1. Atividades República Oligárquica
Bom exemplo da extensão do controle oligárquico da família Acioli no Ceará, é o quadro de
distribuição de cargos e funções que se segue:
Presidente do Estado: Nogueira Acioli
Secretário do Interior: José Acioli
Diretor de Secção: Lindolfo Pinto, sobrinho do presidente.
Dep. Estaduais: Benjamin Acioli, Raimundo Borges e Jorge de Souza (genros do presidente),
Jovino Pinto, José Pinto, Pinto Brandão, Padre Vicente Pinto (primos do presidente), Antônio
Gadelha (cunhado de um filho de Acioli)
Academia de Direito: Diretor: Nogueira Acioli Vice-Diretor: Tomaz Pompeu (cunhado de
Acioli)
Escola Normal: Tomaz Acioli, José Acioli, e mais sobrinho, sobrinha e irmão do presidente.
Intendência Municipal: Secretário: Antônio Gardelha (cunhado de um filho de Acioli)
Câmara Municipal: Secretário: Jovino Pinto (sobrinho) Procurador Fiscal: Antônio Acioli
Batalhão do Exército: Comandante: Capitão Raimundo Borges (genro de Acioli)
Senadores: Tomás Acioli e Francisco Sá (filho e genro de Acioli)
Deputados Federais: João Lopes (primo de Acioli), Gonçalo Souto (tio de uma nora de Acioli)
E mais Aciolis em cargos das seguintes repartições: Higiene Pública, Correios, Inspeção
Veterinária, Escola de Aprendizes de Artífices, etc., etc.,...
(Janotti, Maria de Lourdes M. O Coronelismo uma política de compromissos. SP, Brasiliense, 1981)
1) A existência de um pacto ao nível federal, estadual e municipal é característica da República
Oligárquica; sendo o coronel, o mediador entre as instituições políticas e a população
interiorana (eleitores). Sobre a “engrenagem política” do país na época citada responda:
a) Identifique o nome que ficou conhecido o “pacto” federal, estadual e municipal, existente
entre os políticos brasileiros na República Velha.
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b) Observando a influência da Família Acioli no Ceará no século XX indique duas formas de
corrupção observados no Brasil na República Oligárquica.
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c) Indique três medidas que foram adotadas na história brasileira para impedir a apropriação da
máquina pública por particulares.
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d) Após a deposição de Acioli no Ceará, o novo coronel empossado como governador do
estado foi Franco Rabelo. Por sua vez Rabelo foi deposto por outra insurreição, partida do
interior. Era o fenômeno Padre Cícero, que se fazia dono do poder estadual, tomando-o de
armas na mão. Do Nordeste inteiro acudiam jagunços, coronéis, chefes políticos com seus
cabras armados, cangaceiros, beatos – “romeiros” se chamavam todos, correndo em socorro
de “meu padrinho”. A Sedição de Juazeiro demonstra o poder que pessoas influentes
possuíam no Brasil no início do século XX. Considerando o exemplo citado explique o que é o
coronelismo. _________________________________________________________________
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Eleições presidenciais na República Velha
A Constituição de 1891 estendeu o direito de votar e de ser votado a todos os brasileiros
alfabetizados, do sexo masculino e maiores de 21 anos. Do ponto de vista legal, portanto, o

2. Brasil se equiparava às nações mais avançadas do mundo à época. Mas a realidade era bem
diferente, como nos mostra o texto a seguir.
A distância entre a letra da lei e sua efetivação prática esteve longe de ser pequena. A
esmagadora maioria da população vivia nas áreas rurais e estava submetida aos desígnios dos
grandes proprietários. Em 1920, apenas 16,6% dos brasileiros residiam em cidades com vinte
mil habitantes ou mais, enquanto a taxa de analfabetismo girava em torno dos 70%. Nesse
contexto, não surpreende que os direitos civis e políticos fossem uma ficção jurídica. Os dados
das eleições presidenciais durante a Primeira República são muito expressivos:
Ano Candidato Vencedor % dos Votos Válidos % dos Votantes / População
1894 Prudente de Morais 84,3 2,21
1898 Campos Sales 90,9 2,70
1902 Rodrigues Alves 91,7 3,44
1906 Afonso Pena 97,9 1,44
1910 Hermes da Fonseca 57,1 3,19
1914 Wenceslau Braz 91,6 2,40
1918 Rodrigues Alves 99,1 1,48
1919 Epitácio Pessoa 71,0 1,50
1922 Arthur Bernardes 56,0 2,90
1926 Washington Luís 98,0 2,27
1930 Júlio Prestes 57,7 5,65
(Tânia Regina de Luca. Direitos Sociais no Brasil. In: Jaime Pinsk e Bassanezi Pinsk, orgs. História da
Cidadania. São Paulo, Contexto, 2003. P.469-70).
2) Explique como era o sufrágio no Brasil na República Oligárquica.
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3) Por que a maioria dos presidentes do período tiveram vitória esmagadora nas eleições?
Qual o papel da oposição política nesse período?
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Balanço da República Velha feito por Washington Luís em 1927
Critério No Ano 1888 No Ano 1926 No Ano 2015
Municípios 916 1.407
Habitantes 13.788.872 36.970.972
Portos 1 8
Estradas 360 km 53.248 km
Linhas Teleféricas 18.022 km 82.213 km
Estradas de Ferro 9.322 km 31.330 km
Usinas Hidrelétricas 1 426
Exportações em Toneladas 597.562 1.852.642
Jornais 533 2.376
Febre Amarela Havia a febre
amarela
A febre amarela estava
controlada
E conclui: Com esse confronto (de dados) não queremos negar o progresso do Brasil durante o
regime monárquico, mas acentuar que a república não só não embaraçou como auxiliou e
acelerou material, moral e intelectualmente o desenvolvimento da nação. O ano de 1888 punha
terma a uma época de relativa tranquilidade econômica do Império, após longa e duradoura
paz, enquanto o período atual desenvolveu-se dentro de perturbações profundas, para o
estabelecimento e consolidação da república, e se fecha com cinco anos de revoltas que
abalaram profundamente a cultura moral, o crédito e a riqueza da nação!
4) Complete o quadro acima e compare o Brasil nos três períodos citados.