2. O autor
José Jacinto Veiga é foi um dos mais importantes
autores do REALISMO FANTÁSTICO, uma escola
literária do início do século XX, décadas de 60 e 70,
época dos regimes ditatoriais.
Mostrar o irreal ou estranho como algo cotidiano e
comum.
Apesar de aparentemente desatento à realidade, o
realismo mágico dá verossimilhança interna ao fantástico
e ao irreal.
3. Resumo
Doril é um garoto que observa um louva-a-deus
pousado em sua mão. Logo chega Diana.
A partir da observação dessas crianças diante do
pequeno animal, descobre-se a grandeza das coisas.
Ao soprar sobre o louva-a-deus, Doril percebe que,
para o bichinho, aquilo equivalia a uma tempestade,
mas que, para ele, não passava de uma brincadeira,
pois era o garoto quem determinava a força do sopro,
além de poder parar quando quisesse.
4. Resumo
Inquieto, Doril se pergunta se ele não seria , então,o
próprio Deus.
Diante dessa nova perspectiva, qual seria o verdadeiro
tamanho das pessoas e das coisas no mundo?
Para ele, seria engraçado se as pessoas fossem
criaturinhas miudinhas.
5. Análise
Nesse conto há um “modelo restrito de visão” própria dos
autores contemporâneos: o narrador tem a mesma visão
limitada do personagem; ele vai “aprendendo” junto com
o personagem e, por conseguinte, com o leitor do texto.
O narrador parcial e restrito às concepções relativas ao
tamanho do mundo e de todas as coisas vai expondo as
ideias à medida que Doril as lança.
O leitor acompanha o raciocínio parcial e reflete sobre
ele, à medida que os conceitos vão se encadeando para
construir uma idéia maior.
6. Análise
Assim, percebemos a importância do foco narrativo para
o sentido/efeito que o escritor procura alcançar, uma vez
que o leitor vai assimilando e entendendo as propostas
em paralelo com a personagem Diana.
O leitor consegue perceber a relativização proposta, pois
a maneira de compreender o mundo demonstrada é cheia
de dúvidas.
Há, em certos momentos, uma aproximação do narrador
com a voz dos personagens, de modo que se torna quase
impossível discernir de quem é a voz.
7. Análise
Veja o excerto:
“Doril não disse mais nada, qualquer coisa que ele dissesse ela
aproveitaria para outra acusação. Era difícil tapar a boca de
Diana, ô menina renitente”.
Essa opção narratária é subsidiada:
1) pela utilização de um modelo de narrativa no formato de
diálogo, o que permite a construção do pensamento desde o
seu início;
2) pela escolha da personagem criança, fazendo com que os
conceitos sejam explicitados e tratados de forma simples, com
a inserção de uma grande série de exemplos metafóricos.
8. Intertextualidade: Viagens de Gulliver (Jonathan Swift)
http://www.youtube.com/watch?v=dezmUmCfCFw
Lemuel Gulliver é um médico britânico que decide
unir sua profissão ao desejo de viajar.
Em sua primeira viagem, acontece um naufrágio do
qual se salva, mas, ao despertar na beira da praia,
percebe que está preso e rodeado por seres de 15 cm
de altura.
Jack Black em cena
do filme Viagens de
Gulliver.
9. Intertextualidade: Viagens de Gulliver (Jonathan Swift)
O lugar se chama Lilipute, uma nação em guerra
com a ilha vizinha de Blefuscu (uma referência a
Inglaterra e França, países em conflito na época).
Nessa parte da história, Gulliver é criticado pelos
liliputianos ao contar como funcionavam as questões
políticas, sociais e éticas do povo inglês.
Ele ignora a opinião deles, pois sua perspectiva é de
quem se sente superior aos demais, representando a
arrogância do ser humano.
10. Intertextualidade: Viagens de Gulliver (Jonathan Swift)
Depois de voltar para casa, faz uma segunda viagem.
Uma tempestade, no entanto, o leva a Brobningnag,
terra de gigantes onde agora ele é minúsculo, sendo
exposto como um animal raro.
Aqui o personagem, por ser pequeno, nota com mais
precisão as imperfeições do corpo humano, como
manchas, feridas e os enormes piolhos.
Denota também o ser humano inferior frente às coisas da
natureza, como a enorme águia que, pensando que a
caixa onde Gulliver vivia fosse uma tartaruga, a carrega
até o mar. A caixa cai e ele acaba sendo salvo.
11. Intertextualidade: Viagens de Gulliver (Jonathan Swift)
Na terceira viagem, piratas dominam o navio e o
deixam em Laputa, onde a sede do governo fica em
uma ilha flutuante.
Aqui o exótico fica por conta dos exageros científicos
do povo, que, segundo Gulliver, se esquece das
questões práticas.
Quando volta para a Europa, passa pela ilha dos
magos, onde conversa com os fantasmas de
celebridades históricas, como Aristóteles e
Alexandre, o Grande.
12. Intertextualidade: Viagens de Gulliver (Jonathan Swift)
A quarta viagem é interrompida, dessa vez por
amotinados que o deixam num bote que vai parar no
país dos Houyhnhnm, onde os cavalos são os
governantes e possuem racionalidade.
Já os Yahoos, criaturas semelhantes aos homens, são
irracionais e puxam as carroças no lugar dos cavalos.
A parte mais pessimista dos relatos, pois há uma
crítica muito forte contra o ser humano.
Gulliver “concebe um horror à raça humana” e
quando volta para a Inglaterra se torna um ermitão.