O documento descreve a longa história da Bíblia, desde os primeiros tempos até a sua disseminação global nos dias atuais. Começa com a profecia das duas testemunhas no Apocalipse, representando o Velho e Novo Testamento. Ao longo dos séculos, a Bíblia sobreviveu sob perigos, mas hoje é traduzida em milhares de línguas e distribuída em todo o mundo.
1. SOBREVIVENDO OS SÉCULOS
Sob o símbolo das duas testemunhas o capítulo 11 do Apocalipse
apresenta uma memorável profecia a respeito da circulação admirável da
Bíblia nesses nossos dias, o tempo do fim.
Estas duas testemunhas (que são o Velho e o Novo Testamento) são
descritos como sendo profetizado, ou feito o seu trabalho apontado por
1260 dias (ou anos) embora vestidos de saco. No fim deste período eles
são mortos e estão sem sepultura por um curto tempo, após o qual eles
são ressuscitados e ascendem aos céus em uma nuvem, enquanto os seus
inimigos olhavam admirados. Obviamente a passagem toda é designada
para mostrar a mudança de status com respeito às Sagradas Escrituras.
Durante longo século a Palavra Escrita de Deus sobreviveu somente sob
perigos e dificuldades sem número. Mas em nossos dias é traduzida em
mais de mil línguas e dialetos e é despachada às toneladas e como carga
de navio a todos os cantos do mundo. Do ponto de vista de Deus e do
universo, que vê esta disseminação universal da Bíblia em nossos dias, é
sem dúvida o mais importante evento na terra desde o Calvário e o
Pentecostes.
Nós precisamos nos lembrar que durante os primeiros vinte e cinco
séculos da história humana nenhuma Bíblia existia em qualquer parte,
nenhuma revelação escrita da vontade de Deus para o homem. Então
devagar, durante século após século, escritos divinamente inspirados
começavam a aparecer.
Mas até mais ou menos a metade do primeiro século depois de
Cristo, os homens possuíam apenas o que nós agora chamamos o Velho
Testamento. E quão poucas e custosas eram as cópias! O Velho
Testamento é realmente uma livraria de muitos livros. Cada cópia tinha
que ser escrita à mão, uma escrita difícil, e somente escrita por
especialistas especialmente treinados para o trabalho. A adição do Novo
Testamento aumentou o tamanho da biblioteca e as despesas. Por mais
de outros mil anos , até a invenção da imprensa, uma cópia completa da
2. Sobrevivendo os Séculos 2
Bíblia sempre custava o equivalente do salário de um homem preparado
um ano inteiro, ou ao redor do que nós hoje pagamos por um bom
automóvel. Considerando a quase universal pobreza e ignorância de
todos os tempos que precederam o nosso próprio, lamentavelmente quão
poucas eram as cópias da Bíblia existentes, e quão poucos podiam
possuir uma cópia para si mesmos!
Nós precisamos também nos lembrar que exceto nos tempos muito
modernos não existiam dicionários em qualquer língua para auxiliar a
explicar palavras e frases difíceis. Nem havia uma muleta mental como
uma concordância para ajudar a localizar uma passagem somente
fracamente lembrada. Estes fatos juntamente com o jeito visivelmente
absurdo e difícil de manusear rolos ou mesmo códices de pergaminho (os
últimos não existiam nos tempos do Velho Testamento), nos fazem
admirar pela íntima familiaridade com todos os outros escritos mostrados
pelo apóstolo S. João no Apocalipse, que está absolutamente saturado
com citações e alusões aos escritos proféticos do Velho Testamento.
Mas esta profecia a respeito das duas testemunhas prediz um estado
distintamente diferente dos negócios no fim da história do mundo. O
último capítulo de Daniel prediz que no tempo do fim muitos correriam
de um lado para outro, e o conhecimento aumentaria (Dan. 12:4). Esta
passagem no Apocalipse a respeito das duas testemunhas pode ser
considerado um aumento e comentário de um lado do texto de Daniel,
pois dá o que na realidade é o mais importante aspecto da profecia de
Daniel, isto é, o enorme aumento na compreensão da mensagem de Deus
para o gênero humano e sua circulação em forma impressa entre todos os
povos e em todas as línguas. Esta disseminação global da Bíblia seria um
evento absolutamente único e sem precedentes na história humana .
Ao nós olharmos para atrás sobre a história do trabalho de Deus
durante os longos séculos, nós o vemos caracterizado por curtos períodos
de reavivamento, alternando com longos períodos de degenerescência e
trevas. Contrariando a opinião geral, o primeiro século do mundo foi de
grande luz moral e espiritual.
3. Sobrevivendo os Séculos 3
Ellen G. White declara:
"Apesar da impiedade do mundo antediluviano, aquela época não era,
como freqüentemente tem sido suposto, de ignorância e barbárie. Ao povo
concedeu-se a oportunidade de atingir uma elevada norma de moral e
adiantamento intelectual...
"As vantagens dos homens daquela época para adquirirem
conhecimento de Deus mediante Suas obras, nunca foram desde então
igualadas. E, assim, longe de ser uma era de trevas religiosas, foi ela de
grande luz. Todo o mundo teve oportunidade de receber instrução de Adão,
e os que temiam ao Senhor tinham também a Cristo e os anjos como seus
instrutores. E tiveram uma testemunha silenciosa da verdade, no jardim de
Deus, que durante tantos séculos permaneceu entre os homens. Na porta do
Paraíso, guardada pelos querubins, revelava-se a glória de Deus, e para ali
vinham os primeiros adoradores. Ali erguiam os seus altares, e
apresentavam suas ofertas. Foi ali que Caim e Abel trouxeram seus
sacrifícios, e Deus condescendeu em comunicar-Se com eles...
"Apesar da iniqüidade que prevalecia, havia uma linhagem de homens
santos que, elevados e enobrecidos pela comunhão com Deus, viviam como
que na companhia do Céu. Eram homens de sólido intelecto, de
maravilhosas conhecimentos. Tinham uma grande e santa missão:
desenvolver um caráter de justiça, ensinar a lição da piedade, não somente
para os homens de seu tempo, mas para as gerações futuras." – Patriarcas
e Profetas, pp. 82, 83, 84,
Nós precisamos lembrar que Adão viveu para ver a nova geração de
sua posteridade. Por centenas de anos sete gerações estavam vivendo
contemporaneamente sobre a terra. O grande envolvimento da vida de
vários dos antigos patriarcas tanto antes como depois do Dilúvio explica
como as instruções divinas podiam facilmente ser transmitidas desde
Adão até a família à qual Abraão pertencia. Por exemplo, Sem viveu até
Abraão ter 150 anos de idade. Assim em linhagem ininterrupta a verdade
de Deus podia ser passada adiante, e todos os que quisessem podiam
saber as grandes promessas de Deus para a salvação do pecado e os
gloriosos galardões da obediência. Eles não tinham Bíblia; mas os
4. Sobrevivendo os Séculos 4
ensinos paternos acurados, sob as bênçãos de Deus, eram amplamente
suficientes para conseguir os propósitos graciosos da redenção.
Entre as muitas vozes que nos chama hoje de todo o lado, é de
máxima importância que nós saibamos a qual atender. Qual é de Deus,
em harmonia com os céus e tudo que é bom e verdadeiro e elevado?
Quais são os espíritos do mal, procurando desviar-nos à perdição? Estes
problemas de escolha, que envolvem a vida e a morte, pressionam a todo
o indivíduo moderno toda a hora desperta do dia. Como o anjo Gabriel
disse a Daniel, "nenhum dos perversos entenderá; mas os sábios
entenderão" (Dan. 12:10).
Através de todos os tempos antigos, ou ao menos até ao tempo da
volta do Cativeiro Babilônico, os israelitas sempre enfrentavam o
problema de escolher entre o verdadeiro profeta de Deus e os falsos. Eles
tinham a Palavra Escrita de Deus desde o tempo de Moisés; e estes
escritos sagrados continham a parte maior do que nós agora chamamos
os livros do Velho Testamento. Até o tempo mencionado aparentemente
poucos, se alguns dos escritos dos profetas falsos chegaram à circulação
comum.
Mas desde o período da volta do exílio, numerosos escritos
seculares e espúrios, que os sábios agora chamam apocalípticos,
começaram a se multiplicar; e desde então os investigadores da verdade
tinham que decidir quais eram de Deus e quais não o eram. Estes escritos
apocalípticos eram obviamente imitações de tais escritos como as visões
de Daniel, mas eram eles inspirados pelo mesmo espírito como era o
seu? Indubitavelmente muitas pessoas destes dias estavam inclinadas a
classificá-los todos conjuntamente, incapazes de discernir qualquer
grande diferença entre eles. Mas então como sempre as palavras de Jesus
eram verdadeiras: "As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as
conheço, e elas me seguem." João 10:27.
Nos tempos do Novo Testamento estes escritos espúrios tinham se
multiplicado, e no período pós-apostólico eles aumentaram grandemente
em número e em apelos confusos e enganosos. Praticamente todo pedaço
5. Sobrevivendo os Séculos 5
de literatura que veio a nós dos assim chamados "pais apostólicos" são
deste caráter, uma mistura do bem e do mal.
Desde este tempo aos nossos o povo que deseja saber a verdade tem
buscado discernir, não tanto entre os verdadeiros e os falsos profetas
vivos, mas entre os escritos verdadeiros e falsos. Hoje em dia vozes
encantadoras são ouvidas no ar pelo rádio e televisão e por todos os
outros meios concebíveis de propaganda. Nenhum povo em qualquer
tempo anterior foi jamais "tão espanado por palavras", boas e más, e
obrigado constantemente a se decidir entre elas. Quão imperativo que
continuemos a decidir de acordo com Isaías 8:20!
Quando o espírito imundo da tradição e temor é lançado fora, o
homem moderno se jacta de ser "livre". Ele declara ter uma mente
aberta. O relatório de Gênesis não restringe mais a imaginação a respeito
da origem do mundo; os trovões do Sinai não mais o incomodam em
questões de ética ou moral. Ele está estritamente dependendo de si, e sua
"mente aberta" tem apenas um critério: se ele gosta de uma idéia ou não
gosta.
Por exemplo, Einstein não somente se congratulou que ele era
suficientemente amplo de compreensão de descrer da idéia de um Deus
pessoal e de substituir uma teoria panteísta, mas ele então procedeu de
abandonar a cosmologia de Newton, que implicava que o universo devia
ter alguma maneira de centro ou sede administrativa, ao redor da qual as
partes do universo revolvem. Assim, depois de liquidar este ponto de
vista, ele declarou: "Nós assim nos livramos da concepção sem gosto de
que o universo material devia possuir alguma coisa da natureza de um
centro". The theory of Relativity, Fourth ed., pp. 106,107. Em outras
palavras, Einstein, como tantos outros modernos, usou seu gosto ou a
falta dele, para decidir sua compreensão a respeito do universo e sua
origem e então se jactar de ser científico.
Em nossos dias cada pessoa na vida pública é vítima do bombardeio
do rádio, pelo correio, e por todas os outros meios da moderna massa de
comunicação por meio da qual os sete outros espíritos, piores que o
6. Sobrevivendo os Séculos 6
primeiro, procuram entrar no vácuo feito pela partida do ocupante
original. Pouco admira que "agora o poder de Satanás de tentar e enganar
é dez vezes maior do que o foi nos dias dos apóstolos". Spiritual Gifts,
Vol. 2, p. 277.
Também devemos reconhecer que certas partes da Bíblia são
especiais para nossos dias, tendo sido apropriadas para a última parte dos
últimos dias. Outras partes têm sido de especial importância em outros
tempos. E nós precisamos discernir.
Para ilustrar pelo que é talvez um caso extremo: Alguns dos
capítulos do Velho Testamento consistindo de longas listas de nomes
podem parecer de pouco interesse ou importância para nós, mas eles
eram muito interessantes e importantes naquele tempo em que foram
escritos, e eles podem vir a ser de importância outra vez.
A. H. Sayce, eminente arqueólogo de Oxford, certa vez declarou
que algumas destas longas listas de nomes são muito importantes nas
investigações de arqueologia. Eles o convenceram e a muitos outros da
extrema exatidão destes antigos relatórios e mostravam que estes
relatórios devem ser de origem divina.
No próprio mérito da questão, estas predições divinas a respeito do
fim da história humana são agora, para nossos dias de importância
especial e deviam ter nossa atenção especial. Quando ouvirdes alguém
diminuindo seus estudos como "doutrinas" e não "práticos" apenas fazei-
uma pequena oração. "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem".
"Ao nos aproximarmos do fim da história deste mundo, devem as
profecias relativas aos últimos dias exigir especialmente nosso estudo. O
último livro dos escritos do Novo Testamento, está cheio de verdade que
precisamos compreender". – Testemunhos para Ministros, p. 116.
E ainda:
"Quando os livros de Daniel e Apocalipse forem bem compreendidos,
terão os crentes uma experiência religiosa inteiramente diferente". – Ibid. p.
114.
E que Deus nos dê uma tal experiência.
7. Sobrevivendo os Séculos 7
Mais uma vez:
"Quando nós, como um povo, compreendermos o que este livro (o
Apocalipse) para nós significa, ver-se-á entre nós grande reavivamento". –
Ibid. p. 113.
Para este grande reavivamento estudemos e oremos todos.
"Quando vier, porém, o Espírito de verdade, ele vos guiará a toda a
verdade". João 16:13. "
"Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que
a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida". Tiago
1:5.
Com estas e semelhantes promessas diante de si, um homem não
tem mais desculpa de permanecer ignorante ou em perplexidade do que
ele tem de permanecer um pecador. "Nenhum dos "ímpios entenderá;
mas os sábios entenderão". Daniel 1?:10