6 suis je charlie est-ce que je ne suis pas charlie
1. 11/02/2015 Suisje Charlie? Estce que je ne suis pas Charlie? | Estude Atualidades
http://www.estudeatualidades.com.br/2015/01/suisjecharlieestcequejenesuispascharlie/ 1/3
PESQUISE A. FIORAVANTI
H. SUBI
GEOPOLÍTICA NACIONAL GEOPOLÍTICA INTERNACIONAL CIÊNCIA E TECNOLOGIA CULTURA VARIEDADES CONCURSOS
Há algum tempo, discutimos aqui no blog quais seriam os limites do humor (relembre neste post). Com o
atentado à revista Charlie Hebdo em Paris nesta semana, o debate volta às luzes em uma visão mais ampla:
qual o limite da liberdade de expressão?
Todos os veículos de imprensa ao redor do mundo estamparam em suas manchetes e convocaram a população
a protestar contra um ato terrorista que atingiu frontalmente, segundo eles, a liberdade de expressão e de
imprensa. O assassinato dos cartunistas da revista parisiense foi, insistem, uma tentativa de calar aqueles que
se dedicam a levar informações para nossas casas ou ao menos limitar quais fatos podem ou não ser
veiculados. A democracia teria como base a liberdade de expressão, a qual, querem seus defensores tão
radicais quanto os terroristas que mataram 12 desenhistas, significa o direito de dizer o que quiser, de quem
quiser, do jeito que quiser e quantas vezes quiser.
Mas será que liberdade de expressão é isso mesmo?
Não estou querendo defender, em momento algum, o ato extremado, violento e injustificável do grupo islâmico
contra a revista. O que ninguém está discutindo na grande mídia é a falta de razão da revista atacada. Em
outras palavras, será que esse não é um daqueles famosos casos nos quais ninguém tem razão?
Liberdade de expressão é a possibilidade de narrar fatos, expor opiniões e ideias sem ter que se submeter a
controle prévio do conteúdo que será dito, é a ausência de censura. Nunca teve nem terá a amplitude que os
maiores jornais do mundo estão querendo atribuirlhe: o direito amplo, geral e irrestrito de dizer o que quiser. O
direito de se expressar de um vai até o ponto em que começa o direito à liberdade religiosa do outro.
A fé é algo inexplicável, metafísico, que move multidões pelo mundo. Se temos uma determinada fé, ou
nenhuma, por que isso nos autorizaria a ridicularizar a fé alheia? Que “liberdade” de gozar o outro é essa? Não,
ela não existe.
Não se alegue que a Charlie Hebdo satiriza todas as religiões e nunca foi atacada por outros grupos. Tal fato
apenas denota que o tipo de humor desse periódico é ofensivo à imensa maioria da população mundial. Há
católicos fundamentalistas, protestantes fundamentalistas e muçulmanos fundamentalistas. Desta vez, o último
grupo se irritou primeiro. Estavam defendendo o seu direito à fé sem interferências ou humilhações públicas.
Insisto que não acho que o erro editorial justifica o erro humano de matar. Até porque o ato terrorista terá um
nefasto efeito inverso: como a maior parte do mundo ocidental não conhece o Alcorão, aumentarão as
alegações absurdas de que o livro incita a violência prometendo aos fiéis um certo número de virgens ou algo
que o valha. Limitar o livro sagrado de uma determinada religião a uma única passagens com a exclusiva
intenção de criticála sem conhecêla é esquecer convenientemente, por exemplo, um grande número de
passagens do Velho Testamento católico com violências similares. Todavia, como a Europa e a América são de
maioria cristã, esses argumentos rasos serão despejados aos montes para fazer aumentar o preconceito e as
ofensivas militares contra os países muçulmanos.
Estou feliz que as autoridades francesas conseguiram neutralizar a célula terrorista. Seria bom que todas as
pessoas que pregam a guerra fossem neutralizadas. Mas será que também não é o momento de neutralizar
aqueles que incitam a guerra com palavras, sátiras e gozações que atingem muitas vezes aquilo que outros
povos mais idolatram?
(Tradução do título do post: Eu sou Charlie? Eu não sou Charlie?)
Leia mais: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2015/01/1574159primeiracapadocharliehebdoapos
ataquetrazmaomechorando.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/203517vivaafaltaderespeitohumornaoeofensivo.shtml
http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2015/01/aposcharliehebdocomediantedieudonnetestablimitesdo
humorb.html
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GEOPOLÍTICA INTERNACIONAL
Suisje Charlie? Estce que je ne suis pas
Charlie?
por HENRIQUE SUBI em 13/jan/2015 • 22:25 10 Comentários