O documento discute princípios e métodos de custeio, apresentando exemplos de cálculo de custos usando os métodos de custeio integral, variável e ideal. O documento também mostra como o uso do custeio ideal, ao separar custos de desperdícios, pode auxiliar na tomada de decisões e no combate a ineficiências.
2. 2
Princípios e
Métodos de Custeio
• Princípios – adequação das necessidades
de informações para tomada de decisão.
– Quais são os objetivos do sistema?
O tipo de informação
As informações relevantes
• Métodos – parte operacional do sistema.
– Como os dados devem ser processados?
3. Princípios e
Métodos de Custeio
• Cálculo dos custos do produto – feito
pela divisão dos custos associados a
cada produto pelas quantidades
produzidas.
3
Processo
Produtivo
Insumos
(custos)
Produtos
A Empresa vista como um Processo
4. 4
Princípios e
Métodos de Custeio
• Princípios:
– Custeio Variável;
– Custeio por Absorção Integral (ou Absorção Total);
– Custeio por Absorção Ideal.
• Métodos:
– Método do Custo-Padrão;
– Método dos Centros de Custos;
– Custeio Baseado em Atividades (ABC);
– Unidade de Esforço de Produção (UEP).
5. O Sistema de Gestão e o
Sistema de Custos
Para que as informações de custos produzam bons resultados
é necessários que o sistema de custos esteja em sintonia
com o sistema mais amplo: o de gestão.
O sistema de custos não deve fornecer informações inúteis
que levem a decisões empresariais incorretas, ele deve dar
suporte ao processo de transformação em nível da
administração da produção.
5
Gestão
Princípios
Custos
Princípios
Métodos
Métodos
6. Objetivos dos Sistemas de
Custos
PrincípioPrincípio
• Norteia o tratamento dastratamento das
informações.informações.
• Determina qualqual
informação o sistema
deve gerar.
• Está relacionado com o
objetivo do sistemaobjetivo do sistema.
6
MétodoMétodo
• Viabiliza a
operacionalização daqueleoperacionalização daquele
princípioprincípio.
• Diz respeito a comocomo a
informação será obtida.
• Está relacionado com os
procedimentos doprocedimentos do
sistemasistema.
Objetivos:
• Avaliação de estoques;
• Auxílio ao controle; e
• Auxílio à tomada de decisões.
7. Princípios de Custeio
• Identificam o tratamento dado pelo
sistema aos custos fixos.
– Custeio por Absorção Integral
– Custeio Variável
– Custeio por Absorção Ideal
7
8. Custeio por Absorção Integral
• A totalidade dos custos (fixos e variáveis) são
alocados aos produtos.
• Atendimento das exigências da contabilidade
financeira para avaliação dos estoques.
• Exemplo 1:
A empresa XPTO, em um determinado mês, produziu
80.000 unidades. Os custos totais do período
atingiram $ 1.400.000,00. Qual é o custo do
produto com o custeio integral?
O custeio integral alocaria $ 17,50O custeio integral alocaria $ 17,50
(1.400.000/80.000) ao produto(1.400.000/80.000) ao produto.
8
9. Custeio Variável
• Apenas os custos variáveis são relacionados
aos produtos, sendo os custos fixos
considerados como custos do período.
• Relacionam-se às tomadas de decisões de
curto prazo, onde os custos variáveis tornam-
se relevantes e os custos fixos não.
• Independente do volume de produção, sempre
existirão os custos fixos. Então, o quanto
produzir de cada produto é uma decisão que
cabe a análise dos custos variáveis. 9
10. Custeio Variável
• Exemplo 2:
A empresa XPTO, em um determinado período,
produziu 80.000 unidades. Os custos totais do
período atingiram $ 1.400.000,00, sendo
$1.000.000,00 de custos fixos e $ 400.000,00 de
custos variáveis. Qual é o custo do produto de
acordo com o custeio variável?
O custeio variável considera apenas $ 5,00O custeio variável considera apenas $ 5,00
(400.000/80.000) como sendo custos do produto.(400.000/80.000) como sendo custos do produto.
O restante ($ 1.000.000) é o custo do período.O restante ($ 1.000.000) é o custo do período.
10
11. Custeio por Absorção Ideal
• Todos os custos são computados como
custos dos produtos. Mas, os custos
relacionados com insumos usados de
forma não-eficiente (desperdícios) não
são alocados aos produtos.
• Adapta-se ao auxílio do controle de
custos e ao apoio ao processo de
melhoria contínua da empresa.
11
12. Custeio por Absorção Ideal
• Exemplo 3:
A empresa XPTO possui capacidade para produzir 100.000
produtos e, em um determinado mês, produziu 80.000
unidades. Os custos fixos do período atingem $ 1.000.000,00
e os custos variáveis ideais são $ 5,00 por unidade, atingindo
$ 400.000,00 (5 x 80.000) no período. Quais são os custos
dos produtos de acordo com o custeio ideal?
O custeio por absorção ideal alocaria $ 15,00O custeio por absorção ideal alocaria $ 15,00
((1.000.000/100.000 ) + 5) por item produzido e o restante, $((1.000.000/100.000 ) + 5) por item produzido e o restante, $
200.000,00 (20.000 x 10*), corresponde aos desperdícios do200.000,00 (20.000 x 10*), corresponde aos desperdícios do
período.período.
*CF unit = (1.000.000/100.000) = $ 10,00/un
*Não aloca custos variáveis as 20.000 unidades, pois não foram produzidas.12
14. Custeio Integral e Custeio
Ideal
• A separação entre custos e desperdícios é
fundamental para a mensuração dos
desperdícios do processo produtivo,
facilitando o controle dos mesmos.
• Possibilita ações de combate ao trabalho que
não agrega valor e às perdas.
14
15. Custeio Integral e Custeio
Ideal
• Exemplo
Imagine que o preço de venda do produto da empresa
XPTO seja $20/un. Tomando o custo obtido pelo
custeio integral ($17,50), tem-se:
15
Resultado da empresa XPTO pelo custeio integral
Total ($) Unitário ($/un)
Preço 1.600.000,00 20,00
Custos 1.400.000,00 17,50
Lucro 200.000,00 2,50
Só sabemos
que a empresa
obteve lucro
16. Custeio Integral e Custeio
Ideal
• Exemplo
Imagine que o preço de venda do produto da empresa XPTO seja
$20/un. Tomando o custo obtido pelo custeio integral ($17,50), tem-
se:
16
Resultado da empresa XPTO pelo custeio integral
Total ($) Unitário ($/un)
Preço 1.600.000,00 20,00
Custos 1.400.000,00 17,50
Lucro 200.000,00 2,50
Resultado da empresa XPTO pelo custeio ideal
Total ($) Unitário ($/un)
Preço 1.600.000,00 20,00
Custos 1.200.000,00 15,00
Lucro potencial 400.000,00 5,00
Desperdício 200.000,00 2,50
Lucro 200.000,00 2,50
Se
eliminássemos o
desperdício,
duplicaríamos o
lucro
17. Custeio Integral e Custeio
Ideal
• Exemplo
Supondo que a concorrência no setor da empresa XPTO cresça e,
consequentemente, o preço do mercado seja reduzido para $17,00:
17
Resultado da empresa XPTO pelo custeio integral
Total ($) Unitário ($/un)
Preço 1.600.000,00 20,00
Custos 1.400.000,00 17,50
Lucro 200.000,00 2,50
Resultado da empresa XPTO com o acirramento da
concorrência (custeio integral)
Total ($) Unitário ($/un)
Preço 1.360.000,00 17,00
Custos 1.400.000,00 17,50
Lucro/Prejuízo (40.000,00) (0,50)
Prejuízo!!!!
Será que a
concorrência
está praticando
“dumping”?
Dumping é a redução do preço de venda com objetivo de eliminar a concorrência.
18. Custeio Integral e Custeio
Ideal
• Exemplo
18
Resultado da empresa XPTO com o acirramento da
concorrência (custeio ideal)
Total ($) Unitário ($/un)
Preço 1.360.000,00 17,00
Custos 1.200.000,00 15,00
Lucro potencial 160.000,00 2,00
Desperdício 200.000,00 2,50
Lucro (40.000,00) (0,50)
Se eliminássemos
o desperdício,
sobreviveremos à
concorrência
Resultado da empresa XPTO pelo custeio ideal
Total ($) Unitário ($/un)
Preço 1.600.000,00 20,00
Custos 1.200.000,00 15,00
Lucro potencial 400.000,00 5,00
Desperdício 200.000,00 2,50
Lucro 200.000,00 2,50
19. 19
Preço = Custo + Lucro
Lucro = Preço - Custo
Custo = Preço - Lucro
Custo-meta
Preços de Venda
O mercado que fixa o
preço.
Quando o preço começa a
ser reduzido, é importante
se controlar e reduzir os
custos, atacando os
desperdícios.
O gerente deve perguntar
quais deveriam ser os
custos para a empresa ser
competitiva e deve atuar
para atingir aquela meta.
21. O QUE É
MARK UP
21
Mark UpMark Up é um termo usado
em Economia para indicar
quanto do preço do produto
está acima do seu custo de
produção e distribuição
22. Determinação do Preço por
Mark-up*
A empresa MK faz um único produto, que tem um custo variável de
$ 5/un. Os custos fixos totalizam $ 100.000,00, sendo sua
capacidade de produção 10.000 unidades. Essa empresa vem
trabalhando em seu nível de produção máximo e, assim, o CUSTO
UNITÁRIO de seu produto é:
Custo = 100.000 / 10.000 + 5 = 10 + 5 = $ 15/un$ 15/un
O PREÇO DE VENDA é determinado fixando-se um lucro de 40% sobre
o custo (mark-up = 1,4) e, então, fica:
Preço = 1,4 x Custo = 1,4 x 15 = $ 21/un$ 21/un
Em um período de recessão, as vendas caem 37,5%, atingindo 6.250
unidades. Pelo custeio integral, o custo unitário passa para:
Custo = 100.000 / 6.250 + 5 = 16 + 5 = $ 21/un$ 21/un
O preço praticado pela empresa torna-se:
Preço = 1,4 x Custo = 1,4 x 21 = $ 29,40/un$ 29,40/un 22
23. Determinação do Preço por
Mark-up
Preço = $ 21/un e Preço = $ 29,40/un
Então, a empresa MK perde competitividade, pois o preço está muito acima do
mercado e seu custo unitário permanece o mesmo.
Para explorar o porquê desse impasse, recalcularemos o preço após a queda nas
vendas, analisando o custo ideal:
O cálculo do preço de venda foi:
Custo = 100.000 / 10.000 + 5 = 10 + 5 = $ 15/un
Desperdício = [(100.000 / 10.000) x (10.000 - 6.250)] / 6.250 =
$ 6/un
PREÇO =1,4 x 21=1,4 x (5 + 10 + 6)=7 + 14 + 8,4= $ 29,40/un
23
Custo
variável
Custo
fixo
Desperdício
A gerência deve agir para eliminar ou reduzir a ineficiência na utilização dos recursos
25. A Espiral da Morte
A empresa EM possui custos fixos de $ 100.000,00 por mês e custos
variáveis de $1.000,00/un . Ela pode trabalhar 200 horas no mês
e, se for eficiente, pode produzir 1 un/h. No último mês, a
produção foi de 125 unidades. O mercado da empresa EM é muito
competitivo e, para poder competir, a empresa fixou inicialmente um
preço de venda de $ 1.800/un.
Pelo custeio integral, o custo do produto seria:
Custo = 100.000 / 125 + 1.000 = $ 1.800/un
Com lucro zero, pouca coisa resta a fazer a não ser aumentar o preço
de venda para, por exemplo, $ 2.000/un, o que é feito pela
empresa. Contudo, o aumento do preço causa um efeito indesejado:
a redução da quantidade vendida para 100 unidades. Analisando-se
o novo custo, tem-se que:
Custo = 100.000 / 100 + 1.000 = $ 2.000/um
O lucro continua sendo zero. Se os tomadores de decisão insistirem na
política de elevar o preço por causa do custo, a empresa EM entra
em um ciclo conhecido por espiral da morte. 25
26. A Espiral da Morte
Voltando às condições originais e empregando o método do custeio ideal, o custo
do produto seria agora:
Custo = 100.000 / 200 + 1.000 = $ 1.500/un
26
Resultado da Empresa EM
Total ($) Unitário ($/un)
Preço 225.000,00 1.800,00
Custo 187.500,00 1.500,00
Lucro potencial 37.500,00 300,00
Desperdício 37.500,00 300,00
Lucro 0 0
125 unidades produzidas
(100.000 / 200) x (200 – 125) /
125 ou
Custos integral – Custo
ideal =
1.800 – 1.500
28. Análise dos Desperdícios
Se a capacidade de produção da empresa AD e
seu nível de atividades em um determinado
período forem 100 unidades e os custos fixos
corresponderem a $1.000, os custos fixos
unitários dos produtos serão $10, tanto no
custeio ideal quanto no integral, situação que
indica não haver desperdícios. Sendo os custos
variáveis de $5/unidade, o custo total do
período é $1.500.
.
28
29. Análise dos Desperdícios
Caso a produção em outro período seja de 80
unidades, sem produção defeituosa, com os
custos fixos permanecendo em $1.000, o
custeio integral alocaria a totalidade dos
custos fixos aos produtos, resultando em
$12,50 (1.000/80) de custo fixo unitário,
enquanto o custeio ideal distribuiria somente
$800 aos produtos, com os custos fixos
permanecendo $10/unidade (1.000/100). Os
$200 restantes estão, na verdade,
relacionados com as perdas do período.
29
30. Análise dos Desperdícios
30
Gastos de dois períodos na empresa AD
Produção
100 unidades 80 unidades
GASTOS Total
Unitário
($/un)
Total
Unitário
($/un)
Custos
variáveis
500,00 5,00 400,00 5,00
Custos
fixos
1.000,00 10,00 800,00 10,00
Desperdí-
cios
0 0 200,00 2,50
TOTAL 1.500,00 15,00 1.400,00 17,50
Em ambos os casos, o custos unitário dos produtos é R$ 15,00,
por isto é necessário se analisar os desperdícios.
31. Análise dos Desperdícios
Voltando a empresa AD, os desperdícios poderiam, ainda, ser
subdivididos em ineficiência e ociosidade. Se, no tempo em que
se fabricaram os 80 itens, o padrão eficiente de produção
indicasse a possibilidade de serem confeccionadas 85 unidades, o
desperdício por ineficiência seria $50 = [10 x (85 – 80)] e o
desperdício por ociosidade $150 = [10 x (100 – 85)].
31
Separação dos desperdícios por ineficiência e por ociosidade na empresa AD
Produção
100 unidades 80 unidades
GASTOS Total Unitário ($/un) Total Unitário ($/un)
Custos variáveis 500,00 5,00 400,00 5,00
Custos fixos 1.000,00 10,00 800,00 10,00
Ociosidade 0 0 150,00 1,875
Ineficiência 0 0 50,00 0,625
TOTAL 1.500,00 15,00 1.400,00 17,50
32. Análise dos Desperdícios
Para se isolar os desperdícios por produção defeituosa é
preciso o número de unidades retrabalhadas e
refugadas*. No exemplo analisado, supondo que 2 das
80 unidades boas produzidas tenham sido
retrabalhadas, o trabalho de transformação
equivaleria a 82 unidades (80 + 2). Portanto, os
desperdícios seriam divididos em ociosidade,
ineficiência e retrabalho. A ineficiência equivaleria a
3 unidades (85 – 82), ou $30 (3 x 10), e o desperdício
por retrabalho valeria 2 unidades, ou $20 (2 x 10).
32
•Unidades retrabalhadas são produtos defeituosos que podem ser recuperados e
• unidades refugadas são produtos defeituosos que não podem ser recuperados.
33. Análise dos Desperdícios
33
Separação do desperdício por retrabalho na empresa AD
Produção
100 unidades 80 unidades
GASTOS Total
Unitário
($/un)
Total
Unitário
($/un)
Custos
variáveis
500,00 5,00 400,00 5,00
Custos fixos 1.000,00 10,00 800,00 10,00
Ociosidade 0 0 150,00 1,875
Ineficiência 0 0 30,00 0,375
Retrabalho 0 0 20,00 0,25
TOTAL 1.500,00 15,00 1.400,00 17,50
34. Análise dos Desperdícios
Vamos supor que, além disso, 1 unidade adicional
tenha sido refugada (caracterizando-se uma
produção total de 81 unidades), o trabalho de
transformação equivaleria a 83 unidades (80
boas + 2 retrabalhadas + 1 refugada). Agora, a
ineficiência equivaleria a 2 unidades (85 – 83),
ou $20 (2 x 10), o retrabalho valeria 2
unidades, ou $20 (2 x 10), e o desperdício por
refugo valeria 1 unidade.
34
35. Análise dos Desperdícios
Ressalta-se que os desperdícios por ociosidade edesperdícios por ociosidade e
por ineficiênciapor ineficiência são quantificados apenas pelos
custos fixoscustos fixos, pois é a capacidade não utilizada
ou mal utilizada – que gera custos fixos – a que
determina estes desperdícios. Já os
desperdícios por refugodesperdícios por refugo geram aumento nos
custos variáveiscustos variáveis, pois a unidade refugada
desperdiça todos os custos variáveis
associados a ela. O desperdício por produção
refugada totalizaria $15 (10 x 1 + 5 x 1).
35
36. Análise dos Desperdícios
36
Separação do desperdício por refugo na empresa AD
Produção
100 unidades 80 unidades
GASTOS Total
Unitário
($/un)
Total
Unitário
($/un)
Custos
variáveis
500,00 5,00 400,00 5,00
Custos fixos 1.000,00 10,00 800,00 10,00
Ociosidade 0 0 150,00 1,875
Ineficiência 0 0 20,00 0,375
Retrabalho 0 0 20,00 0,25
Refugo 0 0 15,00 0,1875
TOTAL 1.500,00 15,00 1.405,00* 17,5625*
* As diferenças sobre a tabale anterior é decorrente do fato de terem sido levados em conta os custos variáveis
relativos à unidade refugada.
37. Análise dos Desperdícios
Uma parte dos desperdícios por superproduçãodesperdícios por superprodução
e os desperdícios por estoquesdesperdícios por estoques podem ser
mensurados identificando-se os encargosencargos
financeirosfinanceiros relacionados com os estoques da
empresa e os custos de manutenção e
obsolescência de estoques.
Mas a parte mais significativa e importante
destas perdas, a perda de mercado futuro,
não é diretamente mensurável.
37