SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  24
GA
     2009


        Plano Estratégico
        da Construção
        Inovação e Competitividade em Portugal




                            Daniel Tiago Fraga Campos
                      Direcção de Empresas | EGP-UPBS
FICHA
                                             TÉCNICA

 PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO             Título
Inovação e Competitividade em Portugal       Sub-Título


                Daniel Tiago Fraga Campos    Autor


                 Escola de Gestão do Porto   Instituição
   Pós-Graduação em Direcção de Empresas     Curso
  Inovação e Competitividade na Construção   Módulo


                        Novembro de 2009     Data
                           Porto, Portugal   Local
PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO
                                                     INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL




                              SUMÁRIO EXECUTIVO




O Plano Estratégico da Construção é uma iniciativa no âmbito da disciplina de
Inovação e Competitividade na Construção da Pós-Graduação em Direcção de
Empresas, da responsabilidade do autor, que visa servir de base à concretização de
acções de carácter inovador definidas para inverter a situação de profunda crise no
sector da Construção e promover o seu crescimento sustentado nos próximos anos.

Este documento sintetiza as conclusões do diagnóstico, os objectivos e linhas de
desenvolvimento estratégico para o sector, que foram materializadas em 3 eixos:
      > Sinergias e Inovação Tecnológica;
      > Marcas e Mercados;
      > Reestruturação.

A concretização destes eixos é realizada pela implementação de 7 projectos, a
vários níveis e englobando múltiplas entidades:

      > Manutenção e Conservação de Vias Rodoviárias;

      > Reabilitação e Manutenção de Edifícios;

      > Arrendamento Imobiliário;

      > Reestruturação do Sector;

      > Internacionalização: Marca Construção Portugal;

      > Produção Combinada de Energia Eólica-Hídrica;

      > Investigação e Desenvolvimento.




                          DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO
                                            INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL




                              ÍNDICE



1. Introdução……………………………………………………………………………………                           4

2. Conjuntura e Evolução………………………………………………………………                        5

     2.1. Economia Nacional…………………………………………………………… 5

     2.2. Sector da Construção………………………………………………………                     6

3. Caracterização do Sector…………………………………………………………… 7

4. Visão e Objectivos………………………………………………………………………                        11

     4.1. Visão para o Sector…………………………………………………………                     11

     4.2. Proposta de valor……………………………………………………………                      11

     4.3. Objectivos…………………………………………………………………………                        11

5. Linhas de Desenvolvimento Estratégico………………………………… 12

     5.1. Manutenção e Conservação de Vias Rodoviárias……………             12

     5.2. Reabilitação e Manutenção de Edifícios…………………………… 14

     5.3. Arrendamento Imobiliário………………………………………………… 16

     5.4. Reestruturação do Sector………………………………………………… 17

     5.5. Internacionalização: Marca Construção Portugal……………           19

     5.6. Produção Combinada de Energia Eólica-Hídrica……………… 21

     5.7. Investigação e Desenvolvimento……………………………………… 22




                 DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO
                                                     INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL

                                                                                              4
1. INTRODUÇÃO


O sector da construção atravessa de momento uma situação muito grave, com
quebras significativas em todos os indicadores que reflectem a sua actividade.

Para além das dificuldades naturais intrínsecas a um mercado deprimido como
aquele que se vive actualmente, ressurgem com violência fenómenos típicos de
uma conjuntura adversa que se repercutem, em cascata, sobre a totalidade do
tecido empresarial: intensificação dos atrasos de pagamento por parte do Estado,
aviltamento de preços, desemprego, riscos agravados de quebra de segurança e de
falhas de qualidade.

A origem dos problemas existentes é simultaneamente conjuntural e estrutural,
sendo que, quanto ao primeiro aspecto, ela reflecte as dificuldades inerentes a um
ciclo económico, tanto interna, como externamente em fase depressiva, e quanto
ao segundo, espelha a urgência da tomada de medidas de modernização e
reconversão do sector da construção.

Os problemas conjunturais, dadas as características próprias deste sector,
combatem-se com instrumentos de dinamização do crescimento económico, entre
os quais ressalta o investimento público selectivo, por via do efeito multiplicador
que ele exerce sobre um considerável número de outras variáveis económicas; a
não ser utilizado, corre-se o risco de vir a pagar, por outra via – subsídios de
desemprego e outros instrumentos de política social –, aquilo que poderia ser
canalizado para a criação da riqueza futura. Abdicar de uma política que privilegie o
investimento público como catalizador da recuperação económica é pôr, também,
em risco o aproveitamento integral dos fundos comunitários atribuídos a Portugal e
hipotecar o esforço que tem sido desenvolvido no sentido da convergência do nosso
nível de infraestruturação com o resto da Europa.

Do ponto de vista estrutural, o sector português de construção tem de avançar
muito rapidamente para um modelo centrado na concentração e na especialização,
tal como já vêm fazendo desde há muito outros países europeus.

Urgem portanto políticas, medidas e acções de carácter inovador que permitam
inverter esta situação e tornar a Construção Portuguesa numa referência mundial
de elevada competitividade.




                          DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO
                                                    INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL

                                                                                             5
2. CONJUNTURA E EVOLUÇÃO


2.1. ECONOMIA NACIONAL


À semelhança das restantes economias desenvolvidas, em 2008, a portuguesa
registou forte abrandamento da actividade económica e as expectativas para os
anos seguintes são extremamente negativas.

O Produto Interno Bruto (PIB) registou uma taxa de crescimento de 0,3% em 2008,
e as últimas projecções do BdP apontam para decréscimos de 0,8% em 2009 e de
0,3% em 2010. Note-se que o comportamento do PIB é explicado por uma quebra
da procura, consequência do aumento do desemprego, das restrições de crédito a
empresas e famílias, falta de confiança na economia e nas instituições e pela
redução expressiva das exportações (estimativa de -3.9% em 2009).

A taxa de inflação situou-se nos 2.7% em 2008 e projecta-se 1% e 2% para 2009 e
2010 respectivamente. Estas taxas, desconfortavelmente baixas, são justificadas
maioritariamente pelas quebras do preço do petróleo e das matérias-primas não
energéticas, mas também pelas restrições ao crédito e quebra de confiança dos
consumidores. Importa ainda realçar que, no quadro da União Monetária Europeia,
deseja-se uma inflação abaixo, mas próxima, dos 2%, e que o risco de um ciclo
longo de crescimento nulo e deflação, embora improvável, existe.

De acordo com BdP o emprego registou um aumento de 0,5% em 2008 fruto
essencialmente do incremento verificado no primeiro semestre, situação que deve
inverter para -1% em 2009 e -0,2% em 2010. Este aumento conjugado com o
recurso a crédito pelas famílias (e consequente redução da taxa de poupança) levou
a que o consumo privado apresentasse um abrandamento marginal.




                         DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO
                                                     INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL

                                                                                              6
2.2. SECTOR DA CONSTRUÇÃO


O sector atingiu no início do ano mínimos históricos, evidenciando actualmente
alguns sinais de recuperação da actividade, abrindo novas perspectivas sobre a
evolução futura. No entanto mantêm-se muito desfavoráveis alguns indicadores,
nomeadamente: o consumo de materiais, onde se registou uma quebra de 15%
no consumo do cimento; o nível de desemprego na construção, onde se
encontram   cerca   de   57mil pessoas;     o crescimento de desemprego na
construção, que verifica a maior taxa da economia portuguesa com 73%; o
licenciamento de novos fogos habitacionais, que registou uma queda de 49%;
a área licenciada para construção não residencial, que registou igualmente
uma queda de 30%.

As empresas continuam numa situação financeira desfavorável e continuam a
assinalar fortes condicionantes à normal actividade, nomeadamente a reduzida
procura e os atrasos nos pagamentos por parte do Estado. Em termos Europeus,
observa-se uma estabilização do nível de confiança, mas uma previsão desfavorável
em relação ao nível de carteira de encomendas e à evolução futura do emprego.

O valor do índice de actividade mantém-se abaixo da média da última década.

O indicador de confiança teve uma pequena recuperação face aos mínimos
alcançados no início do ano, mas já denota uma nova quebra, continuando abaixo
dos valores observados em 2008.

Em relação à carteira de negócios, as empresas mantêm uma expectativa
desfavorável, tendo-se acentuado as tendências que já vinham a ser observadas
nos diferentes segmentos do sector da construção. Os segmentos da construção
residencial e não residencial sofreram uma quebra superior a 30%, com especial
destaque para a redução de 87% nos edifícios destinados a transportes, 56% no
turismo, 38% no comércio e 17% na indústria. Na construção de edifícios não
residenciais públicos, a sua evolução continua a apresentar um acentuado
dinamismo, fruto do crescimento anormal na área da reabilitação dos edifícios
escolares. As obras de engenharia civil sofreram um significativo aumento,
assumindo particular relevo as denominadas obras de urbanização (saneamento,
abastecimento de água, parques e ajardinamentos e trabalhos diversos de
requalificação urbana), as quais, pesando 35% do total de trabalhos de engenharia
civil adjudicados, aumentaram cerca de 115%.




                          DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO
                                                         INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL

                                                                                                   7
3. CARACTERIZAÇÃO DO SECTOR


A indústria da construção em Portugal, à semelhança do que acontece noutros
países, tem uma importância significativa no conjunto da economia nacional. Como
é sabido, o sector da Construção é um sector muito diferenciado dos outros
sectores de actividade, quer em termos produtivos, quer em termos de mercado de
trabalho.

Trata-se de um sector que apresenta uma cadeia de valor muito extensa, pois
recorre a uma ampla rede de inputs, proporciona o aparecimento de externalidades
positivas às restantes actividades e gera efeito multiplicadores significativos a
montante e a jusante.

A   construção    é    uma    actividade    económica      com       especificidades   próprias,
caracterizada por uma grande diversidade de:

       Clientes, com uma procura que vai do Estado ou das Autarquias ao
       Particular que pretende auto-construir;

       Empresas,       das     grandes     multinacionais     aos      pequenos    promotores
       tradicionais;

       Projectos,      onde     cada     obra   apresenta,     geralmente,      características
       diferentes, o que dificulta o desenvolvimento de produtos e processos de
       fabrico estandardizados;

       Produtos, que cobrem desde a habitação tradicional às obras mais
       complexas como por exemplo estradas ou barragens;

       Operações Produtivas, onde o produto final resulta da interacção entre
       várias especialidades com graus diferenciados de exigência e tecnologia;

       Tecnologias, em resultado da intervenção numa empreitada de diversas
       especialidades e da coexistência de tecnologias de produção novas com
       antigas;

       Unidades Produtivas, em que as empresas com grandes meios e
       capacidades e tecnologicamente mais evoluídas laboram a par de empresas
       com um aproveitamento limitado das tecnologias disponíveis e com
       utilização abundante do factor mão-de-obra.

O impacto do sector da construção no produto faz-se sentir, quer a montante, nas
empresas de materiais e de equipamentos de construção (p.e. maquinaria diversa,
cimento, aço, vidro, tintas, plástico, janelas, etc) e de serviços (de consultoria,



                              DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO
                                                      INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL

                                                                                               8
arquitectura, engenharia, etc.), que a jusante nas empresas de equipamentos (p.e.
mobiliário, equipamento doméstico, etc.) e de serviços (p.e. abastecimento de
energia,   manutenção     e    decoração,        seguros,    serviços   jurídicos,    etc.).
Consequentemente, a actividade da construção tem um importante impacto sobre o
emprego.

A procura dirigida a este sector depende directamente do grau de desenvolvimento
da economia, da conjuntura económica e do montante das despesas públicas, ou
seja, mais do que em qualquer outro sector de actividade, a sua evolução depende
do montante e das fases de investimentos em outros sectores. Estamos pois
perante uma actividade tendencialmente pró-cíclica, ou seja, expansões mais
marcadas que a economia global em fases positivas do ciclo e recessões mais
profundas em períodos negativos, sendo por isso mesmo a sua dinâmica
frequentemente considerada como um dos principais indicadores de uma economia,
ou um dos seus barómetros.

Em termos de modelo de financiamento do sector, assinalam-se alguns elementos
essenciais. Em primeiro lugar, de relevar que as transferências comunitárias
constituíram o elemento central de modulação do ciclo de investimento público.
Complementarmente, o financiamento privado dos diferentes segmentos da CCOP
tem tido uma grande preponderância.

Para a banca, este sector tem sido atractivo, em particular na rendibilidade que
estes negócios apresentavam numa conjuntura caracterizada pelo excesso de
capitais privados remunerados com reduzidas taxas de retorno devido ao nível
historicamente baixo das taxas de juro de curto, médio e longo prazo.

Por outro lado, o financiamento privado das obras e dos serviços públicos surge
como uma solução conjuntural para sustentar num nível elevado o investimento em
infra-estruturas, sem agravar o défice e sem aumentar dos impostos. Daqui se
conclui que, em grande parte, o crescimento sustentado da indústria da construção
em Portugal tem tido, nos últimos anos, como base três pilares de financiamento
distintos: a União Europeia, o Estado Português e a Banca.

As empresas portuguesas têm alargado, num curto intervalo de tempo, o seu
espaço de actuação do território nacional para o conjunto dos países da União
Europeia, Europa de Leste e PALOPs, o que conduziu à adopção de novas políticas
de   contratação   de   mão-de-obra    e    ao    recurso,   aparentemente      de    forma
indiferenciada, quer ao mercado formal, quer ao mercado informal como espaços
de                            desenvolvimento                                   económico.




                          DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO
                                                      INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL

                                                                                               9
Em   termos      de   emprego,   esta    conjuntura    tem    implicado   dois    tipos   de
desenvolvimentos: por um lado a necessidade de uma maior competitividade
empresarial leva a que a estratégia empresarial preferencial passe por um
“downsizing” e por uma externalização das funções produtivas consideradas não
essenciais ou outsourcing, isto é, diminuem os seus quadros de pessoal, adoptando
uma política que implica passar a subempreitar as diversas fases de realização das
obras, reservando para o empreiteiro geral e para o dono de obra uma função de
coordenação geral.

Em termos da distribuição da mão-de-obra disponível no sector, este facto implica
um redimensionamento dos quadros das grandes e médias empresas, que têm
vindo a reduzir o seu quadro de pessoal, e um aumento do número de pequenas
empresas que passam a funcionar como subcontratadas das primeiras.

Por outro lado, as necessidades de mão-de-obra implicam um processo de novos
recrutamentos de pessoal não qualificado ou semi-qualificado. Perante condições
remuneratórias pouco atraentes no mercado formal, este recrutamento faz-se
sobretudo no mercado informal com condições salariais mais atractivas (mas
menores remunerações sociais) que seduzem um conjunto diversificado de
trabalhadores, designadamente trabalhadores nacionais e trabalhadores imigrantes,
quer dos tradicionais países fornecedores de mão-de-obra do mercado português
(ex: PALOP), quer de países recém chegados ao mercado internacional de mão-de-
obra (ex: países de Leste Europeu).

Em   Portugal,    estas   contratações    ocorrem     quer    directamente     contratando
trabalhadores para os seus quadros; quer através de empresas de cedência
temporária de mão-de-obra; quer subcontratando a outras empresas partes ou
tarefas numa obra.

Esta estratégia permite às grandes empresas portuguesas enviar para as
empreitadas nos países da EU a mão-de-obra dos seus próprios quadros e/ou
colocar em subempreitadas no exterior mão-de-obra propositadamente contratada
para o efeito ao mesmo tempo que asseguram ou mantêm a sua carteira de
encomendas em território nacional.

Outra das condicionantes deste sector tem a haver com o facto de exercer a sua
actividade num quadro estrutural de trabalhos cíclicos, o que proporciona a
existência de múltiplas empresas mas, na sua maioria, com um número reduzido
de pessoas no quadro de pessoal e com grande rotatividade de trabalhadores.




                           DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO
                                                    INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL

                                                                                             10
Esta abundância de mão-de-obra é uma das razões principais do fraco investimento
em formação realizado pelas empresas do sector. Para as empresas, não é
economicamente vantajoso formar pessoas que rapidamente se transferem para
outra empresa.

   Os trabalhadores deste sector também não se sentem motivados para trocarem
os benefícios imediatos que advêm do exercício da sua actividade pelos potenciais
benefícios que poderão advir no investimento em formação não remunerada. Como
consequência, a produtividade da mão-de-obra é difícil de avaliar, dado que
emprega ainda um volume significativo de mão-de-obra flutuante e/ou informal não
contabilizável. No entanto, dado o baixo nível de qualificações, associado a um
deficiente dimensionamento da tecnologia (i.e. de tecnologia não adaptada às
necessidades), a uma fraca inovação nos métodos de trabalho utilizados, a uma
deficiente qualidade dos projectos, a uma ausência de estandardização assim como
de uniformização e normalização de produtos e a uma deficiente gestão de stocks,
os dados disponíveis parecem sustentar que a produtividade gerada pelo sector é,
em geral, menor que a média nacional.




                         DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO
                                                       INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL

                                                                                                11
4. VISÃO E OBJECTIVOS


4.1. VISÃO PARA O SECTOR


Portugal será uma das maiores potências mundiais na área da construção,
exportando conhecimento e tecnologia de construção através das empresas do
sector, desde as grandes multinacionais até às pequenas e médias empresas.
Portugal     funcionará   como    uma     plataforma      de      gestão,   investigação    e
desenvolvimento.

A nível interno, as empresas de construção serão especialistas na área da
conservação, manutenção e reabilitação, estando na vanguarda do aproveitamento
das sinergias com os sectores da energia, gestão de resíduos, logística e turismo.
Portugal será a maior potência mundial de produção de energias renováveis e um
dos países de maior eficiência na gestão de resíduos. A nível europeu, Portugal será
a maior plataforma logística, o destino mais visitado e o maior mercado de segunda
habitação.


4.2. PROPOSTA DE VALOR


A proposta de valor do sector da construção Portuguesa aposta na combinação dos
elementos diferenciadores e dos elementos qualificadores do sector.

Os elementos diferenciadores constituem as capacidades que distinguem a
Construção Portuguesa das restantes a nível internacional: elevada produtividade,
elevada capacidade de adaptação, facilidade de comunicação/relacionamento e
elevada capacidade de gestão de recursos.

Os elementos qualificadores são os necessários para qualificar Portugal para o
leque das grandes obras internacionais: elevada experiência, ampla gama de
especialidades, segurança e qualidade na execução e excelência na relação
qualidade / preço.


4.3. OBJECTIVOS


> Crescimento sustentado acima da média europeia, com especial incidência ao
nível das receitas, e redução da dependência das obras públicas;

> Aumento da contribuição do sector na economia, mantendo-se como um dos
principais motores do crescimento da economia portuguesa;

> Redução e estabilização do nível de desemprego no sector.




                           DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO
                                                          INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL

                                                                                                   12
5. LINHAS DE DESENVOLVIMENTO ESTRATÉGICO


5.1. MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO DE VIAS RODOVIÁRIAS


CONTRATOS DE CONSERVAÇÃO E MANUTENÇÃO


Após a construção das concessões rodoviárias que se encontram actualmente em
fase de execução, o mercado nacional da construção de vias rodoviárias deverá
estagnar. No entanto, o pavimento betuminoso que constitui a maioria das actuais
vias rodoviárias requer uma manutenção considerável, sendo objecto de renovação
da camada de desgaste num período cíclico de 3 a 5 anos. Isto significa que existe
um    segmento       de   mercado    das   vias    rodoviárias   com    elevado    potencial   e
sustentabilidade – a conservação e manutenção.

As empresas deverão portanto apostar em obter a maior cota de mercado de
contratos de manutenção de vias rodoviárias no país.

O    processo   de    concretização    desta      estratégia   deverá   passar    por   abordar
directamente as entidades responsáveis pela gestão das vias rodoviárias não
concessionadas – Estradas de Portugal e Autarquias – e propor a realização de uma
espécie de seguro de manutenção, em que estas entidades pagam um valor fixo
mensal e sempre que seja necessário algum tipo de manutenção, dentro de
determinados     critérios,   a     manutenção      é   efectuada    sem    quaisquer    custos
extraordinários.

O processo de concretização da estratégia deverá igualmente passar pela aliança
estratégica com uma entidade seguradora, em que esta assumirá a gestão do risco
dos custos extraordinários e a empresa assume a execução de todos os trabalhos
de manutenção.


ENERGIA RODOVIÁRIA


O movimento dos automóveis pode ser convertido em electricidade através de
geradores piezoeléctricos colocados debaixo dos pavimentos rodoviários. As
empresas devem investir neste segmento, aproveitando sinergias entre os
segmentos de Vias Rodoviárias e Energias Renováveis e tirando partido das
vantagens da solução: nível de produção equivalente à energia eólica (potencial de
captação de energia de 250KW.h, valor suficiente para abastecer mais de 500
casas), energia economicamente competitiva face à energia do carbono e retorno
do investimento inferior às restantes energias renováveis – no máximo 12 anos.




                              DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO
                                                         INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL

                                                                                                  13
O processo de concretização da estratégia deverá passar pela aquisição dos
equipamentos      à     empresa      israelita   que   detém    a     patente   da   tecnologia
INNOWATTECH e pela aquisição dos direitos de exploração da energia rodoviária
através de alianças estratégicas com as entidades responsáveis pela gestão das
vias rodoviárias não concessionadas – Estradas de Portugal e Autarquias –, em que
a manutenção das vias rodoviárias seria feita a custo zero ou a um custo reduzido,
desde que lhe fosse permitida a exploração do sistema de produção de energia que
iria implementar durante a fase de manutenção das vias rodoviárias.


REUTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS NOS PAVIMENTOS RODOVIÁRIOS


O tratamento e deposição final dos pneus usados e dos pavimentos betuminosos
fresados é um problema ambiental com que o Estado Português se tem confrontado
nos últimos anos.

A reutilização destes resíduos na produção de novos pavimentos rodoviários, para
além dos evidentes benefícios ambientais (por exemplo, os pneus deixam de ser
queimados ou depositados em lixeiras ou aterros), é uma solução viável e
particularmente       interessante    para   a   resolução     de    diversos   problemas   nos
pavimentos, uma vez que contribui, de uma forma geral, para um aumento da
resistência à fadiga, diminuição da susceptibilidade à temperatura, diminuição da
sensibilidade ao envelhecimento e diminuição do ruído, relativamente às misturas
betuminosas convencionais. Destas melhorias resulta uma diminuição da espessura
das camadas betuminosas e uma diminuição dos custos de conservação ao longo
da vida de serviço dos pavimentos, com benefícios económicos, que tendo em
conta a escassez de recursos para investimentos em infra-estruturas rodoviárias
que se verifica no nosso país, torna a tecnologia envolvida na pavimentação um
item importante que merece a devida atenção.

As empresas devem assim promover a utilização deste tipo de pavimentos e a
introdução de constituintes reciclados na produção de novos materiais. Para tal
deverão investir em laboratórios de investigação e desenvolvimento de materiais e
efectuar parcerias com universidades.




                              DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO
                                                               INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL

                                                                                                         14
5.2. REABILITAÇÃO E MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS


Há muitos anos que a reabilitação urbana se avista como um mercado de elevado
potencial.    No       entanto,   por   motivo    de   falta    de   capacidade      financeira   dos
proprietários, da existência duma legislação de arrendamento inadequada e da
dificuldade de expropriação em caso de necessidade, este sector da construção
encontra-se literalmente estagnado e sem grande crescimento.

A política de reabilitação urbana nos grandes centros históricos das cidades
portuguesas, nomeadamente na cidade do Porto, tem passado pela expropriação
dos bens imóveis aos proprietários em quarteirões completos, realojamento dos
arrendatários em bairros camarários e posterior lançamento de concursos para
reabilitação e construção de imóveis de luxo e hotelaria.

Esta política não parece ser a mais correcta, no entanto, tem que se admitir que é a
possível em zonas de elevada proximidade entre edifícios e fraca exposição solar.
Nas restantes situações, nomeadamente nas periferias das cidades, nos grandes
dormitórios, onde se encontram os edifícios dos anos 80 de grande porte, de linhas
sóbrias e ricos em patologias que reduzem o conforto térmico e acústico das
habitações, a qualidade estética dos imóveis e por vezes colocam em causa as
condições de salubridade dos mesmos, existe outra solução.

As empresas de reabilitação de fachadas poderiam efectuar a reabilitação destes
edifícios a custo zero para os proprietários, tirando partido das sinergias resultantes
com a produção de energia fotovoltaica.

As empresas aplicariam no revestimento das fachadas materiais com capacidade de
produzir energia eléctrica e com elevados índices de eficiência térmica e acústica. O
retorno do investimento na reabilitação, ou seja, na central fotovoltaica, seria
obtido pela exploração da energia eléctrica cedida pelos proprietários. Desta forma,
ambas as entidades ficariam a ganhar: os proprietários que usufruíam da
reabilitação dos imóveis sem qualquer custo, assim como a manutenção por um
período de 20 anos, que de outra forma não seria possível, entrando os imóveis em
elevado estado de degradação; as empresas de reabilitação, a par do trabalho de
construção, tornar-se-iam promotores/produtores de energia fotovoltaica, apenas
tendo como investimento inicial o custo dos equipamentos e respectiva montagem;
o espaço ocupado seria a custo zero, não existindo quaisquer investimentos em
terrenos     ou    o    pagamento       de   quaisquer     arrendamentos        de   espaços      para
implementação dos sistemas fotovoltaicos.




                                  DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO
                                                    INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL

                                                                                             15
Face ao período de retorno médio do investimento de 5 a 8 anos, este negócio
obrigaria as empresas a efectuar parcerias com entidades de financiamento de
crédito. No entanto, após os primeiros 5 anos tornar-se-ia auto-sustentável, facto
inédito na construção.

Como é óbvio, os edifícios elegíveis para este negócio teriam ser alvo de uma
selecção extremamente criteriosa e rígida, no sentido de garantir uma exposição
solar adequada dos equipamentos e sua consequente rendibilidade. No entanto,
esta medida significaria enormes progressos na reabilitação urbana e sua
sustentabilidade, com elevados benefícios para as populações, autarquias e
empresas promotoras.

Para tornar possível esta medida, o Estado e as empresas responsáveis pelas infra-
estruturas eléctricas deveriam procurar melhorar as mesmas, no sentido de não
limitar a injecção de energia na rede e permitirem valores de potência que tornem
o sistema rentável.

As empresas de reabilitação deveriam efectuar parcerias com universidades e
laboratórios de desenvolvimento de materiais, de modo a permitir o crescimento
mais acelerado da gama e potencialidade destes equipamentos, sua adequação à
função de revestimento de fachada e sua diversidade em termos estéticos.




                         DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO
                                                        INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL

                                                                                                 16
5.3. ARRENDAMENTO IMOBILIÁRIO


Face à actual situação do mercado imobiliário, as vendas de imóveis, em particular
os      apartamentos,         diminuiu        consideravelmente,           deixando         os
promotores/construtores       numa      situação    delicada   com     elevado     stock    de
apartamentos. Tendo em conta as perspectivas aliciantes do segmento de
arrendamento imobiliário a médio prazo, relacionadas com a crescente necessidade
de maior mobilidade das pessoas no trabalho, as empresas deverão tirar partido do
potencial deste segmento para resolver o problema do baixo nível de vendas e da
falta de retorno do capital investido.

O processo de concretização desta estratégia deverá passar pela criação de uma
bolsa nacional de arrendamento de imóveis distribuídos por todas as capitais de
distrito, em que os imóveis são classificados em função da localização, área,
qualidade de construção, proximidade de serviços e transportes públicos – para
edifícios com a mesma classificação, será cobrado o mesmo valor monetário.
Qualquer    cliente   que   necessite    mudar     de   habitação,   mantendo     a   mesma
classificação, sabe que pagará o mesmo valor, não correndo o risco de, por motivos
de mudança de emprego ou cidade, ter de pagar eventualmente valores muito mais
elevados.

Oferece-se assim a garantia de cobertura de risco e maior estabilidade financeira ao
cliente ao longo da sua vida. Com este modelo garantir-se-á uma fidelização dos
clientes, situação rara no sector da imobiliária.

De modo a não prejudicar os clientes em situações de não disponibilidade imediata
de apartamento para a zona pretendida, deverá ser feita uma aliança estratégica
com cadeias hoteleiras para acolherem os clientes temporariamente ao mesmo
custo do aluguer do apartamento.




                            DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO
                                                      INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL

                                                                                               17
5.4. REESTRUTURAÇÃO DO SECTOR


Existem actualmente em Portugal 56.400 empresas habilitadas a exercer a
actividade da construção. Consoante os subsectores da construção, entre 60% a
90% das empresas são de pequena e média dimensão. A maior empresa do sector,
a Mota-Engil, não consegue figurar no top espanhol. Milhares das pequenas
empresas da construção são constituídas por 9 ou menos colaboradores, sendo a
maioria mão-de-obra produtiva e não existindo qualquer tipo de estrutura de apoio.


FUSÃO DE EMPRESAS


Do ponto de vista estrutural, o sector português de construção tem de avançar
muito rapidamente para um modelo centrado na concentração e na especialização,
tal como já vêm fazendo desde há muito outros países europeus.

A concentração, ao contrário do que muitos erradamente são levados a pensar, é
um poderoso instrumento de clarificação e disciplina dos mercados, pois permite
uma estratificação mais eficaz e uma rentabilização a todos os níveis do tecido
empresarial, induzido pelo efeito motor que as grandes unidades empresariais
exercem sobre os mercados.

Para além deste aspecto, fulcral, a concentração é incontornável se se quiser
continuar a apostar na internacionalização onde o atributo “dimensão” é condição
fundamental para se ter a possibilidade de aceder aos grandes mercados mundiais.

Não se julgue que a solução pela concentração, e com ela a modernização do sector
da construção, está em exclusivo na mão dos empresários. Tem de haver
conjugação de esforços entre a Administração e os agentes económicos no sentido
de serem criadas condições para se caminhar por essa via. E não só de incentivos
fiscais. Também de enquadramento legislativo, que torne o ambiente em que estas
operações ocorram mais amigável.

Neste contexto urge rever em conformidade o quadro legal que enquadra o sector
da construção, tornando-o mais adequado às exigências de uma economia
moderna, fundada na agilidade, na cooperação entre as partes envolvidas e na
repartição racional do risco.

Do lado da oferta – empresas construtoras –, a legislação deve ser melhorada de
modo a fomentar a constituição de grupos empresariais de dimensão próxima da
média europeia, a premiar os mais capazes e a incentivar os que pretendam aceder
a este patamar, a promover o aumento da produtividade, e a impor níveis de




                           DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO
                                                    INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL

                                                                                             18
exigência, quanto ao desempenho da sua actividade, mais elevados, garantindo
melhor qualidade do produto final.

Quanto à procura – as entidades adjudicantes –, os diplomas a rever terão que
consagrar soluções que visem a criação de um clima de confiança entre as partes
contratantes, conter mecanismos que estratifiquem o mercado garantindo que as
obras mais volumosas e mais complexas sejam executadas pelas empresas melhor
apetrechadas, condenar práticas concorrenciais que, com o único objectivo de
garantir o presente, ponham em causa a solidez futura do sector.


AGRUPAMENTOS DE PEQUENAS EMPRESAS


As pequenas empresas, que na sua maioria consistem em subempreiteiros
especializados do sector da construção, deveriam juntar-se em agrupamentos
empresariais, fazendo uma gestão partilhada dos recursos, nomeadamente gestão
contabilística e financeira, gestão de compras, gestão de frotas, gestão de recursos
humanos e equipamentos.

Desta forma, iriam usufruir de uma estrutura de apoio que de outra forma não
teriam a um custo pouco significativo, teriam maior poder negocial nos processos
de compras e aquisição de frotas, teriam maior poder negocial junto dos seus
clientes, poderiam ter uma bolsa partilhada de mão-de-obra e equipamentos
fazendo uma optimização destes recursos.

A competitividade destas empresas seria significativamente melhorada, registando-
se posteriormente desempenhos financeiros mais favoráveis e maior facilidade de
internacionalização.


CLUSTERS DA CONSTRUÇÃO


As grandes empresas de construção tornaram-se autênticas empresas gestoras de
projectos, subcontratando a maioria das especialidades. Isto significa que o
desempenho das grandes empresas de construção, depende quase exclusivamente
do desempenho das empresas suas subcontratadas. Assim, deverão efectuar-se
parcerias a longo termo entre empresas complementares, abrangendo toda a
cadeia de valor da construção, desde as actividades a montante da construção até
às actividades a jusante, criando autênticos clusters da construção. Desta forma, o
desempenho seria assegurado e as empresas de construção portuguesas teriam
maior poder e estabilidade para actuar no mercado internacional.




                         DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO
                                                        INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL

                                                                                                  19
5.5. INTERNACIONALIZAÇÃO: MARCA CONSTRUÇÃO PORTUGAL


Apesar da forte dependência do Estado a que o sector da Construção nacional foi
habituado ao longo de décadas, as empresas adquiriram algo que lhes permite
romper fronteiras: conhecimento e experiência.

Actualmente a construção nacional está especializada em quase todas as áreas da
construção     nomeadamente:       edifícios,   obras   de   arte,   vias   rodoviárias,   vias
ferroviárias (via-férrea tradicional, metro e, dentro em breve, via-férrea de alta-
velocidade),    infra-estruturas   urbanas,     obras   marítimas,     túneis,     construções
metálicas,     energia     (barragens,     mini-hídrica,     parques        eólicos,   centrais
termoeléctricas, parques fotovoltaicos), etc.

Para além da       parte   técnica, as     empresas portuguesas já têm um largo
conhecimento e experiência em vários tipos de gestão contratual, desde a
construção tradicional, às parcerias públicos-privadas que tanto agradam os
governos dos países, uma vez que não entram na contabilidade como dívida
pública. Esta poderia ser a porta de entrada para muitos mercados, onde esta
modalidade é encarada como extremamente apelativa.


MARCA «CONSTRUÇÃO PORTUGAL»


Na sequência do descrito no ponto anterior, as empresas deverão então
empreender acções de internacionalização intensiva e o estado português deverá
colaborar nesse sentido, criando a marca “Construção Portugal”. Esta marca
consistiria num reconhecimento internacional do estado português do mérito das
empresas a actuar no estrangeiro. A atribuição da distinção e respectivas auditorias
periódicas seriam da responsabilidade do LNEC – Laboratório Nacional de
Engenharia Civil, mediante o cumprimento de critérios bastante apertados em
termos de conhecimento, experiência, qualidade e segurança. O nível de exigência
seria bastante superior ao normalmente exigido, criando uma clara diferenciação
das empresas no sector a nível mundial. O Estado Português ficaria responsável
pela campanha da marca a nível mundial, da mesma forma como já é feito na área
do Turismo e com uma abordagem mais próxima dos governos dos respectivos
países.




                            DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO
                                                     INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL

                                                                                              20
CONCESSÕES RODOVIÁRIAS NOS MERCADOS EXTERNOS


O mercado nacional das concessões rodoviárias está praticamente fechado, não
havendo espaço para as empresas operar de agora em diante. Assim estas devem
apostar nas concessões em mercados externos onde existe um grande potencial de
crescimento deste mercado e do seu respectivo valor. Referimo-nos nomeadamente
à Africa do Sul, Polónia e República Checa.

O processo de concretização desta estratégia deverá passar pela aquisição de
empresas autóctones do segmento de vias rodoviárias com forte implantação no
mercado e boa imagem junto dos clientes, assim como deverá passar pela aliança
estratégica com uma instituição de crédito bancário, afim de obter a capacidade de
financiamento que estes projectos requerem.


ENERGIAS RENOVÁVEIS NOS MERCADOS EXTERNOS


O crescimento das empresas e sua internacionalização poderá passar pela sua
expansão para o mercado externo de construção de instalações de produção de
energias renováveis, nomeadamente parques eólicos, barragens e mini-hídricas,
em países onde se verifica um grande potencial destas energias, um forte
investimento   de   entidades   público-privadas,     reforçado    pelo   interesse    dos
respectivos governos em apoiar esse investimento. Referimo-nos nomeadamente
ao México, Chile, África do Sul e Roménia.

O processo de concretização desta estratégia deverá passar pela aliança estratégica
das empresas com clientes actuais do mercado nacional da energia, em que se
verificam relações duradouras, nomeadamente com a Enercon GmbH, EDF Energie
Nouvelle, Finerge, Térmica Portuguesa, EDP Energias Renováveis, Enernova,
Generg, etc.




                          DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO
                                                    INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL

                                                                                             21
5.6 PRODUÇÃO COMBINADA DE ENERGIA EÓLICA-HÍDRICA


Dado as empresas terem já uma experiência considerável na construção de parques
eólicos e mini-hídricas, estão em condições de iniciar a sua diversificação para o
investimento directo em energias renováveis a par da sua construção. Mais ainda,
deverão aproveitar o efeito de sinergias dos dois segmentos de energia, para
promover um sistema de produção de energia eléctrica mais eficiente – produção
de energia renovável combinada. Neste sistema, em período de fraca necessidade
de energia na rede eléctrica, a energia eólica poderá ser convertida em energia
potencial hidráulica, através da bombagem de água entre duas albufeiras a cotas
diferentes; em períodos de maior necessidade de energia na rede eléctrica, a mini-
hídrica liberta a água da albufeira superior para a inferior e gera energia
hidroeléctrica.

Desta forma, a mini-hídrica funciona como uma bateria de energia e garante-se a
venda de energia à rede nos períodos em que o preço da energia é superior,
obtendo-se assim rentabilidades mais elevadas. A mini-hídrica poderia ainda ser
munida de um sistema de optimização de inércia que permitiria obter maior
produção de energia eléctrica com a mesma energia potencial. Note-se que este
sistema   ainda se   encontra   em   desenvolvimento,      o    que implicaria    alguma
investigação.

O processo de concretização desta estratégia deverá passar por adquirir um direito
de ligação à rede de energia eléctrica nacional, assim como deverá passar pela
aliança estratégica com empresas do ramo eléctrico e uma instituição de crédito
bancário, afim de obter a capacidade de financiamento que estes projectos
requerem.




                         DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO
                                                        INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL

                                                                                                 22
5.7. INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO


As empresas devem investir em laboratórios de investigação e desenvolvimento
para promover a inovação nos produtos e assim tornarem-se mais competitivas no
mercado nacional e internacional.

Os pavimentos rodoviários são uma área onde ainda existe bastante margem para
a criação de novos produtos, nomeadamente pavimentos betuminosos com maior
durabilidade. A aplicação de pavimentos betuminosos de maior durabilidade em
futuras concessões rodoviárias resultará numa redução considerável dos custos de
manutenção dos pavimentos, com ganhos evidentes na rendibilidade do negócio a
longo prazo.

Mais ainda, caso avançassem com o investimento directo em energias renováveis,
poderiam ainda alargar a investigação e desenvolvimento para este segmento,
procurando desenvolver tecnologias com forte potencial de retorno, nomeadamente
os sistemas de optimização de inércia em mini-hídricas.

Na   área   da   reabilitação   de   edifícios,   o   desenvolvimento     de   materiais    de
revestimento de fachadas e coberturas com capacidade de produção de energia
eléctrica é cada vez mais uma realidade. As empresas devem apostar no
desenvolvimento deste tipo de materiais e na sua variedade, tendo como visão que
no futuro todos os edifícios irão produzir energia eléctrica para a rede nacional.

O processo de concretização desta estratégia deverá passar pela contratação
técnicos de investigação especializados, na aquisição de equipamentos específicos e
na aliança estratégica com instituições de ensino superior de engenharia e
investigação, promovendo bolsas de estágios e projectos para mestrados e
doutoramentos.




                            DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
GA




     EGP © 2009

Contenu connexe

Tendances

GUIA PRÁTICO SECTORIAL DE EMPREENDEDORISMO E DA PROMOÇÃO DA COMPETITIVIDADE
GUIA PRÁTICO SECTORIAL  DE EMPREENDEDORISMO  E DA PROMOÇÃO DA  COMPETITIVIDADEGUIA PRÁTICO SECTORIAL  DE EMPREENDEDORISMO  E DA PROMOÇÃO DA  COMPETITIVIDADE
GUIA PRÁTICO SECTORIAL DE EMPREENDEDORISMO E DA PROMOÇÃO DA COMPETITIVIDADECláudio Carneiro
 
Inovando para Competir! Estratégias e Táticas para competir internacionalmente.
Inovando para Competir! Estratégias e Táticas para competir internacionalmente.Inovando para Competir! Estratégias e Táticas para competir internacionalmente.
Inovando para Competir! Estratégias e Táticas para competir internacionalmente.EXPEDITO SILVA
 
Cv Amandio Maia Eu 2009
Cv Amandio Maia Eu 2009Cv Amandio Maia Eu 2009
Cv Amandio Maia Eu 2009guest468f0e2
 
Uruguai plano de call center
Uruguai plano de call centerUruguai plano de call center
Uruguai plano de call centerFernando Reich
 
Gamela, uma agência 3.0
Gamela, uma agência 3.0Gamela, uma agência 3.0
Gamela, uma agência 3.0Jéssica Gomes
 
Portugal Profile 1 - Enquadramento Externo e Desafios Estrategicos
Portugal Profile 1 - Enquadramento Externo e Desafios EstrategicosPortugal Profile 1 - Enquadramento Externo e Desafios Estrategicos
Portugal Profile 1 - Enquadramento Externo e Desafios EstrategicosAntónio Alvarenga
 
apresentação Contas ConsoLIDaDas 2011
apresentação  Contas ConsoLIDaDas  2011apresentação  Contas ConsoLIDaDas  2011
apresentação Contas ConsoLIDaDas 2011Cláudio Carneiro
 
A importância dos fundos estruturais no desenvolvimento empresarial português...
A importância dos fundos estruturais no desenvolvimento empresarial português...A importância dos fundos estruturais no desenvolvimento empresarial português...
A importância dos fundos estruturais no desenvolvimento empresarial português...Cláudio Carneiro
 

Tendances (20)

GUIA PRÁTICO SECTORIAL DE EMPREENDEDORISMO E DA PROMOÇÃO DA COMPETITIVIDADE
GUIA PRÁTICO SECTORIAL  DE EMPREENDEDORISMO  E DA PROMOÇÃO DA  COMPETITIVIDADEGUIA PRÁTICO SECTORIAL  DE EMPREENDEDORISMO  E DA PROMOÇÃO DA  COMPETITIVIDADE
GUIA PRÁTICO SECTORIAL DE EMPREENDEDORISMO E DA PROMOÇÃO DA COMPETITIVIDADE
 
BGI abre-se para o Mundo
BGI abre-se para o MundoBGI abre-se para o Mundo
BGI abre-se para o Mundo
 
Grupo Lisbon Project
Grupo Lisbon ProjectGrupo Lisbon Project
Grupo Lisbon Project
 
Inovando para Competir! Estratégias e Táticas para competir internacionalmente.
Inovando para Competir! Estratégias e Táticas para competir internacionalmente.Inovando para Competir! Estratégias e Táticas para competir internacionalmente.
Inovando para Competir! Estratégias e Táticas para competir internacionalmente.
 
Cv Amandio Maia Eu 2009
Cv Amandio Maia Eu 2009Cv Amandio Maia Eu 2009
Cv Amandio Maia Eu 2009
 
Industria automob
Industria automobIndustria automob
Industria automob
 
Uruguai plano de call center
Uruguai plano de call centerUruguai plano de call center
Uruguai plano de call center
 
IFE - International Faculty for Executives
IFE - International Faculty for ExecutivesIFE - International Faculty for Executives
IFE - International Faculty for Executives
 
Branding 101
Branding 101Branding 101
Branding 101
 
Emprenova
EmprenovaEmprenova
Emprenova
 
Horizonte 2020 PME Resumo
Horizonte 2020 PME ResumoHorizonte 2020 PME Resumo
Horizonte 2020 PME Resumo
 
EMPREENDEDORISMO - AGÊNCIA COMUNICAÇÃO INCLUSA
EMPREENDEDORISMO - AGÊNCIA COMUNICAÇÃO INCLUSAEMPREENDEDORISMO - AGÊNCIA COMUNICAÇÃO INCLUSA
EMPREENDEDORISMO - AGÊNCIA COMUNICAÇÃO INCLUSA
 
Wind ibw experts team
Wind ibw experts teamWind ibw experts team
Wind ibw experts team
 
Cartilha brasilmaior
Cartilha brasilmaiorCartilha brasilmaior
Cartilha brasilmaior
 
Gamela, uma agência 3.0
Gamela, uma agência 3.0Gamela, uma agência 3.0
Gamela, uma agência 3.0
 
Portugal Profile 1 - Enquadramento Externo e Desafios Estrategicos
Portugal Profile 1 - Enquadramento Externo e Desafios EstrategicosPortugal Profile 1 - Enquadramento Externo e Desafios Estrategicos
Portugal Profile 1 - Enquadramento Externo e Desafios Estrategicos
 
Projeto Marmi Srl Final
Projeto Marmi Srl FinalProjeto Marmi Srl Final
Projeto Marmi Srl Final
 
apresentação Contas ConsoLIDaDas 2011
apresentação  Contas ConsoLIDaDas  2011apresentação  Contas ConsoLIDaDas  2011
apresentação Contas ConsoLIDaDas 2011
 
A importância dos fundos estruturais no desenvolvimento empresarial português...
A importância dos fundos estruturais no desenvolvimento empresarial português...A importância dos fundos estruturais no desenvolvimento empresarial português...
A importância dos fundos estruturais no desenvolvimento empresarial português...
 
Emprenova
EmprenovaEmprenova
Emprenova
 

Similaire à Plano Estratégico Construção Portugal

Panorama mundial e tendências tecnológicas para o setor de engenharia e const...
Panorama mundial e tendências tecnológicas para o setor de engenharia e const...Panorama mundial e tendências tecnológicas para o setor de engenharia e const...
Panorama mundial e tendências tecnológicas para o setor de engenharia e const...Logicalis Brasil
 
Nanotecnologia revoluciona a indústria. Entrevista de Vasco Teixeira a revist...
Nanotecnologia revoluciona a indústria. Entrevista de Vasco Teixeira a revist...Nanotecnologia revoluciona a indústria. Entrevista de Vasco Teixeira a revist...
Nanotecnologia revoluciona a indústria. Entrevista de Vasco Teixeira a revist...teixeiravasco
 
Estratégias de Desenvolvimento de Produto e Inovação em Defesa
Estratégias de Desenvolvimento de Produto e Inovação em DefesaEstratégias de Desenvolvimento de Produto e Inovação em Defesa
Estratégias de Desenvolvimento de Produto e Inovação em DefesaAndre Marquet
 
Avaliação setorial para o investimento privado no Brasil: o caso do setor de ...
Avaliação setorial para o investimento privado no Brasil: o caso do setor de ...Avaliação setorial para o investimento privado no Brasil: o caso do setor de ...
Avaliação setorial para o investimento privado no Brasil: o caso do setor de ...Fundação Dom Cabral - FDC
 
Principais desafios da indústria em Portugal - 2013
Principais desafios  da indústria  em Portugal - 2013Principais desafios  da indústria  em Portugal - 2013
Principais desafios da indústria em Portugal - 2013Cláudio Carneiro
 
INDUSTRIAL E POLÍTICA EM PORTUGAL
INDUSTRIAL E POLÍTICA EM PORTUGAL INDUSTRIAL E POLÍTICA EM PORTUGAL
INDUSTRIAL E POLÍTICA EM PORTUGAL Cláudio Carneiro
 
Tese capital de risco final (1)
Tese capital de risco  final  (1)Tese capital de risco  final  (1)
Tese capital de risco final (1)Manuel Fernandes
 
Tese capital de risco final
Tese capital de risco  final Tese capital de risco  final
Tese capital de risco final Manuel Fernandes
 
Diagnóstico e Plano Estratégico - Case Study: Gabriel Couto
Diagnóstico e Plano Estratégico  - Case Study: Gabriel CoutoDiagnóstico e Plano Estratégico  - Case Study: Gabriel Couto
Diagnóstico e Plano Estratégico - Case Study: Gabriel CoutoDaniel Campos
 
Boletim de Janeiro Atractividade Na competição global pela atracção de capi...
Boletim de Janeiro  Atractividade  Na competição global pela atracção de capi...Boletim de Janeiro  Atractividade  Na competição global pela atracção de capi...
Boletim de Janeiro Atractividade Na competição global pela atracção de capi...Cláudio Carneiro
 
Monografia FIA - Cenários
Monografia FIA - CenáriosMonografia FIA - Cenários
Monografia FIA - Cenáriosjangelucci
 
Acordo de Parceria_PORTUGAL 20202_sintese
Acordo de Parceria_PORTUGAL 20202_sinteseAcordo de Parceria_PORTUGAL 20202_sintese
Acordo de Parceria_PORTUGAL 20202_sinteseLuís Coito
 
Estudo do impacto económico do capital de risco em portugal
Estudo do impacto económico do capital de risco em portugalEstudo do impacto económico do capital de risco em portugal
Estudo do impacto económico do capital de risco em portugalManuel Fernandes
 
Trabalho em grupo logística
Trabalho em grupo   logísticaTrabalho em grupo   logística
Trabalho em grupo logísticaJoão Silva
 
revista_light_04
revista_light_04revista_light_04
revista_light_04Caio Porto
 

Similaire à Plano Estratégico Construção Portugal (20)

Consumo e Poupança
Consumo e PoupançaConsumo e Poupança
Consumo e Poupança
 
Panorama mundial e tendências tecnológicas para o setor de engenharia e const...
Panorama mundial e tendências tecnológicas para o setor de engenharia e const...Panorama mundial e tendências tecnológicas para o setor de engenharia e const...
Panorama mundial e tendências tecnológicas para o setor de engenharia e const...
 
Nanotecnologia revoluciona a indústria. Entrevista de Vasco Teixeira a revist...
Nanotecnologia revoluciona a indústria. Entrevista de Vasco Teixeira a revist...Nanotecnologia revoluciona a indústria. Entrevista de Vasco Teixeira a revist...
Nanotecnologia revoluciona a indústria. Entrevista de Vasco Teixeira a revist...
 
Análise de campanha publicitária
Análise de campanha publicitáriaAnálise de campanha publicitária
Análise de campanha publicitária
 
Estratégias de Desenvolvimento de Produto e Inovação em Defesa
Estratégias de Desenvolvimento de Produto e Inovação em DefesaEstratégias de Desenvolvimento de Produto e Inovação em Defesa
Estratégias de Desenvolvimento de Produto e Inovação em Defesa
 
Avaliação setorial para o investimento privado no Brasil: o caso do setor de ...
Avaliação setorial para o investimento privado no Brasil: o caso do setor de ...Avaliação setorial para o investimento privado no Brasil: o caso do setor de ...
Avaliação setorial para o investimento privado no Brasil: o caso do setor de ...
 
Principais desafios da indústria em Portugal - 2013
Principais desafios  da indústria  em Portugal - 2013Principais desafios  da indústria  em Portugal - 2013
Principais desafios da indústria em Portugal - 2013
 
INDUSTRIAL E POLÍTICA EM PORTUGAL
INDUSTRIAL E POLÍTICA EM PORTUGAL INDUSTRIAL E POLÍTICA EM PORTUGAL
INDUSTRIAL E POLÍTICA EM PORTUGAL
 
Novo regime automotivo
Novo regime automotivoNovo regime automotivo
Novo regime automotivo
 
Tese capital de risco final (1)
Tese capital de risco  final  (1)Tese capital de risco  final  (1)
Tese capital de risco final (1)
 
Tese capital de risco final
Tese capital de risco  final Tese capital de risco  final
Tese capital de risco final
 
Diagnóstico e Plano Estratégico - Case Study: Gabriel Couto
Diagnóstico e Plano Estratégico  - Case Study: Gabriel CoutoDiagnóstico e Plano Estratégico  - Case Study: Gabriel Couto
Diagnóstico e Plano Estratégico - Case Study: Gabriel Couto
 
Startgo27
Startgo27Startgo27
Startgo27
 
Análise de
Análise de Análise de
Análise de
 
Boletim de Janeiro Atractividade Na competição global pela atracção de capi...
Boletim de Janeiro  Atractividade  Na competição global pela atracção de capi...Boletim de Janeiro  Atractividade  Na competição global pela atracção de capi...
Boletim de Janeiro Atractividade Na competição global pela atracção de capi...
 
Monografia FIA - Cenários
Monografia FIA - CenáriosMonografia FIA - Cenários
Monografia FIA - Cenários
 
Acordo de Parceria_PORTUGAL 20202_sintese
Acordo de Parceria_PORTUGAL 20202_sinteseAcordo de Parceria_PORTUGAL 20202_sintese
Acordo de Parceria_PORTUGAL 20202_sintese
 
Estudo do impacto económico do capital de risco em portugal
Estudo do impacto económico do capital de risco em portugalEstudo do impacto económico do capital de risco em portugal
Estudo do impacto económico do capital de risco em portugal
 
Trabalho em grupo logística
Trabalho em grupo   logísticaTrabalho em grupo   logística
Trabalho em grupo logística
 
revista_light_04
revista_light_04revista_light_04
revista_light_04
 

Plus de Daniel Campos

INFRAESTRUTURAS - Planeamento Estratégico, Projecto e Construção
INFRAESTRUTURAS - Planeamento Estratégico, Projecto e ConstruçãoINFRAESTRUTURAS - Planeamento Estratégico, Projecto e Construção
INFRAESTRUTURAS - Planeamento Estratégico, Projecto e ConstruçãoDaniel Campos
 
Engineering Design KPIs
Engineering Design KPIsEngineering Design KPIs
Engineering Design KPIsDaniel Campos
 
Buildings - Construction Systems
Buildings - Construction SystemsBuildings - Construction Systems
Buildings - Construction SystemsDaniel Campos
 
Bridges and Tunnels - Building Systems
Bridges and Tunnels - Building SystemsBridges and Tunnels - Building Systems
Bridges and Tunnels - Building SystemsDaniel Campos
 
Wind Power in Portugal
Wind Power in PortugalWind Power in Portugal
Wind Power in PortugalDaniel Campos
 
Gestão de obra - Check List
Gestão de obra - Check ListGestão de obra - Check List
Gestão de obra - Check ListDaniel Campos
 
Pontes Ferroviárias
Pontes FerroviáriasPontes Ferroviárias
Pontes FerroviáriasDaniel Campos
 
Novo Código de Contratos Públicos
Novo Código de Contratos PúblicosNovo Código de Contratos Públicos
Novo Código de Contratos PúblicosDaniel Campos
 
Empreendedorismo - Inovação e Competitividade
Empreendedorismo - Inovação e CompetitividadeEmpreendedorismo - Inovação e Competitividade
Empreendedorismo - Inovação e CompetitividadeDaniel Campos
 
Pontes do Porto - História e Engenharia
Pontes do Porto - História e EngenhariaPontes do Porto - História e Engenharia
Pontes do Porto - História e EngenhariaDaniel Campos
 
RoadEnergy - VCI Energia Rodoviária
RoadEnergy - VCI Energia RodoviáriaRoadEnergy - VCI Energia Rodoviária
RoadEnergy - VCI Energia RodoviáriaDaniel Campos
 
Biomass Power Plants
Biomass Power PlantsBiomass Power Plants
Biomass Power PlantsDaniel Campos
 
Energias Renováveis
Energias RenováveisEnergias Renováveis
Energias RenováveisDaniel Campos
 

Plus de Daniel Campos (20)

INFRAESTRUTURAS - Planeamento Estratégico, Projecto e Construção
INFRAESTRUTURAS - Planeamento Estratégico, Projecto e ConstruçãoINFRAESTRUTURAS - Planeamento Estratégico, Projecto e Construção
INFRAESTRUTURAS - Planeamento Estratégico, Projecto e Construção
 
Engineering Design KPIs
Engineering Design KPIsEngineering Design KPIs
Engineering Design KPIs
 
Obras ferroviárias
Obras ferroviáriasObras ferroviárias
Obras ferroviárias
 
Buildings - Construction Systems
Buildings - Construction SystemsBuildings - Construction Systems
Buildings - Construction Systems
 
Bridges and Tunnels - Building Systems
Bridges and Tunnels - Building SystemsBridges and Tunnels - Building Systems
Bridges and Tunnels - Building Systems
 
Wind Power in Portugal
Wind Power in PortugalWind Power in Portugal
Wind Power in Portugal
 
Gestão de obra - Check List
Gestão de obra - Check ListGestão de obra - Check List
Gestão de obra - Check List
 
Pontes Ferroviárias
Pontes FerroviáriasPontes Ferroviárias
Pontes Ferroviárias
 
Novo Código de Contratos Públicos
Novo Código de Contratos PúblicosNovo Código de Contratos Públicos
Novo Código de Contratos Públicos
 
Empreendedorismo - Inovação e Competitividade
Empreendedorismo - Inovação e CompetitividadeEmpreendedorismo - Inovação e Competitividade
Empreendedorismo - Inovação e Competitividade
 
Pontes do Porto - História e Engenharia
Pontes do Porto - História e EngenhariaPontes do Porto - História e Engenharia
Pontes do Porto - História e Engenharia
 
RoadEnergy - VCI Energia Rodoviária
RoadEnergy - VCI Energia RodoviáriaRoadEnergy - VCI Energia Rodoviária
RoadEnergy - VCI Energia Rodoviária
 
Biomass Power Plants
Biomass Power PlantsBiomass Power Plants
Biomass Power Plants
 
Hydraulic Systems
Hydraulic SystemsHydraulic Systems
Hydraulic Systems
 
BySteel Portfolio
BySteel PortfolioBySteel Portfolio
BySteel Portfolio
 
BySteel
BySteelBySteel
BySteel
 
Steel Industry
Steel IndustrySteel Industry
Steel Industry
 
Energias Renováveis
Energias RenováveisEnergias Renováveis
Energias Renováveis
 
DST group
DST groupDST group
DST group
 
DST Moçambique SA
DST Moçambique SADST Moçambique SA
DST Moçambique SA
 

Dernier

Despertar SEBRAE [PROFESSOR] (1).pdfccss
Despertar SEBRAE [PROFESSOR] (1).pdfccssDespertar SEBRAE [PROFESSOR] (1).pdfccss
Despertar SEBRAE [PROFESSOR] (1).pdfccssGuilhermeMelo381677
 
A LOGÍSTICA ESTÁ PREPARADA PARA O DECRESCIMENTO?
A LOGÍSTICA ESTÁ PREPARADA PARA O DECRESCIMENTO?A LOGÍSTICA ESTÁ PREPARADA PARA O DECRESCIMENTO?
A LOGÍSTICA ESTÁ PREPARADA PARA O DECRESCIMENTO?Michael Rada
 
Conferência SC 2024 | Tendências e oportunidades de vender mais em 2024
Conferência SC 2024 | Tendências e oportunidades de vender mais em 2024Conferência SC 2024 | Tendências e oportunidades de vender mais em 2024
Conferência SC 2024 | Tendências e oportunidades de vender mais em 2024E-Commerce Brasil
 
Conferência SC 24 | Estratégias de diversificação de investimento em mídias d...
Conferência SC 24 | Estratégias de diversificação de investimento em mídias d...Conferência SC 24 | Estratégias de diversificação de investimento em mídias d...
Conferência SC 24 | Estratégias de diversificação de investimento em mídias d...E-Commerce Brasil
 
Conferência SC 24 | Gestão logística para redução de custos e fidelização
Conferência SC 24 | Gestão logística para redução de custos e fidelizaçãoConferência SC 24 | Gestão logística para redução de custos e fidelização
Conferência SC 24 | Gestão logística para redução de custos e fidelizaçãoE-Commerce Brasil
 
Conferência SC 2024 | De vilão a herói: como o frete vai salvar as suas vendas
Conferência SC 2024 |  De vilão a herói: como o frete vai salvar as suas vendasConferência SC 2024 |  De vilão a herói: como o frete vai salvar as suas vendas
Conferência SC 2024 | De vilão a herói: como o frete vai salvar as suas vendasE-Commerce Brasil
 
Conferência SC 24 | Omnichannel: uma cultura ou apenas um recurso comercial?
Conferência SC 24 | Omnichannel: uma cultura ou apenas um recurso comercial?Conferência SC 24 | Omnichannel: uma cultura ou apenas um recurso comercial?
Conferência SC 24 | Omnichannel: uma cultura ou apenas um recurso comercial?E-Commerce Brasil
 
Desenvolvendo uma Abordagem Estratégica para a Gestão de Portfólio.pptx
Desenvolvendo uma Abordagem Estratégica para a Gestão de Portfólio.pptxDesenvolvendo uma Abordagem Estratégica para a Gestão de Portfólio.pptx
Desenvolvendo uma Abordagem Estratégica para a Gestão de Portfólio.pptxCoca Pitzer
 
Conferência SC 24 | Inteligência artificial no checkout: como a automatização...
Conferência SC 24 | Inteligência artificial no checkout: como a automatização...Conferência SC 24 | Inteligência artificial no checkout: como a automatização...
Conferência SC 24 | Inteligência artificial no checkout: como a automatização...E-Commerce Brasil
 
Brochura template para utilizar em eventos
Brochura template para utilizar em eventosBrochura template para utilizar em eventos
Brochura template para utilizar em eventosnpbbbb
 
Conferência SC 24 | O custo real de uma operação
Conferência SC 24 | O custo real de uma operaçãoConferência SC 24 | O custo real de uma operação
Conferência SC 24 | O custo real de uma operaçãoE-Commerce Brasil
 
Catálogo de Produtos OceanTech 2024 - Atualizado
Catálogo de Produtos OceanTech 2024 - AtualizadoCatálogo de Produtos OceanTech 2024 - Atualizado
Catálogo de Produtos OceanTech 2024 - AtualizadoWagnerSouza717812
 
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação para múltiplos canais de venda
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação para múltiplos canais de vendaConferência SC 24 | Estratégias de precificação para múltiplos canais de venda
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação para múltiplos canais de vendaE-Commerce Brasil
 
Conferência SC 24 | Estratégias omnicanal: transformando a logística em exper...
Conferência SC 24 | Estratégias omnicanal: transformando a logística em exper...Conferência SC 24 | Estratégias omnicanal: transformando a logística em exper...
Conferência SC 24 | Estratégias omnicanal: transformando a logística em exper...E-Commerce Brasil
 

Dernier (14)

Despertar SEBRAE [PROFESSOR] (1).pdfccss
Despertar SEBRAE [PROFESSOR] (1).pdfccssDespertar SEBRAE [PROFESSOR] (1).pdfccss
Despertar SEBRAE [PROFESSOR] (1).pdfccss
 
A LOGÍSTICA ESTÁ PREPARADA PARA O DECRESCIMENTO?
A LOGÍSTICA ESTÁ PREPARADA PARA O DECRESCIMENTO?A LOGÍSTICA ESTÁ PREPARADA PARA O DECRESCIMENTO?
A LOGÍSTICA ESTÁ PREPARADA PARA O DECRESCIMENTO?
 
Conferência SC 2024 | Tendências e oportunidades de vender mais em 2024
Conferência SC 2024 | Tendências e oportunidades de vender mais em 2024Conferência SC 2024 | Tendências e oportunidades de vender mais em 2024
Conferência SC 2024 | Tendências e oportunidades de vender mais em 2024
 
Conferência SC 24 | Estratégias de diversificação de investimento em mídias d...
Conferência SC 24 | Estratégias de diversificação de investimento em mídias d...Conferência SC 24 | Estratégias de diversificação de investimento em mídias d...
Conferência SC 24 | Estratégias de diversificação de investimento em mídias d...
 
Conferência SC 24 | Gestão logística para redução de custos e fidelização
Conferência SC 24 | Gestão logística para redução de custos e fidelizaçãoConferência SC 24 | Gestão logística para redução de custos e fidelização
Conferência SC 24 | Gestão logística para redução de custos e fidelização
 
Conferência SC 2024 | De vilão a herói: como o frete vai salvar as suas vendas
Conferência SC 2024 |  De vilão a herói: como o frete vai salvar as suas vendasConferência SC 2024 |  De vilão a herói: como o frete vai salvar as suas vendas
Conferência SC 2024 | De vilão a herói: como o frete vai salvar as suas vendas
 
Conferência SC 24 | Omnichannel: uma cultura ou apenas um recurso comercial?
Conferência SC 24 | Omnichannel: uma cultura ou apenas um recurso comercial?Conferência SC 24 | Omnichannel: uma cultura ou apenas um recurso comercial?
Conferência SC 24 | Omnichannel: uma cultura ou apenas um recurso comercial?
 
Desenvolvendo uma Abordagem Estratégica para a Gestão de Portfólio.pptx
Desenvolvendo uma Abordagem Estratégica para a Gestão de Portfólio.pptxDesenvolvendo uma Abordagem Estratégica para a Gestão de Portfólio.pptx
Desenvolvendo uma Abordagem Estratégica para a Gestão de Portfólio.pptx
 
Conferência SC 24 | Inteligência artificial no checkout: como a automatização...
Conferência SC 24 | Inteligência artificial no checkout: como a automatização...Conferência SC 24 | Inteligência artificial no checkout: como a automatização...
Conferência SC 24 | Inteligência artificial no checkout: como a automatização...
 
Brochura template para utilizar em eventos
Brochura template para utilizar em eventosBrochura template para utilizar em eventos
Brochura template para utilizar em eventos
 
Conferência SC 24 | O custo real de uma operação
Conferência SC 24 | O custo real de uma operaçãoConferência SC 24 | O custo real de uma operação
Conferência SC 24 | O custo real de uma operação
 
Catálogo de Produtos OceanTech 2024 - Atualizado
Catálogo de Produtos OceanTech 2024 - AtualizadoCatálogo de Produtos OceanTech 2024 - Atualizado
Catálogo de Produtos OceanTech 2024 - Atualizado
 
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação para múltiplos canais de venda
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação para múltiplos canais de vendaConferência SC 24 | Estratégias de precificação para múltiplos canais de venda
Conferência SC 24 | Estratégias de precificação para múltiplos canais de venda
 
Conferência SC 24 | Estratégias omnicanal: transformando a logística em exper...
Conferência SC 24 | Estratégias omnicanal: transformando a logística em exper...Conferência SC 24 | Estratégias omnicanal: transformando a logística em exper...
Conferência SC 24 | Estratégias omnicanal: transformando a logística em exper...
 

Plano Estratégico Construção Portugal

  • 1. GA 2009 Plano Estratégico da Construção Inovação e Competitividade em Portugal Daniel Tiago Fraga Campos Direcção de Empresas | EGP-UPBS
  • 2. FICHA TÉCNICA PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO Título Inovação e Competitividade em Portugal Sub-Título Daniel Tiago Fraga Campos Autor Escola de Gestão do Porto Instituição Pós-Graduação em Direcção de Empresas Curso Inovação e Competitividade na Construção Módulo Novembro de 2009 Data Porto, Portugal Local
  • 3. PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL SUMÁRIO EXECUTIVO O Plano Estratégico da Construção é uma iniciativa no âmbito da disciplina de Inovação e Competitividade na Construção da Pós-Graduação em Direcção de Empresas, da responsabilidade do autor, que visa servir de base à concretização de acções de carácter inovador definidas para inverter a situação de profunda crise no sector da Construção e promover o seu crescimento sustentado nos próximos anos. Este documento sintetiza as conclusões do diagnóstico, os objectivos e linhas de desenvolvimento estratégico para o sector, que foram materializadas em 3 eixos: > Sinergias e Inovação Tecnológica; > Marcas e Mercados; > Reestruturação. A concretização destes eixos é realizada pela implementação de 7 projectos, a vários níveis e englobando múltiplas entidades: > Manutenção e Conservação de Vias Rodoviárias; > Reabilitação e Manutenção de Edifícios; > Arrendamento Imobiliário; > Reestruturação do Sector; > Internacionalização: Marca Construção Portugal; > Produção Combinada de Energia Eólica-Hídrica; > Investigação e Desenvolvimento. DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
  • 4. PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL ÍNDICE 1. Introdução…………………………………………………………………………………… 4 2. Conjuntura e Evolução……………………………………………………………… 5 2.1. Economia Nacional…………………………………………………………… 5 2.2. Sector da Construção……………………………………………………… 6 3. Caracterização do Sector…………………………………………………………… 7 4. Visão e Objectivos……………………………………………………………………… 11 4.1. Visão para o Sector………………………………………………………… 11 4.2. Proposta de valor…………………………………………………………… 11 4.3. Objectivos………………………………………………………………………… 11 5. Linhas de Desenvolvimento Estratégico………………………………… 12 5.1. Manutenção e Conservação de Vias Rodoviárias…………… 12 5.2. Reabilitação e Manutenção de Edifícios…………………………… 14 5.3. Arrendamento Imobiliário………………………………………………… 16 5.4. Reestruturação do Sector………………………………………………… 17 5.5. Internacionalização: Marca Construção Portugal…………… 19 5.6. Produção Combinada de Energia Eólica-Hídrica……………… 21 5.7. Investigação e Desenvolvimento……………………………………… 22 DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
  • 5. PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL 4 1. INTRODUÇÃO O sector da construção atravessa de momento uma situação muito grave, com quebras significativas em todos os indicadores que reflectem a sua actividade. Para além das dificuldades naturais intrínsecas a um mercado deprimido como aquele que se vive actualmente, ressurgem com violência fenómenos típicos de uma conjuntura adversa que se repercutem, em cascata, sobre a totalidade do tecido empresarial: intensificação dos atrasos de pagamento por parte do Estado, aviltamento de preços, desemprego, riscos agravados de quebra de segurança e de falhas de qualidade. A origem dos problemas existentes é simultaneamente conjuntural e estrutural, sendo que, quanto ao primeiro aspecto, ela reflecte as dificuldades inerentes a um ciclo económico, tanto interna, como externamente em fase depressiva, e quanto ao segundo, espelha a urgência da tomada de medidas de modernização e reconversão do sector da construção. Os problemas conjunturais, dadas as características próprias deste sector, combatem-se com instrumentos de dinamização do crescimento económico, entre os quais ressalta o investimento público selectivo, por via do efeito multiplicador que ele exerce sobre um considerável número de outras variáveis económicas; a não ser utilizado, corre-se o risco de vir a pagar, por outra via – subsídios de desemprego e outros instrumentos de política social –, aquilo que poderia ser canalizado para a criação da riqueza futura. Abdicar de uma política que privilegie o investimento público como catalizador da recuperação económica é pôr, também, em risco o aproveitamento integral dos fundos comunitários atribuídos a Portugal e hipotecar o esforço que tem sido desenvolvido no sentido da convergência do nosso nível de infraestruturação com o resto da Europa. Do ponto de vista estrutural, o sector português de construção tem de avançar muito rapidamente para um modelo centrado na concentração e na especialização, tal como já vêm fazendo desde há muito outros países europeus. Urgem portanto políticas, medidas e acções de carácter inovador que permitam inverter esta situação e tornar a Construção Portuguesa numa referência mundial de elevada competitividade. DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
  • 6. PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL 5 2. CONJUNTURA E EVOLUÇÃO 2.1. ECONOMIA NACIONAL À semelhança das restantes economias desenvolvidas, em 2008, a portuguesa registou forte abrandamento da actividade económica e as expectativas para os anos seguintes são extremamente negativas. O Produto Interno Bruto (PIB) registou uma taxa de crescimento de 0,3% em 2008, e as últimas projecções do BdP apontam para decréscimos de 0,8% em 2009 e de 0,3% em 2010. Note-se que o comportamento do PIB é explicado por uma quebra da procura, consequência do aumento do desemprego, das restrições de crédito a empresas e famílias, falta de confiança na economia e nas instituições e pela redução expressiva das exportações (estimativa de -3.9% em 2009). A taxa de inflação situou-se nos 2.7% em 2008 e projecta-se 1% e 2% para 2009 e 2010 respectivamente. Estas taxas, desconfortavelmente baixas, são justificadas maioritariamente pelas quebras do preço do petróleo e das matérias-primas não energéticas, mas também pelas restrições ao crédito e quebra de confiança dos consumidores. Importa ainda realçar que, no quadro da União Monetária Europeia, deseja-se uma inflação abaixo, mas próxima, dos 2%, e que o risco de um ciclo longo de crescimento nulo e deflação, embora improvável, existe. De acordo com BdP o emprego registou um aumento de 0,5% em 2008 fruto essencialmente do incremento verificado no primeiro semestre, situação que deve inverter para -1% em 2009 e -0,2% em 2010. Este aumento conjugado com o recurso a crédito pelas famílias (e consequente redução da taxa de poupança) levou a que o consumo privado apresentasse um abrandamento marginal. DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
  • 7. PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL 6 2.2. SECTOR DA CONSTRUÇÃO O sector atingiu no início do ano mínimos históricos, evidenciando actualmente alguns sinais de recuperação da actividade, abrindo novas perspectivas sobre a evolução futura. No entanto mantêm-se muito desfavoráveis alguns indicadores, nomeadamente: o consumo de materiais, onde se registou uma quebra de 15% no consumo do cimento; o nível de desemprego na construção, onde se encontram cerca de 57mil pessoas; o crescimento de desemprego na construção, que verifica a maior taxa da economia portuguesa com 73%; o licenciamento de novos fogos habitacionais, que registou uma queda de 49%; a área licenciada para construção não residencial, que registou igualmente uma queda de 30%. As empresas continuam numa situação financeira desfavorável e continuam a assinalar fortes condicionantes à normal actividade, nomeadamente a reduzida procura e os atrasos nos pagamentos por parte do Estado. Em termos Europeus, observa-se uma estabilização do nível de confiança, mas uma previsão desfavorável em relação ao nível de carteira de encomendas e à evolução futura do emprego. O valor do índice de actividade mantém-se abaixo da média da última década. O indicador de confiança teve uma pequena recuperação face aos mínimos alcançados no início do ano, mas já denota uma nova quebra, continuando abaixo dos valores observados em 2008. Em relação à carteira de negócios, as empresas mantêm uma expectativa desfavorável, tendo-se acentuado as tendências que já vinham a ser observadas nos diferentes segmentos do sector da construção. Os segmentos da construção residencial e não residencial sofreram uma quebra superior a 30%, com especial destaque para a redução de 87% nos edifícios destinados a transportes, 56% no turismo, 38% no comércio e 17% na indústria. Na construção de edifícios não residenciais públicos, a sua evolução continua a apresentar um acentuado dinamismo, fruto do crescimento anormal na área da reabilitação dos edifícios escolares. As obras de engenharia civil sofreram um significativo aumento, assumindo particular relevo as denominadas obras de urbanização (saneamento, abastecimento de água, parques e ajardinamentos e trabalhos diversos de requalificação urbana), as quais, pesando 35% do total de trabalhos de engenharia civil adjudicados, aumentaram cerca de 115%. DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
  • 8. PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL 7 3. CARACTERIZAÇÃO DO SECTOR A indústria da construção em Portugal, à semelhança do que acontece noutros países, tem uma importância significativa no conjunto da economia nacional. Como é sabido, o sector da Construção é um sector muito diferenciado dos outros sectores de actividade, quer em termos produtivos, quer em termos de mercado de trabalho. Trata-se de um sector que apresenta uma cadeia de valor muito extensa, pois recorre a uma ampla rede de inputs, proporciona o aparecimento de externalidades positivas às restantes actividades e gera efeito multiplicadores significativos a montante e a jusante. A construção é uma actividade económica com especificidades próprias, caracterizada por uma grande diversidade de: Clientes, com uma procura que vai do Estado ou das Autarquias ao Particular que pretende auto-construir; Empresas, das grandes multinacionais aos pequenos promotores tradicionais; Projectos, onde cada obra apresenta, geralmente, características diferentes, o que dificulta o desenvolvimento de produtos e processos de fabrico estandardizados; Produtos, que cobrem desde a habitação tradicional às obras mais complexas como por exemplo estradas ou barragens; Operações Produtivas, onde o produto final resulta da interacção entre várias especialidades com graus diferenciados de exigência e tecnologia; Tecnologias, em resultado da intervenção numa empreitada de diversas especialidades e da coexistência de tecnologias de produção novas com antigas; Unidades Produtivas, em que as empresas com grandes meios e capacidades e tecnologicamente mais evoluídas laboram a par de empresas com um aproveitamento limitado das tecnologias disponíveis e com utilização abundante do factor mão-de-obra. O impacto do sector da construção no produto faz-se sentir, quer a montante, nas empresas de materiais e de equipamentos de construção (p.e. maquinaria diversa, cimento, aço, vidro, tintas, plástico, janelas, etc) e de serviços (de consultoria, DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
  • 9. PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL 8 arquitectura, engenharia, etc.), que a jusante nas empresas de equipamentos (p.e. mobiliário, equipamento doméstico, etc.) e de serviços (p.e. abastecimento de energia, manutenção e decoração, seguros, serviços jurídicos, etc.). Consequentemente, a actividade da construção tem um importante impacto sobre o emprego. A procura dirigida a este sector depende directamente do grau de desenvolvimento da economia, da conjuntura económica e do montante das despesas públicas, ou seja, mais do que em qualquer outro sector de actividade, a sua evolução depende do montante e das fases de investimentos em outros sectores. Estamos pois perante uma actividade tendencialmente pró-cíclica, ou seja, expansões mais marcadas que a economia global em fases positivas do ciclo e recessões mais profundas em períodos negativos, sendo por isso mesmo a sua dinâmica frequentemente considerada como um dos principais indicadores de uma economia, ou um dos seus barómetros. Em termos de modelo de financiamento do sector, assinalam-se alguns elementos essenciais. Em primeiro lugar, de relevar que as transferências comunitárias constituíram o elemento central de modulação do ciclo de investimento público. Complementarmente, o financiamento privado dos diferentes segmentos da CCOP tem tido uma grande preponderância. Para a banca, este sector tem sido atractivo, em particular na rendibilidade que estes negócios apresentavam numa conjuntura caracterizada pelo excesso de capitais privados remunerados com reduzidas taxas de retorno devido ao nível historicamente baixo das taxas de juro de curto, médio e longo prazo. Por outro lado, o financiamento privado das obras e dos serviços públicos surge como uma solução conjuntural para sustentar num nível elevado o investimento em infra-estruturas, sem agravar o défice e sem aumentar dos impostos. Daqui se conclui que, em grande parte, o crescimento sustentado da indústria da construção em Portugal tem tido, nos últimos anos, como base três pilares de financiamento distintos: a União Europeia, o Estado Português e a Banca. As empresas portuguesas têm alargado, num curto intervalo de tempo, o seu espaço de actuação do território nacional para o conjunto dos países da União Europeia, Europa de Leste e PALOPs, o que conduziu à adopção de novas políticas de contratação de mão-de-obra e ao recurso, aparentemente de forma indiferenciada, quer ao mercado formal, quer ao mercado informal como espaços de desenvolvimento económico. DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
  • 10. PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL 9 Em termos de emprego, esta conjuntura tem implicado dois tipos de desenvolvimentos: por um lado a necessidade de uma maior competitividade empresarial leva a que a estratégia empresarial preferencial passe por um “downsizing” e por uma externalização das funções produtivas consideradas não essenciais ou outsourcing, isto é, diminuem os seus quadros de pessoal, adoptando uma política que implica passar a subempreitar as diversas fases de realização das obras, reservando para o empreiteiro geral e para o dono de obra uma função de coordenação geral. Em termos da distribuição da mão-de-obra disponível no sector, este facto implica um redimensionamento dos quadros das grandes e médias empresas, que têm vindo a reduzir o seu quadro de pessoal, e um aumento do número de pequenas empresas que passam a funcionar como subcontratadas das primeiras. Por outro lado, as necessidades de mão-de-obra implicam um processo de novos recrutamentos de pessoal não qualificado ou semi-qualificado. Perante condições remuneratórias pouco atraentes no mercado formal, este recrutamento faz-se sobretudo no mercado informal com condições salariais mais atractivas (mas menores remunerações sociais) que seduzem um conjunto diversificado de trabalhadores, designadamente trabalhadores nacionais e trabalhadores imigrantes, quer dos tradicionais países fornecedores de mão-de-obra do mercado português (ex: PALOP), quer de países recém chegados ao mercado internacional de mão-de- obra (ex: países de Leste Europeu). Em Portugal, estas contratações ocorrem quer directamente contratando trabalhadores para os seus quadros; quer através de empresas de cedência temporária de mão-de-obra; quer subcontratando a outras empresas partes ou tarefas numa obra. Esta estratégia permite às grandes empresas portuguesas enviar para as empreitadas nos países da EU a mão-de-obra dos seus próprios quadros e/ou colocar em subempreitadas no exterior mão-de-obra propositadamente contratada para o efeito ao mesmo tempo que asseguram ou mantêm a sua carteira de encomendas em território nacional. Outra das condicionantes deste sector tem a haver com o facto de exercer a sua actividade num quadro estrutural de trabalhos cíclicos, o que proporciona a existência de múltiplas empresas mas, na sua maioria, com um número reduzido de pessoas no quadro de pessoal e com grande rotatividade de trabalhadores. DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
  • 11. PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL 10 Esta abundância de mão-de-obra é uma das razões principais do fraco investimento em formação realizado pelas empresas do sector. Para as empresas, não é economicamente vantajoso formar pessoas que rapidamente se transferem para outra empresa. Os trabalhadores deste sector também não se sentem motivados para trocarem os benefícios imediatos que advêm do exercício da sua actividade pelos potenciais benefícios que poderão advir no investimento em formação não remunerada. Como consequência, a produtividade da mão-de-obra é difícil de avaliar, dado que emprega ainda um volume significativo de mão-de-obra flutuante e/ou informal não contabilizável. No entanto, dado o baixo nível de qualificações, associado a um deficiente dimensionamento da tecnologia (i.e. de tecnologia não adaptada às necessidades), a uma fraca inovação nos métodos de trabalho utilizados, a uma deficiente qualidade dos projectos, a uma ausência de estandardização assim como de uniformização e normalização de produtos e a uma deficiente gestão de stocks, os dados disponíveis parecem sustentar que a produtividade gerada pelo sector é, em geral, menor que a média nacional. DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
  • 12. PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL 11 4. VISÃO E OBJECTIVOS 4.1. VISÃO PARA O SECTOR Portugal será uma das maiores potências mundiais na área da construção, exportando conhecimento e tecnologia de construção através das empresas do sector, desde as grandes multinacionais até às pequenas e médias empresas. Portugal funcionará como uma plataforma de gestão, investigação e desenvolvimento. A nível interno, as empresas de construção serão especialistas na área da conservação, manutenção e reabilitação, estando na vanguarda do aproveitamento das sinergias com os sectores da energia, gestão de resíduos, logística e turismo. Portugal será a maior potência mundial de produção de energias renováveis e um dos países de maior eficiência na gestão de resíduos. A nível europeu, Portugal será a maior plataforma logística, o destino mais visitado e o maior mercado de segunda habitação. 4.2. PROPOSTA DE VALOR A proposta de valor do sector da construção Portuguesa aposta na combinação dos elementos diferenciadores e dos elementos qualificadores do sector. Os elementos diferenciadores constituem as capacidades que distinguem a Construção Portuguesa das restantes a nível internacional: elevada produtividade, elevada capacidade de adaptação, facilidade de comunicação/relacionamento e elevada capacidade de gestão de recursos. Os elementos qualificadores são os necessários para qualificar Portugal para o leque das grandes obras internacionais: elevada experiência, ampla gama de especialidades, segurança e qualidade na execução e excelência na relação qualidade / preço. 4.3. OBJECTIVOS > Crescimento sustentado acima da média europeia, com especial incidência ao nível das receitas, e redução da dependência das obras públicas; > Aumento da contribuição do sector na economia, mantendo-se como um dos principais motores do crescimento da economia portuguesa; > Redução e estabilização do nível de desemprego no sector. DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
  • 13. PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL 12 5. LINHAS DE DESENVOLVIMENTO ESTRATÉGICO 5.1. MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO DE VIAS RODOVIÁRIAS CONTRATOS DE CONSERVAÇÃO E MANUTENÇÃO Após a construção das concessões rodoviárias que se encontram actualmente em fase de execução, o mercado nacional da construção de vias rodoviárias deverá estagnar. No entanto, o pavimento betuminoso que constitui a maioria das actuais vias rodoviárias requer uma manutenção considerável, sendo objecto de renovação da camada de desgaste num período cíclico de 3 a 5 anos. Isto significa que existe um segmento de mercado das vias rodoviárias com elevado potencial e sustentabilidade – a conservação e manutenção. As empresas deverão portanto apostar em obter a maior cota de mercado de contratos de manutenção de vias rodoviárias no país. O processo de concretização desta estratégia deverá passar por abordar directamente as entidades responsáveis pela gestão das vias rodoviárias não concessionadas – Estradas de Portugal e Autarquias – e propor a realização de uma espécie de seguro de manutenção, em que estas entidades pagam um valor fixo mensal e sempre que seja necessário algum tipo de manutenção, dentro de determinados critérios, a manutenção é efectuada sem quaisquer custos extraordinários. O processo de concretização da estratégia deverá igualmente passar pela aliança estratégica com uma entidade seguradora, em que esta assumirá a gestão do risco dos custos extraordinários e a empresa assume a execução de todos os trabalhos de manutenção. ENERGIA RODOVIÁRIA O movimento dos automóveis pode ser convertido em electricidade através de geradores piezoeléctricos colocados debaixo dos pavimentos rodoviários. As empresas devem investir neste segmento, aproveitando sinergias entre os segmentos de Vias Rodoviárias e Energias Renováveis e tirando partido das vantagens da solução: nível de produção equivalente à energia eólica (potencial de captação de energia de 250KW.h, valor suficiente para abastecer mais de 500 casas), energia economicamente competitiva face à energia do carbono e retorno do investimento inferior às restantes energias renováveis – no máximo 12 anos. DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
  • 14. PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL 13 O processo de concretização da estratégia deverá passar pela aquisição dos equipamentos à empresa israelita que detém a patente da tecnologia INNOWATTECH e pela aquisição dos direitos de exploração da energia rodoviária através de alianças estratégicas com as entidades responsáveis pela gestão das vias rodoviárias não concessionadas – Estradas de Portugal e Autarquias –, em que a manutenção das vias rodoviárias seria feita a custo zero ou a um custo reduzido, desde que lhe fosse permitida a exploração do sistema de produção de energia que iria implementar durante a fase de manutenção das vias rodoviárias. REUTILIZAÇÃO DE RESÍDUOS NOS PAVIMENTOS RODOVIÁRIOS O tratamento e deposição final dos pneus usados e dos pavimentos betuminosos fresados é um problema ambiental com que o Estado Português se tem confrontado nos últimos anos. A reutilização destes resíduos na produção de novos pavimentos rodoviários, para além dos evidentes benefícios ambientais (por exemplo, os pneus deixam de ser queimados ou depositados em lixeiras ou aterros), é uma solução viável e particularmente interessante para a resolução de diversos problemas nos pavimentos, uma vez que contribui, de uma forma geral, para um aumento da resistência à fadiga, diminuição da susceptibilidade à temperatura, diminuição da sensibilidade ao envelhecimento e diminuição do ruído, relativamente às misturas betuminosas convencionais. Destas melhorias resulta uma diminuição da espessura das camadas betuminosas e uma diminuição dos custos de conservação ao longo da vida de serviço dos pavimentos, com benefícios económicos, que tendo em conta a escassez de recursos para investimentos em infra-estruturas rodoviárias que se verifica no nosso país, torna a tecnologia envolvida na pavimentação um item importante que merece a devida atenção. As empresas devem assim promover a utilização deste tipo de pavimentos e a introdução de constituintes reciclados na produção de novos materiais. Para tal deverão investir em laboratórios de investigação e desenvolvimento de materiais e efectuar parcerias com universidades. DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
  • 15. PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL 14 5.2. REABILITAÇÃO E MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS Há muitos anos que a reabilitação urbana se avista como um mercado de elevado potencial. No entanto, por motivo de falta de capacidade financeira dos proprietários, da existência duma legislação de arrendamento inadequada e da dificuldade de expropriação em caso de necessidade, este sector da construção encontra-se literalmente estagnado e sem grande crescimento. A política de reabilitação urbana nos grandes centros históricos das cidades portuguesas, nomeadamente na cidade do Porto, tem passado pela expropriação dos bens imóveis aos proprietários em quarteirões completos, realojamento dos arrendatários em bairros camarários e posterior lançamento de concursos para reabilitação e construção de imóveis de luxo e hotelaria. Esta política não parece ser a mais correcta, no entanto, tem que se admitir que é a possível em zonas de elevada proximidade entre edifícios e fraca exposição solar. Nas restantes situações, nomeadamente nas periferias das cidades, nos grandes dormitórios, onde se encontram os edifícios dos anos 80 de grande porte, de linhas sóbrias e ricos em patologias que reduzem o conforto térmico e acústico das habitações, a qualidade estética dos imóveis e por vezes colocam em causa as condições de salubridade dos mesmos, existe outra solução. As empresas de reabilitação de fachadas poderiam efectuar a reabilitação destes edifícios a custo zero para os proprietários, tirando partido das sinergias resultantes com a produção de energia fotovoltaica. As empresas aplicariam no revestimento das fachadas materiais com capacidade de produzir energia eléctrica e com elevados índices de eficiência térmica e acústica. O retorno do investimento na reabilitação, ou seja, na central fotovoltaica, seria obtido pela exploração da energia eléctrica cedida pelos proprietários. Desta forma, ambas as entidades ficariam a ganhar: os proprietários que usufruíam da reabilitação dos imóveis sem qualquer custo, assim como a manutenção por um período de 20 anos, que de outra forma não seria possível, entrando os imóveis em elevado estado de degradação; as empresas de reabilitação, a par do trabalho de construção, tornar-se-iam promotores/produtores de energia fotovoltaica, apenas tendo como investimento inicial o custo dos equipamentos e respectiva montagem; o espaço ocupado seria a custo zero, não existindo quaisquer investimentos em terrenos ou o pagamento de quaisquer arrendamentos de espaços para implementação dos sistemas fotovoltaicos. DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
  • 16. PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL 15 Face ao período de retorno médio do investimento de 5 a 8 anos, este negócio obrigaria as empresas a efectuar parcerias com entidades de financiamento de crédito. No entanto, após os primeiros 5 anos tornar-se-ia auto-sustentável, facto inédito na construção. Como é óbvio, os edifícios elegíveis para este negócio teriam ser alvo de uma selecção extremamente criteriosa e rígida, no sentido de garantir uma exposição solar adequada dos equipamentos e sua consequente rendibilidade. No entanto, esta medida significaria enormes progressos na reabilitação urbana e sua sustentabilidade, com elevados benefícios para as populações, autarquias e empresas promotoras. Para tornar possível esta medida, o Estado e as empresas responsáveis pelas infra- estruturas eléctricas deveriam procurar melhorar as mesmas, no sentido de não limitar a injecção de energia na rede e permitirem valores de potência que tornem o sistema rentável. As empresas de reabilitação deveriam efectuar parcerias com universidades e laboratórios de desenvolvimento de materiais, de modo a permitir o crescimento mais acelerado da gama e potencialidade destes equipamentos, sua adequação à função de revestimento de fachada e sua diversidade em termos estéticos. DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
  • 17. PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL 16 5.3. ARRENDAMENTO IMOBILIÁRIO Face à actual situação do mercado imobiliário, as vendas de imóveis, em particular os apartamentos, diminuiu consideravelmente, deixando os promotores/construtores numa situação delicada com elevado stock de apartamentos. Tendo em conta as perspectivas aliciantes do segmento de arrendamento imobiliário a médio prazo, relacionadas com a crescente necessidade de maior mobilidade das pessoas no trabalho, as empresas deverão tirar partido do potencial deste segmento para resolver o problema do baixo nível de vendas e da falta de retorno do capital investido. O processo de concretização desta estratégia deverá passar pela criação de uma bolsa nacional de arrendamento de imóveis distribuídos por todas as capitais de distrito, em que os imóveis são classificados em função da localização, área, qualidade de construção, proximidade de serviços e transportes públicos – para edifícios com a mesma classificação, será cobrado o mesmo valor monetário. Qualquer cliente que necessite mudar de habitação, mantendo a mesma classificação, sabe que pagará o mesmo valor, não correndo o risco de, por motivos de mudança de emprego ou cidade, ter de pagar eventualmente valores muito mais elevados. Oferece-se assim a garantia de cobertura de risco e maior estabilidade financeira ao cliente ao longo da sua vida. Com este modelo garantir-se-á uma fidelização dos clientes, situação rara no sector da imobiliária. De modo a não prejudicar os clientes em situações de não disponibilidade imediata de apartamento para a zona pretendida, deverá ser feita uma aliança estratégica com cadeias hoteleiras para acolherem os clientes temporariamente ao mesmo custo do aluguer do apartamento. DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
  • 18. PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL 17 5.4. REESTRUTURAÇÃO DO SECTOR Existem actualmente em Portugal 56.400 empresas habilitadas a exercer a actividade da construção. Consoante os subsectores da construção, entre 60% a 90% das empresas são de pequena e média dimensão. A maior empresa do sector, a Mota-Engil, não consegue figurar no top espanhol. Milhares das pequenas empresas da construção são constituídas por 9 ou menos colaboradores, sendo a maioria mão-de-obra produtiva e não existindo qualquer tipo de estrutura de apoio. FUSÃO DE EMPRESAS Do ponto de vista estrutural, o sector português de construção tem de avançar muito rapidamente para um modelo centrado na concentração e na especialização, tal como já vêm fazendo desde há muito outros países europeus. A concentração, ao contrário do que muitos erradamente são levados a pensar, é um poderoso instrumento de clarificação e disciplina dos mercados, pois permite uma estratificação mais eficaz e uma rentabilização a todos os níveis do tecido empresarial, induzido pelo efeito motor que as grandes unidades empresariais exercem sobre os mercados. Para além deste aspecto, fulcral, a concentração é incontornável se se quiser continuar a apostar na internacionalização onde o atributo “dimensão” é condição fundamental para se ter a possibilidade de aceder aos grandes mercados mundiais. Não se julgue que a solução pela concentração, e com ela a modernização do sector da construção, está em exclusivo na mão dos empresários. Tem de haver conjugação de esforços entre a Administração e os agentes económicos no sentido de serem criadas condições para se caminhar por essa via. E não só de incentivos fiscais. Também de enquadramento legislativo, que torne o ambiente em que estas operações ocorram mais amigável. Neste contexto urge rever em conformidade o quadro legal que enquadra o sector da construção, tornando-o mais adequado às exigências de uma economia moderna, fundada na agilidade, na cooperação entre as partes envolvidas e na repartição racional do risco. Do lado da oferta – empresas construtoras –, a legislação deve ser melhorada de modo a fomentar a constituição de grupos empresariais de dimensão próxima da média europeia, a premiar os mais capazes e a incentivar os que pretendam aceder a este patamar, a promover o aumento da produtividade, e a impor níveis de DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
  • 19. PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL 18 exigência, quanto ao desempenho da sua actividade, mais elevados, garantindo melhor qualidade do produto final. Quanto à procura – as entidades adjudicantes –, os diplomas a rever terão que consagrar soluções que visem a criação de um clima de confiança entre as partes contratantes, conter mecanismos que estratifiquem o mercado garantindo que as obras mais volumosas e mais complexas sejam executadas pelas empresas melhor apetrechadas, condenar práticas concorrenciais que, com o único objectivo de garantir o presente, ponham em causa a solidez futura do sector. AGRUPAMENTOS DE PEQUENAS EMPRESAS As pequenas empresas, que na sua maioria consistem em subempreiteiros especializados do sector da construção, deveriam juntar-se em agrupamentos empresariais, fazendo uma gestão partilhada dos recursos, nomeadamente gestão contabilística e financeira, gestão de compras, gestão de frotas, gestão de recursos humanos e equipamentos. Desta forma, iriam usufruir de uma estrutura de apoio que de outra forma não teriam a um custo pouco significativo, teriam maior poder negocial nos processos de compras e aquisição de frotas, teriam maior poder negocial junto dos seus clientes, poderiam ter uma bolsa partilhada de mão-de-obra e equipamentos fazendo uma optimização destes recursos. A competitividade destas empresas seria significativamente melhorada, registando- se posteriormente desempenhos financeiros mais favoráveis e maior facilidade de internacionalização. CLUSTERS DA CONSTRUÇÃO As grandes empresas de construção tornaram-se autênticas empresas gestoras de projectos, subcontratando a maioria das especialidades. Isto significa que o desempenho das grandes empresas de construção, depende quase exclusivamente do desempenho das empresas suas subcontratadas. Assim, deverão efectuar-se parcerias a longo termo entre empresas complementares, abrangendo toda a cadeia de valor da construção, desde as actividades a montante da construção até às actividades a jusante, criando autênticos clusters da construção. Desta forma, o desempenho seria assegurado e as empresas de construção portuguesas teriam maior poder e estabilidade para actuar no mercado internacional. DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
  • 20. PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL 19 5.5. INTERNACIONALIZAÇÃO: MARCA CONSTRUÇÃO PORTUGAL Apesar da forte dependência do Estado a que o sector da Construção nacional foi habituado ao longo de décadas, as empresas adquiriram algo que lhes permite romper fronteiras: conhecimento e experiência. Actualmente a construção nacional está especializada em quase todas as áreas da construção nomeadamente: edifícios, obras de arte, vias rodoviárias, vias ferroviárias (via-férrea tradicional, metro e, dentro em breve, via-férrea de alta- velocidade), infra-estruturas urbanas, obras marítimas, túneis, construções metálicas, energia (barragens, mini-hídrica, parques eólicos, centrais termoeléctricas, parques fotovoltaicos), etc. Para além da parte técnica, as empresas portuguesas já têm um largo conhecimento e experiência em vários tipos de gestão contratual, desde a construção tradicional, às parcerias públicos-privadas que tanto agradam os governos dos países, uma vez que não entram na contabilidade como dívida pública. Esta poderia ser a porta de entrada para muitos mercados, onde esta modalidade é encarada como extremamente apelativa. MARCA «CONSTRUÇÃO PORTUGAL» Na sequência do descrito no ponto anterior, as empresas deverão então empreender acções de internacionalização intensiva e o estado português deverá colaborar nesse sentido, criando a marca “Construção Portugal”. Esta marca consistiria num reconhecimento internacional do estado português do mérito das empresas a actuar no estrangeiro. A atribuição da distinção e respectivas auditorias periódicas seriam da responsabilidade do LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil, mediante o cumprimento de critérios bastante apertados em termos de conhecimento, experiência, qualidade e segurança. O nível de exigência seria bastante superior ao normalmente exigido, criando uma clara diferenciação das empresas no sector a nível mundial. O Estado Português ficaria responsável pela campanha da marca a nível mundial, da mesma forma como já é feito na área do Turismo e com uma abordagem mais próxima dos governos dos respectivos países. DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
  • 21. PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL 20 CONCESSÕES RODOVIÁRIAS NOS MERCADOS EXTERNOS O mercado nacional das concessões rodoviárias está praticamente fechado, não havendo espaço para as empresas operar de agora em diante. Assim estas devem apostar nas concessões em mercados externos onde existe um grande potencial de crescimento deste mercado e do seu respectivo valor. Referimo-nos nomeadamente à Africa do Sul, Polónia e República Checa. O processo de concretização desta estratégia deverá passar pela aquisição de empresas autóctones do segmento de vias rodoviárias com forte implantação no mercado e boa imagem junto dos clientes, assim como deverá passar pela aliança estratégica com uma instituição de crédito bancário, afim de obter a capacidade de financiamento que estes projectos requerem. ENERGIAS RENOVÁVEIS NOS MERCADOS EXTERNOS O crescimento das empresas e sua internacionalização poderá passar pela sua expansão para o mercado externo de construção de instalações de produção de energias renováveis, nomeadamente parques eólicos, barragens e mini-hídricas, em países onde se verifica um grande potencial destas energias, um forte investimento de entidades público-privadas, reforçado pelo interesse dos respectivos governos em apoiar esse investimento. Referimo-nos nomeadamente ao México, Chile, África do Sul e Roménia. O processo de concretização desta estratégia deverá passar pela aliança estratégica das empresas com clientes actuais do mercado nacional da energia, em que se verificam relações duradouras, nomeadamente com a Enercon GmbH, EDF Energie Nouvelle, Finerge, Térmica Portuguesa, EDP Energias Renováveis, Enernova, Generg, etc. DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
  • 22. PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL 21 5.6 PRODUÇÃO COMBINADA DE ENERGIA EÓLICA-HÍDRICA Dado as empresas terem já uma experiência considerável na construção de parques eólicos e mini-hídricas, estão em condições de iniciar a sua diversificação para o investimento directo em energias renováveis a par da sua construção. Mais ainda, deverão aproveitar o efeito de sinergias dos dois segmentos de energia, para promover um sistema de produção de energia eléctrica mais eficiente – produção de energia renovável combinada. Neste sistema, em período de fraca necessidade de energia na rede eléctrica, a energia eólica poderá ser convertida em energia potencial hidráulica, através da bombagem de água entre duas albufeiras a cotas diferentes; em períodos de maior necessidade de energia na rede eléctrica, a mini- hídrica liberta a água da albufeira superior para a inferior e gera energia hidroeléctrica. Desta forma, a mini-hídrica funciona como uma bateria de energia e garante-se a venda de energia à rede nos períodos em que o preço da energia é superior, obtendo-se assim rentabilidades mais elevadas. A mini-hídrica poderia ainda ser munida de um sistema de optimização de inércia que permitiria obter maior produção de energia eléctrica com a mesma energia potencial. Note-se que este sistema ainda se encontra em desenvolvimento, o que implicaria alguma investigação. O processo de concretização desta estratégia deverá passar por adquirir um direito de ligação à rede de energia eléctrica nacional, assim como deverá passar pela aliança estratégica com empresas do ramo eléctrico e uma instituição de crédito bancário, afim de obter a capacidade de financiamento que estes projectos requerem. DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
  • 23. PLANO ESTRATÉGICO DA CONSTRUÇÃO INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE EM PORTUGAL 22 5.7. INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO As empresas devem investir em laboratórios de investigação e desenvolvimento para promover a inovação nos produtos e assim tornarem-se mais competitivas no mercado nacional e internacional. Os pavimentos rodoviários são uma área onde ainda existe bastante margem para a criação de novos produtos, nomeadamente pavimentos betuminosos com maior durabilidade. A aplicação de pavimentos betuminosos de maior durabilidade em futuras concessões rodoviárias resultará numa redução considerável dos custos de manutenção dos pavimentos, com ganhos evidentes na rendibilidade do negócio a longo prazo. Mais ainda, caso avançassem com o investimento directo em energias renováveis, poderiam ainda alargar a investigação e desenvolvimento para este segmento, procurando desenvolver tecnologias com forte potencial de retorno, nomeadamente os sistemas de optimização de inércia em mini-hídricas. Na área da reabilitação de edifícios, o desenvolvimento de materiais de revestimento de fachadas e coberturas com capacidade de produção de energia eléctrica é cada vez mais uma realidade. As empresas devem apostar no desenvolvimento deste tipo de materiais e na sua variedade, tendo como visão que no futuro todos os edifícios irão produzir energia eléctrica para a rede nacional. O processo de concretização desta estratégia deverá passar pela contratação técnicos de investigação especializados, na aquisição de equipamentos específicos e na aliança estratégica com instituições de ensino superior de engenharia e investigação, promovendo bolsas de estágios e projectos para mestrados e doutoramentos. DANIEL TIAGO FRAGA CAMPOS © NOV 2009
  • 24. GA EGP © 2009