Este documento descreve brevemente a origem e tradições associadas ao Dia dos Namorados, celebrando o amor através dos tempos em diferentes culturas e períodos históricos. O texto apresenta exemplos de pares amorosos famosos da mitologia, literatura e história, como Orfeu e Eurídice, Romeu e Julieta, Tristão e Isolda. Resume também como o namoro evoluiu ao longo dos séculos, desde a Idade Média até os dias atuais.
2. S. VALENTIM E O DIA DOS
NAMORADOS
São Valentim , é um santo reconhecido pela
Igreja Católica e igrejas orientais que dá nome ao
Dia dos Namorados em muitos países, onde
celebram o Dia de São Valentim. O nome refere-
se a pelo menos três santos martirizados na Roma
antiga.
6. O MITO DE ORFEU
Na mitologia grega Orfeu era o poeta mais talentoso que já viveu. Quando tocava
lira, os pássaros paravam de voar para escutar e os animais selvagens perdiam o
medo. Orfeu apaixonou-se por Eurídice e casou-se com ela. Mas Eurídice era tão
bonita que, pouco tempo depois do casamento, atraiu um apicultor chamado Aristeu.
Quando ela recusou as suas atenções ela tropeçou numa serpente que a mordeu e a
matou.
Orfeu ficou transtornado de tristeza, tendo levado a sua lira até ao Mundo dos
Mortos, para tentar trazê-la de volta.
Finalmente Orfeu chegou ao trono de Hades. O rei dos mortos ficou irritado ao ver que
um vivo tinha entrado no seu domínio, mas a agonia na música de Orfeu comoveu-o, e
chorou lágrimas de ferro.. tendo atendido ao seu desejo. Eurídice poderia voltar com
Orfeu ao mundo dos vivos mas com uma única condição: que ele não olhasse para ela
até que ela, outra vez, estivesse à luz do sol.
Orfeu partiu pela trilha íngreme que levava para fora do escuro reino da
morte, tocando músicas de alegria e celebração enquanto caminhava, para guiar a
sombra de Eurídice de volta à vida não tendo olhado nenhuma vez para trás, até
atingir a luz do sol. Mas, de repente, virou-se, para se certificar de que Eurídice o
estava a seguir.
Por um momento ele a viu, perto da saída do túnel escuro, perto da vida outra vez.
Mas enquanto ele olhava, ela tornou-se de novo num fino fantasma - o seu grito final
7. I DA D E M É D I A
T R I S TÃ O E I S O L D A
O amor trágico de Tristão (da
Cornualha) e Isolda (da Irlanda) tem
provável origem em lendas que
circulavam entre os povos celtas do
noroeste Europeu.
No séc. XIII a história foi incorporada
ao Ciclo Arturiano, com Tristão
transformando-se num cavaleiro da
távola redonda da corte do Rei Artur.
8. TRISTÃO E ISOLDA
Tristão, excelente cavaleiro a serviço de seu tio, o rei Marcos da Cornualha, viaja à
TRISTÃO E ISOLDA
Irlanda, para trazer a bela princesa Isolda para casar-se com seu tio. Durante a
viagem de volta à Grã-Bretanha, os dois acidentalmente bebem uma poção de amor
mágica, originalmente destinada a Isolda e Marcos. Devido a isso, Tristão e Isolda
apaixonam-se perdidamente, e de maneira irreversível, um pelo outro. De volta à
corte, Isolda casa-se com Marcos, mas ela mantém com Tristão um romance que
viola as leis temporais e religiosas e escandaliza a todos. Tristão termina banido do
reino, casando-se com Isolda das Mãos Brancas, princesa da Bretanha, mas seu
amor pela outra Isolda não termina. Depois de muitas aventuras, Tristão é
mortalmente ferido por uma lança e manda que busquem Isolda para curá-lo de
suas feridas. Enquanto ela vem a caminho, a esposa de Tristão, Isolda das Mãos
Brancas, engana-o, fazendo-o acreditar que Isolda não viria para vê-lo. Tristão
morre, e Isolda, ao encontrá-lo morto, morre também de tristeza.
9. I DA D E M É D I A
LANCELOTE E GENEBRA
Lancelot era um dos melhores
cavaleiros do Rei Artur.
Apaixonou-se pela dama que
viria a casar com o rei e a tornar-
se rainha.
10. MITOS DE AMOR - IDADE
MÉDIA PEDRO E INÊS
O amor no século XIV
português, entre o príncipe
D. Pedro e D. Inês de Castro
11. D. Pedro é conhecido pela sua relação com D. Inês
de Castro, a dama de companhia galega trazida
para Portugal no séquito de sua segunda mulher
D. Constança Manuel.
D. Inês acabou assassinada por ordens do rei
Afonso IV, seu pai, em 1355.
12. UMA RAINHA PÓSTUMA…
D. Inês de Castro foi
coroada rainha, depois de
morta, a mando do seu
amado, o rei D. Pedro.
13. R E NAS C I M E N TO – RO M E U E J U L I E TA
Na cidade italiana de
Verona, aproximadamente
em 1500, duas famílias
tradicionais, os Montecchios e
os Capuletos, cultivavam uma
intensa e insustentável
inimizade….
14. R E NAS C I M E N TO – RO M E U E J U L I E TA
….Independente desta
rivalidade, Romeu e Julieta, filhos
únicos destes poderosos
clãs, apaixonaram-se e decidiram lutar
por este sentimento. Acabaram por se
casar em segredo mas a sombra da
tragédia acabou por persegui-los…
15. AMOR DE PERDIÇÃO…
Simão e Teresa
Simão Botelho e Teresa de Albuquerque
pertencem a famílias distintas, que se
odeiam. Moradores de casas vizinhas, em
Viseu, acabam por se apaixonar e manter
um namoro silencioso através das janelas
próximas. Ambas as
famílias, desconfiadas, fazem de tudo para
combater a união amorosa. O amor entre
os dois é posto à prova e vence mas o fim
é trágico…
16. E D UA R D O V I I I D O R E I N O U N I D O
ABDICOU DO TRONO POR AMOR
Foi rei do Reino Unido, entre 20 de
janeiro e 11 de dezembro de 1936, com
o título de Eduardo VIII, tendo abdicado
do trono para casar com Wallis
Simpson, divorciada, na França, em 3
de junho de 1937.
24. SÉC.XI A SÉC.XIV
Completada a sua instrução, o
cavaleiro saía da Scuola e ia de
torneio em torneio em busca de
prémios que lhe permitissem ter o
dinheiro necessário para casar ou
entrava ao serviço de algum
senhor podendo obter a mão da
sua filha como recompensa.
25. ANTIGO REGIME
Nesta época eram os pais a escolher os
companheiros para os seus filhos, o que ainda
acontece hoje em alguns lugares do mundo. Porém
existiam os encontros casuais nas praças e nos
bailes.
Foi nesta altura que começaram a haver os namoros
por carta.
26. SÉC.S XVIII E XIX
Os locais de encontro, nos finais do século
XVIII, eram o adro da Igreja, o passeio público, o
teatro e a ópera, os bailes privados ou de
caridade. Depois veio o namoro à janela ou o
encontro ocasional nas escadas de um prédio.
27. SÉC.XIX
Em meados do século XIX raparigas em idade casadoira do povo passam a adoptar o
lenço. Assim a mulher, quando estava próxima da idade de casar, com os
conhecimentos de ponto de cruz adquiridos durante a infância, confecionava o seu
lenço bordado a partir dum pano de linho fino, ou dum lenço de algodão que adquiria
na feira, tendo como principais caraterísticas a sua forma quadrada, as cores variadas
e as quadras e simbologias com mensagens de fidelidade, dedicação e amor.
Depois de bordado, o lenço ia ter às mãos do “namorado” e era em conformidade
com a atitude deste de usar publicamente o lenço ou não que se decidia o início
duma ligação amorosa.
28. NO ROMANTISMO, SÓ
CONVERSA…
Marcado por juras de amor eterno e longas conversas
em namoradeiras, a corte do final do século XIX tinha na
idealização da mulher a sua grande característica. Em
vários textos literários, a heroína romântica só encontra
o seu par sob os olhares atentos da família, sem
qualquer direito à privacidade.
30. CURIOSIDADES -OS LENÇOS
Surgiram nos salões senhoriais da época, tendo mais
tarde sido adotados pelas mulheres do povo
No Século XVII – XVIII, eram as meninas da nobreza, que
bordavam os lenços a ponto de cruz, com dizeres de amor
e brasões de família, em tons de vermelho e preto, muitas
vezes com lantejoulas.
32. I GUERRA MUNDIAL…
Durante a 1ª Guerra Mundial, face à ida
dos homens para a guerra, as mulheres
substituíram-nos nas fábricas. Após
esse conflito, a mulher ganhou um novo
estatuto, adquirindo o direito de voto e
uma maior autonomia que lhe permitiu
namorar mais livremente.
34. UMA CONQUISTA COM
REGRAS …
Depois da II Guerra, as conquistas femininas permitiram
que as jovens namorassem no portão, mas com horário
predeterminado — por pais e irmãos — para o encanto
acabar. Era a época de popularização das novelas
transmitidas pelo rádio e o comportamento amoroso dos
amados geralmente não ia além de um leve toque de mãos.
Beijos, nem pensar!
35. ANOS 50…
Mais conhecida como vela, a avó ou outro parente que
estivesse desocupado transformou-se num elemento
natural do namoro nos anos 1950. O jovem casal
apaixonado ganhou o direito de atravessar o portão e de se
instalar na sala de estar da família, mas ainda sob os olhares
atentos de bastiões da moral e dos bons costumes.
37. ANOS 60…
Nos anos 60, a mulher adquire, por fim, a sua autonomia e
a sua liberdade, até para namorar.
38. ANOS 60…
Uma verdadeira onda de contracultura modificou os
valores morais dos anos 1960. Incentivados pela
permissividade sexual mostrada para todo o mundo no
Festival de Woodstock e confiantes no poder
anticoncepcional da pílula, os namorados aceitaram a
tese de que é proibido proibir. Beijos, abraços e até
mesmo filhos precoces espelhavam a rebeldia da época.
40. FINAIS DO SÉCULO XX
A SIDA e outras doenças sexualmente transmissíveis
exigiram dos namorados da década passada
comportamentos muito diferentes daquelas praticados
pelas gerações anteriores. O preservativo passou a ser
obrigatório para quem pretende levar uma vida
sexualmente ativa.
41. O NOVO DILEMA
Num tempo em que a internet estimula encontros
virtuais, os jovens estão a fim de ficar com o maior
número possível de parceiros numa só noite.
Simultaneamente, os que se decidem pelas relações
mais estáveis fazem de casa o ninho de amor.
42. O NAMORO ATUAL…
Os namoros virtuais em redes sociais tornaram-se públicos: se
alguém tiver num relacionamento todos os amigos e conhecidos
ficam a saber, e se terminarem o namoro, rapidamente a notícia se
espalha, o que antes era algo que ficava apenas em família.
44. O NAMORO ATUAL…
Antigamente, namorar significava casar. Os casais conformavam-
se, conheciam-se melhor e casavam.
Atualmente, pouca gente pensa em casar, os pais não tem
qualquer poder de decisão na escolha dos filhos para seus
companheiros e praticamente toda a gente chega a ter vários
namorados/namoradas.
45. O NAMORO ATUAL…
Antigamente só os relacionamentos entre sexos opostos, rapaz e
rapariga, eram socialmente aprovados e legalmente admitidos.
Hoje, a homossexualidade já é aceite, por grande parte das
pessoas, embora os homossexuais ainda sejam, por
vezes, discriminados.
47. IDADE MÉDIA - AMOR CORTÊS
Cantiga, partindo-se
Senhora, partem tão tristes
meus olhos por vós, meu bem,
que nunca tão tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.
Tão tristes, tão saudosos,
tão doentes da partida,
tão cansados, tão chorosos,
da morte mais desejosos
cem mil vezes que da vida.
Partem tão tristes os tristes,
tão fora d' esperar bem,
que nunca tão tristes vistes
outros nenhuns por ninguém
Roiz de Castel-Branco
49. Meu querido amorzinho:
Hoje tenho tido immenso que fazer, quer fóra do escriptorio, quer aqui mesmo.
Vão só duas linhas, para te provar que te não esqueço
- como se fôsse muito facil eu esquecer-te!
Olha: mudo de Benfica para a Estrella no dia 29 d’este mez de manhã; estive agora mesmo a
combinar a mudança. Isto quer dizer que no domingo que vem nos não veremos, pois
passarei o dia lá em Benfica a arrumar tudo, pois não é natural que tenha tempo para o fazer
durante a semana.
Estou cansadissimo, e ainda tenho bastante de que tratar hoje. São 5 horas e meia, segundo
me diz o Osório.
Desculpa-me eu não te escrever mais, sim? Amanhã, á hora do costume nos encontraremos e
fallaremos.
Adeus, amor pequenininho.
Muitos e muitos beijos do teu, sempre teu
Fernando 24.3.1920
50. MARIANA ALCOFORADO
Sóror Mariana Alcoforado (Beja, 2 de Abril de 1640 — 28 de
Julho de 1723) foi uma freira portuguesa do Convento de Nossa
Senhora da Conceição em Beja.
É considerada a autora das cinco Lettres Portugaises dirigidas
ao Marquês Noel Bouton de Chamilly Conde de Saint-Léger e
oficial francês, que lutou em solo português, durante a Guerra da
Restauração. Convento de Beja onde Sóror Mariana
Alcoforado morou
51. …..
Ordena-me que morra de amor por ti! Suplico-te que me ajudes a vencer a
fraqueza própria de uma mulher, e que toda a minha indecisão acabe em
puro desespero. Um fim trágico obrigar-te-ia, sem dúvida, a pensar mais em
mim; talvez fosses sensível a uma morte extraordinária, e a minha memória
seria amada. Não é isso preferível ao estado a que me reduziste?
Adeus. Era melhor nunca te ter visto. Ah, sinto até ao fundo a mentira deste
pensamento e reconheço, no momento em que escrevo, que prefiro ser
desgraçada amando-te do que nunca te haver conhecido. Aceito, assim, sem
uma queixa, a minha má fortuna, pois não a quiseste tornar melhor. Adeus:
promete-me que terás saudades minhas se vier a morrer de tristeza; e oxalá
o desvario desta paixão consiga afastar-te de tudo.
Mariana Alcoforado