Não falamos apenas do twitter. Exploramos o posicionamento político nas mídias sociais, além de dar como exemplo algumas manifestações online como o #preçojusto.
As Redes Sociais e Ação Política Partidária no Brasil: Propaganda ou Notícia no Twitter
1. UNIVERSIDADE TIRADENTES – UNIT
REALIDADE BRASILEIRA E REGIONAL
DANIEL SIMÕES CALDAS
ISAAC BUZZOLA CHENE
ISIS GUIMARÃES
JOSÉ ALBERTO
AS REDES SOCIAIS E AÇÃO POLÍTICA PARTIDÁRIA NO
BRASIL: PROPAGANDA OU NOTÍCIA NO TWITTER
Aracaju
Maio, 2012
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3. • INTRODUÇÃO
Muito se fala sobre redes sociais no mundo inteiro, porém a relação que
é feita em torno deste assunto é a que as mesmas estão apenas ligadas à Internet,
ou mais especificamente às Mídias Sociais.Redes sociais, desde os primórdios da
comunicação humana, estão presentes no nosso cotidiano. É possível conceituar
como uma estrutura social composta por pessoas ou organizações, conectadas
por um ou vários tipos de relações, que partilham valores e objetivos comuns.
Sendo assim, não apenas presente na Internet a partir de plataformas de filtragem
de conteúdo, as redes sociais conceituam-se também nos grupos de discussão
em praças públicas, reuniões de famílias, grupos de amigos, movimentos sociais,
etc. Segundo Recuero (2009) as redes sociais são como os sistemas que
permitem ao autor (primeiro elemento principal da rede social representado por
nós) a construção de uma pessoa através de um perfil; a interação através de
comentários; e a exposição pública da rede social de cada indivíduo. As redes
sociais seriam uma categoria do grupo de software sociais, que seriam programas
com aplicação direta para a comunicação mediada por computador.
Se tratando de política brasileira, é possível ver que em diversos
momentos da história do país houve formações de grupos que buscavam cumprir
um objetivo em comum, sejam ligados a conquistas de bens de consumo,
questões de apropriação de terra, condições gerais de vida, desigualdades
culturais, questões trabalhistas, direitos humanos ou vinculados a problemas
específicos. Porém, nos primeiros momentos, nas primeiras movimentações
sociais, a relevância que era dada aos mesmos não estimulava o apoio da
sociedade brasileira como um todo, de forma que houvesse alguma alteração
cultural relevante. Eram considerados como locais ou paroquiais em suas
perspectivas, descontínuas e efêmeras em sua existência, cuja satisfação
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4. redundaria, em geral, em sua desmobilização ou extinção. Não existindo a
comunicação massificada dos movimentos, apenas, talvez, a manipulação das
grandes empresas de comunicação para não dar foco às manifestações. A
sociedade brasileira careceu por muito tempo de informações deste patamar.
Porém, com a evolução da sociedade, dos meios de comunicação e do
crescimento de interesse por parte da população em participar de movimentos que
estimulam a mudança do país, estes pequenos movimentos locais começaram a
unir forças com outros grupos que possuíam os mesmos objetivos, ou objetivos
parecidos que podiam se somar em apenas uma ideologia ou interesse.
Comissões passam a ser associações que se desenvolvem à, talvez, partidos
políticos, grupos grandes ou pequenos, como associações de moradores, ONGs,
enfim, redes sociais com objetivos em comum com características políticas e
democráticas. (PERUZZO, 1998)
A Ditadura Militar e o impeachment de Collor foram marcos na história
do Brasil, não apenas pelas questões políticas, mas também como provas de que
grandes atitudes por parte da sociedade brasileira contra o Estado, podem
provocar mudanças a favor da mesma. Os acontecimentos ocorreram a partir da
formação de uma geração de opinião pública com um objetivo em comum. Uma
gigantesca rede social.
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5. POLÍTICAS PARTIDÁRIAS
Para se discutir a relação entre Política e Mídias Sociais é preciso
primeiramente ressaltar as questões tendenciosas das políticas partidárias. Quais
seriam suas verdadeiras intenções e como agem para conquistar a simpatia dos
eleitores?
Uma pessoa política não possui muita relevância ou reconhecimento
neste mundo sem antes seguir uma ideologia. Para se ter presença política
oficializada, na nossa democracia, é preciso fazer parte de um partido político. A
possível interpretação disso é que para poder crescer como representante do
povo, é preciso investimento. Investimento para se promover, para carregar um
nome nas costas, para as pessoas apontarem os dedos quando algo errado
acontecer. Um partido vai muito além das ideologias. Um partido é como uma
empresa que foca no lucro do capital social. As políticas partidárias são focadas
em conseguir eleitores, ou seja, pessoas que comprem o seus produtos.
Cabe à sociedade julgar se os sorrisos que recebem de políticos são
realmente verdadeiros ou se são parte de uma estratégia de marketing que a
assessoria política bolou para conseguir a simpatia de alguns eleitores. Este é um
tipo de pensamento que não se encaixa no mundo que vivemos hoje, pois, as
pessoas não mais são passivas às mensagens de uma marca política. Hoje pode-
se reclamar, conversar, expressar-se. A Internet está aqui para provar.
Apesar de aparentar que os parágrafos acima são críticas, cabe dizer
aqui que estas são questões de troca de valores. Como em qualquer vida
capitalista, se algo é feito, é preciso que haja um retorno, um reconhecimento.
Então é bem capaz que boa parte dos políticos conquistem seus públicos-alvo
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6. pelo trabalho exercido durante o período de gestão. Assim como também haverá
outros que buscarão responder às promessas políticas no final. No geral, que
fique claro que políticas partidárias focam na conquista de votos.
Nas estratégias de persuasão nas mídias tradicionais, onde o eleitor é
passivo a informação e é bombardeado de propagandas para a promoção de uma
figura política, fica claro a eficiência da publicidade pelos resultados obtidos nas
campanhas milionárias. Porém, na Internet, mais precisamente nas redes sociais,
não há como existir uma estratégia de mesmo calão, pelo fato do leitor ter controle
de grande parte das mensagens que quer receber. O pensamento político
tradicional será, de certa forma, alterado, pois as estratégias que focam em acusar
o inimigo por erros de gestão cometidos (ou não), nas redes sociais, pode
proliferar uma mensagem negativa que, provavelmente, gerará discussões
contrárias aos objetivos políticos de reconhecimento primeiramente planejados.
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7. MÍDIAS SOCIAIS
As notícias contidas no mundo eram concentradas em jornais, revistas
e principalmente na televisão, ainda considerado o melhor meio de comunicação.
Com o passar dos anos, com a fortificação da Internet e das mídias sociais, a web
se torna não só o mais novo meio de comunicação, como também um ambiente
aberto para discussões de todos os tipos, inclusive assuntos sobre a
sociedade. Para a política, esse novo espaço se torna essencial em todos os
sentidos. Por exemplo, antes o cidadão se via distante dos governantes. De um
lado o cidadão com o seu cotidiano e, em um universo paralelo, estava o político
com suas propostas e decisões. Com a web essa distância se quebra e é nesse
meio que as novas estratégias políticas devem estar concentradas.
O político desce do palanque e vai até os eleitores, ou vice-versa. Não
é preciso ouvir ao programa de rádio ou comparecer às sessões da assembleia
para ser um cidadão engajado. Usando o computador ou o celular, qualquer
pessoa pode ser uma influenciadora ou formadora de opiniões. Se quiser, ela
pode fazer a política na mesma rede em que interage com seus amigos e cultiva
seus hobbies. A grande questão é que o político se mostra presente na vida da
população e não só conquista os votos que irão contabilizar nas urnas, mas
também conquista a confiança do cidadão, claro, que quando a equipe que faz a
gestão de suas mídias sociais é eficiente. Saber que nas redes o candidato
trabalha a transparência, e com o contato direto com as pessoas, faz, de certa
forma, as propostas de governo muito mais próximas de uma realidade palpável.
Pelo Twitter, uma das plataformas de comunicação online, são
marcadas diversas manifestações, assim como o Facebook e as demais
metrópoles sociais. É algo interessante de notar, pois fortalece mais e mais a
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8. participação política dos jovens e demais gerações. De poucos anos para cá, é
possível ver alguns eventos ocorrendo no ambiente virtual que tem, de certa forma,
movido multidões a tomar atitudes a favor de uma causa. O porém é que em
grande parte das vezes, esta atitude se resume a apenas um apoio verbal nas
redes sociais.
Por exemplo, o caso do #preçojusto.Esta ação iniciou-se com um
garoto, o Felipe Neto, que faz muito sucesso com seus vídeos na internet e,
revoltado com a situação dos altos impostos no Brasil, produziu um vídeo para o
Youtube convidando as pessoas a participarem de um abaixo-assinado virtual no
qual ele buscava adquirir um milhão de assinaturas e comprometia-se a levar este
documento diretamente para a presidenta Dilma, no planalto. A atitude gerou uma
certa repercussão durante alguns dias nasmídias sociais, porém poucas semanas
depois nada mais estava sendo falado. (BURGOS, 2011)
Um fato interessante sobre este caso, foi o apoio do jornal virtual 247. O
conteúdo do site deles é normalmente político e bem informativo, quase uma
Carta Capital das mídias sociais. O apoio do jornal ao Felipe Neto na causa,
mostra o conhecimento destes meios de informação política à relevância das
redes sociais para um impacto massivo.Nota-se que, com a Internet em mãos, é
apenas preciso saber usá-la corretamente ao modo que todos poderão se
manifestar e repassar as mensagens aos amigos e familiares, criando assim uma
cadeia de informação que pode, ou não, levar a uma ação.
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9. Considerações Finais
Durante as eleições de 2010, as campanhas online tomaram destaque
no plano nacional. Utilizando de referência a campanha do presidente Barack
Obama dos Estados Unidos, Marina Silva, por ter menos tempo na TV
(provavelmente por questão de menos dinheiro para investir em mídias de massa),
apostou no marketing digital para conquistar a simpatia dos eleitores. Como visto
na época, o poder das redes sociais para a política conseguiu convencer um bom
número de pessoas, revertendo as interações da candidata em votos, levando a
campanha para o segundo turno. (MASINI, 2010)
A estratégia política digital é, em teoria, simples. A humanização da
imagem de uma figura política faz com que as pessoas que as seguem nas redes,
simpatizem com os ideais de um candidato e com seus projetos, pois ele está ali
diretamente conversando com cada usuário que deseja interagir. Um caso recente
interessante de citar foi o do pré-candidato a prefeitura do Rio de Janeiro Rodrigo
Maia. Ele foi acusado de utilizar perfis falsos no Facebookpara interagirem em
suas postagens.Algum internauta fez um vídeo mostrando as farsas das
interações de alguns usuários à Fan Page oficial do Deputado. De acordo com a
produção, o político utilizou um site de internet que pesquisa pelo mundo rostos de
pessoas de acordo com características previamente programadas, para criar estas
interações e, em um programa político, mostrar que ouvia o apelo daqueles e que
iria trabalhar para melhorar a qualidade de vida, etc. Pura estratégia de
marketing(GÓES, 2012).
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10. Erro da equipe do candidato, pois a repercussão disso nas redes
sociais pode tomar proporções gigantescas de forma a acabar com a imagem do
candidato, do partido, da agência que estava fazendo a gestão de mídias sociais
dele, da assessoria, enfim. Na Internet, a mensagem é orgânica, horizontal. Todos
tem acesso a conteúdo na palma das mãos e não adianta tentar processar um
meio de informação, porque, como dizem os profissionais de comunicação: “Quer
divulgar uma mensagem? Proíba-a”. (Jaciara, 2012)
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11. REFERÊNCIAS
BURGOS, Pedro. Campanha #PreçoJusto: não apoiamos, mas
apoiamos.(2011). Disponível em: <http://www.gizmodo.com.br/e-a-campanha-do-
precojusto-hein/>. Acesso em: 24 de maio, 2012.
GOÉS, Bruno. PMDB acusa Rodrigo Maia de criar perfis falsos no
Facebook.(2012). Disponível em: <http://oglobo.globo.com/pais/pmdb-acusa-
rodrigo-maia-de-criar-perfis-falsos-no-facebook-5085925>. Acesso em: 26 de maio,
2012.
MASINI, Marcos. Eleições 2010: Campanha online de Marina Silva ganhou
destaque na mídia.(2010). Disponível em:
<http://jornalistamasini.wordpress.com/2010/10/07/eleicoes-2010-campanha-
online-de-marina-silva-ganhou-destaque-na-midia/>. Acesso em 28 de maio, 2012.
PERUZZO, Cicilia Maria Krohling. Comunicação nos movimentos populares: a
participação na construção da cidadania. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998. 342 p.
RECUERO, Raquel. Redes sociais na internet. Porto Alegre: Sulina 2009 191 p.
(Coleção Cibercultura)
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