todas as aberturas, frestas e buracos existentes no chão, paredes ou teto, num raio de 12 m. - Evitar a condução do calor através de tubulações e outros elementos metálicos onde será executado o trabalho: a) afastando os materiais combustíveis dos materiais que podem conduzir calor: b) procedendo ao resfriamento das superfícies que podem conduzir calor. - Evitar que possíveis chamas secundárias provoquem a ignição de materiais combustíveis e propaguem o fogo através de passagens estreitas. - Antes de utilizar o equipamento de trabalho, comprovar suas condições de manutenção e funcionamento. - Manter no local meios adequados para extinção de incêndios [...]. Segundo a mesma fonte, durante o trabalho com solda, um funcionário treinado deve permanecer no local, pronto para agir em caso de incêndio ou outros problemas. Esse operário deve observar a projeção das fagulhas, a transmissão de calor, o alcance da chama e a necessidade de resfriamento de elementos e superfícies que possam transmitir calor por condução. O maçarico ou eletrodo deve ser colocado de modo a evitar que as fagulhas se expandam muito. Suas pontas devem ser colocadas em recipientes com água ou areia. Recomenda-se evitar a execução de soldagem próximo a cilindros de gás. Encerrados os serviços de soldagem, o ITSEMAP do Brasil recomenda: - Resfriar todos os elementos que sofreram aquecimento [...]. - Realizar inspeção minuciosa nos seguintes pontos: a) local onde foi realizado o trabalho;
  • 32. 30 b) áreas adjacentes; c) os pontos atingidos pela projeção de fagulhas incandescentes; d) todos os locais onde existe a possibilidade do calor ter sido transmitido; - Manter inspeção contínua durante pelo menos uma hora após a conclusão do trabalho [...] Inspeções intermitentes devem ser rigorosamente realizadas até o dia seguinte. Observando a oficina de uma indústria localizada na cidade de Guarapuava – PR., constatou-se que são utilizados alguns biombos para isolar o soldador, conforme a Figura 7: Figura 7 – Barreira contra fogo e respingos. Fonte: Arquivo dos autores. Tal medida está em consonância com as normas preconizadas pela ESAB (2004, p. 3): Quando as operações de soldagem ou corte não podem ser efetuadas em locais específicos e especialmente organizados, instalar biombos metálicos ou proteções não inflamáveis para evitar que o calor, as fagulhas, os respingos ou as escórias possam atingir materiais inflamáveis. (http://www.esab.com.br/literatura/pdf/0200890ver%200_Regras%20de%20 seguranca.pt.pdf) Conforme a legislação brasileira, Norma NR 9 - PPRA, devem ser tomadas medidas capazes de eliminar, minimizar ou o controlar os riscos ambientais toda vez que ocorrer uma ou mais das seguintes situações:
  • 33. 31 a) identificação, na fase de antecipação, de risco potencial à saúde; b) constatação, na fase de reconhecimento de risco evidente à saúde; c) quando os resultados das avaliações quantitativas da exposição dos trabalhadores excederem os valores dos limites previstos na NR 15 ou, na ausência destes os valores de limites de exposição ocupacional adotados pela American Conference of Governamental Industrial Higyenists-ACGIH, ou aqueles que venham a ser estabelecidos em negociação coletiva de trabalho, desde que mais rigorosos do que os critérios técnico-legais estabelecidos; d) quando, através do controle médico da saúde, ficar caracterizado o nexo causal entre danos observados na saúde dos trabalhadores e a situação de trabalho a que eles ficam expostos. Assim, conforme a Norma NR –9, as medidas de controle devem incluir ações para eliminação, prevenção e redução da emissão e disseminação destes poluentes. Na prática, juntamente com outras medidas referentes aos processos utilizados, a captação na fonte é o meio mais prático e efetivo de eliminação dos riscos ambientais referentes a processos industriais com emissão localizada. Preconizam as normas vigentes no Brasil (NR 9 - PPRA Programa de Prevenção de Riscos Ambientais), e na maioria dos países industrializados, que as medidas de combate à contaminação ambiental no trabalho devem obedecer à seguinte hierarquia: 1. medidas que eliminem ou reduzam a utilização ou a formação de agentes prejudiciais à saúde; 2. medidas que previnam a liberação ou a disseminação desses agentes no ambiente de trabalho; 3. medidas que reduzam a liberação ou a disseminação desses agentes no ambiente de trabalho. Assim, em primeiro lugar devem ser adotadas as ações referentes aos processos objetivando eliminar as emissões, isto é: escolha do processo de fabricação a ser adotado, dos insumos aplicados ao processo e das técnicas de produção. Seguindo a escala hierárquica determinada pela Norma NR 9, em seguida devem ser executadas as ações que previnam a liberação ou a disseminação dos poluentes gerados no processo. Enquadram-se aí as medidas adotadas para captar
  • 34. 32 e tratar todo o poluente gerado no processo antes que sejam liberados para o ambiente. Após esses procedimentos, devem ser tomadas medidas que reduzam a liberação ou a disseminação dos poluentes no ambiente de trabalho, incluindo equipamentos de captação. Estes equipamentos devem situar-se sempre o mais próximo possível do ponto de emissão, impedindo que os poluentes atinjam a zona de respiração do operador. Geralmente este método é conhecido como "captação na fonte de emissão". Em termos práticos, esta é a opção de maior aplicação, visto que pode ser utilizada em quase todas as situações e tem demonstrado excelentes resultados quanto à flexibilidade, desempenho e durabilidade dos equipamentos utilizados. A Norma NR 9 determina que, quando da implantação de medidas de caráter coletivo deverá ser feito treinamento dos trabalhadores sobre os procedimentos que garantam a sua eficiência, informando-os sobre possíveis limitações de proteção que ofereçam. Conforme a Norma, assim que for comprovada pelo empregador ou instituição, a inviabilidade técnica da adoção de medidas de proteção coletiva ou quando estas forem insuficientes ou estiverem em fase de estudo, planejamento ou implantação ou ainda em caráter complementar ou emergencial, devem ser tomadas outras medidas, seguindo-se esta hierarquia: “a) medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho; b) utilização de Equipamento de Proteção Individual - EPI.” Observa-se, portanto, que a legislação concernente aos riscos ambientais considera o uso de EPI como o último recurso ou um recurso complementar, independente das medidas anteriormente abordadas para eliminar e/ou prevenir os
  • 35. 33 riscos. Este aspecto deve ser considerado na correta seleção do equipamento para captação e tratamento dos poluentes. 3.2 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI De acordo com a NR 6 – Equipamento de Proteção Individual (206.000-0/10), define-se Equipamento de Proteção Individual – EPI, como “todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde do trabalhador”. A referida Norma determina que o empregador deve fornecer o EPI adequado ao risco, sem ônus para o trabalhador, treinando-o para o uso correto e enfatizando a obrigatoriedade de usá-lo, bem como os cuidados de conservação e a necessidade de reposição em caso de dano ou extravio. A Norma NR 9 preconiza que o uso de Equipamentos de Proteção Individual - EPI no âmbito do Programa de Prevenção aos Riscos Ambientais deverá considerar as Normas Legais e Administrativas vigentes e incluir no mínimo: a) seleção do EPI adequado tecnicamente ao risco a que o trabalhador está exposto e à atividade exercida, considerando-se a eficiência necessária para o controle da exposição ao risco e o conforto oferecido segundo avaliação do trabalhador usuário; b) programa de treinamento dos trabalhadores quanto à sua correta utilização e orientação sobre as limitações de proteção que o EPI oferece; c) estabelecimento de normas ou procedimentos para promover o fornecimento, o uso, a guarda, a higienização, a conservação, a manutenção e a reposição do EPI, visando a garantir as condições de proteção originalmente estabelecidas; d) caracterização das funções ou atividades dos trabalhadores, com a respectiva identificação do EPI utilizado para os riscos ambientais. A ITSEMAP do Brasil recomenda que o soldador (e seu ajudante, se houver) paramente-se com os seguintes EPIs quando for trabalhar com soldagem: - máscara para solda elétrica; - avental de raspa de couro;
  • 36. 34 - luvas de raspa de couro; - perneira de raspa de couro; - calçado de segurança com biqueira de aço ou de resina; - blusão de raspa de couro para soldas; - capuz de brim. Mais recentemente, foram lançados no mercado novos EPIs: uma máscara para uso em soldagem, para proteção respiratória, com insufladores de ar em seu interior, e filtros de solda que escurecem assim que o arco se abre, clareando com o fechamento do mesmo. Ambos os produtos foram desenvolvidos pela empresa 3M, sendo que a máscara é recomendada para vários tipos de solda. (www.3m.com/br/segurança) O respirador purificador de ar para os soldadores, desenvolvido pela empresa 3M, é um sistema leve, compacto e completo. Esse produto foi elaborado para ser usado com um filtro contra gases, que é colocado sobre o filtro de partículas, objetivando uma proteção a mais contra vapor orgânico e gás ácido. Conforme o catálogo eletrônico do fabricante, o respirador possui os seguintes componentes (Figura 8): A. capa do filtro, cuja função é armazenar o bloqueador de fagulhas para minimizar o risco de fogo nos filtros; B. pré-filtro, objetivando aumentar a durabilidade do filtro de partículas; C. filtro de partícula eficientíssimo; D. filtro contra gases, que eliminam os vapores orgânicos e gases ácidos; E. filtro contra odores, o qual só pode ser utilizado quando o filtro contra gases não estiver colocado; F. bateria recarregável em quatro horas, com um carregador que não gera sobrecarga; G. motor sem escovas, com tripla durabilidade em relação aos motores convencionais;
  • 37. 35 H. cinto de couro ergonômico, elaborado para proporcionar mais conforto ao trabalhador; I. filtro extra de ar, para execução de trabalhos em condições de umidade e calor excessivos; J. traquéia: cobertura de traquéia que resiste a chamas, disponível como acessório; K. Distribuidor de ar filtrado em toda a zona respiratória da máscara; L. Vedação facial flexível e moldável proporciona um ambiente de pressão positiva internamente. Esse produto possibilita a distribuição homogênea do ar filtrado em toda a área respirável da máscara. Além dessas vantagens para o soldador, a vedação facial é flexível e moldável. Isso favorece um ambiente de pressão positiva no interior da máscara, mantendo os contaminantes ambientais fora dela. Máscara de solda com ótima mobilidade (Sistema Speedgls com Adflo) Figura 8 – Proteção respiratória Fonte: 3M do Brasil Os filtros Speedglas da 3M são equipamentos são muito versáteis, proporcionam o bloqueio dos efeitos adversos das radiações UV e IV e escurecimento automático durante a soldagem. Os modelos 9002 da 3M são filtros de solda com escurecimento automático
  • 38. 36 versáteis, com estes filtros o trabalhador pode ajustar as funções de escurecimento, sensibilidade, retardamento e lig/desl. Estas funções permitem ao soldador mais conforto e fazem com que o filtro tenha o desempenho da forma que o soldador deseja para cada aplicação específica da solda. Por exemplo, a função retardamento permite ao soldador decidir a rapidez com que o filtro muda de escuro para claro. Assim, objetivando uma maior proteção para os olhos e o rosto do soldador, a empresa 3M desenvolveu uma exclusiva máscara com filtro de escurecimento automático e exaustão de CO2. que pode ser visualizada na figura 9. Painel de ajustes das funções de escurecimento automático Figura 9 - Máscara com filtro de escurecimento automático Fonte: 3M do Brasil As opções oferecidas pela 3M para proteção respiratória são variadas, estando à disposição do soldador alguns modelos de máscara com escurecimento automático, como: Speedglas FlexView com Fresh-air C (ar comprimido), com lentes de 120 x 90 mm para preparação de solda, recomendável para condições de baixa luminosidade e com proteção permanente dos olhos, rosto e sistema respiratório; e Speedglas Fresh-air C, proteção ergonômica para solda, ideal para ambientes altamente contaminados (figura 10).
  • 39. 37 Mascara de solda com sistema de ar comprimido e filtro de solda com escurecimento automático Figura 10 – Sistema de ar comprimido Fresh-air C Fonte: 3M do Brasil No estudo feito numa oficina localizada numa indústria da cidade de Guarapuava – PR., constatou-se que o soldador utiliza os EPI´s, com exceção do blusão de raspa de couro, que é substituído por mangotes de raspa de couro. A Figura 11 a seguir mostra a máscara de solda e a luva utilizada pelo trabalhador.
  • 40. 38 Figura 11 – Alguns dos equipamentos utilizados pelo soldador. Fonte: Arquivo dos autores. A bancada de trabalho do soldador é bem iluminada e a oficina é bastante ampla, conforme a Figura 12. Figura 12 – Aspecto geral da oficina e da bancada de trabalho. Fonte: Arquivos dos autores 3.3 EQUIPAMENTOS PARA CAPTAÇÃO LOCALIZADA DE POLUENTES A ventilação da oficina é natural, estando a mesa de trabalho localizada sob uma janela cujas ventarolas permanecem abertas, conforme a Figura 13.
  • 41. 39 Figura 13 – Ventilação da oficina. Fonte: Arquivos dos autores Contudo, pode-se observar, mesmo sem efetuar medições, que é grande a contaminação da zona respiratória do soldador, o que exige outras providências, tais como a utilização de algum equipamento para captação localizada de poluentes. Especialmente nas grandes indústrias, os gases e fumos devem ser captados na fonte, de acordo com a Tabela 1, que demonstra os tipos de equipamentos aconselháveis para diversas aplicações de captação na fonte:
  • 42. 40 FUMOS DE SOLDA Processo de soldagem Filtro Mecânico Filtro Eletrostático Eletrodo revestido, pesado X Eletrodo revestido, leve X X MIG/MAG > 200 A X MIG/MAG < 200 A X X TIG X X ROBÔ X Arame Tubular X POEIRA E PARTÍCULAS Tipo de Partícula Filtro Mecânico Filtro Eletrostático Metais ferrosos X X Metais não ferrosos X X Não metálicos X X GÁS, VAPOR E AEROSSÓIS Tipo de fumo Filtro Ativo Filtro Eletrostático Gás X (Nox) Névoa de óleo (base não aquosa) X Tabela 1: Filtros para fumos de solda Fonte: Nederman do Brasil Sampaio (2005) apresenta uma seleção de equipamentos para captação na fonte de emissão: braços extratores, sistemas centralizados, exaustores portáteis e filtros móveis. Os braços extratores de fumos, gases e partículas em suspensão já são comuns na indústria da Europa e Estados Unidos. Devem ser leves e precisos, de forma que o operador possa facilmente colocá-lo na posição desejada e que capte eficientemente os poluentes. Podem ser utilizados como unidades individuais (Figura 14), acoplados a um exaustor (Figura 15) ou a uma unidade de filtragem (Figura 16).
  • 43. 41 Figura 14 – Braço extrator individual Figura 15 – Braço extrator individual acoplado Fonte: Nederman do Brasil diretamente a um exaustor Fonte: Nederman do Brasil Figura 16 – Braço extrator acoplado a unidade de filtragem Fonte: Nederman do Brasil Os sistemas centralizados captam os poluentes de vários pontos de operação. Podem ser projetados com uma única tubulação central para toda a indústria ou sistemas menores para cada célula de produção, conforme a Figura 17. “Em ambos os casos, a performance do sistema dependerá principalmente do correto dimensionamento da tubulação, do exaustor e dos dispositivos de extração utilizados.” (SAMPAIO, 2005, p. 8)
  • 44. 42 Figura 17 – Instalação centralizada para captação de poluentes Fonte: Nederman do Brasil Quando não for possível utilizar os braços extratores (locais confinados, pequenas oficinas, etc.) podem ser utilizados os exaustores portáteis. Ligados a mangueiras flexíveis na entrada e saída do ar, esses exaustores captam o ar poluído do ponto de emissão e descarregam-no fora do ambiente (Figura 18). Figura 18 - Exaustor/insuflador portát Fonte: Nederman do Brasil
  • 45. 43 Caso o operador necessite movimentar-se pela fábrica, o ideal será a um equipamento móvel que devolva o ar filtrado ao ambiente de trabalho (Figuras 19 e 20). Figuras 19 e 20 – Unidades móveis de extração e filtragem de poluentes Fonte: Nederman do Brasil Os equipamentos de extração e filtragem móveis mais usados possuem dois tipos de filtração: mecânica e eletrostática (Figuras 21 e 22). Figuras 21 e 22 – Filtro mecânico de papel filtrante e filtro eletrostático móvel Fonte: Nederman do Brasil
  • 46. 44 Visto tratar-se de uma oficina de pequeno porte, a empresa analisada pode optar por um equipamento economicamente mais viável.
  • 47. 45 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS A profissão de soldador requer principalmente boa acuidade visual e boa coordenação motora, além de boas condições físicas, pois às vezes a soldagem assemelha-se a um processo cirúrgico, que requer extrema habilidade no manuseio dos instrumentos de trabalho. Trata-se de um processo repetitivo, onde o trabalhador geralmente precisa postar-se de maneira prejudicial à sua coluna (arcando-se excessivamente), sempre trabalhando em pé e estando sujeito a poluentes que podem causar sérios danos à sua saúde, principalmente no longo prazo. Devido à baixa escolaridade e à falta de preparo técnico, muitos funcionários aprendem a função de soldador empiricamente, observando um colega. Conseqüentemente, não estão cientes dos riscos que correm, desconhecem os seus direitos e, obviamente, não podem reivindicá-los. Aparentemente inocentes, os fumos de soldagem vão tornando-se parte da rotina do soldador e chega-se à banalização da sua periculosidade. Contudo, o fato de ignorá-la ou menosprezá-la não elimina o risco que representam esses fumos. Efetuando o Estudo de Caso em uma oficina de uma indústria guarapuavana onde é comumente utilizada a soldagem a arco elétrico com eletrodo revestido, observou-se que em muitos aspectos há uma certa segurança no ambiente de trabalho. No entanto, numa análise mais rigorosa, percebe-se que existem inconformidades, inadequação da oficina aos ditames legais, colocando em risco a saúde do trabalhador que efetua a soldagem e seus colegas de trabalho. Conforme as informações prestadas pelo Coordenador da Manutenção Industrial da oficina estudada, quando o soldador permanece por períodos ininterruptos de três horas (ou mais) soldando em bancada, sente irritação na narina e cefaléia. Também já houve registro de irritação nos olhos, devido ao uso inadequado das máscaras de proteção. Outra situação
  • 48. 46 apontada foi de queimadura no braço do soldador, devido à ausência de EPI. Assim sendo, quanto aos Equipamentos de Proteção Individual, dentre as recomendações feitas à empresa analisada, pode-se citar: utilização de luva de raspa de cano longo, para que se encontre com o mangote, não deixando desprotegido nenhum espaço do braço do soldador; uso de perneiras e botinas de proteção, inclusive com biqueira, para melhor segurança no caso de queda de objetos nos pés; utilização das máscaras de solda e capuz; vestimentas sem bolso, para que não caiam faíscas dentro dele; uso de avental de raspa, etc. De modo geral, a empresa deve disponibilizar os EPI’s faltantes, melhorar as condições dos EPI’s existentes (substituição, limpeza) e orientar/reciclar funcionários quanto à importância da utilização correta desses equipamentos. Quanto às medidas coletivas a serem tomadas, pode-se isolar totalmente a bancada de soldagem com biombos, de modo que a área de soldagem fique isolada dos demais ambientes da oficina, evitando-se que fagulhas ou respingos atinjam outros trabalhadores da oficina ou transeuntes, e também para facilitar a retirada dos fumos de soldagem e entrada de ar. Outra observação diz respeito à movimentação de pessoas na área de soldagem. Como mostra Figura 12, há um funcionário trabalhando na mesma área onde encontra-se o soldador, mas não está usando nenhum Equipamento de Proteção Individual. O ambiente é mal ventilado, pois a janela existente abre-se apenas parcialmente; o ideal seria instalar venezianas na parede frontal à bancada de soldagem, para propiciar a entrada de ar. Visto que os fumos concentram-se na área de respiração do trabalhador, será necessário instalar algum tipo de exaustor. Embora a oficina seja de pequeno porte, a empresa é de grande vulto, e pode colocar ao menos um braço exaustor de fumos, gases e partículas em suspensão, ou um exaustor/insuflador portátil. Outra opção, economicamente viável, seria instalar exaustores eólicos para prover a retirada dos fumos de soldagem. Com isso será possível melhorar as condições de trabalho dos soldadores e com baixo investimento, visto que os exaustores
  • 49. 47 eólicos têm baixo custo de aquisição e manutenção. Uma opção mais inovadora seria a aquisição de um EPI moderno, tal como a máscara Speedglas com fresh-air ou a máscara Speedglas com adflo elaboradas pela empresa 3M, que proporcionam proteção ergonômica para solda, sendo recomendadas para ambientes altamente contaminados. O presente trabalho demonstrou a necessidade de maior conscientização do empregador, pois um investimento em segurança representa uma economia com acidentes de trabalho, doenças profissionais ou doenças de trabalho. Provavelmente, essa linguagem os empresários entendem: a linguagem do lucro. em muitos casos, esse será o único argumento capaz de convencer um industrial a carrear recursos financeiros para a segurança no trabalho, pois dizer que o trabalhador é o seu maior patrimônio geralmente não convence.
  • 50. 48 5 REFERÊNCIAS ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Cadastro de Acidentes: NB 18, 1975. Anuário Brasileiro de Proteção. Estatísticas de acidentes. 1999 p. 20 – 34. BURGESS, William A. Identificação de possíveis riscos à saúde do trabalhador nos diversos processos industriais. Tradução Ricardo Baptista. Belo Horizonte: Ergo Editora, 1997. BRASIL. Ministério da Previdência e Assistência Social. Assessoria de Comunicação Social. Plano de Benefícios da Previdência Social. Lei n.8.213 e Decreto - lei n. 2.172. 6 ed. atual. Até 30-03-97. Brasília: MPAS, ACS, 1997. BRASIL. Lei n. 6.514, de 22 de dezembro de 1977. NR 6 - EPI. In: Manuais de Legislação Atlas: Segurança e Medicina do Trabalho. 54. ed. São Paulo: Atlas, 2004, p. 80-86. _____. Lei n. 6.514, de 22 de dezembro de 1977. NR 9 - PPRA. In: Manuais de Legislação Atlas: Segurança e Medicina do Trabalho. 54. ed. São Paulo: Atlas, 2004, p. 101-105. _____. Ministério do Trabalho. Acidentes de trabalho. Disponível em <http://www.trabalho.gov.br/Empregador/segsau/analise/Dados 2003/conteudo.1486.pdf> Acesso em 24/05/2005, às 20:30hs. CHUNG, K. Y. K. ; Aitkent, R. J.; Bradley, D. R. Development and Testing of a new sampler for welding fume. Annals of Occupational Hygiene. v 41 n 3 Jun 1997. p 355 - 372 CIPA. Mapa de risco. Disponível em <http:/www.btu.unesp.br/cipa/mapaderisco04.htm> Acesso em 24/04/2005, às 8:30hs. COLACIOPPO, Sérgio. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional. N. 49, v. 13 Janeiro, Fevereiro, Março, 1985, p. 50- 77. ESAB. Regras para segurança em soldagem, goivagem e corte ao arco elétrico. Disponível em <http:/www.esab.com.br/literature/pdf/02089%20%ver%200_Regras%20%de20%segurançca _pd.pdf> Acesso em 13/07/05, às 8:00hs. GORBAN, L. N. Hygienic assessment of new welding processes and materials. Gigiena Truda i ProfessionaI'nye Zabolevaniya n 11 1990 P 50- 54 HERZER, Lauro Stoll. CIPA: Comissão interna de prevenção de acidentes. Porto Alegre: Edição dos Autores, 1997. INTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS). Boletim Estatístico de Acidentes de Trabalho. Brasília, 1998.
  • 51. 49 ITSEMAP DO BRASIL. Serviços Tecnológicos MAPFRE. Guias básicos de segurança: solda. n. 7, 2005. KOMAROVA, A. A. et al. Occupational Hygiene and healt status in welders - assemblies of laser devices. Gigiena Truda iProfessional'nye Zabolevanya. n 9- 10 ser - oct 1992. P 9- 12. MARINI, François. Visual function of the welder a permanent preocupation. Welding in the world, Le Soudage das Le Monde. V. 33, n. 2, 1994, p. 87-90. OKUMURA, Toshie; TANIGUCHI, Célio. Engenharia de soldagem e aplicações. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1982. PANTUCEK, M. American Hygiene Association Journal, n 32, 1971, p. 687-692. SAMPAIO, J. M. Seleção de equipamentos para captação localizada de poluentes no meio ambiente de trabalho. Nederman do Brasil, out. 1998. SOBES – Sociedade Brasileira de Engenharia de Segurança. Gases e vapores no ambiente de trabalho. Disponível em www.sobes.org.br Acesso em 22/07/2005, às 21:00hs. THORNTON, M.; STARES, L Analysis of particulate fume generation raies from gas metal are welding. Welding Rewiew Intemational. v 13 n 4 Nov 1994. P 363 – 365 TORREIRA, Raúl Peragallo. Manual de segurança industrial. Margus Publicações, 1999. 3M DO BRASIL. Speedglas: produtos desenhados para a vida. Disponível em <http://www.3m.com/intl/br/solda/links.jht?link=catalogo_eletronico> Acesso em 20/11/2005, às 16:33 hs. VIEIRA, Sebastião Ivone. Medicina básica do trabalho. 3. ed. Curitiba: Editora Genesis, 1996. YAKOVLEVA, T. P.; TIKHONOV A, G. I.; LESKINA, LM.; SHAMARIN, V.N.; ERMAKOV, S. P. Influence of ocupational factors on lifetime of metaIlurigists. Gigiena Truda i Professional'nye Zabolevniya. n 4 Apr 1998. P 1- 4