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1
2
Prof. Dr.
Roberto Monteiro de Oliveira
                               3
Introdução – Ultrapassando a rotina do dia a dia; excedendo os
limites territoriais de sua existência; indo além da percepção
direta de seus sentidos os homens colocaram para si, em todos
os recantos da Terra, as questões fundamentais da vida e da
morte; da natureza e da sociedade; dos seres visíveis e invisíveis.




                                                                  4
No Oriente
Médio os
judeus
conceberam a
noção de um
Deus único,
criador, senhor
e sustentador
de todas as
coisas.


                  5
O que se deve observar é que inicialmente,
resolvidas as questões relativas à sua
sobrevivência material o que sem dúvida lhes dá
oportunidade de desenvolver os primeiros
conhecimentos técnicos, os homens colocam para
si as questões fundamentais da própria
existência.




                                                  6
Daí advindo, para a maioria dos autores, o
conhecimento mítico, o conhecimento religioso, o
conhecimento filosófico e o conhecimento científico.




O grande desafio atual é conciliar o chamado
conhecimento tradicional com o conhecimento
científico.
                                                       7
O CRISTIANISMO   Iniciado com as pregações de Jesus
                 Cristo e de seus apóstolos, em
                 meados do século I, na região do
                 atual Estado de Israel e dos
                 Territórios Palestinos. Tem origem no
                                 judaísmo e é a religião
                                     mais difundida no
                                                mundo.




                                                           8
A civilização cristã ocidental - A civilização cristã
ocidental percorreu um longo caminho até chegar à
forma atual da sua maneira de pensar e raciocinar.




                                                        9
Nesta caminhada tomaremos
      como ponto de partida
espaço/temporal o momento em
que a civilização ocidental, viveu
o momento que ficou conhecido
     como RENASCIMENTO.
    Não se pode desvincular o
    desenvolvimento técnico-
  científico do desenvolvimento
     político e sociocultural.

                                     10
Aristóteles sistematizou a forma de organizar e
desenvolver o pensamento através do
silogismo. O que passou para a História como
a lógica formal aristotélica.

Na obra Organon, Aristóteles define a lógica
como um método do discurso demonstrativo,
que utiliza três operações da inteligência:
o conceito,
o juízo e
o raciocínio.

                                                  11
O conceito é a representação mental dos objetos.

O juízo é a afirmação ou negação da relação entre o
sujeito e seu predicado.

E o raciocínio que leva à conclusão
sobre os vários juízos
contidos no discurso.




                                                      12
Aristóteles estuda  a   estrutura  lógica  da
argumentação e descobre que alguns argumentos
podem ser convincentes, embora não sejam
corretos.

A lógica, segundo Aristóteles, é um instrumento
para atingir o conhecimento científico.

Só se pode chamar de ciência aquilo que é metódico
e sistemático, ou seja, lógico.




                                                     13
Os raciocínios podem ser analisados como
silogismos, nos quais uma conclusão decorre de
duas premissas.

"Todo homem é mortal. Sócrates é homem, logo,
Sócrates é mortal", diz ele, para exemplificar.

"Sócrates", "homem" e "mortal" são conceitos.

"Sócrates é mortal" e "Sócrates é homem" são
juízos.




                                                  14
O raciocínio é a progressão do pensamento que se
dá entre as premissas e, a conclusão, ou seja, é a
organização e disposição lógica das premissas de
forma a se chegar a uma conclusão:


"Todo homem é mortal",
                            Premissas
"Sócrates é homem“
Logo, "Sócrates é mortal". (Conclusão)




                                                     15
Como filósofo Aristóteles refletiu muito para entender
as causas de tudo que observava o que ainda hoje é a
razão de ser da maioria dos experimentos da ciência
moderna.

Por tudo isso, e por muito mais Aristóteles de Estagira
(como ficou conhecido) de fato colocou as bases e os
fundamentos da boa ciência ocidental que se
conservam até hoje: a lógica, o método e a observação
da natureza e da sociedade.




                                                          16
17
A Idade Média - a partir do século XI até o
Renascimento, nas questões relativas ao
conhecimento humano, no ocidente, prevalece o
que ficou conhecido como Escolástica.
.




                                                18
A escolástica foi a tentativa de conciliar a fé cristã
com a razão, representada pelos princípios da
filosofia   clássica     grega,      em    especial   os
ensinamentos de Platão e Aristóteles. Desenvolve-se
a partir da filosofia patrística, elaborada pelos padres
os Doutores da Igreja Católica, que fazem a primeira
aproximação entre o cristianismo e uma forma
racional de organizar a fé e seus princípios, baseada
no platonismo. Com a escolástica, a filosofia
medieval continua ligada à religião, uma vez que são
as questões teológicas que suscitam a discussão
filosófica.



                                                           19
A fase inicial da escolástica é
profundamente influenciada
pelo pensamento de Santo
Agostinho (354-430), o mais
importante nome da filosofia
patrística. Retomando os
princípios do platonismo,
entre eles o de que há uma
verdade absoluta acima das
verdades particulares, Santo
Agostinho vê na revelação
divina o meio pelo qual a
verdade é introduzida no
espírito humano.

                                  20
O      período     mais
importante            da
escolástica
corresponde ao do
desenvolvimento do
tomismo,        doutrina
cristã     criada     no
século XIII por São
Tomás de Aquino
(1224-1274),       com
base na filosofia
aristotélica.



                           21
Para São Tomás de Aquino
e para seus seguidores, há
duas        ordens       de
conhecimento: o sensível
e o intelectual, sendo que
o intelectual pressupõe o
sensível. A impressão que
um objeto deixa na alma é
chamada de conhecimento
sensível. O conhecimento
intelectual       considera
apenas as características
comuns entre os objetos e
elabora o conceito.


                              22
A escolástica entra em crise no final
da Idade Média, por volta do século
XIV,    período     marcado     pelo
surgimento      do      humanismo
renascentista,      pelas     novas
descobertas científicas e pela
Reforma Protestante. Entretanto,
sobrevive na era moderna como o
pensamento cristão tradicional o
neo-tomismo.


                                        23
O Renascimento - A partir do Renascimento se começa
criticar a maneira como   se   procurava   explicar   os
fenômenos da natureza.
                   Usava-se muita razão, muita lógica,
                   muito sistema bem organizado,
                   mas      se     descuidaram      da
                   observação e não se controlavam
                   os fatos que se queria explicar.
                    Galileu Galilei      e
                    Francisco Bacon
                    que trabalharam para
                    nos dar um método
                    diferente   e     que
                    chamamos hoje de
                    método experimental.
                                                       24
Sucintamente este método consiste no
seguinte:
1º observar os fatos;
2º levantar hipóteses explicativas dos
mesmos;
3º retornar a experiência para
verificar se as hipóteses estão certas,
de acordo com os fatos.
                                          25
Aos poucos vai se firmando como científico
somente aquilo que procurava as leis do mundo
físico e que prova suas afirmações com o
controle dos fatos. Com isso somente a física
adquiriu foros de ciência. Mas com a adoção do
método da física nas outras pesquisas também
estas outras pesquisas passam a ter o status de
ciências de tal forma que quando falamos hoje
de ciência entendemos o tipo de conhecimento
que de alguma forma usa o
método experimental.



                                                  26
As ciências humanas
procuraram então se
enquadrar em um método
semelhante ao da física para
serem chamadas ciências.
Neste contexto as ciências
adquiriram algumas
características.


                               27
Características da Ciência Moderna - A
primeira característica é a matematização
ou quantificação, ou seja, as qualidades e
propriedades da natureza passam a ser
medidas por uma linguagem simbólica muito
precisa, de compreensão universal unívoca:
50mm, 9km, 120 4kg e etc....

   Uma outra característica da ciência moderna é
   a funcionalidade, ao cientista interessa
   relatar como esta sendo processado o
   experimento e a quanto ou em que medida o
   mesmo se processa em vista unicamente de
   seus resultados. Não interessa ao cientista
   buscar as causas últimas.
                                                   28
A terceira característica da ciência moderna é o
caráter seletivo. Isso quer dizer que para fazer
uma hipótese explicativa o cientista tem que
selecionar os elementos e variáveis com que
vai tratar, ou seja, tem que escolher as
variáveis que vão ficar sob controle. Por esse
procedimento do dado particular, pode o
cientista chegar a uma Lei Geral.




                                                   29
Uma outra característica da ciência
moderna é o seu caráter aproximativo.
Esta característica diz respeito a tentativas
de interpretar ou representar plasticamente
os fatos ou fenômenos estudados. Toda
vez que uma teoria científica cria uma
explicação para um fato ou fenômeno, na
sua linguagem simbólica inventa e
interpreta como se o símbolo substituísse a
realidade. São os chamados modelos
explicativos.




                                                30
A ciência moderna, como não podia
deixar de ser, tem também um
caráter progressivo acumulativo,
os     conhecimentos      vão    se
acumulando e se aperfeiçoando, e
as teorias vão sendo reelaboradas.




                                      31
Existe ainda uma característica ligada ao
caráter quantitativo da ciência moderna que é
a exatidão. A ciência é exata precisamente na
sua formulação unívoca, e tem que ser
unívoca exatamente pela dependência dos
seus resultados. Este modelo de fazer ciência
ficou conhecido como positivismo.




                                                32
Positivismo - Para o positivismo a ciência é a única
forma válida de conhecimento. As descobertas
científicas dando novas explicações sobre a natureza,
sobre a sociedade e sobre as homens justificaram a
conclusão de que a única filosofia verdadeira era a
própria ciência.

O positivismo considerando os fracassos da filosofia
propõe o domínio do homem sobre a natureza através
da ciência e que a ciência seja a base da organização
da sociedade humana.




                                                    33
Os positivistas tem uma concepção dinâmica
da natureza. Os fenômenos se sucedem num
processo evolutivo e ininterrupto do mundo
inferior, inorgânico, passando por uma série
progressiva de formações intermediárias, cada
vez mais complexas até atingir o mundo
superior, o mundo humano.




                                                34
O positivismo trouxe para a sociedade
humana as mesmas leis encontradas no
mundo animal legitimando a supremacia dos
mais fortes sobre os mais fracos através da
concorrência. Daí advém uma série de outras
consequências perversas para a convivência
humana e para o funcionamento e
relacionamento das sociedades e nações
como, por exemplo, a legitimidade da
destruição e invasão do território dos mais
fracos se os mais fortes se sentirem
ameaçados.

                                              35
Comparando o Positivismo com o Materialismo Histórico
e dialético, constatamos que eles possuem em comum a
concepção de que a matéria é o princípio supremo e a
causa de toda a realidade.

Além disso, tanto o materialismo como o positivismo
possuem uma preocupação com o homem. O
materialismo de Marx e seus seguidores procura libertar o
homem das alienações ideológicas, das sujeições e das
opressões políticas.




                                                       36
O materialismo positivista procura adquirir um
conhecimento exato do homem como ser social
empregando, para isso, o método das ciências
experimentais. Como as ciências são aptas para
formular as leis relativas ao desenvolvimento
dinâmico da realidade natural, devem ser aptas
também para formular a leis relativas ao
desenvolvimento social humano.




                                                 37
Na verdade Augusto Comte usou o termo POSITIVO,
em oposição ao que ele considerava NEGATIVO, isto
é, o iluminismo.

O positivista tem uma postura afirmativa no sentido da
ORDEM rejeitando as críticas românticas dos
conservadores feitas à sociedade propondo soluções
para os problemas presentes em alternativas
buscadas no passado.

Os positivistas rejeitam também o pensamento
critico progressista que propõe um projeto social
alternativo para o presente e o futuro da sociedade.


                                                     38
O paradigma da análise positivista - Os
positivistas lutam pela integração, pelo
consenso, e pela harmonia social analisando
a sociedade segundo o seguinte paradigma:




                                              39
1 - A sociedade é um organismo, regulado por leis
naturais, cujas partes são mutuamente dependentes,
como um organismo vivo,

2 - O funcionamento tranquilo de todo o corpo
depende do bom funcionamento de todas as partes
constitutivas. Qualquer patologia em uma das partes
pode levar todo o corpo à morte;




                                                      40
3 - Cada órgão isolado desempenha uma função
específica, mas deve estar conectado e integrado para
o bom desempenho de todo o corpo social. O principio
integrador da sociedade positivista é definir
exatamente a função de cada parte ou órgão da
sociedade.

A normalidade da sociedade positivista é o
funcionamento ordeiro, integrado, harmonioso e
consensual das partes que compõem o corpo social.
Por fim,



                                                    41
4 - Os positivistas consideram a importância que
todos têm para o funcionamento harmonioso do
corpo social e que, portanto cada um deve
aceitar      resignado       e     naturalmente
desempenhar a própria função na sociedade.




                                                   42
Para as positivistas, os conflitos sociais, as
contradições da sociedade, são fenômenos marginais,
imperfeições - o natural é a saúde do corpo, não sua
doença.
Na comparação positivista entre a sociedade e o
organismo biológico, a tendência natural é que as
partes constitutivas do todo, ainda que diferenciadas,
cooperem no sentido da manutenção da saúde do
corpo.
 Se é natural que o corpo tenda a normalidade, todos
os sintomas que possam comprometer sua saúde são
patologias, anormalidades.


                                                     43
Expressões do Positivismo - Para
Durkheim uma das maiores expressões do
Positivismo, a raiz dos problemas sociais não
é de natureza econômica, mas sim em
relação a fragilidade da moral e ao estado de
anomia, ou seja, a inexistência ou
insuficiência    de   regulamentação,    uma
indeterminação jurídica. Daí a necessidade
de regulamentações.




                                                44
O positivismo durkheimiano expressa um
elemento de continuidade com o objetivo
proposto por Augusto Comte de reconciliar
ORDEM e PROGRESSO. Sua preocupação
básica é o restabelecimento da saúde do
organismo social. Para isso pensava ser
necessário desenvolver novos hábitos e
comportamentos.




                                            45
Durkheim remete a solução dos problemas
sociais para a moral e o direito. Se cada um
cumprir sua função de maneira apropriada, o
todo, a sociedade funcionará de forma
integrada: trata-se da solidariedade orgânica.
Isto, em termos políticos, se traduz na defesa
de uma proposta corporativa que nega a
sociedade como dividida em classes sociais.




                                                 46
Entre os positivistas tem lugar de destaque Charles
Darwin que em 1831, participa, como naturalista, de
uma expedição de volta ao mundo no navio Beagle,
promovida pela Marinha inglesa. Durante cerca de
cinco anos desta viagem, obtém informações para
fundamentar a Teoria da Evolução das Espécies,
publicada em 1859 no livro A Origem das Espécies, na
qual afirma que o meio ambiente seleciona os seres
mais aptos e elimina as menos dotados.




                                                       47
O      principal  teórico     do
                       Positivismo é Augusto Comte
                       (1798-1856). Em 1830 publica o
                       "Curso de Filosofia Positivista",
                       onde desenvolve a nova ciência
                       da humanidade e cria uma nova
                       religião,     a  religião     da
                       humanidade..

Objetivo principal de Augusto Comte era elaborar uma
filosofia da história baseada no princípio da evolução
espontânea e mecânica. Mas a parte da obra de Augusto
Comte que teve mais repercussão entre seus
contemporâneos e ainda hoje, foi a que trata do valor e da
função da ciência

                                                           48
Augusto        Comte
 admite    que    todo
 universo procede da
 matéria por via de
 evolução e o homem é
 produto da evolução
 da matéria..


Quando a evolução atingiu o estágio humano
teve inicio a história. As fases da história
segundo Comte são: religiosa, filosófica e
científica
                                           49
Na religião o homem explica os fenômenos
naturais pelas causas sobrenaturais.
Na fase filosófica, a fase crítica a explicação é
dada por princípios;
na fase positiva as explicações decorrem das leis
naturais que explicam por si sós os fenômenos.




                                                 50
A história do homem, segundo Comte
resume-se em ter sido

teólogo na infância,
metafísico na juventude e
físico na idade adulta.




                                     51
Positivismo no Brasil - O positivismo teve uma
fortíssima influência nos ideais dos republicanos
brasileiros. Entre os quais se destacam Miguel
Lemos, Teixeira Mendes e Benjamin Constant.
Os governos de Deodoro da Fonseca e Floriano
Peixoto colocaram as marcas dos ideais positivistas
na República Brasileira que foram eternizados na
bandeira nacional: ordem e progresso.




                                                      52
A abordagem históricodialética - Outra maneira
de entender e fazer ciência é o materialismo
histórico e dialético. O materialismo histórico e
dialético parte da dimensão dinâmica da realidade
dos seres.
É uma forma de pensar a realidade em constante
mudança. Para o materialismo histórico e dialético
existe uma ligação intrínseca entre a sociedade e
a natureza de forma que é impossível entender a
vida da sociedade humana fora de sua ligação
com a natureza.


                                                     53
Foi no seu relacionamento com a natureza
através do trabalho produzindo e utilizando
ferramentas que o homem evoluiu, se separou e
se distinguiu dos outros animais desenvolvendo
o cérebro e adquirindo outras características
próprias.


Entre estas características se destacam a
comunicação articulada pela linguagem e a
sociabilidade. Dinstinguindo-se e separando-se
dos outros animais o homem se torna um ser
social.

                                                 54
O materialismo histórico e dialético
parte do princípio de que os fatos
humanos        são       historicamente
determinados       e      que      estas
determinações            cientificamente
observadas e analisadas permitem e
garantem a interpretação e o
conhecimento desses fatos podendo
até descobrir suas leis.




                                           55
O materialismo é dialético porque
considera que o mundo é por sua
natureza     material     existindo
independentemente das sensações
humanas. O materialismo histórico e
dialético considera ainda que a
matéria se encontra em contínuo
movimento que se realiza no espaço
e no tempo.




                                      56
O movimento, o espaço e o tempo
- são as formas fundamentais de
existência da matéria. Deve-se
observar   que   o    materialismo
histórico e dialético entende o
movimento     como    todas     as
transformações que ocorrem no
universo desde os mecanismos
mais simples da natureza aos
processos mais complexos do
pensamento humano.
                              57
Historicamente          determinados
significa que os fatos sociais são
criados por pessoas que têm
interesses individuais e da classe a
que pertencem. São esses interesses
sociais,     políticos,   econômicos
conflitantes e divergentes entre as
classes sociais que fazem a
humanidade caminhar em direção ao
futuro.


                                58

                                       58
É nesse caminhar coletivo onde ocorrem os processos
sociais econômicos e políticos que determinam as
transformações históricas. A história não se faz
individualmente.

O materialismo histórico e dialético demonstrou que os
fatos humanos são produzidos em condições objetivas
concretas onde os homens pensam e realizam suas
ações.

As primeiras ações humanas no sentido de prover a
própria sobrevivência colocam os homens em relação
com a natureza iniciando o processo de construção do
território humano através do trabalho.
                                                  59
                                                       59
É preciso enfatizar que a relação dos homens e das
mulheres com a natureza no sentido de prover a
própria sobrevivência não se dá de forma
individualizada e sim de forma coletiva, socializada.
Isso nos aponta que a sobrevivência atual dos seres
humanos, em face dos gravíssimos problemas criados
pelos processos produtivos, particularmente pelo
capitalismo exige soluções coletivas globais.
Procedimentos individuais, isolados podem até ajudar,
mas o tamanho do problema é de tal ordem que exige
soluções globais.




                                                        60
Nesse trabalho de construção da
própria territorialidade os homens
criam organizações, instituições,
(a família, por exemplo), ideias,
valores e símbolos que dão
sustentação e legitimidade a
essas instituições e práticas.




                                     61
Portanto, o materialismo histórico e
dialético mostrou a alta correlação
positiva existente entre a base material
das      edificações,     construções  e
instituições produzidas pelos homens e
as ideias, valores e práticas utilizados
para justificarem e legitimarem essas
instituições e situações.




                                           62
Conclusão - A ciência se coloca na História
da Humanidade tentando dar explicações
verdadeiras aos fenômenos que envolvem
toda a existência humana e a natureza. È
nessa busca apaixonada e apaixonante que o
homem tenta libertar-se de todas as
alienações e entraves que o escravizam e o
impedem de encontrar a plena felicidade.
     Não tenhamos dúvida ou temores:

“A VERDADE NOS LIBERTARÁ”.


                                              63
Bibliografia
ARON, Raymond. As etapas do pensamento sociológico. São
Paulo, Martins Fontes; Brasília: Editora da Universidade de Brasília,
1982.
CAPEL, Horacio. El positivismo y la geografia. In: Filosofia y
Ciencia en la Geografia Contemporánea. Barcelona, Editorial
Barcanova, 1981, cap. X, pag. 267-311.
GIANNOTTI, Jose Arthur. (Org.) DURKEHIM, Emile. São Paulo,
Abril cultural, 1983, 2a ed. (Coleção Os Pensadores).
MARCUSE, Herbert. Razão e Revolução. Rio de Janeiro, Paz e
Terra, 1978 (4a edição).
MONDIN. Batista. Os Positivistas. In: Curso de Filosofia. São
Paulo, Edições Paulinas, 1983, vol. 3, cap. VI, pag. 112-126).
MORAES FRANCISCO, Evaristo de. Comte - Sociologia. São
Paulo, Ática, 1989. (Coleção Grandes Cientistas Sociais).

E-mail: rm.deoliveira@uol.com.br

                                                                    64

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A evolução da razão no ocidente (2)

  • 1. 1
  • 2. 2
  • 4. Introdução – Ultrapassando a rotina do dia a dia; excedendo os limites territoriais de sua existência; indo além da percepção direta de seus sentidos os homens colocaram para si, em todos os recantos da Terra, as questões fundamentais da vida e da morte; da natureza e da sociedade; dos seres visíveis e invisíveis. 4
  • 5. No Oriente Médio os judeus conceberam a noção de um Deus único, criador, senhor e sustentador de todas as coisas. 5
  • 6. O que se deve observar é que inicialmente, resolvidas as questões relativas à sua sobrevivência material o que sem dúvida lhes dá oportunidade de desenvolver os primeiros conhecimentos técnicos, os homens colocam para si as questões fundamentais da própria existência. 6
  • 7. Daí advindo, para a maioria dos autores, o conhecimento mítico, o conhecimento religioso, o conhecimento filosófico e o conhecimento científico. O grande desafio atual é conciliar o chamado conhecimento tradicional com o conhecimento científico. 7
  • 8. O CRISTIANISMO Iniciado com as pregações de Jesus Cristo e de seus apóstolos, em meados do século I, na região do atual Estado de Israel e dos Territórios Palestinos. Tem origem no judaísmo e é a religião mais difundida no mundo. 8
  • 9. A civilização cristã ocidental - A civilização cristã ocidental percorreu um longo caminho até chegar à forma atual da sua maneira de pensar e raciocinar. 9
  • 10. Nesta caminhada tomaremos como ponto de partida espaço/temporal o momento em que a civilização ocidental, viveu o momento que ficou conhecido como RENASCIMENTO. Não se pode desvincular o desenvolvimento técnico- científico do desenvolvimento político e sociocultural. 10
  • 11. Aristóteles sistematizou a forma de organizar e desenvolver o pensamento através do silogismo. O que passou para a História como a lógica formal aristotélica. Na obra Organon, Aristóteles define a lógica como um método do discurso demonstrativo, que utiliza três operações da inteligência: o conceito, o juízo e o raciocínio. 11
  • 12. O conceito é a representação mental dos objetos. O juízo é a afirmação ou negação da relação entre o sujeito e seu predicado. E o raciocínio que leva à conclusão sobre os vários juízos contidos no discurso. 12
  • 13. Aristóteles estuda a estrutura lógica da argumentação e descobre que alguns argumentos podem ser convincentes, embora não sejam corretos. A lógica, segundo Aristóteles, é um instrumento para atingir o conhecimento científico. Só se pode chamar de ciência aquilo que é metódico e sistemático, ou seja, lógico. 13
  • 14. Os raciocínios podem ser analisados como silogismos, nos quais uma conclusão decorre de duas premissas. "Todo homem é mortal. Sócrates é homem, logo, Sócrates é mortal", diz ele, para exemplificar. "Sócrates", "homem" e "mortal" são conceitos. "Sócrates é mortal" e "Sócrates é homem" são juízos. 14
  • 15. O raciocínio é a progressão do pensamento que se dá entre as premissas e, a conclusão, ou seja, é a organização e disposição lógica das premissas de forma a se chegar a uma conclusão: "Todo homem é mortal", Premissas "Sócrates é homem“ Logo, "Sócrates é mortal". (Conclusão) 15
  • 16. Como filósofo Aristóteles refletiu muito para entender as causas de tudo que observava o que ainda hoje é a razão de ser da maioria dos experimentos da ciência moderna. Por tudo isso, e por muito mais Aristóteles de Estagira (como ficou conhecido) de fato colocou as bases e os fundamentos da boa ciência ocidental que se conservam até hoje: a lógica, o método e a observação da natureza e da sociedade. 16
  • 17. 17
  • 18. A Idade Média - a partir do século XI até o Renascimento, nas questões relativas ao conhecimento humano, no ocidente, prevalece o que ficou conhecido como Escolástica. . 18
  • 19. A escolástica foi a tentativa de conciliar a fé cristã com a razão, representada pelos princípios da filosofia clássica grega, em especial os ensinamentos de Platão e Aristóteles. Desenvolve-se a partir da filosofia patrística, elaborada pelos padres os Doutores da Igreja Católica, que fazem a primeira aproximação entre o cristianismo e uma forma racional de organizar a fé e seus princípios, baseada no platonismo. Com a escolástica, a filosofia medieval continua ligada à religião, uma vez que são as questões teológicas que suscitam a discussão filosófica. 19
  • 20. A fase inicial da escolástica é profundamente influenciada pelo pensamento de Santo Agostinho (354-430), o mais importante nome da filosofia patrística. Retomando os princípios do platonismo, entre eles o de que há uma verdade absoluta acima das verdades particulares, Santo Agostinho vê na revelação divina o meio pelo qual a verdade é introduzida no espírito humano. 20
  • 21. O período mais importante da escolástica corresponde ao do desenvolvimento do tomismo, doutrina cristã criada no século XIII por São Tomás de Aquino (1224-1274), com base na filosofia aristotélica. 21
  • 22. Para São Tomás de Aquino e para seus seguidores, há duas ordens de conhecimento: o sensível e o intelectual, sendo que o intelectual pressupõe o sensível. A impressão que um objeto deixa na alma é chamada de conhecimento sensível. O conhecimento intelectual considera apenas as características comuns entre os objetos e elabora o conceito. 22
  • 23. A escolástica entra em crise no final da Idade Média, por volta do século XIV, período marcado pelo surgimento do humanismo renascentista, pelas novas descobertas científicas e pela Reforma Protestante. Entretanto, sobrevive na era moderna como o pensamento cristão tradicional o neo-tomismo. 23
  • 24. O Renascimento - A partir do Renascimento se começa criticar a maneira como se procurava explicar os fenômenos da natureza. Usava-se muita razão, muita lógica, muito sistema bem organizado, mas se descuidaram da observação e não se controlavam os fatos que se queria explicar. Galileu Galilei e Francisco Bacon que trabalharam para nos dar um método diferente e que chamamos hoje de método experimental. 24
  • 25. Sucintamente este método consiste no seguinte: 1º observar os fatos; 2º levantar hipóteses explicativas dos mesmos; 3º retornar a experiência para verificar se as hipóteses estão certas, de acordo com os fatos. 25
  • 26. Aos poucos vai se firmando como científico somente aquilo que procurava as leis do mundo físico e que prova suas afirmações com o controle dos fatos. Com isso somente a física adquiriu foros de ciência. Mas com a adoção do método da física nas outras pesquisas também estas outras pesquisas passam a ter o status de ciências de tal forma que quando falamos hoje de ciência entendemos o tipo de conhecimento que de alguma forma usa o método experimental. 26
  • 27. As ciências humanas procuraram então se enquadrar em um método semelhante ao da física para serem chamadas ciências. Neste contexto as ciências adquiriram algumas características. 27
  • 28. Características da Ciência Moderna - A primeira característica é a matematização ou quantificação, ou seja, as qualidades e propriedades da natureza passam a ser medidas por uma linguagem simbólica muito precisa, de compreensão universal unívoca: 50mm, 9km, 120 4kg e etc.... Uma outra característica da ciência moderna é a funcionalidade, ao cientista interessa relatar como esta sendo processado o experimento e a quanto ou em que medida o mesmo se processa em vista unicamente de seus resultados. Não interessa ao cientista buscar as causas últimas. 28
  • 29. A terceira característica da ciência moderna é o caráter seletivo. Isso quer dizer que para fazer uma hipótese explicativa o cientista tem que selecionar os elementos e variáveis com que vai tratar, ou seja, tem que escolher as variáveis que vão ficar sob controle. Por esse procedimento do dado particular, pode o cientista chegar a uma Lei Geral. 29
  • 30. Uma outra característica da ciência moderna é o seu caráter aproximativo. Esta característica diz respeito a tentativas de interpretar ou representar plasticamente os fatos ou fenômenos estudados. Toda vez que uma teoria científica cria uma explicação para um fato ou fenômeno, na sua linguagem simbólica inventa e interpreta como se o símbolo substituísse a realidade. São os chamados modelos explicativos. 30
  • 31. A ciência moderna, como não podia deixar de ser, tem também um caráter progressivo acumulativo, os conhecimentos vão se acumulando e se aperfeiçoando, e as teorias vão sendo reelaboradas. 31
  • 32. Existe ainda uma característica ligada ao caráter quantitativo da ciência moderna que é a exatidão. A ciência é exata precisamente na sua formulação unívoca, e tem que ser unívoca exatamente pela dependência dos seus resultados. Este modelo de fazer ciência ficou conhecido como positivismo. 32
  • 33. Positivismo - Para o positivismo a ciência é a única forma válida de conhecimento. As descobertas científicas dando novas explicações sobre a natureza, sobre a sociedade e sobre as homens justificaram a conclusão de que a única filosofia verdadeira era a própria ciência. O positivismo considerando os fracassos da filosofia propõe o domínio do homem sobre a natureza através da ciência e que a ciência seja a base da organização da sociedade humana. 33
  • 34. Os positivistas tem uma concepção dinâmica da natureza. Os fenômenos se sucedem num processo evolutivo e ininterrupto do mundo inferior, inorgânico, passando por uma série progressiva de formações intermediárias, cada vez mais complexas até atingir o mundo superior, o mundo humano. 34
  • 35. O positivismo trouxe para a sociedade humana as mesmas leis encontradas no mundo animal legitimando a supremacia dos mais fortes sobre os mais fracos através da concorrência. Daí advém uma série de outras consequências perversas para a convivência humana e para o funcionamento e relacionamento das sociedades e nações como, por exemplo, a legitimidade da destruição e invasão do território dos mais fracos se os mais fortes se sentirem ameaçados. 35
  • 36. Comparando o Positivismo com o Materialismo Histórico e dialético, constatamos que eles possuem em comum a concepção de que a matéria é o princípio supremo e a causa de toda a realidade. Além disso, tanto o materialismo como o positivismo possuem uma preocupação com o homem. O materialismo de Marx e seus seguidores procura libertar o homem das alienações ideológicas, das sujeições e das opressões políticas. 36
  • 37. O materialismo positivista procura adquirir um conhecimento exato do homem como ser social empregando, para isso, o método das ciências experimentais. Como as ciências são aptas para formular as leis relativas ao desenvolvimento dinâmico da realidade natural, devem ser aptas também para formular a leis relativas ao desenvolvimento social humano. 37
  • 38. Na verdade Augusto Comte usou o termo POSITIVO, em oposição ao que ele considerava NEGATIVO, isto é, o iluminismo. O positivista tem uma postura afirmativa no sentido da ORDEM rejeitando as críticas românticas dos conservadores feitas à sociedade propondo soluções para os problemas presentes em alternativas buscadas no passado. Os positivistas rejeitam também o pensamento critico progressista que propõe um projeto social alternativo para o presente e o futuro da sociedade. 38
  • 39. O paradigma da análise positivista - Os positivistas lutam pela integração, pelo consenso, e pela harmonia social analisando a sociedade segundo o seguinte paradigma: 39
  • 40. 1 - A sociedade é um organismo, regulado por leis naturais, cujas partes são mutuamente dependentes, como um organismo vivo, 2 - O funcionamento tranquilo de todo o corpo depende do bom funcionamento de todas as partes constitutivas. Qualquer patologia em uma das partes pode levar todo o corpo à morte; 40
  • 41. 3 - Cada órgão isolado desempenha uma função específica, mas deve estar conectado e integrado para o bom desempenho de todo o corpo social. O principio integrador da sociedade positivista é definir exatamente a função de cada parte ou órgão da sociedade. A normalidade da sociedade positivista é o funcionamento ordeiro, integrado, harmonioso e consensual das partes que compõem o corpo social. Por fim, 41
  • 42. 4 - Os positivistas consideram a importância que todos têm para o funcionamento harmonioso do corpo social e que, portanto cada um deve aceitar resignado e naturalmente desempenhar a própria função na sociedade. 42
  • 43. Para as positivistas, os conflitos sociais, as contradições da sociedade, são fenômenos marginais, imperfeições - o natural é a saúde do corpo, não sua doença. Na comparação positivista entre a sociedade e o organismo biológico, a tendência natural é que as partes constitutivas do todo, ainda que diferenciadas, cooperem no sentido da manutenção da saúde do corpo. Se é natural que o corpo tenda a normalidade, todos os sintomas que possam comprometer sua saúde são patologias, anormalidades. 43
  • 44. Expressões do Positivismo - Para Durkheim uma das maiores expressões do Positivismo, a raiz dos problemas sociais não é de natureza econômica, mas sim em relação a fragilidade da moral e ao estado de anomia, ou seja, a inexistência ou insuficiência de regulamentação, uma indeterminação jurídica. Daí a necessidade de regulamentações. 44
  • 45. O positivismo durkheimiano expressa um elemento de continuidade com o objetivo proposto por Augusto Comte de reconciliar ORDEM e PROGRESSO. Sua preocupação básica é o restabelecimento da saúde do organismo social. Para isso pensava ser necessário desenvolver novos hábitos e comportamentos. 45
  • 46. Durkheim remete a solução dos problemas sociais para a moral e o direito. Se cada um cumprir sua função de maneira apropriada, o todo, a sociedade funcionará de forma integrada: trata-se da solidariedade orgânica. Isto, em termos políticos, se traduz na defesa de uma proposta corporativa que nega a sociedade como dividida em classes sociais. 46
  • 47. Entre os positivistas tem lugar de destaque Charles Darwin que em 1831, participa, como naturalista, de uma expedição de volta ao mundo no navio Beagle, promovida pela Marinha inglesa. Durante cerca de cinco anos desta viagem, obtém informações para fundamentar a Teoria da Evolução das Espécies, publicada em 1859 no livro A Origem das Espécies, na qual afirma que o meio ambiente seleciona os seres mais aptos e elimina as menos dotados. 47
  • 48. O principal teórico do Positivismo é Augusto Comte (1798-1856). Em 1830 publica o "Curso de Filosofia Positivista", onde desenvolve a nova ciência da humanidade e cria uma nova religião, a religião da humanidade.. Objetivo principal de Augusto Comte era elaborar uma filosofia da história baseada no princípio da evolução espontânea e mecânica. Mas a parte da obra de Augusto Comte que teve mais repercussão entre seus contemporâneos e ainda hoje, foi a que trata do valor e da função da ciência 48
  • 49. Augusto Comte admite que todo universo procede da matéria por via de evolução e o homem é produto da evolução da matéria.. Quando a evolução atingiu o estágio humano teve inicio a história. As fases da história segundo Comte são: religiosa, filosófica e científica 49
  • 50. Na religião o homem explica os fenômenos naturais pelas causas sobrenaturais. Na fase filosófica, a fase crítica a explicação é dada por princípios; na fase positiva as explicações decorrem das leis naturais que explicam por si sós os fenômenos. 50
  • 51. A história do homem, segundo Comte resume-se em ter sido teólogo na infância, metafísico na juventude e físico na idade adulta. 51
  • 52. Positivismo no Brasil - O positivismo teve uma fortíssima influência nos ideais dos republicanos brasileiros. Entre os quais se destacam Miguel Lemos, Teixeira Mendes e Benjamin Constant. Os governos de Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto colocaram as marcas dos ideais positivistas na República Brasileira que foram eternizados na bandeira nacional: ordem e progresso. 52
  • 53. A abordagem históricodialética - Outra maneira de entender e fazer ciência é o materialismo histórico e dialético. O materialismo histórico e dialético parte da dimensão dinâmica da realidade dos seres. É uma forma de pensar a realidade em constante mudança. Para o materialismo histórico e dialético existe uma ligação intrínseca entre a sociedade e a natureza de forma que é impossível entender a vida da sociedade humana fora de sua ligação com a natureza. 53
  • 54. Foi no seu relacionamento com a natureza através do trabalho produzindo e utilizando ferramentas que o homem evoluiu, se separou e se distinguiu dos outros animais desenvolvendo o cérebro e adquirindo outras características próprias. Entre estas características se destacam a comunicação articulada pela linguagem e a sociabilidade. Dinstinguindo-se e separando-se dos outros animais o homem se torna um ser social. 54
  • 55. O materialismo histórico e dialético parte do princípio de que os fatos humanos são historicamente determinados e que estas determinações cientificamente observadas e analisadas permitem e garantem a interpretação e o conhecimento desses fatos podendo até descobrir suas leis. 55
  • 56. O materialismo é dialético porque considera que o mundo é por sua natureza material existindo independentemente das sensações humanas. O materialismo histórico e dialético considera ainda que a matéria se encontra em contínuo movimento que se realiza no espaço e no tempo. 56
  • 57. O movimento, o espaço e o tempo - são as formas fundamentais de existência da matéria. Deve-se observar que o materialismo histórico e dialético entende o movimento como todas as transformações que ocorrem no universo desde os mecanismos mais simples da natureza aos processos mais complexos do pensamento humano. 57
  • 58. Historicamente determinados significa que os fatos sociais são criados por pessoas que têm interesses individuais e da classe a que pertencem. São esses interesses sociais, políticos, econômicos conflitantes e divergentes entre as classes sociais que fazem a humanidade caminhar em direção ao futuro. 58 58
  • 59. É nesse caminhar coletivo onde ocorrem os processos sociais econômicos e políticos que determinam as transformações históricas. A história não se faz individualmente. O materialismo histórico e dialético demonstrou que os fatos humanos são produzidos em condições objetivas concretas onde os homens pensam e realizam suas ações. As primeiras ações humanas no sentido de prover a própria sobrevivência colocam os homens em relação com a natureza iniciando o processo de construção do território humano através do trabalho. 59 59
  • 60. É preciso enfatizar que a relação dos homens e das mulheres com a natureza no sentido de prover a própria sobrevivência não se dá de forma individualizada e sim de forma coletiva, socializada. Isso nos aponta que a sobrevivência atual dos seres humanos, em face dos gravíssimos problemas criados pelos processos produtivos, particularmente pelo capitalismo exige soluções coletivas globais. Procedimentos individuais, isolados podem até ajudar, mas o tamanho do problema é de tal ordem que exige soluções globais. 60
  • 61. Nesse trabalho de construção da própria territorialidade os homens criam organizações, instituições, (a família, por exemplo), ideias, valores e símbolos que dão sustentação e legitimidade a essas instituições e práticas. 61
  • 62. Portanto, o materialismo histórico e dialético mostrou a alta correlação positiva existente entre a base material das edificações, construções e instituições produzidas pelos homens e as ideias, valores e práticas utilizados para justificarem e legitimarem essas instituições e situações. 62
  • 63. Conclusão - A ciência se coloca na História da Humanidade tentando dar explicações verdadeiras aos fenômenos que envolvem toda a existência humana e a natureza. È nessa busca apaixonada e apaixonante que o homem tenta libertar-se de todas as alienações e entraves que o escravizam e o impedem de encontrar a plena felicidade. Não tenhamos dúvida ou temores: “A VERDADE NOS LIBERTARÁ”. 63
  • 64. Bibliografia ARON, Raymond. As etapas do pensamento sociológico. São Paulo, Martins Fontes; Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 1982. CAPEL, Horacio. El positivismo y la geografia. In: Filosofia y Ciencia en la Geografia Contemporánea. Barcelona, Editorial Barcanova, 1981, cap. X, pag. 267-311. GIANNOTTI, Jose Arthur. (Org.) DURKEHIM, Emile. São Paulo, Abril cultural, 1983, 2a ed. (Coleção Os Pensadores). MARCUSE, Herbert. Razão e Revolução. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1978 (4a edição). MONDIN. Batista. Os Positivistas. In: Curso de Filosofia. São Paulo, Edições Paulinas, 1983, vol. 3, cap. VI, pag. 112-126). MORAES FRANCISCO, Evaristo de. Comte - Sociologia. São Paulo, Ática, 1989. (Coleção Grandes Cientistas Sociais). E-mail: rm.deoliveira@uol.com.br 64