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Os Lusíadas
O Adamastor
Plano da viagem
• Depois de narrada a despedida de Belém no canto IV, Vasco
da Gama continua a contar ao rei de Melinde a história da sua
viagem em direção à Índia.
Introdução ( 37- 38 estrofe)
37
Porém já cinco Sóis eram passados
Que dali nos partíramos, cortando
Os mares nunca d'outrem navegados,
Prosperamente os ventos assoprando,
Quando hua noite, estando descuidados
Na cortadora proa vigiando,
Hua nuvem que os ares escurece,
Sobre nossas cabeças aparece.

38
Tão temerosa vinha e carregada,
Que pôs nos corações um grande medo;
Bramindo, o negro mar de longe brada,
Como se desse em vão nalgum rochedo.
- «Ó Potestade (disse) sublimada:
Que ameaço divino ou que segredo
Este clima e este mar nos apresenta,
Que mor cousa parece que tormenta?»
Esta estrofe indica-nos o início da formação da tempestade.
Passado cinco dias desde a partida da Baía de
Santa Helena

Porém já cinco Sóis eram passados
Que dali nos partíramos, cortando
Os mares nunca d'outrem navegados,(…)
Os Portugueses são os primeiros a navegar
naqueles mares
Cortando- verbo no gerúndio
Dali- Perífrase de Baía de Santa Elena
“Prosperamente os ventos assoprando,”, os ventos estavam a favor
dos portugueses.

“Prosperamente os ventos assoprando,
“Quando hua noite, estando descuidados”
Na cortadora proa vigiando,
Hua nuvem que os ares escurece,
Sobre nossas cabeças aparece.”

De surpresa, sem estarem
à espera aparece uma
nuvem escura sobre as
cabeças dos navegadores
Tão temerosa vinha e carregada,
Que pôs nos corações um grande medo;
Bramindo, o negro mar de longe brada,
Como se desse em vão nalgum rochedo

- «Ó Potestade (disse) sublimada:
Que ameaço divino ou que segredo
Este clima e este mar nos apresenta,
Que mor cousa parece que tormenta?»

Potestade- Poder divino

A tempestade estava a ficar
mais forte e provocou o
pânico e o medo nos
navegadores. Esta descrição da
tempestade tem como função
chamar à atenção do leitor
através de sensações visuais e
auditivas.

Vasco da Gama evoca os deuses
( “ Ó Potestade) para saber o
perigo que se aproxima.
39
Não acabava, quando hua figura
Se nos mostra no ar, robusta e válida,
De disforme e grandíssima estatura;
O rosto carregado, a barba esquálida,
Os olhos encovados, e a postura
Medonha e má e a cor terrena e pálida;
Cheios de terra e crespos os cabelos,
A boca negra, os dentes amarelos.
40
«Tão grande era de membros que bem posso
Certificar-te que este era o segundo
De Rodes estranhíssimo Colosso,
Que um dos sete milagres foi do mundo.
Cum tom de voz nos fala, horrendo e grosso,
Que pareceu sair do mar profundo.
Arrepiam-se as carnes e o cabelo,
A mi e a todos, só de ouvi-lo e vê-lo!

41
E disse: - «Ó gente ousada, mais que quantas
No mundo cometeram grandes cousas,
Tu, que por guerras cruas, tais e tantas,
E por trabalhos vãos nunca repousas,
Pois os vedados términos quebrantas
E navegar meus longos mares ousas,
Que eu tanto tempo há já que guardo e tenho,
Nunca arados d'estranho ou próprio lenho;
Nesta estrofe ainda Vasco da Gama não tinha acabado de falar quando se
avista o adamastor ( criatura mitológica, que representa os perigos dos
mares desconhecidos).

“ Não acabava. Quando hua figura
Se nos mostra no ar, robusta e válida”

“De disforme e grandíssima estatura;
O rosto carregado, a barba esquálida,
Os olhos encovados, e a postura
Medonha e má e a cor terrena e pálida;
Cheios de terra e crespos os cabelos,
A boca negra, os dentes amarelos.”

Descrição Física do
Adamastor

“Medonha e má”- dupla adjectivação
“ terrena e pálida”- dupla adjectivação
“Tão grande era de membros que bem posso
Certificar-te que este era o segundo
De Rodes estranhíssimo Colosso,
Que um dos sete milagres foi do mundo”

Aqui, compara-se o
Adamastor à estátua de
Apolo na ilha de Rodes,
que é uma das 7
maravilhas do Mundo

Cum tom de voz nos fala, horrendo e grosso,
Que pareceu sair do mar profundo.
Arrepiam-se as carnes e o cabelo,
A mi e a todos, só de ouvi-lo e vê-lo!

Atitude do Adamastor
que provoca medo nos
portugueses

Oração subordinada relativa explicativa
Antecedente do que: Rodes
41ª estrofe ( Início do discurso do
Adamastor)
Nesta estrofe o verbo introdutório do discurso directo:- disse, vai dar início à
fala do Adamastor.
E disse: - «Ó gente ousada, mais que quantas
No mundo cometeram grandes cousas,
Tu, que por guerras cruas, tais e tantas,
E por trabalhos vãos nunca repousas,
Pois os vedados términos quebrantas
E navegar meus longos mares ousas,
Que eu tanto tempo há já que guardo e tenho,
Nunca arados d'estranho ou próprio lenho;

O Adamastor refere-se aos portugueses como gente ousada, que já realizou
vários feitos ( “ grandes cousas”). Assim o Adamastor revela já conhecer os
portugueses e ao mesmo tempo está a valorizá-los.
Durante esta estrofe o Adamastor está indignado com o atrevimento dos
portugueses em navegarem por aqueles mares.
Estrofe 42
“Pois vens ver os segredos escondidos
Da natureza e do húmido elemento,
mar
A nenhum grande humano concedidos
De nobre ou de imortal merecimento,
Ouve os danos de mi que apercebidos
preparados
Estão a teu sobejo atrevimento,
Por todo largo mar e pola terra
Que inda hás de sojugar com dura guerra.”
Refere que os portugueses irão dominar
o mar e a terra através da guerra.

Adamastor, uma figura mitológica criada
por Camões que simbolizará todos os
problemas que os portugueses terão
que enfrentar nas suas viagens, declara
guerra ao povo lusitano pelo seu
atrevimento pois estes descobriram os
segredos que nunca a ninguém
conseguiu desvendar, nem Humanos
nem Deuses.
Estrofe 43

“Sabe que quantas naus esta viagem
Que tu fazes, fizerem, de atrevidas,
Inimiga terão esta paragem,
Com ventos e tormentas desmedidas!
E da primeira armada, que passagem
Fizer por estas ondas insofridas,
Eu farei d’improviso tal castigo,
Que seja mor o dano que o perigo!”

Nesta estrofe, Adamastor alerta que a
nau de Pedro Álvares Cabral irá sofrer
severos castigos – tempestades e
violentos naufrágios, cujas vítimas não
terão tempo para se aperceber do
perigo: «Que seja mor o dano que o
perigo».
Estrofe 44
“Aqui espero tomar, se não me engano,
De quem me descobriu suma vingança.
E não se acabará só nisto o dano
De vossa pertinace confiança:
Antes, em vossas naus verei, cada ano,
Se é verdade o que meu juízo alcança,
Naufrágios, perdições de toda sorte,
Que o menor mal de todos seja a morte!”

Nos versos desta estrofe, Adamastor
mostra-se muito irritado afirmando que
se vingará ali de Bartolomeu Dias, cujo
navio será destruído por ele com
desastres tão dolorosos que a morte
parecerá melhor a todos. – “Que o
menor mal de todos seja a morte!”
Estrofe 45
“E do primeiro ilustre, que a ventura
D. Francisco de almeida

Com fama alta fizer tocar os céus,
Serei eterna e nova sepultura,
Por juízos incógnitos de Deus.
Aqui porá a turca armada dura
Os soberbos e prósperos troféus;
Comigo de seus danos o ameaça
A destruída Quíloa com Mombaça.”

Nesta estrofe ainda é visível o perigo
ameaçador de Adamastor que diz vir a
ser a eterna e nova sepultura.
Estrofe 46
“Outro também virá, de honrada fama,
Liberal, cavaleiro, enamorado,
E consigo trará a fermosa dama
Que Amor por grão mercê lhe terá dado.
Triste ventura e negro fado os chama
Neste terreno meu, que, duro e irado,
Os deixará dum cru naufrágio vivos,
Pera verem trabalhos excessivos.”

O gigante Adamastor refere-se a Manuel
de Sousa Sepúlveda e cita a desgraça da
história da sua família -> Manuel,
juntamente com os seus filhos e mulher,
ao regressar da Índia naufragou naqueles
mares.
Estrofe 47
• Tanto esta como a estrofe 48 fazem parte do
discurso do Adamastor 1.
• Nesta estrofe o gigante diz que os filhos
queridos de Manuel de Sousa Sepúlveda
morrerão de fome e sua esposa será
violentada pelos habitantes da África, depois
de caminhar pela areia do deserto.
Estrofe 48
• Nesta estrofe os sobreviventes do naufrágio
verão Manuel de Sousa Sepúlveda e sua
esposa, que morrerão juntos, ficarem no mato
quente e inóspito
Estrofe 49
•

Vasco da Gama supera o medo e enfrenta o Gigante Adamastor. Vasco da Gama
ergue-se e interrompe-o para lhe perguntar quem é ele, cujo corpo enorme o
surpreende. A intervenção de Vasco da Gama, ainda que breve, é extremamente
importante. Ela representa a superação do medo, sentimento que tanto pode
limitar as nossas ações, como nos pode impulsionar a fazer algo. O herói não é
aquele que não tem medo, mas sim aquele que é capaz de o superar, mesmo nas
condições mais adversas. Sendo o capitão, Vasco da Gama intervém em
representação de todos os navegadores, ou seja, do povo português.

Vasco da gama termina a estrofe dando-nos a
conhecer a relação do Gigante à sua questão (o
gigante parecia magoado).
Estrofe 50
• Com voz pesada e amarga, ofendido com a
pergunta, Adamastor apresenta-se: é aquele a
quem os portugueses chamam de
Tormentório (Cabo das Tormentas), cuja
existência era desconhecida pelos geógrafos
da Antiguidade e está isolado no extremo da
costa africana
Estrofe 51
• Foi um dos titãs, ou gigantes, como Encelado, Egeu e Centimano, que
lutaram contra Júpiter. Contrariamente aos outros que sobrepunham
montes para chegar ao Olimpo, Adamastor buscava a armada de Neptuno
• Este diz que se chama Adamastor.
• Diz também que lutou contra Júpiter – Deus dos Deuses a fim de
conquistar o oceano e não apoderar-se das terras.
Episódio do Gigante Adamastor
Estrofe 52
Amores da alta esposa de Peleu
Me fizeram tomar tamanha empresa.
Todas as deusas desprezei do Céu,
Só por amar Águas a Princesa,
Um dia a vi, co as filhas de Nereu,
Sair nua na praia: e logo presa
A vontade senti de tal maneira,
Que inda não sinto cousa que mais queira.

Nos primeiros dois versos desta
estrofe pode ver-se que o gigante
adamastor se apaixonou pela esposa
de Peleu, que se chamava Tétis. No
terceiro verso podemos ver que ele
desprezou todas as deusas do céu por
amor a Tétis.
Nos versos 5º, 6º, 7º e 8º vamos
concluir que o seu desejo por tétis foi
aumentando no dia em que a viu nua
na praia.
Estrofe 53

• Nos primeiros dois versos desta estrofe
podemos concluir que o Gigante jamais
conseguiria conquistar Tétis porque se
achava feio.
Como fosse impossibil alcançá-la,
• No 3º e 4º verso vemos que o Gigante não
Pola grandeza feia de meu gesto,
desistiu da ideia de conquistar Tétis e vai
Determinei por armas de tomá-la,
então recorrer por meio da guerra e
E a Dóris este caso manifesto.
manifestou também a sua intenção a
Dóris, mãe de Tétis.
De medo a Deusa então por mi lhe fala;
• No sétimo verso encontramos uma forma
Mas ela, cum fermoso riso honesto,
verbal que é ‘Respondeu’ que está na 3ª
Respondeu: ‘’ Qual será o amor bastante
pessoas do singular, no Pretérito Perfeito
De Ninfa, que sustente o dum Gigante?
do Indicativo.
• No último verso Tétis responde à sua mãe
perguntando como é que poderia o amor
de uma ninfa aguentar o amor de um
gigante.
Estrofe 54

Contudo, por livrarmos o Oceano
De tanta guerra eu buscarei maneira
Com que, com a minha honra, escuse o dano.”
Tal resposta me torna mensageira.
Eu, que cair não pude neste engano
(Que é grande dos amantes a cegueira),
Encheram-me com grandes abondanças,
O peito de desejos e esperanças.

•

•

Até ao terceiro verso desta estrofe Tétis
continua a sua resposta, e refere que
para livrar o Oceano da guerra vai tentar
solucionar o problema com dignidade.
Nos últimos 4 versos podemos concluir
que o gigante afirma que está cego de
amor e ele não percebe que as
promessas que Dóris e Tétis lhe faziam
eram falsas.
Estrofe 55
Já néscio, já da guerra desistindo,
Uma noite, de Dóris prometida,
Me aparece de longe o gesto lindo
Da branca Tétis, única, despida.
Como doudo corri de longe, abrindo
Os braços pera aquela que era a vida
Deste corpo e começo os olhos belos
A lhe beijar, as faces e os cabelos.

•

Nesta estrofe o adamastor desistindo da
guerra, numa noite louco de amor vai-lhe
aparecer o lindo rosto de Tétis, única e nua.

•

Nos últimos 4 versos o adamastor correu como
um doido abrindo os braços para aquela que
era a vida do seu corpo e começou a beijá-la´.
Estrofe 56

•
Oh! Que não sei de nojo como o conte!
Que, crendo ter nos braços quem amava,
Abraçado me achei cum duro monte
De áspero mato e de espessura brava.
Estando cum penedo fronte a fronte,
Que eu polo rosto angélico apertava,
Não fiquei homem, não; mas mudo e
quedo
E junto dum penedo outro penedo!

•

•

No primeiro verso temos uma interjeição que
é o ‘oh!’.
Nesta estrofe o adamastor não consegue
expressar a mágoa que sentia, porque achava
que estava a beijar e a abraçar Tétis enquanto
que no entanto estava a abraçado a um
monte duro.
O gigante já sem palavras e imóvel sentiu-se
uma rocha diante de outra.
Estrofe 57
Ó Ninfa, a mais fermosa do Oceano,
Já que minha presença não te
agrada,
Adamastor invoca Tétis
Que te custava ter-me neste
Numa pergunta retórica,
engano,
Ou fosse monte, nuvem, sonho ou esclarece que preferia ter sido
nada?
mantido na ilusão de ser
Daqui me parto, irado e quase
amado.
insano
Adamastor, zangado e
Da mágoa e da desonra ali passada,
perturbado pela mágoa e
A buscar outro mundo, onde não
humilhação, parte para longe,
visse
Quem de meu pranto e de meu mal onde ninguém visse o seu
se risse.
desespero e onde ninguém se
risse do que lhe sucedera
Estrofe 58
Eram já neste tempo meus
Irmãos
Vencidos e em miséria extrema
postos,
E, por mais segurar-se Deuses
vãos,
Alguns a vários montes
sotopostos.
E, como contra o Céu não valem
mãos,
Eu, que chorando andava meus
desgostos,
Comecei a sentir do fado imigo,
Por meus atrevimentos, o
castigo.

Naquela época, já os seus irmãos
gigantes tinham sido vencidos e
convertidos em montes pelos deuses;
Adamastor começou a sentir o seu
castigo e o seu destino.
Converte-se-me a carne em
terra dura;
Em penedos os ossos se
fizeram;
Estes membros que vês e esta
figura
Por estas longas águas se
estenderam;
Enfim, minha grandíssima
estatura
Neste remoto Cabo
converteram
Os Deuses; e, por mais
dobradas mágoas,
Me anda Thetis cercando
destas águas.

Estrofe 59
A carne do gigante
transformou-se em terra e os
ossos em pedra;
Os seus membros e a sua figura
alongaram-se pelo mar;
Os Deus fizeram dele um Cabo.
Para que sofra mais, Tétis
cercar as águas próximas.
Estrofe 60: desfecho
Assi contava; e, cum medonho choro,
Súbito d’ante os olhos se apartou.
Desfez-se a nuvem negra e cum
sonoro
Bramido muito longe o mar soou.
Eu, levantando as mãos ao santo coro
Dos Anjos, que tão longe nos guiou,
A Deus pedi que removesse os duros
Casos, que Adamastor contou
futuros.

Emocionado, num choro assustador,
Adamastor afasta-se dos portugueses.

Vasco da Gama, levantando as mãos ao
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O Adamastor: o gigante dos mares ameaça os portugueses

  • 2. Plano da viagem • Depois de narrada a despedida de Belém no canto IV, Vasco da Gama continua a contar ao rei de Melinde a história da sua viagem em direção à Índia.
  • 3. Introdução ( 37- 38 estrofe) 37 Porém já cinco Sóis eram passados Que dali nos partíramos, cortando Os mares nunca d'outrem navegados, Prosperamente os ventos assoprando, Quando hua noite, estando descuidados Na cortadora proa vigiando, Hua nuvem que os ares escurece, Sobre nossas cabeças aparece. 38 Tão temerosa vinha e carregada, Que pôs nos corações um grande medo; Bramindo, o negro mar de longe brada, Como se desse em vão nalgum rochedo. - «Ó Potestade (disse) sublimada: Que ameaço divino ou que segredo Este clima e este mar nos apresenta, Que mor cousa parece que tormenta?»
  • 4. Esta estrofe indica-nos o início da formação da tempestade. Passado cinco dias desde a partida da Baía de Santa Helena Porém já cinco Sóis eram passados Que dali nos partíramos, cortando Os mares nunca d'outrem navegados,(…) Os Portugueses são os primeiros a navegar naqueles mares Cortando- verbo no gerúndio Dali- Perífrase de Baía de Santa Elena
  • 5. “Prosperamente os ventos assoprando,”, os ventos estavam a favor dos portugueses. “Prosperamente os ventos assoprando, “Quando hua noite, estando descuidados” Na cortadora proa vigiando, Hua nuvem que os ares escurece, Sobre nossas cabeças aparece.” De surpresa, sem estarem à espera aparece uma nuvem escura sobre as cabeças dos navegadores
  • 6. Tão temerosa vinha e carregada, Que pôs nos corações um grande medo; Bramindo, o negro mar de longe brada, Como se desse em vão nalgum rochedo - «Ó Potestade (disse) sublimada: Que ameaço divino ou que segredo Este clima e este mar nos apresenta, Que mor cousa parece que tormenta?» Potestade- Poder divino A tempestade estava a ficar mais forte e provocou o pânico e o medo nos navegadores. Esta descrição da tempestade tem como função chamar à atenção do leitor através de sensações visuais e auditivas. Vasco da Gama evoca os deuses ( “ Ó Potestade) para saber o perigo que se aproxima.
  • 7. 39 Não acabava, quando hua figura Se nos mostra no ar, robusta e válida, De disforme e grandíssima estatura; O rosto carregado, a barba esquálida, Os olhos encovados, e a postura Medonha e má e a cor terrena e pálida; Cheios de terra e crespos os cabelos, A boca negra, os dentes amarelos. 40 «Tão grande era de membros que bem posso Certificar-te que este era o segundo De Rodes estranhíssimo Colosso, Que um dos sete milagres foi do mundo. Cum tom de voz nos fala, horrendo e grosso, Que pareceu sair do mar profundo. Arrepiam-se as carnes e o cabelo, A mi e a todos, só de ouvi-lo e vê-lo! 41 E disse: - «Ó gente ousada, mais que quantas No mundo cometeram grandes cousas, Tu, que por guerras cruas, tais e tantas, E por trabalhos vãos nunca repousas, Pois os vedados términos quebrantas E navegar meus longos mares ousas, Que eu tanto tempo há já que guardo e tenho, Nunca arados d'estranho ou próprio lenho;
  • 8. Nesta estrofe ainda Vasco da Gama não tinha acabado de falar quando se avista o adamastor ( criatura mitológica, que representa os perigos dos mares desconhecidos). “ Não acabava. Quando hua figura Se nos mostra no ar, robusta e válida” “De disforme e grandíssima estatura; O rosto carregado, a barba esquálida, Os olhos encovados, e a postura Medonha e má e a cor terrena e pálida; Cheios de terra e crespos os cabelos, A boca negra, os dentes amarelos.” Descrição Física do Adamastor “Medonha e má”- dupla adjectivação “ terrena e pálida”- dupla adjectivação
  • 9. “Tão grande era de membros que bem posso Certificar-te que este era o segundo De Rodes estranhíssimo Colosso, Que um dos sete milagres foi do mundo” Aqui, compara-se o Adamastor à estátua de Apolo na ilha de Rodes, que é uma das 7 maravilhas do Mundo Cum tom de voz nos fala, horrendo e grosso, Que pareceu sair do mar profundo. Arrepiam-se as carnes e o cabelo, A mi e a todos, só de ouvi-lo e vê-lo! Atitude do Adamastor que provoca medo nos portugueses Oração subordinada relativa explicativa Antecedente do que: Rodes
  • 10. 41ª estrofe ( Início do discurso do Adamastor) Nesta estrofe o verbo introdutório do discurso directo:- disse, vai dar início à fala do Adamastor. E disse: - «Ó gente ousada, mais que quantas No mundo cometeram grandes cousas, Tu, que por guerras cruas, tais e tantas, E por trabalhos vãos nunca repousas, Pois os vedados términos quebrantas E navegar meus longos mares ousas, Que eu tanto tempo há já que guardo e tenho, Nunca arados d'estranho ou próprio lenho; O Adamastor refere-se aos portugueses como gente ousada, que já realizou vários feitos ( “ grandes cousas”). Assim o Adamastor revela já conhecer os portugueses e ao mesmo tempo está a valorizá-los. Durante esta estrofe o Adamastor está indignado com o atrevimento dos portugueses em navegarem por aqueles mares.
  • 11. Estrofe 42 “Pois vens ver os segredos escondidos Da natureza e do húmido elemento, mar A nenhum grande humano concedidos De nobre ou de imortal merecimento, Ouve os danos de mi que apercebidos preparados Estão a teu sobejo atrevimento, Por todo largo mar e pola terra Que inda hás de sojugar com dura guerra.” Refere que os portugueses irão dominar o mar e a terra através da guerra. Adamastor, uma figura mitológica criada por Camões que simbolizará todos os problemas que os portugueses terão que enfrentar nas suas viagens, declara guerra ao povo lusitano pelo seu atrevimento pois estes descobriram os segredos que nunca a ninguém conseguiu desvendar, nem Humanos nem Deuses.
  • 12. Estrofe 43 “Sabe que quantas naus esta viagem Que tu fazes, fizerem, de atrevidas, Inimiga terão esta paragem, Com ventos e tormentas desmedidas! E da primeira armada, que passagem Fizer por estas ondas insofridas, Eu farei d’improviso tal castigo, Que seja mor o dano que o perigo!” Nesta estrofe, Adamastor alerta que a nau de Pedro Álvares Cabral irá sofrer severos castigos – tempestades e violentos naufrágios, cujas vítimas não terão tempo para se aperceber do perigo: «Que seja mor o dano que o perigo».
  • 13. Estrofe 44 “Aqui espero tomar, se não me engano, De quem me descobriu suma vingança. E não se acabará só nisto o dano De vossa pertinace confiança: Antes, em vossas naus verei, cada ano, Se é verdade o que meu juízo alcança, Naufrágios, perdições de toda sorte, Que o menor mal de todos seja a morte!” Nos versos desta estrofe, Adamastor mostra-se muito irritado afirmando que se vingará ali de Bartolomeu Dias, cujo navio será destruído por ele com desastres tão dolorosos que a morte parecerá melhor a todos. – “Que o menor mal de todos seja a morte!”
  • 14. Estrofe 45 “E do primeiro ilustre, que a ventura D. Francisco de almeida Com fama alta fizer tocar os céus, Serei eterna e nova sepultura, Por juízos incógnitos de Deus. Aqui porá a turca armada dura Os soberbos e prósperos troféus; Comigo de seus danos o ameaça A destruída Quíloa com Mombaça.” Nesta estrofe ainda é visível o perigo ameaçador de Adamastor que diz vir a ser a eterna e nova sepultura.
  • 15. Estrofe 46 “Outro também virá, de honrada fama, Liberal, cavaleiro, enamorado, E consigo trará a fermosa dama Que Amor por grão mercê lhe terá dado. Triste ventura e negro fado os chama Neste terreno meu, que, duro e irado, Os deixará dum cru naufrágio vivos, Pera verem trabalhos excessivos.” O gigante Adamastor refere-se a Manuel de Sousa Sepúlveda e cita a desgraça da história da sua família -> Manuel, juntamente com os seus filhos e mulher, ao regressar da Índia naufragou naqueles mares.
  • 16. Estrofe 47 • Tanto esta como a estrofe 48 fazem parte do discurso do Adamastor 1. • Nesta estrofe o gigante diz que os filhos queridos de Manuel de Sousa Sepúlveda morrerão de fome e sua esposa será violentada pelos habitantes da África, depois de caminhar pela areia do deserto.
  • 17. Estrofe 48 • Nesta estrofe os sobreviventes do naufrágio verão Manuel de Sousa Sepúlveda e sua esposa, que morrerão juntos, ficarem no mato quente e inóspito
  • 18. Estrofe 49 • Vasco da Gama supera o medo e enfrenta o Gigante Adamastor. Vasco da Gama ergue-se e interrompe-o para lhe perguntar quem é ele, cujo corpo enorme o surpreende. A intervenção de Vasco da Gama, ainda que breve, é extremamente importante. Ela representa a superação do medo, sentimento que tanto pode limitar as nossas ações, como nos pode impulsionar a fazer algo. O herói não é aquele que não tem medo, mas sim aquele que é capaz de o superar, mesmo nas condições mais adversas. Sendo o capitão, Vasco da Gama intervém em representação de todos os navegadores, ou seja, do povo português. Vasco da gama termina a estrofe dando-nos a conhecer a relação do Gigante à sua questão (o gigante parecia magoado).
  • 19. Estrofe 50 • Com voz pesada e amarga, ofendido com a pergunta, Adamastor apresenta-se: é aquele a quem os portugueses chamam de Tormentório (Cabo das Tormentas), cuja existência era desconhecida pelos geógrafos da Antiguidade e está isolado no extremo da costa africana
  • 20. Estrofe 51 • Foi um dos titãs, ou gigantes, como Encelado, Egeu e Centimano, que lutaram contra Júpiter. Contrariamente aos outros que sobrepunham montes para chegar ao Olimpo, Adamastor buscava a armada de Neptuno • Este diz que se chama Adamastor. • Diz também que lutou contra Júpiter – Deus dos Deuses a fim de conquistar o oceano e não apoderar-se das terras.
  • 21. Episódio do Gigante Adamastor Estrofe 52 Amores da alta esposa de Peleu Me fizeram tomar tamanha empresa. Todas as deusas desprezei do Céu, Só por amar Águas a Princesa, Um dia a vi, co as filhas de Nereu, Sair nua na praia: e logo presa A vontade senti de tal maneira, Que inda não sinto cousa que mais queira. Nos primeiros dois versos desta estrofe pode ver-se que o gigante adamastor se apaixonou pela esposa de Peleu, que se chamava Tétis. No terceiro verso podemos ver que ele desprezou todas as deusas do céu por amor a Tétis. Nos versos 5º, 6º, 7º e 8º vamos concluir que o seu desejo por tétis foi aumentando no dia em que a viu nua na praia.
  • 22. Estrofe 53 • Nos primeiros dois versos desta estrofe podemos concluir que o Gigante jamais conseguiria conquistar Tétis porque se achava feio. Como fosse impossibil alcançá-la, • No 3º e 4º verso vemos que o Gigante não Pola grandeza feia de meu gesto, desistiu da ideia de conquistar Tétis e vai Determinei por armas de tomá-la, então recorrer por meio da guerra e E a Dóris este caso manifesto. manifestou também a sua intenção a Dóris, mãe de Tétis. De medo a Deusa então por mi lhe fala; • No sétimo verso encontramos uma forma Mas ela, cum fermoso riso honesto, verbal que é ‘Respondeu’ que está na 3ª Respondeu: ‘’ Qual será o amor bastante pessoas do singular, no Pretérito Perfeito De Ninfa, que sustente o dum Gigante? do Indicativo. • No último verso Tétis responde à sua mãe perguntando como é que poderia o amor de uma ninfa aguentar o amor de um gigante.
  • 23. Estrofe 54 Contudo, por livrarmos o Oceano De tanta guerra eu buscarei maneira Com que, com a minha honra, escuse o dano.” Tal resposta me torna mensageira. Eu, que cair não pude neste engano (Que é grande dos amantes a cegueira), Encheram-me com grandes abondanças, O peito de desejos e esperanças. • • Até ao terceiro verso desta estrofe Tétis continua a sua resposta, e refere que para livrar o Oceano da guerra vai tentar solucionar o problema com dignidade. Nos últimos 4 versos podemos concluir que o gigante afirma que está cego de amor e ele não percebe que as promessas que Dóris e Tétis lhe faziam eram falsas.
  • 24. Estrofe 55 Já néscio, já da guerra desistindo, Uma noite, de Dóris prometida, Me aparece de longe o gesto lindo Da branca Tétis, única, despida. Como doudo corri de longe, abrindo Os braços pera aquela que era a vida Deste corpo e começo os olhos belos A lhe beijar, as faces e os cabelos. • Nesta estrofe o adamastor desistindo da guerra, numa noite louco de amor vai-lhe aparecer o lindo rosto de Tétis, única e nua. • Nos últimos 4 versos o adamastor correu como um doido abrindo os braços para aquela que era a vida do seu corpo e começou a beijá-la´.
  • 25. Estrofe 56 • Oh! Que não sei de nojo como o conte! Que, crendo ter nos braços quem amava, Abraçado me achei cum duro monte De áspero mato e de espessura brava. Estando cum penedo fronte a fronte, Que eu polo rosto angélico apertava, Não fiquei homem, não; mas mudo e quedo E junto dum penedo outro penedo! • • No primeiro verso temos uma interjeição que é o ‘oh!’. Nesta estrofe o adamastor não consegue expressar a mágoa que sentia, porque achava que estava a beijar e a abraçar Tétis enquanto que no entanto estava a abraçado a um monte duro. O gigante já sem palavras e imóvel sentiu-se uma rocha diante de outra.
  • 26. Estrofe 57 Ó Ninfa, a mais fermosa do Oceano, Já que minha presença não te agrada, Adamastor invoca Tétis Que te custava ter-me neste Numa pergunta retórica, engano, Ou fosse monte, nuvem, sonho ou esclarece que preferia ter sido nada? mantido na ilusão de ser Daqui me parto, irado e quase amado. insano Adamastor, zangado e Da mágoa e da desonra ali passada, perturbado pela mágoa e A buscar outro mundo, onde não humilhação, parte para longe, visse Quem de meu pranto e de meu mal onde ninguém visse o seu se risse. desespero e onde ninguém se risse do que lhe sucedera
  • 27. Estrofe 58 Eram já neste tempo meus Irmãos Vencidos e em miséria extrema postos, E, por mais segurar-se Deuses vãos, Alguns a vários montes sotopostos. E, como contra o Céu não valem mãos, Eu, que chorando andava meus desgostos, Comecei a sentir do fado imigo, Por meus atrevimentos, o castigo. Naquela época, já os seus irmãos gigantes tinham sido vencidos e convertidos em montes pelos deuses; Adamastor começou a sentir o seu castigo e o seu destino.
  • 28. Converte-se-me a carne em terra dura; Em penedos os ossos se fizeram; Estes membros que vês e esta figura Por estas longas águas se estenderam; Enfim, minha grandíssima estatura Neste remoto Cabo converteram Os Deuses; e, por mais dobradas mágoas, Me anda Thetis cercando destas águas. Estrofe 59 A carne do gigante transformou-se em terra e os ossos em pedra; Os seus membros e a sua figura alongaram-se pelo mar; Os Deus fizeram dele um Cabo. Para que sofra mais, Tétis cercar as águas próximas.
  • 29. Estrofe 60: desfecho Assi contava; e, cum medonho choro, Súbito d’ante os olhos se apartou. Desfez-se a nuvem negra e cum sonoro Bramido muito longe o mar soou. Eu, levantando as mãos ao santo coro Dos Anjos, que tão longe nos guiou, A Deus pedi que removesse os duros Casos, que Adamastor contou futuros. Emocionado, num choro assustador, Adamastor afasta-se dos portugueses. Vasco da Gama, levantando as mãos ao Céu, pede que sejam removidas as terríveis profecias do Gigante.