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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
             CRISTIANE CAROLINA MACHADO




CONDUTA NUTRICIONAL APLICADA A UM CASO DE QUEIMADURA –
          HOSPITAL INFANTIL JOANA DE GUSMÃO




                        Palhoça
                         2011
CRISTIANE CAROLINA MACHADO




CONDUTA NUTRICIONAL APLICADA A UM CASO DE QUEIMADURA –
          HOSPITAL INFANTIL JOANA DE GUSMÃO




                                       Projeto de Conclusão de Estágio apresentado à
                                       disciplina de Estágio Supervisionado em
                                       Nutrição Clínica do Curso de Nutrição da
                                       Universidade do Sul de Santa Catarina, como
                                       requisito parcial da disciplina.




            Orientadora: Prof ª Amada Alcaraz da Silva.




                             Palhoça
                               2011
CRISTIANE CAROLINA MACHADO




CONDUTA NUTRICIONAL APLICADA A UM CASO DE QUEIMADURA –
           HOSPITAL INFANTIL JOANA DE GUSMÃO




                                       Este Projeto de Conclusão de Estágio foi
                                       julgado e aprovado em sua forma parcial pela
                                       disciplina de Estágio Supervisionado em
                                       Nutrição Clínica do Curso de Nutrição da
                                       Universidade do Sul de Santa Catarina.




                   Palhoça, 04 de outubro de 2011.




        ______________________________________________
             Prof ª e orientadora Amanda Alcaraz da Silva
                Universidade do Sul de Santa Catarina.


        ______________________________________________
                       Danielle Esser da Silva


        _______________________________________________
                      Fernanda Machado Nappi
.




    Dedico este Projeto de Conclusão de
    Estágio a Deus por me iluminar durante
    toda a minha jornada acadêmica.
AGRADECIMENTOS




       A Deus por me iluminar nas horas difíceis e tornar possível esta caminhada.
       Aos meus pais, Elza e Adalizar, que sempre deram o melhor exemplo de vida
digna a todos os seus filhos, que me incentivaram a estudar e cuidaram da minha filha
enquanto estava ausente.
       Ao meu marido Gabriel, por me dar apoio, auxílio, carinho e seguir ao meu lado
nessa jornada acadêmica.
       A minha filha Karen por ter um coração imenso ao aceitar a minha ausência e
ainda me motivar a continuar.
       A minha orientadora, Professora Amanda Alcaraz da Silva, pelas orientações
dadas durante o estágio.
       As minhas colegas de estágio Camila e Francielli por todos os momentos de
aprendizado que passamos juntas.
       A coordenadora do Curso de Nutrição, Fernanda Gavioli pela atenção dada
durante o estágio.
       Em especial a todos os professores de graduação pelos exemplos de ética
profissional e ensinamentos passados.
       A paciente que participou deste trabalho, tornando possível a sua realização,
meus respeitos, carinho e gratidão.
        A todas as pessoas que não foram citadas, porem não esquecidas, que de alguma
forma, contribuíram para a realização deste trabalho.
“O que nós somos é o presente de Deus a nós. O
que nós nos tornamos é o nosso presente a
Deus”. (Eleanor Powell).
RESUMO




Durante o estágio Obrigatório Supervisionado em Nutrição Clínica, no Hospital Infantil
Joana de Gusmão, foi realizado estudo de caso clínico de um paciente pediátrico com
queimadura de espessura parcial profunda (segundo grau) na região da face e ombros e
de espessura total na axila (terceiro grau). A lesão totalizou 8% de superfície corporal
queimada, e o agente causal foi fogo. Para diagnosticar o estado nutricional foram
realizadas avaliação antropométrica, bioquímica e física e inquérito alimentar
(recordatório alimentar 24 horas e dia alimentar habitual no domicílio). Os indicadores
Z escore para IMC/idade, Estatura/Idade, Peso/ Idade apontaram que o paciente estava
eutrófico. Não houve perda de peso durante o acompanhamento nutricional. De acordo
com os dados do recordatório 24 horas, o consumo de carboidratos e proteínas estava
acima da recomendação, já o de energia estava abaixo, na situação em que a paciente
encontrava-se é importante manter uma dieta hipercalórica e hiperprotéica. A ingestão
de cálcio, ferro, zinco, vitaminas A, C e E ficou abaixo do recomendado, no entanto o
consumo de magnésio ficou acima do limite tolerável de ingestão. Com base na
fisiopatologia e diagnóstico clínico nutricional foi prescrita dieta via oral, de
consistência normal, hipercalórica (1.590 Kcal/ dia - 72,27 Kcal/Kg/dia), hiperproteica
(74 g/dia - 3,36g/Kg/dia), normoglicídica (198,75g/dia – 9,03g/kg/dia), normolipídica
(47,7g – 2,16g/kg/dia), fracionada em 6 refeições, com uso de suplemento alimentar
hipercalórico e hiperprotéico. Durante o acompanhamento foi possível verificar a
evolução do quadro do paciente, que aceitava bem a dieta, possuía hábitos urinários e
intestinais normais, porém, antes do acompanhamento ficou 5 dias sem evacuar e
cicatriz: ação normal. Conclui-se que a terapia nutricional é fundamental para a
recuperação do paciente queimado, tendo como objetivo, acelerar a evolução da cicatriz
e manter o estado nutricional do paciente.




Palavras – chaves: Pediatria. Queimadura. Prescrição dietoterápica.
LISTA DE FIGURAS




Figura 01 - Regra dos nove, método Wallace.................................................................17
Figura 02 - Classificação das queimaduras.....................................................................20
Figura 03 - Esquema da fisiopatologia............................................................................22
LISTA DE QUADROS



Quadro 1 - Regra dos nove, método de Wallace.............................................................17
Quadro 2 - Escala de valores para avaliação do resultado e de sobrevida de
Tobiasen...........................................................................................................................18
Quadro 3 - Avaliação clínica das características de deficiências nutricionais................24
Quadro 4 - Dados Antropométricos.................................................................................24
Quadro 5 - Resultado dos indicadores, com base nas curvas da OMS, 2007..................25
Quadro 6 - Dados bioquímicos do paciente em estudo...................................................26
Quadro 7 - Indicações, efeitos colaterais, interação drogas nutrientes da Dipirona e
conduta dietoterápica.......................................................................................................27
Quadro 8 - Necessidades diária de micronutrientes........................................................31
Quadro 9 - Necessidades diária de micronutrientes........................................................32
Quadro 10 - Dieta alimentar habitual no domicílio.........................................................33
Quadro 11 - Dieta alimentar habitual no domicílio.........................................................34
Quadro 12 - Análise do consumo de energia, macronutrientes e fibra...........................35
Quadro 13 - Micronutrientes...........................................................................................35
Quadro 14 - Recordatório 24 horas no HIJG...................................................................37
Quadro 15 - Recordatório 24 horas no HIJG...................................................................38
Quadro 16- Macronutrientes, energia e fibras. Recordatório alimentar 24 horas no
HIJG.................................................................................................................................39
Quadro 17- Micronutrientes. Recordatório alimentar 24 horas no HIJG........................40
Quadro 18 - Dieta prescrita pela aluna............................................................................45
Quadro 19 - Dieta prescrita pela aluna............................................................................46
Quadro 20 - Macronutrientes, energia e fibras Dieta prescrita pela aluna......................49
Quadro 21 - Micronutrientes. Dieta prescrita pela aluna.................................................49
SUMÁRIO




1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................12
1.1 OBJETIVOS..............................................................................................................13
1.1.1 Objetivo geral........................................................................................................13
1.1.2 Objetivos específicos.............................................................................................13
2 CONDUTA NUTRICIONAL APLICADA A UM PACIENTE PEDIÁTRICO
QUEIMADO..................................................................................................................14
2.1 IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE........................................................................14
2.2 HISTÓRIA DA DOENÇA PREGRESSA E ATUAL..............................................14
2.3 HÁBITOS INTESTINAIS........................................................................................15
2.4 FISIOPATOLOGIA..................................................................................................15
2.4.1Queimaduras..........................................................................................................15
2.4.2 Epidemiologia das queimaduras.........................................................................16
2.4.3 Classificação das queimaduras............................................................................16
2.4.3.1 Quanto à extensão...............................................................................................17
2.4.3.2 Classificação das queimaduras em relação à profundidade................................19
2.4.3.3 Tratamento das queimaduras...............................................................................20
2.4.4 Alterações e repostas metabólica na queimadura.............................................21
2.4.5 Esquema de Fisiopatologia..................................................................................22
2.4.6 Como evitar acidentes domésticos com crianças...............................................23
2.5 AVALIAÇÃO FÍSICA.............................................................................................24
2.6 AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA ....................................................................24
2.7 AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA.................................................................................26
2.8 MEDICAÇÃO..........................................................................................................26
2.9 DIAGNÓSTICO DO ESTADO NUTRICIONAL...................................................27
2.10 CÁLCULO DAS NECESSIDADES NUTRICIONAIS........................................27
2.11 INQUÉRITO ALIMENTAR..................................................................................32
2.11.1 Dia alimentar habitual no domicílio.................................................................32
2.11.1.2 Análise dos dados..............................................................................................35
2.11.2 Recordatório alimentar 24 horas no hospital...................................................36
2.11.2.1 Análise dos dados..............................................................................................40
2.12 RECOMENDAÇOES NUTRICIONAIS E CONDUTA DIETOTERÁPICA........41
2.13 PRESCRIÇÃO DIETOTERÁPICA DO HOSPITAL.............................................43
2.14 PRESCRIÇÃO PROPOSTA PELA ESTAGIÁRIA...............................................43
2.14.1 Analise dos dados................................................................................................50
2.15 ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS........................................................................50
2.16 DESFECHO DO TRATAMENTO DIETOTERÁPICO.........................................50
3 CONCLUSÃO.............................................................................................................51
REFERÊNCIAS ............................................................................................................52
APÊNDICES..................................................................................................................55
APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO...56
APÊNDICE B – CURVAS DE CRESCIMENTO MINISTÉRIO DA SAÚDE
(2007)..............................................................................................................................58
12

1 INTRODUÇÃO




       Queimadura é toda lesão causada por agentes térmicos, elétricos, radioativos ou
químicos que agem no tecido de revestimento do corpo humano, destruindo assim
parcialmente ou totalmente a pele, podendo por sua vez atingir camadas mais profundas,
como tecidos, músculos, tendões e ossos. Geralmente, uma lesão procede da
transferência de energia de uma fonte de calor para o corpo e pode ser causada por
fagulha, chama, contato, escaldadura (água, gordura), inalação, substância química ou
qualquer fonte térmica, os tipos de lesões mais comuns em crianças ocorrem por
escaldaduras. Para o tratamento dos pacientes queimados há necessidade de uma equipe
multidisciplinar, envolvendo anestesistas, cirurgiões, equipe de enfermagem e
nutricionistas. (NETTINA, 2007).
       No Brasil, em 2010, ocorreram cerca de um milhão de acidentes ocasionados por
queimaduras e aproximadamente 2.500 destes indivíduos foram a óbito. A estimativa é
que 58% das vitimas são crianças e o principal agente causal é liquido/alimento
aquecido. (JUNIOR, 2010).
       Os traumas por queimadura são a segunda causa de morte em crianças menores
de cinco anos de idade e a mais comum de óbito por acidente doméstico. (KARA,
2008). É importante destacar que o paciente em estudo apresenta a idade considerada de
risco pelo autor, 5 anos.
       A importância do tratamento do paciente queimado na fase aguda implica na
estabilização dos sinais vitais, desbridamento da ferida, suporte nutricional, antibióticos,
prevenção e tratamento de complicações como infecções e lesões no pulmão. Os
traumas por queimaduras são responsáveis por seqüelas irreversíveis e pode levar o
paciente à morte. (PICCOLO et al. 2002).
       A nutrição fez com que o tratamento de queimaduras evoluísse, levando em
consideração o Hipermetabolismo descontrolado, que interfere diretamente na sobrevida
e no sucesso das terapias médicas adotadas. A intervenção nutricional deve ser iniciada
precocemente com o intuito de diminuir os efeitos adversos à resposta hipermetabólica,
e com isto, contribuir no aceleramento do processo de cicatrização, minimizando assim
a   resposta   inflamatória,    controlando    depleção    corporal    e   diminuindo     a
morbimortalidade. Normalmente para recuperação plena é necessário prescrever dieta
hipercalórica e hiperprotéica. (LIMA e SERRA, 2004).
13

       Para seleção do caso clínico foi considerado o tempo de acompanhamento
nutricional realizado pela estagiária, tendo em vista que quanto maior o período de
acompanhamento maior a chance de implementação de adaptações e alterações
dietéticas, além de evolução do processo de cicatrização da ferida e do estado
nutricional durante a internação.
   Na introdução apresenta-se a descrição do tema do estudo de caso, os objetivo geral
e específicos. Nos próximos itens, aborda-se apresentação do estudo do caso clínico,
que contempla os seguintes assuntos: identificação do paciente, história de internação,
fisiopatologia, avaliação clínico-nutricional, medicação, diagnóstico do estado
nutricional, cálculo das necessidades nutricionais, avaliação da ingestão alimentar,
recomendações nutricionais e conduta dietoterápica, orientações nutricionais, desfecho
do tratamento dietoterápico e conclusão.




1.1OBJETIVOS




1.1.1 Objetivo geral




       Elaborar prescrição dietoterápica para um paciente queimado internado no
Hospital Infantil Joana de Gusmão que fica localizado na cidade de Florianópolis/SC.




1.1.2 Objetivos específicos




    Avaliar e diagnosticar o estado clinico-nutricional;
    Pesquisar fisiopatologia;
    Realizar conduta e prescrição dietoterápica;
    Preparar orientações nutricionais;
14

2 CONDUTA NUTRICIONAL APLICADA A UM PACIENTE PEDIÁTRICO
QUEIMADO




2.1 IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE




       C.A.O, sexo feminino, nascida em 23 de agosto de 2005, atualmente com 5 anos
e 11 meses, é natural e procedente de Florianópolis – SC. Reside no bairro Ingleses,
com o tio, tia e 2 irmãos. Profissão do tio engenheiro eletricista e da tia professora do
ensino fundamental. A casa onde a criança mora atualmente é de alvenaria possui água
encanada e esgoto tratado. Antes do acidente a paciente vivia com a mãe e quatro
irmãos.
       Para realização do estudo de caso, foi entregue a tia, tutora do paciente um
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE A), para leitura e
posteriormente autorização para realizar o estudo de caso com a menor.




2.2 HISTÓRIA DA DOENÇA PREGRESSA, ATUAL, SINAIS E SINTOMAS




       O paciente foi internado no dia 02 de agosto de 2011, em consequência de
queimadura de espessura parcial profunda (segundo grau) na região da face e ombros
esquerdo e direito e de espessura total na axila esquerda (terceiro grau), totalizando 8%
de superfície corporal queimada (SCQ), sendo o agente causal fogo. A história da lesão
registrada em prontuário médico, de acordo com o relato da mãe, era de que a criança
estava acompanhada dela, em um sítio próximo da sua casa, e no local a mãe estava
queimando cobre (trabalho com reciclagem). No momento em que a criança se abaixou
sobre a chama, a blusa iniciou a queimar e a paciente saiu correndo em chamas. Pouco
tempo depois a mãe conseguiu apagar as chamas e procurou atendimento médico no
Hospital Infantil Joana de Gusmão.
      Na segunda semana de internação a mãe ausentou-se do hospital e a tia materna
se apresentou como tutora da paciente. Segundo relato da tia, a queimadura da criança
15

ocorreu porque a mãe ateou fogo na casa com os cinco filhos no local, o sexto filho não
estava em casa.




2.3 HÁBITOS INTESTINAIS E URINÁRIOS




       Anterior ao trauma, a criança apresentava hábitos urinários e intestinais normais,
por outro lado, durante o acompanhamento nutricional no hospital permaneceu 5 dias
sem evacuar.




2.4 FISIOPATOLOGIA




2.4.1 Queimaduras




       Queimaduras são lesões nos tecidos orgânico causadas por trauma de origem
térmica, decorrente da exposição a chamas, eletricidade (raio, corrente elétrica), frio
extremo, radiações (aparelho de raios-X, sol, raios ultravioletas e nucleares), substâncias
químicas (acido base, gasolina, álcool), atritos ou fricção, líquidos, superfícies quentes e
biológicos (medusa, água viva, lagarta de fogo). (SMELTZER, 2002).
       Para classificar o grau de destruição tecidual é fundamental conhecer a anatomia
da pele, que por sua vez, é formada por duas camadas: a epiderme e a derme, sendo que
cada uma delas é composta de tipos de tecidos diferentes. A epiderme é a camada que
fica em contato com o meio externo, é fina e avascular, ela é renovada a cada seis
semanas. As funções básicas da epiderme são manter a integridade da pele e atuar como
uma barreira física. A derme fica localizada abaixo da epiderme e é formada de tecido
conjuntivo, de fibras de colágenos e elásticas, nervos sensitivos e motores, de vasos
sanguíneos e linfáticos, glândulas sudoríparas e sebáceas e raízes pilosas. Sua função é
oferecer resistência, suporte, sangue e oxigênio à pele. (HESS, 2002).
       A pele é considerada o maior órgão do corpo humano, representando cerca de
10% do peso corporal. Está frequentemente exposta a agressões mecânicas e físicas, que
16

podem ter consequências físicas (cicatrizes) permanentes ou não. As principais funções
da pele são proteção, termorregulação, sensibilidade, excreção, metabolismo e imagem
corporal. (HESS, 2002).




2.4.2 Epidemiologia das queimaduras




       Segundo a Sociedade Brasileira de Queimaduras (2009), no Brasil acontece um
milhão de casos a cada ano, 200 mil são atendidos em serviços de emergência e 40 mil
demandam hospitalização.
       Nos serviços especializados no atendimento de lesões por queimaduras, 10% dos
pacientes evoluem para óbito, sendo que as principais causas são: pneumonia, sepse,
edema pulmonar e falência múltipla de órgãos. Essas complicações estão relacionadas
com a nutrição insuficiente, principalmente nos pacientes com mais de 20% de
superfície corporal queimada (SCQ). (MACEDO, 2005).
       Em um estudo realizado no Hospital infantil Joana de Gusmão em
Florianópolis/SC, Damas (2003) avaliou 14 crianças queimadas internadas no período
de janeiro de 1991 a dezembro de 2002 e observou que dos 14 pacientes, 11 eram
meninos e 3 meninas, sendo 50% pré-escolares. Sete acidentes (50%) ocorreram na
cozinha e a taxa de mortalidade foi de 1,79%. A maioria dos pacientes apresentou SCQ
> 60% (72%) e queimaduras de 3º grau (79%).
       O paciente atendido pela estagiária apresenta algumas características citadas em
algumas referências pesquisadas, por ser uma criança pré-escolar e por ter apresentado
queimaduras de terceiro grau.




2.4.3 Classificação das queimaduras




       As queimaduras podem ser classificadas de acordo com a extensão da superfície
corpórea afetada, calculada em porcentagem da área total lesionada (ATSQ). Além da
área atingida, deve-se avaliar a profundidade das lesões que podem ser de primeiro,
segundo ou terceiro grau. (VANNUCCHI, 2006).
17

2.4.3.1 Quanto à extensão




         Para calcular a SCQ, utiliza-se um o método de Wallace, conhecido também
como a Regra dos Nove (Quadro 1). Esta regra utiliza valor igual a nove ou múltiplo de
nove às partes queimadas e estima o percentual atingido pela lesão. (SMELTZER et al.,
2006).


Regiões do corpo                                                   Porcentagem
Cabeça                                                                   9%
Braços (cada)                                                            9%
Tronco (face anterior e posterior)                                      36%
Pernas (cada)                                                           18%
Genitália                                                                1%
Quadro 1- Regra dos nove, método de Wallace.
Fonte: SMELTZER et al., 2006.



         No presente estudo de caso clínico a SCQ era de 8%, sendo 3% na região da face
esquerda, 3% na axila esquerda, e 2% no ombro esquerdo e direito.
         É importante observar que existe uma diferença considerável entre a criança e o
adulto, no cálculo da área corporal queimada, pois, eles têm proporções diferentes. A
criança apresenta a cabeça proporcionalmente maior e as pernas mais curtas quando
comparado ao do adulto. Por esse motivo, a regra dos nove é modificada para pacientes
pediátricos. (Ilustração 02).




             Figura 01 – Regra dos nove adaptada para crianças, método Wallace.
             Fonte: SMELTZER et al., 2006.
18

       Analisar a porcentagem da área corporal e a profundidade da queimadura, sexo,
faixa etária, é de extrema importância no tratamento de queimados, pois, esses fatores
são fortes indicadores da gravidade da lesão, e apresentam estreita relação com a
mortalidade. O tratamento deve ser esquematizado de acordo com a extensão e
profundidade da lesão, quando a área de superfície corporal total é muito grande
aumenta o risco de complicações e de morte. (IRON, 2005).
       Foi desenvolvida por Tobiasen (1982) apud Lima (2005) uma tabela de valores
que pode ser empregada para calcular o tratamento e a previsibilidade de resultados,
quanto ao estado do paciente queimado. No Quadro 2 está demonstrada a escala de
valores para avaliação do resultado e de sobrevida de Tobiasen.




Sexo                                                          Escore
Feminino                                                          1
Masculino                                                         0
Faixa etária                                                  Escore
                   <20                                            1
                  21-40                                           2
                  41-60                                           3
                  61-80                                           4
                   >80                                            5
            Inalação de tóxicos                                   1
         Queimadura da derme                                      1
Superfície corporal queimada                                Porcentagem
                   <10                                            1
                  11-20                                           2
                  21-30                                           3
                  31-40                                           4
                  41-50                                           5
                  51-60                                           6
                  61-70                                           7
                  71-80                                           8
19


Superfície corporal queimada                                Porcentagem
                    81-90                                       9
                      >90                                       10
Escore total de queimado                                  Sobrevida
                      2-3                                      99%
                      4-5                                      98%
                      6-7                                    80-90%
                      8-9                                    50-70%
                    10-11                                    20-40%
                    12-13                                    <10 %
Fonte: Tobiasen, (1982) apud Lima, 2005.




        O escore do paciente do atual estudo, segundo Tobiasen é de 99% de sobrevida.




2.4.3.2 Classificação das queimaduras em relação à profundidade:




     Queimaduras de primeiro grau ou Queimadura de Espessura Superficial (Figura
        02): são as menos graves (cicatrização 48 a 72 horas), a pele queimada torna-se
        vermelha, dolorida, não sangra e atinge somente a epiderme. A área queimada
        torna-se branca ao tocá-la ligeiramente, mas não se formam bolhas, podem ser
        causadas por queimadura solar.
     Queimaduras de segundo grau ou Queimadura de Espessura Parcial Profunda
        (Figura 02): provocam um dano mais profundo, formam-se bolhas na pele,
        atinge a epiderme e a derme, com presença de Flictenas (Bolhas), a cura é
        espontânea, porém lenta (cicatrização em 10 a 21 dias), podem ser causadas por
        líquidos quentes ou chama.
     Queimaduras de terceiro grau ou Queimadura de Espessura Total (Figura 02):
        provoca uma lesão grave e ainda mais profunda, a superfície cutânea pode estar
        branca e amolecida ou negra, carbonizada e endurecida atingindo a derme e a
        epiderme, ou seja, todo o apêndice da pele não cicatriza espontaneamente,
20

        necessita de enxerto. As queimaduras de terceiro grau podem ser causadas por
        exposição a objetos quentes, produtos químicos, chamas ou corrente elétrica de
        alta voltagem.
     Queimaduras de quarto grau: atingem músculos, tendões, articulações, ossos,
        cavidades e são consideradas gravíssimas. (PICOLLO, 2007).




        No presente estudo de caso, a classificação da lesão é de espessura parcial
profunda (segundo grau) na região da face e ombros e de espessura total (terceiro grau)
na axila esquerda.




Figura 02: Classificação das queimaduras.
Fonte: Google imagens, 2011.




2.4.3.3 Tratamentos das queimaduras




        Os traumas por queimaduras são responsáveis por sequelas permanentes, tanto
físicas quanto psicológicas, podendo levar o paciente a morte, porém, os conhecimentos
novos que se incorporam na medicina moderna, como: a eficiência das equipes
multidisciplinares, maior agressividade nos planos terapêuticos, maior conhecimento da
21

fisiopatologia e precoce abordagem cirúrgica com o desbridamento e enxertia de pele
apontam melhores resultados e um progressivo aumento na sobrevida. (KNOBEL,
2007).
         Além do tratamento realizado com enxertia de pele, também há possibilidade de
um tratamento mais avançado, que se dá através da utilização de pele artificial. A
composição dessa pele constitui-se de um material artificial composto por duas
camadas, sendo que a primeira camada externa é composta por uma membrana de
silicone, já a segunda camada interna é altamente porosa e composta por colágeno de
origem bovina e glicosaminoglicano (condroitina-6-sulfato). (MOIEMEN, 2001).
         A pele artificial é um produto, que possibilita uma eficiente barreira bacteriana,
permitindo a recuperação da área afetada sem interrupções criando um meio ambiente
ideal para a regeneração da pele natural, age com rapidez nos vários tratamentos de
lesões cutâneas, como queimaduras, úlceras isquêmicas, cortes profundos, áreas
doadoras de enxertos, entre outros. (SOMEYA et al., 2004).




2.4.4 Alterações e repostas metabólica na queimadura




         As queimaduras de terceiro e quarto grau, representam uma das formas mais
graves e complicadas de traumatismo, com elas surgem graves alterações hormonais,
metabólicas e imunológicas. A resposta hipermetabólica se caracteriza por uma resposta
hiperdinâmica, que inclui aumento da temperatura corporal, do consumo de glicose e
oxigênio, glicogenólise, elevação da formação de CO2, lipólise e proteólise.
(HERMEEN, 2001).
         O Hipermetabolismo implica em severo catabolismo proteico, diminuição da
imunidade e naturalmente no retardo da cicatrização da ferida. O metabolismo proteico
é drasticamente alterado, os aminoácidos constituem a principal fonte energética na fase
aguda da lesão, devido ao balanço nitrogenado acentuadamente negativo. (PICCOLO,
2002).
         A gravidade da lesão e o Hipermetabolismo exigem tratamento rápido e
agressivo, com precoce fechamento das feridas, desbridamento e enxertia de pele, bem
como prescrição de uma alimentação adequada. A via de administração da dieta pode
22

ser oral, enteral ou ambas, tendo como finalidade aumentar a imunidade e
consequentemente o processo de cura. (MARCHESAN, 2003).




2.4.5 Esquema de Fisiopatologia




                           Ateamento de fogo à moradia
                                     Queimadura




                                 Espessura Parcial Profunda: face e ombro
          QUEIMADURA
                                 Espessura Total: axila



                                                                    Aumento da produção
            TMB                Espessura Total: Axila
                                                                    de radicais livres



Dieta
Hipercalórica e Hipeprotéica           Tratamento com            Suplementação alimentar de
                                       enxerto - pele            vitaminas e minerais: A, C e E,
                                       artificial Integra®
                                                                 Selênio, Zinco e Ferro.

Figura 03: Esquema da fisiopatologia.
Fonte: SOMEYA et al., 2004, adaptado por Machado, 2011.
       PICCOLO, 2002, adaptado por Machado, 2011.
       GARÓFOLO, 2005, adaptado por Machado, 2011.
23

2.4.6 Como evitar acidentes domésticos com crianças




       Seguem algumas orientações da Sociedade Brasileira de Queimaduras (2008),
para evitar acidentes domésticos com crianças:

      Evitar guardar alimentos como doces, biscoitos e salgados, em prateleiras ou
       armários em cima do fogão;
      Não usar toalhas compridas na mesa de refeições, evitando assim que a criança
       possa puxá-la e derramar sobre si alimentos quentes;
      Evitar fumar ou transportar substâncias quentes, quando tiver com um bebê ou
       crianças por perto;
      Colocar isqueiros, fósforos, álcool e outras substâncias inflamáveis e corrosivas,
       em armários altos e fechados, longe do alcance de crianças;
      Não utilizar garrafas de conteúdo alimentar para outros fins, tais como guardar
       detergentes ou outras substâncias (químicas, por exemplo);
      Testar e misturar à água do banho da criança, colocando primeiro a água fria e
       depois a quente, utilizar termômetro de banheira para certificar a sua
       temperatura;
      Agitar, misturar e provar os alimentos aquecidos no micro-ondas antes de dar à
       criança, uma vez que frequentemente não alcançam uma temperatura uniforme;
      Manter aparelhos, tais como, máquinas de barbear e depilar, secadores de
       cabelo, aquecedores afastados da água e longe das crianças;
      Colocar as panelas nos bicos de trás e com os cabos voltados para a parede ou
       interior do fogão enquanto estiver cozinhando;
      Evitar a presença de crianças na cozinha enquanto estiver cozinhando;
      Proteger as tomadas elétricas com protetores;
      Proteger a lareira com grades;
      Não abandonar o ferro de passar roupa ligada;
      Evitar a exposição solar nas horas de maior calor (10h30min às 17h00min) e
       sempre proteger as crianças com protetor solar;
      Explicar o que ocorre a criança se ela colocar a mão no ferro, entre outros, para
       que a mesma possa gradualmente adquirir a noção de perigo.
24

   2.5 AVALIAÇÃO FÍSICA




       A avaliação física se dá através da observação do aspecto geral do paciente, o
reconhecimento dos sinais e sintomas clínicos de alteração do estado nutricional é de
extrema importância, pode ser realizado de forma prática, simples e econômica.
Consiste em avaliar as alterações que podem estar relacionadas com possíveis carências
nutricionais, evidenciando-se por meio de alterações da pele, unhas, cabelos, mucosas e
os olhos. (DELGADO, 2001).
       Quadro 3 apresenta a avaliação física realizada pela estagiária durante o
acompanhamento nutricional.




    Região Corporal           Características Normais Características Alteradas
           Pele                    Sem dermatose                   Sem alteração
        Cabelos                       Brilhosos                    Sem alteração
         Unhas                    Brilhosas e fortes               Sem alteração
         Edema                     Não apresentava                 Sem alteração
                 Paciente não apresentava sinais de desnutrição
Quadro 3 – Avaliação clínica das características de deficiências nutricionais.
Fonte: Machado, 2011.



       Segundo dados registrados no prontuário médico, o estado da cicatriz encontra-
se Integra com bom aspecto sem secreção, outros curativos sem complicações.




2.6 AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA




       A avaliação do estado nutricional é realizada com objetivo de identificar o
diagnóstico nutricional, possibilitando assim uma intervenção adequada para auxiliar na
recuperação do indivíduo, através de terapia nutricional. (VASCONCELOS, 2005).
       A partir da coleta das variáveis como peso, estatura e idade (Quadro 4), foi
possível classificar o estado nutricional de acordo com os indicadores peso por idade
(P/I), estatura para idade (E/I) e Índice de Massa Corporal para Idade (IMC/I) ( Quadro
25

5), empregando as curvas de crescimento da OMS (2007) e os pontos de corte propostos
pelo Ministério da Saúde (2007).




Variáveis                                           Valores
Peso                                                22 Kg
Estatura                                            1,17 m
Idade                                               5anos e 11 meses
Quadro 4: Dados Antropométricos.
Fonte: Machado, 2011.




        No Quadro 5 estão apresentados os indicadores analisados, escore Z e a
classificação do estado nutricional segundo a Organização Mundial da Saúde (2007)
(APÊNDICE B).




Indicadores                      Escores Z                    Diagnóstico            Referências
                                                              Nutricional
Peso para idade            Entre escores Z 0 e        Peso Adequado para            Curvas da
(P/I)                      +1                         idade                         OMS, 2007.
Estatura para idade Entre escores Z 0 e               Estatura adequada para        Curvas da
(E/I)                      +1                         idade                         OMS, 2007.
IMC/I = 16,17              Entre escores Z 0 e        Eutrofia                      Curvas da
kg/m2                      +1                                                       OMS, 2007.
Quadro 5 – Diagnóstico nutricional de acordo com os indicadores P/I, E/I e IMC/I.
Fonte: Machado, 2011.



        Não foi possível coletar CB e PCT, pois, o paciente encontrava-se com braços
direito e esquerdo enfaixados.
26

2.7 AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA


 Hemograma Completo                        Resultados       Valores de Referência
         15/08/2011
     Hemácias (RBC)                           4,56                 4,0 a 5,3
   Hemoglobina (HGB)                          12,0               11,5 a 14,5/dl
   Hematócrito (HCT)                          33,2               33,0 a 43,0 %
       VCM (MCV)                              72                    46 a 90
       CHM (MCH)                              26,3                 25 a 31pg
     CHCM (MCHC)                              36                  32 a 36 g/dl
   RDW (RDW – CV)                             13,0               11,5 a 15,0%
     Leucócitos Totais                      13.800 ↑          4.000 a 12.000/mm³
         Bastonetes                           276               0 a 1000/mm3
       Segmentados                           1488             1.200 a 6.000/mm3
         Eosinófilos                          552                0 a 700/mm3
     Linfócitos típicos                      2070             1.000 a 5.500/mm3
         Monócitos                            414               0 a 1.000/mm3
         Plaquetas                          307.000         150.000 a 450.000/mm3
Quadro 6: Dados bioquímicos do paciente.
Fonte: Prontuário médico.



        O valor dos leucócitos totais encontrava-se acima do valor de referência, esse
aumento pode estar relacionado com infecções, desordens inflamatórias, períodos pós-
operatórios e queimaduras. (LEÃO, 2007).




2.8 MEDICAÇÃO




        As indicações, efeitos colaterais, interação drogas nutrientes da Dipirona e
conduta dietoterápica, estão sumarizados no Quadro 7.
27



Medicamento          Indicação             Efeitos                   Interação             Conduta
                                           colaterais                 Drogas             Dietoterápica
                                                                    Nutrientes
Dipirona             Atua como             Náuseas,              Aumenta a              Evitar ingerir
                     analgésico e          vômitos, dor          excreção               alimentos
                     antitérmico e         abdominal e           urinaria de            assados na
                     está indicado         diarreia.             vitaminas B6, C        brasa.
                     no caso de dor.                             e K.
                                                                 Como são
                                                                 metabolizados
                                                                 pelo fígado, é
                                                                 recomendável
                                                                 evitar alimentos
                                                                 assados na
                                                                 brasa, pois
                                                                 liberam
                                                                 Hidrocarbonetos
                                                                 policíclicos que
                                                                 são indutores
                                                                 enzimáticos e
                                                                 podem reduzir
                                                                 o efeito da
                                                                 Dipirona.
Quadro 7: Indicações, efeitos colaterais, interação drogas nutrientes da Dipirona e conduta dietoterápica.
Fonte: Reis, 2004




2.9 DIAGNÓSTICO DO ESTADO NUTRICIONAL




        Paciente com peso, estatura e IMC adequados para idade associado à
leucocitose.




2.10 CÁLCULO DAS NECESSIDADES NUTRICIONAIS




        Abaixo constam as três equações utilizadas para calcular necessidade energética
para pacientes pediátricos queimados. Equação de Curreri (1986), Davies e Liejedahl
(1971) e Galveston (1990) apud material HIJG, (2011).
28



Cálculo da Taxa de Metabolismo Basal
TMB: (22,5 x P) + 499
TMB: (22,5 x22) + 499
TMB: 994 Kcal/dia
Onde P = Peso




Fórmula de Curreri:
(49 Kcal x %SCQ) + TMB
(49 x 8) + 994
392 + 994
1.386 Kcal/dia
Onde % SCQ = Porcentagem da superfície corporal queimada.




Fórmula de Davies e Liejedahl
Kcal/dia = (60 Kcal x P) + (35 Kcal x % SCQ)
= (60 x 22) + (35x 8)
= 1.320 + 280 = 1.600 Kcal/ dia




Fórmula de Galveston




       Para calcular a fórmula de Galveston indicada para crianças de 1 a 11 anos, é
necessário primeiramente calcular a Superfície Corporal (CS) e a Superfície Corporal
Queimada (SCQ), através das seguintes fórmulas:
SC = (P x 4) + 7 / P + 90
SC = (22 x 4) + 7 / 22 + 90
SC = (95) / 112
SC = 0,84
29

SCQ = SC x % SCQ / 100
SCQ = 0,84 x 8 / 100
SCQ = 6,72 / 100
SCQ = 0,06




Fórmula de Galveston
= (1.800 x SC) + (1.300 Kcal x SCQ)
= (1.800 x 0,84) + (1.300 x 0,06)
= (1.512) + (78)
= 1.590 Kcal/ dia




       Ao realizar os cálculos das três fórmulas, adota-se o valor mediano(Padronizado
pelo Serviço de Nutrição e Dietética do HIJG). Nesse caso foi utilizada a fórmula de
Galveston (1990), totalizando 1.590 Kcal/ dia, recomendando-se assim 72 Kcal/Kg/dia.




Proteínas:




       Foi padronizada pelo Serviço de nutrição e Dietética do HIJG, a utilização da
fórmula de Davies (1994) apud material do HIJG (2011) para calcular a necessidade de
proteína diária.
PTN = (3g x P) + 1g x %SCQ
PTN = (3 x 22) + 1x 8
PTN = 66 + 8
PTN = 74 g/dia-3,36g/kg/dia
296 Kcal, corresponde à 18% da necessidade energética total (NET).
30

Carboidratos:




       A distribuição adota em porcentagem para os carboidratos foi de 50% a 60% do
valor energético total (protocolo adotado pelo Serviço de Nutrição e Dietética do HIJG).




50% = 795 Kcal/dia,198,75g/dia.
60% = 954 Kcal/dia, 238,5g/dia.




       A porcentagem de carboidratos adotada para o caso foi 55%, totalizando 795
Kcal/dia-198,75g/dia.




Lipídeos:




       A porcentagem de lipídeos adotada foi de 25% a 30% do NET.




25% = 397.5 Kcal/dia, 44,16g/dia.
30% = 477 Kcal/dia, 53g/dia.




       A porcentagem de lipídeos adotada foi de 27% do VET.




27% = 429,3 Kcal/dia, 47,7 g/dia.
31

Necessidade Hídrica




        Para determinar a necessidade de ingestão hídrica diária dos pacientes
queimados, o HIJG, utiliza a regra de Holliday e Segar (1957). Para o atual paciente,
será utilizada a regra para crianças com o peso acima do valor de 20 Kg. Conforme o
cálculo abaixo:




1500+[( P -20) x 20]
1500+[(22-20) x 20]
1500+ (2x 20)
1540 ml/dia




Necessidade de Micronutrientes:




        A recomendação de vitaminas para crianças entre 4 e 8 anos de acordo com a
DRI (2001) está demonstrado no Quadro 8.




Vitamina                  Recomendação
Vitamina A                400 µg
Vitamina C                25 mg
Vitamina E                7 mg
Quadro 8: Necessidades diária de micronutrientes.
Fonte: DRI, 2001.



        No Quadro 9 seguem as recomendações de minerais para crianças entre 4 a 8
anos da DRI (2001).
32


                   Minerais                                      Recomendações
Cálcio                                              800 mg/dia
Cobre                                               440 µg/dia
Ferro                                               10 mg/dia
Magnésio                                            130 mg/dia
Selênio                                             30 µg/dia
Zinco                                               5 mg
Quadro 9: Necessidades diária de micronutrientes.
Fonte: DRI, 2001.
Recomendações de Fibras:




         A quantidade adequada de fibras que deve ser ingerida por dia para crianças
entre 4 e 8 anos é de 25g de fibra alimentar. (DRI, 2002).




2.11 INQUÉRITO ALIMENTAR




2.11.1 Dia alimentar habitual no domicílio




         O dia alimentar habitual no domicílio foi obtido através de uma entrevista com a
a tia da criança, e sua posterior análise foi embasada na necessidade energética e de
nutrientes de uma criança saudável, ou seja, antes da injúria.
         Para adequar o consumo alimentar diário, foram calculadas as necessidades de
macronutrientes e de energia de acordo com a fórmula da DRI, 2002.
Segue abaixo os valores obtidos:




EER = 135,3 – (30,8 x idade [anos]) + [FA x (10,0 x peso [kg] + 934 x altura [m])] +
20 (kcal para deposição energética) =
EER = 135,3 – (30,8 x 5) + [ 1.0 x ( 10,0 x 22 + 934 x 1,17 )] + 20
EER = 135,3 – 154 +[ 1.0 x ( 220 + 1092,78)] +20
33

EER = 135,3 – 154 + [ 1.0 x 1332,78]
EER = – 18,7 + 1332,78
EER = 1314,08 Kcal/ dia
Onde:
I = Idade
P = Peso
FA = Fator de atividade física
E = Estatura


Proteínas: 0,95g/kg/dia: 22 x 0,95 = 20,9g – 83,6 kcal/dia – 6,36% VET
Carboidrato: 40,99 Kcal/Kg/dia – 225,49g/dia – 68,64% VET
Lipídio: 14,93 Kcal/Kg/dia – 36,50g/dia – 25% VET




        Os Quadros 10 e 11 estão demonstrado o dia alimentar habitual no domicílio.


Refeição/ Horário          Alimento           Medida caseira       Quantidade – ml/g
    Desjejum              Pão de trigo          1 unidade                50 g
    9h00min
                           Margarina            1 colher chá              10g
                             Café                  1 copo                100ml
                            Açúcar              1 colher chá               5g
Lanche da manhã
   Não realiza

     Almoço                  Feijão           1 concha grande            165ml
    12h00min
                             Arroz          2 colheres de servir         153g
                        Frango frito com      1 pedaço médio             130g
                             pele
                          Tomate crú               Meio                   75g

Lanche da Tarde        Bolacha recheada         10 unidades              150g
   16h00min              de chocolate

     Jantar                  Feijão              1 concha                165ml
    19h40min
                             Arroz          2 colheres de servir         153g
                            Ovo frito           2 unidades               100g
34


        Ceia                  Não realiza                                 VET: 2.375,91kcal
                                                                            PTN: 306,24
Quadro 10: Dieta alimentar habitual no domicílio.
Calculada no software Dietwin® Profissional, 2008.




Alimento       Medida       Quantidade       Energia      Carboidrato Proteína Lipídeo
               caseira        – ml/g           Kcal           (g)       (g)      (g)
                                            Desjejum
 Pão de            1             50 g          144,5          28,7          3,24      0,10
  trigo        unidade
Margarina      1 colher          10g                 72       2,49          0,53      0,12
                  chá
   Café         1 copo          100ml             9,32        1,48          0,62      0,10
  Açúcar       1 colher           5g             19,94        4,98           0,0       0,0
                  chá
                                              Almoço
  Feijão       1 concha         165ml          289,98        41,68          9,91      9,96
                grande
  Arroz            2            153g            296,44       59,41          3,51      1,76
               colheres
               de servir
 Frango        1 pedaço         130g             335,1         0,0          37,96     29,6
frito com       médio
   pele
 Tomate          Meio            75g             16,12        3,13          0,65      0,22
    crú
                                     Lanche da Tarde
 Bolacha          10            150g        390              52,60          2,92       17
recheada       unidades
   de
chocolate
                                              Jantar
  Feijão       1 concha         165ml          289,98        41,68          9,91      9,96
  Arroz            2             153g          296,44        59,41          3,51      1,76
               colheres
               de servir
Ovo frito          2            100g            216.09         0,0          3,80      28,02
               unidades

                                VET:            PTN:      295,56 x 4 =     76,56 x   98,6 x 9
                            2.375,91kcal        306,24                       4=         =
                                                            1182,24        306,24     887,40

Quadro 11: Dieta alimentar habitual no domicílio.
Fonte: software Dietwin® Profissional, 2008 adaptado por MACHADO, 2011.
35

         A adequação de energia, nutrientes e fibras está sumarizada nos Quadros 12 e
13.


Macronutrientes,          Porcentagem          Porcentagem/            Kcal dieta     Porcentagem
energia e fibras          recomendada              valor                              de adequação
                              e Kcal            consumido
     Energia                 1314,08           2.375,91 kcal          2.375,91 kcal     180,80%
   Carboidratos              68,64%                49,76                 1182,24         72,49%
    Proteínas                 6,36%                12,89                  306,24        202,67%
    Gorduras                   25%                 37,35                  887,40         149,4%
      Fibras                    25g                 16g                     -             64%
Quadro 12 – Análise do consumo de energia, macronutrientes e fibra.
Valores obtidos a partir do software Dietwin® Profissional, 2008.




 Micronutrientes          Recomendação             Consumo             Porcentagem        UL
                                diária           alimentar no         de adequação
                                                   domicílio
      Cálcio (Ca)             800 mg/d             190,21 mg              23,77%        2,5mg/d
      Ferro (Fe)               10 mg/d              9,57 mg               95,70%        40mg/d
      Zinco (Zn)               10 mg/d              7,28 mg               72,80%        12mg/d
 Magnésio (Mg)                110 mg/d             269,12 mg             244,65%        110mg/d
      Selênio (Se)            20 mcg/d               35mcg                 175%        150mcg/d
      Vitamina A             500 mcg/d            322,21 mcg              64,44%       900mcg/d
      Vitamina C               45 mg/d              18,60 mg              41,33%        650mg/d
      Vitamina E               7 mg/d               17,94 mg             256,28%        300mg/d

Quadro 13 – Valores de micronutrientes.
Valores de consumo obtidos a partir do software Dietwin® Profissional, 2008.




2.11.1.2 Análise dos dados



         De acordo com os valores de adequação demonstrados no Quadro 12 observa-se
que o consumo de carboidratos está abaixo da recomendação e o de proteínas e lipídios
está acima. Apesar do estado nutricional da paciente ser eutrófico, é importante relatar
que a ingestão alterada de energia e lipídeos, pode modificar o quadro de eutrofia,
36

ocasionando assim riscos futuros à saúde da criança como obesidade, dislipidemias,
hipercolesterolemia, doenças cardiovasculares. (CLAUDINO, 2002).
       A principal função dos carboidratos é fornecer energia, quando é consumido em
quantidades insuficientes, pode provocar queda no desempenho escolar da criança,
como falta de disposição e concentração para o desenvolvimento intelectual e
desempenho físico, os carboidratos são poupadores de proteínas, pois, em uma situação
de baixas reservas de carboidratos, as proteínas são mobilizadas como fonte de glicose
pelo processo de gliconeogênese. É um meio dispendioso e caro de se obter energia.
(HIRCHBRUCH, 2002).
       A ingestão de fibras não alcançou a recomendação, as fibras alimentares
possuem funções benéficas para o trato gastrintestinal como prevenir doenças do
intestino, ajuda a reduzir o risco de alguns tipos de câncer, doenças cardíacas e controle
do peso. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
       A ingestão de cálcio, ferro e zinco não alcançou a recomendação para a idade, o
cálcio é um mineral importante para a formação e manutenção dos ossos e dentes,
durante a fase de crescimento, é importante que o consumo de cálcio seja adequado para
que não haja comprometimento no desenvolvimento e crescimento durante a infância. O
ferro permite o transporte de oxigênio pelo sangue, evitando assim a anemia, quando a
criança ingere quantidades inferiores que o recomendável está sujeita a desenvolver
anemia. (OLSON, 2003).
       Os valores de adequação de consumo das vitaminas A e C estão abaixo do
recomendado, a vitamina A possui diversas funções a principal delas está relacionada
com a visão, desenvolvimento dos ossos, ação protetora na pele e mucosa e no
fortalecimento do sistema imune, já a vitamina C é necessária para o metabolismo de
absorção do ferro, formação de colágeno e combate os radicais livres. (BIESEK, 2005).




2.11.2 Recordatório alimentar 24 horas no hospital




       Nos Quadros 14 e 15 estão demonstrando o recordatório alimentar 24 horas no
hospital.
37


      Refeição                  Alimento               Medida caseira       Quantidade
                                                                               ml/g
  Café da manhã                Pão de trigo               1 unidade            50g
      8h00min
                            Queijo mussarela                1 fatia            15g
                                   Café                  Meia xícara          30ml
                              Leite integral             Meia xícara          30ml
                                  Açúcar                1 colher de chá         5g


Lanche da manhã                    Maçã                   1 unidade            120g
      10:30min
                                  Banana                  1 unidade            50g


       Almoço                 Arroz branco                 1 colher           76,5g
      12:30min                                             de servir
                           Filé de frango sem           1 pedaço médio         100g
                              pele grelhado
                                  Feijão                  1/2 concha          80ml
                             Salada de alface               1 folha             5g


 Lanche da tarde              Café com leite               1 xícara           75ml
      16:00min             integral com açúcar
                               Pão de trigo               2 unidades           100g
                                Margarina              1 colher de sopa        10g


        Janta              Creme de verduras             1 prato fundo        300ml
      20:30min                  com carne
                            (batata, cenoura e
                                 abóbora)
                                                      VET: 1.349,73kcal
                                                      PTN (Total): 272,24
Quadro 14: Recordatório alimentar 24 horas no HIJG.
Calculado no software Dietwin® Profissional,
38



 Alimento         Medida       Quantidade    Energia Carboidrato Proteína Lipídeo
                                              Kcal       (g)       (g)      (g)
                  caseira         ml/g
                                   Café da manhã
Pão de trigo     1 unidade        50g        144,5      28,7       3,24    0,10
   Queijo          1 fatia        15g             30    0,50       3,0      2,0
 mussarela
    Café           Meia          30ml         2,79      0,44       3,0     0,18
                   xícara
    Leite          Meia          30ml         15,9      3,53       0,93    0.90
  integral         xícara
  Açúcar         1 colher de       5g        19,94      4,98       0,0      0,0
                    chá
                                  Lanche da manhã
   Maçã          1 unidade        120g       52,80      8,42       0,40    0,60
  Banana         1 unidade        50g        50,25      9,40       1,19    0,10
                                         Almoço
   Arroz          1 colher       76,5g       148,22     29,70      1,75    0,88
   branco         de servir
   Filé de        1 pedaço        100g       115,1       0,0      26,18    15,81
frango sem         médio
    pele
  grelhado
   Feijão        1/2 concha      80ml        144,99     20,84      4,95    4,98
 Salada de         1 folha         5g         0,86      0,12       0,08     0,0
   alface
                                   Lanche da tarde
 Café com         1 xícara       60ml        25,63      5,95       3,93    1,08
leite integral
com açúcar
39


 Alimento          Medida          Quantidade         Energia Carboidrato Proteína Lipídeo
                                                       Kcal       (g)       (g)      (g)
                    caseira             ml/g
Pão de trigo      2 unidades           100g             289           57,4           6,48        0,20
 Margarina        1 colher de           10g              72           2,49           0,53        0,12
                     sopa
                                                Janta
 Creme de           1 prato            300ml          237,75          22,53          12,40       6,10
  verduras           fundo
 com carne
   (batata,
 cenoura e
  abóbora)
                                                                   195 x 4 =        68,06 x     33,05 x
                                                                                      4=          9=
                                                                       780          272,24      297,45
                                       VET:
                                   1.349,73kcal
Quadro 15: Recordatório alimentar 24 horas no HIJG
Fonte: software Dietwin® Profissional, 2008 adaptado por MACHADO, 2011




        A adequação de energia, nutrientes e fibras está sumarizada nos Quadros 16 e
17.


Macronutrientes,         Recomendaçã             Ingestão no           Kcal dieta          Porcentagem
 energia e fibras            o (kcal/%)            hospital                               de adequação
                                                  (kcal/%)
      Energia                1.590 Kcal         1.349,73 Kcal        1.349,73 Kcal             84,88%
  Carboidratos                  55%                  57,79                780,00               105,07%
      Proteínas                 18%                  20,17                272,24               112,05%
 Gorduras totais                27%                  22,04                297,45               81,62%
       Fibra                    25g                 29,72g                    -                118,88%
Quadro 16 – Valores de energia, macronutrientes e fibras do recordatório alimentar 24 horas.
Calculada no software Dietwin® Profissional, 2008.
40



Micronutrientes Recomendação                Ingestão no        Porcentagem      UL
                           diária              hospital        de adequação
  Cálcio (Ca)             800 mg/d            374,47mg             46,80%     2,5mg/d
   Ferro (Fe)              10mg/d               6 mg                   60%    40mg/d
   Zinco (Zn)              10mg/d              5,29mg              52,90%     12mg/d
Magnésio (mg)             110mg/d             309,35mg            281,22%     110mg/d
  Selênio (Se)            20mcg/d            119,67mcg            598,35%     150mcg/d
  Vitamina A             500mcg/d            348,79mcg             69,75%     900mcg/d
  Vitamina C               45mg/d             69,29mg             153,97%     650mg/d
  Vitamina E               7mg/d               8,37mg             119,57%     300mg/d

Quadro 17 – Micronutrientes. Recordatório alimentar 24 horas no HIJG
Calculada no software Dietwin® Profissional.




2.11.2.1 Análise dos dados




        Apesar do paciente aceitar bem a dieta ofertada pelo hospital, a ingestão diária
de energia não atingiu o valor de recomendação para situação estresse (queimadura)
apresentando um risco para perda de peso.
        A recomendação carboidratos e proteínas está acima do recomendado, já o
consumo de lipídeos está abaixo.
        O paciente queimado grave é hipercatabólico e hipermetabólico o que afeta
diretamente no estado e na necessidade nutricional, sendo ainda um paciente com
grandes complicações clínicas, sendo assim, é fundamental uma terapia nutricional
individualizada e equilibrada, para que o mesmo não desencadeie perdas graves de peso
corporal e massa muscular, tendo como resultado final a instalação da desnutrição
energético-proteica. (PICCOLO, 2002).
        A partir do Quadro 17 é possível analisar que consumo de cálcio, ferro e zinco
estão abaixo do recomendado. As vitaminas A, C e E, foram consumidas abaixo do
recomendado. Enquanto a ingestão de magnésio e fibras ultrapassou a quantidade
recomendada, é importante relatar que ingerir fibra acima da recomendação poderá
41

desencadear desconforto intestinal como formação de gases e diminuição da absorção
de vários micronutrientes, entre eles o cálcio, o zinco e o ferro. (STURMER, 2001).
       O cálcio é importante para o processo de coagulação sanguínea e o zinco
estimula a cicatrização, combate a produção de espécies reativas de oxigênio e estimula
o sistema imune. As vitaminas A e E são antioxidante, estabilizam a membrana celular e
protegem as células. (SILVA, 2005).




2.12 RECOMENDAÇOES NUTRICIONAIS E CONDUTA DIETOTERÁPICA




       O principal objetivo da terapêutica nutricional para casos de queimadura é
diminuir a deterioração clínica do paciente com a finalidade de prevenir a infecção,
reduzir o número de intervenções cirúrgicas, acelerar a cicatrização e o tempo de
permanência hospital. A reconstrução e a reparação de tecidos humanos necessitam
quantidades adequadas de energia, proteínas, minerais e vitaminas para alimentar os
seus mecanismos fisiológicos. (MACEDO, 2005).
       Os pacientes queimados necessitam de suporte nutricional com grandes
quantidades de energia, bem como suporte nutricional individualizado, instalado
precocemente, e utilizar o trato gastrointestinal, evitando assim translocação bacteriana.
Depois do trauma há um aumento da taxa de metabolismo basal, esse aumento tem
relação com o tamanho da superfície corporal queimada, podendo atingir 150% a 200%
acima das necessidades nutricionais. A taxa de metabolismo atinge o pico entre o
segundo e o quinto dia após a queimadura, e tende a voltar ao normal entre o décimo e o
decimo quinto dia. (VANUCCHI, 2007).
       A terapia nutricional é peça fundamental nos cuidados ao paciente crítico o
estado nutricional interfere diretamente na sua evolução clínica e deve atender às
demandas individuais, considerando-se a idade, a estatura, o peso, o estresse
metabólico, profundidade e a extensão da lesão e o estado nutricional prévio.
(FEREIRA, 2007).
       No presente trabalho, as fórmulas utilizadas para calcular a necessidade
energética, levaram em consideração à superfície corporal queimada, tendo como o
objetivo de garantir um aporte energético maior ao paciente.
42

       As funções das proteínas de dão através da participação da coagulação
sanguínea, da formação de anticorpos, do crescimento e reparo dos tecidos. O
Hipermetabolismo é acompanhado pelo catabolismo excessivo de proteínas e excreção
de nitrogênio urinário aumentado. Na prescrição dietoterápica para pacientes queimados
não basta apenas uma reposição calórica, prevenir ou reverter o intenso balanço
nitrogenado negativo é extremamente necessário que haja uma oferta correta de
proteínas. (VINHA, 2008).
       No atual estudo de caso recomenda-se uma dieta Hiperproteica com 3,36g de
proteínas/kg/dia e um suplemento Hiperprotéico (Fortini®) com a finalidade de
potencializar a cicatrização da lesão.
       Segundo Baynes (2007), uma das funções dos carboidratos é regulação do
metabolismo proteico, poupando consequentemente proteínas. O suprimento adequado
de carboidratos impede que as proteínas sejam utilizadas para a produção de energia,
equilibrando consequentemente a sua função de construção de tecidos. O baixo
consumo de carboidrato pode levar a degradação muscular e falha na cicatrização do
paciente queimado.
       Com a finalidade de garantir um aporte adequado de carboidratos para o
paciente em estudo foi estipulado que 55% do valor energético total virão carboidratos.
       Os lipídeos são nutrientes orgânicos, sua função principal é fornecer energia às
células outras funções são armazenar energia (reserva alimentar) dissolver algumas
vitaminas (lipossoluveis e carotenóides) e manter a temperatura corporal. Os lipídios
são componentes de membranas e são importantes para síntese de prostagladina, que
regulam o metabolismo celular, processo vascular e inflamatório. A deficiencia de
acidos graxos essenciais prejudica o processo de cicatrização, por outro lado o aporte
excessivo do mesmo pode ocasionar ao paciente, efeitos imunossupressores.
(MOREIRA 2007).
       Dessa forma a prescrição da dieta é normolipídica.
       As fibras alimentares possuem funções benéficas para o trato gastrintestinal
como prevenir doenças do intestino, ajuda a reduzir o risco de alguns tipos de câncer,
doenças cardíacas e controle do peso. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
       Para o paciente do presente estudo foi prescrito 25g/ dia de fibras.
       Os minerais e vitaminas são essenciais para o metabolismo dos nutrientes e nas
reações fisiológicas. A deficiência desses elementos poderá dificultar o processo de
43

cicatrização da lesão. O déficit pode provocar doenças ou disfunções e o excesso,
intoxicações. (MOREIRA, 2007).
        Por isso, para potencializar o tratamento do paciente em estudo foram prescritos
minerais (selênio, zinco, ferro, magnésio, e cálcio) e vitaminas (A, C, E) devido a sua
importância no processo de cicatrização.
        Ao efetuar os cálculos da necessidade diária energética, foram calculadas as três
fórmulas que são indicadas para pacientes queimados, posteriormente adota-se a
mediana entre as três fórmulas (Padronizado pelo Serviço de Nutrição e Dietética do
HIJG). Nesse caso foi utilizada a fórmula de Galveston (1990), totalizando 1.590 Kcal/
dia - 72 Kcal/Kg/dia.
        Foi padronizado pelo Serviço de nutrição e Dietética do HIJG o emprego da
equação de Davies (1994) a fim de determinar a quantidade diária de proteínas. Os
valores alcançados foram de 296 Kcal/dia (18%) - 74 g/dia – 3,36g/kg/dia.
        Em relação aos carboidratos foram utilizados 55% do valor energético diário,
recomendando-se assim, 795 Kcal/dia, 198,75g/dia. A recomendação diária de lipídeos
para o paciente foi 27% valor energético diário da dieta, totalizando: 27% = 429.3
Kcal/dia, 47,7 g de lipídeos dia. Necessidade hídrica de 1540 ml/dia.




2.13 PRESCRIÇÃO DIETOTERÁPICA DO HOSPITAL




        Dieta livre, hipercalórica e hiperprotéica, administrada por via oral.




2.14 PRESCRIÇÃO PROPOSTA PELA ESTAGIÁRIA




        Dieta com consistência normal, por via oral, hipercalórica (1590 Kcal/dia –
72,27    kcal/kg/dia),   hiperprotéica     (74g/dia    -   3,36g/kg/dia),    normolipídica,
normoglicídica, aporte adequado de fibras (25g/ dia), minerais e vitaminas (vitamina A,
C, E, zinco, cobre, selênio, ferro e magnésio) e fracionada em 6 vezes ao dia.
Suplemento alimentar hipercalórico e hiperprotéico no período da manhã – 10h30min.
44




     A dieta elaborada pela estagiária está demonstrada nos Quadros 18 e 19.




   Refeição               Alimento            Medida caseira         Quantidade
                                                                         ml/g
 Café da manhã          Pão de trigo             1 unidade                50g
   8h00min
                         Requeijão          2 colheres chá cheia          10g
                     Café, infusão 10%          Meia xícara              30ml
                       Leite, de vaca,          Meia xícara              30ml
                           integral
                      Açúcar, refinado       2 colheres de chá            8g
                           Banana                1 unidade                30g
Lanche da manhã           Fortini ®                1 pote                200ml
   10:30min


    Almoço            Salada de alface             1 folha                15g
   12:30min
                       Tomate picado        ¼ unidade pequena             30g
                       Cenoura ralada        1 porção pequena             30g
                       Abóbora cozida         1 colher de sopa            18g
                                                   cheia
                      Macarrão cozido         1 colher de mesa            70g
                                                   cheia
                       Molho ao sugo         2 colheres de sopa           40g
                                                   cheias
                     Frango, peito, sem      1 pedaço pequeno             80g
                       pele, grelhado
                    Suco de laranja lima           1 copo                100ml
45


      Refeição                   Alimento              Medida caseira        Quantidade
 Lanche da tarde           Vitamina de mamão                1 copo             80ml
      16:00min              e banana com leite
      Refeição                   Alimento              Medida caseira        Quantidade
                                                                                ml/g
                               Pão de trigo               1 unidade             50g
                                Margarina            1 colher de chá cheia       8g


       Jantar                Beterraba, crua           1 colher de sopa         20g
      20:30min                     ralada                   cheia
                          Cenoura, crua ralada        1 porção pequena          30g
                               Filé de peixe           1 pedaço médio           100g
                           (pescada) grelhado
                           Arroz parboilizado              1 xícara             60g
                                 tipo 1 ®
                          Feijão, preto, cozido       1 concha pequena          40g
                             Chuchu, cozido            1 colher de sopa         30g
                                                            cheia
                           Suco de uva natural              1 copo             80ml


         Ceia                Salada de frutas        1 pote de sobremesa        90g
      9:30min               completa (banana,
                              mamão, maçã,
                             Ingestão Hídrica              6 copos
                                   (água)
                                                     VET: 1631,61kcal
                                                        PTN (Total):
                                                         296,72Kcal
Quadro 18: Dieta prescrita pela aluna.
Calculada no software Dietwin® Profissional, 2008.
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 Alimento      Medida       Quantidade Energia Carboidrato Proteína Lipídeo
                                        Kcal       (g)       (g)      (g)
                caseira       ml/g
                                   Café da manhã
Pão de trigo   1 unidade       50g        144,5    28,7      3,24     0,10
Requeijão       1 colher       10g       16,5       0,8       3,0     3,1
                  chá
   Café,         Meia         30ml       2,79      0,44       3,0     0,18
  infusão       xícara
   10%
 Leite, de       Meia         30ml       15,9      3,53      0,93     0.90
   vaca,        xícara
  integral
  Açúcar,       1 colher       8g        19,88     8,56       0,0     0,0
 refinado       de chá
  Banana       1 unidade       30g       24,6      9,44      0,66     0,15
                                 Lanche da manhã
 Fortini ®      1 pote        200ml      300        38        7       14
                                      Almoço
 Salada de      1 folha        15g       2,58      0,36      0,24   0,0
   alface
  Tomate       ¼ unidade       30g       6,45      1,43      0,29   0,9
  picado       pequena
 Cenoura       1 porção        30g        30        6,4      1,10   0,25
  ralada       pequena
 Abóbora        1 colher       18g       15,9      2,30      1,46   0,03
  cozida        de sopa
                 cheia
 Macarrão       1 colher       70g      101,11     11,51     2,95   0,15
  cozido        de mesa
                 cheia
 Molho ao      2 colheres      40g        77       10,90     3,61   2,98
   sugo         de sopa
                cheias
47


 Alimento      Medida     Quantidade Energia Carboidrato Proteína Lipídeo
                                      Kcal       (g)       (g)      (g)
               caseira      ml/g
  Frango,      1 pedaço      80g         100,1       0,0    13,18   9,81
 peito, sem    pequeno
   pele,
 grelhado
  Suco de      1 copo       100ml         54        13,10   0,60    0,40
laranja lima
                                  Lanche da tarde
Vitamina de    1 copo       80ml          62        11,92   0,64    0,64
 mamão e
banana com
   leite
  integral
Pão de trigo      1          50g         144,5      28,7    3,24    0,10
               unidades
 Margarina     1 colher      8g           32        2,09    0,43    0,10
                de chá
                                      Jantar
 Beterraba,    1 colher      20g         18,96       3,0     1,2      0,4
crua ralada    de sopa
                cheia
 Cenoura,      1 porção      30g         25,84      5,70    0,80     0,15
crua ralada    pequena
  Filé de      1 pedaço     100g          104        0,0    15,90    9,64
   peixe        médio
 (pescada)
 grelhado
   Arroz       1 xícara      60g          70        21,77   1,80     0,10
parboilizado
  tipo 1 ®
48


 Alimento         Medida       Quantidade Energia Carboidrato Proteína Lipídeo
                                           Kcal       (g)       (g)      (g)
                  caseira        ml/g
   Feijão,       1 concha           40g              128      10,60        7,80       5,0
   preto,         pequena
   cozido
  Chuchu,         1 colher          30g              15        5,8         0,50      0,10
   cozido         de sopa
                    cheia
Suco de uva        1 copo           80ml             50       10,97        0,10       0,0
   natural
                                               Ceia
 Salada de       1 pote de          90g              70       10,7         0,51      0,19
   frutas       sobremesa
 completa
  (banana,
  mamão,
   maçã,
  Ingestão        6 copos
  Hídrica
   (água)
                                                           246,72 x 4 =   74,18 x   49,37 x
                                                                            4=       9=
                                                             986,88       296,72    444,33
                                   VET:
                               1631,61kcal
                                    PTN
                                  (Total):
                                296,72Kcal
Quadro 19: Dieta prescrita pela aluna.
Calculada no software Dietwin® Profissional, 2008.
49

         A adequação de energia, nutrientes e fibras está sumarizada nos Quadros 20 e
21.


Macronutrientes,          Porcentagem           Porcentagem/           Kcal dieta   Porcentagem
 energia e fibras         recomendada                 valor                         de adequação
                               e Kcal             consumido
       Energia            1590 Kcal/dia                 -             1631,61kcal     102,61%
  Carboidratos                  55%                 59,38%               968,88       107,96%
       Proteínas                18%                 18,18%               296,72        101%
 Gorduras totais                27%                 27,23%               444,33       100,85%
         Fibra                   25g                 25,79g                  -        103,16%
Quadro 20 – Macronutrientes, energia e fibras. Dieta prescrita pela aluna.
Calculada no software Dietwin® Profissional, 2008.




Micronutrientes Recomendação                       Dieta           Porcentagem          UL
                             diária           prescrita pela       de adequação
                                                estagiária
   Cálcio (Ca)             800 mg/d              951,54mg              118,94%        2,5mg/d
      Ferro (Fe)            10 mg/d              17,64mg               176,4%         40mg/d
   Zinco (Zn)               10 mg/d               11,7mg                117%          12mg/d
      Magnésio              110mg/d              107,34mg              97,58%         110mg/d
  Selênio (Se)              20mcg/d              42,66mcg              213,3%        150mcg/d
  Vitamina A               500 mcg/d            805,35mcg              161,07%       900mcg/d
  Vitamina C                45 mg/d               487mg               1082,22%        650mg/d
   Vitamina E                7 mg/d              11,68mg               166,85%        300mg/d


Quadro 21 – Valores e adequação de micronutrientes.
Calculada no software Dietwin® Profissional.
50

2.14.1 Análise dos dados




       Com base na necessidade calórica total obtida através da fórmula de Galveston
(1990), e demais nutrientes, a dieta prescrita pela aluna atingiu as necessidades
recomendadas a este paciente. As recomendações de todos os minerais foram
ultrapassadas, porém nenhum valor foi além do limite máximo permitido pela UL.




2.15 ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS




    Consumir leite integral 3x ao dia (ajuda aumentar o aporte proteico);
    Consumir alimentos ricos em ferro (ajuda na recuperação) como: feijão, folhosos
       escuros, carnes, peixes e miúdos;
    Consumir frutas ricas em vitamina C (ajuda na absorção do ferro e aumenta a
       resistência a infecções e ajuda na cicatrização) como: morango, limão e laranja;
    Consumir alimentos ricos em vitamina E como: óleo de girassol, palma, milho,
       soja. Semente de girassol, germe de trigo. Outras fontes de vitamina E são grãos
       integrais, peixe e vegetais verdes folhosos;
    Consumir água durante o dia, (6 copos);
    Ingerir frutas, verduras e legumes todos os dias;
    Realizar as preparações das refeições assadas, grelhadas ou cozidas;
    Realizar 6 refeições ao dia;




2.16 DESFECHO DO TRATAMENTO DIETOTERÁPICO




       O paciente foi internado no dia 02 de agosto de 2011 e foi acompanhado pela
estagiária por 5 dias. Durante o acompanhamento foi possível verificar a evolução do
quadro, que por sua vez aceitava bem a dieta, possuía hábitos urinários e intestinais
51

normais, cicatriz: integra com bom aspecto sem secreção, outros curativos sem
complicações, manteve o peso corporal durante o acompanhamento.
52

3 CONCLUSÃO




       O estudo de caso possibilitou o contato com a prática, contribuiu para uma
melhor formação profissional dando experiência na área hospitalar para o acadêmico de
nutrição.
       Através do caso clínico foi possível conhecer a história pregressa e atual do
paciente C.A. O, possibilitando compreender a fisiopatologia da queimadura bem como
relaciona-la com a nutrição.
       Por meio das medidas antropométricas, bioquímica, física e recordatório 24
horas foi possível elaborar um diagnóstico nutricional, que por vez o paciente estava se
alimentando bem, atendendo assim as necessidades energéticas, de macro e
micronutrientes. Foi possível prescrever uma conduta dietoterápica personalizada para
o mesmo. O paciente apresentou o estado nutricional de eutrofia em todos os
indicadores como P/I, E/I, IMC/I, não apresentando perda de peso durante o
acompanhamento.
       As necessidades nutricionais levaram em consideração o trauma e a superfície
corporal queimada, que por sua vez exige uma dieta hipercalórica e hiperprotéica. A
conduta nutricional teve como objetivo manter o peso da paciente e acelerar a
cicatrização.
       Conclui-se que a nutrição clínica contribuiu para diagnosticar o estado
nutricional, possibilitando assim intervenções com a finalidade de estimular uma
alimentação saudável, neste sentido é fundamental a presença do profissional
Nutricionista dentro de Hospitais, com a finalidade de realizar prevenção e tratamento
de doenças, estabelecendo assim práticas de monitoramento nutricional e intervenções
especificas.
53

REFERÊNCIAS


BIESEK, Simone et al. Estratégias de Nutrição e Suplementação . São Paulo: Ed.
Manole, 2005.

BAYNES, J; DOMINICZAK, M.H. Bioquímica Médica. 2 ed. São Paulo: Manole,
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DAMAS, T. B. Análise dos óbitos de crianças internadas por queimaduras no
hospital infantil Joana de Gusmão de janeiro de 1991 a dezembro de 2002.
Florianópolis, Universidade Federal de Santa Catarina, 2003. Disponível em: em:
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DELGADO AF, Carrazza FR, OBA J. Perspectivas futuras na terapia nutricional
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DIETARY, reference intakes DRI Application in dietary assessment: a report of the
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FERREIRA, I.K.C. Terapia Nutricional em Unidade de Terapia Intensiva. Rev. Bras.
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HIRCHBRUCH, M.D.; CARVALHO, J.R. Nutrição Esportiva. Barueri: Editora
Manole, 2002.

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54

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reconstrutiva cirurgia. 2001.

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2002.

PICCOLO, NS. Serra MCVF, Leonardi DF, Lima Jr EM, Novaes FN, Correa MD,
Cunha LR, Amaral CER, Prestes MA, Cunha SR, Piccolo MT. Queimaduras:
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Queimados. 7 ed. Guanabara Koogan. 2006.

SMELTZER, S. C.; BARE, B. G.. Enfermagem na emergência. In: Brunner e
Suddarth: Tratado de enfermagem médico cirúrgica. 9. ed. Rio de Janeiro, 2002

SOCIEDADE BRASILEIRA DE QUEIMADURAS – SBQ Disponível em
http://www.sbqueimaduras.com.br/sbq/ Acesso em 13 de setembro de 2011

SOMEYA, T.akao; Sekitani, Tsuyoshi; IBA, Shingo; KATO, Yusaku; Kawaguchi,
Hiroshi; SAKURAI, Takayasu A grande-área, a matriz de sensores flexíveis de
pressão com orgânicos de efeito de campo de transistores para aplicações de pele
artificial.São Paulo,2004.

STURMER, J.S. Reeducação alimentar: qualidade de vida, emagrecimento e
manutenção da saúde. Rio de Janeiro: Vozes, 2001.

VANNUCCHI, H.; MARCHINI, J.S. Nutrição e metabolismo. Rio de janeiro:
Guanabara Koogan S.A. 2006.

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Ed. UFSC,2000.

VINHA PP, CUNHA SFC. Nutrição em pacientes queimados. Manual dos
residentes de nutrologia do HCFM RP-USP. 1ª ed. v. I. São Paulo:Guanabara
Koogan;2008
56




APÊNDICES
57

             APÊNDICE A: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E
                            ESCLARECIDO




               UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
                              Pró-Reitoria Acadêmica
                          Campus Grande Florianópolis
           Curso de Nutrição - Estágio Supervisionado em Nutrição Social




                ESTUDO DE CASO COM PACIENTE QUEIMADO

                TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO




Eu (nome do participante) _________________________________, carteira de
identidade nº ________,declaro que estou esclarecido (a) sobre os objetivos e
procedimentos da pesquisa ´´O Estágio Supervisionado em Nutrição Social:
Representações, Expectativas e Recursos dos Alunos da Oitava Fase do Curso de
Graduação em Nutrição da Unisul/Pedra Branca (ANO 2011),desenvolvida por
integrantes do Grupo de Pesquisa,Educação e Práticas em Saúde Coletiva da
UNISUL.Concordo em participar como entrevistado e autorizo a publicação e/ou
apresentação dos resultados da pesquisa,desde que sejam respeitados s princípios
éticos que me foram apresentados pelos pesquisadores,a saber:

    O participante tem o livre arbítrio para participar ou desistir, a qualquer
     momento, do processo da pesquisa;
    O anonimato do participante será mantido em todos os registros da pesquisa;
    Não serão publicados dados que possam identificar o participante, bem como
     pessoas por ele citadas;
    A privacidade do participante será respeitada durante o todo o processo de
     pesquisa, evitando a exposição desnecessária ou situação que possa causar
     constrangimentos;
    Não serão publicados dados cuja divulgação o participante não autorize;
    O participante não será exposto a riscos de nenhuma natureza que possam ferir
     sua integridade física, mental e emocional;
    Serão respeitadas as expressões culturais e emocionais dos participantes em
     relação ao conteúdo do estudo;
    O processo da pesquisa não poderá interferir no cotidiano da vida do
     participante e nem do local onde está sendo realizada a pesquisa;
    Todos os momentos de integração pesquisador-sujeito serão acordados com
     antecedência entre ambos e avaliados a cada fim de encontro;
58


    O estudo será apresentado de forma fidedigna, sem distorções de dados;
    Os resultados da pesquisa serão apresentados aos sujeitos participantes
     envolvidos no estudo sob a forma de relatório, apresentação pública ou outra
     modalidade, conforme acordado entre as partes;


      Autorizo para:

             FOTOS             ( ) Sim   ( ) Não Assinatura_____________
             GRAVAÇÃO          ( ) Sim   ( ) Não Assinatura_____________

      OBSERVAÇAO: Caso o participante não consiga ler o conteúdo desse texto, ou
      não compreenda os termos nele estabelecidos, necessitará de um representante,
      por ele designado, que assinará o documento após acordado com o participante.
      Telefones para contato: 48-3279 1145 (Pedra Branca); 48-3621 3365 (Tubarão)



      _______________________ _________________________
      Participante ou Representante  Cristiane C. Machado.
      ______________________________
      Prof. Amanda Alcarraz
      (Coordenador da Pesquisa)                       ____/___/__




Fonte de referência do modelo do Termo consentimento Livre e esclarecido:
Patrício ZM. O processo ético e estético de pesquisar: um movimento qualitativo
transformando conhecimentos e a qualidade de vida individual-coletiva.
Florianópolis: UFSC; 2004. p.
59

APÊNDICE B – Curvas de crescimento
60
61
Conduta nutricional em caso de queimadura

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Conduta nutricional em caso de queimadura

  • 1. UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA CRISTIANE CAROLINA MACHADO CONDUTA NUTRICIONAL APLICADA A UM CASO DE QUEIMADURA – HOSPITAL INFANTIL JOANA DE GUSMÃO Palhoça 2011
  • 2. CRISTIANE CAROLINA MACHADO CONDUTA NUTRICIONAL APLICADA A UM CASO DE QUEIMADURA – HOSPITAL INFANTIL JOANA DE GUSMÃO Projeto de Conclusão de Estágio apresentado à disciplina de Estágio Supervisionado em Nutrição Clínica do Curso de Nutrição da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial da disciplina. Orientadora: Prof ª Amada Alcaraz da Silva. Palhoça 2011
  • 3. CRISTIANE CAROLINA MACHADO CONDUTA NUTRICIONAL APLICADA A UM CASO DE QUEIMADURA – HOSPITAL INFANTIL JOANA DE GUSMÃO Este Projeto de Conclusão de Estágio foi julgado e aprovado em sua forma parcial pela disciplina de Estágio Supervisionado em Nutrição Clínica do Curso de Nutrição da Universidade do Sul de Santa Catarina. Palhoça, 04 de outubro de 2011. ______________________________________________ Prof ª e orientadora Amanda Alcaraz da Silva Universidade do Sul de Santa Catarina. ______________________________________________ Danielle Esser da Silva _______________________________________________ Fernanda Machado Nappi
  • 4. . Dedico este Projeto de Conclusão de Estágio a Deus por me iluminar durante toda a minha jornada acadêmica.
  • 5. AGRADECIMENTOS A Deus por me iluminar nas horas difíceis e tornar possível esta caminhada. Aos meus pais, Elza e Adalizar, que sempre deram o melhor exemplo de vida digna a todos os seus filhos, que me incentivaram a estudar e cuidaram da minha filha enquanto estava ausente. Ao meu marido Gabriel, por me dar apoio, auxílio, carinho e seguir ao meu lado nessa jornada acadêmica. A minha filha Karen por ter um coração imenso ao aceitar a minha ausência e ainda me motivar a continuar. A minha orientadora, Professora Amanda Alcaraz da Silva, pelas orientações dadas durante o estágio. As minhas colegas de estágio Camila e Francielli por todos os momentos de aprendizado que passamos juntas. A coordenadora do Curso de Nutrição, Fernanda Gavioli pela atenção dada durante o estágio. Em especial a todos os professores de graduação pelos exemplos de ética profissional e ensinamentos passados. A paciente que participou deste trabalho, tornando possível a sua realização, meus respeitos, carinho e gratidão. A todas as pessoas que não foram citadas, porem não esquecidas, que de alguma forma, contribuíram para a realização deste trabalho.
  • 6. “O que nós somos é o presente de Deus a nós. O que nós nos tornamos é o nosso presente a Deus”. (Eleanor Powell).
  • 7. RESUMO Durante o estágio Obrigatório Supervisionado em Nutrição Clínica, no Hospital Infantil Joana de Gusmão, foi realizado estudo de caso clínico de um paciente pediátrico com queimadura de espessura parcial profunda (segundo grau) na região da face e ombros e de espessura total na axila (terceiro grau). A lesão totalizou 8% de superfície corporal queimada, e o agente causal foi fogo. Para diagnosticar o estado nutricional foram realizadas avaliação antropométrica, bioquímica e física e inquérito alimentar (recordatório alimentar 24 horas e dia alimentar habitual no domicílio). Os indicadores Z escore para IMC/idade, Estatura/Idade, Peso/ Idade apontaram que o paciente estava eutrófico. Não houve perda de peso durante o acompanhamento nutricional. De acordo com os dados do recordatório 24 horas, o consumo de carboidratos e proteínas estava acima da recomendação, já o de energia estava abaixo, na situação em que a paciente encontrava-se é importante manter uma dieta hipercalórica e hiperprotéica. A ingestão de cálcio, ferro, zinco, vitaminas A, C e E ficou abaixo do recomendado, no entanto o consumo de magnésio ficou acima do limite tolerável de ingestão. Com base na fisiopatologia e diagnóstico clínico nutricional foi prescrita dieta via oral, de consistência normal, hipercalórica (1.590 Kcal/ dia - 72,27 Kcal/Kg/dia), hiperproteica (74 g/dia - 3,36g/Kg/dia), normoglicídica (198,75g/dia – 9,03g/kg/dia), normolipídica (47,7g – 2,16g/kg/dia), fracionada em 6 refeições, com uso de suplemento alimentar hipercalórico e hiperprotéico. Durante o acompanhamento foi possível verificar a evolução do quadro do paciente, que aceitava bem a dieta, possuía hábitos urinários e intestinais normais, porém, antes do acompanhamento ficou 5 dias sem evacuar e cicatriz: ação normal. Conclui-se que a terapia nutricional é fundamental para a recuperação do paciente queimado, tendo como objetivo, acelerar a evolução da cicatriz e manter o estado nutricional do paciente. Palavras – chaves: Pediatria. Queimadura. Prescrição dietoterápica.
  • 8. LISTA DE FIGURAS Figura 01 - Regra dos nove, método Wallace.................................................................17 Figura 02 - Classificação das queimaduras.....................................................................20 Figura 03 - Esquema da fisiopatologia............................................................................22
  • 9. LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Regra dos nove, método de Wallace.............................................................17 Quadro 2 - Escala de valores para avaliação do resultado e de sobrevida de Tobiasen...........................................................................................................................18 Quadro 3 - Avaliação clínica das características de deficiências nutricionais................24 Quadro 4 - Dados Antropométricos.................................................................................24 Quadro 5 - Resultado dos indicadores, com base nas curvas da OMS, 2007..................25 Quadro 6 - Dados bioquímicos do paciente em estudo...................................................26 Quadro 7 - Indicações, efeitos colaterais, interação drogas nutrientes da Dipirona e conduta dietoterápica.......................................................................................................27 Quadro 8 - Necessidades diária de micronutrientes........................................................31 Quadro 9 - Necessidades diária de micronutrientes........................................................32 Quadro 10 - Dieta alimentar habitual no domicílio.........................................................33 Quadro 11 - Dieta alimentar habitual no domicílio.........................................................34 Quadro 12 - Análise do consumo de energia, macronutrientes e fibra...........................35 Quadro 13 - Micronutrientes...........................................................................................35 Quadro 14 - Recordatório 24 horas no HIJG...................................................................37 Quadro 15 - Recordatório 24 horas no HIJG...................................................................38 Quadro 16- Macronutrientes, energia e fibras. Recordatório alimentar 24 horas no HIJG.................................................................................................................................39 Quadro 17- Micronutrientes. Recordatório alimentar 24 horas no HIJG........................40 Quadro 18 - Dieta prescrita pela aluna............................................................................45 Quadro 19 - Dieta prescrita pela aluna............................................................................46 Quadro 20 - Macronutrientes, energia e fibras Dieta prescrita pela aluna......................49 Quadro 21 - Micronutrientes. Dieta prescrita pela aluna.................................................49
  • 10. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................12 1.1 OBJETIVOS..............................................................................................................13 1.1.1 Objetivo geral........................................................................................................13 1.1.2 Objetivos específicos.............................................................................................13 2 CONDUTA NUTRICIONAL APLICADA A UM PACIENTE PEDIÁTRICO QUEIMADO..................................................................................................................14 2.1 IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE........................................................................14 2.2 HISTÓRIA DA DOENÇA PREGRESSA E ATUAL..............................................14 2.3 HÁBITOS INTESTINAIS........................................................................................15 2.4 FISIOPATOLOGIA..................................................................................................15 2.4.1Queimaduras..........................................................................................................15 2.4.2 Epidemiologia das queimaduras.........................................................................16 2.4.3 Classificação das queimaduras............................................................................16 2.4.3.1 Quanto à extensão...............................................................................................17 2.4.3.2 Classificação das queimaduras em relação à profundidade................................19 2.4.3.3 Tratamento das queimaduras...............................................................................20 2.4.4 Alterações e repostas metabólica na queimadura.............................................21 2.4.5 Esquema de Fisiopatologia..................................................................................22 2.4.6 Como evitar acidentes domésticos com crianças...............................................23 2.5 AVALIAÇÃO FÍSICA.............................................................................................24 2.6 AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA ....................................................................24 2.7 AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA.................................................................................26 2.8 MEDICAÇÃO..........................................................................................................26 2.9 DIAGNÓSTICO DO ESTADO NUTRICIONAL...................................................27 2.10 CÁLCULO DAS NECESSIDADES NUTRICIONAIS........................................27 2.11 INQUÉRITO ALIMENTAR..................................................................................32 2.11.1 Dia alimentar habitual no domicílio.................................................................32 2.11.1.2 Análise dos dados..............................................................................................35 2.11.2 Recordatório alimentar 24 horas no hospital...................................................36 2.11.2.1 Análise dos dados..............................................................................................40
  • 11. 2.12 RECOMENDAÇOES NUTRICIONAIS E CONDUTA DIETOTERÁPICA........41 2.13 PRESCRIÇÃO DIETOTERÁPICA DO HOSPITAL.............................................43 2.14 PRESCRIÇÃO PROPOSTA PELA ESTAGIÁRIA...............................................43 2.14.1 Analise dos dados................................................................................................50 2.15 ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS........................................................................50 2.16 DESFECHO DO TRATAMENTO DIETOTERÁPICO.........................................50 3 CONCLUSÃO.............................................................................................................51 REFERÊNCIAS ............................................................................................................52 APÊNDICES..................................................................................................................55 APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO...56 APÊNDICE B – CURVAS DE CRESCIMENTO MINISTÉRIO DA SAÚDE (2007)..............................................................................................................................58
  • 12. 12 1 INTRODUÇÃO Queimadura é toda lesão causada por agentes térmicos, elétricos, radioativos ou químicos que agem no tecido de revestimento do corpo humano, destruindo assim parcialmente ou totalmente a pele, podendo por sua vez atingir camadas mais profundas, como tecidos, músculos, tendões e ossos. Geralmente, uma lesão procede da transferência de energia de uma fonte de calor para o corpo e pode ser causada por fagulha, chama, contato, escaldadura (água, gordura), inalação, substância química ou qualquer fonte térmica, os tipos de lesões mais comuns em crianças ocorrem por escaldaduras. Para o tratamento dos pacientes queimados há necessidade de uma equipe multidisciplinar, envolvendo anestesistas, cirurgiões, equipe de enfermagem e nutricionistas. (NETTINA, 2007). No Brasil, em 2010, ocorreram cerca de um milhão de acidentes ocasionados por queimaduras e aproximadamente 2.500 destes indivíduos foram a óbito. A estimativa é que 58% das vitimas são crianças e o principal agente causal é liquido/alimento aquecido. (JUNIOR, 2010). Os traumas por queimadura são a segunda causa de morte em crianças menores de cinco anos de idade e a mais comum de óbito por acidente doméstico. (KARA, 2008). É importante destacar que o paciente em estudo apresenta a idade considerada de risco pelo autor, 5 anos. A importância do tratamento do paciente queimado na fase aguda implica na estabilização dos sinais vitais, desbridamento da ferida, suporte nutricional, antibióticos, prevenção e tratamento de complicações como infecções e lesões no pulmão. Os traumas por queimaduras são responsáveis por seqüelas irreversíveis e pode levar o paciente à morte. (PICCOLO et al. 2002). A nutrição fez com que o tratamento de queimaduras evoluísse, levando em consideração o Hipermetabolismo descontrolado, que interfere diretamente na sobrevida e no sucesso das terapias médicas adotadas. A intervenção nutricional deve ser iniciada precocemente com o intuito de diminuir os efeitos adversos à resposta hipermetabólica, e com isto, contribuir no aceleramento do processo de cicatrização, minimizando assim a resposta inflamatória, controlando depleção corporal e diminuindo a morbimortalidade. Normalmente para recuperação plena é necessário prescrever dieta hipercalórica e hiperprotéica. (LIMA e SERRA, 2004).
  • 13. 13 Para seleção do caso clínico foi considerado o tempo de acompanhamento nutricional realizado pela estagiária, tendo em vista que quanto maior o período de acompanhamento maior a chance de implementação de adaptações e alterações dietéticas, além de evolução do processo de cicatrização da ferida e do estado nutricional durante a internação. Na introdução apresenta-se a descrição do tema do estudo de caso, os objetivo geral e específicos. Nos próximos itens, aborda-se apresentação do estudo do caso clínico, que contempla os seguintes assuntos: identificação do paciente, história de internação, fisiopatologia, avaliação clínico-nutricional, medicação, diagnóstico do estado nutricional, cálculo das necessidades nutricionais, avaliação da ingestão alimentar, recomendações nutricionais e conduta dietoterápica, orientações nutricionais, desfecho do tratamento dietoterápico e conclusão. 1.1OBJETIVOS 1.1.1 Objetivo geral Elaborar prescrição dietoterápica para um paciente queimado internado no Hospital Infantil Joana de Gusmão que fica localizado na cidade de Florianópolis/SC. 1.1.2 Objetivos específicos  Avaliar e diagnosticar o estado clinico-nutricional;  Pesquisar fisiopatologia;  Realizar conduta e prescrição dietoterápica;  Preparar orientações nutricionais;
  • 14. 14 2 CONDUTA NUTRICIONAL APLICADA A UM PACIENTE PEDIÁTRICO QUEIMADO 2.1 IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE C.A.O, sexo feminino, nascida em 23 de agosto de 2005, atualmente com 5 anos e 11 meses, é natural e procedente de Florianópolis – SC. Reside no bairro Ingleses, com o tio, tia e 2 irmãos. Profissão do tio engenheiro eletricista e da tia professora do ensino fundamental. A casa onde a criança mora atualmente é de alvenaria possui água encanada e esgoto tratado. Antes do acidente a paciente vivia com a mãe e quatro irmãos. Para realização do estudo de caso, foi entregue a tia, tutora do paciente um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE A), para leitura e posteriormente autorização para realizar o estudo de caso com a menor. 2.2 HISTÓRIA DA DOENÇA PREGRESSA, ATUAL, SINAIS E SINTOMAS O paciente foi internado no dia 02 de agosto de 2011, em consequência de queimadura de espessura parcial profunda (segundo grau) na região da face e ombros esquerdo e direito e de espessura total na axila esquerda (terceiro grau), totalizando 8% de superfície corporal queimada (SCQ), sendo o agente causal fogo. A história da lesão registrada em prontuário médico, de acordo com o relato da mãe, era de que a criança estava acompanhada dela, em um sítio próximo da sua casa, e no local a mãe estava queimando cobre (trabalho com reciclagem). No momento em que a criança se abaixou sobre a chama, a blusa iniciou a queimar e a paciente saiu correndo em chamas. Pouco tempo depois a mãe conseguiu apagar as chamas e procurou atendimento médico no Hospital Infantil Joana de Gusmão. Na segunda semana de internação a mãe ausentou-se do hospital e a tia materna se apresentou como tutora da paciente. Segundo relato da tia, a queimadura da criança
  • 15. 15 ocorreu porque a mãe ateou fogo na casa com os cinco filhos no local, o sexto filho não estava em casa. 2.3 HÁBITOS INTESTINAIS E URINÁRIOS Anterior ao trauma, a criança apresentava hábitos urinários e intestinais normais, por outro lado, durante o acompanhamento nutricional no hospital permaneceu 5 dias sem evacuar. 2.4 FISIOPATOLOGIA 2.4.1 Queimaduras Queimaduras são lesões nos tecidos orgânico causadas por trauma de origem térmica, decorrente da exposição a chamas, eletricidade (raio, corrente elétrica), frio extremo, radiações (aparelho de raios-X, sol, raios ultravioletas e nucleares), substâncias químicas (acido base, gasolina, álcool), atritos ou fricção, líquidos, superfícies quentes e biológicos (medusa, água viva, lagarta de fogo). (SMELTZER, 2002). Para classificar o grau de destruição tecidual é fundamental conhecer a anatomia da pele, que por sua vez, é formada por duas camadas: a epiderme e a derme, sendo que cada uma delas é composta de tipos de tecidos diferentes. A epiderme é a camada que fica em contato com o meio externo, é fina e avascular, ela é renovada a cada seis semanas. As funções básicas da epiderme são manter a integridade da pele e atuar como uma barreira física. A derme fica localizada abaixo da epiderme e é formada de tecido conjuntivo, de fibras de colágenos e elásticas, nervos sensitivos e motores, de vasos sanguíneos e linfáticos, glândulas sudoríparas e sebáceas e raízes pilosas. Sua função é oferecer resistência, suporte, sangue e oxigênio à pele. (HESS, 2002). A pele é considerada o maior órgão do corpo humano, representando cerca de 10% do peso corporal. Está frequentemente exposta a agressões mecânicas e físicas, que
  • 16. 16 podem ter consequências físicas (cicatrizes) permanentes ou não. As principais funções da pele são proteção, termorregulação, sensibilidade, excreção, metabolismo e imagem corporal. (HESS, 2002). 2.4.2 Epidemiologia das queimaduras Segundo a Sociedade Brasileira de Queimaduras (2009), no Brasil acontece um milhão de casos a cada ano, 200 mil são atendidos em serviços de emergência e 40 mil demandam hospitalização. Nos serviços especializados no atendimento de lesões por queimaduras, 10% dos pacientes evoluem para óbito, sendo que as principais causas são: pneumonia, sepse, edema pulmonar e falência múltipla de órgãos. Essas complicações estão relacionadas com a nutrição insuficiente, principalmente nos pacientes com mais de 20% de superfície corporal queimada (SCQ). (MACEDO, 2005). Em um estudo realizado no Hospital infantil Joana de Gusmão em Florianópolis/SC, Damas (2003) avaliou 14 crianças queimadas internadas no período de janeiro de 1991 a dezembro de 2002 e observou que dos 14 pacientes, 11 eram meninos e 3 meninas, sendo 50% pré-escolares. Sete acidentes (50%) ocorreram na cozinha e a taxa de mortalidade foi de 1,79%. A maioria dos pacientes apresentou SCQ > 60% (72%) e queimaduras de 3º grau (79%). O paciente atendido pela estagiária apresenta algumas características citadas em algumas referências pesquisadas, por ser uma criança pré-escolar e por ter apresentado queimaduras de terceiro grau. 2.4.3 Classificação das queimaduras As queimaduras podem ser classificadas de acordo com a extensão da superfície corpórea afetada, calculada em porcentagem da área total lesionada (ATSQ). Além da área atingida, deve-se avaliar a profundidade das lesões que podem ser de primeiro, segundo ou terceiro grau. (VANNUCCHI, 2006).
  • 17. 17 2.4.3.1 Quanto à extensão Para calcular a SCQ, utiliza-se um o método de Wallace, conhecido também como a Regra dos Nove (Quadro 1). Esta regra utiliza valor igual a nove ou múltiplo de nove às partes queimadas e estima o percentual atingido pela lesão. (SMELTZER et al., 2006). Regiões do corpo Porcentagem Cabeça 9% Braços (cada) 9% Tronco (face anterior e posterior) 36% Pernas (cada) 18% Genitália 1% Quadro 1- Regra dos nove, método de Wallace. Fonte: SMELTZER et al., 2006. No presente estudo de caso clínico a SCQ era de 8%, sendo 3% na região da face esquerda, 3% na axila esquerda, e 2% no ombro esquerdo e direito. É importante observar que existe uma diferença considerável entre a criança e o adulto, no cálculo da área corporal queimada, pois, eles têm proporções diferentes. A criança apresenta a cabeça proporcionalmente maior e as pernas mais curtas quando comparado ao do adulto. Por esse motivo, a regra dos nove é modificada para pacientes pediátricos. (Ilustração 02). Figura 01 – Regra dos nove adaptada para crianças, método Wallace. Fonte: SMELTZER et al., 2006.
  • 18. 18 Analisar a porcentagem da área corporal e a profundidade da queimadura, sexo, faixa etária, é de extrema importância no tratamento de queimados, pois, esses fatores são fortes indicadores da gravidade da lesão, e apresentam estreita relação com a mortalidade. O tratamento deve ser esquematizado de acordo com a extensão e profundidade da lesão, quando a área de superfície corporal total é muito grande aumenta o risco de complicações e de morte. (IRON, 2005). Foi desenvolvida por Tobiasen (1982) apud Lima (2005) uma tabela de valores que pode ser empregada para calcular o tratamento e a previsibilidade de resultados, quanto ao estado do paciente queimado. No Quadro 2 está demonstrada a escala de valores para avaliação do resultado e de sobrevida de Tobiasen. Sexo Escore Feminino 1 Masculino 0 Faixa etária Escore <20 1 21-40 2 41-60 3 61-80 4 >80 5 Inalação de tóxicos 1 Queimadura da derme 1 Superfície corporal queimada Porcentagem <10 1 11-20 2 21-30 3 31-40 4 41-50 5 51-60 6 61-70 7 71-80 8
  • 19. 19 Superfície corporal queimada Porcentagem 81-90 9 >90 10 Escore total de queimado Sobrevida 2-3 99% 4-5 98% 6-7 80-90% 8-9 50-70% 10-11 20-40% 12-13 <10 % Fonte: Tobiasen, (1982) apud Lima, 2005. O escore do paciente do atual estudo, segundo Tobiasen é de 99% de sobrevida. 2.4.3.2 Classificação das queimaduras em relação à profundidade:  Queimaduras de primeiro grau ou Queimadura de Espessura Superficial (Figura 02): são as menos graves (cicatrização 48 a 72 horas), a pele queimada torna-se vermelha, dolorida, não sangra e atinge somente a epiderme. A área queimada torna-se branca ao tocá-la ligeiramente, mas não se formam bolhas, podem ser causadas por queimadura solar.  Queimaduras de segundo grau ou Queimadura de Espessura Parcial Profunda (Figura 02): provocam um dano mais profundo, formam-se bolhas na pele, atinge a epiderme e a derme, com presença de Flictenas (Bolhas), a cura é espontânea, porém lenta (cicatrização em 10 a 21 dias), podem ser causadas por líquidos quentes ou chama.  Queimaduras de terceiro grau ou Queimadura de Espessura Total (Figura 02): provoca uma lesão grave e ainda mais profunda, a superfície cutânea pode estar branca e amolecida ou negra, carbonizada e endurecida atingindo a derme e a epiderme, ou seja, todo o apêndice da pele não cicatriza espontaneamente,
  • 20. 20 necessita de enxerto. As queimaduras de terceiro grau podem ser causadas por exposição a objetos quentes, produtos químicos, chamas ou corrente elétrica de alta voltagem.  Queimaduras de quarto grau: atingem músculos, tendões, articulações, ossos, cavidades e são consideradas gravíssimas. (PICOLLO, 2007). No presente estudo de caso, a classificação da lesão é de espessura parcial profunda (segundo grau) na região da face e ombros e de espessura total (terceiro grau) na axila esquerda. Figura 02: Classificação das queimaduras. Fonte: Google imagens, 2011. 2.4.3.3 Tratamentos das queimaduras Os traumas por queimaduras são responsáveis por sequelas permanentes, tanto físicas quanto psicológicas, podendo levar o paciente a morte, porém, os conhecimentos novos que se incorporam na medicina moderna, como: a eficiência das equipes multidisciplinares, maior agressividade nos planos terapêuticos, maior conhecimento da
  • 21. 21 fisiopatologia e precoce abordagem cirúrgica com o desbridamento e enxertia de pele apontam melhores resultados e um progressivo aumento na sobrevida. (KNOBEL, 2007). Além do tratamento realizado com enxertia de pele, também há possibilidade de um tratamento mais avançado, que se dá através da utilização de pele artificial. A composição dessa pele constitui-se de um material artificial composto por duas camadas, sendo que a primeira camada externa é composta por uma membrana de silicone, já a segunda camada interna é altamente porosa e composta por colágeno de origem bovina e glicosaminoglicano (condroitina-6-sulfato). (MOIEMEN, 2001). A pele artificial é um produto, que possibilita uma eficiente barreira bacteriana, permitindo a recuperação da área afetada sem interrupções criando um meio ambiente ideal para a regeneração da pele natural, age com rapidez nos vários tratamentos de lesões cutâneas, como queimaduras, úlceras isquêmicas, cortes profundos, áreas doadoras de enxertos, entre outros. (SOMEYA et al., 2004). 2.4.4 Alterações e repostas metabólica na queimadura As queimaduras de terceiro e quarto grau, representam uma das formas mais graves e complicadas de traumatismo, com elas surgem graves alterações hormonais, metabólicas e imunológicas. A resposta hipermetabólica se caracteriza por uma resposta hiperdinâmica, que inclui aumento da temperatura corporal, do consumo de glicose e oxigênio, glicogenólise, elevação da formação de CO2, lipólise e proteólise. (HERMEEN, 2001). O Hipermetabolismo implica em severo catabolismo proteico, diminuição da imunidade e naturalmente no retardo da cicatrização da ferida. O metabolismo proteico é drasticamente alterado, os aminoácidos constituem a principal fonte energética na fase aguda da lesão, devido ao balanço nitrogenado acentuadamente negativo. (PICCOLO, 2002). A gravidade da lesão e o Hipermetabolismo exigem tratamento rápido e agressivo, com precoce fechamento das feridas, desbridamento e enxertia de pele, bem como prescrição de uma alimentação adequada. A via de administração da dieta pode
  • 22. 22 ser oral, enteral ou ambas, tendo como finalidade aumentar a imunidade e consequentemente o processo de cura. (MARCHESAN, 2003). 2.4.5 Esquema de Fisiopatologia Ateamento de fogo à moradia Queimadura Espessura Parcial Profunda: face e ombro QUEIMADURA Espessura Total: axila Aumento da produção TMB Espessura Total: Axila de radicais livres Dieta Hipercalórica e Hipeprotéica Tratamento com Suplementação alimentar de enxerto - pele vitaminas e minerais: A, C e E, artificial Integra® Selênio, Zinco e Ferro. Figura 03: Esquema da fisiopatologia. Fonte: SOMEYA et al., 2004, adaptado por Machado, 2011. PICCOLO, 2002, adaptado por Machado, 2011. GARÓFOLO, 2005, adaptado por Machado, 2011.
  • 23. 23 2.4.6 Como evitar acidentes domésticos com crianças Seguem algumas orientações da Sociedade Brasileira de Queimaduras (2008), para evitar acidentes domésticos com crianças:  Evitar guardar alimentos como doces, biscoitos e salgados, em prateleiras ou armários em cima do fogão;  Não usar toalhas compridas na mesa de refeições, evitando assim que a criança possa puxá-la e derramar sobre si alimentos quentes;  Evitar fumar ou transportar substâncias quentes, quando tiver com um bebê ou crianças por perto;  Colocar isqueiros, fósforos, álcool e outras substâncias inflamáveis e corrosivas, em armários altos e fechados, longe do alcance de crianças;  Não utilizar garrafas de conteúdo alimentar para outros fins, tais como guardar detergentes ou outras substâncias (químicas, por exemplo);  Testar e misturar à água do banho da criança, colocando primeiro a água fria e depois a quente, utilizar termômetro de banheira para certificar a sua temperatura;  Agitar, misturar e provar os alimentos aquecidos no micro-ondas antes de dar à criança, uma vez que frequentemente não alcançam uma temperatura uniforme;  Manter aparelhos, tais como, máquinas de barbear e depilar, secadores de cabelo, aquecedores afastados da água e longe das crianças;  Colocar as panelas nos bicos de trás e com os cabos voltados para a parede ou interior do fogão enquanto estiver cozinhando;  Evitar a presença de crianças na cozinha enquanto estiver cozinhando;  Proteger as tomadas elétricas com protetores;  Proteger a lareira com grades;  Não abandonar o ferro de passar roupa ligada;  Evitar a exposição solar nas horas de maior calor (10h30min às 17h00min) e sempre proteger as crianças com protetor solar;  Explicar o que ocorre a criança se ela colocar a mão no ferro, entre outros, para que a mesma possa gradualmente adquirir a noção de perigo.
  • 24. 24 2.5 AVALIAÇÃO FÍSICA A avaliação física se dá através da observação do aspecto geral do paciente, o reconhecimento dos sinais e sintomas clínicos de alteração do estado nutricional é de extrema importância, pode ser realizado de forma prática, simples e econômica. Consiste em avaliar as alterações que podem estar relacionadas com possíveis carências nutricionais, evidenciando-se por meio de alterações da pele, unhas, cabelos, mucosas e os olhos. (DELGADO, 2001). Quadro 3 apresenta a avaliação física realizada pela estagiária durante o acompanhamento nutricional. Região Corporal Características Normais Características Alteradas Pele Sem dermatose Sem alteração Cabelos Brilhosos Sem alteração Unhas Brilhosas e fortes Sem alteração Edema Não apresentava Sem alteração Paciente não apresentava sinais de desnutrição Quadro 3 – Avaliação clínica das características de deficiências nutricionais. Fonte: Machado, 2011. Segundo dados registrados no prontuário médico, o estado da cicatriz encontra- se Integra com bom aspecto sem secreção, outros curativos sem complicações. 2.6 AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA A avaliação do estado nutricional é realizada com objetivo de identificar o diagnóstico nutricional, possibilitando assim uma intervenção adequada para auxiliar na recuperação do indivíduo, através de terapia nutricional. (VASCONCELOS, 2005). A partir da coleta das variáveis como peso, estatura e idade (Quadro 4), foi possível classificar o estado nutricional de acordo com os indicadores peso por idade (P/I), estatura para idade (E/I) e Índice de Massa Corporal para Idade (IMC/I) ( Quadro
  • 25. 25 5), empregando as curvas de crescimento da OMS (2007) e os pontos de corte propostos pelo Ministério da Saúde (2007). Variáveis Valores Peso 22 Kg Estatura 1,17 m Idade 5anos e 11 meses Quadro 4: Dados Antropométricos. Fonte: Machado, 2011. No Quadro 5 estão apresentados os indicadores analisados, escore Z e a classificação do estado nutricional segundo a Organização Mundial da Saúde (2007) (APÊNDICE B). Indicadores Escores Z Diagnóstico Referências Nutricional Peso para idade Entre escores Z 0 e Peso Adequado para Curvas da (P/I) +1 idade OMS, 2007. Estatura para idade Entre escores Z 0 e Estatura adequada para Curvas da (E/I) +1 idade OMS, 2007. IMC/I = 16,17 Entre escores Z 0 e Eutrofia Curvas da kg/m2 +1 OMS, 2007. Quadro 5 – Diagnóstico nutricional de acordo com os indicadores P/I, E/I e IMC/I. Fonte: Machado, 2011. Não foi possível coletar CB e PCT, pois, o paciente encontrava-se com braços direito e esquerdo enfaixados.
  • 26. 26 2.7 AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA Hemograma Completo Resultados Valores de Referência 15/08/2011 Hemácias (RBC) 4,56 4,0 a 5,3 Hemoglobina (HGB) 12,0 11,5 a 14,5/dl Hematócrito (HCT) 33,2 33,0 a 43,0 % VCM (MCV) 72 46 a 90 CHM (MCH) 26,3 25 a 31pg CHCM (MCHC) 36 32 a 36 g/dl RDW (RDW – CV) 13,0 11,5 a 15,0% Leucócitos Totais 13.800 ↑ 4.000 a 12.000/mm³ Bastonetes 276 0 a 1000/mm3 Segmentados 1488 1.200 a 6.000/mm3 Eosinófilos 552 0 a 700/mm3 Linfócitos típicos 2070 1.000 a 5.500/mm3 Monócitos 414 0 a 1.000/mm3 Plaquetas 307.000 150.000 a 450.000/mm3 Quadro 6: Dados bioquímicos do paciente. Fonte: Prontuário médico. O valor dos leucócitos totais encontrava-se acima do valor de referência, esse aumento pode estar relacionado com infecções, desordens inflamatórias, períodos pós- operatórios e queimaduras. (LEÃO, 2007). 2.8 MEDICAÇÃO As indicações, efeitos colaterais, interação drogas nutrientes da Dipirona e conduta dietoterápica, estão sumarizados no Quadro 7.
  • 27. 27 Medicamento Indicação Efeitos Interação Conduta colaterais Drogas Dietoterápica Nutrientes Dipirona Atua como Náuseas, Aumenta a Evitar ingerir analgésico e vômitos, dor excreção alimentos antitérmico e abdominal e urinaria de assados na está indicado diarreia. vitaminas B6, C brasa. no caso de dor. e K. Como são metabolizados pelo fígado, é recomendável evitar alimentos assados na brasa, pois liberam Hidrocarbonetos policíclicos que são indutores enzimáticos e podem reduzir o efeito da Dipirona. Quadro 7: Indicações, efeitos colaterais, interação drogas nutrientes da Dipirona e conduta dietoterápica. Fonte: Reis, 2004 2.9 DIAGNÓSTICO DO ESTADO NUTRICIONAL Paciente com peso, estatura e IMC adequados para idade associado à leucocitose. 2.10 CÁLCULO DAS NECESSIDADES NUTRICIONAIS Abaixo constam as três equações utilizadas para calcular necessidade energética para pacientes pediátricos queimados. Equação de Curreri (1986), Davies e Liejedahl (1971) e Galveston (1990) apud material HIJG, (2011).
  • 28. 28 Cálculo da Taxa de Metabolismo Basal TMB: (22,5 x P) + 499 TMB: (22,5 x22) + 499 TMB: 994 Kcal/dia Onde P = Peso Fórmula de Curreri: (49 Kcal x %SCQ) + TMB (49 x 8) + 994 392 + 994 1.386 Kcal/dia Onde % SCQ = Porcentagem da superfície corporal queimada. Fórmula de Davies e Liejedahl Kcal/dia = (60 Kcal x P) + (35 Kcal x % SCQ) = (60 x 22) + (35x 8) = 1.320 + 280 = 1.600 Kcal/ dia Fórmula de Galveston Para calcular a fórmula de Galveston indicada para crianças de 1 a 11 anos, é necessário primeiramente calcular a Superfície Corporal (CS) e a Superfície Corporal Queimada (SCQ), através das seguintes fórmulas: SC = (P x 4) + 7 / P + 90 SC = (22 x 4) + 7 / 22 + 90 SC = (95) / 112 SC = 0,84
  • 29. 29 SCQ = SC x % SCQ / 100 SCQ = 0,84 x 8 / 100 SCQ = 6,72 / 100 SCQ = 0,06 Fórmula de Galveston = (1.800 x SC) + (1.300 Kcal x SCQ) = (1.800 x 0,84) + (1.300 x 0,06) = (1.512) + (78) = 1.590 Kcal/ dia Ao realizar os cálculos das três fórmulas, adota-se o valor mediano(Padronizado pelo Serviço de Nutrição e Dietética do HIJG). Nesse caso foi utilizada a fórmula de Galveston (1990), totalizando 1.590 Kcal/ dia, recomendando-se assim 72 Kcal/Kg/dia. Proteínas: Foi padronizada pelo Serviço de nutrição e Dietética do HIJG, a utilização da fórmula de Davies (1994) apud material do HIJG (2011) para calcular a necessidade de proteína diária. PTN = (3g x P) + 1g x %SCQ PTN = (3 x 22) + 1x 8 PTN = 66 + 8 PTN = 74 g/dia-3,36g/kg/dia 296 Kcal, corresponde à 18% da necessidade energética total (NET).
  • 30. 30 Carboidratos: A distribuição adota em porcentagem para os carboidratos foi de 50% a 60% do valor energético total (protocolo adotado pelo Serviço de Nutrição e Dietética do HIJG). 50% = 795 Kcal/dia,198,75g/dia. 60% = 954 Kcal/dia, 238,5g/dia. A porcentagem de carboidratos adotada para o caso foi 55%, totalizando 795 Kcal/dia-198,75g/dia. Lipídeos: A porcentagem de lipídeos adotada foi de 25% a 30% do NET. 25% = 397.5 Kcal/dia, 44,16g/dia. 30% = 477 Kcal/dia, 53g/dia. A porcentagem de lipídeos adotada foi de 27% do VET. 27% = 429,3 Kcal/dia, 47,7 g/dia.
  • 31. 31 Necessidade Hídrica Para determinar a necessidade de ingestão hídrica diária dos pacientes queimados, o HIJG, utiliza a regra de Holliday e Segar (1957). Para o atual paciente, será utilizada a regra para crianças com o peso acima do valor de 20 Kg. Conforme o cálculo abaixo: 1500+[( P -20) x 20] 1500+[(22-20) x 20] 1500+ (2x 20) 1540 ml/dia Necessidade de Micronutrientes: A recomendação de vitaminas para crianças entre 4 e 8 anos de acordo com a DRI (2001) está demonstrado no Quadro 8. Vitamina Recomendação Vitamina A 400 µg Vitamina C 25 mg Vitamina E 7 mg Quadro 8: Necessidades diária de micronutrientes. Fonte: DRI, 2001. No Quadro 9 seguem as recomendações de minerais para crianças entre 4 a 8 anos da DRI (2001).
  • 32. 32 Minerais Recomendações Cálcio 800 mg/dia Cobre 440 µg/dia Ferro 10 mg/dia Magnésio 130 mg/dia Selênio 30 µg/dia Zinco 5 mg Quadro 9: Necessidades diária de micronutrientes. Fonte: DRI, 2001. Recomendações de Fibras: A quantidade adequada de fibras que deve ser ingerida por dia para crianças entre 4 e 8 anos é de 25g de fibra alimentar. (DRI, 2002). 2.11 INQUÉRITO ALIMENTAR 2.11.1 Dia alimentar habitual no domicílio O dia alimentar habitual no domicílio foi obtido através de uma entrevista com a a tia da criança, e sua posterior análise foi embasada na necessidade energética e de nutrientes de uma criança saudável, ou seja, antes da injúria. Para adequar o consumo alimentar diário, foram calculadas as necessidades de macronutrientes e de energia de acordo com a fórmula da DRI, 2002. Segue abaixo os valores obtidos: EER = 135,3 – (30,8 x idade [anos]) + [FA x (10,0 x peso [kg] + 934 x altura [m])] + 20 (kcal para deposição energética) = EER = 135,3 – (30,8 x 5) + [ 1.0 x ( 10,0 x 22 + 934 x 1,17 )] + 20 EER = 135,3 – 154 +[ 1.0 x ( 220 + 1092,78)] +20
  • 33. 33 EER = 135,3 – 154 + [ 1.0 x 1332,78] EER = – 18,7 + 1332,78 EER = 1314,08 Kcal/ dia Onde: I = Idade P = Peso FA = Fator de atividade física E = Estatura Proteínas: 0,95g/kg/dia: 22 x 0,95 = 20,9g – 83,6 kcal/dia – 6,36% VET Carboidrato: 40,99 Kcal/Kg/dia – 225,49g/dia – 68,64% VET Lipídio: 14,93 Kcal/Kg/dia – 36,50g/dia – 25% VET Os Quadros 10 e 11 estão demonstrado o dia alimentar habitual no domicílio. Refeição/ Horário Alimento Medida caseira Quantidade – ml/g Desjejum Pão de trigo 1 unidade 50 g 9h00min Margarina 1 colher chá 10g Café 1 copo 100ml Açúcar 1 colher chá 5g Lanche da manhã Não realiza Almoço Feijão 1 concha grande 165ml 12h00min Arroz 2 colheres de servir 153g Frango frito com 1 pedaço médio 130g pele Tomate crú Meio 75g Lanche da Tarde Bolacha recheada 10 unidades 150g 16h00min de chocolate Jantar Feijão 1 concha 165ml 19h40min Arroz 2 colheres de servir 153g Ovo frito 2 unidades 100g
  • 34. 34 Ceia Não realiza VET: 2.375,91kcal PTN: 306,24 Quadro 10: Dieta alimentar habitual no domicílio. Calculada no software Dietwin® Profissional, 2008. Alimento Medida Quantidade Energia Carboidrato Proteína Lipídeo caseira – ml/g Kcal (g) (g) (g) Desjejum Pão de 1 50 g 144,5 28,7 3,24 0,10 trigo unidade Margarina 1 colher 10g 72 2,49 0,53 0,12 chá Café 1 copo 100ml 9,32 1,48 0,62 0,10 Açúcar 1 colher 5g 19,94 4,98 0,0 0,0 chá Almoço Feijão 1 concha 165ml 289,98 41,68 9,91 9,96 grande Arroz 2 153g 296,44 59,41 3,51 1,76 colheres de servir Frango 1 pedaço 130g 335,1 0,0 37,96 29,6 frito com médio pele Tomate Meio 75g 16,12 3,13 0,65 0,22 crú Lanche da Tarde Bolacha 10 150g 390 52,60 2,92 17 recheada unidades de chocolate Jantar Feijão 1 concha 165ml 289,98 41,68 9,91 9,96 Arroz 2 153g 296,44 59,41 3,51 1,76 colheres de servir Ovo frito 2 100g 216.09 0,0 3,80 28,02 unidades VET: PTN: 295,56 x 4 = 76,56 x 98,6 x 9 2.375,91kcal 306,24 4= = 1182,24 306,24 887,40 Quadro 11: Dieta alimentar habitual no domicílio. Fonte: software Dietwin® Profissional, 2008 adaptado por MACHADO, 2011.
  • 35. 35 A adequação de energia, nutrientes e fibras está sumarizada nos Quadros 12 e 13. Macronutrientes, Porcentagem Porcentagem/ Kcal dieta Porcentagem energia e fibras recomendada valor de adequação e Kcal consumido Energia 1314,08 2.375,91 kcal 2.375,91 kcal 180,80% Carboidratos 68,64% 49,76 1182,24 72,49% Proteínas 6,36% 12,89 306,24 202,67% Gorduras 25% 37,35 887,40 149,4% Fibras 25g 16g - 64% Quadro 12 – Análise do consumo de energia, macronutrientes e fibra. Valores obtidos a partir do software Dietwin® Profissional, 2008. Micronutrientes Recomendação Consumo Porcentagem UL diária alimentar no de adequação domicílio Cálcio (Ca) 800 mg/d 190,21 mg 23,77% 2,5mg/d Ferro (Fe) 10 mg/d 9,57 mg 95,70% 40mg/d Zinco (Zn) 10 mg/d 7,28 mg 72,80% 12mg/d Magnésio (Mg) 110 mg/d 269,12 mg 244,65% 110mg/d Selênio (Se) 20 mcg/d 35mcg 175% 150mcg/d Vitamina A 500 mcg/d 322,21 mcg 64,44% 900mcg/d Vitamina C 45 mg/d 18,60 mg 41,33% 650mg/d Vitamina E 7 mg/d 17,94 mg 256,28% 300mg/d Quadro 13 – Valores de micronutrientes. Valores de consumo obtidos a partir do software Dietwin® Profissional, 2008. 2.11.1.2 Análise dos dados De acordo com os valores de adequação demonstrados no Quadro 12 observa-se que o consumo de carboidratos está abaixo da recomendação e o de proteínas e lipídios está acima. Apesar do estado nutricional da paciente ser eutrófico, é importante relatar que a ingestão alterada de energia e lipídeos, pode modificar o quadro de eutrofia,
  • 36. 36 ocasionando assim riscos futuros à saúde da criança como obesidade, dislipidemias, hipercolesterolemia, doenças cardiovasculares. (CLAUDINO, 2002). A principal função dos carboidratos é fornecer energia, quando é consumido em quantidades insuficientes, pode provocar queda no desempenho escolar da criança, como falta de disposição e concentração para o desenvolvimento intelectual e desempenho físico, os carboidratos são poupadores de proteínas, pois, em uma situação de baixas reservas de carboidratos, as proteínas são mobilizadas como fonte de glicose pelo processo de gliconeogênese. É um meio dispendioso e caro de se obter energia. (HIRCHBRUCH, 2002). A ingestão de fibras não alcançou a recomendação, as fibras alimentares possuem funções benéficas para o trato gastrintestinal como prevenir doenças do intestino, ajuda a reduzir o risco de alguns tipos de câncer, doenças cardíacas e controle do peso. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). A ingestão de cálcio, ferro e zinco não alcançou a recomendação para a idade, o cálcio é um mineral importante para a formação e manutenção dos ossos e dentes, durante a fase de crescimento, é importante que o consumo de cálcio seja adequado para que não haja comprometimento no desenvolvimento e crescimento durante a infância. O ferro permite o transporte de oxigênio pelo sangue, evitando assim a anemia, quando a criança ingere quantidades inferiores que o recomendável está sujeita a desenvolver anemia. (OLSON, 2003). Os valores de adequação de consumo das vitaminas A e C estão abaixo do recomendado, a vitamina A possui diversas funções a principal delas está relacionada com a visão, desenvolvimento dos ossos, ação protetora na pele e mucosa e no fortalecimento do sistema imune, já a vitamina C é necessária para o metabolismo de absorção do ferro, formação de colágeno e combate os radicais livres. (BIESEK, 2005). 2.11.2 Recordatório alimentar 24 horas no hospital Nos Quadros 14 e 15 estão demonstrando o recordatório alimentar 24 horas no hospital.
  • 37. 37 Refeição Alimento Medida caseira Quantidade ml/g Café da manhã Pão de trigo 1 unidade 50g 8h00min Queijo mussarela 1 fatia 15g Café Meia xícara 30ml Leite integral Meia xícara 30ml Açúcar 1 colher de chá 5g Lanche da manhã Maçã 1 unidade 120g 10:30min Banana 1 unidade 50g Almoço Arroz branco 1 colher 76,5g 12:30min de servir Filé de frango sem 1 pedaço médio 100g pele grelhado Feijão 1/2 concha 80ml Salada de alface 1 folha 5g Lanche da tarde Café com leite 1 xícara 75ml 16:00min integral com açúcar Pão de trigo 2 unidades 100g Margarina 1 colher de sopa 10g Janta Creme de verduras 1 prato fundo 300ml 20:30min com carne (batata, cenoura e abóbora) VET: 1.349,73kcal PTN (Total): 272,24 Quadro 14: Recordatório alimentar 24 horas no HIJG. Calculado no software Dietwin® Profissional,
  • 38. 38 Alimento Medida Quantidade Energia Carboidrato Proteína Lipídeo Kcal (g) (g) (g) caseira ml/g Café da manhã Pão de trigo 1 unidade 50g 144,5 28,7 3,24 0,10 Queijo 1 fatia 15g 30 0,50 3,0 2,0 mussarela Café Meia 30ml 2,79 0,44 3,0 0,18 xícara Leite Meia 30ml 15,9 3,53 0,93 0.90 integral xícara Açúcar 1 colher de 5g 19,94 4,98 0,0 0,0 chá Lanche da manhã Maçã 1 unidade 120g 52,80 8,42 0,40 0,60 Banana 1 unidade 50g 50,25 9,40 1,19 0,10 Almoço Arroz 1 colher 76,5g 148,22 29,70 1,75 0,88 branco de servir Filé de 1 pedaço 100g 115,1 0,0 26,18 15,81 frango sem médio pele grelhado Feijão 1/2 concha 80ml 144,99 20,84 4,95 4,98 Salada de 1 folha 5g 0,86 0,12 0,08 0,0 alface Lanche da tarde Café com 1 xícara 60ml 25,63 5,95 3,93 1,08 leite integral com açúcar
  • 39. 39 Alimento Medida Quantidade Energia Carboidrato Proteína Lipídeo Kcal (g) (g) (g) caseira ml/g Pão de trigo 2 unidades 100g 289 57,4 6,48 0,20 Margarina 1 colher de 10g 72 2,49 0,53 0,12 sopa Janta Creme de 1 prato 300ml 237,75 22,53 12,40 6,10 verduras fundo com carne (batata, cenoura e abóbora) 195 x 4 = 68,06 x 33,05 x 4= 9= 780 272,24 297,45 VET: 1.349,73kcal Quadro 15: Recordatório alimentar 24 horas no HIJG Fonte: software Dietwin® Profissional, 2008 adaptado por MACHADO, 2011 A adequação de energia, nutrientes e fibras está sumarizada nos Quadros 16 e 17. Macronutrientes, Recomendaçã Ingestão no Kcal dieta Porcentagem energia e fibras o (kcal/%) hospital de adequação (kcal/%) Energia 1.590 Kcal 1.349,73 Kcal 1.349,73 Kcal 84,88% Carboidratos 55% 57,79 780,00 105,07% Proteínas 18% 20,17 272,24 112,05% Gorduras totais 27% 22,04 297,45 81,62% Fibra 25g 29,72g - 118,88% Quadro 16 – Valores de energia, macronutrientes e fibras do recordatório alimentar 24 horas. Calculada no software Dietwin® Profissional, 2008.
  • 40. 40 Micronutrientes Recomendação Ingestão no Porcentagem UL diária hospital de adequação Cálcio (Ca) 800 mg/d 374,47mg 46,80% 2,5mg/d Ferro (Fe) 10mg/d 6 mg 60% 40mg/d Zinco (Zn) 10mg/d 5,29mg 52,90% 12mg/d Magnésio (mg) 110mg/d 309,35mg 281,22% 110mg/d Selênio (Se) 20mcg/d 119,67mcg 598,35% 150mcg/d Vitamina A 500mcg/d 348,79mcg 69,75% 900mcg/d Vitamina C 45mg/d 69,29mg 153,97% 650mg/d Vitamina E 7mg/d 8,37mg 119,57% 300mg/d Quadro 17 – Micronutrientes. Recordatório alimentar 24 horas no HIJG Calculada no software Dietwin® Profissional. 2.11.2.1 Análise dos dados Apesar do paciente aceitar bem a dieta ofertada pelo hospital, a ingestão diária de energia não atingiu o valor de recomendação para situação estresse (queimadura) apresentando um risco para perda de peso. A recomendação carboidratos e proteínas está acima do recomendado, já o consumo de lipídeos está abaixo. O paciente queimado grave é hipercatabólico e hipermetabólico o que afeta diretamente no estado e na necessidade nutricional, sendo ainda um paciente com grandes complicações clínicas, sendo assim, é fundamental uma terapia nutricional individualizada e equilibrada, para que o mesmo não desencadeie perdas graves de peso corporal e massa muscular, tendo como resultado final a instalação da desnutrição energético-proteica. (PICCOLO, 2002). A partir do Quadro 17 é possível analisar que consumo de cálcio, ferro e zinco estão abaixo do recomendado. As vitaminas A, C e E, foram consumidas abaixo do recomendado. Enquanto a ingestão de magnésio e fibras ultrapassou a quantidade recomendada, é importante relatar que ingerir fibra acima da recomendação poderá
  • 41. 41 desencadear desconforto intestinal como formação de gases e diminuição da absorção de vários micronutrientes, entre eles o cálcio, o zinco e o ferro. (STURMER, 2001). O cálcio é importante para o processo de coagulação sanguínea e o zinco estimula a cicatrização, combate a produção de espécies reativas de oxigênio e estimula o sistema imune. As vitaminas A e E são antioxidante, estabilizam a membrana celular e protegem as células. (SILVA, 2005). 2.12 RECOMENDAÇOES NUTRICIONAIS E CONDUTA DIETOTERÁPICA O principal objetivo da terapêutica nutricional para casos de queimadura é diminuir a deterioração clínica do paciente com a finalidade de prevenir a infecção, reduzir o número de intervenções cirúrgicas, acelerar a cicatrização e o tempo de permanência hospital. A reconstrução e a reparação de tecidos humanos necessitam quantidades adequadas de energia, proteínas, minerais e vitaminas para alimentar os seus mecanismos fisiológicos. (MACEDO, 2005). Os pacientes queimados necessitam de suporte nutricional com grandes quantidades de energia, bem como suporte nutricional individualizado, instalado precocemente, e utilizar o trato gastrointestinal, evitando assim translocação bacteriana. Depois do trauma há um aumento da taxa de metabolismo basal, esse aumento tem relação com o tamanho da superfície corporal queimada, podendo atingir 150% a 200% acima das necessidades nutricionais. A taxa de metabolismo atinge o pico entre o segundo e o quinto dia após a queimadura, e tende a voltar ao normal entre o décimo e o decimo quinto dia. (VANUCCHI, 2007). A terapia nutricional é peça fundamental nos cuidados ao paciente crítico o estado nutricional interfere diretamente na sua evolução clínica e deve atender às demandas individuais, considerando-se a idade, a estatura, o peso, o estresse metabólico, profundidade e a extensão da lesão e o estado nutricional prévio. (FEREIRA, 2007). No presente trabalho, as fórmulas utilizadas para calcular a necessidade energética, levaram em consideração à superfície corporal queimada, tendo como o objetivo de garantir um aporte energético maior ao paciente.
  • 42. 42 As funções das proteínas de dão através da participação da coagulação sanguínea, da formação de anticorpos, do crescimento e reparo dos tecidos. O Hipermetabolismo é acompanhado pelo catabolismo excessivo de proteínas e excreção de nitrogênio urinário aumentado. Na prescrição dietoterápica para pacientes queimados não basta apenas uma reposição calórica, prevenir ou reverter o intenso balanço nitrogenado negativo é extremamente necessário que haja uma oferta correta de proteínas. (VINHA, 2008). No atual estudo de caso recomenda-se uma dieta Hiperproteica com 3,36g de proteínas/kg/dia e um suplemento Hiperprotéico (Fortini®) com a finalidade de potencializar a cicatrização da lesão. Segundo Baynes (2007), uma das funções dos carboidratos é regulação do metabolismo proteico, poupando consequentemente proteínas. O suprimento adequado de carboidratos impede que as proteínas sejam utilizadas para a produção de energia, equilibrando consequentemente a sua função de construção de tecidos. O baixo consumo de carboidrato pode levar a degradação muscular e falha na cicatrização do paciente queimado. Com a finalidade de garantir um aporte adequado de carboidratos para o paciente em estudo foi estipulado que 55% do valor energético total virão carboidratos. Os lipídeos são nutrientes orgânicos, sua função principal é fornecer energia às células outras funções são armazenar energia (reserva alimentar) dissolver algumas vitaminas (lipossoluveis e carotenóides) e manter a temperatura corporal. Os lipídios são componentes de membranas e são importantes para síntese de prostagladina, que regulam o metabolismo celular, processo vascular e inflamatório. A deficiencia de acidos graxos essenciais prejudica o processo de cicatrização, por outro lado o aporte excessivo do mesmo pode ocasionar ao paciente, efeitos imunossupressores. (MOREIRA 2007). Dessa forma a prescrição da dieta é normolipídica. As fibras alimentares possuem funções benéficas para o trato gastrintestinal como prevenir doenças do intestino, ajuda a reduzir o risco de alguns tipos de câncer, doenças cardíacas e controle do peso. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). Para o paciente do presente estudo foi prescrito 25g/ dia de fibras. Os minerais e vitaminas são essenciais para o metabolismo dos nutrientes e nas reações fisiológicas. A deficiência desses elementos poderá dificultar o processo de
  • 43. 43 cicatrização da lesão. O déficit pode provocar doenças ou disfunções e o excesso, intoxicações. (MOREIRA, 2007). Por isso, para potencializar o tratamento do paciente em estudo foram prescritos minerais (selênio, zinco, ferro, magnésio, e cálcio) e vitaminas (A, C, E) devido a sua importância no processo de cicatrização. Ao efetuar os cálculos da necessidade diária energética, foram calculadas as três fórmulas que são indicadas para pacientes queimados, posteriormente adota-se a mediana entre as três fórmulas (Padronizado pelo Serviço de Nutrição e Dietética do HIJG). Nesse caso foi utilizada a fórmula de Galveston (1990), totalizando 1.590 Kcal/ dia - 72 Kcal/Kg/dia. Foi padronizado pelo Serviço de nutrição e Dietética do HIJG o emprego da equação de Davies (1994) a fim de determinar a quantidade diária de proteínas. Os valores alcançados foram de 296 Kcal/dia (18%) - 74 g/dia – 3,36g/kg/dia. Em relação aos carboidratos foram utilizados 55% do valor energético diário, recomendando-se assim, 795 Kcal/dia, 198,75g/dia. A recomendação diária de lipídeos para o paciente foi 27% valor energético diário da dieta, totalizando: 27% = 429.3 Kcal/dia, 47,7 g de lipídeos dia. Necessidade hídrica de 1540 ml/dia. 2.13 PRESCRIÇÃO DIETOTERÁPICA DO HOSPITAL Dieta livre, hipercalórica e hiperprotéica, administrada por via oral. 2.14 PRESCRIÇÃO PROPOSTA PELA ESTAGIÁRIA Dieta com consistência normal, por via oral, hipercalórica (1590 Kcal/dia – 72,27 kcal/kg/dia), hiperprotéica (74g/dia - 3,36g/kg/dia), normolipídica, normoglicídica, aporte adequado de fibras (25g/ dia), minerais e vitaminas (vitamina A, C, E, zinco, cobre, selênio, ferro e magnésio) e fracionada em 6 vezes ao dia. Suplemento alimentar hipercalórico e hiperprotéico no período da manhã – 10h30min.
  • 44. 44 A dieta elaborada pela estagiária está demonstrada nos Quadros 18 e 19. Refeição Alimento Medida caseira Quantidade ml/g Café da manhã Pão de trigo 1 unidade 50g 8h00min Requeijão 2 colheres chá cheia 10g Café, infusão 10% Meia xícara 30ml Leite, de vaca, Meia xícara 30ml integral Açúcar, refinado 2 colheres de chá 8g Banana 1 unidade 30g Lanche da manhã Fortini ® 1 pote 200ml 10:30min Almoço Salada de alface 1 folha 15g 12:30min Tomate picado ¼ unidade pequena 30g Cenoura ralada 1 porção pequena 30g Abóbora cozida 1 colher de sopa 18g cheia Macarrão cozido 1 colher de mesa 70g cheia Molho ao sugo 2 colheres de sopa 40g cheias Frango, peito, sem 1 pedaço pequeno 80g pele, grelhado Suco de laranja lima 1 copo 100ml
  • 45. 45 Refeição Alimento Medida caseira Quantidade Lanche da tarde Vitamina de mamão 1 copo 80ml 16:00min e banana com leite Refeição Alimento Medida caseira Quantidade ml/g Pão de trigo 1 unidade 50g Margarina 1 colher de chá cheia 8g Jantar Beterraba, crua 1 colher de sopa 20g 20:30min ralada cheia Cenoura, crua ralada 1 porção pequena 30g Filé de peixe 1 pedaço médio 100g (pescada) grelhado Arroz parboilizado 1 xícara 60g tipo 1 ® Feijão, preto, cozido 1 concha pequena 40g Chuchu, cozido 1 colher de sopa 30g cheia Suco de uva natural 1 copo 80ml Ceia Salada de frutas 1 pote de sobremesa 90g 9:30min completa (banana, mamão, maçã, Ingestão Hídrica 6 copos (água) VET: 1631,61kcal PTN (Total): 296,72Kcal Quadro 18: Dieta prescrita pela aluna. Calculada no software Dietwin® Profissional, 2008.
  • 46. 46 Alimento Medida Quantidade Energia Carboidrato Proteína Lipídeo Kcal (g) (g) (g) caseira ml/g Café da manhã Pão de trigo 1 unidade 50g 144,5 28,7 3,24 0,10 Requeijão 1 colher 10g 16,5 0,8 3,0 3,1 chá Café, Meia 30ml 2,79 0,44 3,0 0,18 infusão xícara 10% Leite, de Meia 30ml 15,9 3,53 0,93 0.90 vaca, xícara integral Açúcar, 1 colher 8g 19,88 8,56 0,0 0,0 refinado de chá Banana 1 unidade 30g 24,6 9,44 0,66 0,15 Lanche da manhã Fortini ® 1 pote 200ml 300 38 7 14 Almoço Salada de 1 folha 15g 2,58 0,36 0,24 0,0 alface Tomate ¼ unidade 30g 6,45 1,43 0,29 0,9 picado pequena Cenoura 1 porção 30g 30 6,4 1,10 0,25 ralada pequena Abóbora 1 colher 18g 15,9 2,30 1,46 0,03 cozida de sopa cheia Macarrão 1 colher 70g 101,11 11,51 2,95 0,15 cozido de mesa cheia Molho ao 2 colheres 40g 77 10,90 3,61 2,98 sugo de sopa cheias
  • 47. 47 Alimento Medida Quantidade Energia Carboidrato Proteína Lipídeo Kcal (g) (g) (g) caseira ml/g Frango, 1 pedaço 80g 100,1 0,0 13,18 9,81 peito, sem pequeno pele, grelhado Suco de 1 copo 100ml 54 13,10 0,60 0,40 laranja lima Lanche da tarde Vitamina de 1 copo 80ml 62 11,92 0,64 0,64 mamão e banana com leite integral Pão de trigo 1 50g 144,5 28,7 3,24 0,10 unidades Margarina 1 colher 8g 32 2,09 0,43 0,10 de chá Jantar Beterraba, 1 colher 20g 18,96 3,0 1,2 0,4 crua ralada de sopa cheia Cenoura, 1 porção 30g 25,84 5,70 0,80 0,15 crua ralada pequena Filé de 1 pedaço 100g 104 0,0 15,90 9,64 peixe médio (pescada) grelhado Arroz 1 xícara 60g 70 21,77 1,80 0,10 parboilizado tipo 1 ®
  • 48. 48 Alimento Medida Quantidade Energia Carboidrato Proteína Lipídeo Kcal (g) (g) (g) caseira ml/g Feijão, 1 concha 40g 128 10,60 7,80 5,0 preto, pequena cozido Chuchu, 1 colher 30g 15 5,8 0,50 0,10 cozido de sopa cheia Suco de uva 1 copo 80ml 50 10,97 0,10 0,0 natural Ceia Salada de 1 pote de 90g 70 10,7 0,51 0,19 frutas sobremesa completa (banana, mamão, maçã, Ingestão 6 copos Hídrica (água) 246,72 x 4 = 74,18 x 49,37 x 4= 9= 986,88 296,72 444,33 VET: 1631,61kcal PTN (Total): 296,72Kcal Quadro 19: Dieta prescrita pela aluna. Calculada no software Dietwin® Profissional, 2008.
  • 49. 49 A adequação de energia, nutrientes e fibras está sumarizada nos Quadros 20 e 21. Macronutrientes, Porcentagem Porcentagem/ Kcal dieta Porcentagem energia e fibras recomendada valor de adequação e Kcal consumido Energia 1590 Kcal/dia - 1631,61kcal 102,61% Carboidratos 55% 59,38% 968,88 107,96% Proteínas 18% 18,18% 296,72 101% Gorduras totais 27% 27,23% 444,33 100,85% Fibra 25g 25,79g - 103,16% Quadro 20 – Macronutrientes, energia e fibras. Dieta prescrita pela aluna. Calculada no software Dietwin® Profissional, 2008. Micronutrientes Recomendação Dieta Porcentagem UL diária prescrita pela de adequação estagiária Cálcio (Ca) 800 mg/d 951,54mg 118,94% 2,5mg/d Ferro (Fe) 10 mg/d 17,64mg 176,4% 40mg/d Zinco (Zn) 10 mg/d 11,7mg 117% 12mg/d Magnésio 110mg/d 107,34mg 97,58% 110mg/d Selênio (Se) 20mcg/d 42,66mcg 213,3% 150mcg/d Vitamina A 500 mcg/d 805,35mcg 161,07% 900mcg/d Vitamina C 45 mg/d 487mg 1082,22% 650mg/d Vitamina E 7 mg/d 11,68mg 166,85% 300mg/d Quadro 21 – Valores e adequação de micronutrientes. Calculada no software Dietwin® Profissional.
  • 50. 50 2.14.1 Análise dos dados Com base na necessidade calórica total obtida através da fórmula de Galveston (1990), e demais nutrientes, a dieta prescrita pela aluna atingiu as necessidades recomendadas a este paciente. As recomendações de todos os minerais foram ultrapassadas, porém nenhum valor foi além do limite máximo permitido pela UL. 2.15 ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS  Consumir leite integral 3x ao dia (ajuda aumentar o aporte proteico);  Consumir alimentos ricos em ferro (ajuda na recuperação) como: feijão, folhosos escuros, carnes, peixes e miúdos;  Consumir frutas ricas em vitamina C (ajuda na absorção do ferro e aumenta a resistência a infecções e ajuda na cicatrização) como: morango, limão e laranja;  Consumir alimentos ricos em vitamina E como: óleo de girassol, palma, milho, soja. Semente de girassol, germe de trigo. Outras fontes de vitamina E são grãos integrais, peixe e vegetais verdes folhosos;  Consumir água durante o dia, (6 copos);  Ingerir frutas, verduras e legumes todos os dias;  Realizar as preparações das refeições assadas, grelhadas ou cozidas;  Realizar 6 refeições ao dia; 2.16 DESFECHO DO TRATAMENTO DIETOTERÁPICO O paciente foi internado no dia 02 de agosto de 2011 e foi acompanhado pela estagiária por 5 dias. Durante o acompanhamento foi possível verificar a evolução do quadro, que por sua vez aceitava bem a dieta, possuía hábitos urinários e intestinais
  • 51. 51 normais, cicatriz: integra com bom aspecto sem secreção, outros curativos sem complicações, manteve o peso corporal durante o acompanhamento.
  • 52. 52 3 CONCLUSÃO O estudo de caso possibilitou o contato com a prática, contribuiu para uma melhor formação profissional dando experiência na área hospitalar para o acadêmico de nutrição. Através do caso clínico foi possível conhecer a história pregressa e atual do paciente C.A. O, possibilitando compreender a fisiopatologia da queimadura bem como relaciona-la com a nutrição. Por meio das medidas antropométricas, bioquímica, física e recordatório 24 horas foi possível elaborar um diagnóstico nutricional, que por vez o paciente estava se alimentando bem, atendendo assim as necessidades energéticas, de macro e micronutrientes. Foi possível prescrever uma conduta dietoterápica personalizada para o mesmo. O paciente apresentou o estado nutricional de eutrofia em todos os indicadores como P/I, E/I, IMC/I, não apresentando perda de peso durante o acompanhamento. As necessidades nutricionais levaram em consideração o trauma e a superfície corporal queimada, que por sua vez exige uma dieta hipercalórica e hiperprotéica. A conduta nutricional teve como objetivo manter o peso da paciente e acelerar a cicatrização. Conclui-se que a nutrição clínica contribuiu para diagnosticar o estado nutricional, possibilitando assim intervenções com a finalidade de estimular uma alimentação saudável, neste sentido é fundamental a presença do profissional Nutricionista dentro de Hospitais, com a finalidade de realizar prevenção e tratamento de doenças, estabelecendo assim práticas de monitoramento nutricional e intervenções especificas.
  • 53. 53 REFERÊNCIAS BIESEK, Simone et al. Estratégias de Nutrição e Suplementação . São Paulo: Ed. Manole, 2005. BAYNES, J; DOMINICZAK, M.H. Bioquímica Médica. 2 ed. São Paulo: Manole, 2007. CLAUDINO AM, Borges MBF. Critérios diagnósticos para os transtornos alimentares: conceitos em evolução. São Paulo, 2002. DAMAS, T. B. Análise dos óbitos de crianças internadas por queimaduras no hospital infantil Joana de Gusmão de janeiro de 1991 a dezembro de 2002. Florianópolis, Universidade Federal de Santa Catarina, 2003. Disponível em: em: http://www.bibliomed.ccs.ufsc.br/PE0490.pdf. Acesso em: 1 de setembro de 2001. DELGADO AF, Carrazza FR, OBA J. Perspectivas futuras na terapia nutricional infantil. Rev Bras Nutr Clin 2001. DIETARY, reference intakes DRI Application in dietary assessment: a report of the subcommittees on interpretation and Uses of DRI and Upper reference levels of nutrients, and the standing Commettee on the Scientic Evaluation of Dietary Reference Intakes, Food and Nutrition Board, Institute of medicine. Washington National Academy Press, 2001. DIETARY, reference intakes DRI Application in dietary assessment: a report of the subcommittees on interpretation and Uses of DRI and Upper reference levels of nutrients, and the standing Commettee on the Scientic Evaluation of Dietary Reference Intakes, Food and Nutrition Board, Institute of medicine. Washington National Academy Press, 2002. FERREIRA, I.K.C. Terapia Nutricional em Unidade de Terapia Intensiva. Rev. Bras. Ter.Intensiva, v.19, n.1, p.90-7, 2007. HIRCHBRUCH, M.D.; CARVALHO, J.R. Nutrição Esportiva. Barueri: Editora Manole, 2002. HESS, Cathy Thomas. Tratamento de feridas. Rio de Janeiro, RJ: Ed Reichmann Affonso, 2002. HERMEN, DN, Spies M – Modern burn care. Semin Pedatr Surg 2001. IRION, Glenn. Feridas: novas abordagens, manejo clinico e atlas em cores. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. JUNIOR, EML, SERRA, MCVF. Tratado de Queimaduras. São Paulo: Atheneu; 2010.
  • 54. 54 KARA, IG, GOK S, HORSANLI O, Z. Estudo população baseada em questionário sobre a prevalência e epidemiologia da queimadura paciente. Ed. Burn, 2008. KNOBEL, E. Condutas no paciente grave. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2007. LEÃO, L.S.C.S; GOMES,MCR. Manual de Nutrição Clínica: para atendimento ambulatorial adulto. Petrópolis, 2007. LIMA, M.E.; SERRA, M.A. Tratado de queimaduras. São Paulo: Atheneu, 2004. LIMA, O. de S.F. LIMA S. FILHO, L.M.S. Queimados: alterações metabólicas, fisiopatologia, classificação e interseções com o tempo de jejum.Fortaleza,2005 Disponivel em: http://www.saj.med.br/uploaded/File/artigos/Queimados.pdf Acesso em: 08 de setembro de 2011. MACEDO, J.L.S.; et al. Fatores de risco da sepse em pacientes queimados. Rev. Col. Bras. Cir. v.32, n.4, 2005. MARCHESAN, W.G.; FARINA, JR.J.A. Tratamento de ferida queimada. In: Jorge, S.A.; Dantas, S.R.P.E. Abordagem multiprofissional no tratamento de feridas. São Paulo: Atheneu. 2003. MACEDO JLS, Rosa S C, Macedo K C S, Castro C. Fatores de risco da sepse em pacientes queimados. Rev Col Bras Cir. 2005. MOIEMEN, NS. Staiano JJ, Ojeh NO, Thway Y, Frame JD. Cirurgia reconstrutiva com um modelo de regeneração dérmica: clínica e histológico estudo. Plástica e reconstrutiva cirurgia. 2001. MOREIRA A.V.B. Vitaminas. In: Silva S.M.C.S, Mura J.D.P. Tratado de alimentação, Nutrição & Dietoterapia. 1. ed. São Paulo: Roca,2007 _________MINISTÉRIO DA SAÚDE. Guia Alimentar para a população brasileira; promovendo a alimentação saudável. Brasília: Ministério da Saúde; 2006. NETTINA, Sandra M. Prática de enfermagem. 8 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. OLSON J.A, Shike M, Ross AC. Tratado de nutrição moderna na saúde e na doença. Barueri: Manole; 2003. PICCOLO, N.S.; et. al. Projeto de diretrizes: Queimaduras. Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina. Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, 2002. PICCOLO, NS. Serra MCVF, Leonardi DF, Lima Jr EM, Novaes FN, Correa MD, Cunha LR, Amaral CER, Prestes MA, Cunha SR, Piccolo MT. Queimaduras: Diagnóstico e Tratamento Inicial. Autoria: Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Rio de janeiro, 2007. REIS, N.T. Nutrição Clínica: interações. Rio de Janeiro: Rúbio, 2004.
  • 55. 55 SILVA, A. G. H. da; COZZOLINO, S. M. F.. Cálcio. In: COZZOLINO, S. M. F. (org.) Biodisponibilidade dos Nutrientes. São Paulo:, Ed. Manole, 2005. SMELTZER, S. C; BARE; B. G. Brunner & Sudarth: Tratado de Enfermagem Queimados. 7 ed. Guanabara Koogan. 2006. SMELTZER, S. C.; BARE, B. G.. Enfermagem na emergência. In: Brunner e Suddarth: Tratado de enfermagem médico cirúrgica. 9. ed. Rio de Janeiro, 2002 SOCIEDADE BRASILEIRA DE QUEIMADURAS – SBQ Disponível em http://www.sbqueimaduras.com.br/sbq/ Acesso em 13 de setembro de 2011 SOMEYA, T.akao; Sekitani, Tsuyoshi; IBA, Shingo; KATO, Yusaku; Kawaguchi, Hiroshi; SAKURAI, Takayasu A grande-área, a matriz de sensores flexíveis de pressão com orgânicos de efeito de campo de transistores para aplicações de pele artificial.São Paulo,2004. STURMER, J.S. Reeducação alimentar: qualidade de vida, emagrecimento e manutenção da saúde. Rio de Janeiro: Vozes, 2001. VANNUCCHI, H.; MARCHINI, J.S. Nutrição e metabolismo. Rio de janeiro: Guanabara Koogan S.A. 2006. VASCONCELOS, F.A.G. Avaliação nutricional de coletividades. 3.ed. Florianópolis: Ed. UFSC,2000. VINHA PP, CUNHA SFC. Nutrição em pacientes queimados. Manual dos residentes de nutrologia do HCFM RP-USP. 1ª ed. v. I. São Paulo:Guanabara Koogan;2008
  • 57. 57 APÊNDICE A: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Pró-Reitoria Acadêmica Campus Grande Florianópolis Curso de Nutrição - Estágio Supervisionado em Nutrição Social ESTUDO DE CASO COM PACIENTE QUEIMADO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Eu (nome do participante) _________________________________, carteira de identidade nº ________,declaro que estou esclarecido (a) sobre os objetivos e procedimentos da pesquisa ´´O Estágio Supervisionado em Nutrição Social: Representações, Expectativas e Recursos dos Alunos da Oitava Fase do Curso de Graduação em Nutrição da Unisul/Pedra Branca (ANO 2011),desenvolvida por integrantes do Grupo de Pesquisa,Educação e Práticas em Saúde Coletiva da UNISUL.Concordo em participar como entrevistado e autorizo a publicação e/ou apresentação dos resultados da pesquisa,desde que sejam respeitados s princípios éticos que me foram apresentados pelos pesquisadores,a saber:  O participante tem o livre arbítrio para participar ou desistir, a qualquer momento, do processo da pesquisa;  O anonimato do participante será mantido em todos os registros da pesquisa;  Não serão publicados dados que possam identificar o participante, bem como pessoas por ele citadas;  A privacidade do participante será respeitada durante o todo o processo de pesquisa, evitando a exposição desnecessária ou situação que possa causar constrangimentos;  Não serão publicados dados cuja divulgação o participante não autorize;  O participante não será exposto a riscos de nenhuma natureza que possam ferir sua integridade física, mental e emocional;  Serão respeitadas as expressões culturais e emocionais dos participantes em relação ao conteúdo do estudo;  O processo da pesquisa não poderá interferir no cotidiano da vida do participante e nem do local onde está sendo realizada a pesquisa;  Todos os momentos de integração pesquisador-sujeito serão acordados com antecedência entre ambos e avaliados a cada fim de encontro;
  • 58. 58  O estudo será apresentado de forma fidedigna, sem distorções de dados;  Os resultados da pesquisa serão apresentados aos sujeitos participantes envolvidos no estudo sob a forma de relatório, apresentação pública ou outra modalidade, conforme acordado entre as partes; Autorizo para: FOTOS ( ) Sim ( ) Não Assinatura_____________ GRAVAÇÃO ( ) Sim ( ) Não Assinatura_____________ OBSERVAÇAO: Caso o participante não consiga ler o conteúdo desse texto, ou não compreenda os termos nele estabelecidos, necessitará de um representante, por ele designado, que assinará o documento após acordado com o participante. Telefones para contato: 48-3279 1145 (Pedra Branca); 48-3621 3365 (Tubarão) _______________________ _________________________ Participante ou Representante Cristiane C. Machado. ______________________________ Prof. Amanda Alcarraz (Coordenador da Pesquisa) ____/___/__ Fonte de referência do modelo do Termo consentimento Livre e esclarecido: Patrício ZM. O processo ético e estético de pesquisar: um movimento qualitativo transformando conhecimentos e a qualidade de vida individual-coletiva. Florianópolis: UFSC; 2004. p.
  • 59. 59 APÊNDICE B – Curvas de crescimento
  • 60. 60
  • 61. 61