2. Condições naturais: o Egipto um dom do Nilo Ao longo de largas centenas de quilómetros, a paisagem egípcia apresenta o contraste entre a estreita faixa verdejante junto ao Nilo e, em volta, as terras secas do deserto ou as montanhas áridas.
3. O Egipto situa-se a nordeste de África e tem como limites o mar Mediterrâneo a norte, o deserto da Núbia a sul, o deserto da Arábia e o mar Vermelho a leste e o deserto da Líbia a oeste. Tal como hoje, o Egipto Antigo era um território quase desértico, cortado por um estreito e fértil vale, cavado pelas águas do rio Nilo. No Egipto, podemos distinguir duas regiões: o Alto Egipto, a sul, formado por uma faixa de terra apertada entre os desertos; o Baixo Egipto, a norte, constituído pelo Delta (foz do rio), de solo muito fértil e ricas planícies. Alto egipto Baixo Egipto
4. Ao longo do rio, desde o 4°. milénio, estabeleceram-se numerosas aldeias que se agruparam em dois reinos principais - o Baixo Egipto e o Alto Egipto. Cerca de 3200 a.C., após uma longa guerra, o rei Menés do Alto Egipto conquistou a região do Delta e unificou o Egipto. Constituiu-se, então, a mais antiga monarquia do mundo.
5. O rio Nilo teve um papel decisivo no desenvolvimento do Egipto. Com efeito, todos os anos, no mês de Julho (quando as colheitas já estavam feitas), as águas do rio começavam a inundar as margens e depositavam uma camada de húmus (limo) que tornava o solo fértil. Para tirar o máximo proveito dessas condições naturais, construíam-se diques e canais. A partir de Dezembro, quando o rio voltava ao seu curso normal, a terra era lavrada e semeada. Então, graças à camada de lodo fértil que a cobria, produzia abundantes colheitas de cereais.
6. A vida dos Egípcios dependia directamente da regularidade das cheias do Nilo que lhes podiam trazer prosperidade. No vale cresciam os cereais , a tamareira e o sicômero , árvore cujo tronco servia para construir barcos fluviais; nos pântanos abundava o papiro e nas zonas menos húmidas a vinha e as palmeiras . Nas águas do rio viviam peixes , hipopótamos , crocodilos . Nas montanhas que os rodeiam, os egípcios extraíam pedras , ouro e metais . O rio punha o Egipto em contacto com o Mediterrâneo, a principal via de comércio da Antiguidade. Devido à importância que o rio tinha para a vida dos Egípcios - agricultura, pesca, via de comunicação -, Heródoto, um historiador grego do século V a.C., dizia que o Egipto era "um dom do Nilo". Na verdade, se não fosse o rio Nilo, as terras por onde passa seriam desérticas.
8. A prosperidade do Egipto baseava-se em duas grandes riquezas naturais: as terras férteis e as minas ricas em ouro, cobre e pedras preciosas. Mas, o Egipto foi essencialmente um país agrícola rico em cereais (trigo, cevada), vinho, frutos e legumes. Também o gado (bois, vacas, cabras e carneiros) fazia a riqueza das aldeias egípcias.
17. Ao longo do rio Nilo e através do mar Vermelho e do Mediterrâneo, barcos mercantis transportavam os mais variados produtos, desde os excedentes agrícolas do Egipto às mercadorias de importação ( madeira, metais ).
25. A sociedade egípcia era uma sociedade estratificada. Era governada por um faraó, considerado um deus vivo e senhor de todos os poderes. Abaixo dele encontravam-se as classes privilegiadas, os sacerdotes e os nobres, logo seguidos pelos escribas; no fundo da sociedade, os artesãos, os comerciantes, os camponeses e, por fim, os escravos (prisioneiros de guerra que desempenhavam várias tarefas, desde o trabalho na terra aos trabalhos duros nas pedreiras e minas).
35. Os escravos situavam-se na base da sociedade. Em grande parte, eram prisioneiros de guerra, tendo atingido um número bastante elevado aquando das vitórias militares egípcias na Núbia e na Ásia (época do Novo Império). A mão-de-obra escrava era utilizada sobretudo nos trabalhos mais duros. Contudo, alguns, como favoritos, alcançaram até lugares de destaque, ganhando uma importância superior à dos camponeses e operários.
36. A sociedade egípcia era assim marcada por um profundo contraste - de um lado, a minoria rica e poderosa (a dos estratos superiores) e, do outro, a maior parte da população, pobre e sujeita às mais duras condições de vida (os estratos inferiores).
38. Os Egípcios, tal como os outros povos da Antiguidade, eram extremamente religiosos. Adoravam muitos deuses, ou seja, eram politeístas. Cada região tinha os seus deuses, mas alguns eram adorados em todo o Egipto, como Osíris (a água do Nilo), Ísis (a terra do Egipto), Hórus (o símbolo da vitória do Nilo sobre o deserto) e Rá (o Sol).
43. As técnicas de mumificação eram reservadas, de início, ao faraó e aos grandes senhores. Contudo, durante o Império Médio generalizaram-se a todos os grupos sociais: as múmias dos mais ricos eram colocadas em várias urnas e encaixadas num sarcófago, as dos mais pobres eram envoltas em panos e sepultadas nas areias do deserto.
44.
45. Os egípcios acreditavam que, depois da morte, ingressavam no reino do deus Osíris. Aí tinham de enfrentar um julgamento para se determinar se tinham levado uma boa vida na terra. Os virtuosos eram recompensados com a felicidade eterna, mas um castigo terrível aguardava os maus…. Vamos ver o que acontecia, segundo a mitologia egípcia …..
46. Thot era o deus da sabedoria e o escriba dos deuses Anúbis , guardava os mortos. Pesava o coração do morto, em comparação com uma pena, que representa a Verdade. Se o coração e a pena tivesse peso igual, o homem tinha sido virtuoso durante toda a sua vida. Se o coração fosse mais pesado do que a pena, tinha sido mau.
47.
48.
49. No século XIV a.C., no reinado de Amenófis IV (c. 1377-1359 a.C.), o politeísmo egípcio foi temporariamente abolido e imposto o culto a um único deus - Áton- que simbolizava o Sol. Contudo, logo após a morte deste faraó, regressou-se ao culto dos deuses tradicionais, ou seja, ao politeísmo.
56. Os egípcios apenas usavam sete sinais para os números. Não tinham o zero nem a multiplicação ou a divisão. Para multiplicar, escreviam o número tantas vezes quantas precisavam e, depois, somavam.
68. Este tipo de pintura (cabeça e pés de perfil e tronco de frente) é comum nas paredes do interior dos túmulos. Constitui uma importante fonte de informação para conhecermos a vida diária e as crenças dos antigos egípcios.