O documento discute a avaliação no processo de alfabetização de crianças, abordando conceitos como avaliação diagnóstica, formativa e reguladora. Aponta que a avaliação deve ser contínua, qualitativa e inclusiva, com foco nos direitos de aprendizagem e no processo, não em mensuração ou exclusão. Também traz sugestões de instrumentos para registro e acompanhamento da aprendizagem.
5. Apropriação do sistema de escrita alfabética
pelas crianças: que caminhos percorrem? Como
podemos auxiliá-las?
6.
7. Cadernos Unidade 1, texto 2 de cada caderno
Unidade 1,
Ano 1, azul – Concepções de
alfabetização: o que ensinar no ciclo de
alfabetização (p. 16-23)
Unidade 1, Ano 2, laranja – A complexidade da
aprendizagem do SEA: ampliação do tempo para a
consolidação da leitura e da escrita pela criança (p.
13-18)
Unidade1, Ano 3, verde - Alfabetização: o que
ensinar no terceiro ano do Ensino Fundamental (p.
13-21)
8. Alfabetização: Histórico
A escrita é um código a ser memorizado.
Base: repetição e memorização.
Método sintético: “do menor para o maior” – ensino das letras para que o
aluno saiba manipulá-las, a fim de conseguir ler e escrever palavras, frases e
textos.
Método analítico: “do maior para o menor” – análise da palavra (palavração),
da frase (sentenciação) e do texto (como unidade de sentido) para a
compreensão da escrita.
Alto índice de retenção na 1ª série.
Concepção de leitura e escrita (e, consequentemente, de língua) como
codificação e decodificação.
9. A escrita alfabética não era um código.
A língua escrita é um sistema de notação (no caso, alfabético).
Aprender o SEA significa compreender o que a escrita nota
(representa) e como a escrita cria essas notações.
Fases pelas quais as pessoas passam no processo de compreensão
do SEA: pré-silábico, silábico, silábico-alfabético, alfabético.
Ferreiro & Teberosky: é interagindo com a escrita (seus usos e
funções) que a criança compreende e se apropria do SEA.
Oportunidades diferenciadas de vivenciar práticas de leitura e
produção de textos.
10. Segundo Artur Gomes de Morais:
“Hoje, existe um relativo consenso de que aquilo que
chamamos ‘consciência fonológica’ é, na realidade, um grande
conjunto ou uma ‘grande constelação’ de habilidades de refletir
sobre os segmentos sonoros das palavras”(...)
“...capacidade de pensarmos sobre as unidades sonoras das palavras.
Consciência Metafonológica- unidades sonoras das palavras.
Consciência Metamorfológica – refletir sobre os morfemas das
palavras.
Consciência Metassintática –adequação sintática de enunciados.
Consciência Metatextual – refletir sobre a adequação dos textos.
Consciência Metapragmática – refletir sobre as intenções dos
usuários da língua.
Em todos esses âmbitos, os aprendizes podem fazer reflexões
metalinguísticas, sem usar os termos da gramática pedagógica
tradicional que a escola obriga a memorizar.”
11.
Consciência linguística (metalinguagem): habilidade de refletir
sobre a língua (tratá-la como objeto de análise e observação).
Consciência fonológica: consciência de que a fala pode ser
segmentada em unidades menores (mínimas, até) que compõem
as palavras faladas, como sílabas, rimas e fonemas isolados.
Estudos apontam que, a partir dos 4 ou 5 anos de idade, a
criança já apresenta alguns níveis de consciência fonológica.
O nível mais complexo (que exige intervenção pedagógica e
sistematização): fonêmico - compreensão de que as palavras são
constituídas de sons individuais (fonemas) e a habilidade de
manipulá-los.
12.
Consciência implícita: identificação de rimas, brincadeiras com jogos
sonoros (por crianças ainda não alfabetizadas).
Consciência explícita: análise consciente dos sons constituintes das palavras
(exemplo: relação letra X som).
Há estudos que evidenciam que a consciência fonológica explícita só é
alcançada por indivíduos com contato com a escrita alfabética (caso do
estudo com chineses: dificuldade daqueles que só aprenderam a escrita
ideogramática).
Postulação clássica da Linguística:
fonemas – unidades abstratas desprovidas de informação redundante
X
Outras vertentes: conhecimento fonológico desenvolve-se gradualmente,
através da experiência do falante com o uso da linguagem.
13.
Versão para o português da palavra literacy – o estado ou condição que
assume aquele que aprende a ler e a escrever.
Alfabetização X Letramento? Não há substituição de termos, mas
acréscimo.
Letramento: práticas de leitura e escrita em uso social.
Contudo, a apropriação da escrita alfabética não ocorre de maneira
espontânea.
MEC: é preciso reacender a faceta linguística (fonética e fonológica) do
processo da alfabetização.
Proposta do MEC: ensino do SEA inserido em práticas de letramento.
Alfabetização: a ação de ensinar/aprender a ler e a escrever.
Letramento: o estado ou a condição de quem não apenas sabe ler e
escrever, mas cultiva e exerce as práticas sociais que usam a escrita.
Magda Soares: “Alfabetizar e letras são duas ações distintas, mas não
inseparáveis, ao contrário: o ideal seria alfabetizar letrando, ou seja:
ensinar a ler e a escrever no contexto de práticas sociais da leitura e da
escrita, de modo que o indivíduo se tornasse, ao mesmo tempo,
alfabetizado e letrado.”
14. Dentro de uma perspectiva inclusiva e democrática:
Garantir que todas as crianças sejam alfabetizadas até o final do
primeiro ciclo.
Direito da criança de estar alfabetizada até os 8 anos de idade.
Compreender as propriedades do Sistema de Escrita Alfabética
(SEA).
É preciso que o processo de alfabetização da criança esteja
articulado com as particularidades socioculturais dela.
Práticas de alfabetização contextualizadas.
Alfabetizar promovendo práticas de letramento (inserir a
criança em situações reais de uso da leitura e da escrita).
15.
16. A partir dos itens elencados nos quadros
que descrevem os direitos de aprendizagem em
língua portuguesa vamos pensar em atividades
que trabalham com alguns desses direitos.
17. Uma estudante norte-americana de origem asiática, Kate
M. Chong, ao escrever sua história pessoal de
letramento, define-o em um poema:
É uma receita de biscoito,
uma lista de compras, recados colados na
geladeira,
um bilhete de amor,
O que é Letramento?
Letramento não é um gancho
em que se pendura cada som enunciado,
não é um treinamento repetitivo
de uma habilidade
nem um martelo
quebrando blocos de gramática.
Letramento é diversão,
é leitura à luz de vela
ou lá fora, à luz do sol.
São notícias sobre o presidente,
o tempo, os artistas de TV
e mesmo Mônica e Cebolinha
nos jornais de domingo.
telegrama de parabéns e cartas
de velhos amigos.
É viajar para países desconhecidos,
sem deixar sua cama,
é rir e chorar
com personagens, heróis e grandes amigos.
É um atlas do mundo,
sinais de trânsito, caças ao tesouro,
manuais, instruções, guias
e orientações em bulas de remédios
para que você não fique perdido.
Letramento é, sobretudo,
um mapa do coração do homem,
um mapa de quem você é
e de tudo que você pode ser.
18.
19. Iniciando a conversa:
Avaliação no ciclo de alfabetização
A importância da leitura para deleite
Aprofundando o tema: leituras
Compartilhando:
Análise de instrumentos avaliativos
Formas de registro (acompanhamento)
Leitura deleite
Aprendendo mais
Tarefa
20. compreender
de
a importância da avaliação no ciclo
alfabetização,
instrumentos
de
analisando
avaliação
e
e
de
construindo
registro
de
aprendizagem;
construir
coletivamente o que se espera em relação
aos direitos de aprendizagem e desenvolvimento no
ciclo de alfabetização.
21. a) Tente se lembrar da sua experiência com a avaliação
da aprendizagem ao longo de sua vida escolar.
Que conteúdos costumavam ser avaliados?
De que forma você costumava ser avaliado?
Quem avaliava e quem era avaliado?
Com que finalidade você era avaliado?
b) Que concepção de avaliação fundamenta uma
educação inclusiva, pautada no direito de aprender?
22.
23. Leitura em grupos, seguida de socialização:
GRUPO A:
Unidade 1, Ano 1, azul – Avaliação no ciclo de alfabetização (p. 24-29)
GRUPO B:
Unidade 1, Ano 2, laranja – Avaliação no ciclo de alfabetização: o
monitoramento do processo de ensino e de aprendizagem das crianças
(p. 19-26)
GRUPO C:
Unidade 1, Ano 3, verde – Avaliação para inclusão: alfabetização para
todos (p. 22-27)
24. Depois da década de 80:
erros: reveladores de hipóteses de escrita e indicadores dos avanços;
práticas
escolares
contrutivistas/interacionistas
e
inclusivistas,
avaliando-se as conquistas e as possibilidades ao longo do ano escolar;
objetivos: identificação dos conhecimentos já desenvolvidos para
avançar nas aprendizagens e da necessidade ou não de retomar o
ensino de certos itens ou de usar estratégias alternativas;
avalia-se: tanto os alunos como as práticas pedagógicas;
diversificação dos instrumentos: cadernos de registros; portfólios;
ficha de acompanhamento individual e coletiva.
25. Processo avaliativo: contínuo, inclusivo, regulador, prognóstico,
diagnóstico, emancipatório, mediador, qualitativo, dialético,
dialógico, informativo, formativo-regulador.
Mudança de postura do professor: investir mais nos alunos, o que
se reflete na avaliação, acompanhamento e estratégias didáticas.
Avaliação diagnóstica – possibilita acompanhar se os objetivos
foram atingidos, possibilitando regulações interativas e
integradoras.
O que deve ser avaliado/espera-se da criança no segundo ano:
capacidade de escrever palavras com diversas estruturas silábicas
que contemplem as regras ortográficas regulares;
capacidade de refletir, com crescente autonomia, sobre o
contexto de produção de textos, e a organização do conteúdo
textual, a estruturação dos períodos e o uso de recursos coesivos
26.
Avaliar para favorecer a aprendizagem e não para legitimar
desigualdades;
Avaliar para incluir as próprias crianças no processo para que
desenvolvam compromissos com suas próprias aprendizagens.
Etapas da avaliação formativa (Zabala, 1998, p.201):
Inicial = no início das etapas escolares (projetos/sequencias
didáticas);
Reguladora = durante um determinado período para saber se as
aprendizagens estão acontecendo;
Final = avaliar se os objetivos foram atingidos e da necessidade de
retomar;
Integradora = a partir dos resultados obtidos, são estabelecidas
novas propostas de intervenção
Pilares de um currículo inclusivo: ensinar para que todos possam
aprender, implica em ousadia, solidariedade e prazer.
29. AVALIAR PARA INCLUIR
implica identificarmos de
onde partimos e onde
devemos chegar. Para tanto,
a avaliação deverá estar a
serviço dos direitos da
aprendizagem.
30. Cadernos Unidade 1, texto 3 de cada caderno
Unidade 1, Ano 1, azul – Avaliação no ciclo de alfabetização (p. 2429)
Unidade 1, Ano 2, laranja – Avaliação no ciclo de alfabetização: o
monitoramento do processo de ensino e de aprendizagem das
crianças (p. 19-26)
Unidade 1, Ano 3, verde – Avaliação para inclusão: alfabetização
para todos (p. 22-27)
Quadros de acompanhamento da aprendizagem
Unidade 1, Ano 1, azul – O acompanhamento da aprendizagem das
crianças: sugestão de instrumento de registro da aprendizagem
(p.38-40)