SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  3
UESC- UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
PROFESSOR: MARCELO HENRIQUE
ALUNOS: ARIVALDO FARIAS E DANIELISSON
QUESTÕES PARA AVALIAÇÃO DA I UNIDADE
1) NA TEORIA DE CAIO PRADO JR. SOBRE O SENTIDO DA
COLONIZAÇÃO, SEGUIDA E AMPLIADA POR FERNANDO NOVAIS
DENTRE OUTROS AUTORES DA CHAMADA “ESCOLA PAULISTA”,
QUAL O PAPEL DO PACTO COLONIAL?
RESPOSTA: Segundo a teoria de Caio P. Junior sobre o sentido da
colonização seguida por Fernando Novais dentre outros autores que
compunham a chamada “escola paulista”, o papel do pacto
colonial, não está distante do que estudamos nos livros didáticos
durante nosso período de formação nos ensinos fundamental e
médio. O papel do “pacto colonial”, consistia de um modo geral e
“teórico-prático”, em que a metrópole detinha o monopólio de tudo
que era produzido na colônia, sendo que, aos colonos, cabia sanção
de não colonizar com outros povos (nações), era o chamado
atualmente por “exclusivo colonial”. O resultado desse modelo
econômico criava o que a escritora Cheila de Castro Faria chama de,
“via de mão única” ou seja, a riqueza colonial encontrava-se
concentrada em sua maior parte, na metrópole, enquanto que, o
que sobrava “resto do bolo”, era repartido entre os donos de terra
e de escravos. Como consequência disso, a sociedade colonial era
percebida por Caio Prado, como “bipolar”, de um lado
(polo)tínhamos os senhores de terra e escravos e do outro (polo)
tínhamos os responsáveis pela produção de toda riqueza na colônia,
os escravos, desse modo, os demais elementos que estavam fora
desses “polos”, não pertenciam ao sistema colonial. Caio, embora
tenha influenciado outras obras da historiagrafia brasileira,
apresentou uma visão marxista acerca desse modelo econômico
“pacto colonial-sociedade colonial”, analisando o sistema colonial,
apenas do ponto de vista colonial (visão macro, sociedade vista
como “um todo”), ficando outros elementos (“micro” sociais e
econômicos), que serão suscitados por outros autores. O que
veremos na outra questão.
2) APONTE E COMENTE OS PRINCIPAIS ELEMENTOS DO PENSAMENTO
DA “ESCOLA PAULISTA” QUE FORAM ALVOS DA CRÍTICA DE JOÃO
LUIZ FRAGOSO E AMARAL LAPA, DENTRE OUTROS AUTORES?
RESPOSTA. A partir da leitura e compreensão do texto analisado
(Colônia Sem Pacto, de Cheila de Castro Faria), pode-se perceber
que apesar da genialidade de Caio Prado Junior, em suas obras e em
sua observação da sociedade colonial, houveram pontos, que
deixarão de ser observados pelo pensamento da “escola paulista”.
Pontos esses que serão expostos na crítica desses autores citados
(Luiz Fragoso e Amaral Lapa, entre outros). Segundo Cheila de
Castro Faria em seu texto, Colônia sem Pacto, pag. 71 (adaptado) “O
sistema colonial teve um desenvolvimento (desdobramento),
bastante diferente daquele apresentado por Caio Prado mudando a
ótica de observação”. Fica claro que o sistema político, será o
mesmo apresentado por Caio Prado, mas, na prática, o que houve
foi um “pacto colônia furado”, visto que, Portugal não conseguiu
realizar essa política na prática, que se revela um sistema muito
mias complexo e menos dinâmico do que o apresentado pela
“escola paulista”. A ideia monopólio comercial ou exclusividade
comercial, não existiu, visto que, colonos do Brasil comercializavam
com outros povos, outras regiões, pelos portos do “Rio da Prata”. A
ideia de concentração (exploração) somente da mão-de-obra
escrava é revista nessa crítica, visto que fontes históricas mostram a
participação de mulheres e crianças na lavoura. Os lucros advindos
do comércio de escravos ao contrário do que se pensava na “escola
paulista”, não se concentrava somente em Portugal, no auge do
sistema colonial, ficava na colônia (Brasil), pois os comerciantes
desse rico e ilegal comercio residiam aqui no Brasil, e, a partir dessa
prática comercial ilegal e lucrativa, a sociedade colonial foi tomando
outra forma, formando outras camadas. Às práticas mercantis dos
comerciantes desses escravos, não se restringia apenas a essa
atividade ilegal, havia uma enorme fonte de riquezas geradas na
produção agrícola, pecuária e extrativista que eles investiam.
Destarte, essas novas perspectivas apresentadaspor esses críticos,
enriquecem e ampliam ainda mais os estudos acerca da sociedade
colonial no Brasil. Por fim, parafraseando Cheila de Castro Faria, “o
pacto colonial, parece ter sido mais um projeto, um ideal a ser
perseguido, do que necessariamente uma realidade de fato”.

Contenu connexe

Tendances (20)

Século xx (1900 1922)pre-modernismo
Século xx (1900 1922)pre-modernismoSéculo xx (1900 1922)pre-modernismo
Século xx (1900 1922)pre-modernismo
 
Sérgio buarque de holanda raízes do brasil
Sérgio buarque de holanda raízes do brasilSérgio buarque de holanda raízes do brasil
Sérgio buarque de holanda raízes do brasil
 
Pre modernismo
Pre modernismoPre modernismo
Pre modernismo
 
Apostila Segunda Geração Modernista
Apostila Segunda Geração ModernistaApostila Segunda Geração Modernista
Apostila Segunda Geração Modernista
 
Caio prado Junior
Caio prado  JuniorCaio prado  Junior
Caio prado Junior
 
Caio prado
Caio pradoCaio prado
Caio prado
 
Graça aranha
Graça aranhaGraça aranha
Graça aranha
 
Realismo naturalismo
Realismo naturalismoRealismo naturalismo
Realismo naturalismo
 
Pré modernismo
Pré modernismoPré modernismo
Pré modernismo
 
O Realismo em Portugal - Literatura Portuguesa
O Realismo em Portugal - Literatura PortuguesaO Realismo em Portugal - Literatura Portuguesa
O Realismo em Portugal - Literatura Portuguesa
 
Caio prado jr.
Caio prado jr.Caio prado jr.
Caio prado jr.
 
Raizes do brasil
Raizes do brasilRaizes do brasil
Raizes do brasil
 
A Sociologia no Brasil
A Sociologia no BrasilA Sociologia no Brasil
A Sociologia no Brasil
 
Pre modernismo
Pre modernismoPre modernismo
Pre modernismo
 
RESENHA CRÍTICA DO LIVRO: QUEM É O POVO NO BRASIL?
RESENHA CRÍTICA DO LIVRO: QUEM É O POVO NO BRASIL?RESENHA CRÍTICA DO LIVRO: QUEM É O POVO NO BRASIL?
RESENHA CRÍTICA DO LIVRO: QUEM É O POVO NO BRASIL?
 
Fases da implantação da sociologia no brasil
Fases da implantação da sociologia no brasilFases da implantação da sociologia no brasil
Fases da implantação da sociologia no brasil
 
Resenha critica do livro raizes do brasil
Resenha critica do livro raizes do brasilResenha critica do livro raizes do brasil
Resenha critica do livro raizes do brasil
 
O pre modernismo
O pre modernismoO pre modernismo
O pre modernismo
 
Naturalismo e Realismo
Naturalismo e RealismoNaturalismo e Realismo
Naturalismo e Realismo
 
O romance de 30
O romance de 30O romance de 30
O romance de 30
 

En vedette

1 multipart x_f8ff_2_wat was ook alweer de planning d.d. 2 september
1 multipart x_f8ff_2_wat was ook alweer de planning d.d. 2 september1 multipart x_f8ff_2_wat was ook alweer de planning d.d. 2 september
1 multipart x_f8ff_2_wat was ook alweer de planning d.d. 2 septemberWJ
 
Resultados inquéritos
Resultados inquéritosResultados inquéritos
Resultados inquéritosJosé Ferreira
 
Financieringen subsidies fiscaliteiten voor warmtenetten warmtecongres 2014
Financieringen subsidies fiscaliteiten voor warmtenetten warmtecongres 2014Financieringen subsidies fiscaliteiten voor warmtenetten warmtecongres 2014
Financieringen subsidies fiscaliteiten voor warmtenetten warmtecongres 2014Joost Holleman
 
Historia tecnología
Historia tecnologíaHistoria tecnología
Historia tecnologíajudiloes
 
Curriculum Vitae_Vanneste_Jeremy
Curriculum Vitae_Vanneste_JeremyCurriculum Vitae_Vanneste_Jeremy
Curriculum Vitae_Vanneste_JeremyJérémy Vanneste
 
Presentazione standard1
Presentazione standard1Presentazione standard1
Presentazione standard1anton111111
 
գեղամ թումանյան աշուն
գեղամ թումանյան աշունգեղամ թումանյան աշուն
գեղամ թումանյան աշունharutyunyananahit
 
Matemática 3 a
Matemática 3 aMatemática 3 a
Matemática 3 aSilvaprado
 
Venchurny rinok v rossii
Venchurny rinok v rossiiVenchurny rinok v rossii
Venchurny rinok v rossiiFOM-MEDIA
 
Partnering IRAs to Invest in Real Estate
Partnering IRAs to Invest in Real EstatePartnering IRAs to Invest in Real Estate
Partnering IRAs to Invest in Real EstateThe Entrust Group
 
LIS 653, Session 3: Principles and Standards
LIS 653, Session 3: Principles and Standards LIS 653, Session 3: Principles and Standards
LIS 653, Session 3: Principles and Standards Dr. Starr Hoffman
 

En vedette (20)

Escritura interactiva
Escritura interactivaEscritura interactiva
Escritura interactiva
 
1 multipart x_f8ff_2_wat was ook alweer de planning d.d. 2 september
1 multipart x_f8ff_2_wat was ook alweer de planning d.d. 2 september1 multipart x_f8ff_2_wat was ook alweer de planning d.d. 2 september
1 multipart x_f8ff_2_wat was ook alweer de planning d.d. 2 september
 
Bibliografia
Bibliografia Bibliografia
Bibliografia
 
O pintor do sombreiro de malvas
O pintor do sombreiro de malvasO pintor do sombreiro de malvas
O pintor do sombreiro de malvas
 
Resultados inquéritos
Resultados inquéritosResultados inquéritos
Resultados inquéritos
 
De thituh k34
De thituh k34De thituh k34
De thituh k34
 
AFRICA
AFRICAAFRICA
AFRICA
 
copa 2014
copa 2014copa 2014
copa 2014
 
Financieringen subsidies fiscaliteiten voor warmtenetten warmtecongres 2014
Financieringen subsidies fiscaliteiten voor warmtenetten warmtecongres 2014Financieringen subsidies fiscaliteiten voor warmtenetten warmtecongres 2014
Financieringen subsidies fiscaliteiten voor warmtenetten warmtecongres 2014
 
Fab Lab in het Onderwijs
Fab Lab in het OnderwijsFab Lab in het Onderwijs
Fab Lab in het Onderwijs
 
D85 november 2014
D85 november 2014D85 november 2014
D85 november 2014
 
Historia tecnología
Historia tecnologíaHistoria tecnología
Historia tecnología
 
25 De Novembro
25 De Novembro25 De Novembro
25 De Novembro
 
Curriculum Vitae_Vanneste_Jeremy
Curriculum Vitae_Vanneste_JeremyCurriculum Vitae_Vanneste_Jeremy
Curriculum Vitae_Vanneste_Jeremy
 
Presentazione standard1
Presentazione standard1Presentazione standard1
Presentazione standard1
 
գեղամ թումանյան աշուն
գեղամ թումանյան աշունգեղամ թումանյան աշուն
գեղամ թումանյան աշուն
 
Matemática 3 a
Matemática 3 aMatemática 3 a
Matemática 3 a
 
Venchurny rinok v rossii
Venchurny rinok v rossiiVenchurny rinok v rossii
Venchurny rinok v rossii
 
Partnering IRAs to Invest in Real Estate
Partnering IRAs to Invest in Real EstatePartnering IRAs to Invest in Real Estate
Partnering IRAs to Invest in Real Estate
 
LIS 653, Session 3: Principles and Standards
LIS 653, Session 3: Principles and Standards LIS 653, Session 3: Principles and Standards
LIS 653, Session 3: Principles and Standards
 

Similaire à Dani e ari, questões de historia do brasil

Evolução politica do Brasil
Evolução politica do Brasil Evolução politica do Brasil
Evolução politica do Brasil Adail Silva
 
2 fase comentada
2 fase comentada2 fase comentada
2 fase comentadaWhistoriapi
 
Trajetórias na educação_dos_surdos
Trajetórias na educação_dos_surdosTrajetórias na educação_dos_surdos
Trajetórias na educação_dos_surdosPaula Aparecida Alves
 
INSTITUIÇÕES ESCOLARES NO BRASIL COLONIAL E IMPERIAL Art12 28
INSTITUIÇÕES ESCOLARES NO BRASIL COLONIAL E IMPERIAL Art12 28INSTITUIÇÕES ESCOLARES NO BRASIL COLONIAL E IMPERIAL Art12 28
INSTITUIÇÕES ESCOLARES NO BRASIL COLONIAL E IMPERIAL Art12 28Claudinei Gonçalves de Lima
 
Correio braziliense
Correio brazilienseCorreio braziliense
Correio brazilienseSOSCULTURA
 
4ufkfdqg(2)
4ufkfdqg(2)4ufkfdqg(2)
4ufkfdqg(2)mauxa
 
1 fase comentada 2011
1 fase comentada 20111 fase comentada 2011
1 fase comentada 2011Whistoriapi
 
Anibal quijano-dom-quixote-e-os-moinhos-de-vento-na-america-latina
Anibal quijano-dom-quixote-e-os-moinhos-de-vento-na-america-latinaAnibal quijano-dom-quixote-e-os-moinhos-de-vento-na-america-latina
Anibal quijano-dom-quixote-e-os-moinhos-de-vento-na-america-latinaAgda Alencar
 
Resenha alexandre barata
Resenha alexandre barataResenha alexandre barata
Resenha alexandre barataOlegarioBatist
 
Romantismo a-formação-da-literatura-brasileira júlio-flávio
Romantismo a-formação-da-literatura-brasileira júlio-flávioRomantismo a-formação-da-literatura-brasileira júlio-flávio
Romantismo a-formação-da-literatura-brasileira júlio-fláviojasonrplima
 
Cultura popular uma reflexão necessária
Cultura popular uma reflexão necessáriaCultura popular uma reflexão necessária
Cultura popular uma reflexão necessáriaHENRIQUE GOMES DE LIMA
 
História do Brasil Boris Fausto
História do Brasil Boris FaustoHistória do Brasil Boris Fausto
História do Brasil Boris FaustoAndrea Bella
 
antonio inacio ferraz-historia do Brasil-Técnico em eletronica no colégio cru...
antonio inacio ferraz-historia do Brasil-Técnico em eletronica no colégio cru...antonio inacio ferraz-historia do Brasil-Técnico em eletronica no colégio cru...
antonio inacio ferraz-historia do Brasil-Técnico em eletronica no colégio cru...ANTONIO INACIO FERRAZ
 

Similaire à Dani e ari, questões de historia do brasil (20)

Evolução politica do Brasil
Evolução politica do Brasil Evolução politica do Brasil
Evolução politica do Brasil
 
Capitalismo
CapitalismoCapitalismo
Capitalismo
 
2 fase comentada
2 fase comentada2 fase comentada
2 fase comentada
 
Trajetórias na educação_dos_surdos
Trajetórias na educação_dos_surdosTrajetórias na educação_dos_surdos
Trajetórias na educação_dos_surdos
 
INSTITUIÇÕES ESCOLARES NO BRASIL COLONIAL E IMPERIAL Art12 28
INSTITUIÇÕES ESCOLARES NO BRASIL COLONIAL E IMPERIAL Art12 28INSTITUIÇÕES ESCOLARES NO BRASIL COLONIAL E IMPERIAL Art12 28
INSTITUIÇÕES ESCOLARES NO BRASIL COLONIAL E IMPERIAL Art12 28
 
Correio braziliense
Correio brazilienseCorreio braziliense
Correio braziliense
 
4ufkfdqg(2)
4ufkfdqg(2)4ufkfdqg(2)
4ufkfdqg(2)
 
4ufkfdqg
4ufkfdqg4ufkfdqg
4ufkfdqg
 
4ufkfdqg(2)
4ufkfdqg(2)4ufkfdqg(2)
4ufkfdqg(2)
 
1 fase comentada 2011
1 fase comentada 20111 fase comentada 2011
1 fase comentada 2011
 
Anibal quijano-dom-quixote-e-os-moinhos-de-vento-na-america-latina
Anibal quijano-dom-quixote-e-os-moinhos-de-vento-na-america-latinaAnibal quijano-dom-quixote-e-os-moinhos-de-vento-na-america-latina
Anibal quijano-dom-quixote-e-os-moinhos-de-vento-na-america-latina
 
Resenha alexandre barata
Resenha alexandre barataResenha alexandre barata
Resenha alexandre barata
 
Raízes do brasi1
Raízes do brasi1Raízes do brasi1
Raízes do brasi1
 
Romantismo a-formação-da-literatura-brasileira júlio-flávio
Romantismo a-formação-da-literatura-brasileira júlio-flávioRomantismo a-formação-da-literatura-brasileira júlio-flávio
Romantismo a-formação-da-literatura-brasileira júlio-flávio
 
Tarefa 11 2 Em
Tarefa 11   2 EmTarefa 11   2 Em
Tarefa 11 2 Em
 
Cultura popular uma reflexão necessária
Cultura popular uma reflexão necessáriaCultura popular uma reflexão necessária
Cultura popular uma reflexão necessária
 
História do Brasil Boris Fausto
História do Brasil Boris FaustoHistória do Brasil Boris Fausto
História do Brasil Boris Fausto
 
HISTÓRIA DO BRASIL
HISTÓRIA DO BRASILHISTÓRIA DO BRASIL
HISTÓRIA DO BRASIL
 
antonio inacio ferraz-historia do Brasil-Técnico em eletronica no colégio cru...
antonio inacio ferraz-historia do Brasil-Técnico em eletronica no colégio cru...antonio inacio ferraz-historia do Brasil-Técnico em eletronica no colégio cru...
antonio inacio ferraz-historia do Brasil-Técnico em eletronica no colégio cru...
 
História do brasil
História do brasilHistória do brasil
História do brasil
 

Dani e ari, questões de historia do brasil

  • 1. UESC- UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PROFESSOR: MARCELO HENRIQUE ALUNOS: ARIVALDO FARIAS E DANIELISSON QUESTÕES PARA AVALIAÇÃO DA I UNIDADE 1) NA TEORIA DE CAIO PRADO JR. SOBRE O SENTIDO DA COLONIZAÇÃO, SEGUIDA E AMPLIADA POR FERNANDO NOVAIS DENTRE OUTROS AUTORES DA CHAMADA “ESCOLA PAULISTA”, QUAL O PAPEL DO PACTO COLONIAL? RESPOSTA: Segundo a teoria de Caio P. Junior sobre o sentido da colonização seguida por Fernando Novais dentre outros autores que compunham a chamada “escola paulista”, o papel do pacto colonial, não está distante do que estudamos nos livros didáticos durante nosso período de formação nos ensinos fundamental e médio. O papel do “pacto colonial”, consistia de um modo geral e “teórico-prático”, em que a metrópole detinha o monopólio de tudo que era produzido na colônia, sendo que, aos colonos, cabia sanção de não colonizar com outros povos (nações), era o chamado atualmente por “exclusivo colonial”. O resultado desse modelo econômico criava o que a escritora Cheila de Castro Faria chama de, “via de mão única” ou seja, a riqueza colonial encontrava-se concentrada em sua maior parte, na metrópole, enquanto que, o que sobrava “resto do bolo”, era repartido entre os donos de terra e de escravos. Como consequência disso, a sociedade colonial era percebida por Caio Prado, como “bipolar”, de um lado (polo)tínhamos os senhores de terra e escravos e do outro (polo) tínhamos os responsáveis pela produção de toda riqueza na colônia, os escravos, desse modo, os demais elementos que estavam fora desses “polos”, não pertenciam ao sistema colonial. Caio, embora tenha influenciado outras obras da historiagrafia brasileira, apresentou uma visão marxista acerca desse modelo econômico “pacto colonial-sociedade colonial”, analisando o sistema colonial,
  • 2. apenas do ponto de vista colonial (visão macro, sociedade vista como “um todo”), ficando outros elementos (“micro” sociais e econômicos), que serão suscitados por outros autores. O que veremos na outra questão. 2) APONTE E COMENTE OS PRINCIPAIS ELEMENTOS DO PENSAMENTO DA “ESCOLA PAULISTA” QUE FORAM ALVOS DA CRÍTICA DE JOÃO LUIZ FRAGOSO E AMARAL LAPA, DENTRE OUTROS AUTORES? RESPOSTA. A partir da leitura e compreensão do texto analisado (Colônia Sem Pacto, de Cheila de Castro Faria), pode-se perceber que apesar da genialidade de Caio Prado Junior, em suas obras e em sua observação da sociedade colonial, houveram pontos, que deixarão de ser observados pelo pensamento da “escola paulista”. Pontos esses que serão expostos na crítica desses autores citados (Luiz Fragoso e Amaral Lapa, entre outros). Segundo Cheila de Castro Faria em seu texto, Colônia sem Pacto, pag. 71 (adaptado) “O sistema colonial teve um desenvolvimento (desdobramento), bastante diferente daquele apresentado por Caio Prado mudando a ótica de observação”. Fica claro que o sistema político, será o mesmo apresentado por Caio Prado, mas, na prática, o que houve foi um “pacto colônia furado”, visto que, Portugal não conseguiu realizar essa política na prática, que se revela um sistema muito mias complexo e menos dinâmico do que o apresentado pela “escola paulista”. A ideia monopólio comercial ou exclusividade comercial, não existiu, visto que, colonos do Brasil comercializavam com outros povos, outras regiões, pelos portos do “Rio da Prata”. A ideia de concentração (exploração) somente da mão-de-obra escrava é revista nessa crítica, visto que fontes históricas mostram a participação de mulheres e crianças na lavoura. Os lucros advindos do comércio de escravos ao contrário do que se pensava na “escola paulista”, não se concentrava somente em Portugal, no auge do sistema colonial, ficava na colônia (Brasil), pois os comerciantes desse rico e ilegal comercio residiam aqui no Brasil, e, a partir dessa prática comercial ilegal e lucrativa, a sociedade colonial foi tomando
  • 3. outra forma, formando outras camadas. Às práticas mercantis dos comerciantes desses escravos, não se restringia apenas a essa atividade ilegal, havia uma enorme fonte de riquezas geradas na produção agrícola, pecuária e extrativista que eles investiam. Destarte, essas novas perspectivas apresentadaspor esses críticos, enriquecem e ampliam ainda mais os estudos acerca da sociedade colonial no Brasil. Por fim, parafraseando Cheila de Castro Faria, “o pacto colonial, parece ter sido mais um projeto, um ideal a ser perseguido, do que necessariamente uma realidade de fato”.