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VOLPI, Alfredo (1896-1988). Nascido em Luca (Itália), falecido em S. Paulo. De origem
humilde, veio com os pais para o Brasil, fixando-se em S. Paulo quando tinha apenas 18
meses, tendo exercido na mocidade vários ofícios para sobreviver. Foi, assim, entalhador e
carpinteiro, encadernador e finalmente decorador e pintor de interiores, executando então
ornamentações em salas de visita e de jantar de casas abastadas, numa técnica que buscava
imprimir ao plano a sensação de relevo, de modo a simular os efeitos do estuque. Aos 18 anos
pintou a primeira obra artística: uma paisagem de atmosfera naturalística e grande impacto
expressivo. A partir de então todos os momentos de folga seriam consagrados a essa nova
atividade, à qual se entregará com o melhor de si. Muito tempo porém iria ainda decorrer antes
de que pudesse exercer com exclusividade o ofício de pintor, o que só foi possível em 1951.

Participando a partir de 1925 de coletivas como a organizada em 1928 pela sociedade Muse
Italiche, no qual foi aliás contemplado com medalha de ouro, Volpi foi pouco a pouco se
entrosando no ambiente cultural acanhado da São Paulo da época, travando conhecimento
com artistas como Rebolo - de quem freqüentaria o ateliê no Edifício Santa Helena, em meados
da década de 1930 -, Bruno Giorgi e Ernesto De Fiori. Esse último, pintor e escultor de
reputação internacional radicado em 1936 em São Paulo, iria mesmo influenciá-lo de maneira
duradoura.

Em 1938 Volpi participou da exposição anual da Família Artística Paulista; no ano seguinte,
visitando pela primeira vez Itanhaém, deu início a uma série de admiráveis marinhas nas quais
é possível ver a sensibilidade com que sabe captar o momento que passa, a impressão fugidia,
o mundo em transição das ondas e das nuvens. Tais marinhas situam-se indiscutivelmente
entre o que de mais importante produziu no gênero a pintura brasileira, e devem, inclusive ser
aproximadas pela qualidade das que, apenas poucos anos mais tarde, o grande marinhista
José Pancetti iria executar, na mesma povoação.

Tinha Volpi 48 anos quando realizou sua primeira exposição individual, numa sala alugada da
Rua Barão de Itapetininga em São Paulo. No mesmo ano, 1944, vai a Belo Horizonte a convite
do Governo de Minas Gerais, visitando também as cidades históricas, cuja atmosfera marcaria
seu mundo de idéias. Nova viagem ocorreria em 1950 em companhia dos pintores Rossi Osir e
Zanini. Desta vez a meta era a Europa, onde permaneceu seis meses,sendo dez dias em Paris
e o restante na Itália. Seduzido pela arte dos primitivos, e pela de Giotto principalmente, nas
cinco semanas em que ficou em Veneza fez 18 excursões a Pádua para apreciar os afrescos
da Capela Scrovegni. Não admira que em algumas obras de inspiração religiosa, como no São
Francisco do Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, de 1945, repercuta de modo tão
forte a influência de Giotto, o Giotto dos afrescos franciscanos da Igreja Superior de San
Francesco em Assisi, executados nos fins do Séc. XIII. Durante o tempo em que esteve na
Europa, nada ou muito pouco pintou: viu e estudou apenas, reencontrando suas origens na arte
dos criadores da pintura ocidental.

A partir de 1953 a fama de Volpi começa a se espraiar: na II Bienal de São Paulo, efetuada
nesse ano, é-lhe concedido, ex acquo com Di Cavalcanti, o prêmio de Melhor Pintor Nacional;
pouco depois os artistas geométricos paulistas apontam-no como um precursor e no Rio de
Janeiro Mário Pedrosa proclama-o um dos maiores, senão o maior pintor brasileiro
contemporâneo. A convite participa, em 1956 e 1957, das exposições nacionais de arte
concreta efetuadas respectivamente em São Paulo e no Rio de Janeiro; não admite, porém,
que o classifiquem entre os concretistas, explicando com palavras singelas mas sábias:

- Para mim só existe a cor. Este negócio de me colocarem entre os concretis está errado, afinal
eles estão à procura da forma, e eu apenas da cor.

Uma primeira retrospectiva de sua obra teve lugar em 1957 no Museu de Arte Moderna do Rio
de Janeiro. Retrospectivas mais completas foram realizadas em 1972, também no MAM
carioca, 1975, no MAM de São Paulo, 1986 de novo no MAM de São Paulo, e 1993, na
Pinacoteca do Estado de São Paulo, sem falar nas inúmeras salas especiais organizadas no
âmbito das Bienais de São Paulo, na de 1998 inclusive.
A primeira fase da carreira de Volpi estende-se de 1914 a 1930. Os óleos então produzidos
revelam uma cor tonal e formas que não acusam limites, resolvidas em fortes pinceladas
convulsas. Moças no riacho, de 1918, ainda tão impressionista, ou Minha Irmã Costurando,
de 1922, um interior ainda quase acadêmico, não fora a liberdade de execução, são exemplos
dessa fase, caracterizada pela aproximação naturalista das formas e das cores, resolvidas
porém de maneira impressionística ou expressionista. Paisagens, interiores, retratos familiares,
cenas do Cambuci, bonecas, negras e mulatas surgem então na obra do artista, que tateia,
buscando pela intuição o próprio caminho. É possível observar, já para os fins do período, uma
certa estilização, que preludia uma mudança estilística a se verificar na fase seguinte.

A década de 1930 será, com efeito, de definição: ao contato com outros artistas, Volpi
desenvolve seus recursos expressivos, ao mesmo tempo em que gradativamente sua visão
orienta-se no sentido de um cromatismo mais vívido, em detrimento da textura leve quase
translúcida. Ouvindo então os conselhos de pintores e de escultores como Rebolo, Bonadei,
Gobbis, Rossi Osir, Zanini ou De Fiori, Volpi aprofunda o seu saber pictórico e alarga o seu
mundo de idéias. Pela metade da década é já um artista de técnica consumada, se bem que
ainda em busca de um estilo. Esse cristaliza-se a partir das marinhas realizadas em Itanhaém
em 1938 e 1939. Para Sérgio Milliet tais marinhas de Volpi seriam "as melhores da nossa
pintura, com as do boêmio genial que foi Castagneto e as do atormentado Pancetti". Em certas
pinturas a cor intermédia é eliminada com o aparecimento, afinal, dos tons puros, enquanto as
formas tornam-se mais precisas, sem a indefinição que caracterizava a fase anterior.

Principiam os anos de 1940 por um fato de grande repercussão entre os artistas: organizado
pelo Património Histórico e Artístico Nacional, um concurso convoca pintores a se exercitarem
sobre os velhos monumentos nacionais de São Miguel e do Embu. Volpi é o vencedor, mas
ainda melhor do que o prêmio é a oportunidade, que se lhe oferece, de pela primeira vez
encarar o passado artístico brasileiro, a produção de arquitetos, escultores e pintores coloniais,
toda uma atmosfera que poucos anos depois repercutiria em sua produção. O fascínio da arte
colonial iria novamente atraí-lo por ocasião da viagem a Minas, em 1944, e de uma excursão a
Cananeia e à Bahia, em companhia do crítico Theon Spanudis. Já em meados da década
surgirão algumas obras fundamentais, como Reunião à mesa, de 1944 (Museu de Arte
Contemporânea da USP). Menina da Bicicleta, de 1946, Procissão na Bahia, de 1948, todas
de tema popular, além de algumas de natureza religiosa, como Nossa Senhora e o Menino
Jesus, de 1947 e uns poucos nus.

De 1950 em diante Volpi passa a dar atenção maior à organização de suas pinturas. Essa fase
construtivista, compreende a rigor um período estático, dominado pelas fachadas e casas
abstratizadas (1950-55), o intermezzo "concretista" (1955-60) e, daí até à morte, o período dos
grandes esquemas óticos e vibráteis, das bandeirinhas, dos mastros com fitas, das construções
puramente cromáticas. Circunstância a observar é que, a partir dos anos 1950, Volpi substitui
gradativamente o óleo pela têmpera, como veículo predileto.

Mestre sem contestação do seu ofício, tendo atingido ao cabo de uma das mais extensas
carreiras pictóricas de artista brasileiro uma depuração e uma simplicidade extremas, há, na
arte de Volpi, a ressonância antiqüíssima da tradição peninsular, como se esse pintor, nem
moderno nem antigo, fosse o elo de uma cadeia ininterrupta. Mas se em sua produção é fácil
detectar o que a vincula à arte dos pré-renascentistas, também não é difícil achar nela
elementos inconfundívelmente brasileiros, de tal modo captou Volpi o sentimento nacional.
Porque Volpi - não é demais enfatizar - é, como artista, o mais brasileiro dos pintores, tendo
canalizado para seus quadros a ingenuidade de nossos tetos perspectivistas, o cromatismo
essencial de velhos oratórios e baús populares. Avesso a qualquer intelectualismo, Volpi
afirma-se sobretudo como excepcional colorista, embora como ficou dito predomine também,
nas obras realizadas nos últimos 20 ou 30 anos, o senso construtivista, a preocupação com a
forma bem estruturada. Em verdade, poder-se-ia definir a pintura de Volpi como abstrata, no
sentido de que o artista partiu da observação naturalista, interessado apenas na reprodução de
formas e cores naturais, pouco a pouco afastando-se das mesmas para chegar a esquemas
elementares: casa - fachada - arabesco -, ao mesmo tempo em que substituía a sugestão do
volume pela bidimensionalidade, a textura dos objetos reais pela pictórica e a densidade do
óleo pela imaterialidade da têmpera.
Essa importância que Volpi concedeu desde o começo a cor é significativa. Suas pinturas, com
efeito, são jogos cromáticos, de uma luminosidade que por vezes as torna de uma leveza
quase imponderável. Sempre em busca do essencial, Volpi aproxima-se, nelas, do espírito da
Música, já quase prescindindo da referência ao mundo objetivo. E é principalmente graças a
tais pinturas que há de permanecer, na história da arte nacional, como um de nossos mais
puros, mais extraordinários pintores.

                                Paisagem, óleo s/ tela, 1922;
                      0,50 X 0,60, Pinacoteca do Estado de São Paulo.

                                A ruela, óleo s/ tela, s/ data;
                           0,60 X 0,50, Palácio Bandeirantes, SP.

                          Marinha, óleo s/ madeira, cerca de 1935;
                           0,33 X 0,45, Museus Castro Maya, RJ

                         Moenda de cana, azulejos, cerca de 1945;
                          0,90 X 1,06, Palácio Bandeirantes, SP

                                Casas, têmpera s/ tela, 1955;
                    1,15 X 0,73, Museu de Arte Contemporânea da USP.

                            Bandeirinhas, têmpera s/ tela, 1970;
                           0,71 X 1,00, Palácio Bandeirantes, SP.

                               Composição, tinta s/ tela, 1976;
                      0,68 X 1,36, Pinacoteca do Estado de São Paulo.

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Volpi, alfredo

  • 1. VOLPI, Alfredo (1896-1988). Nascido em Luca (Itália), falecido em S. Paulo. De origem humilde, veio com os pais para o Brasil, fixando-se em S. Paulo quando tinha apenas 18 meses, tendo exercido na mocidade vários ofícios para sobreviver. Foi, assim, entalhador e carpinteiro, encadernador e finalmente decorador e pintor de interiores, executando então ornamentações em salas de visita e de jantar de casas abastadas, numa técnica que buscava imprimir ao plano a sensação de relevo, de modo a simular os efeitos do estuque. Aos 18 anos pintou a primeira obra artística: uma paisagem de atmosfera naturalística e grande impacto expressivo. A partir de então todos os momentos de folga seriam consagrados a essa nova atividade, à qual se entregará com o melhor de si. Muito tempo porém iria ainda decorrer antes de que pudesse exercer com exclusividade o ofício de pintor, o que só foi possível em 1951. Participando a partir de 1925 de coletivas como a organizada em 1928 pela sociedade Muse Italiche, no qual foi aliás contemplado com medalha de ouro, Volpi foi pouco a pouco se entrosando no ambiente cultural acanhado da São Paulo da época, travando conhecimento com artistas como Rebolo - de quem freqüentaria o ateliê no Edifício Santa Helena, em meados da década de 1930 -, Bruno Giorgi e Ernesto De Fiori. Esse último, pintor e escultor de reputação internacional radicado em 1936 em São Paulo, iria mesmo influenciá-lo de maneira duradoura. Em 1938 Volpi participou da exposição anual da Família Artística Paulista; no ano seguinte, visitando pela primeira vez Itanhaém, deu início a uma série de admiráveis marinhas nas quais é possível ver a sensibilidade com que sabe captar o momento que passa, a impressão fugidia, o mundo em transição das ondas e das nuvens. Tais marinhas situam-se indiscutivelmente entre o que de mais importante produziu no gênero a pintura brasileira, e devem, inclusive ser aproximadas pela qualidade das que, apenas poucos anos mais tarde, o grande marinhista José Pancetti iria executar, na mesma povoação. Tinha Volpi 48 anos quando realizou sua primeira exposição individual, numa sala alugada da Rua Barão de Itapetininga em São Paulo. No mesmo ano, 1944, vai a Belo Horizonte a convite do Governo de Minas Gerais, visitando também as cidades históricas, cuja atmosfera marcaria seu mundo de idéias. Nova viagem ocorreria em 1950 em companhia dos pintores Rossi Osir e Zanini. Desta vez a meta era a Europa, onde permaneceu seis meses,sendo dez dias em Paris e o restante na Itália. Seduzido pela arte dos primitivos, e pela de Giotto principalmente, nas cinco semanas em que ficou em Veneza fez 18 excursões a Pádua para apreciar os afrescos da Capela Scrovegni. Não admira que em algumas obras de inspiração religiosa, como no São Francisco do Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, de 1945, repercuta de modo tão forte a influência de Giotto, o Giotto dos afrescos franciscanos da Igreja Superior de San Francesco em Assisi, executados nos fins do Séc. XIII. Durante o tempo em que esteve na Europa, nada ou muito pouco pintou: viu e estudou apenas, reencontrando suas origens na arte dos criadores da pintura ocidental. A partir de 1953 a fama de Volpi começa a se espraiar: na II Bienal de São Paulo, efetuada nesse ano, é-lhe concedido, ex acquo com Di Cavalcanti, o prêmio de Melhor Pintor Nacional; pouco depois os artistas geométricos paulistas apontam-no como um precursor e no Rio de Janeiro Mário Pedrosa proclama-o um dos maiores, senão o maior pintor brasileiro contemporâneo. A convite participa, em 1956 e 1957, das exposições nacionais de arte concreta efetuadas respectivamente em São Paulo e no Rio de Janeiro; não admite, porém, que o classifiquem entre os concretistas, explicando com palavras singelas mas sábias: - Para mim só existe a cor. Este negócio de me colocarem entre os concretis está errado, afinal eles estão à procura da forma, e eu apenas da cor. Uma primeira retrospectiva de sua obra teve lugar em 1957 no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Retrospectivas mais completas foram realizadas em 1972, também no MAM carioca, 1975, no MAM de São Paulo, 1986 de novo no MAM de São Paulo, e 1993, na Pinacoteca do Estado de São Paulo, sem falar nas inúmeras salas especiais organizadas no âmbito das Bienais de São Paulo, na de 1998 inclusive.
  • 2. A primeira fase da carreira de Volpi estende-se de 1914 a 1930. Os óleos então produzidos revelam uma cor tonal e formas que não acusam limites, resolvidas em fortes pinceladas convulsas. Moças no riacho, de 1918, ainda tão impressionista, ou Minha Irmã Costurando, de 1922, um interior ainda quase acadêmico, não fora a liberdade de execução, são exemplos dessa fase, caracterizada pela aproximação naturalista das formas e das cores, resolvidas porém de maneira impressionística ou expressionista. Paisagens, interiores, retratos familiares, cenas do Cambuci, bonecas, negras e mulatas surgem então na obra do artista, que tateia, buscando pela intuição o próprio caminho. É possível observar, já para os fins do período, uma certa estilização, que preludia uma mudança estilística a se verificar na fase seguinte. A década de 1930 será, com efeito, de definição: ao contato com outros artistas, Volpi desenvolve seus recursos expressivos, ao mesmo tempo em que gradativamente sua visão orienta-se no sentido de um cromatismo mais vívido, em detrimento da textura leve quase translúcida. Ouvindo então os conselhos de pintores e de escultores como Rebolo, Bonadei, Gobbis, Rossi Osir, Zanini ou De Fiori, Volpi aprofunda o seu saber pictórico e alarga o seu mundo de idéias. Pela metade da década é já um artista de técnica consumada, se bem que ainda em busca de um estilo. Esse cristaliza-se a partir das marinhas realizadas em Itanhaém em 1938 e 1939. Para Sérgio Milliet tais marinhas de Volpi seriam "as melhores da nossa pintura, com as do boêmio genial que foi Castagneto e as do atormentado Pancetti". Em certas pinturas a cor intermédia é eliminada com o aparecimento, afinal, dos tons puros, enquanto as formas tornam-se mais precisas, sem a indefinição que caracterizava a fase anterior. Principiam os anos de 1940 por um fato de grande repercussão entre os artistas: organizado pelo Património Histórico e Artístico Nacional, um concurso convoca pintores a se exercitarem sobre os velhos monumentos nacionais de São Miguel e do Embu. Volpi é o vencedor, mas ainda melhor do que o prêmio é a oportunidade, que se lhe oferece, de pela primeira vez encarar o passado artístico brasileiro, a produção de arquitetos, escultores e pintores coloniais, toda uma atmosfera que poucos anos depois repercutiria em sua produção. O fascínio da arte colonial iria novamente atraí-lo por ocasião da viagem a Minas, em 1944, e de uma excursão a Cananeia e à Bahia, em companhia do crítico Theon Spanudis. Já em meados da década surgirão algumas obras fundamentais, como Reunião à mesa, de 1944 (Museu de Arte Contemporânea da USP). Menina da Bicicleta, de 1946, Procissão na Bahia, de 1948, todas de tema popular, além de algumas de natureza religiosa, como Nossa Senhora e o Menino Jesus, de 1947 e uns poucos nus. De 1950 em diante Volpi passa a dar atenção maior à organização de suas pinturas. Essa fase construtivista, compreende a rigor um período estático, dominado pelas fachadas e casas abstratizadas (1950-55), o intermezzo "concretista" (1955-60) e, daí até à morte, o período dos grandes esquemas óticos e vibráteis, das bandeirinhas, dos mastros com fitas, das construções puramente cromáticas. Circunstância a observar é que, a partir dos anos 1950, Volpi substitui gradativamente o óleo pela têmpera, como veículo predileto. Mestre sem contestação do seu ofício, tendo atingido ao cabo de uma das mais extensas carreiras pictóricas de artista brasileiro uma depuração e uma simplicidade extremas, há, na arte de Volpi, a ressonância antiqüíssima da tradição peninsular, como se esse pintor, nem moderno nem antigo, fosse o elo de uma cadeia ininterrupta. Mas se em sua produção é fácil detectar o que a vincula à arte dos pré-renascentistas, também não é difícil achar nela elementos inconfundívelmente brasileiros, de tal modo captou Volpi o sentimento nacional. Porque Volpi - não é demais enfatizar - é, como artista, o mais brasileiro dos pintores, tendo canalizado para seus quadros a ingenuidade de nossos tetos perspectivistas, o cromatismo essencial de velhos oratórios e baús populares. Avesso a qualquer intelectualismo, Volpi afirma-se sobretudo como excepcional colorista, embora como ficou dito predomine também, nas obras realizadas nos últimos 20 ou 30 anos, o senso construtivista, a preocupação com a forma bem estruturada. Em verdade, poder-se-ia definir a pintura de Volpi como abstrata, no sentido de que o artista partiu da observação naturalista, interessado apenas na reprodução de formas e cores naturais, pouco a pouco afastando-se das mesmas para chegar a esquemas elementares: casa - fachada - arabesco -, ao mesmo tempo em que substituía a sugestão do volume pela bidimensionalidade, a textura dos objetos reais pela pictórica e a densidade do óleo pela imaterialidade da têmpera.
  • 3. Essa importância que Volpi concedeu desde o começo a cor é significativa. Suas pinturas, com efeito, são jogos cromáticos, de uma luminosidade que por vezes as torna de uma leveza quase imponderável. Sempre em busca do essencial, Volpi aproxima-se, nelas, do espírito da Música, já quase prescindindo da referência ao mundo objetivo. E é principalmente graças a tais pinturas que há de permanecer, na história da arte nacional, como um de nossos mais puros, mais extraordinários pintores. Paisagem, óleo s/ tela, 1922; 0,50 X 0,60, Pinacoteca do Estado de São Paulo. A ruela, óleo s/ tela, s/ data; 0,60 X 0,50, Palácio Bandeirantes, SP. Marinha, óleo s/ madeira, cerca de 1935; 0,33 X 0,45, Museus Castro Maya, RJ Moenda de cana, azulejos, cerca de 1945; 0,90 X 1,06, Palácio Bandeirantes, SP Casas, têmpera s/ tela, 1955; 1,15 X 0,73, Museu de Arte Contemporânea da USP. Bandeirinhas, têmpera s/ tela, 1970; 0,71 X 1,00, Palácio Bandeirantes, SP. Composição, tinta s/ tela, 1976; 0,68 X 1,36, Pinacoteca do Estado de São Paulo.