Este documento contém vários poemas chineses traduzidos para português. Os poemas descrevem paisagens como salgueiros junto a um rio, adeus em uma noite de lua e saudade. Um poema fala sobre uma garota do bairro e outro sobre um homem doente junto a um lago recebendo um visitante. Há também poemas contemplando a primavera e canções sobre trigo e sobre a dinastia T'ang.
3. PARA OS SALGUEIROS JUNTO AO RIO Um halo em jade às margens devolutas nuvens procuram pavilhões distantes As sombras deitam-se no rio de Outono as flores descem sobre os pescadores Raízes densas são abrigo aos peixes e enlaçam os ramos barcos visitantes Suspira a noite à chuva geme ao vento vertem tristeza os sonhos revolutos
7. A UMA GAROTA DO BAIRRO A manga esconde em gaze o dia, tímida E é primavera, há que maquiar-se Dar com tesouros sem preço: isso é fácil Achar um homem amante, tão difícil No travesseiro as lágrimas se ocultam e em meio às flores cala o coração mas se posso namorar um SongYu por que lamentaria um WangChang?
11. ADEUS EM UMA NOITE DE LUA Separar em silêncio, e a lua resplende sem rumor nem fala. O sentimento irradia o adeus que falta, e à lua cintilam nuvens, águas e cidades
15. CANTO DE SAUDADE Profundo, dizem do mar, suas águas tão mais ao fundo chega a saudade Mar sem margens, larga a sua praia e mais longe alcança meu sentimento Tomo o alaúde, subo as escadas só no terraço, com a lua cheia e esta canção que diz: estou triste toco e arrebento as cordas, as tripas
18. DOENTE JUNTO AO LAGO – SAUDAÇÃO A LU YU Sobre a geada a lua, à tua ida e hoje retornas na amarga neblina Eis-me deitada, enferma, aqui me encontras À fala acorre a lágrima, escorre Vens, e do vinho de Tao me ofereces e te devolvo um poema de Xie Encher a cara contigo outra vez mais do que isso, que posso querer?
21. CANÇÃO CONTEMPLANDO A PRIMAVERA Ao sopro do dia envelhecem as flores Longe o momento, tão longa a espera Nenhum laço une amor e amante trança o vazio meu nó-do-amor Insuportáveis os galhos repletos, flores demais! Saudades aos montes Plena manhã, o espelho reflecte a primavera as lágrimas, o vento
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23. Canção do trigo à maneira de HanO trigo está verde:Preciso é que amadureça.E quem serão os ceifeiros?- As mães os seus meninos...(Os homens estão para o sulA combater os bárbaros).
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25. Por um anónimo da Dinastia T'sin(*)Os mandarins compram cavalos brancos.Os grandes senhores têm palácios de oiro.Mas, cuidado:Nem uma palavra, amigo. __________________ (*)Período em que foram queimados os livros e enterrados vivos todos os poetas
29. Dia após dia a chuva cai.Semana após semana a erva cresce.Ano após ano o rio corre.Setenta anos, setenta anos,E a roda dos sonhos ainda a girar.
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31. Um cento de montanhas sem pássaro algum.Dezasseis mil quilómetros sem o rasto do homem.Um barco. Um velho homem com uma capa de palha,sozinho na neve, a pescar no rio gelado. WangHungKung
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34. 风轻轻轻 抚弄你发稍 O vento subtilmente, subtilmente, subtilmente, brinca com o seu cabelo.
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36. 窗外是快枯黄的叶 Do lado de fora da janela, há uma folha seca e amarelada.
37. Folhas secas, folhas secas O vento é que vos levanta Ah irmãos, meus irmãos, Cantai vós, eu de seguida. Folhas secas, folhas secas, O vento sopra-as p'ra longe Ah irmãos, meus irmãos, Cantai vós, depois sou eu.
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39. Nas escadas de Jade cresceAinda o branco orvalho,O frio que toda a noiteEncharcou umas meias de seda. Ela desceA persiana de cristalE contempla a Lua Envidraçada do Outono
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41. Xin Qiji (1140-1207) Na minha juventude, ignorando o sabor da melancolia Procurava a inspiração nos altos pavilhões E escrevia belos versos muito melancólicos. Agora que não ignoro o gosto da melancolia Não tenho nada a dizer Nada a dizer A não ser: “o tempo está fresco. Que belo Outono”.
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43. Xi Kang (223-262) Um alaúde e um poema chegam para a minha felicidade Vaguear pela lonjura é um tesouro Cheio do caminho que percorro sozinho Em direcção ao fim do saber e do eu. Tranquilo e sem cuidados Para quê procurar outrem? Sou um habitante das montanhas mágicas Que rejubila no pensamento e alimenta o seu espírito.