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1
Relatório
I SEMINARIO DE PESCA ARTESANAL E ASSISTENCIA TÉCNICA EM
PERNAMBUCO.
27 A 29 DE MAIO DE 2013.
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Equipe:
Laurineide Maria V. de Carvalho Santana
Severino Antonio dos Santos
Conselho Pastoral dos Pescadores
Tarcísio Quinamo dos Santos
Juvenita Lucena de Albuquerque
Coordenação Geral de Estudos Ambientais e da Amazônia – CGEA
Fundação Joaquim Nabuco
Hulda Helena Coraciara Stadtler
Maria de Fátima Massena de Melo
Rebeca Ferreira Lemos Vasconcelos
Núcleo de Estudo de Gênero e Agroecologia – Nega
Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE
Ângelo Brás Fernandes Callou
Ana Clara Costa de Lima
Caio Meneses Cabral
Programa em Extensão Rural e Desenvolvimento Local – Posmex
Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE
Laetícia Medeiros Jalil
Dario Rocha Falcon
Núcleo de Estudo, Pesquisas e Práticas Agroecológicas do Semiárido – Neppas
Unidade Acadêmica de Serra Talhada – UAST/UFRPE.
Patrocinador:
Coordenadoria Ecumênica de Serviços – CESE
MISEREOR
3
Agradecemos a colaboração da Msc. Adriane Lôbo, que contribuiu
com o Seminário relatando o histórico da Extensão Rural e Pesqueira
no Brasil, bem como, com as linhas gerais da Política Nacional de
Assistência Técnica e Extensão para Pesca e Aquicultura.
4
APRESENTAÇÃO
O presente relatório é resultante do debate ocorrido durante a realização do I Seminário de Pesca
Artesanal e Extensão em Pernambuco, realizado no período de 27 a 28 de maio, onde foram
debatidos temas como: A política Nacional de ATER para Pesca Artesanal, a contextualização das
ações de ATER no Estado de Pernambuco. Como objetivo de construir um instrumento que sirva de
referencia para os processos de discussão sobre A implementação de uma política estadual voltada
para Extensão Pesqueira e o fortalecimento do setor, no aspecto de construir um diálogo com as
organizações e gestores no Estado.
Foram envolvidos neste Seminário, pescadores e pescadoras artesanais, pesquisadores e
pesquisadoras, professores e professoras, e representantes de ONGs, que têm contribuído com o
processo de organização junto às comunidades pesqueiras artesanais e com a construção de
instrumentos que subsidiem as comunidades pesqueiras na luta pelos seus territórios.
1. DA POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL/PESQUEIRA.
5
Mcs. Adriane Lobo – Extensionista Rural, lotada na Emater de Rio Grande do Sul, na Unidade
Avançada de Pelotas, formada em Veterinária, e trabalha com o tema Pesca Artesanal há
aproximadamente 25 anos.
1.1. HISTÓRICO DA EXTENSÃO RURAL NO BRASIL
Por que a Extensão Rural é tão forte? De onde ela vem? Falar um pouco da Política de Assistência
Técnica e Extensão Rural – ATER, pois crer que todo projeto do setor tem que dialogar com a
política, que sem recursos, por exemplo, não se consegue nada. Precisa-se de força política para
conseguir recurso. A extensão rural necessita desse recurso para sair do gabinete. Deve-se fazer
Extensão na comunidade, uma formação continuada. Não o professor/a, mas o/a extensionista, num
processo de formação continuada.
SIGNIFICADO DA PALAVRA EXTENSÃO
Áustria Forderung Promover
Holanda Voorlichting Iluminar o caminho
Alemanha Beratung Assessorar
Indonesía Penyluhan Iluminar
França Vulfarisation Disponibilizar um conhecimento
Espanha Extensión Levar algo para algum lular
EUA Extension Levar algo para algum lugar
Brasil Levar algo a algum lugar, espalhar
OBS: Nos Estados Unidos, a pretensão da Assistência Técnica esta firmada pelo propósito de criar
um elo entre o PRODUTOR e a Pesquisa.
No Brasil se inicia a Extensão Rural em Minas Gerais em 1947, em Santa Rita do Passa Quatro. A
ideia era de que as pessoas deveriam acessar melhores condições de vida. Transformar o Jeca Tatu
numa pessoa civilizada. Com enfoque ao Trabalho com as comunidades, o mercado estava
preocupado com a Educação Rural, e as ações estavam voltadas para o bem esta social...
Depois surge o Crédito Rural Supervisionado. A ligação entre a Extensão Rural e o Crédito é de
nascença. Deve-se ter cuidado. O crédito é importante, mas precisa ser correto, senão ao invés de
ajudar um processo de desenvolvimento, pode atrapalhar. Entre 1947 e 1975 as proposta eram de
caráter genérico, não tinha atividades bem definidas, a única prioridade esta relacionada as
condições de vida da família de baixa renda.
O crédito antigamente não tinha atividades definidas e tinha como alvo a família pobre. Depois se
especifica para certas atividades e burocratiza o uso.
1960 – sistema ABCAR: enfoque para médios e grandes produtores; diminui o trabalho da área
social. Nessa época de 60, com a organização do trabalho na América Latina, o apoio público deixa
de cobrir as famílias agricultoras para beneficiar a grande produção.
6
Em seguida ao Golpe Militar de 1964, as orientações que deram origem a criação das ACAR, são
deixadas de lado e a prioridade na orientação passa a ter enfoque no produtor rural e não mas nas
famílias, com outras palavras se copia o modelo do EUA. Em 1966 o Governo Militar, institui o
Sistema Nacional de Crédito, obrigando os bancos a assinarem convênios com as ACARs (Crédito e
Assistência Técnica), com isso a Extensão Rural passa a trabalhar para as agencias de créditos e os
bancos.
Com essa orientação de criar o crédito rural orientado, e a obrigatoriedade do Bancos com convênios
com as ACAR, o governo criar em seguida a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (1972) –
Embrapa, a Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural – Embrater e a Empresa de
Assistência Técnica e Extensão Rural (1975) – Emater
No período de 1975/1986, o governo retira os subsídios dos créditos para a produção rural, com o fim
do crédito barato. Dar-se inicio a uma nova era voltada para modernização da agricultura, com crédito
abundante, massificação dos processos de mecanização, quimificação e relações direta com os
Grandes Complexo Agroindustriais (CAIs), originando-se uma outra concepção agrícola baseada na
difusão tecnológica, e com vista a Revolução Verde.
Desconsiderando o conhecimento empírico das populações rurais e agrícola, com a implantação de
grandes projetos baseados meramente nos grandes produtores que tinham condições de dar retorno
a visão do governo e do capital internacional.
Nesta visão a Extensão Rural passar a ter orientações centralizadas e metas de aumento da
abrangência, o incentivo ao uso de metodologias difusionistas, com foco meramente produtivista
(Rendimento/Capital), com técnicos especialistas com divisão por função e com atividades pro
projetos pré-definidos e estabelecidos.
Com isso a Extensão Rural passou a ser vista como a ponte entre a pesquisa e o produtor, a utilizar
metodologias própria para fazer o produtor adotar as tecnologias consideradas pelo mercado
capitalista como avançadas com o modelo (fomentista, produtivista e mecaniscista). O produtor
passou a ser visto com recebedor (mero Objeto) das ações do extensionistas, que necessitavam que
os produtores colocassem em pratica o que os extensionistas criavam nas pesquisas, e necessitavam
ver na prática.
Entre 1986 e 1990, a atuação da Extensão Rural, volta a ser focado para o bem estar social e não
apenas na Assistência Técnica, com um viés mais participativo do produtor. Dentro das instituições
cresce a crise da identidade e da metodologia das instituições, dentro de um novo modelo
democrático e participativo, com a criação de outras entidades de ATER, com outros atores em
setores como Agroindústrias, ONGs e principalmente nas prefeituras.
Com o novo governo (Collor) é extinta a Embrater, alguns estados assumem as organizações de
ATER existentes, sem coordenação e sem verbas federais, passa a ser fortalecido os CAIs, é criada
a Asbraer com diversidade de ações e maior dependência política
De 1990 a 1995, as políticas de ATER passam a ter programas diferenciados por estado, a Emater é
extinta, as organizações passam a se preocupar com as questões ambientais, com foco nas
tecnologias ecosustentaveis e menos dependências dos insumos industriais.
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Passa a ter um foco mais para a municipalização da ATER, pra isso é incentivado a criação e
implantação dos SMDR, CMDR e PMDR. A investimento para mudança na forma de comunicação, a
prioridade passa a ser aos pequenos produtores, mas com uma visão de abertura dos mercados
internacionais. Valorização da agricultura de base familiar, o governo criar linhas de credito e
programas específicos como o Pronaf, há uma intensificação dos conflitos no campo com o
surgimento de novos assentamentos de reforma agrária, surgi também o Programa Internacional de
Financiamento – PROs. E o trabalho do extensionista passar a ter um viés técnico-produtivo com foco
nos aspectos sociais e ambientais.
Nos anos de 1995 a 2008, a agricultura de base familiar passar a ser o foco das atenções e dos
investimentos públicos para as populações rurais de baixa renda. Aumentam-se as demandas de
crédito do Pronaf, as comunidades pesqueiras passam a ser consideradas beneficiarias do Pronaf. As
organizações executoras de ATER passam a ter a política federal ligada ao Pronaf como principal
política pública abraçada pelos estados e também pelos municípios.
Os extensionistas passam a serem vistos como agentes de desenvolvimento rural, e a buscar na
diversidade e variedades nas atividades e nos programas existentes o envolvimento dos públicos
excluídos como: indígenas, quilombolas, pescadores artesanais entre outros. A construção de novos
projetos voltados para esse público, enquanto o capital esta voltado para o monocultivo de árvores, a
fruticultura irrigada, a agroindústria e o agrocombustivel e o turismo rural.
1.2 POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL - PNATER
O Governo Lula instituiu uma serie de leis sobre a gestão da pesca e também voltado para as
questões relacionadas à extensão rural. Tendo como foco o lançamento da Lei de ATER nº 12.188 de
10 de janeiro de 2010.
O novo contexto político nacional e internacional, voltado para a sustentabilidade, faz com que o
Brasil saia na frente, no sentido de incentivar a implantação de uma Assistência Técnica e Extensão
voltada para o desenvolvimento rural sustentável, com princípios que garantirá a gratuidade, a
qualidade dos serviços e a acessibilidade de forma direta e irrestrita, como metodologias
participativas com enfoque multidisciplinar, interdisciplinar e intercultural.
Tratar com clareza os princípios da agricultura familiar de base ecológica, mesmo que as instituições
e organizações ainda não estejam abertas, ou seja, preparada para esse fim no contexto da lei. Um
salto nas questões relacionadas a gênero, as mulheres trabalhadoras rurais passam a ter linha de
creditos especifica dentro das políticas federais para agricultura familiar. A valorização das questões
voltada a geração com foco no combate o êxodo rural e a criação e diversificação da geração de
renda no campo. As questões relacionadas a raça e etnia também são foco da nova política de
ATER, porém ainda precisa consideração junto aos extensionista a humanização do tratar junto as
comunidades e povos tradicionais.
Por outro lado, os objetivos da nova lei estão focados no estimulo e na garantia do aumento da
produção, na qualificação da produtividade das atividades e serviços agropecuários e não
8
agropecuários. Outro ponto focal traz as questões objetivas para tratar os temas relacionados ao
Agroextrativismo, a sustentabilidade das florestas e a produção artesanais e tema que a inda não é
focal dentro da academia, principal centro de formação dos extensionistas.
O apoio e o incentivo ao associativismo, cooperativismo visando o aumento da renda e a qualificação
dos trabalhos dos beneficiários, com assessoramentos nas atividades com cunho econômico e na
gestão dos empreendimentos, que visa uma melhor qualidade de vida para o público alvo das
políticas de estado.
Alguns princípios norteadores da Extensão Pesqueira
 Conhecimento da cultura e da história das comunidades
 Respeito ao conhecimento ecológico tradicional
 Uso de metodologias participativas e construtivistas
 Construção da visão da cadeia produtiva e identificação dos gargalos
 Visão da territorialidade e espacialidade da atividade
 Construção de projetos de beneficiamento de pescado
 Viabilização de projetos de comercialização visando os mercados institucionais
 Animação de processos de gestão compartilhada
DEBATE: Abre para o público, depois de agradecer a apresentação de Adriane Lôbo, destacando a
importância do momento de discussão da pesca artesanal em Pernambuco.
Suana - Estudante de pós-graduação em geografia da UFPE, pesquisa Gestão Compartilhada na
pesca artesanal em PE. Ela pergunta se o Sistema Nacional de Gestão Compartilhada no Rio Grande
do Sul faz parte do programa de Extensão Rural do Rio Grande do Sul? Como ocorre a Gestão
Compartilhada – se os comitês e as câmaras técnicas estão funcionando e em que foco?
Tarcísio: pergunta sobre o desafio da ATER pesqueira visto que a pesca industrial e a aquicultura
empresarial tem dominado o orientado o desenvolvimento do setor?
Brás: Há chamadas públicas no Rio Grande do Sul para a pesca artesanal?
Ângela (pescadora): conta que sofre com o derramamento da calda da cana-de-açúcar em sua
região há 8 anos, o que mata muito peixe. A Agência Estadual de Meio Ambiente – CPRH coleta
peixes, mas nunca trazem respostas. De 24 ratoeiras que ela despescou hoje, tinha apenas 2 de
guaiamus. Se não fosse duas cestas básicas que ganhou não comeria. Chegam fábricas de carro,
vidro, remédios na região, que vão poluir mais ainda as águas do Rio Goiana. Quando a palestrante
fala da organização das comunidades pescadoras, isso é muito importante para enfrentar o dono da
usina.
9
Professora Maria do Carmo: inspirada na fala da pescadora chama a atenção para a poluição dos
rios. Conta o fato do pescador que virou pescador de lixo, para que esse dejeto não chegue perto do
Shopping Riomar (contratado por alguém do shopping).
Faltou nome: Todas as vezes que o estado trata os desiguais de maneira igual, tanto para
pescadores/as, como para agricultores/as, deveria se ver que há sobressaídas. Tem observado que
há práticas da pesca artesanal que não dialogam entre si e que a aquicultura tem ocupado o lugar
dessa atividade pesqueira.
Estudante de pós-graduação em Sociologia da UFPE (espanhol): qual a missão de um/a
extensionista para lhe dar com os diferentes interesses para uma possível mediação entre a pequena
produção e as políticas públicas que incentivam a pesca e aquicultura numa perspectiva industrial.
Josias: pescador, presidente de Colônia de Porto de Galinhas. Relata o descaso em Pernambuco,
principalmente quanto ao Porto de Suape. O que está sendo destruído agora são os arrecifes (lugar
onde havia muitas lagostas), o pescado está acabando, a pesca de rede está sendo proibida, no Pina
teve barco preso. As comunidades se mobilizam, mas não conseguem nada. O Projeto Beijupira foi
incentivado pelo governo, mas o dinheiro acabou e o governo foi embora. O/A pescador/a que tirar
um financiamento para comprar um barco se endivida, pois não tem condições de pagar-lho depois.
Está havendo engorda de praia que vai prejudicar e muito a pescaria artesanal.
Adriane Lobo: Os processos dos fóruns começaram muito antes do Sistema Compartilhado. Fóruns
da década de 90, inclusive em Lagoa Mirim, surgiram pela escassez de peixes e a necessidade de
intervenção, num período de frustração de safra, por exemplo. Cada fórum funciona seguindo sua
dinâmica. As legislações criadas nos fóruns dialogam com a realidade das localidades afins.
Zoneamentos para conter conflitos.
Os fóruns têm mostrado ótimos resultados, principalmente por propiciar a troca de conhecimento
entre pescadores/as e professores/as.
A questão da territorialidade pode ter na Extensão Rural uma grande ferramenta de animação para as
comunidades pesqueiras, no esclarecimento e nas ações conjuntas. O/A extensionista que não tiver a
visão de enxergar o território, tanto o da água como o da terra (o lugar de comercialização e
travessia).
As políticas públicas tem a limitação de tratar o Brasil inteiro na simplicidade e não na complexidade
da diversidade. A política de ATER deve ter a presença popular em sua gestão para poder atuar de
forma positiva.
10
2. CONTEXTUALIZAÇÃO DAS AÇÕES DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO PESQUEIRA.
Ângelo Brás Fernandes Callou
Professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco e Coordenador do Programa de Pós-graduação e
extensão rural - POSMEX
2.1.POLÍTICAS PÚBLICAS E ASSISTÊNCIA TÉCNICA À PESCA ARTESANAL
Ângelo Brás Fernandes Callou
Ana Clara Costa de Lima
Para chegarmos ao conteúdo que estamos apresentando, tivermos muito trabalho para conseguir
entender como está a distribuição da política de pesca dentro das organizações governamentais e
não governamentais pesquisadas. Pelas informações coletadas até o momento, podemos identificar a
distribuição das políticas para a pesca artesanal no nível federal, nos seguintes ministérios:
MINISTÉRIO DA PESCA E AQUICULTURA (MPA), MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO
(MDA), MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (MEC), MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL (MIN),
MINISTERIO DO MEIO AMBIENTE (MMA), MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL (MDS),
MINISTÉRIO DA SAÚDE (MS) e MINISTERIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE).
 MINISTÉRIO DA PESCA E AQUICULTURA (MPA) – No site existe uma série de informações
sobre as políticas e programas para o “desenvolvimento e fortalecimento” da pesca e da
aquicultura, como o foco do estudo foram as políticas e ações de ATER para pesca artesanal
relacionamos abaixo o que tem no MPA:
 Centros integrados da pesca artesanal (CIPAR) - São infraestruturas para apoiar
atividades de beneficiamento, armazenamento e comercialização de pescados; capacitação
de pescadores artesanais e de aquicultores familiares.
 Distribuição de cestas de alimentos (Conab/MAPA) - A Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab/Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA)
seleciona os pescadores. Eles devem estar cadastrados no Registro Geral da Pesca
 Apoio à cadeia produtiva da pesca - Implantação de infraestruturas de apoio a produção
da pesca e da aquicultura, com a implantação de TERMINAIS PESQUEIROS, e publicações
de editais especificos para (fábricas de gelo, caminhões frigoríficos, caminhões feira). As
organizações de pescadores concorrem por meio de editais pra ter acesso aos investimentos
públicos para pesca. As fabricas de gelo tem fornecido gelo para os pescadores com preço
abaixo do mercado e o caminhão serve como meio de transportar a produção pesqueira.
 Qualificação e inclusão social de pescadores (as) - Programa Pescando Letras para
alfabetização de pescadores e pescadoras, em parceria entre o MPA/MEC/TEM. Tendo ainda
o Programa de Inclusão Digital, com os Telecentro Marés (parceria MEC/BB), voltado às
comunidades pesqueiras, nas quais o acesso às tecnologias de informação e comunicação é
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escasso e de alto custo (10 computadores, 10 monitores, 6 estabilizadores, 1 impressora, 1
home theater, 1 head set, 1 câmera fotográfica, 1 datashow, 1 tela de projeção).
 Kit feira (peixe vivo; peixe morto) - Kit com tanque e compressor...(peixe vivo); kit com
avental, tenda, balcão, balança, faca (peixe morto)
 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO (MDA) – Identificamos que as políticas
federais de Assistência Técnica e Extensão Rural, estão a cargo do MDA, distribuídas em vários
programas e políticas governamentais, como:
 Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar Pronaf – PESCA –
Programa especifico de financiamento para pesca artesanal, com investimentos nos mesmos
modos dos financiamentos do Pronaf para Agricultura de Base Familiar.
 Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) – Programa desenvolvido pelo MDA/MDS,
dentro do programa Fome Zero. O PAA tem duas linhas, uma voltada para aquisição da
produção rural e pesqueira (compra direta) e outro voltado para a aquisição e distribuição de
alimentos.
 Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) – Programa desenvolvido pelo
MDA/MEC que visa a inclusão da produção agrícola e pesqueira na merenda escolar.
 Programa Nacional de Assistência Técnica aos Produtores Rurais – Com foco ao
fomento de ATER, formação de agentes para o desenvolvimento, fomento à produção de
técnicas apropriadas e apoio a projetos de inovação tecnológica.
 Projeto Dom Helder Câmara (MDA/Fundo Internacional para o Desenvolvimento da
Agricultura/ FIDA) - Promover o fortalecimento da cadeia produtiva e implantação de
sistemas nas propriedades rurais. Desenvolver ações para o desenvolvimento sustentável da
aquicultura. Possui ações em Pernambuco.
 MINISTERIO DA EDUCAÇÃO (MEC) – As ações do MEC estão centradas na Secretaria de
Educação Profissional e Tecnológica, além de ações desenvolvidas em parcerias com outros
ministérios, visando à qualificação e formação.
 Política de Formação Humana na Área de Pesca Marinha e Continental e Aquicultura Familiar
(pesca);
 Projeto Barco Escola (Barco Pesqueiro Didático) Cabedelo – PB;
 MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL (MIN) – As ações do MIN, estão integradas na
Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba – Codevasf.
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 Desenvolvimento Territorial - Recursos pesqueiros e aquicultura, com produção anual de
aproximadamente 2 milhões de alevinos (2009), que são para repovoamento da bacia do rio
São Francisco e incentivo a aquicultura de pequena escala e familiar.
 Projeto Amanhã Jovens Rurais – projeto desenvolvido como incentivo a erradicação do
êxodo rural, e a promoção de renda local, como programas alternativos de criação de peixes
(Piscicultura) projetos pilotos nas comunidades.
 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL (MDS) – Dentro do Plano Brasil Sem Miséria, o
MDS esta responsável pela implementação de dois programas o de Compra Direta, e o de
Desenvolvimento Sustentável das Populações Tradicionais.
 Programa de Aquisição de Alimentos - O governo compra a produção provenientes da
agricultura familiar para fins diversos, seja para suporte ao mercado ou para a distribuição
junto as comunidades com risco na alimentação, no Programa do Fome Zero.
 Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Povos Tradicionais - Tem como
missão pactuar a atuação conjunta de representantes da Administração Pública direta e
membros do setor não governamental pelo fortalecimento social, econômico, cultural e
ambiental dos povos e comunidades tradicionais
 MINISTÉRIO DA SAÚDE (MS) – com ações voltadas para promoção de uma alimentação
saudável, e visando o aumento no consumo de proteína animal, em parceria com o MPA vem
incentivando a realização da Semana do Peixe e o Programa de Assistência Integral a
comunidades de pescadores e aquicultura familiar.
Outras Organizações Governamentais de caráter federal com inserção no meio da pesca:
 Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) – com foco no trabalho com as
populações tradicionais, com CNPT e as RESEX, com ações na conservação ambiental e no
uso sustentável dos recursos naturais pelas populações tradicionais.
 Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) - Com chamadas públicas
(edital) para desenvolvimento da Pesca e Aquicultura, objetivando o aumento da produção de
organismos aquáticos de forma sustentável, através da implantação de parques aquícolas, da
regularização fundiária e ambiental, da realização de pesquisas e assistência técnica e da
modernização de infraestruturas produtivas.
 Centro de Pesquisa e Gestão de Recursos Pesqueiros do Litoral Nordeste (Cepene) -
Compete gerar, introduzir, geração, adaptação de diferentes conhecimentos científicos,
tecnológicos, socioeconômicos e ambientais. “O Cepene vem atuando junto à comunidade de
Tamandaré no intuito de proporcionar uma melhor qualidade de vida para a população
2.2 ASSISTÊNCIA TÉCNICA PARA PESCA ARTESANAL
13
Hulda Helena Coraciara Stadtler
Professora do Departamento de Educação da Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE e
Coordenadora do Núcleo de Estudos em Gênero e Agroecologia.
Durante a pesquisa sobre os documentos deparei-me com muita dificuldade, tanto em encontrar os
mais atuais (última conferência de Ater), quanto em capturar proposições que se referem
propriamente a assistência técnica para pesca artesanal. Muitas das colocações se assemelham
mais a uma carta de intenções que a proposições efetivas de assistência técnica objetivada.
Tomemos por exemplo o item 3 na página 21 do texto de Memória do I Encontro Nacional das
Trabalhadoras da Pesca e Aquicultura da SEAP em Brasília 2004: “ Capacitar as comunidades
pesqueiras e aquícolas na prática do controle social dos programas sociais da administração
pública com valorização do profissional local e entidades representativas do setor.” (grifo nosso)
Além de evasivas as propostas, em sua grande maioria, não foram instauradas. Proposições de
convênios com universidades, instituições federais e municipais, Emater, ONGs, empresas dos
sistemas Sesi, Sesc, Sebrae e Senar de iniciativa privada não foram sistematicamente celebrados.
Todas as iniciativas continuaram a representar iniciativas privadas de inscrição em chamadas
públicas.
Na Lei de Ater o governo define assistência técnica como: serviço de educação não formal, de caráter
continuado, no meio rural, que promove processos de gestão, produção, beneficiamento e
comercialização das atividades e dos serviços agropecuários e não agropecuários, inclusive das
atividades agroextrativistas, florestais e artesanais;
O que se observa de 2004 até o final da 3ª Conferência Nacional é um discurso de consolidação,
capacitação e celebração de convênios para a assistência técnica na pesca e aquicultura, mas
deixando entrever que são ideais em nada consolidados. Os itens que avançaram um pouco foram: a
instalação de fábricas de gelo, ampliação do sistema de crédito, frota de embarcações e poucos
entrepostos pesqueiros, mas na ausência de contratação de técnicos ou de assistência.
O QUE PROPÕEM O GOVERNO PROPOSTA DAS ORGANIZAÇÕES DOS PESCADORES
 Capacitar técnicos e pescadores;
 Celebrar convênios de Assistência.
Técnica;
 Projetos para elaboração de
material didático;
 Viabilidade técnica dos projetos de
produção de pescado;
 Cursos de autogestão ,
cooperativismo e ecosol;
 Consolidação do plano nacional de
assistência técnica;
 Eliminação de atravessadores e
incentivo a comercialização;
 Construção de fábricas de gelo e
entrepostos;
 Disponibilização de linhas de
crédito;
 Respeito a cultura e ao território dos/das pescadores;
 Assessoria técnica, pesquisa e extensão voltadas para
pesca artesanal;
 Organização produtiva do pescado, manejo e apetrechos
em conformação com a modalidade da pescaria e a
realidade ambiental;
 Melhoria da qualidade de vida nos territórios pesqueiros;
 Estratégias adaptadas às diversas realidades e a cadeia
produtiva;
 Infraestrutura e capacitação em: conservação, transporte,
portos, beneficiamento e logística;
 Comercialização do pescado e seus derivados (inclusive
artesanato);
 Estratégias de planejamento em consonância com as
condições ambientais;
 Adoção de visão holística e metodologias participativas;
 Formação dos/das pescadores(ras) em planejamento,
14
 Qualificação biológica do produto e
nenhuma contaminação;
 Postos de trabalho e melhoria de
renda;
 Incubação de cooperativas e redes
de ecosol em territórios da
cidadania;
 Formação profissional e
escolaridade dos/das pescadores;
 Educação Ambiental;
 Organização da categoria;
 Habitação.
implantação, monitoramento e avaliação de projetos;
 Capacitação em gerenciamento de projetos;
 Garantir acesso as águas;
 Fomentar pesquisas e ações que visem à recuperação
das funções vitais das águas e seus entornos e
reintegração de rios com lagoas;
 Incentivo a pesquisa garantindo informações sobre o
meio ambiente e os impactos a eles causados e a
agroecologia;
 Facilitar o acesso ao conhecimento científico;
 Promover saúde coletiva;
 Incentivo as iniciativas formais não formais de ensino e
pesquisa;
 Garantir e disponibilizar acesso a créditos específicos
para pesca artesanal;
 Higiene e Legislação Sanitária.
Hulda também traz a discussão, sobre o Decreto Federal 6040/2007, que trata das questões
relacionadas à assistência técnica para as comunidades tradicionais, com objetivo de nos
encaminhamentos o conteúdo do decreto seja considerado, já que a discussão das comunidades e
do Movimento os Pescadores e Pescadoras Artesanais, está em consonância com o Decreto.
3. CONTEXTUALIZAÇÃO DAS AÇÕES DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO PESQUEIRA
EM PERNAMBUCO.
3.1 Trabalhos sobre Pesca Artesanal e Assistência Técnica em Pernambuco
Facilitador: Tarcisio Quinamo dos Santos
Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco – Fundaj
O trabalho teve como objetivo, fazer levantamento dos estudos e pesquisas desenvolvido no âmbito
do Estado de Pernambuco, voltada para a pesca. Foram feitas pesquisa junto a academia,
organizações governamentais e não governamentais.
Na Universidade Federal Rural de Pernambuco, encontramos 140 projetos de estudos e pesquisas
que foram aprovados (2012/2013) no quais selecionamos 12 que tiveram como foco as questões
relacionadas à pesca e aquicultura.
15
Nº PROJETO COORD. e DEPARTAMENTO
1. TROCANDO IDEIAS EM EXTENSÃO: ORGANIZAÇÃO E
DIVULGAÇÃO
MARIA DO CARMO FIGUEREDO
SOARES / PESCA
2. SARDINHA É MANJUBA ... E MANJUBA É O QUE? UM PROBLEMA
DE IDENTIDADE
HUMBER AGRELLI DE ANDRADE /
PESCA
3. ADMINISTRAÇÃO DE SESSÕES TÉCNICAS SOBRE A
INTERPRETAÇÃO DE DADOS A PARTIR DE PLANILHAS
ELETRÔNICAS RELATIVAS AO CRESCIMENTO E ALIMENTAÇÃO
DA TILÁPIA (Oreochromis miloticus), CRIADA EM TANQUE-REDE
NA “ASSOCIAÇÃO JOVENS CRIADORES DE PEIXE”, MUNICIPIO
DE JATOBÁ - PE
ATHIE JORGE GUERRA SANTOS /
PESCA
4. OSTREICULTURA FAMILIAR SUSTENTÁVEL NA
BARRA DE CATUAMA - PE
ALFREDO OLIVERA GALVEZ /
PESCA
5. DESENVOLVENDO A GESTÃO PARTICIPATIVA E AÇÕES DE
USO MÚLTIPLO DE RECURSOS HÍDRICOS NO SEMIÁRIDO DE
PERNAMBUCO
ABELARDO ANTONIO DE
ASSUNÇAO MONTENEGRO / DTR
6. DESENVOLVENDO GESTÃO INTEGRADA E PARTICIPATIVA DE
RECURSOS HIDRICOS EM COMUNIDADE RURAL DO SEMIÁRIDO
PERNAMBUCO
ABELARDO ANTONIO DE
ASSUNÇAO MONTENEGRO / DTR
7. PRODUÇÃO INTEGRADA NO PROCESSO DE TRANSIÇÃO
AGROECOLÓGICA: O CASO DO POLICULTIVO DE CAMARÃO E
TILÁPIA NO ASSENTAMENTO CHICO MENDES III
JORGE LUIZ SCHIRMER DE
MATOS / DE
8.
PROJETO ROTA PARA O FUTURO IGARASSU - PE
MARIA DE FÁTIMA NAVARRO
SILVA / CIC/PRAE
9.
PROJETO VIDA PARA O MANGUE – IGARASSSU - PE
MARIA DE FÁTIMA NAVARRO
SILVA / CIC/PRAE
10. PLANO DE GESTÃO DE RESIDUOS DA ATIVIDADE PESQUEIRA
COM ÊNFASE EM ESCAMAS E CONCHAS II
WERUSKA DE MELO COSTA /
BIOLOGIA
11. SENSIBILIZAÇÃO DE PESCADORES DA APA DOS CORAIS
QUANTO A CONSERVAÇÃO DE ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS E
DO PEIXE-BOI MARINHO
KARINE MATOS MAGALHAES /
BIOLOGIA
12. PLANO DE GESTÃO DE RESIDUOS DA ATIVIDADE PESQUEIRA
COM ÊNFASE EM COURO DE PEIXE II
WERUSKA DE MELO COSTA /
BIOLOGIA
Os Projetos foram Analisados e Selecionados por uma Comissão, indicada pela Portaria Nº
03/2012-PRAE, cujo Presidente foi o Prof. Delson Laranjeira – Pró-Reitor de Extensão da
UFRPE – Fones: 3320-6060 e 3320-6061.
Identificamos que nos últimos anos, vários trabalhos foram publicados, com ações voltadas para o
entendimento das ações de extensão que são realizadas junto as comunidades pesqueiras, seja com
ações governamentais ou iniciativas populares.
 A extensão pesqueira no projeto Prorenda Rural-PE: O caso da Colônia dos Pescadores
de Ponta de Pedras Z-3, Goiana/PE (Brasil) - Estudo realizado no âmbito do projeto Prorenda
Rural-PE (projeto da cooperação técnica bilateral Brasil/Alemanha), analisando a extensão
pesqueira disponibilizadas pelo mesmo, aos pescadores da Colônia de Pontas de Pedras,
município de Goiana/Pernambuco (Brasil), focando a estratégia de beneficiamento e
comercialização desenvolvida pela extensão pesqueira, visando a geração de renda e
fortalecimento da capacidade de autogestão do grupo. SILVA, J.S.; CALLOU, A.B.F. (s/d)
 Cooperativista para pesca artesanal - Analisa as razões que levaram ao insucesso da
Cooperativa Mista dos Armadores e Pescadores Autônomos de Pernambuco -
COOPESCAPE, de Brasília Teimosa, Recife/PE. Chama a atenção, para a importância da
16
educação cooperativista, antes de qualquer formalização deste tipo de empresa. Aponta as
razões do encerramento da COOPESCAPE 10 anos após a sua fundação: Falta de
participação dos sócios nas atividades da cooperativa; Frágil gestão administrativa e
financeira por parte da direção; Despreparo da cooperativa no que concerne à educação
cooperativa: “se a cooperativa oferecesse mais vantagens para nossa melhora”;
Insuficiência de recursos destinados através do PROPESCA para a cooperativa, já que
foram disponibilizados apenas parte dos recursos prometidos. ALCANTARA, S.L.;
SIQUEIRA, A. T. (2007)
 Monitoria e Avaliação das Atividades Produtivas do PED/RBMA - Complexo Itamaracá –
Faz uma avaliação do processo que envolveu a tentativa de implantação de uma unidade de
beneficiamento de pescado em Itapissuma, no âmbito do “Projeto de Execução
Descentralizada (PED) / Implantação da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA) na
Área Piloto de Itapissuma e Itamaracá”. (Agosto de 1997 a dezembro de 1999) Discute
aspectos que contribuíram para o fracasso da proposta: Descompasso entre o treinamento
dos participantes com relação ao beneficiamento do pescado e o andamento da obra; A
morosidade na liberação dos recursos e no andamento e na entrega das obras e dos
equipamentos necessários; Falhas no desenho da Unidade de Beneficiamento e na
qualidade da obra realizada; Falta de assessoria técnica sistemática na parte de gestão e
comercialização; Mudança do órgão responsável pela assessoria (Emater-PE para Prorenda
Rural)- Mudança das prioridades do Governo do Estado, com a mudança do Governador.
QUINAMO, T.; RAMALHO, C. (2000)
 Extensão pesqueira e desenvolvimento local: a experiência da Secretaria Especial de
Aqüicultura e Pesca no Estado de Pernambuco, 2003-2006 - Faz uma análise dos
projetos de Extensão Pesqueira da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da
Presidência da República – SEAP/PR, entre 2003-2006, no Estado de Pernambuco, na
perspectiva do desenvolvimento local. Projetos de Extensão Pesqueira da SEAP/PE
Articulados a Outras Instâncias de Governo: a) Programa Pescando Letras; b) Projeto Maré –
o Telecentro da Pesca; c) Programa Feira do Peixe; d) Programa Peixe nos Mercados;e)
Projeto Valorização e Recadastramento do Pescador Profissional; f) Programa Nacional de
Fortalecimento à Agricultura Familiar (Pronaf-Pesca)
Observa que a SEAP/PR, ao soerguer o serviço público de Extensão Pesqueira nacional, incorporou
o desenvolvimento local como condição fundamental à emancipação dos contextos sociais
pesqueiros. Observa que as ações desses projetos são por demais pontuais para dar conta da
complexidade atual do setor pesqueiro pernambucano. Além disso, eles não contemplam a pesca
artesanal litorânea do ponto de vista de assistência técnica especializada. CARVALHO, F.E.;
CALLOU, A.B.F. (2008).
4. ENCAMINHAMENTOS E DELIBERAÇÕES DO I SEMINÁRIO DE PESCA ARTESANAL E
ASSISTÊNCIA TÉCNICA EM PERNAMBUCO.
1. Criar um grupo de estudo e acompanhamento permanente para discussão e apoio à pesca
artesanal no estado de Pernambuco, considerando o grupo que construiu o I SEMINÁRIO DE
17
PESCA ARTESANAL E ASSISTÊNCIA TÉCNICA EM PERNAMBUCO e a inclusão do
Movimento Social dos Pescadores e Pescadoras Artesanais;
2. Estabelecer um diálogo com a Superintendência do Ministério da Pesca e Aquicultura – MPA em
Pernambuco, a fim de compreender a Política e os Programas de Assistência Técnica e Extensão
Rural – ATER e os investimentos do MPA em Pernambuco.
3. Aprofundar os debates sobre os direitos das comunidades tradicionais a ATER em conformidade
com o Decreto no 6040/2007, observando o que se aplica às comunidades pesqueiras artesanais.
4. Articular com outros atores para discutir sobre os impactos de projetos em Pernambuco que
afetam a atividade pesqueira artesanal, a exemplo de: complexos portuários e industriais no
litoral, transposição do São Francisco, barragens e hidroelétricas, usina nuclear e os projetos de
aquicultura;
5. Estabelecer um diálogo com a Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária de Pernambuco,
objetivando conhecer as políticas públicas e programas relacionados à pesca artesanal, frente às
demandas contidas no documento “Pauta do Movimento dos Pescadores e Pescadoras em
Pernambuco junto ao Governo” (novembro/2011), apresentado pelo movimento social de
pescadores e pescadoras artesanais;
6. Estabelecer uma agenda de trabalho com Instituto de Pesquisa Agropecuária – IPA para discutir
as ações de ATER para pesca artesanal no estado de Pernambuco, bem como o perfil do
extensionista na pesca artesanal;
7. Estreitar relações entre os movimentos sociais de pescadores e pescadoras com as
universidades e instituições de pesquisas sobre questões relacionadas à pesca artesanal, a
exemplo da Assistência Técnica e Extensão Pesqueira;
8. Fomentar a discussão com o movimento social dos pescadores e pescadoras, para que possam
melhor compreender a diferença entre as ações de assistência técnica e assistencialismo;
9. Propor a construção de um programa de formação para pescadores e pescadoras artesanais,
visando projetos comunitários voltados para comercialização solidária, inclusão produtiva no
Programa de Aquisição de Alimentos - PAA e no Programa Nacional de Alimentação Escolar -
PNAE, acesso a mercados, gestão e administração de projetos, conhecimentos da legislação
sanitária, boas práticas no manuseio do pescado, entre outros.
10. Realizar o II Seminário de Extensão Pesqueira e Desenvolvimento Local sobre a Pesca Artesanal
no Sertão de Pernambuco, que acontecerá na UFRPE em Serra Talhada, de 07 a 08 de
novembro de 2013;
11. Participar do IV Seminário de Pesca Artesanal e Sustentabilidade Socioambiental: Territórios
Tradicionais Pesqueiros, que acontecerá na Fundaj, em Recife, de 26 a 28 de novembro de 2013;
12. Realizar cursos de aperfeiçoamento para técnicos em assistência técnica e extensão pesqueira,
com o objetivo de seguir os princípios estabelecidos pela PNATEPA;
18
13. Conhecer o projeto de Lei de ATER do estado de Pernambuco, para contribuir com a sua
elaboração e aperfeiçoamento seguindo os princípios da PNATEPA;
14. Discutir as questões relacionadas a gênero e geração dentro das ações de Ater para pesca
artesanal, respeitando os limites e as especificidades de cada comunidade e região;
15. Que o estado de Pernambuco crie e implemente um sistema de estatística pesqueira, em diálogo
com as instituições de ensino, pesquisa e movimentos sociais de pescadores e pescadoras
artesanais;
16. Elaborar estratégias de comunicação para facilitar a compreensão das políticas públicas pelos
pescadores e pescadoras artesanais, para melhor acesso a esses direitos;
17. Implementar política de peixamento, junto as comunidades não só para colocar alevinos nos rios
e barragens, mas para garantir a manutenção da atividade pesqueira.
18. Garantir a participação de forma democrática dos pescadores e pescadoras nos conselhos de
desenvolvimento local, objetivando melhorar a discussão e implementação de políticas públicas;
19. Criar uma rede de intercâmbio para troca de informações entre as organizações governamentais
e não governamentais, movimentos populares e sociais, que atuam direta ou indiretamente com a
pesca artesanal, assistência técnica e extensão pesqueira no Brasil;
20. Garantir a criação de editais de fomento à pesquisa e à extensão voltados para o estado de
Pernambuco, que incluam linhas especificas voltadas ao setor pesqueiro artesanal, possibilitando
que as organizações não governamentais e movimentos sociais sejam proponentes.
5. CARTA DO I SEMINÁRIO DE PESCA ARTESANAL E ASSISTÊNCIA
TÉCNICA EM PERNAMBUCO
O Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais de Pernambuco –
MPP/PE, o Conselho Pastoral dos Pescadores – CPP, a Universidade Federal
Rural de Pernambuco – UFRPE, e a Fundação Joaquim Nabuco – Fundaj,
reunidos nos dias 27, 28 e 29 de maio de 2013, realizaram o I Seminário de Pesca
Artesanal e Assistência Técnica em Pernambuco, na UFRPE, em Recife, e no
Centro de Formação Recanto dos Pescadores, em Olinda. No Seminário se
discutiu a Política de Assistência Técnica e Extensão Pesqueira para a Pesca
Artesanal e se fez proposições para uma melhor implementação, buscando uma
melhoria da qualidade de vida das populações pesqueiras, acreditando ser este um
importante instrumento para o fortalecimento e desenvolvimento da Pesca
Artesanal em Pernambuco. Nesse sentido, reafirmamos:
A importância de incluir a categoria Pesca Artesanal nos documentos oficiais de
políticas públicas voltadas para o setor, o que possibilita visibilizar e reconhecer o
19
potencial desta atividade milenar para o país e para o estado de Pernambuco, nas
dimensões econômicas, ecológicas, sociais e culturais.
A importância da realização de pesquisas e estatísticas pesqueiras que
contemplem dados por gênero e que mostrem a real capacidade e potencialidade
da Pesca Artesanal, em águas litorâneas e continentais, como um setor produtivo
relevante para a economia do país e do estado de Pernambuco. O resultado
dessas pesquisas fornecerá elementos para a construção de ações voltadas ao
fortalecimento da Pesca Artesanal.
Que as políticas públicas voltadas à Pesca Artesanal reconheçam os Territórios
Pesqueiros como espaço de atuação e reprodução dos pescadores e pescadoras
artesanais, como sujeitos políticos de direitos ancestrais. Que garantam o uso e o
manejo sustentável da natureza, como condição para sua reprodução cultural,
social, religiosa, ancestral e econômica, considerando o papel das mulheres e
jovens. Essas relações contribuem para o desenvolvimento com sustentabilidade
das comunidades pesqueiras, como garantem a segurança e a soberania alimentar
da população.
Que a política de assistência técnica e extensão pesqueira para Pesca Artesanal
seja ampliada para além do viés produtivista, levando em conta a diversidade
cultural e biológica, com ações continuadas de qualidade, tendo em vista as
determinações do Decreto n. 6.040 de 7 de fevereiro de 2007 que institui a Política
Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais,
no qual a Pesca Artesanal está incluída. E que as ações derivadas do Plano
Nacional de Extensão Pesqueira e Aquícola, estabelecido pelo Ministério da Pesca
e Aquicultura, considerem as demandas dos grupos e comunidades nas suas
especificidades, complexidade e heterogeneidade tendo como referência princípios
agroecológicos.
Que as ações de Assistência Técnica e Extensão Pesqueira para Pesca Artesanal,
na sua concepção e implementação, considerem o conhecimento tradicional das
comunidades, bem como construam metodologias com os pescadores e
pescadoras artesanais, com base nas realidades locais, garantindo um diálogo
constante e reconhecendo o acúmulo das experiências vivenciadas pelas
comunidades, como também as questões de gênero e geração.
Que se garantam Chamadas Públicas de Assistência Técnica e Extensão
Pesqueira para Pesca Artesanal levando em consideração as especificidades da
Pesca Artesanal nos diferentes contextos socioambientais e que o tempo destinado
às ações propostas considere o ritmo de compreensão e internalização dessas
ações pelas comunidades, bem como uma assistência técnica integrada e
permanente.
20
Que o Governo do Estado, por meio de suas secretarias e órgãos de extensão
rural/pesqueira e pesquisa, destine orçamento para ações específicas ao setor da
Pesca Artesanal no Plano Plurianual 2014/2017.
Olinda, 29 de maio de 2013.
Conselho Pastoral dos Pescadores – CPP/NE II;
Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais – MPP/PE;
Coordenação Geral de Estudos Ambientais e da Amazônia – CGEA/Fundaj;
Núcleo de Estudo de Gênero e Agroecologia – Nega/UFRPE;
Núcleo de Estudo, Pesquisas e Práticas Agroecologicas do Semiárido –
Neppas/UAST/UFRPE;
Programa em Extensão Rural e Desenvolvimento Local – Posmex/UFRPE

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Seminário debate política de extensão pesqueira em PE

  • 1. 1 Relatório I SEMINARIO DE PESCA ARTESANAL E ASSISTENCIA TÉCNICA EM PERNAMBUCO. 27 A 29 DE MAIO DE 2013.
  • 2. 2 Equipe: Laurineide Maria V. de Carvalho Santana Severino Antonio dos Santos Conselho Pastoral dos Pescadores Tarcísio Quinamo dos Santos Juvenita Lucena de Albuquerque Coordenação Geral de Estudos Ambientais e da Amazônia – CGEA Fundação Joaquim Nabuco Hulda Helena Coraciara Stadtler Maria de Fátima Massena de Melo Rebeca Ferreira Lemos Vasconcelos Núcleo de Estudo de Gênero e Agroecologia – Nega Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE Ângelo Brás Fernandes Callou Ana Clara Costa de Lima Caio Meneses Cabral Programa em Extensão Rural e Desenvolvimento Local – Posmex Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE Laetícia Medeiros Jalil Dario Rocha Falcon Núcleo de Estudo, Pesquisas e Práticas Agroecológicas do Semiárido – Neppas Unidade Acadêmica de Serra Talhada – UAST/UFRPE. Patrocinador: Coordenadoria Ecumênica de Serviços – CESE MISEREOR
  • 3. 3 Agradecemos a colaboração da Msc. Adriane Lôbo, que contribuiu com o Seminário relatando o histórico da Extensão Rural e Pesqueira no Brasil, bem como, com as linhas gerais da Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão para Pesca e Aquicultura.
  • 4. 4 APRESENTAÇÃO O presente relatório é resultante do debate ocorrido durante a realização do I Seminário de Pesca Artesanal e Extensão em Pernambuco, realizado no período de 27 a 28 de maio, onde foram debatidos temas como: A política Nacional de ATER para Pesca Artesanal, a contextualização das ações de ATER no Estado de Pernambuco. Como objetivo de construir um instrumento que sirva de referencia para os processos de discussão sobre A implementação de uma política estadual voltada para Extensão Pesqueira e o fortalecimento do setor, no aspecto de construir um diálogo com as organizações e gestores no Estado. Foram envolvidos neste Seminário, pescadores e pescadoras artesanais, pesquisadores e pesquisadoras, professores e professoras, e representantes de ONGs, que têm contribuído com o processo de organização junto às comunidades pesqueiras artesanais e com a construção de instrumentos que subsidiem as comunidades pesqueiras na luta pelos seus territórios. 1. DA POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL/PESQUEIRA.
  • 5. 5 Mcs. Adriane Lobo – Extensionista Rural, lotada na Emater de Rio Grande do Sul, na Unidade Avançada de Pelotas, formada em Veterinária, e trabalha com o tema Pesca Artesanal há aproximadamente 25 anos. 1.1. HISTÓRICO DA EXTENSÃO RURAL NO BRASIL Por que a Extensão Rural é tão forte? De onde ela vem? Falar um pouco da Política de Assistência Técnica e Extensão Rural – ATER, pois crer que todo projeto do setor tem que dialogar com a política, que sem recursos, por exemplo, não se consegue nada. Precisa-se de força política para conseguir recurso. A extensão rural necessita desse recurso para sair do gabinete. Deve-se fazer Extensão na comunidade, uma formação continuada. Não o professor/a, mas o/a extensionista, num processo de formação continuada. SIGNIFICADO DA PALAVRA EXTENSÃO Áustria Forderung Promover Holanda Voorlichting Iluminar o caminho Alemanha Beratung Assessorar Indonesía Penyluhan Iluminar França Vulfarisation Disponibilizar um conhecimento Espanha Extensión Levar algo para algum lular EUA Extension Levar algo para algum lugar Brasil Levar algo a algum lugar, espalhar OBS: Nos Estados Unidos, a pretensão da Assistência Técnica esta firmada pelo propósito de criar um elo entre o PRODUTOR e a Pesquisa. No Brasil se inicia a Extensão Rural em Minas Gerais em 1947, em Santa Rita do Passa Quatro. A ideia era de que as pessoas deveriam acessar melhores condições de vida. Transformar o Jeca Tatu numa pessoa civilizada. Com enfoque ao Trabalho com as comunidades, o mercado estava preocupado com a Educação Rural, e as ações estavam voltadas para o bem esta social... Depois surge o Crédito Rural Supervisionado. A ligação entre a Extensão Rural e o Crédito é de nascença. Deve-se ter cuidado. O crédito é importante, mas precisa ser correto, senão ao invés de ajudar um processo de desenvolvimento, pode atrapalhar. Entre 1947 e 1975 as proposta eram de caráter genérico, não tinha atividades bem definidas, a única prioridade esta relacionada as condições de vida da família de baixa renda. O crédito antigamente não tinha atividades definidas e tinha como alvo a família pobre. Depois se especifica para certas atividades e burocratiza o uso. 1960 – sistema ABCAR: enfoque para médios e grandes produtores; diminui o trabalho da área social. Nessa época de 60, com a organização do trabalho na América Latina, o apoio público deixa de cobrir as famílias agricultoras para beneficiar a grande produção.
  • 6. 6 Em seguida ao Golpe Militar de 1964, as orientações que deram origem a criação das ACAR, são deixadas de lado e a prioridade na orientação passa a ter enfoque no produtor rural e não mas nas famílias, com outras palavras se copia o modelo do EUA. Em 1966 o Governo Militar, institui o Sistema Nacional de Crédito, obrigando os bancos a assinarem convênios com as ACARs (Crédito e Assistência Técnica), com isso a Extensão Rural passa a trabalhar para as agencias de créditos e os bancos. Com essa orientação de criar o crédito rural orientado, e a obrigatoriedade do Bancos com convênios com as ACAR, o governo criar em seguida a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (1972) – Embrapa, a Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural – Embrater e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (1975) – Emater No período de 1975/1986, o governo retira os subsídios dos créditos para a produção rural, com o fim do crédito barato. Dar-se inicio a uma nova era voltada para modernização da agricultura, com crédito abundante, massificação dos processos de mecanização, quimificação e relações direta com os Grandes Complexo Agroindustriais (CAIs), originando-se uma outra concepção agrícola baseada na difusão tecnológica, e com vista a Revolução Verde. Desconsiderando o conhecimento empírico das populações rurais e agrícola, com a implantação de grandes projetos baseados meramente nos grandes produtores que tinham condições de dar retorno a visão do governo e do capital internacional. Nesta visão a Extensão Rural passar a ter orientações centralizadas e metas de aumento da abrangência, o incentivo ao uso de metodologias difusionistas, com foco meramente produtivista (Rendimento/Capital), com técnicos especialistas com divisão por função e com atividades pro projetos pré-definidos e estabelecidos. Com isso a Extensão Rural passou a ser vista como a ponte entre a pesquisa e o produtor, a utilizar metodologias própria para fazer o produtor adotar as tecnologias consideradas pelo mercado capitalista como avançadas com o modelo (fomentista, produtivista e mecaniscista). O produtor passou a ser visto com recebedor (mero Objeto) das ações do extensionistas, que necessitavam que os produtores colocassem em pratica o que os extensionistas criavam nas pesquisas, e necessitavam ver na prática. Entre 1986 e 1990, a atuação da Extensão Rural, volta a ser focado para o bem estar social e não apenas na Assistência Técnica, com um viés mais participativo do produtor. Dentro das instituições cresce a crise da identidade e da metodologia das instituições, dentro de um novo modelo democrático e participativo, com a criação de outras entidades de ATER, com outros atores em setores como Agroindústrias, ONGs e principalmente nas prefeituras. Com o novo governo (Collor) é extinta a Embrater, alguns estados assumem as organizações de ATER existentes, sem coordenação e sem verbas federais, passa a ser fortalecido os CAIs, é criada a Asbraer com diversidade de ações e maior dependência política De 1990 a 1995, as políticas de ATER passam a ter programas diferenciados por estado, a Emater é extinta, as organizações passam a se preocupar com as questões ambientais, com foco nas tecnologias ecosustentaveis e menos dependências dos insumos industriais.
  • 7. 7 Passa a ter um foco mais para a municipalização da ATER, pra isso é incentivado a criação e implantação dos SMDR, CMDR e PMDR. A investimento para mudança na forma de comunicação, a prioridade passa a ser aos pequenos produtores, mas com uma visão de abertura dos mercados internacionais. Valorização da agricultura de base familiar, o governo criar linhas de credito e programas específicos como o Pronaf, há uma intensificação dos conflitos no campo com o surgimento de novos assentamentos de reforma agrária, surgi também o Programa Internacional de Financiamento – PROs. E o trabalho do extensionista passar a ter um viés técnico-produtivo com foco nos aspectos sociais e ambientais. Nos anos de 1995 a 2008, a agricultura de base familiar passar a ser o foco das atenções e dos investimentos públicos para as populações rurais de baixa renda. Aumentam-se as demandas de crédito do Pronaf, as comunidades pesqueiras passam a ser consideradas beneficiarias do Pronaf. As organizações executoras de ATER passam a ter a política federal ligada ao Pronaf como principal política pública abraçada pelos estados e também pelos municípios. Os extensionistas passam a serem vistos como agentes de desenvolvimento rural, e a buscar na diversidade e variedades nas atividades e nos programas existentes o envolvimento dos públicos excluídos como: indígenas, quilombolas, pescadores artesanais entre outros. A construção de novos projetos voltados para esse público, enquanto o capital esta voltado para o monocultivo de árvores, a fruticultura irrigada, a agroindústria e o agrocombustivel e o turismo rural. 1.2 POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL - PNATER O Governo Lula instituiu uma serie de leis sobre a gestão da pesca e também voltado para as questões relacionadas à extensão rural. Tendo como foco o lançamento da Lei de ATER nº 12.188 de 10 de janeiro de 2010. O novo contexto político nacional e internacional, voltado para a sustentabilidade, faz com que o Brasil saia na frente, no sentido de incentivar a implantação de uma Assistência Técnica e Extensão voltada para o desenvolvimento rural sustentável, com princípios que garantirá a gratuidade, a qualidade dos serviços e a acessibilidade de forma direta e irrestrita, como metodologias participativas com enfoque multidisciplinar, interdisciplinar e intercultural. Tratar com clareza os princípios da agricultura familiar de base ecológica, mesmo que as instituições e organizações ainda não estejam abertas, ou seja, preparada para esse fim no contexto da lei. Um salto nas questões relacionadas a gênero, as mulheres trabalhadoras rurais passam a ter linha de creditos especifica dentro das políticas federais para agricultura familiar. A valorização das questões voltada a geração com foco no combate o êxodo rural e a criação e diversificação da geração de renda no campo. As questões relacionadas a raça e etnia também são foco da nova política de ATER, porém ainda precisa consideração junto aos extensionista a humanização do tratar junto as comunidades e povos tradicionais. Por outro lado, os objetivos da nova lei estão focados no estimulo e na garantia do aumento da produção, na qualificação da produtividade das atividades e serviços agropecuários e não
  • 8. 8 agropecuários. Outro ponto focal traz as questões objetivas para tratar os temas relacionados ao Agroextrativismo, a sustentabilidade das florestas e a produção artesanais e tema que a inda não é focal dentro da academia, principal centro de formação dos extensionistas. O apoio e o incentivo ao associativismo, cooperativismo visando o aumento da renda e a qualificação dos trabalhos dos beneficiários, com assessoramentos nas atividades com cunho econômico e na gestão dos empreendimentos, que visa uma melhor qualidade de vida para o público alvo das políticas de estado. Alguns princípios norteadores da Extensão Pesqueira  Conhecimento da cultura e da história das comunidades  Respeito ao conhecimento ecológico tradicional  Uso de metodologias participativas e construtivistas  Construção da visão da cadeia produtiva e identificação dos gargalos  Visão da territorialidade e espacialidade da atividade  Construção de projetos de beneficiamento de pescado  Viabilização de projetos de comercialização visando os mercados institucionais  Animação de processos de gestão compartilhada DEBATE: Abre para o público, depois de agradecer a apresentação de Adriane Lôbo, destacando a importância do momento de discussão da pesca artesanal em Pernambuco. Suana - Estudante de pós-graduação em geografia da UFPE, pesquisa Gestão Compartilhada na pesca artesanal em PE. Ela pergunta se o Sistema Nacional de Gestão Compartilhada no Rio Grande do Sul faz parte do programa de Extensão Rural do Rio Grande do Sul? Como ocorre a Gestão Compartilhada – se os comitês e as câmaras técnicas estão funcionando e em que foco? Tarcísio: pergunta sobre o desafio da ATER pesqueira visto que a pesca industrial e a aquicultura empresarial tem dominado o orientado o desenvolvimento do setor? Brás: Há chamadas públicas no Rio Grande do Sul para a pesca artesanal? Ângela (pescadora): conta que sofre com o derramamento da calda da cana-de-açúcar em sua região há 8 anos, o que mata muito peixe. A Agência Estadual de Meio Ambiente – CPRH coleta peixes, mas nunca trazem respostas. De 24 ratoeiras que ela despescou hoje, tinha apenas 2 de guaiamus. Se não fosse duas cestas básicas que ganhou não comeria. Chegam fábricas de carro, vidro, remédios na região, que vão poluir mais ainda as águas do Rio Goiana. Quando a palestrante fala da organização das comunidades pescadoras, isso é muito importante para enfrentar o dono da usina.
  • 9. 9 Professora Maria do Carmo: inspirada na fala da pescadora chama a atenção para a poluição dos rios. Conta o fato do pescador que virou pescador de lixo, para que esse dejeto não chegue perto do Shopping Riomar (contratado por alguém do shopping). Faltou nome: Todas as vezes que o estado trata os desiguais de maneira igual, tanto para pescadores/as, como para agricultores/as, deveria se ver que há sobressaídas. Tem observado que há práticas da pesca artesanal que não dialogam entre si e que a aquicultura tem ocupado o lugar dessa atividade pesqueira. Estudante de pós-graduação em Sociologia da UFPE (espanhol): qual a missão de um/a extensionista para lhe dar com os diferentes interesses para uma possível mediação entre a pequena produção e as políticas públicas que incentivam a pesca e aquicultura numa perspectiva industrial. Josias: pescador, presidente de Colônia de Porto de Galinhas. Relata o descaso em Pernambuco, principalmente quanto ao Porto de Suape. O que está sendo destruído agora são os arrecifes (lugar onde havia muitas lagostas), o pescado está acabando, a pesca de rede está sendo proibida, no Pina teve barco preso. As comunidades se mobilizam, mas não conseguem nada. O Projeto Beijupira foi incentivado pelo governo, mas o dinheiro acabou e o governo foi embora. O/A pescador/a que tirar um financiamento para comprar um barco se endivida, pois não tem condições de pagar-lho depois. Está havendo engorda de praia que vai prejudicar e muito a pescaria artesanal. Adriane Lobo: Os processos dos fóruns começaram muito antes do Sistema Compartilhado. Fóruns da década de 90, inclusive em Lagoa Mirim, surgiram pela escassez de peixes e a necessidade de intervenção, num período de frustração de safra, por exemplo. Cada fórum funciona seguindo sua dinâmica. As legislações criadas nos fóruns dialogam com a realidade das localidades afins. Zoneamentos para conter conflitos. Os fóruns têm mostrado ótimos resultados, principalmente por propiciar a troca de conhecimento entre pescadores/as e professores/as. A questão da territorialidade pode ter na Extensão Rural uma grande ferramenta de animação para as comunidades pesqueiras, no esclarecimento e nas ações conjuntas. O/A extensionista que não tiver a visão de enxergar o território, tanto o da água como o da terra (o lugar de comercialização e travessia). As políticas públicas tem a limitação de tratar o Brasil inteiro na simplicidade e não na complexidade da diversidade. A política de ATER deve ter a presença popular em sua gestão para poder atuar de forma positiva.
  • 10. 10 2. CONTEXTUALIZAÇÃO DAS AÇÕES DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO PESQUEIRA. Ângelo Brás Fernandes Callou Professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco e Coordenador do Programa de Pós-graduação e extensão rural - POSMEX 2.1.POLÍTICAS PÚBLICAS E ASSISTÊNCIA TÉCNICA À PESCA ARTESANAL Ângelo Brás Fernandes Callou Ana Clara Costa de Lima Para chegarmos ao conteúdo que estamos apresentando, tivermos muito trabalho para conseguir entender como está a distribuição da política de pesca dentro das organizações governamentais e não governamentais pesquisadas. Pelas informações coletadas até o momento, podemos identificar a distribuição das políticas para a pesca artesanal no nível federal, nos seguintes ministérios: MINISTÉRIO DA PESCA E AQUICULTURA (MPA), MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO (MDA), MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (MEC), MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL (MIN), MINISTERIO DO MEIO AMBIENTE (MMA), MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL (MDS), MINISTÉRIO DA SAÚDE (MS) e MINISTERIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE).  MINISTÉRIO DA PESCA E AQUICULTURA (MPA) – No site existe uma série de informações sobre as políticas e programas para o “desenvolvimento e fortalecimento” da pesca e da aquicultura, como o foco do estudo foram as políticas e ações de ATER para pesca artesanal relacionamos abaixo o que tem no MPA:  Centros integrados da pesca artesanal (CIPAR) - São infraestruturas para apoiar atividades de beneficiamento, armazenamento e comercialização de pescados; capacitação de pescadores artesanais e de aquicultores familiares.  Distribuição de cestas de alimentos (Conab/MAPA) - A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab/Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA) seleciona os pescadores. Eles devem estar cadastrados no Registro Geral da Pesca  Apoio à cadeia produtiva da pesca - Implantação de infraestruturas de apoio a produção da pesca e da aquicultura, com a implantação de TERMINAIS PESQUEIROS, e publicações de editais especificos para (fábricas de gelo, caminhões frigoríficos, caminhões feira). As organizações de pescadores concorrem por meio de editais pra ter acesso aos investimentos públicos para pesca. As fabricas de gelo tem fornecido gelo para os pescadores com preço abaixo do mercado e o caminhão serve como meio de transportar a produção pesqueira.  Qualificação e inclusão social de pescadores (as) - Programa Pescando Letras para alfabetização de pescadores e pescadoras, em parceria entre o MPA/MEC/TEM. Tendo ainda o Programa de Inclusão Digital, com os Telecentro Marés (parceria MEC/BB), voltado às comunidades pesqueiras, nas quais o acesso às tecnologias de informação e comunicação é
  • 11. 11 escasso e de alto custo (10 computadores, 10 monitores, 6 estabilizadores, 1 impressora, 1 home theater, 1 head set, 1 câmera fotográfica, 1 datashow, 1 tela de projeção).  Kit feira (peixe vivo; peixe morto) - Kit com tanque e compressor...(peixe vivo); kit com avental, tenda, balcão, balança, faca (peixe morto)  MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO (MDA) – Identificamos que as políticas federais de Assistência Técnica e Extensão Rural, estão a cargo do MDA, distribuídas em vários programas e políticas governamentais, como:  Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar Pronaf – PESCA – Programa especifico de financiamento para pesca artesanal, com investimentos nos mesmos modos dos financiamentos do Pronaf para Agricultura de Base Familiar.  Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) – Programa desenvolvido pelo MDA/MDS, dentro do programa Fome Zero. O PAA tem duas linhas, uma voltada para aquisição da produção rural e pesqueira (compra direta) e outro voltado para a aquisição e distribuição de alimentos.  Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) – Programa desenvolvido pelo MDA/MEC que visa a inclusão da produção agrícola e pesqueira na merenda escolar.  Programa Nacional de Assistência Técnica aos Produtores Rurais – Com foco ao fomento de ATER, formação de agentes para o desenvolvimento, fomento à produção de técnicas apropriadas e apoio a projetos de inovação tecnológica.  Projeto Dom Helder Câmara (MDA/Fundo Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura/ FIDA) - Promover o fortalecimento da cadeia produtiva e implantação de sistemas nas propriedades rurais. Desenvolver ações para o desenvolvimento sustentável da aquicultura. Possui ações em Pernambuco.  MINISTERIO DA EDUCAÇÃO (MEC) – As ações do MEC estão centradas na Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica, além de ações desenvolvidas em parcerias com outros ministérios, visando à qualificação e formação.  Política de Formação Humana na Área de Pesca Marinha e Continental e Aquicultura Familiar (pesca);  Projeto Barco Escola (Barco Pesqueiro Didático) Cabedelo – PB;  MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL (MIN) – As ações do MIN, estão integradas na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba – Codevasf.
  • 12. 12  Desenvolvimento Territorial - Recursos pesqueiros e aquicultura, com produção anual de aproximadamente 2 milhões de alevinos (2009), que são para repovoamento da bacia do rio São Francisco e incentivo a aquicultura de pequena escala e familiar.  Projeto Amanhã Jovens Rurais – projeto desenvolvido como incentivo a erradicação do êxodo rural, e a promoção de renda local, como programas alternativos de criação de peixes (Piscicultura) projetos pilotos nas comunidades.  MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL (MDS) – Dentro do Plano Brasil Sem Miséria, o MDS esta responsável pela implementação de dois programas o de Compra Direta, e o de Desenvolvimento Sustentável das Populações Tradicionais.  Programa de Aquisição de Alimentos - O governo compra a produção provenientes da agricultura familiar para fins diversos, seja para suporte ao mercado ou para a distribuição junto as comunidades com risco na alimentação, no Programa do Fome Zero.  Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável de Povos Tradicionais - Tem como missão pactuar a atuação conjunta de representantes da Administração Pública direta e membros do setor não governamental pelo fortalecimento social, econômico, cultural e ambiental dos povos e comunidades tradicionais  MINISTÉRIO DA SAÚDE (MS) – com ações voltadas para promoção de uma alimentação saudável, e visando o aumento no consumo de proteína animal, em parceria com o MPA vem incentivando a realização da Semana do Peixe e o Programa de Assistência Integral a comunidades de pescadores e aquicultura familiar. Outras Organizações Governamentais de caráter federal com inserção no meio da pesca:  Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) – com foco no trabalho com as populações tradicionais, com CNPT e as RESEX, com ações na conservação ambiental e no uso sustentável dos recursos naturais pelas populações tradicionais.  Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) - Com chamadas públicas (edital) para desenvolvimento da Pesca e Aquicultura, objetivando o aumento da produção de organismos aquáticos de forma sustentável, através da implantação de parques aquícolas, da regularização fundiária e ambiental, da realização de pesquisas e assistência técnica e da modernização de infraestruturas produtivas.  Centro de Pesquisa e Gestão de Recursos Pesqueiros do Litoral Nordeste (Cepene) - Compete gerar, introduzir, geração, adaptação de diferentes conhecimentos científicos, tecnológicos, socioeconômicos e ambientais. “O Cepene vem atuando junto à comunidade de Tamandaré no intuito de proporcionar uma melhor qualidade de vida para a população 2.2 ASSISTÊNCIA TÉCNICA PARA PESCA ARTESANAL
  • 13. 13 Hulda Helena Coraciara Stadtler Professora do Departamento de Educação da Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE e Coordenadora do Núcleo de Estudos em Gênero e Agroecologia. Durante a pesquisa sobre os documentos deparei-me com muita dificuldade, tanto em encontrar os mais atuais (última conferência de Ater), quanto em capturar proposições que se referem propriamente a assistência técnica para pesca artesanal. Muitas das colocações se assemelham mais a uma carta de intenções que a proposições efetivas de assistência técnica objetivada. Tomemos por exemplo o item 3 na página 21 do texto de Memória do I Encontro Nacional das Trabalhadoras da Pesca e Aquicultura da SEAP em Brasília 2004: “ Capacitar as comunidades pesqueiras e aquícolas na prática do controle social dos programas sociais da administração pública com valorização do profissional local e entidades representativas do setor.” (grifo nosso) Além de evasivas as propostas, em sua grande maioria, não foram instauradas. Proposições de convênios com universidades, instituições federais e municipais, Emater, ONGs, empresas dos sistemas Sesi, Sesc, Sebrae e Senar de iniciativa privada não foram sistematicamente celebrados. Todas as iniciativas continuaram a representar iniciativas privadas de inscrição em chamadas públicas. Na Lei de Ater o governo define assistência técnica como: serviço de educação não formal, de caráter continuado, no meio rural, que promove processos de gestão, produção, beneficiamento e comercialização das atividades e dos serviços agropecuários e não agropecuários, inclusive das atividades agroextrativistas, florestais e artesanais; O que se observa de 2004 até o final da 3ª Conferência Nacional é um discurso de consolidação, capacitação e celebração de convênios para a assistência técnica na pesca e aquicultura, mas deixando entrever que são ideais em nada consolidados. Os itens que avançaram um pouco foram: a instalação de fábricas de gelo, ampliação do sistema de crédito, frota de embarcações e poucos entrepostos pesqueiros, mas na ausência de contratação de técnicos ou de assistência. O QUE PROPÕEM O GOVERNO PROPOSTA DAS ORGANIZAÇÕES DOS PESCADORES  Capacitar técnicos e pescadores;  Celebrar convênios de Assistência. Técnica;  Projetos para elaboração de material didático;  Viabilidade técnica dos projetos de produção de pescado;  Cursos de autogestão , cooperativismo e ecosol;  Consolidação do plano nacional de assistência técnica;  Eliminação de atravessadores e incentivo a comercialização;  Construção de fábricas de gelo e entrepostos;  Disponibilização de linhas de crédito;  Respeito a cultura e ao território dos/das pescadores;  Assessoria técnica, pesquisa e extensão voltadas para pesca artesanal;  Organização produtiva do pescado, manejo e apetrechos em conformação com a modalidade da pescaria e a realidade ambiental;  Melhoria da qualidade de vida nos territórios pesqueiros;  Estratégias adaptadas às diversas realidades e a cadeia produtiva;  Infraestrutura e capacitação em: conservação, transporte, portos, beneficiamento e logística;  Comercialização do pescado e seus derivados (inclusive artesanato);  Estratégias de planejamento em consonância com as condições ambientais;  Adoção de visão holística e metodologias participativas;  Formação dos/das pescadores(ras) em planejamento,
  • 14. 14  Qualificação biológica do produto e nenhuma contaminação;  Postos de trabalho e melhoria de renda;  Incubação de cooperativas e redes de ecosol em territórios da cidadania;  Formação profissional e escolaridade dos/das pescadores;  Educação Ambiental;  Organização da categoria;  Habitação. implantação, monitoramento e avaliação de projetos;  Capacitação em gerenciamento de projetos;  Garantir acesso as águas;  Fomentar pesquisas e ações que visem à recuperação das funções vitais das águas e seus entornos e reintegração de rios com lagoas;  Incentivo a pesquisa garantindo informações sobre o meio ambiente e os impactos a eles causados e a agroecologia;  Facilitar o acesso ao conhecimento científico;  Promover saúde coletiva;  Incentivo as iniciativas formais não formais de ensino e pesquisa;  Garantir e disponibilizar acesso a créditos específicos para pesca artesanal;  Higiene e Legislação Sanitária. Hulda também traz a discussão, sobre o Decreto Federal 6040/2007, que trata das questões relacionadas à assistência técnica para as comunidades tradicionais, com objetivo de nos encaminhamentos o conteúdo do decreto seja considerado, já que a discussão das comunidades e do Movimento os Pescadores e Pescadoras Artesanais, está em consonância com o Decreto. 3. CONTEXTUALIZAÇÃO DAS AÇÕES DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO PESQUEIRA EM PERNAMBUCO. 3.1 Trabalhos sobre Pesca Artesanal e Assistência Técnica em Pernambuco Facilitador: Tarcisio Quinamo dos Santos Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco – Fundaj O trabalho teve como objetivo, fazer levantamento dos estudos e pesquisas desenvolvido no âmbito do Estado de Pernambuco, voltada para a pesca. Foram feitas pesquisa junto a academia, organizações governamentais e não governamentais. Na Universidade Federal Rural de Pernambuco, encontramos 140 projetos de estudos e pesquisas que foram aprovados (2012/2013) no quais selecionamos 12 que tiveram como foco as questões relacionadas à pesca e aquicultura.
  • 15. 15 Nº PROJETO COORD. e DEPARTAMENTO 1. TROCANDO IDEIAS EM EXTENSÃO: ORGANIZAÇÃO E DIVULGAÇÃO MARIA DO CARMO FIGUEREDO SOARES / PESCA 2. SARDINHA É MANJUBA ... E MANJUBA É O QUE? UM PROBLEMA DE IDENTIDADE HUMBER AGRELLI DE ANDRADE / PESCA 3. ADMINISTRAÇÃO DE SESSÕES TÉCNICAS SOBRE A INTERPRETAÇÃO DE DADOS A PARTIR DE PLANILHAS ELETRÔNICAS RELATIVAS AO CRESCIMENTO E ALIMENTAÇÃO DA TILÁPIA (Oreochromis miloticus), CRIADA EM TANQUE-REDE NA “ASSOCIAÇÃO JOVENS CRIADORES DE PEIXE”, MUNICIPIO DE JATOBÁ - PE ATHIE JORGE GUERRA SANTOS / PESCA 4. OSTREICULTURA FAMILIAR SUSTENTÁVEL NA BARRA DE CATUAMA - PE ALFREDO OLIVERA GALVEZ / PESCA 5. DESENVOLVENDO A GESTÃO PARTICIPATIVA E AÇÕES DE USO MÚLTIPLO DE RECURSOS HÍDRICOS NO SEMIÁRIDO DE PERNAMBUCO ABELARDO ANTONIO DE ASSUNÇAO MONTENEGRO / DTR 6. DESENVOLVENDO GESTÃO INTEGRADA E PARTICIPATIVA DE RECURSOS HIDRICOS EM COMUNIDADE RURAL DO SEMIÁRIDO PERNAMBUCO ABELARDO ANTONIO DE ASSUNÇAO MONTENEGRO / DTR 7. PRODUÇÃO INTEGRADA NO PROCESSO DE TRANSIÇÃO AGROECOLÓGICA: O CASO DO POLICULTIVO DE CAMARÃO E TILÁPIA NO ASSENTAMENTO CHICO MENDES III JORGE LUIZ SCHIRMER DE MATOS / DE 8. PROJETO ROTA PARA O FUTURO IGARASSU - PE MARIA DE FÁTIMA NAVARRO SILVA / CIC/PRAE 9. PROJETO VIDA PARA O MANGUE – IGARASSSU - PE MARIA DE FÁTIMA NAVARRO SILVA / CIC/PRAE 10. PLANO DE GESTÃO DE RESIDUOS DA ATIVIDADE PESQUEIRA COM ÊNFASE EM ESCAMAS E CONCHAS II WERUSKA DE MELO COSTA / BIOLOGIA 11. SENSIBILIZAÇÃO DE PESCADORES DA APA DOS CORAIS QUANTO A CONSERVAÇÃO DE ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS E DO PEIXE-BOI MARINHO KARINE MATOS MAGALHAES / BIOLOGIA 12. PLANO DE GESTÃO DE RESIDUOS DA ATIVIDADE PESQUEIRA COM ÊNFASE EM COURO DE PEIXE II WERUSKA DE MELO COSTA / BIOLOGIA Os Projetos foram Analisados e Selecionados por uma Comissão, indicada pela Portaria Nº 03/2012-PRAE, cujo Presidente foi o Prof. Delson Laranjeira – Pró-Reitor de Extensão da UFRPE – Fones: 3320-6060 e 3320-6061. Identificamos que nos últimos anos, vários trabalhos foram publicados, com ações voltadas para o entendimento das ações de extensão que são realizadas junto as comunidades pesqueiras, seja com ações governamentais ou iniciativas populares.  A extensão pesqueira no projeto Prorenda Rural-PE: O caso da Colônia dos Pescadores de Ponta de Pedras Z-3, Goiana/PE (Brasil) - Estudo realizado no âmbito do projeto Prorenda Rural-PE (projeto da cooperação técnica bilateral Brasil/Alemanha), analisando a extensão pesqueira disponibilizadas pelo mesmo, aos pescadores da Colônia de Pontas de Pedras, município de Goiana/Pernambuco (Brasil), focando a estratégia de beneficiamento e comercialização desenvolvida pela extensão pesqueira, visando a geração de renda e fortalecimento da capacidade de autogestão do grupo. SILVA, J.S.; CALLOU, A.B.F. (s/d)  Cooperativista para pesca artesanal - Analisa as razões que levaram ao insucesso da Cooperativa Mista dos Armadores e Pescadores Autônomos de Pernambuco - COOPESCAPE, de Brasília Teimosa, Recife/PE. Chama a atenção, para a importância da
  • 16. 16 educação cooperativista, antes de qualquer formalização deste tipo de empresa. Aponta as razões do encerramento da COOPESCAPE 10 anos após a sua fundação: Falta de participação dos sócios nas atividades da cooperativa; Frágil gestão administrativa e financeira por parte da direção; Despreparo da cooperativa no que concerne à educação cooperativa: “se a cooperativa oferecesse mais vantagens para nossa melhora”; Insuficiência de recursos destinados através do PROPESCA para a cooperativa, já que foram disponibilizados apenas parte dos recursos prometidos. ALCANTARA, S.L.; SIQUEIRA, A. T. (2007)  Monitoria e Avaliação das Atividades Produtivas do PED/RBMA - Complexo Itamaracá – Faz uma avaliação do processo que envolveu a tentativa de implantação de uma unidade de beneficiamento de pescado em Itapissuma, no âmbito do “Projeto de Execução Descentralizada (PED) / Implantação da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA) na Área Piloto de Itapissuma e Itamaracá”. (Agosto de 1997 a dezembro de 1999) Discute aspectos que contribuíram para o fracasso da proposta: Descompasso entre o treinamento dos participantes com relação ao beneficiamento do pescado e o andamento da obra; A morosidade na liberação dos recursos e no andamento e na entrega das obras e dos equipamentos necessários; Falhas no desenho da Unidade de Beneficiamento e na qualidade da obra realizada; Falta de assessoria técnica sistemática na parte de gestão e comercialização; Mudança do órgão responsável pela assessoria (Emater-PE para Prorenda Rural)- Mudança das prioridades do Governo do Estado, com a mudança do Governador. QUINAMO, T.; RAMALHO, C. (2000)  Extensão pesqueira e desenvolvimento local: a experiência da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca no Estado de Pernambuco, 2003-2006 - Faz uma análise dos projetos de Extensão Pesqueira da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República – SEAP/PR, entre 2003-2006, no Estado de Pernambuco, na perspectiva do desenvolvimento local. Projetos de Extensão Pesqueira da SEAP/PE Articulados a Outras Instâncias de Governo: a) Programa Pescando Letras; b) Projeto Maré – o Telecentro da Pesca; c) Programa Feira do Peixe; d) Programa Peixe nos Mercados;e) Projeto Valorização e Recadastramento do Pescador Profissional; f) Programa Nacional de Fortalecimento à Agricultura Familiar (Pronaf-Pesca) Observa que a SEAP/PR, ao soerguer o serviço público de Extensão Pesqueira nacional, incorporou o desenvolvimento local como condição fundamental à emancipação dos contextos sociais pesqueiros. Observa que as ações desses projetos são por demais pontuais para dar conta da complexidade atual do setor pesqueiro pernambucano. Além disso, eles não contemplam a pesca artesanal litorânea do ponto de vista de assistência técnica especializada. CARVALHO, F.E.; CALLOU, A.B.F. (2008). 4. ENCAMINHAMENTOS E DELIBERAÇÕES DO I SEMINÁRIO DE PESCA ARTESANAL E ASSISTÊNCIA TÉCNICA EM PERNAMBUCO. 1. Criar um grupo de estudo e acompanhamento permanente para discussão e apoio à pesca artesanal no estado de Pernambuco, considerando o grupo que construiu o I SEMINÁRIO DE
  • 17. 17 PESCA ARTESANAL E ASSISTÊNCIA TÉCNICA EM PERNAMBUCO e a inclusão do Movimento Social dos Pescadores e Pescadoras Artesanais; 2. Estabelecer um diálogo com a Superintendência do Ministério da Pesca e Aquicultura – MPA em Pernambuco, a fim de compreender a Política e os Programas de Assistência Técnica e Extensão Rural – ATER e os investimentos do MPA em Pernambuco. 3. Aprofundar os debates sobre os direitos das comunidades tradicionais a ATER em conformidade com o Decreto no 6040/2007, observando o que se aplica às comunidades pesqueiras artesanais. 4. Articular com outros atores para discutir sobre os impactos de projetos em Pernambuco que afetam a atividade pesqueira artesanal, a exemplo de: complexos portuários e industriais no litoral, transposição do São Francisco, barragens e hidroelétricas, usina nuclear e os projetos de aquicultura; 5. Estabelecer um diálogo com a Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária de Pernambuco, objetivando conhecer as políticas públicas e programas relacionados à pesca artesanal, frente às demandas contidas no documento “Pauta do Movimento dos Pescadores e Pescadoras em Pernambuco junto ao Governo” (novembro/2011), apresentado pelo movimento social de pescadores e pescadoras artesanais; 6. Estabelecer uma agenda de trabalho com Instituto de Pesquisa Agropecuária – IPA para discutir as ações de ATER para pesca artesanal no estado de Pernambuco, bem como o perfil do extensionista na pesca artesanal; 7. Estreitar relações entre os movimentos sociais de pescadores e pescadoras com as universidades e instituições de pesquisas sobre questões relacionadas à pesca artesanal, a exemplo da Assistência Técnica e Extensão Pesqueira; 8. Fomentar a discussão com o movimento social dos pescadores e pescadoras, para que possam melhor compreender a diferença entre as ações de assistência técnica e assistencialismo; 9. Propor a construção de um programa de formação para pescadores e pescadoras artesanais, visando projetos comunitários voltados para comercialização solidária, inclusão produtiva no Programa de Aquisição de Alimentos - PAA e no Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE, acesso a mercados, gestão e administração de projetos, conhecimentos da legislação sanitária, boas práticas no manuseio do pescado, entre outros. 10. Realizar o II Seminário de Extensão Pesqueira e Desenvolvimento Local sobre a Pesca Artesanal no Sertão de Pernambuco, que acontecerá na UFRPE em Serra Talhada, de 07 a 08 de novembro de 2013; 11. Participar do IV Seminário de Pesca Artesanal e Sustentabilidade Socioambiental: Territórios Tradicionais Pesqueiros, que acontecerá na Fundaj, em Recife, de 26 a 28 de novembro de 2013; 12. Realizar cursos de aperfeiçoamento para técnicos em assistência técnica e extensão pesqueira, com o objetivo de seguir os princípios estabelecidos pela PNATEPA;
  • 18. 18 13. Conhecer o projeto de Lei de ATER do estado de Pernambuco, para contribuir com a sua elaboração e aperfeiçoamento seguindo os princípios da PNATEPA; 14. Discutir as questões relacionadas a gênero e geração dentro das ações de Ater para pesca artesanal, respeitando os limites e as especificidades de cada comunidade e região; 15. Que o estado de Pernambuco crie e implemente um sistema de estatística pesqueira, em diálogo com as instituições de ensino, pesquisa e movimentos sociais de pescadores e pescadoras artesanais; 16. Elaborar estratégias de comunicação para facilitar a compreensão das políticas públicas pelos pescadores e pescadoras artesanais, para melhor acesso a esses direitos; 17. Implementar política de peixamento, junto as comunidades não só para colocar alevinos nos rios e barragens, mas para garantir a manutenção da atividade pesqueira. 18. Garantir a participação de forma democrática dos pescadores e pescadoras nos conselhos de desenvolvimento local, objetivando melhorar a discussão e implementação de políticas públicas; 19. Criar uma rede de intercâmbio para troca de informações entre as organizações governamentais e não governamentais, movimentos populares e sociais, que atuam direta ou indiretamente com a pesca artesanal, assistência técnica e extensão pesqueira no Brasil; 20. Garantir a criação de editais de fomento à pesquisa e à extensão voltados para o estado de Pernambuco, que incluam linhas especificas voltadas ao setor pesqueiro artesanal, possibilitando que as organizações não governamentais e movimentos sociais sejam proponentes. 5. CARTA DO I SEMINÁRIO DE PESCA ARTESANAL E ASSISTÊNCIA TÉCNICA EM PERNAMBUCO O Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais de Pernambuco – MPP/PE, o Conselho Pastoral dos Pescadores – CPP, a Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE, e a Fundação Joaquim Nabuco – Fundaj, reunidos nos dias 27, 28 e 29 de maio de 2013, realizaram o I Seminário de Pesca Artesanal e Assistência Técnica em Pernambuco, na UFRPE, em Recife, e no Centro de Formação Recanto dos Pescadores, em Olinda. No Seminário se discutiu a Política de Assistência Técnica e Extensão Pesqueira para a Pesca Artesanal e se fez proposições para uma melhor implementação, buscando uma melhoria da qualidade de vida das populações pesqueiras, acreditando ser este um importante instrumento para o fortalecimento e desenvolvimento da Pesca Artesanal em Pernambuco. Nesse sentido, reafirmamos: A importância de incluir a categoria Pesca Artesanal nos documentos oficiais de políticas públicas voltadas para o setor, o que possibilita visibilizar e reconhecer o
  • 19. 19 potencial desta atividade milenar para o país e para o estado de Pernambuco, nas dimensões econômicas, ecológicas, sociais e culturais. A importância da realização de pesquisas e estatísticas pesqueiras que contemplem dados por gênero e que mostrem a real capacidade e potencialidade da Pesca Artesanal, em águas litorâneas e continentais, como um setor produtivo relevante para a economia do país e do estado de Pernambuco. O resultado dessas pesquisas fornecerá elementos para a construção de ações voltadas ao fortalecimento da Pesca Artesanal. Que as políticas públicas voltadas à Pesca Artesanal reconheçam os Territórios Pesqueiros como espaço de atuação e reprodução dos pescadores e pescadoras artesanais, como sujeitos políticos de direitos ancestrais. Que garantam o uso e o manejo sustentável da natureza, como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, considerando o papel das mulheres e jovens. Essas relações contribuem para o desenvolvimento com sustentabilidade das comunidades pesqueiras, como garantem a segurança e a soberania alimentar da população. Que a política de assistência técnica e extensão pesqueira para Pesca Artesanal seja ampliada para além do viés produtivista, levando em conta a diversidade cultural e biológica, com ações continuadas de qualidade, tendo em vista as determinações do Decreto n. 6.040 de 7 de fevereiro de 2007 que institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais, no qual a Pesca Artesanal está incluída. E que as ações derivadas do Plano Nacional de Extensão Pesqueira e Aquícola, estabelecido pelo Ministério da Pesca e Aquicultura, considerem as demandas dos grupos e comunidades nas suas especificidades, complexidade e heterogeneidade tendo como referência princípios agroecológicos. Que as ações de Assistência Técnica e Extensão Pesqueira para Pesca Artesanal, na sua concepção e implementação, considerem o conhecimento tradicional das comunidades, bem como construam metodologias com os pescadores e pescadoras artesanais, com base nas realidades locais, garantindo um diálogo constante e reconhecendo o acúmulo das experiências vivenciadas pelas comunidades, como também as questões de gênero e geração. Que se garantam Chamadas Públicas de Assistência Técnica e Extensão Pesqueira para Pesca Artesanal levando em consideração as especificidades da Pesca Artesanal nos diferentes contextos socioambientais e que o tempo destinado às ações propostas considere o ritmo de compreensão e internalização dessas ações pelas comunidades, bem como uma assistência técnica integrada e permanente.
  • 20. 20 Que o Governo do Estado, por meio de suas secretarias e órgãos de extensão rural/pesqueira e pesquisa, destine orçamento para ações específicas ao setor da Pesca Artesanal no Plano Plurianual 2014/2017. Olinda, 29 de maio de 2013. Conselho Pastoral dos Pescadores – CPP/NE II; Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais – MPP/PE; Coordenação Geral de Estudos Ambientais e da Amazônia – CGEA/Fundaj; Núcleo de Estudo de Gênero e Agroecologia – Nega/UFRPE; Núcleo de Estudo, Pesquisas e Práticas Agroecologicas do Semiárido – Neppas/UAST/UFRPE; Programa em Extensão Rural e Desenvolvimento Local – Posmex/UFRPE