2. Cronologia
Idade Período Período Eventos Eventos Obras
Mitológico Histórico Mitológicos Históricos
Ouro Cosmogônico Teogonia / Urano Teogonia de
Prata Teogônico Genealogia Hesíodo
Divina O Trabalho e
os Dias de
Hesíodo
Mitológico Titanomáquia /
Cronos
Criação de
Pandora
Mitológico Gigantomáquia
Mitológico Tifão
Bronze Heróico Minóico Minos / Minotauro Civilização
Heróis Centauromáquia Cicládica e
Amazonomáquia Minóica
Heróico Micênico Perseu Invasão dos
Hércules 12 Aqueus
Trabalhos Civilização
Os Heráclidas Micênica
Os Argonautas
Ferro Heróico Homérico Guerra de Tróia - Invasão dos Ilíada de
& Aço Odisséia Dórios, Jônios Homero
e Eólios Odisséia de
Homero
Reis Arcaico Genealogias Cinecismo e
Reais formação das
Cidades-Estado
Colonização
Grega
Trágica Clássico Guerras Greco- Tragédias e
Pérsicas Comédias
Sofística Clássico Guerras do Sócrates,
Peloponeso – Platão
Hegemonia
Sofística Alexandrino Alexandre Aristóteles
Conquista
Macedônia
Sofística Helenístico Reinos
Helenísticos
Sofística Romano Conquista São Paulo,
Romana Santo André
Cristianização
da Grécia
Cristã Bizantino Nova Tróia Império
Bizantino
Cristã Otomano Conquista
Turca Otomana
Cristã Romaico / Dodecateísmo Guerra de
Moderno Independência
Grega
Ícor Escatológico Atena destrona
Zeus
3. Atividades com Mapas - Grécia
1) Localize as seguintes regiões da Grécia e escreva no mapa: Ática, Peloponeso, Grécia
Central, Épiro, Tessália, Macedônia, Trácia, Ásia Menor.
2) Escolha cores diferentes, exceto azul, para pintar cada uma das regiões.
3) Localize os mares e escreva no mapa: Mar Jônico, Golfo de Patras, Mar Sarônico, Mar
Egeu, Mar de Mármara.
4) Em qual região localizam-se as Ilhas do Mar Trácio, Ilha de Creta, Ilha de
seguintes cidades gregas: Cítera e Anticítera, Dodecaneso,
a) Atenas ______________ Cíclades, Ilhas do Mar Egeu.
b) Tebas ______________
c) Esparta _____________ 6) Pinte de cores diferentes os
d) Micenas _____________ arquipélagos citados.
e) Cnossos ____________
f) Argos _______________ 7) Cite ilhas que fazem parte dos
g) Iolcos _______________ arquipélagos abaixo:
h) Bizâncio ____________ a) Ilhas Jônicas:____________________
i) Megara ______________ b) Ilhas do Mar Trácio: ______________
j) Tróia ________________ c) Dodecaneso: ____________________
l) Delfos _______________ d) Cíclades: _______________________
m) Monte Olimpo ______ e) Ilhas do Mar Egeu: _______________
5) Localize os seguintes arquipélagos
gregos e escreva no mapa: Ilhas Jõnicas,
4. A Genealogia dos Deuses
Caos Tifão: Tentou derrotar Zeus mais junto a
Divindades: Destino, Erébo, Noite, Atena os dois venceram o gigante.
Discórdia, Parcas, Gréias, Concórdia,
Amor, Dia Os Deuses Olimpicos
Urano – Fúrias e Afrodite Zeus e Hera: pais de Ares, Hefesto, Hebe e
Géia / Gaia / Terra Ilítia.
Os Titãs: Saturno / Cronos, Hipérion, Zeus e Mnemósine: pais das Musas.
Coeus, Crios, Oceano, Jápeto Zeus e Leto: pais de Apolo e Ártemis.
As Titânidas: Réia / Cibele / Ops, Téia, Zeus e Deméter: pais de Perséfone
Febe, Mnemósine / Memória, Tétis, Métis / Zeus e Métis: pais de Atena.
Prudência Zeus e Maia: pais de Hermes.
Zeus e Sêmele: pais de Dionísio.
Os Casais: Zeus e Díone: pais de Afrodite.
Cronos e Réia: pais de Zeus, Poseidon, Zeus e Têmis: pais das Horas e Moiras
Hades, Héstia, Hera e Deméter. Afrodite e Ares: pais de Eros, Anteros,
Hipérion e Téia: pais de Hélios (Sol), Himineu, Harmonia, Deimos e Fobos.
Selene (Lua) e Éos (Aurora) Hades e Perséfone: não tiveram filhos.
Coeus e Febe: pais de Leto (Latona) Poseidon e Anfitrite: pais de Tritão e
Oceano e Tétis: pais das oceânidas e das Proteu.
nereidas, as principais são Anfitrite e Tétis.
Japeto e Climene: pais de Prometeu, Zeus e Alcmena: Hércules
Epimeteu, Menécio e Atlas. Aniope: Anfitone e Zeto
Calisto: Arcade
Os Hecatonquiros: Coto, Giges e Briareus Danae: Perseu
Os Ciclopes: Arges, Brontes e Steratopes Egina: Éaco
A Titanomáquia: Guerra entre Deuses e Europa: Minos, Sarpedon, Radamanto
Titãs. Io: Epafo
A Gigantomáquia: Os gigantes tentaram Leda: Helema, Dioscorus
subir o Monte Olimpo mais foram
derrotados pelos deuses.
5. Teogonia História do Céu e de Crono
Quantos da Terra e do Céu nasceram,
Os Deuses primordiais filhos os mais temíveis, detestava-os o pai
Sim bem primeiro nasceu Caos, depois dês o começo: tão logo cada um deles nascia
também a todos ocultava, à luz não os permitindo,
Terra de amplo seio, de todos sede irresvalável na cova da Terra. Alegrava-se na maligna obra
sempre, o Céu. Por dentro gemia a Terra prodigiosa
dos imortais que têm a cabeça do Olimpo atulhada, e urdiu dolosa e maligna arte.
nevado, Rápida criou o gênero do grisalho aço,
e Tártaro nevoento no fundo do chão de forjou grande podão e indicou aos filhos.
amplas vias, Disse com ousadia, ofendida no coração:
e Eros: o mais belo entre Deuses imortais, “Filhos meus e do pai estólido, se quiserdes
solta-membros, dos Deuses todos e dos ter-me fé, puniremos o maligno ultraje de vosso
homens todos pai, pois ele tramou antes obras indignas”.
ele doma no peito o espírito e a prudente
vontade. Assim falou e a todos reteve o terror, ninguém
vozeou. Ousado o grande Crono de curvo
Do Caos Érebos e Noite negra nasceram. pensar
Da Noite aliás Éter e Dia nasceram, devolveu logo as palavras à mãe cuidadosa:
gerou-os fecundada unida a Érebos em amor. “Mãe, isto eu prometo e cumprirei
Terra primeiro pariu igual a si mesma a obra, porque nefando não me importa o
Céu constelado, para cercá-la toda ao redor nosso
e ser aos Deuses venturosos sede irresvalável pai, pois ele tramou antes obras indignas”.
sempre. Assim falou. Exultou nas entranhas Terra
Pariu altas Montanhas, belos abrigos das prodigiosa,
Deusas colocou-o oculto em tocaia, pôs-lhe nas mãos
ninfas que moram nas montanhas frondosas. a foice dentada e inculcou-lhe todo o ardil.
Veio com a noite o grande Céu, ao redor da
E pariu a infecunda planície impetuosa de Terra
ondas desejando amor sobrepairou e estendeu-se
o Mar, sem o desejoso amor. Depois pariu a tudo. Da tocaia o filho alcançou com a mão
do coito com Céu: Oceano de fundos esquerda, com a destra pegou a prodigiosa
remoinhos foice
e Coios e Crios e Hipérion e Jápeto longa e dentada. E do pai o pênis
e Teia e Réia e Têmis e Memória ceifou com ímpeto e lançou-o a esmo
e Febe de áurea coroa e Tétis amorosa. para trás. Mas nada inerte escapou da mão:
E após com ótimas armas Crono de curvo quantos salpicos respingaram sanguíneos
pensar, a todos recebeu-os a Terra; com o girar do ano
filho o mais terrível: detestou o florescente pai. gerou as Erínias duras, os grandes Gigantes
rútilos nas armas, com longas lanças nas
Pariu ainda os Ciclopes de soberbo coração: mãos,
Trovão, Relâmpago e Arges de violento ânimo e Ninfas chamadas Freixos sobre a terra
que a Zeus deram o trovão e forjaram o raio. infinita.
Eles no mais eram comparáveis aos Deuses, O pênis, tão logo cortando-o com o aço
único olho bem no meio repousava na fronte. atirou do continente no undoso mar,
Ciclopes denominava-os o nome, porque neles aí muito boiou na planície, ao redor branca
circular olho sozinho repousava na fronte. espuma da imortal carne ejaculava-se, dela
Vigor, violência e engenho possuíam na ação. uma virgem criou-se. Primeiro Citera divina
atingiu, depois foi à circunfluída Chipre
Outros ainda da Terra e do Céu nasceram, e saiu veneranda bela Deusa, ao redor relva
três filhos enormes, violentos, não nomeáveis. crescia sob esbeltos pés. A ela. Afrodite
Cotos, Briareu e Giges, assombrosos filhos. Deusa nascida de espuma e bem-coroada
Deles, eram cem braços que saltavam dos Citeréia
ombros, apelidam homens e Deuses, porque da espuma
improximáveis; cabeças de cada um cinqüenta criou-se e Citeréia porque tocou Citera,
brotavam dos ombros, sobre os grossos Cípria porque nasceu na undosa Chipre,
membros. e Amor-do-pênis porque saiu do pênis à luz.
Vigor sem limite, poderoso na enorme forma Eros acompanhou-a, Desejo seguiu-a belo,
tão logo nasceu e foi para a grei dos Deuses.
6. Esta honra tem dês o começo e na partilha ao rei Crono e ao filho de violento ânimo.
coube-lhe entre homens e Deuses imortais Enviaram-na a Licto, gorda região de Creta,
as conversas de moças, os sorrisos, os quando ela devia parir o filho de ótimas armas,
enganos, o grande Zeus, e recebeu-o Terra prodigiosa
o doce gozo, o amor e a meiguice. na vasta Creta para nutri-lo e criá-lo.
Aí levando-o através da veloz noite negra
O pai com o apelido de Titãs apelidou-os: atingiu
o grande Céu vituperando filhos que gerou primeiro Licto, e com ele nas mãos escondeu-o
dizia terem feito, na altiva estultícia, em gruta íngreme sob o covil da terra divina
grã obra de que castigo teriam no porvir. no monte das Cabras denso de árvores.
Encueirou grande pedra e entregou-a
O nascimento de Zeus ao soberano Uranida rei dos antigos Deuses.
Réia submetida a Crono pariu brilhantes filhos: Tomando-a nas mãos meteu-a ventre abaixo
Héstia, Deméter e Hera de áureas sandálias, o coitado, nem pensou nas entranhas que
o forte Hades que sob o chão habita um palácio deixava
com impiedoso coração, o troante Treme-terra em vez da pedra o seu filho invicto e seguro
e o sábio Zeus, pai dos Deuses e dos homens, ao porvir. Este com violência e mãos
sob cujo trovão até a ampla terra se abala. dominando-o
logo o expulsaria da honra e reinaria entre
E engolia-os o grande Crono tão logo cada um imortais.
do ventre sagrado da mãe descia aos joelhos,
tramando-o para que outro dos magníficos Rápido o vigor e os brilhantes membros
Uranidas do príncipe cresciam. E com o girar do ano,
não tivesse entre os imortais a honra de rei. enganado por repetidas instigações da Terra,
Pois soube da Terra e do Céu constelado soltou a prole o grande Crono de curvo pensar,
que lhe era destino por um filho ser submetido vencido pelas artes e violência do filho.
apesar de poderoso, por desígnios do grande Primeiro vomitou a pedra por último engolida.
Zeus. Zeus cravou-a sobre a terra de amplas vias
E não mantinha vigilância de cego, mas à em Delfos divino, nos vales ao pé do Parnaso,
espreita signo ao porvir e espanto aos perecíveis
engolia os filhos. Réia agarrou-a longa aflição. mortais.
Mas quando a Zeus pai dos Deuses e dos
homens E livrou das perdidas prisões os tios paternos
ela devia parir, suplicou-lhe então aos pais Trovão, Relâmpago e Arges de violento ânimo,
queridos, filhos de Céu a quem o pai em desvario
aos seus, à Terra e ao Céu constelado, prendeu;
comporem um ardil para que oculta parisse e eles lembrados da graça benéfica
o filho, e fosse punido pelas Erínias do pai deram-lhe o trovão e o raio flamante
e filhos engolidos o grande Crono de curvo e o relâmpago que antes Terra prodigiosa
pensar. recobria.
Eles escutaram e atenderam à filha querida Neles confiante reina sobre mortais e imortais.
e indicaram quanto era destino ocorrer
7.
8. Atividades
1) Complete a cruzadinha abaixo:
Horizontal
3. Deus do
submundo e dos
mortos. É
acompanhado
pelo seu cachorro
Cérbero.
5. Deus da guerra.
7. Deusa das
mulheres, do
casamento e do
parto.
8. Deusa alada da
VItória.
9. Mensageiro dos
deuses. Seu
símbolo é o
caduceu.
10. Deus da beleza,
do sol, das artes
e da profecia.
Vertical
1. Deus do céu, dos
raios e dos
homens.
2. Deusa virgem do
lar e do fogo.
4. Deusa do amor e
da beleza.
Nasceu das espumas do mar.
6. Artesão e ferreiro dos deuses.
2) Observe a cerâmica abaixo e identifique a divindade retratada:
_________________ __________________ _____________
9. 3) Complete a cruzadinha abaixo:
Horizontal: 1.
Uma das
nereidas, deusa do
mar. 3. Deus do
vinho, das festas e do
teatro. É sempre
acompanhado de seu
tirso, dos sátiros e das
mênades.
4. Deusa da Lua, da
caça e da morte súbita.
5. Titã que foi punido
pelos deuses e passou
a carregar o mundo nas
costas. 6. Maior
heroi grego, com sua
força venceu inúmeros
monstros como o Leão
de Neméia, a Hidra de
Lerna e o Javali de
Erimanto. 8. Deusa da
agricultura e da
germinação das
sementes. Foi raptada
por Hades e se tornou a
rainha do submundo.
Vertical: 1. Deusa da
guerra, dos herois e saiu completamente armada da cabeça de Zeus. 2. Deus do mar,
dos terremotos e dos cavalos. Seu símbolo é o tridente. 3. Deusa da agricultura. Seu
símbolo é a cornucópia, a abundância. 7. Deus do amor. Representado como uma
criança portando asas, um arco e as flechas da paixão.
4) Observe a cerâmica abaixo e identifique a divindade retratada:
_________________ __________________ _____________
10. Deuses Gregos
Nome Nome Nome Templo Nome Nome Nome Templo
Grego Latino Etrusc Grego Latino Etrusc
o o
Zeus Júpiter Tinia Olympeum Héracles Hércules Hercle Heracleiu
Lycaeum Alcides m
Nemeum
Chrysaoreum
Poseidon Netuno Nethun Poseideum Hélios Sol
s Poseidoneum
Rodon
Hades Plutão Aita Plutoneum Selene Lua
Dis Martus Necyomanteu
Orcus m
Hera Juno Heraion Éos Aurora
Heraeon
Héstia Vesta Hestieon Hécate Trívia Hecatesiu
m
Demeter Ceres Eleusineum Perséfon Prosérpin Ferspn
Demetreum e a ai
Atena Minerv Athenaeum Anfitrite Salácia
Palas a Venília
Ares Marte Laran Areion Asclépio Esculápio Asclepieiu
m
Lebenaeu
m
Afrodite Vênus Turan Aphrodiseum Eros Amor
Cupido
Hefesto Vulcan Sethlan Hephaestium Leto Latona
o s
Dionísio Baco Fufluns Dionyseum Musas
Zagreos Liber Lenaeum
Sabazios
Neodionisi
o
Hermes Mercúri Turms Hermaeum Pã Fauno
o
Apolo Febo Loxias Apolloneum Réia Ops Metroeum
Pytheum Cibele
Delium
Delphineum
Amyclaeum
Lyceum
Triopeum
Artemis Diana Artume Artemiseum Cronos Saturno
Epheseum
Tauropoleum
11. O Culto dos Deuses na Grécia Antiga
Tipos de Culto
Jogos: Olímpia, Nemeia, Delfos, Istmo
Santuários
Oráculos
Templos Políades e Templos Pan-Helênicos
Mistérios
Culto Políades a Deuses: cada cidade tinha o seu deus.
Culto Políades a Heróis: cada cidade tinha o seu herói: Belerofonte (Corinto), Jasão (Iolcos).
12. Nome Deus Culto Atributos Festival
Grego
Zeus Céu, Destino, Olímpia, Dodona, Raio, Égide, Águia, Touro, Olympia, Nemea, Ithomaea,
Reis, Tempo Nemeia, Stratos, Cetro, Nike, Keraunos, Carro Lycaea, Eleutheria, Daedala
Dion de Águias
Poseidon Mar, Cavalos, Corinto, Istmo, Tridente ou Cúspide, Carro Poseidonia, Istmia
Terremotos Sounion de Golfinhos, Hipocampo ou
Cavalos
Hades Submundo Thesprotia, Éfira, Cerbero, Elmo da Escuridão,
Épiro Bidente, Chave do Hades,
Carro com 4 Cavalos Negros
Hera Mulheres, Argos, Samos, Romã, Pavao, Diadema, Heraia, Daedala
Casamento Olimpia Carro de Pavões
Héstia Lar, Família, Delfos, Vestais Porcos, Burro, Grou,
Cidades, Fogo Chaleira, Fogueira
Demeter Agricultura, Eleusis, Tocha, Leão, Cornucópia, Tesmoforias, Chthonia,
Civilização, Termopilas, Creta Festim de Trigo, Bengala de Orgia, Mistério, Eleusinia
Vida após a Lótus, Mangual de Ouro,
morte Carro de Dragões
Atena Sabedoria, Atenas, Troia, Coruja, Oliva, Cobra, Athenaea, Panathenaea,
Guerra, Artes, Lindos Aranha, Égide, Lança, Chalcea, Procharisteria,
Conhecimento, Górgona, Medusa, Nike, Scira, Plynteria, Protelea,
Estratégia Carro de Corujas Aleaea, Halotia, Itonia,
Panboeotia
Ares Guerra, Aetolia, Tocha, Lança, Elmo,
Instinto Thesprotia, Monte Escudo, Nike, Espada de
Irracional, Haimos (Trácia) Marte, Spartoi, Abutre,
Javali, Cão, Carro de
Corcéis com fogo na narina
ou Lobos
Afrodite Amor, Sexo, Cithera, Corinto, Golfinho, Rosa, Cestus, Aphrodisia, Adonia, Hysteria,
Fertilidade, Chipre, Pella, Concha, Cisne, Espelho, Anagogia
Luxuria, Pafos Pombos, Maçã, Anêmonas,
Beleza Carro de Cisnes ou Tritões
Hefesto Metalurgia, Lemnos, Etna Martelo, Bigorna, Tenaz, Hephaestia, Chalceia
Fogo, Poder, Burro, Cabiros, Cíclopes,
Violência Talos, Caeculus
Dionísio Vinho, Tebas, Naxos, Tirso, Pele de Leopardo, Dionysia, Lenaea, Theonia,
Loucura, Monte Citerion, Tigre, Uva, Pantera, Anthesteria, Thyia, Apaturia,
Teatro, Vida Teos, India (Nisa), Onocentauro, Carro de Lampteria, Ascolia, Sciria,
após a morte Tessália Leopardos ou Panteras Phellus, Tyrba, Astydromia
Hermes Comércio Monte Cilene, Caduceu, Galo, Lira, Hermaea
Herma / Hermai Tartaruga, Talaria, Petasus,
Lâmina Adamantina, Carro
de Pombos ou Corvos
Apolo Sol, Profecia, Delfos, Delos, Lira, Louros, Piton, Corvo, Phythia / Ptoea, Carnea,
Música, Corinto, Bassae, Arco-Flecha, Girassol, Hyacinthia, Actia, Delia,
Beleza, Claros, Miletos, Helianto, Jacinto, Carro de Gymnopaedeae, Theoxenia,
Saúde, Artes Didimos, Rodes Cavalos Heorte Argyeus
Artemis Lua, Virgens, Calidon, Efeso, Corça, Arco, Cães de Caça, Efesiacas, Artemisias,
Selvas, Caça, Esparta, Lua, Dardo, Carro de Corças Muniqueon
Crianças Magnesia, Eubeia
Héracles Força Monte Oeta Heraclea
Hélios Sol Rodes Carro de Cavalos
Selene Lua Carro de Cavalos ou Anjos
Éos Aurora Carro de Cavalos
Perséfone Eleusis
Asclépio Epidaurus, Cós, Epidauria
Messenia,
Pérgamo
Eros Thespiae, Parion
Réia Natureza Gortyn Palma, Palmeira, Carro de Phrygia, Orgia, Megalesia
Leões
Cronos Tempo Carro de Serpentes ou
Dragões, Harpe
13.
14. Atividades
Os personagens do Sítio do Pica-pau Amarelo foram até a Grécia Antiga salvar Tia Nastácia
das mãos dos monstros que invadiram o sítio e na viagem Dona Benta acompanhada de
Péricles, Fídias, Narizinho, Emília e Pedrinho fazem uma visita ao Partenon. O Partenon é o
Templo da deusa Atena localizado na Acrópole de Atenas. Dona Benta faz uma descrição dos
dois frontões do Templo: “Fídias transpôs em mármore uns versos de Homero ´Começo
cantando Palas Atena, a deusa augusta, fértil em sábios conselhos, nobilíssima virgem de
coração inflexível, guardiã das cidades, a forte diva que o prudente Zeus fez brotar de sua
cabeça, toda revestida de cintilantes armas de ouro. Ao verem-na surgir, brandindo a lança
aguda, os imortais pasmaram; o Olimpo estarreceu diante de sua força; a Terra soltou
grandes gritos; os mares tumultuaram as ondas; e Apolo susteve as rédeas de seus fogosos
corcéis até que Palas Atena depusesse as armas. Zeus irradiava de orgulho´. Os detalhes
incluíam os corcéis da Noite, que surgem do Oceano, sustentada por Teseu. Perséfone com
graça se apóia no ombro da mãe Deméter. Ao lado está Íris, que anuncia o nascimento de
Atena, a Vitória Alada e as Três deusas do Destino, Cloto, a fiandeira de vidas, Láquesis, a
cortadeira do fio da vida, Átropos, a implacável medidora do comprimento dos fios. No lado
oposto encontrava-se outro frontão onde se via a luta entre Poseidon e Atena pelo domínio da
Ática. Atena assusta com sua presença os cavalos de Poseidon, o deus dos oceanos. Atrás
de Atena figuravam as cecrópidas Aglaura e Herse, e Ilissos, um dos rios de Atenas. E atrás
de Poseidon figuravam Tétis, a nereida, Anfitrite, esposa de Poseidon, e a formosa Latona
com suas filhas Ártemis e Afrodite. O tridente de Poseidon e o escudo de Atena eram de
bronze.” (Monteiro Lobato, O Minotauro).
1) O que os dois frontões do Templo de 4) Descreva a localização e os materiais
Atena descrevem? utilizados na construção do Partenon.
1º Frontão: _________________________
___________________________________
2º Frontão: _________________________
___________________________________
2) A imagem abaixo corresponde a qual
frontão do Partenon?
Localização _________________________
Materiais ___________________________
___________________________________
5) Cite cinco divindades gregas e seus
domínios.
1 _________________________________
2 _________________________________
3 _________________________________
4 _________________________________
5 _________________________________
___________________________________
6) Como foi o nascimento de Atena?
___________________________________
3) Quais os atributos da deusa Atena?
___________________________________
___________________________________
___________________________________
___________________________________
___________________________________
___________________________________
___________________________________
15. Hades, Thanatos e Hypnos
Os deuses Thanatos e Hypnos eram considerados irmãos gêmeos na mitologia grega.
Thanatos era o deus da Morte, e Hypnos era o deus do Sono Eterno. Ambos deuses eram
ctônicos, ou seja, divindades do submundo. Homero descreve na Ilíada que Zeus enviou
Thanatos e Hypnos no campo de batalha entre gregos e troianos para recuperar o corpo
do seu filho morto Sárpedon. Sárpedon era irmão de Minos e Radamanto, e os dois
últimos se tornaram juízes do inferno por Hades. Thanatos era conhecido em Roma como
Mors ou Morte e Hypnos como Somno, Sono ou Sopor. Eram filhos de Nix, a Noite.
Thanatos era o braço direito de Hades, já que era ele o responsável pela morte das
pessoas. Hades era um deus que não representava o mal em si, em comparação com o
“Diabo” ou Lucifer da religião católica. Era um deus infernal que possuía seus vícios e
defeitos. Hades era descrito como um homem rude, e principalmente tinha dois traços
marcantes: a primeira era que Hades sempre buscava aumentar o seu número de súditos
no Erébo, o que causava inúmeras mortes; e a segunda, sempre colocava condições para
dificultar um favor pedido por alguém. Foi assim com Hércules quando foi este foi libertar
Pírito e Teseu, aprisionados no hades por tentaram seqüestrar Perséfone, a consorte de
Plutão. Hades concedeu liberdada apenas a Teseu. O mesmo Hércules conseguiu
permissão para enfrentar Cérbero, o cão tricéfalo de Hades, parte do seus 12 trabalhos,
com a condição de que não utilizaria qualquer tipo de armas e apenas capturá-lo vivo.
Orfeu também pôde levar Euridice para a terra, desde que não olhasse para trás. A
própria Perséfone após a abdução de Hades e seu reencontro com sua desesperada mãe
Deméter, pôde voltar a Terra novamente, com a condição de que ela passaria um terço
do ano no inferno ao lado de Hades, pelo fato de ter comido uma romã. Hades era uma
divindade que praticamente não tinha culto na Grécia, assim como os demais deuses
ctônicos. Até mesmo a pronúncia do nome do deus era um tabu entre os gregos, pois
acreditavam que estavam chamando Plutão para buscá-los. Esse tabu ainda existe até
hoje, já que existe uma proibição pelas pessoas em geral de pronunciar palavras como
Satã, Diabo, etc.
Morte / Thanatos
Thanatos a Morte era representado pelos gregos como um anjo
carregando uma espada. Existia em Roma uma divindade feminina
que simbolizava a morte chamada Libitina, provavelmente uma
divindade de origem pré-romana, ou seja, italiota. Atualmente no
mundo ocidental a Morte é representada como um espectro com
corpo esquelético carregando uma foice, sendo a “ceifadora de vidas”.
Sono / Hypnos
O deus do sono Hypnos era representado pelos gregos como um humano com asas.
Hypnos vivia em seu palácio às margens do Lete, e ao dormir assumia a forma de um
pássaro. O símbolo de Hypnos era a papoula, essa planta sempre aparece sendo
carregada pelo deus.
No reino do Sono existiam dois portais por onde passavam os sonhos, os mil filhos de
Sono e Pasitéia. O Portão de Chifre passavam os sonhos falsos, enquanto que pelo
Portão de Marfim passavam os sonhos verdadeiros. Os Oneroi ou Oneiros, os sonhos
filhos de Hypno, eram liderados por Morfeu, Fantasos e Icelos. Na mitologia aparecem
quando Hera pede para Iris pedir a Hipno que envie um sonho à uma rainha avisando-lhe
da morte de seu marido durante a guerra.
16. Os Demônios Existem
O texto descreve algumas plantas e animais que foram batizados por cientistas com
nomes macabros associados a demônios e deuses ctônicos de diversas culturas.
Atropa belladonna – A beladona
A planta beladona é conhecida como Atropa belladonna e tem
esse nome devido a uma das Moiras, Átropos. As Moiras ou
Fatae eram divindades greco-romanas associadas ao destino.
Átropos era a moira responsável por cortar o fio da vida que era
tecido por Cloto e medido por Láquesis. A beladona é uma planta
nativa do Velho Mundo e o cientista sueco Lineu a batizou de
“belladonna” pois as mulheres a utilizavam como cosmético para
dilatar as pupilas com o objetivo de torná-las mais atraentes, as “belas donas”. O nome
Atropa surgiu devido a toxicidade da planta que é fatal se ingerida em pequenas
quantidades pelos humanos, além de também ser utilizada como droga.
Euryale ferox – A noz-de-raposa
A planta é chamada de makhana, noz-de-raposa (devido a
aparência que a flor possui com uma raposa) ou planta-górgona. É
um nenúfar gigante como a famosa Vitória-Régia sul-americana. De
origem asiática a planta foi batizada com o nome “A Feroz Euríale”
devido ao seu aspecto parecido com as três Górgonas da mitologia
grega. As três Górgonas eram Medusa, Euríale e Esteno, sendo que
Medusa é a mais conhecida das três. Euríale assim como suas irmãs possuía corpo de
mulher mas suas madeixas eram formadas por cobras. Um único olhar de um ser humano
era suficiente para transformar-se em pedra. A planta teve esse nome devido aos
inúmeros acúleos presentes em seu corpo.
Moloch horridus – O Diabo-espinhoso
"O Horrível Moloque". O réptil australiano conhecido vulgarmente como
diabo-espinhoso recebeu um nome compatível com sua aparência
assustadora: Moloch horridus. O nome cientifico
significa “O Horrível Moloque”, sendo que
Moloque era um deus adorado no Oriente Médio
por povos semitas durante o mundo antigo.
Moloque era representado como uma estátua
com cabeça de leão ou touro e uma cavidade
no estomago onde eram introduzidas crianças e
posteriormente eram estas incineradas dentro
dessa estátua sinistra como parte do culto ao deus. Apesar do nome ser um tanto
exagerado o “design” espinhoso do lagarto não passa de uma evolução da natureza para
evitar a desitradação dessa espécie que habita nos desertos da Austrália Ocidental.
2) Lucifer – gênero de pequenos camarões
Lucifer penicilifer
Os Lucifer são um gênero de pequenos camarões com oito
espécies diferentes. Os Lucifer possivelmente receberam esse
nome devido a capacidade de refletir a luz, tornando-se facilmente
visíveis em contato com ela. Lucifer quer dizer “o portador da luz” ou “Lux Fert” no original
em latim. Inicialmente era o nome dado pelos romanos ao planeta Vênus. Porém passou
a ser o nome do líder dos Anjos Caídos na tradição cristã. O nome da espécie penicilifer
significa “o portador da penicilina”. Isso indica que essa espécie apresenta a capacidade
17. de produzir penicilina, um antibiótico, assim como algumas espécies de fungo. Pelo
menos esse "Lucifer" pode ser útil a humanidade...
3) Ifrita kowaldi – “Ifrit”
É o nome de uma espécie de pássaro insetívoro nativo da ilha de
Nova Guiné. O pássaro foi batizado com o nome “Ifrit” sendo que os
Ifrit são seres infernais da mitologia árabe e islâmica, seres de fogo
com grande força e poder. O pássaro recebeu esse nome devido ao
fato de ser uma das poucas espécies de aves venenosas. O veneno
se encontra no corpo do pássaro que o adquire após sua
alimentação baseada em outros animais venenosos.
4) Sarcophilus harrisii - Demônio-da-Tasmânia
Apesar de ser popularmente conhecido como “demônio-da-Tasmânia”
o nome cientifico do marsupial é Sarcophilus harrisii. Harrisii é devido
ao primeiro cientista a descrevê-lo, George Harris. Já Sarcophilus
significa literalmente “amante de carne”. Deve ser por isso que o mais
famoso demônio-da-Tasmânia, o Taz, é agitado daquela forma.
5) Tisiphone ou Agkistrodon - Agkistrodon contortrix
As cobras Tisiphone tiveram o seu nome científico substituído por
Agkistrodon que significa em grego "anzol de pesca". Tisífone era
uma das três Fúrias ou Eríneas, deusas responsáveis pela punição
aos piores crimes praticados pelos humanos, como o matricídio, o
parrícidio, etc. A espécie de cobra Agkistrodon contortrix tem esse
nome devido a garras em forma de anzol existentes em sua cabeça.
Contortrix significa contorcedora, talvez devido ao fato de ficar
enrolada ou ao método de aniquilação da sua presa.
6) Leviathan melvillei – “Leviatã”
A espécie Leviathan melvillei foi identificada na região do atual Peru.
Corresponde a uma espécie extinta de baleia, pertencente a ordem dos
Cetáceos. O nome baleia já deriva de um monstro mitológico, Cetus, que
inclusive está no céu como uma constelação. O lendário Cetus foi morto
por Perseu para salvar Andrômeda da ira de Poseidon. Leviatã é o nome
de um lendário monstro marinho narrado na bíblia. O nome da espécie
fóssil que correponde ao maior cetáceo que já existiu, deriva tanto do
monstro mitológico Leviatã e da literatura. Melvillei é uma homenagem ao
escritor ianque da obra Moby Dick, Herman Melville. A obra conta a
história da caça à baleia Moby Dick, e é mundialmente conhecida.
7) Hypnos monopterygius,
A espécie Hypnos monopterygius é nativa da Austrália. Pertencem a
ordem dos Peixes Rajiformes sendo parentes da raia e da jamanta. O
gênero recebeu o nome do deus grego do sono Hypnos talvez devido
ao seu comportamento, pois fica estática no fundo do mar.
Monoperygius origina-se do fato do animal possuir apenas um pterígio
(talvez o corpo é formado por uma única forma triangular).
8) Orcus - gênero de cocinelídeos ou joaninhas
Orcus australasiae
O nome Orcus deriva da mitologia etrusca e romana. Orcus era o
nome de uma divindade infernal que mais tarde foi associada a
18. outros deuses como Mantus, Plutão, Dis Pater e Hades. As joaninhas ou cocinelídeos
apesar de serem inofensivas, quando são larvas possuem uma forma assustadora. Talvez
seja por isso que recebeu o nome infernal para o gênero.
9) Mormo - gênero de mariposas
Mormo maura
“Terrível escura” ou Mormo maura é o nome da
espécie de mariposa que recebeu esse nome
graças a uma entidade grega conhecida como
Mormo. Mormo é identificado como o consorte da
deusa da magia Hécate. Muitas espécies de
lepidópteros receberam nomes derivados de seres
da mitologia como Dagon, gênero de borboletas
que foi associado a um monstro mitológico de
mesmo nome.
10) Erebus - gênero de mariposas
Erebus macrops
Erébo era o nome que os gregos davam ao submundo. Erébo é sinônimo
de hades ou inferno. O nome Erebus macrops possivelmente significa
“Grande Visão do Inferno” ou “Olhos do Erebo” devido as formas da mariposa que formam
dois olhos em suas asas.
11) Aquerontia laquesis
Aquerontia laquesis é outra espécie de mariposa que
possui seu nome derivado de personalidades do
submundo da mitologia grega. Aquerontia deriva de
Aqueronte, um dos cinco rios do inferno. Laquesis é uma
das três Moiras, divindades que eram responsáveis por
tecer os fios da vida de todos os homens e mulheres
vivos. A espécie apresenta o formato de uma caveira nas
suas costas!
12) Lachesis – gênero de cobras
Laquésis também é o nome do gênero de cobras.
13) Megaera ou Trimeresurus – gênero
de cobras.
Megaera é o nome de um gênero de
cobras. Porém atualmente os biólogos substituíram o nome Megaera
por Trimeresurus. Megera é uma das Fúrias assim como Alecto e
Tisífone.
14) Tartarus – gênero de aranhas
Tartarus murdochensis
As aranhas do gênero Tartarus receberam essa denominação devido a um dos domínios
mais remotos do Erébo ou inferno grego: o Tártaro. O Tártaro é a
prisão dos Titãs e dos condenados pelos deuses por crimes hediondos.
15) Alouatta belzebul – guariba-de-mãos-ruivas
Essa espécie de guariba nativo do Estado do Maranhão, no Brasil,
recebeu o cognome de “Belzebul” devido ao seu grito assustador
19. emitido nas florestas tropicais da América do Sul. Apesar da aparência frágil, o grito é
capaz de assustar realmente!
16) Molossus – gênero de morcegos
Mormoops blainvilii
O nome Molossus deriva do antigo Estado do Épiro na
Molóssia, atual Grécia. Os
molossos eram famosos e
temidos na antiguidade por
seus hábitos “sinistros”. A
famosa mãe de Alexandre
o Grande, Olímpia, era do
Reino da Molóssia, e era
destacada feiticeira.
Porém a espécie de
morcego mais
aterrorizante é o Mormoops, que significa “Visão
Assustadora”.
17) Empusa pennata
Empusa pennata é o nome de uma espécie de louva-a-deus nativo da Espanha e França.
O seu aspecto fantasmagórico valeu o seu nome cientifico de Empusa, que na mitologia
grega, eram fantasmas que acompanham o séquito da deusa Hécate, assim como
Mormo, Lamia e os mormolyceas (lobos alados).
18) Idolomantis diabolica
O nome mais original de um animal, sem dúvida é o
Idolomantis diabolica. Seu nome significa “Louva-a-deus e
ídolos diabólicos”. A
natureza criou uma
espécie totalmente
assustadora e ao
mesmo tempo
maravilhosa. Mas foram
os homens que
batizaram a espécie com
esse nome esquisito.
20. Pégaso e a Quimera
Quando Perseu cortou a cabeça de Medusa, o sangue, caindo sobre a terra, transformou-
se no cavalo alado Pégaso. Minerva pegou-o e amansou-o, dando-o de presente às
musas. A fonte de Hipocreue, situada na montanha onde viviam as musas, Hélicon, foi
aberta por um coice daquele cavalo. A Quimera era um monstro horripilante, que expelia
fogo pela boca e pelas narinas. A parte anterior de seu corpo era uma combinação de
leão e cabra e a parte posterior, a de um dragão. Causava grandes estragos na Lícia, de
sorte que o rei do país, lobates, procurava um herói para destruí-la. Naquela ocasião,
chegou à sua corte um jovem e bravo guerreiro, chamado Belerofonte, que trazia carta de
Proteu, genro de lobates, recomendando-o em
termos calorosos como um herói invencível, mas
acrescentando, no fim, um pedido ao sogro para
mandar matá-lo. O motivo disso é que Proteu tinha
ciúme de Belerofonte, por desconfiar de que sua
esposa, Antéia, nutria demasiada admiração pelo
jovem guerreiro. Ao ler as cartas, Iobates ficou
hesitante, não querendo violar as regras da
hospitalidade, mas desejoso de satisfazer a
vontade do genro. Teve, então, a idéia de mandar
Belerofonte lutar contra a Quimera. Belerofonte
aceitou a proposta, mas antes de entrar em
combate, consultou o vidente Polido, que o
aconselhou a recorrer, se possível, para a luta, ao
cavalo Pégaso. Para esse fim, o jovem deveria
passar a noite no templo de Minerva. Assim fez
Belerofonte e, enquanto dormia, Minerva procurou-
o e entregou-lhe uma rédea de ouro, que se
encontrava na mão do jovem quando ele despertou. Minerva mostrou-lhe, também,
Pégaso bebendo água no poço de Pirene, e, mal avistou a rédea dourada, o cavalo
aproximou-se docilmente e se deixou cavalgar. Nele montado, Belerofonte elevou-se nos
ares, não tardou a encontrar a Quimera e obteve uma fácil vitória sobre o monstro. Depois
de vencer a Quimera, Belerofonte foi exposto a novos perigos e trabalhos por seu pouco
amável hospedeiro, mas, com a ajuda de Pégaso, triunfou em todas as provas, até que
Iobates, vendo que o herói era
particularmente favorecido pelos
deuses, deu-lhe sua filha em
casamento e tornou-o seu
sucessor no trono. Afinal
Belerofonte, por seu orgulho e
presunção, incorreu na ira dos
deuses; chegou, segundo se
conta, a tentar voar até o céu em
seu corcel alado, mas Júpiter
mandou um moscardo atormentar
Pégaso. O cavalo atirou ao chão o
cavaleiro, que, em conseqüência,
se tornou coxo e cego. Depois
disso, Belerofonte vagou sozinho
pelos campos aleanos, evitando o
contato dos homens, e morreu
miseravelmente.
21. A Esfinge
Laio, rei de Tebas, foi advertido por um oráculo de que
haveria perigo para sua vida e seu trono se crescesse seu
filho recém-nascido. Ele, então, entregou a criança a um
pastor, com ordem que fosse morta. O pastor levado pela
piedade, ao mesmo tempo, não se atrevendo a desobedecer
à ordem recebida, amarrou a criança pelos pés e deixou-a
pendendo de uma árvore. O menino foi encontrado por um
camponês, que o levou aos seus patrões. O casal adotou a
criança, que recebeu o nome de Édipo, ou Pés-Distendidos.
Anos depois, quando Laio se dirigia para Delfos,
acompanhado apenas de um servo, encontrou-se, numa
estrada muito estreita, com um jovem que também dirigia um
carro. Como este se recusasse a obedecer à ordem de
afastar-se do caminho, o servo matou um de seus cavalos, e
o estranho, furioso, matou Laio e seu servo. O jovem era
Édipo que, desse modo, se tornou o
assassino involuntário do próprio pai.
Pouco depois desse fato, a cidade de Tebas viu-se afligida por um
monstro, que assolava as estradas e era chamado de Esfinge.
Tinha a parte inferior do corpo de leão e a parte superior de uma
mulher e, agachada no alto de um rochedo, detinha todos os
viajantes que passavam pelo caminho, propondo-lhes um enigma,
com a condição de que passariam sãos e salvos aqueles que o
decifrassem, mas seriam mortos os que não conseguissem
encontrar a solução. Ninguém conseguira decifrar o enigma, e
todos haviam sido mortos. Édipo, sem se deixar intimidar pelas
assustadoras narrativas, aceitou, ousadamente, o desafio.
— Qual é o animal que de manhã anda com quatro pés, à tarde
com dois e à noite com três? — perguntou a Esfinge.
— É o homem, que engatinha na infância, anda ereto na
juventude e com ajuda de um bastão na velhice — respondeu
Édipo.
A Esfinge ficou tão humilhada ao ver resolvido o enigma, que se atirou do alto do rochedo
e morreu.
A gratidão do povo pela sua libertação foi tão grande que fez de Édipo seu rei, dando-lhe
a rainha Jocasta em casamento. Não conhecendo seus progenitores, Édipo já se tornara
assassino do próprio pai; casando-se com a rainha, tornou-se marido da própria mãe.
Esses horrores ficaram desconhecidos, até que Tebas foi assolada pela peste e, sendo
consultado o oráculo, revelou-se o duplo crime de Édipo. Jocasta pôs fim à própria vida e
Édipo, tendo enlouquecido, furou os olhos e fugiu de Tebas, temido e abandonado por
todos, exceto pelas filhas, que fielmente o seguiram, até que, depois de dolorosa
peregrinação, ele se libertou de sua desgraçada vida. (Thomas Bulfinch, O Livro de Ouro
da Mitologia Grega)
22.
23. Atividades
1) As duas peças de cerâmica abaixo foram produzidas na Grécia Antiga e retratam mitos
das cidades-Estado e estórias de herois. Analise as duas peças de cerâmica identificando
o nome dos herois e dos monstros retratados:
2) Faça o reconto da história de um dos heróis citados na questão anterior e dê um título
ao seu texto considerando a cena retratada na pintura
abaixo:
Sucedeu que Tutmósis, chegou, ao meio-dia, e
repousou à sombra desse deus. Um sonho
acometeu-o e esse deus disse:
“Contempla-me! Meu filho. Eu sou teu pai, e te
darei meu reino na terra da fonte da vida. Usarás
a coroa no trono. Tua será toda a terra. Teu será
o alimento das Duas Terras, o tributo de todos os
países, a duração de um longo período de anos.
Tua é minha face, para ti se volta o meu desejo. Serás para mim um protetor,
sinto-me adoecer em todos os meus membros. Alcançou-me a areia deste
deserto sobre o qual estou; volta-te para mim, para fazer aquilo que desejei,
vem para cá, eis que estou contigo, eis que sou o teu guia”
Quando ele terminou este discurso, esse filho de rei acordou compreendeu as
palavras desse deus e disse disse: “Vem, corramos à cidade entoaremos
louvores à estátua feita para Atum”.
O trecho acima descreve a Estela do Sonho erigida a mando do Faraó
Tutmósis, após ter tido um sonho no qual a Esfinge lhe dizia que daria o trono
do Egito caso ele a desenterrasse das areias do deserto. A Esfinge é a maior
rocha talhada do mundo e desde os primórdios viajantes tem encontrado
semelhanças entre ela e o monstro formulador de enigmas da mitologia grega.
O nome do personagem que resolveu o enigma da Esfinge na mitologia grega
é:
24. Teseu e o Minotauro
Teseu era filho de Egeu, rei de Atenas, e de Etra, filha do rei de Trézen, por
quem foi criado. Depois de homem, foi mandado a Atenas e entregue a seu
pai. Egeu, separando-se de Etra, antes do nascimento do filho, colocou a
espada e as sandálias sob uma grande pedra e determinou à esposa que lhe
mandasse o filho quando este fosse bastante forte para levantar a pedra.
Chegada a ocasião, a mãe de Teseu executou a incumbência e o jovem
removeu a pedra com facilidade e se apoderou da espada e das sandálias.
Como as estradas estavam infestadas de bandidos, o avô de Teseu
aconselhou-o a seguir o caminho mais seguro e mais curto para o país de seu
pai: por mar. O jovem, contudo, sentindo em si o espírito e a alma de um herói,
e desejoso de se destacar como Hércules, cuja fama corria, então, por toda a
Grécia, pelo fato de destruir os malfeitores e os monstros que flagelavam o
país, resolveu fazer a viagem mais perigosa e aventurosa por terra.
No primeiro dia de viagem, chegou a Epidauro, onde vivia um filho de Vulcano,
Perifetes, selvagem feroz, sempre armado com uma clava de ferro, que
atemorizava os viajantes, com seus atos de violência. Ao ver aproximar-se
Teseu, ele o atacou, mas foi logo vencido pelo jovem herói que se apoderou de
sua clava e trouxe-a sempre consigo, depois disso, como lembrança de sua
primeira vitória.
Seguiram-se várias lutas semelhantes contra tiranetes e bandidos e em todas
Teseu saiu vitorioso. Um dos malfeitores chamava-se Procusto e tinha um leito
de ferro, no qual costumava amarrar todos os viajantes que lhe caíam nas
mãos. Se eram menores que o leito, ele lhes espichava as pernas e, se fossem
maiores, cortava a parte que sobrava. Teseu castigou-o, fazendo com ele o
que ele fazia com os outros. Tendo vencido todos os perigos da viagem, Teseu
finalmente chegou a Atenas, onde novas ameaças o aguardavam. Medéia, a
feiticeira, que fugira de Corinto, depois de separar-se de Jasão, tornara-se
esposa de Egeu, pai de Teseu. Sabendo, graças às suas artes, quem ele era, e
receando perder a influência sobre o marido, se Teseu fosse reconhecido como
seu filho, induziu mil suspeitas no espírito de Egeu e aconselhou-o a fazer o
jovem estrangeiro beber uma taça de veneno. No entanto, quando Teseu
avançava para receber a taça, seu pai, reconhecendo a espada que ele trazia,
viu quem ele era e não deixou que tomasse o veneno. Medéia, desmascarada,
fugiu mais uma vez ao merecido castigo indo para a Ásia, onde deu nome ao
país posteriormente chamado Média. Teseu foi reconhecido pelo pai e
declarado seu sucessor. Os atenienses encontravam-se, naquela época, em
estado de grande aflição, devido ao tributo que eram obrigados a pagar a
Minos, rei de Tebas. Esse tributo consistia em sete jovens e sete donzelas, que
eram entregues todos os anos, a fim de serem devorados pelo Minotauro,
monstro com corpo de homem e cabeça de touro, forte e feroz, que era
mantido num labirinto construído por Dédalo, e tão habilmente projetado que
quem se visse ali encerrado não conseguiria sair, sem ajuda.
Teseu resolveu livrar seus patrícios dessa calamidade, ou morrer na tentativa.
Assim, quando chegou a ocasião de enviar o tributo e os jovens foram
sorteados, de acordo com o costume, ele se ofereceu para ser uma das
vítimas, a despeito dos rogos de seu pai. O navio partiu, como era de hábito,
com velas negras, que Teseu prometeu ao pai mudar para brancas no caso de
regressar vitorioso. Chegando a Creta, os jovens e donzelas foram todos
exibidos diante de Minos, e Ariadne, filha do rei, que estava presente,
25. apaixonou-se por Teseu, e este amor foi correspondido. A jovem deu-lhe,
então, uma espada, para enfrentar o Minotauro, e um novelo de linha, graças
ao qual poderia encontrar o caminho. Teseu foi bem-sucedido, matando o
Minotauro e saindo do labirinto. Levando, então, Ariadne, regressou a Atenas,
juntamente com os companheiros salvos do monstro. Durante a viagem,
pararam na Ilha de Naxos, onde Teseu abandonou Ariadne, deixando-a
adormecida.1 A desculpa que deu para tratar com tanta ingratidão sua
benfeitora foi que Minerva lhe apareceu num sonho ordenando-lhe que assim o
fizesse. Ao aproximar-se do litoral da Atica, Teseu esqueceu-se da combinação
que fizera com o pai e não mandou alçar as velas brancas. O velho rei,
julgando que o filho tivesse morrido, suicidou-se. Teseu tornou-se, então, rei de
Atenas.
A Amazomáquia e a Centauromáquia
Uma das mais célebres aventuras de Teseu foi a expedição contra as
amazonas. Atacou-as antes que elas se tivessem refeito da derrota infligida por
Hércules, e aprisionou sua rainha, Antíope. As amazonas, por sua vez,
invadiram o reino de Atenas, penetrando na própria cidade, onde se travou a
batalha final, em que Teseu as derrotou. Essa batalha foi um dos assuntos
favoritos dos escultores da antigüidade e ainda existem várias obras-de-arte
que a representam.
A amizade entre Teseu e Pírito, embora íntima, originou-se em combate. Pírito
invadiu a planície de Maratona e roubou os rebanhos do rei de Atenas. Teseu
foi repelir os invasores. No momento em que o viu,
Pírito foi tomado de admiração; estendeu a mão, como sinal de paz e gritou:
— Sê juiz tu mesmo. Que satisfação exiges?
— Tua amizade — respondeu o ateniense.
E os dois juraram inviolável fidelidade. Suas façanhas correspondiam a seus
votos e eles se mantiveram sempre verdadeiros irmãos de armas. Ambos
aspiravam desposar uma filha de Júpiter. Teseu escolheu Helena, ainda
criança e mais tarde tão célebre por causa da Guerra de Tróia, e, com ajuda do
amigo, raptou-a. Pírito aspirava conquistar a esposa do monarca de Erebo, e
Teseu, embora consciente do perigo, acompanhou o ambicioso amante, na
descida ao mundo subterrâneo. Plutão, porém, aprisionou-os e prendeu-os
numa rocha encantada na porta de seu palácio, onde ficaram até que Hércules
chegou e libertou Teseu, deixando Pírito entregue ao seu destino. Depois da
morte de Antíope, Teseu desposou Fedra, filha de Minos, rei de Tebas. Fedra
viu em Hipólito, filho de Teseu, um jovem dotado de todas as qualidades e
virtudes do pai, e de idade correspondendo à sua própria. Amou-o, mas ele a
repeliu e o amor transformou-se em ódio. Fedra lançou mão do apaixonado
marido, para torná-lo ciumento do filho e Teseu invocou contra ele a vingança
de Netuno. Quando Hipólito, certo dia, dirigia seu carro junto à praia, um
monstro marinho surgiu das águas e espantou os cavalos, que dispararam,
despedaçando o carro. Hipólito morreu, mas, com a ajuda de Esculápio, Diana
ressuscitou-o e afastou-o do iludido pai e da traiçoeira madrasta, deixando-o na
Itália, sob a proteção da ninfa Egéria. Finalmente, Teseu, privado da simpatia
de seu povo, retirou-se para a corte de Licômedes, rei dos Ciros, que, a
princípio, o tratou com bondade, porém, mais tarde, matou-o traiçoeiramente.
Em época posterior, o general ateniense Címon descobriu o lugar onde jaziam
seus restos, que foram traslados para Atenas e depositados num templo
26. chamado Teseum, erguido em honra do herói. A rainha das Amazonas que
Teseu desposou é chamada por alguns de Hipólita. Este é o nome que aparece
no Sonho de Uma Noite de Verão de Shakespeare, cujo enredo são as
festividades que precederam as núpcias de Teseu e Hipólita.
Teseu é um personagem semi-histórico, que unificou as diversas tribos que
habitavam o território da Ática, do qual Atenas se tornou a capital.
Comemorando esse importante acontecimento, foi instituída a festividade
chamada Panatenéias, em honra de Minerva, padroeira de Atenas. Essa
festividade diferenciava-se das outras festividades gregas, principalmente em
duas coisas: era peculiar aos atenienses e sua característica principal consistia
numa procissão solene, em que o Péplus, ou túnica sagrada de Minerva, era
levado para o Partenon e colocado diante da estátua da deusa. O Péplus era
coberto de bordados, executados por virgens escolhidas entre as mais nobres
famílias de Atenas. Da procissão participavam pessoas de todas as idades e
de ambos os sexos. Os velhos traziam nas mãos ramos de oliveira e os moços,
armas, ao passo que as moças levavam na cabeça cestos com os utensílios
sagrados, bolos e tudo mais necessário aos sacrifícios. Essa procissão
constituiu o motivo dos baixos-relevos que ornamentavam a parte externa do
Partenon, e grande parte dos quais encontra-se, atualmente, no Museu
Britânico, sendo conhecida como "mármores de Elgin".
27. Perseu e Medusa
Perseu era filho de Júpiter e de Dânae. Seu avô, Acrísio, assustado com a
predição de um oráculo, no sentido de que o filho de sua filha seria o
instrumento de sua morte, determinou que a mãe e o filho fossem encerrados
numa arca, e esta colocada no mar. A arca
flutuou até Serifo, onde foi encontrada por
um pescador, que levou a mãe e o filho a
Polidectes, o rei do país, que os tratou
com bondade. Quando Perseu tornou-se
homem, Polidectes mandou-o combater
Medusa, monstro terrível que devastava o
país. Medusa fora outrora uma linda
donzela, que se orgulhava principalmente
de seus cabelos, mas se atreveu a
competir em beleza com Minerva, e a
deusa privou-a de seus encantos e
transformou as lindas madeixas em
hórridas serpentes. Medusa tornou-se um
monstro cruel, de aspecto tão horrível, que
nenhum ser vivo podia fitá-la sem se
transformar em pedra. Em torno da cavem;
onde ela vivia, viam-se as figuras
petrificadas de homens e de animais que
tinham ousado contemplá-la. Perseu, com Apolo de Minerva, que lhe enviou
seu escudo, e de Mercúrio, que lhe mandou suas sandálias aladas, aproximou-
se de Medusa enquanto ela dormia e, tomando o cuidado de não olhar
diretamente para o monstro, e sim guiado pela imagem refletida no brilhante
escudo que trazia, cortou-lhe a cabeça e ofereceu a Minerva, que passou a
trazê-la presa no meio da Égide.
Perseu e Atlas
Depois de matar Medusa, Perseu, carregando a cabeça da górgona, voou
sobre a terra e sobre o mar. Ao anoitecer, atingiu o limite ocidental da Terra,
onde o sol se põe. Sentir-se-ia feliz de ali descansar até o amanhecer. Era o
reino de Atlas, cuja estatura ultrapassava a de todos os outros homens.
Possuía ele grande riqueza em rebanhos e não tinha vizinho ou rival que lhe
disputasse os bens. Seu maior orgulho, porém, eram os seus jardins, onde
frutos de ouro pendiam de galhos também de ouro, ocultos por folhas de ouro.
— Vim como hóspede — disse-lhe Perseu. — Se honrais uma origem ilustre,
sabe que tenho Júpiter por pai. Se preferes feitos valorosos, sabe que venci a
górgona. Procuro repouso e alimento. Atlas, porém, lembrou-se de que uma
velha profecia o advertira de que um filho de Jove lhe roubaria, um dia, as
maçãs de ouro. — Sai! — retrucou, portanto. — Não serás protegido por tuas
falsas pretensões de origem ilustre ou feitos gloriosos. Ao mesmo tempo, tratou
de expulsá-lo. Perseu, percebendo que o gigante era muito forte para ele,
retrucou: — Uma vez que prezas tão pouco minha amizade, digna-te de
receber um presente. E, virando o rosto para o lado, levantou a cabeça da
górgona. O corpo enorme de Atlas transformou-se em pedra. Sua barba e seus
cabelos tornaram-se florestas, os braços e ombros, rochedos, a cabeça, um
cume e os ossos, as rochas. Cada parte aumentou de volume até se tornar
28. uma montanha e (assim quiseram os deuses) o céu, com todas as suas
estrelas, se apóia em seus ombros.
O Monstro Marinho
Continuando seu vôo, Perseu chegou ao país dos etíopes, cujo rei era Cefeu. A
rainha Cassiopeia, orgulhosa de sua beleza, atrevera-se a comparar-se com as
ninfas marinhas, que, indignadas, mandaram um prodigioso monstro marinho
devastar o litoral. A fim de apaziguar as divindades,
Cefeu foi aconselhado, por um oráculo, a expor sua filha Andrômeda, para ser
devorada pelo monstro. Olhando do alto, em seu vôo, Perseu avistou a virgem
acorrentada a um rochedo e esperando que o dragão se aproximasse. Estava
tão pálida e imóvel, que, se não fossem as lágrimas que escorriam e os
cabelos que a brisa agitava, Perseu a teria tomado por uma estátua de
mármore. Tão surpreso ficou ele diante do que via, que quase se esqueceu de
bater as asas. Adejando sobre Andrômeda, exclamou: — O virgem, que não
mereces estas cadeias, mas antes aquelas que prendem os amantes, dize-me,
peço-te, teu nome e o nome de teu país, e por que estás presa desse modo.
Ela, a princípio, manteve-se em silêncio, levada pelo recato, e teria escondido o
rosto nas mãos, se o pudesse. Quando, porém, ele repetiu as perguntas,
receosa de que lhe fosse atribuída a culpa de algum ato que não cometera, a
virgem revelou seu nome e o de seu país, e o orgulho de sua mãe com a
própria beleza. Antes que acabasse de falar, ouviu-se um ruído vindo da água
e apareceu o monstro marinho, com a cabeça erguida sobre a superfície,
cortando as ondas com o enorme peito. A virgem estremeceu, e seus pais, que
haviam chegado ao local, mostravam-se desesperados, principalmente a mãe,
que, incapaz, contudo, de proteger a filha, limitava-se a lamentar e abraçar a
vítima.
— Não há tempo para lágrimas — exclamou Perseu, então. — Só temos este
momento para salvá-la. Minha posição como filho de Júpiter e meu renome
como matador da górgona torna-me aceitável como pretendente. Tentarei,
contudo, merecê-la pelos serviços prestados, se os deuses me forem propícios.
Se ela for salva pelo meu valor, peço que seja a minha recompensa.
Os pais consentiram (quem teria hesitado?) e prometeram, com a filha, um
dote real. O monstro já se encontrava a uma distância em que seria alcançado
por uma pedrada de um hábil atirador, quando o jovem, num impulso súbito,
ergueu-se no ar. Como uma águia, quando das alturas em que voa, avista uma
serpente aquecendo-se ao sol, lança-se sobre ela e prende-a pelo pescoço,
impedindo-a de virar a cabeça e utilizar-se de seus dentes, assim o jovem
investiu contra o dorso do monstro, mergulhando a espada em seus ombros.
Furioso com o ferimento, o monstro ergueu-se no ar, depois mergulhou no mar
e, em seguida, como o javali cercado por uma matilha de cães, voltou-se
rapidamente de um lado para o outro enquanto o jovem livrava-se de seus
ataques por meio das asas. Sempre que conseguia encontrar, entre as
escamas, uma passagem para a espada, Perseu produzia um ferimento no
monstro, atingindo ora o flanco, ora as proximidades da cauda. A fera lançava,
pelas narinas, água misturada com sangue. As asas do herói estavam
molhadas e ele já não se atrevia a confiar nelas. Colocando-se num rochedo
que se erguia acima das ondas, e erguendo um fragmento da rocha, desfechou
com ele o golpe mortal. O povo, que se reunira na praia, ergueu um grito que
ecoou pelos montes. Os pais, arrebatados de alegria, abraçaram o futuro
29. genro, proclamando-o libertador e salvador de sua casa, e a virgem, causa e
recompensa da luta, desceu do rochedo.
Cassiopeia é chamada a "estelar rainha da Etiópia", porque, depois de morta,
foi colocada entre as estrelas, formando a constelação daquele nome. Embora
tivesse alcançado essa honra, as ninfas do mar, suas velhas inimigas,
conseguiram que ela fosse colocada na parte do céu próxima ao pólo, onde,
todas as noites, tem de passar metade do tempo com a cabeça para baixo,
recebendo uma lição de humildade.
A Festa Nupcial
Acompanhando Perseu e Andrômeda, os alegres pais voltaram ao palácio
onde se realizou um banquete, e tudo era risos e alegria. De súbito, porém,
ouviram-se gritos belicosos, e Frineu, o noivo da donzela, surgiu com um grupo
de seus sequazes, exigindo a jovem, como sua. Em vão Cefeu retrucou-lhe: —
Deverias tê-la reclamado quando ela se encontrava acorrentada ao rochedo,
vítima do monstro. A sentença dos deuses, voltando-a a tal destino, dissolveu
todos os compromissos, como a morte o teria feito. Frineu, em vez de
responder, lançou seu dardo contra Perseu, não o atingindo, porém, e ficando
desarmado. Perseu teria replicado, lançando o próprio dardo, mas o covarde
atacante fugiu e escondeu-se atrás do altar. Isso foi sinal para o ataque geral
de seu bando contra os convivas de Cefeu. Estes defenderam-se seguindo-se
um conflito geral, e o velho rei retirou-se da cena depois de infrutíferos apelos,
invocando o testemunho dos deuses de que não tinha culpa do ultraje aos
deveres de hospitalidade. Perseu e seu amigos sustentaram, por algum tempo,
a luta desigual, mas o número de atacantes era excessivo para eles e sua
destruição parecia inevitável, quando Perseu teve uma idéia. "Farei minha
inimiga defender-me." Depois exclamou, em voz alta:
— Se tenho aqui algum amigo, que ele afaste os olhos! E levantou a cabeça de
Medusa
— Não tentes amedrontar-nos com tuas imposturas! — exclamou Tesceleu.
Ergueu o dardo, para lançá-lo, e transformou-se em pedra nessa posição.
Ampix ia cravar a espada no corpo de um inimigo prostrado, mas seu braço
inteiriçou-se, e ele não pôde estendê-lo, nem dobrá-lo. Outro, no meio de um
ruidoso desafio ficou com a boca aberta, sem emitir qualquer som. Aconteus,
um dos amigos de Perseu, avistou a górgona e imobilizou-se como os outros.
Astíages atingiu-o com a espada, mas esta, em vez de feri-lo, retrocedeu, com
um ruído áspero. Frineu, contemplando o terrível resultado de sua injusta
agressão, ficou transtornado. Chamou os amigos, em voz alta, mas não obteve
resposta; tocou-os e viu que eram pedra. Caindo de joelhos e estendendo os
braços para Perseu, mas com o rosto voltado para outro lado, implorou
misericórdia. — Toma tudo, mas poupa-me a vida — exclamou. — Desprezível
covarde — retrucou Perseu —, conceder-te-ei isso. Nenhuma arma te tocará.
Além disso, serás conservado em minha casa, como lembrança destes
acontecimentos.
Assim dizendo, levantou a cabeça da górgona na direção em que Frineu olhava
e este transformou-se num bloco de pedra, na mesma posição em que se
encontrava, de joelhos, com os braços estendidos e o rosto virado.
30. Jasão e os Argonautas
Viviam na Tessália os reis Atamas e Nefele, que tinham um casal de filhos. Atamas se
enfadou da esposa, expulsou-a e casou-se com outra mulher. Nefele, receosa de que os
filhos corressem perigo pediu ajuda a Hermes que deu-lhe um carneiro com um velocino
de ouro, no qual Nefele colocou as duas crianças que as levaria a um lugar seguro. O
carneiro elevou-se no ar rumando ao nascente, até que, ao passar sobre o estreito que
separa a Europa da Ásia, a menina, chamada Heles, caiu no mar, que passou a ser
chamado Helesponto. O carneiro continuou a viagem, até chegar ao reino da Cólquida, na
costa do Mar Negro, onde depositou o menino Frixo. Frixo sacrificou o carneiro a Zeus e
ofereceu a Etes o Velocino de Ouro, que foi posto numa gruta sagrada, sob a guarda de
um dragão que não dormia. Havia na Tessália outro reino, perto do de Atamas, e
governado pelo seu irmão Pélias. Cansado com o trabalho de governo, o Rei Esão
passou a coroa a seu irmão, até a maioridade do seu filho Jasão. Jasão foi reclamar a
coroa, Pélias fingiu-se disposto a entregá-la, mas, sugeriu ao jovem a aventura de ir em
busca do Velocino de Ouro, que se sabia estar na Cólquida. Jasão acolheu a idéia e
tratou de fazer os preparativos para a expedição. Jasão incumbiu Argos de construir uma
embarcação capaz de transportar cinqüenta homens. O barco tomou o nome de "Argo",
em homenagem ao seu construtor. Jasão convidou a participarem da empresa todos os
jovens gregos amantes de aventuras como Hércules, Teseu, Orfeu e Nestor. Os
expedicionários foram chamados argonautas. O "Argo", com sua tripulação, deixou a
Tessália e, depois de tocar na Ilha de Lemos, fez a travessia para a Mísia e dali passou à
Trácia, onde os argonautas encontraram o sábio Frineu e dele receberam instruções
sobre o futuro curso. A entrada do Ponto Euxino estava impedida por duas pequenas ilhas
rochosas, que flutuavam na superfície do mar e, sacudidas pelas vagas, ajuntavam-se, às
vezes, esmagando completamente qualquer objeto que estivesse entre elas. Eram
chamadas as Simplegades. Frineu instruiu os argonautas sobre o modo de atravessar
aquele estreito perigoso. Quando os expedicionários chegaram às ilhas, soltaram uma
pomba, que passou entre os rochedos sã e salva, perdendo só algumas penas da cauda.
Jasão e seus companheiros aproveitaram-se do momento favorável em que as ilhas se
afastavam uma da outra, remaram com vigor e passaram a salvo, enquanto as ilhas se
colidiam de novo, atingindo a popa do barco. Remaram, então, ao longo do litoral, até
chegarem à extremidade oriental do mar, onde desembarcaram no reino da Cólquida.
Jasão transmitiu sua mensagem ao rei Etes, que concordou em desistir do Velocino de
Ouro, se Jasão, por sua vez, concordasse em arar a terra com dois touros de patas de
bronze que soltavam fogo pela boca e pelas narinas, e semeasse os dentes do dragão
que Cadmo matara e dos quais sairia, segundo se sabia, uma safra de guerreiros, que
voltariam suas armas contra o semeador. Jasão aceitou as condições e foi marcada a
ocasião das provas. Antes, porém, Medéia a filha do rei, decidiu ajudá-lo, em troca de se
casar com ela, invocando, por juramento, o testemunho de Hécate. Medéia cedeu e,
graças à sua ajuda, pois ela era uma poderosa feiticeira, Jasão conseguiu um
encantamento, para se livrar da respiração de fogo dos touros e das armas dos
guerreiros. Na ocasião marcada, o povo reuniu-se no Campo de Marte e o rei sentou-se
no trono Os touros de patas de bronze surgiram, respirando fogo e queimando as ervas,
enquanto passavam, com as chamas que lhe saíam das narinas. O ruído que faziam era
semelhante ao de uma fornalha e a fumaça que desprendiam à provocada pela água
lançada sobre a cal viva. Jasão avançou, ousadamente, para enfrentá-los. Seus amigos
tremeram ao contemplá-lo. Não obstante a respiração de fogo dos touros, ele lhes
acalmou com a voz, afagou-os no pescoço e destramente colocou-lhes o jugo e obrigou-
os a arar a terra. Os habitantes da Cólquida ficaram assombrados; os gregos lançaram
gritos de alegria. Logo surgiu a sementeira de homens armados e mal tinham atingido a
superfície da terra, esses homens, brandindo suas armas, investiram contra Jasão. Os
31. gregos tremeram de medo por seu herói. Jasão, durante algum tempo, manteve os
atacantes a distância, com a espada e o escudo, mas, vendo que seu número era
esmagador, recorreu ao encantamento que Medéia lhe ensinara: pegou uma pedra e
atirou-a no meio dos inimigos. Estes, imediatamente, voltaram as armas uns contra os
outros e, dentro em pouco, não havia vivo um só da estirpe do dragão. Os gregos
abraçaram seu herói, e Medéia também o teria abraçado, se se atrevesse.
Restava fazer adormecer o dragão que guardava o velocino e isso foi conseguido
lançando-se sobre ele algumas gotas de um preparado que Medéia fornecera. Sentindo-
lhe o cheiro, o dragão acalmou-se, ficou imóvel, por um momento, depois fechou os
grandes olhos redondos, que, segundo se sabia, nunca fechara antes e, virando-se de
lado, adormeceu. Jasão apoderou-se do velocino e, acompanhado dos amigos e de
Medéia, apressou-se em dirigir-se ao barco, antes que o rei Etes impedisse a partida, e
voltou à Tessália, onde todos chegaram sãos e salvos, e Jasão entregou o velocino a
Pélias e consagrou "Argo" a Netuno. Não sabemos o que foi feito posteriormente do
Velocino de Ouro, mas talvez se tenha verificado, à semelhança de muitos outros
tesouros, que ele não valera o trabalho da conquista.
32. Atividades
1) Enumere a seqüência dos acontecimentos da estória de Jasão (de 01 a 10):
___ A princesa Medeia apaixonada por Jasão ajuda o
heroi a enfrentar o desafio proposto pelo rei Etes para
entrar na caverna do dragão que protege o Velo de
Ouro.
___ Após a semeadura os dentes de dragão
originaram soldados completamente armados que
atacam Jasão. Jasão luta contra os espartontes e
joga a pedra enfeitiçada por Medeia para vencer os
soldados.
___ Heróis de toda Grécia são convidados por Jasão
para a expedição do Velocino de Ouro. Os heróis são
chamados de Argonautas.
___ Jasão entra na caverna do dragão, que é
adormecido graças a um feitiço preparado por
Medeia. Jasão obtém o Velo de Ouro.
___ Jasão pede para Argo construir um barco com a
finalidade de chegar a Cólquida. Jasão batiza o barco de “Argo” em homenagem ao seu
construtor.
___ Jasão reclama o trono de Iolcos e seu tio Pélias ordena-o que encontre o Velo de
ouro.
___ No Campo de Marte Jasão semeia o campo com os dentes de dragão com touros de
patas de bronze que possuíam respiração flamejante.
___ Os argonautas chegam ao Reino da Cólquida, onde são recebidos pelo rei Etes e sua
filha Medeia.
___ Os Argonautas cruzam as Simplegades, um grupo de ilhas rochosas que flutuavam
no mar, que sacudidas, ajuntavam-se e esmagavam tudo que estivesse entre elas.
___ Os Argonautas iniciam sua jornada ao zarparem do porto de Iolcos em direção a
Cólquida. Na Ilha de Creta os Argonautas são atacados por Talos, um gigante de bronze,
construído por Hefesto, o ferreiro dos deuses.
2) Considerando a lenda do Minotauro dê um título para cada uma das imagens abaixo:
____________________ ____________________ ______________
34. Sacrifício humano?
Há muito existem provas que podem destruir inteiramente a imagem da antiga civilização
minóica derivada dos afrescos. Cenas de flores de lírios e lótus conviviam com outras, de
elegantes damas conversando e se enfeitando — em resumo, a imagem de uma
sociedade culta e altamente sofisticada, apenas desfigurada pelas cenas do "jogo"
perigoso e suicida do salto ao touro. Sombra muito mais escura foi lançada em 1979,
pelas descobertas terríveis, feitas nos porões de uma enorme casa em Cnossos, por
Peter Warren, Professor de Arqueologia Clássica da
Universidade de Bristol.
Os aposentos superiores da casa ruíram sobre o porão, onde
foi encontrado o seu conteúdo — principalmente objetos do
cotidiano, como pesos para tecelagem, contas, ferramentas e
cerâmica. Havia também um grande vaso de armazenagem
contendo terra queimada, restos de caracóis e de mariscos
comestíveis, além de três ossos humanos, um dos quais (uma
vértebra cervical) com evidentes marcas de corte. Por que
esses géneros alimentícios estariam misturados a restos
humanos? O rasto das evidencias continuou num aposento
adjacente, escavado por Warren, que ele passou a chamar de
"Aposento dos Ossos de Crianças”. Ali encontrou 251 ossos
de animais pertencentes a bois, carneiros, porcos e cães, além
de 371 ossos e fragmentos de ossos humanos. A análise demonstrou a presença de
restos de pelo menos quatro indivíduos, todos crianças. No total, 79 desses ossos
continham marcas de cortes ou de terem sido serrados com lâmina fina. Em outros
aposentos da casa foram encontrados mais 54 ossos humanos, todos pertencentes a
crianças, e oito com marcas de corte.
Warren e sua equipe ficaram estarrecidos com o significado dessa prova. Em algumas
culturas antigas, os corpos eram desmembrados ou descarnados antes de serem
enterrados, ou mesmo escavados depois decomposição e enterrados novamente.
Entretanto, no caso dos ossos das crianças, os sinais de corte ficavam longe das
extremidades, onde se esperaria encontrar marcas, se as várias partes do corpo (por
exemplo, braço, antebraço e mão) fossem deliberadamente separadas. Isto sugeriu a
Warren e ao especialista em ossos Louis Binford que o corte não se destinara a
desmembrar o esqueleto, mas sim para remover a carne. Mas a ausência de marcas
longitudinais demonstrava que o propósito não era remover todos os vestígios de carne –
e sim grandes nacos – e portanto o objetivo talvez não fosse descarnar. Então, parece
que o que se fazia com os ossos não era parte de um ritual de sepultamento. Acontecia
alguma outra prática de culto, e Warren chegou à terrível conclusão de que envolvia o
sacrifício ritual de infantes, que depois eram cozinhados e ingeridos.
Naturalmente, como o próprio Warren admite, não há provas absolutas de que a carne
das crianças era consumida depois de removida dos ossos. Em todo caso, parece uma
explicação mais provável do que as outras alternativas como, por exemplo, simples
assassinato ou preparação para o sepultamento. Dennis Hughes, especialista em
classicismo da Universidade de lowa, sugeriu que os ossos foram levados para o porão
como parte de uma prática de um segundo sepultamento, e que já haviam sido separados
e descarnados antes de serem depositados ali. Contudo, admite que não há provas de
ritos de sepultamento. Embora se saiba que existia um segundo sepultamento em Creta,
na Idade do Bronze, não há exemplo de remoção de carne, nem de deliberada
desarticulação do corpo, antes do novo sepultamento. É preciso enfrentar o terrível fato
de que, se as marcas de cortes fossem encontradas em ossos de animais, os
arqueólogos assumiriam, sem pensar duas vezes, que estavam diante dos restos de uma
refeição.
35. A explicação de Warren, de consumação ritual, continua sendo a melhor, embora se
choque muito contra a tradicional ideia preconcebida de uma sociedade minoica
"pacífica". A presença de ossos de animais com marcas semelhantes, a terra queimada e
os caracóis comestíveis, sugerem que as crianças eram mortas, cozinhadas e ingeridas,
junto com os animais em festas associadas a algum culto religioso demoníaco. Também
não é tão difícil imaginar que as vítimas desse culto canibalesco eram trazidas das terras
dominadas — como Atenas, na lenda de Teseu. Se Warren estiver certo, tem-se uma
nova explicação para a origem da lenda de um monstro que comia crianças em Cnossos;
havia um monstro em Cnossos, sem cabeça de touro, mas suficientemente real, e ainda
mais sinistro do que o lendário Minotauro.
(JAMES, Peter. O Livro de Ouro dos Mistérios da Antiguidade. Rio de Janeiro:
Ediouro, 2002. p. 368-370).
1) Resolva a palavra cruzada abaixo:
Horizontal: 4. Nome da cidade onde foi encontrado um disco que pode ser a mais antiga
máquina de impressão do mundo, anterior mesmo a invenção de Gutenber. 6. Nome do
edifício construído por Dédalo para aprisionar o Minotauro. 8. Nome do lendário rei de
Creta. 9. Princesa fenícia, filha de Agenor, que foi abduzida por Zeus na forma de um
Touro Branco. 10. Nome do principal palácio da ilha de Creta
Vertical: 1. Lendário rei de Atenas, pai de Teseu, que batizou o nome do mar que
envolve a Grécia. 2 Deus dos mares da mitologia grega que fez sair do mar um Touro
Branco que deveria ter sido sacrificado por Minos. 3. Monstro com cabeça de touro e
corpo humano que se alimentava de carne humana. 5. Nome do grupo de ilhas gregas
localizadas entre a Península do Peloponeso e a ilha de Creta. 7. Princesa de Creta que
ajudou Teseu a vencer o Minotauro.
37. A História Lendária de Micenas
O artigo abaixo descreve a história lendária de Micenas, que corresponde ao
período Micênico da história grega. A lenda refere-se da fundação de Micenas por
Perseu, ao governo de Agamêmnon, líder dos gregos na Guerra de Tróia.
O rei de Argos Acrísio possuía uma filha de grande beleza, Danae, que foi aprisionada em
uma torre de bronze após Acrísio ser alertado sobre uma profecia que dizia que ele seria
morto pelo seu próprio neto. Zeus, o deus do céu, se apaixonou por Danae e entrou na
torre disfarçando-se de uma chuva de ouro. Danae deu a luz a Perseu. Acrísio colocou
Danae e Perseu em uma arca e os jogaram no Mar Egeu. Danae foi salva por um
pescador e junto com Perseu passaram a viver na ilha de Serifos. Quando adulto Perseu
descobriu o seu passado e retornou a Argos. Acrísio que temia por sua vida devido a
profecia, propôs inúmeras tarefas para Perseu, uma delas decapitar a górgona Medusa.
Graças ao auxilio dos deuses Hermes, que lhe emprestou sua sandália alada, Atena, que
lhe emprestou seu escudo, e Hades, que lhe emprestou seu capacete da invisibilidade,
Perseu encontrou Medusa e graças a imagem da górgona refletida em seu escudo, pode
arrancar a sua cabeça. Após seu feito Perseu voou com as sandálias aladas de Hermes
por todo o firmamento, desde as terras ocidentais, moradia de Atlas, gigante que sustenta
o universo, até o reino dos etíopes. Na Etiópia Perseu encontrou uma bela moça
acorrentada a um rochedo. Ela revelou ser Andrômeda, princesa da Etiópia e devido a
presunção de sua mãe, Cassiopéia, que comparara sua beleza a das Nereidas, foi
destinada a servir de sacrifício ao monstro marinho Cetus, enviado por Poseidon para
destruir o reino da Etiópia. Perseu pediu a mão da moça em casamento caso ele
enfrentasse e vencesse o monstro. Os reis Cefeu e Cassiopéia aceitaram a proposta e do
fundo das águas surge o monstro marinho. Graças a sua espada, Perseu lutou com o
monstro e o eliminou. Vencido Cetus, Perseu obteve a mão de Andrômeda, e juntos
retornaram para Argos. Perseu e Andrômeda tiveram muitos filhos, os Perseidas, que
reinaram sobre as cidades fundadas por Perseu: Tirinto e
Micenas. Alceu se tornou rei de Tirinto e Estenêlo de
Micenas.
Alceu era pai de Anfitrião que estava em guerra contra os
tebanos. Durante sua campanha militar, Anfitrião
ausentou-se de Tirinto e Zeus enamorou-se pela esposa
do rei, Alcmena. Graças à um disfarce, Zeus se
metamorfoseou em Anfitrião e visitou os aposentos de
Alcmena. Alcmena engravidou e Anfitrião foi persuadido
por um emissário de Zeus, que Alcmena estava grávida de
um deus. No Olimpo Zeus profetiza que o próximo príncipe
perseida que nascer no Peloponeso será o rei de Micenas
e de toda a Grécia. Hera ao desconfiar se tratar de mais
uma das traições de seu marido, descobre que Zeus havia
a traído com Alcmena. Para puni-lo Hera atrasa a
gestação de Alcmena e nasce Euristeus, filho de Estenêlo,
antes de Hércules, filho de Alcmena. Zeus que havia
jurado pelo Estíge que o próximo perseida seria o rei de
Perseu toda a Grécia, não pode fazer nada para que seu filho
Hércules assumisse o trono de Micenas. Alcmena deu a
luz a dois filhos gêmeos, um mortal, Ificles, e outro semideus, Hércules (em grego
Heracles, “glória de Hera” ou Alcides, “descendente de Alceu”).
38. Hera passou a perseguir Hercules desde o seu nascimento.
Mandou duas serpentes matá-lo em seu quarto, mas
surpreendentemente o bebe Hercules estrangulou as duas
serpentes com os próprios punhos. Hera tentou amamentá-lo,
mas o bebê era tão forte que ela impediu que ele a machucasse,
esparramando leite por todo o firmamento, originando a galáxia
(o “caminho de leite”), ou a Via - Láctea. Quando se tornou
adulto Hércules num momento de loucura provocado por Hera,
matou toda a sua família e sua esposa Megara. Para purgar
seus crimes, Hércules foi até o oráculo de Delfos, que
determinou que ele deveria se tornar escravo de seu primo
Euristeus, rei de Micenas, e cumprir doze trabalhos
determinados por ele. Hércules foi aos confins da Terra para
realizar os doze trabalhos, e cumpriu todos. Hércules teve
muitos filhos, os “Heráclidas”, porém nenhum foi mais notável
que o pai. Os descendentes de Hércules organizaram um
ataque ao reino de Micenas, para expulsarem o usurpador do
trono legítimo do seu pai. O usurpador era Euristeus. O retorno Hércules
dos Heráclidas corresponde ao episódio das invasões dórias.
Durante as guerras dos heráclidas, Euristeus morreu em campo de batalha, e legou o
trono de Perseu a Atreu, um primo distante por parte materna. Atreu era filho de Pélops, a
amaldiçoada descendência de Tântalo, que era rei de Pisa, o antigo embrião da cidade
pan-helênica de Olímpia. Os descendentes de Atreu, os Átridas, também carregavam a
maldição de Tântalo, e Agamêmnon tornou-se rei de Micenas, e Menelau, rei de Esparta.
Agamêmnon rei de Micenas e líder dos gregos durante a Guerra de Tróia obteve tal
distinção graças ao usurpador de Micenas, Euristeus.
Atividades
1) “O mito do labirinto conta a historia de um herói, Teseu, que é enviado a Creta para
enfrentar o Minotauro, retratado como um ser monstruoso. Ele mata o Minotauro, foge
com a filha do rei Minos, abandona a ilha e volta para Atenas. Esse mito representa um
pouco a idéia de vitoria dos micênicos sobre os minóicos: Teseu era ateniense, portanto
tinha ascendência micênica, que consegue derrotar o poder do rei Minos. O Minotauro era
o símbolo desse poder dos minóicos. Representa o momento em que eles perdem o
domínio sobre o Mediterrâneo”. (Alvaro Allegrette, arqueólogo da École Française
D´Athènes, foi o responsável pela escavação da cripta hipostila na cidade de alia, na ilha
de Creta). Considerando o texto acima responda:
a) Relacione os principais personagens da Lenda do Minotauro, Teseu e Minos, à
realidade histórica a qual representam.
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b) Qual a importância do Mediterrâneo para os minóicos?
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2) “Quando Euristeus iniciou a expedição da qual resultou sua morte nas mãos dos
Heráclidas, Atreu, irmão de sua mãe, que havia sido banido por seu pai por haver
assassinado Crisipos, recebeu provisoriamente de Euristeus a cidade de Micenas e a
39. soberania, na qualidade de consangüíneos; e como Euristeus não regressou, Atreu, de
conformidade com o desejo dos micênios, temerosos dos Heráclidas e considerando-o
um homem poderoso, que conquistara a simpatias da maioria, recebeu em definitivo a
soberania sobre os micênios e todos os que estavam sujeitos ao poder de Euristeus.
Desta forma a casa de Pélops tornou-se mais importante que a de Perseu. Segundo me
parece, foi o fato de Agamemnon ter herdado tudo isso, e haver-se tornado ao mesmo
tempo mais forte em poder naval que os outros, que lhe permitiu reunir forças armadas
tão numerosas, não tanto pelo favor da maioria, mas por temor, e realizar a expedição
contra Tróia.” (Tucídides, História da Guerra do Peloponeso).
O texto acima narrado pelo historiador grego Tucídides descreve a queda da Dinastia dos
Perseidas e a ascensão a Dinastia dos Átridas ao trono de Micenas – cidade fundada por
Perseu. A partir da leitura do texto, explique como Euristeus e Atreu tornaram-se reis de
Micenas.
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3) Relacione mitologia e arqueologia identificando três elementos presentes na lenda
do Minotauro e na Civilização Minóica.
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4) A partir da afirmação a seguir, responda: “Na mitologia grega, a história de Creta
começa com a chegada de Europa na ilha. Para a história mundial, o continente Europa
encontrou em Creta o berço de sua civilização”.
a) Qual a origem do nome do continente Europa?
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b) Por que Creta é o berço da civilização européia?
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5) “Para limpar-se após a vitória sobre Cetus, o
monstro marinho, o herói Perseu lava as mãos
em água recém extraída do mar. Porém a areia
da praia poderia prejudicar o saco que envolvia a
cabeça da Górgona. Então ele primeiro preparou
um monte de folhas, em que ele primeiramente
jogou as ervas daninhas do mar produzidas sob
as ondas. Neles colocou a horrível face da
Medusa, e em seguida, as cobriu com as ervas
daninhas frescas que foram retiradas do infinito
profundo. Embebidas pelo veneno do monstro em seu miolo esponjoso: elas
endureceram-se ao toque, e Perseu, sentiu no ramo a rigidez incomum da folha. As
Ninfas do mar admiradas, também tentaram exercer esse prodígio em diversas outras
plantas daninhas, com êxito. Tão contentes com o sucesso da brincadeira, elas levaram
novas sementes dessa plantas de grande beleza, e as espalharam sobre todo o
“firmamento de sal”. Assim, a partir daquele dia o coral manteve essa natureza