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OLIVEIRA, D.A. et al. Alocação de biomassa em plantas de bambu...



       ALOCAÇÃO DE BIOMASSA EM PLANTAS DE BAMBU EM RESPOSTA A
                         ADUBAÇÃO MINERAL1

      ALLOCATION OF BIOMASS IN BAMBOO PLANT IN RESPONSE TO THE
                        MINERAL FERTILIZATION


                                             Dagmar Alves de OLIVEIRA2
                                               Egídio BEZERRA NETO3
                                     Clístenes Willians Araújo do NASCIMENTO4
                                         Michelangelo Bezerra FERNANDES5
                                              Tereza Cristina da SILVA6
                                             Rodrigo Alves de OLIVEIRA7



                                                           RESUMO
           O presente estudo teve como o objetivo avaliar a influência da adubação mineral na alocação de biomassa nas
raízes, colmo e folhas de bambu cultivado em casa de vegetação. O solo é classificado como Neossolo Quartzarenico, foi
adubado com as doses equivalentes a 0, 20, 40, 80 e 120 kg ha-1 de nitrogênio e 0, 10, 40, 80 e 100 kg ha-1 de fósforo e
potássio, respectivamente. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, em um esquema fatorial com quatro
repetições. As plantas de bambu foram cultivadas durante 120 dias em casa de vegetação. Após este período as plantas
foram coletadas e determinadas a biomassa das folhas, colmo, raízes e biomassa total. A maior produção de biomassa seca
total foi obtida nas doses equivalentes a 120, 10 e 100 kg ha-1 de NPK. A maior produção da biomassa seca das folhas foi
obtida com as doses equivalentes a 80, 10 e 100 kg ha-1 NPK, respectivamente. No colmo com as doses equivalentes a 120,
40 e 100 kg ha-1 NPK, respectivamente. E a maior produção nas raízes foi obtida respectivamente com as doses equivalente
a e 80, 10 e 100 kg ha-1 de NPK. A adubação com N e K proporcionou aumento na produção da biomassa total das plantas de
bambu.
           Palavras-chave: biomassa; Bambusa vulgaris; nutrição mineral.




                                                         ABSTRACT
          The present study aims to evaluate the influence of mineral fertilization on the allocation of biomass in the roots, culm
and leaves of bamboo plants cultivated in green house. The soil is classified as Quartzipsamment, and it was fertilized with
the doses equivalent to 0, 20, 40, 80, and 120 kg ha-1 of nitrogen and 0, 10, 40, 80, and 100 kg ha-1 of phosphorus and
potassium. The experimental design was randomized blocks with four replications. Bamboo plants were grown for 120 days
in green house. After this period the plants were harvested and the total biomass was determined as well the biomass
allocation in leaves, culm and roots. The highest total dry weight biomass was achieved by the dose of 120, 10 e 100 kg ha-
1
  of NPK. The highest biomass production in leaves, was obtained with the dose equivalent to 80, 10 and 100 kg ha-1 NPK. The
highest culm biomass biomass production was with the doses equivalent to 120, 40 and 100 kg ha-1 NPK. And the highest
production in the root was achieved respectively by the doses of 80, 10 and 100 kg ha-1 of NPK. The fertilization whit N and
K provided increase in the production of the total biomass of the bamboo plants.
          Key-words: biomass; Bambusa vulgaris; mineral nutrition.




1
  Parte da Dissertação de Mestrado em Ciência do Solo apresentada a Universidade Federal Rural de Pernambuco.
2
  Eng. Agrônomo, M.Sc. Química e Fertilidade de Solo. Rua Vicente Bento 122, Cascalho, Alexandria, RN. CEP: 59965-000 E-mail:
   dagmarufrpe@yahoo.com.br. Autor para correspondência.
3
  Eng. Agrônomo, Ph.D., Professor. Departamento de Química/UFRPE. CEP: 52171-900, Recife, PE. E-mail: egidiobn@yahoo.com.br
4
  Eng. Agrônomo, Ph.D., Professor. Departamento Agronomia/UFRPE. CEP: 52171-900, Recife, PE. E-mail: cwanascimento@yahoo.com
5
  Eng. Agrônomo, M.Sc. Química e Fertilidade de Solo. Rua dos Mulungus 05 Urick Graff, CEP: 59625-470, Mossoró, RN. E-mail:
   michelesam@hotmail.com
6
  Estudante de graduação de Ciências Florestais/UFRPE, Recife, PE. E-mail: terezaflorestal@yahoo.com.br
7
  Eng. Agrônomo, Vila Mata 830, Tenente Ananias, RN. CEP: 59955-000 E-mail: rodrigoufersa@yahoo.com.br




Scientia Agraria, Curitiba, v.9, n.2, p.139-146, 2008.                                                                        139
OLIVEIRA, D.A. et al. Alocação de biomassa em plantas de bambu...



                  INTRODUÇÃO                            sexto ano, enquanto que a biomassa do rizoma
         O termo bambu corresponde a um conjunto        diminui de 41% até 4%.
de plantas pertencentes à família Poaceae e sub-                Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi
família Bambusoideae. Os bambus reúnem cerca            de avaliar a influência da adubação mineral na
de 1.250 espécies divididas em mais de 75 gêneros       alocação de biomassa nas raízes, colmo e folhas
(SHANMUGHAVEL e FRANCIS, 1996), e acredita-se           de bambu cultivadas em casa de vegetação.
que existem muitas outras ainda desconhecidas
(DAVIDSON et al., 2006). BERALDO e AZZINI (2004)                     MATERIAL E MÉTODOS
afirmaram que a maior diversidade de espécies é                   O solo foi coletado na Fazenda Mamoaba,
encontrada nos continentes asiático e americano.        produtura de bambu e localizada no município
Uma das espécies de bambu mais conhecida no             Pedras de Fogo-PB, pertencente à Empresa
mundo é Phyllostachys aurea (BERALDO e AZZINI,          AGRIMEX, classificado como NEOSSOLO
2004).                                                  QUARTZARENICO, coletado da camada
         A planta de bambu é formada pelos              subsuperficial (0 a 20 cm). O solo foi caracterizado
sistemas subterrâneos de rizomas e raiz e parte         física e quimicamente (Tabela 1), conforme
aérea contendo colmos, galhos e folhas. Os colmos       EMBRAPA (1997).
são formados por uma série alternada de nós e                     O experimento foi conduzido em casa de
entrenós, sendo constituídos principalmente de          vegetação do Departamento de Ciências Florestais,
fibras e vasos. Esses colmos diferem, segundo a         localizado no campus da Universidade Federal Rural
espécie, em comprimento, espessura da parede,           de Pernambuco (UFRPE), com temperatura
diâmetro, espaçamento dos nós e resistência             oscilando de 25 a 37 ºC e umidade relativa do ar, de
(GHAVAMI e MARINHO, 2005).                              40 a 80%, com as seguintes coordenadas: 08º 01’
         A alocação de nutrientes em plantas tem        07" de latitude sul; 34º 56’ 72" de longitude oeste. O
sido descrita através da distribuição preferencial de   experimento foi realizado no ano de 2006. A espécie
biomassa e nutrientes em seus diversos órgãos. A        em estudo foi Bambusa vulgaris.
distribuição desses nutrientes depende de vários                  O experimento foi conduzido em vasos com
fatores, como idade, nutrição, competição, relações     capacidade de 12 dm3, contendo 10 dm3 de solo.
hídricas, hábito de crescimento (BROUWER, 1962).        Os tratamentos constaram de um arranjo fatorial 3 x
No que relaciona as plantas cultivadas, obter-se        5. O primeiro fator corresponde aos nutrientes (N, P
diferentes razões de alocação raiz: parte aérea,        e K) e o segundo fator representa as doses dos
dependendo de seu hábito de crescimento, bem            nutrientes. Foram adotadas as doses fixas de N e K
como da parte utilizada comercialmente. Enquanto        = 100 kg ha-1 e P = 50 kg ha-1 (Tabela 2). Os cálculos
em plantas produtoras de grãos, um melhor               das quantidades de fertilizante (N, P e K), em kg ha-
                                                        1
rendimento está associado a uma maior alocação              foram feitos com base na estimativa da
para parte aérea, em espécies forrageiras perenes,      produtividade média da biomassa total do bambu.
é preferível um balanço que permita a sua               Nas condições de Pernambuco a produtividade
persistência (SCHEFFER-BASSO et al., 2002).             média fica em torno de 10 t ha-1 de matéria fresca,
         O manejo de nutrientes precisa não apenas      com um percentual aproximadamente de 20, 10 e
satisfazer aos requerimentos para a produção, mas       20 g kg-1 de nitrogênio, fósforo e potássio do total da
também à qualidade dos componentes das plantas          matéria seca, portanto 100, 50 e 100 kg ha -1
colhidos. Poucos estudos no mundo tem sido              corresponde 0,50; 0,25 e 0,50 g vaso -1
conduzida sobre efeitos da aplicação de fertilizantes   respectivamente de N, P e K. As doses utilizadas no
em bambu. Há, no entanto, um consenso geral de          experimento foram equivalentes a 0, 20, 40, 80 e
que, com mais N, P e K aplicados, a produção de         120 kg ha-1 de N e 0, 10, 40, 80, e 100 kg ha-1 de P e
colmo é mais alta, e também colmos mais longos,         de K. As fontes dos macronutrientes empregadas
e com diâmetro reduzido (SHANMUGHAVEL e                 foram sulfato de amônio, cloreto de potássio e
FRANCIS, 1997).                                         superfosfato triplo.
         Em pesquisa realiza com bambu da                         Após a distribuição do solo nos vasos, foi
espécie Yushana alpina em campo, os                     realizada a adubação de fundação com todos os
pesquisadores constataram uma distribuição de           fertilizantes sendo distribuídos uniformemente no
biomassa da parte aérea de aproximadamente 82 e         volume de solo.
5%, respectivamente para os colmos e folhas, com                  As mudas foram produzidas em copo
uma produtividade da biomassa da parte aérea de         plástico de 0,2 dm 3 contendo areia lavada, e a
110 t ha-1 (EMBAYE et al., 2005).                       irrigação foi feita com solução nutritiva (HOAGLAND
         Em experimento realizado na Índia com a        e ARNON, 1950) alternando-se com água potável.
espécie Bambusa bambos foi observado que no             Após 30 dias as mudas foram pesadas e em
primeiro ano de cultivo a contribuição do colmo em      seguida transplantadas para os vasos, onde as
relação à biomassa seca total foi de 30%, enquanto      irrigações foram feitas duas vezes por semana com
que no sexto ano aumentou para 85%                      água potável, até o início da drenagem. O líquido
(SHANMUGHAVEL et al., 2001). A participação das         drenado foi coletado e reposto ao respectivo vaso,
folhas diminuiu de 7% no primeiro ano para 1% no        visando manter as características de cada
sexto ano. A biomassa total acima do solo aumenta       tratamento. Aos 90 e 105 dias após o transplantio
com o passar do tempo de 59% até 96% no quinto e        foram feitas duas aplicações com cloreto de




140                                                      Scientia Agraria, Curitiba, v.9, n.2, p.139-146, 2008.
OLIVEIRA, D.A. et al. Alocação de biomassa em plantas de bambu...


magnésio, devido a constatação de sintomas de                         em sacos de papel e pesadas e levadas à estufa.
deficiência de magnésio. A quantidade de cloreto de                   As folhas e colmos também foram acondicionados
magnésio aplicada foi de 4,182 g vaso-1 e o adubo                     em sacos de papel, pesados, e em seguida
foi diluído em água e aplicado ao solo. A coleta das                  colocados para secar em estufa com circulação de
plantas foi realizada aos 120 dias após o                             ar, a uma temperatura de 65 oC até atingir peso
transplantio, sendo as plantas separadas em folhas,                   constante. Em seguida procedeu-se à determinação
colmo e raízes. As raízes foram lavadas                               da biomassa total, biomassa das raízes, colmo e
abundantemente, com água potável e enxugadas                          folhas (g planta-1).
com papel toalha, e em seguida acondicionadas


TABELA 1 - Características químicas e físicas do solo utilizado no experimento. (EMBRAPA, 1997).
                                               Características                         Valor
                           pH (água 1: 2,5)                                             6,10
                                     -3
                           P (mg dm )                                                  48,00
                                          -3
                           K (cmolc dm )                                                0,05
                                             -3
                           Ca (cmolc dm )                                               3,20
                                             -3
                           Mg (cmolc dm )                                               1,01
                                             -3
                           Na (cmolc dm )                                               0,05
                                          -3
                           H (cmolc dm )                                                2,01
                                            -3
                           Al (cmolc dm )                                               0,10
                                                -3
                           CTC (cmolc dm )                                              6,42
                                                           -3
                           Soma de base (cmolc dm )                                     4,31
                           Saturação de base (%)                                       67,13
                                        -3
                           Cu (mg dm )                                                  0,01
                                       -3
                           Fe (mg dm )                                                  0,77
                                         -3
                           Mn (mg dm )                                                  0,06
                                       -3
                           Zn (mg dm )                                                  0,01
                                                          -3
                           Densidade global (kg dm )                                    1,50
                                                              -3
                           Densidade partícula (kg dm )                                 2,60
                                                       -3
                           Porosidade total (g dm )                                    42,33
                                                    -1
                           Granulometria (g kg )
                           Areia                                                      892,00
                           Argila                                                      78,00
                           Silte                                                       30,00
                                                                 -3
                           Argila dispersa em água (g dm )                              4,66
                           Grau de floculação (%)                                      40,26



TABELA 2 - Discriminação dos tratamentos com adubação mineral utilizado no experimento em casa de
          vegetação.

         Nº do            Código do           Equivalente em kg               Valores em          Quantidade de
                                                        -1                            -1                      -1
      tratamento          tratamento                 ha                        g vaso            adubo (g vaso )
           1               No Po Ko                No Po Ko                     No Po Ko              0,00
           2               N1 Pf Kf               N20 P50 K100               N0,10 P0,25 K0,50        2,75
           3               N2 Pf Kf               N40 P50 K100               N0,20 P0,25 K0,50        3,25
           4               N3 Pf Kf               N80 P50 K100               N0,40 P0,25 K0,50        4,25
           5               N4 Pf Kf              N120 P50 K100               N0,60 P0,25 K0,50        5,25
           6               Nf P1 Kf              N100 P10 K100               N0,50 P0,05 K0,50        3,77
           7               Nf P2 Kf              N100 P40 K100               N0,50 P0,20 K0,50        4,60
           8               Nf P3 Kf              N100 P80 K100               N0,50 P0,40 K0,50        5,70
           9               Nf P4 Kf              N100 P100 K100              N0,50 P0,50 K0,50        6,25
           10              Nf Pf K1               N100 P50 K10               N0,50 P0,25 K0,05        3,85
           11              Nf Pf K2               N100 P50 K40               N0,50 P0,25 K0,20        4,15
           12              Nf Pf K3               N100 P50 K80               N0,50 P0,25 K0,40        4,55
           13              Nf Pf K4              N100 P50 K100               N0,50 P0,25 K0,50        4,75
     f
       = Valores fixos.




Scientia Agraria, Curitiba, v.9, n.2, p.139-146, 2008.                                                             141
OLIVEIRA, D.A. et al. Alocação de biomassa em plantas de bambu...



        O delineamento experimental foi em blocos                             aumento de 52% em relação à testemunha (Figura
ao acaso com quatro repetições. As unidades                                   1). Verificou-se uma tendência linear de crescimento
experimentais constituíram-se de vasos cultivados                             com o incremento das doses de N. O modelo linear
com uma única planta de bambu. Os dados obtidos                               indica que as doses empregadas no experimento
foram submetidos à análise de variância e                                     não foram suficientes para se obter a máxima
regressões, utilizando o software SAEG (Sistema                               eficiência agronômica das plantas de Bambusa
de Análise Estatística e Genética) da Universidade                            vulgaris. A dose equivalente de 120 kg ha-1 de N é
Federal de Viçosa SAEG (1997).                                                superior à aplicada na cultura do bambu no estado
                                                                              de Pernambuco, isto provavelmente significa que a
          RESULTADOS E DISCUSSÃO                                              adubação do bambu está subestimada. Não houve
                                                                              interações significativas entre N, P e K. EMBAYE et
Biomassa seca total                                                           al. (2005) avaliando a contribuição de uma floresta
         A biomassa seca total de Bambusa vulgaris,                           com bambu da espécie Yushania alpina na Etiópia
em função de diferentes doses de N, apresentou                                encontraram uma produção de biomassa total
resposta mais evidente na dose equivalente a 120                              superior à encontrada no presente trabalho, isto
kg ha -1 de N (Figura 1). Com este tratamento a                               provavelmente pode ter ocorrido devido a espécie,
produção aos 120 dias foi de 19,53 g planta-1 de                              as condições climáticas e tempo de duração do
biomassa seca total, a qual corresponde a um                                  experimento e o tipo solo.


                                              25            y = 0,0797**x + 10,464 R2 = 0,84*
                Biomassa Total (g planta-1)




                                              20


                                              15

                                              10

                                              5


                                              0
                                                   0   20       40       60         80        100        120         140
                                                                     Doses de N (kg ha-1)
FIGURA 1 - Produção de biomassa seca total de Bambusa vulgaris sob efeito de doses de nitrogênio. *
          significativo a 5% de probabilidade


          O aumento na biomassa seca total em                                 da dose de 100 kg ha -1 de K a biomassa total
função das doses de P, não foi significativo. A                               aumentou em 70% em relação à testemunha. A dose
biomassa seca total das plantas de bambu oscilou                              de 100 kg ha-1 representa uma adubação potássica
em media de 20,56 g planta-1 com as doses de P                                superior a que é utilizada na cultura do bambu em
equivalentes a 10 e 100 kg ha-1. Muitas pesquisas                             campo no estado de Pernambuco. Este fato sugere
têm referenciado que a interação do fósforo com o                             que a adubação potássica do bambu também está
zinco pode afetar a absorção, translocação e                                  subestimada. O K é o nutriente mais exigido pela
concentração desses nutrientes nos tecidos                                    cultura do bambu EMBAYE et al. (2005), e como pode
vegetais, provocando relações inadequadas entre                               se observar às doses de K não foram suficientes
os mesmos. É sabido que o desequilíbrio nutricional                           para a obtenção da máxima eficiência agronômica,
pode reduzir o crescimento das plantas. Outro fator                           porque o modelo obtido foi linear, indicando a
que também pode ter contribuído para a diminuição                             necessidade de utilizar doses superiores às
da biomassa total do bambu, é a competição do                                 aplicadas no experimento para a sua obtenção. Não
fosfato com o sulfato. Provavelmente o resultado                              foram observadas interações significativas entre os
esta relacionado com o alto teor de P no solo.                                elementos. SHANMUGHAVEL et al. (2001) avaliando
          Quanto à biomassa seca total em função                              a produção de biomassa em plantas de bambu da
das doses de K, estabeleceu-se uma relação                                    espécie Bambusa bambos, encontraram uma
funcional linear crescente (Figura 2). A dose de K                            maior produção de biomassa total, quando
que proporcionou o máximo crescimento (31,54 g                                comparado com o presente trabalho.
planta-1) foi a equivalente a 100 kg ha-1. Com a adição




142                                                                           Scientia Agraria, Curitiba, v.9, n.2, p.139-146, 2008.
OLIVEIRA, D.A. et al. Alocação de biomassa em plantas de bambu...




                                         35                    y = 0,1509*x + 12,52 R2 = 0,690
           Biomassa Total (g planta-1)
                                         30
                                         25
                                         20
                                         15
                                         10
                                             5
                                             0
                                                 0        20          40           60            80           100           120
                                                                         Doses de K (kg ha-1)
                                                                                                                                        0
FIGURA 2 - Produção de biomassa seca total de Bambusa vulgaris sob efeito de diferentes doses potássio.
           significativo a 10% de probabilidade

Contribuição do nitrogênio para a produção da                                       (Figura 3). O modelo que melhor se ajustou aos
biomassa seca das raízes, colmo e folhas                                            dados foi o linear. A adição de N na dose equivalente
                                                                                    a 80 kg ha-1 provocou um aumento na biomassa das
         Dada a ausência de interações                                              raízes e das folhas de 44%. A partir da dose
significativas entre N, P e K, as doses que                                         equivalente a 80 kg ha-1 de N houve uma tendência
proporcionaram maior alocação de biomassa nas                                       de estabilização ou até mesmo redução na
raízes, colmo e folhas foram estimadas mediante                                     produção da biomassa nas raízes, ao contrario da
equação linear considerando separadamente os                                        produção da biomassa no colmo. EMBAYE et al.
elementos N, P e K. Houve uma variação nos                                          (2005) relatam em seu trabalho, que analisando a
incrementos de produção da biomassa nas raízes                                      produção de biomassa das raízes, colmo e folhas
em função das doses de N (Figura 3). A maior                                        na espécie Yushania alpina encontraram 500 g
produção ocorreu na dose equivalente a 80 kg ha-1                                   planta-1, resultado muito superior ao encontrado no
de N que correspondeu a 8,11 g planta-1, para raízes                                presente experimento.



                                                          ¦ Raiz       ? Colmo          ?Folhas
                                         9
         Biomassa seca (g Planta -1)




                                         8
                                         7
                                         6
                                         5
                                         4
                                         3                                 Raiz = 0,0253x + 5,034 R2 = 0,630
                                         2
                                                                           Colmo = 0,0349x + 2,533 R2 = 0,88*
                                         1
                                                                           Folhas = 0,0195x + 2,896 R2 = 0,74*
                                         0
                                             0       20         40          60          80        100         120         140
                                                                       Doses de N (kg ha-1)

FIGURA 3 - Produção de biomassa seca das raízes, colmo e das folhas de Bambusa vulgaris sob efeito de
          diferentes doses de nitrogênio. *, 0 significativo a 5 e 10% de probabilidade




Scientia Agraria, Curitiba, v.9, n.2, p.139-146, 2008.                                                                               143
OLIVEIRA, D.A. et al. Alocação de biomassa em plantas de bambu...



         Comparando-se as equações das                                   Contribuição do fósforo na produção da biomassa
regressões entre a produção de biomassa das                              seca das raízes, colmo e folhas
folhas, colmo e raízes em função das doses de                                     A produção da biomassa das raízes em
nitrogênio, verifica-se que, de acordo com o                             função das doses de P não foi significativa. A
coeficiente angular, o colmo foi à parte da planta                       produção de biomassa manteve praticamente
que melhor respondeu à adubação nitrogenada                              constante em torno de 9,00 g planta-1. No entanto,
(Figuras 3). A maior produção da biomassa do colmo                       as plantas testemunhas produziram 4,55 g planta-1.
foi observada na dose equivalente a 120 kg ha-1 que                      O elevado teor de P no solo pode ser o fator que
proporcionou uma produção de 7,10 g planta-1, o que                      contribuiu para a ausência da resposta das plantas
corresponde a um aumento de 69% na biomassa                              à adubação com este nutriente. Embora sendo
(Figura 3). Quando se compara a produção média                           classificado como macronutriente, os teores de P
da biomassa nas diferentes partes das plantas:                           nas plantas são mais baixos que o N e o K. Em
raízes, colmo e folhas com relação às doses de N a                       quantidades adequadas, ele estimula o
ordem observada para produção foi 6,35; 4,35 e 3,91                      desenvolvimento da planta, é essencial para a boa
g planta-1, respectivamente.                                             formação da planta e incrementa a produção (RAIJ,
         Com relação aos incrementos de produção                         1991).
da biomassa nas folhas houve uma variação em                                      Com relação à produção da biomassa do
resposta às doses de N (Figura 3). A maior produção                      colmo e das folhas, a regressão foi significativa
ocorreu na dose equivalente a 80 kg ha-1 de N que                        (Figura 4). O modelo que melhor se ajustou as dados
correspondeu a 5,16 g planta-1. O modelo que melhor                      foi o da raiz quadrada (Figura 4). As maiores
se ajustou aos dados foi o linear. Na testemunha                         produções obtidas foram nas doses equivalentes a
permitiu inferir que a baixa disponibilidade deste                       10 e 40 kg ha -1 e 6,94 e 8,39 g planta -1
nutriente pode ser prejudicial ao desenvolvimento                        respectivamente. Ao se comparar a produção média
da planta. Isso confirma a importância vital do N,                       da biomassa do colmo com a biomassa das folhas
relacionada à constituição de aminoácidos,                               verificou-se que a maior produção ocorreu para o
proteínas, atividade enzimática, assim como síntese                      colmo, que é a parte da planta que interessa
de clorofila (MALAVOLTA et al., 1989). A adição de N                     comercialmente para a indústria. A adição de P
na dose equivalente a 80 kg ha -1 provocou um                            proporcionou um aumento de 62 e 74% na
aumento na biomassa das folhas de 49%. A partir                          biomassa do colmo e das folhas com as doses
da dose equivalente a 80 kg ha-1 de N houve uma                          equivalentes a 40 e 10 kg ha -1, respectivamente.
tendência de estabilização ou até mesmo redução                          Provavelmente a diminuição da produção da
na produção da biomassa nas folhas. Todavia                              biomassa do colmo e das folhas com o aumento
MAILLY et al. (1997) e CHRISTANTY et al. (1998)                          das doses de P pode está relacionada com o sulfato
avaliando o ciclo do nutriente, produção de                              que esteja competindo com o fosfato e com isso as
biomassa e a dinâmica da matéria orgânica no solo                        plantas estejam assimilando o sulfato e
em plantas de bambu da mesma espécie,                                    provavelmente também pode ser que esteja
encontraram uma produção de biomassa no colmo                            acontecendo uma interação entre os elementos P e
e nas folhas superior ao encontrado no presente                          Zn, ou isso provavelmente esteja relacionado com
estudo.                                                                  o teor alto do nutriente no solo. Não houve efeito
                                                                         isolado de P nas raízes, bem como interações
                                                                         simples e múltiplas entre os elementos.

                                       10              ? Colmo        ¦ Folhas
          Biomassa Seca (g Planta-1)




                                        9
                                        8
                                        7
                                        6
                                        5
                                        4
                                        3       Colmo = 2,12**v x - 0,174**x+ 2,49       R2 = 0,95*
                                        2
                                        1       Folhas = 1,47*v x - 0,122*x+ 2,88      R2 = 0,930
                                        0
                                            0     20         40          60            80            100           120
                                                                 Doses de P (kg ha-1)
FIGURA 4 - Produção da biomassa seca do colmo e das Folhas de Bambusa vulgaris sob efeito de diferentes
           doses de fósforo. *, 0 significativo a 5 e 10% de probabilidade.




144                                                                       Scientia Agraria, Curitiba, v.9, n.2, p.139-146, 2008.
OLIVEIRA, D.A. et al. Alocação de biomassa em plantas de bambu...


         O desequilíbrio entre o P e o Zn, em função                            e no colmo com o aumento das doses de K (Figura
de respectivas concentrações excessivas, interfere                              5). A maior produção de biomassa das raízes e do
na função metabólica do zinco em certos sítios                                  colmo ocorreu com a dose equivalente a 100 kg ha-
                                                                                1
celulares, podendo causar uma diminuição da taxa                                  , a qual proporcionou produção de 12,96 e 11,86 g
de translocação de Zn ou P da raiz para a parte aérea;                          planta -1 respectivamente (Figura 5). Ao se comparar
uma diluição da concentração de Zn ou de P na parte                             à produção média da biomassa da raiz e colmo,
aérea da planta em resposta ao P ou Zn,                                         observa-se que a maior produção ocorreu no colmo,
respectivamente ou uma desordem metabólica no                                   o qual é parte que interessa comercialmente para a
interior das células da planta (OLSEN, 1972). Já                                indústria, o colmo é utilizado para fazer polpa para
EMBAYE et al. (2005) citaram em seu trabalho, que                               fabricação de papel. Houve um aumento da
analisando a produção de biomassa do colmo e                                    biomassa das raízes e do colmo com a aplicação
das folhas de plantas de bambu da espécie                                       de K de 65 e 81% na dose equivalente a 100 kg ha-
Yushania alpina encontraram 330 e 25 g planta -1                                1
                                                                                   em relação a testemunha. Os incrementos de
respectivamente, resultados superior quando                                     produção foram crescentes com o aumento das
comparamos com o presente trabalho.                                             doses de K, e foi na dose equivalente a 100 kg ha-1
                                                                                de K, onde ocorreu o maior incremento de produção
Contribuição do potássio na produção da biomassa                                e ainda esta dose não foi a suficiente para obter a
seca das raízes, colmo e folhas                                                 sua máxima eficiência econômica.
        De maneira geral, observou-se que houve
um aumento na produção da biomassa das raízes



                                                          ¦ Raiz          ? Colmo
                                    14
       Biomassa Seca (g Planta-1)




                                    12
                                    10
                                    8
                                    6
                                    4
                                                            Raiz = 0,0610x + 5,171 R2 = 0,74*
                                    2
                                                           Colmo = 0,0654x + 3,4558 R2 = 0,680
                                    0
                                         0         20         40           60             80           100          120
                                                                   Doses de K (kg ha-1)
FIGURA 5 - Produção de biomassa seca das raízes e no colmo de Bambusa vulgaris sob efeito de diferentes
           doses de potássio. *, 0 significativo a 5 e 10% de probabilidade.




          O efeito isolado da adubação potássica não                                    2) A alocação da biomassa nas plantas de
foi significativo sobre a produção de biomassa nas                              bambu diminuiu nas folhas e raízes e aumentou no
folhas do bambu, apesar de que as plantas                                       colmo, em resposta à adubação.
testemunhas e as adubadas com dose equivalente                                          3) As doses utilizadas no experimento não
a 100 kg ha-1 produziram respectivamente 2,65 e                                 foram o suficiente para obtenção da máxima
6,72 g planta -1 de matéria seca. Tais valores                                  produção de biomassa das plantas.
correspondem a um incremento superior a 60%. Não
houve efeito isolado de K nas folhas, bem como                                                 AGRADECIMENTO
interações significativas entre os elementos.
                                                                                        À Coordenação de Aperfeiçoamento de
                                                                                Pessoal de Nível Superior (CAPES), AGRIMEX, e ao
                                             CONCLUSÕES                         Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo
       1) A adubação com N e K proporcionou                                     da UFRPE.
aumento na produção da biomassa total das plantas
de bambu.




Scientia Agraria, Curitiba, v.9, n.2, p.139-146, 2008.                                                                          145
OLIVEIRA, D.A. et al. Alocação de biomassa em plantas de bambu...



                                                     REFERÊNCIAS
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      376, 1962.
3.    CHRISTANTY, L.; MAILLY, D.; KIMMINS, J. P. “Without bamboo, the land dies”: Biomass, litterfall, and soil organic matter
      dynamics of a Javanese bamboo talun-kebun system. Forest Ecology and Management, v. 87, p. 75-88, 1996.
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      Sociaux, v. 53, p. 108–114, 2006.
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      de análise do solo. Brasília, EMBRAPA-SPI, 1997. 212 p.
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      angustifolia. Campina Grande, PB. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 9, n.1, p.107-114,
      2005.
8.    HOAGLAND, D.R.; ARNON, D.I. The water-cultured method for growing plants without soil. San Francisco:
      California Agricultural Experiment Station, 1950. 32 p.
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      Javanese bamboo talun-Kebun System. Canada. Forest Ecology and Management, v. 9. p. 155-173, 1997.
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      in agriculture: Madison: Soil Science Society of American, 1972. p. 243-264.
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      1997. 150 p. (Manual do usuário).

                                                                                                   Recebido em 28/09/2007
                                                                                                     Aceito em 24/01/2008




146                                                                Scientia Agraria, Curitiba, v.9, n.2, p.139-146, 2008.

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  • 1. OLIVEIRA, D.A. et al. Alocação de biomassa em plantas de bambu... ALOCAÇÃO DE BIOMASSA EM PLANTAS DE BAMBU EM RESPOSTA A ADUBAÇÃO MINERAL1 ALLOCATION OF BIOMASS IN BAMBOO PLANT IN RESPONSE TO THE MINERAL FERTILIZATION Dagmar Alves de OLIVEIRA2 Egídio BEZERRA NETO3 Clístenes Willians Araújo do NASCIMENTO4 Michelangelo Bezerra FERNANDES5 Tereza Cristina da SILVA6 Rodrigo Alves de OLIVEIRA7 RESUMO O presente estudo teve como o objetivo avaliar a influência da adubação mineral na alocação de biomassa nas raízes, colmo e folhas de bambu cultivado em casa de vegetação. O solo é classificado como Neossolo Quartzarenico, foi adubado com as doses equivalentes a 0, 20, 40, 80 e 120 kg ha-1 de nitrogênio e 0, 10, 40, 80 e 100 kg ha-1 de fósforo e potássio, respectivamente. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, em um esquema fatorial com quatro repetições. As plantas de bambu foram cultivadas durante 120 dias em casa de vegetação. Após este período as plantas foram coletadas e determinadas a biomassa das folhas, colmo, raízes e biomassa total. A maior produção de biomassa seca total foi obtida nas doses equivalentes a 120, 10 e 100 kg ha-1 de NPK. A maior produção da biomassa seca das folhas foi obtida com as doses equivalentes a 80, 10 e 100 kg ha-1 NPK, respectivamente. No colmo com as doses equivalentes a 120, 40 e 100 kg ha-1 NPK, respectivamente. E a maior produção nas raízes foi obtida respectivamente com as doses equivalente a e 80, 10 e 100 kg ha-1 de NPK. A adubação com N e K proporcionou aumento na produção da biomassa total das plantas de bambu. Palavras-chave: biomassa; Bambusa vulgaris; nutrição mineral. ABSTRACT The present study aims to evaluate the influence of mineral fertilization on the allocation of biomass in the roots, culm and leaves of bamboo plants cultivated in green house. The soil is classified as Quartzipsamment, and it was fertilized with the doses equivalent to 0, 20, 40, 80, and 120 kg ha-1 of nitrogen and 0, 10, 40, 80, and 100 kg ha-1 of phosphorus and potassium. The experimental design was randomized blocks with four replications. Bamboo plants were grown for 120 days in green house. After this period the plants were harvested and the total biomass was determined as well the biomass allocation in leaves, culm and roots. The highest total dry weight biomass was achieved by the dose of 120, 10 e 100 kg ha- 1 of NPK. The highest biomass production in leaves, was obtained with the dose equivalent to 80, 10 and 100 kg ha-1 NPK. The highest culm biomass biomass production was with the doses equivalent to 120, 40 and 100 kg ha-1 NPK. And the highest production in the root was achieved respectively by the doses of 80, 10 and 100 kg ha-1 of NPK. The fertilization whit N and K provided increase in the production of the total biomass of the bamboo plants. Key-words: biomass; Bambusa vulgaris; mineral nutrition. 1 Parte da Dissertação de Mestrado em Ciência do Solo apresentada a Universidade Federal Rural de Pernambuco. 2 Eng. Agrônomo, M.Sc. Química e Fertilidade de Solo. Rua Vicente Bento 122, Cascalho, Alexandria, RN. CEP: 59965-000 E-mail: dagmarufrpe@yahoo.com.br. Autor para correspondência. 3 Eng. Agrônomo, Ph.D., Professor. Departamento de Química/UFRPE. CEP: 52171-900, Recife, PE. E-mail: egidiobn@yahoo.com.br 4 Eng. Agrônomo, Ph.D., Professor. Departamento Agronomia/UFRPE. CEP: 52171-900, Recife, PE. E-mail: cwanascimento@yahoo.com 5 Eng. Agrônomo, M.Sc. Química e Fertilidade de Solo. Rua dos Mulungus 05 Urick Graff, CEP: 59625-470, Mossoró, RN. E-mail: michelesam@hotmail.com 6 Estudante de graduação de Ciências Florestais/UFRPE, Recife, PE. E-mail: terezaflorestal@yahoo.com.br 7 Eng. Agrônomo, Vila Mata 830, Tenente Ananias, RN. CEP: 59955-000 E-mail: rodrigoufersa@yahoo.com.br Scientia Agraria, Curitiba, v.9, n.2, p.139-146, 2008. 139
  • 2. OLIVEIRA, D.A. et al. Alocação de biomassa em plantas de bambu... INTRODUÇÃO sexto ano, enquanto que a biomassa do rizoma O termo bambu corresponde a um conjunto diminui de 41% até 4%. de plantas pertencentes à família Poaceae e sub- Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi família Bambusoideae. Os bambus reúnem cerca de avaliar a influência da adubação mineral na de 1.250 espécies divididas em mais de 75 gêneros alocação de biomassa nas raízes, colmo e folhas (SHANMUGHAVEL e FRANCIS, 1996), e acredita-se de bambu cultivadas em casa de vegetação. que existem muitas outras ainda desconhecidas (DAVIDSON et al., 2006). BERALDO e AZZINI (2004) MATERIAL E MÉTODOS afirmaram que a maior diversidade de espécies é O solo foi coletado na Fazenda Mamoaba, encontrada nos continentes asiático e americano. produtura de bambu e localizada no município Uma das espécies de bambu mais conhecida no Pedras de Fogo-PB, pertencente à Empresa mundo é Phyllostachys aurea (BERALDO e AZZINI, AGRIMEX, classificado como NEOSSOLO 2004). QUARTZARENICO, coletado da camada A planta de bambu é formada pelos subsuperficial (0 a 20 cm). O solo foi caracterizado sistemas subterrâneos de rizomas e raiz e parte física e quimicamente (Tabela 1), conforme aérea contendo colmos, galhos e folhas. Os colmos EMBRAPA (1997). são formados por uma série alternada de nós e O experimento foi conduzido em casa de entrenós, sendo constituídos principalmente de vegetação do Departamento de Ciências Florestais, fibras e vasos. Esses colmos diferem, segundo a localizado no campus da Universidade Federal Rural espécie, em comprimento, espessura da parede, de Pernambuco (UFRPE), com temperatura diâmetro, espaçamento dos nós e resistência oscilando de 25 a 37 ºC e umidade relativa do ar, de (GHAVAMI e MARINHO, 2005). 40 a 80%, com as seguintes coordenadas: 08º 01’ A alocação de nutrientes em plantas tem 07" de latitude sul; 34º 56’ 72" de longitude oeste. O sido descrita através da distribuição preferencial de experimento foi realizado no ano de 2006. A espécie biomassa e nutrientes em seus diversos órgãos. A em estudo foi Bambusa vulgaris. distribuição desses nutrientes depende de vários O experimento foi conduzido em vasos com fatores, como idade, nutrição, competição, relações capacidade de 12 dm3, contendo 10 dm3 de solo. hídricas, hábito de crescimento (BROUWER, 1962). Os tratamentos constaram de um arranjo fatorial 3 x No que relaciona as plantas cultivadas, obter-se 5. O primeiro fator corresponde aos nutrientes (N, P diferentes razões de alocação raiz: parte aérea, e K) e o segundo fator representa as doses dos dependendo de seu hábito de crescimento, bem nutrientes. Foram adotadas as doses fixas de N e K como da parte utilizada comercialmente. Enquanto = 100 kg ha-1 e P = 50 kg ha-1 (Tabela 2). Os cálculos em plantas produtoras de grãos, um melhor das quantidades de fertilizante (N, P e K), em kg ha- 1 rendimento está associado a uma maior alocação foram feitos com base na estimativa da para parte aérea, em espécies forrageiras perenes, produtividade média da biomassa total do bambu. é preferível um balanço que permita a sua Nas condições de Pernambuco a produtividade persistência (SCHEFFER-BASSO et al., 2002). média fica em torno de 10 t ha-1 de matéria fresca, O manejo de nutrientes precisa não apenas com um percentual aproximadamente de 20, 10 e satisfazer aos requerimentos para a produção, mas 20 g kg-1 de nitrogênio, fósforo e potássio do total da também à qualidade dos componentes das plantas matéria seca, portanto 100, 50 e 100 kg ha -1 colhidos. Poucos estudos no mundo tem sido corresponde 0,50; 0,25 e 0,50 g vaso -1 conduzida sobre efeitos da aplicação de fertilizantes respectivamente de N, P e K. As doses utilizadas no em bambu. Há, no entanto, um consenso geral de experimento foram equivalentes a 0, 20, 40, 80 e que, com mais N, P e K aplicados, a produção de 120 kg ha-1 de N e 0, 10, 40, 80, e 100 kg ha-1 de P e colmo é mais alta, e também colmos mais longos, de K. As fontes dos macronutrientes empregadas e com diâmetro reduzido (SHANMUGHAVEL e foram sulfato de amônio, cloreto de potássio e FRANCIS, 1997). superfosfato triplo. Em pesquisa realiza com bambu da Após a distribuição do solo nos vasos, foi espécie Yushana alpina em campo, os realizada a adubação de fundação com todos os pesquisadores constataram uma distribuição de fertilizantes sendo distribuídos uniformemente no biomassa da parte aérea de aproximadamente 82 e volume de solo. 5%, respectivamente para os colmos e folhas, com As mudas foram produzidas em copo uma produtividade da biomassa da parte aérea de plástico de 0,2 dm 3 contendo areia lavada, e a 110 t ha-1 (EMBAYE et al., 2005). irrigação foi feita com solução nutritiva (HOAGLAND Em experimento realizado na Índia com a e ARNON, 1950) alternando-se com água potável. espécie Bambusa bambos foi observado que no Após 30 dias as mudas foram pesadas e em primeiro ano de cultivo a contribuição do colmo em seguida transplantadas para os vasos, onde as relação à biomassa seca total foi de 30%, enquanto irrigações foram feitas duas vezes por semana com que no sexto ano aumentou para 85% água potável, até o início da drenagem. O líquido (SHANMUGHAVEL et al., 2001). A participação das drenado foi coletado e reposto ao respectivo vaso, folhas diminuiu de 7% no primeiro ano para 1% no visando manter as características de cada sexto ano. A biomassa total acima do solo aumenta tratamento. Aos 90 e 105 dias após o transplantio com o passar do tempo de 59% até 96% no quinto e foram feitas duas aplicações com cloreto de 140 Scientia Agraria, Curitiba, v.9, n.2, p.139-146, 2008.
  • 3. OLIVEIRA, D.A. et al. Alocação de biomassa em plantas de bambu... magnésio, devido a constatação de sintomas de em sacos de papel e pesadas e levadas à estufa. deficiência de magnésio. A quantidade de cloreto de As folhas e colmos também foram acondicionados magnésio aplicada foi de 4,182 g vaso-1 e o adubo em sacos de papel, pesados, e em seguida foi diluído em água e aplicado ao solo. A coleta das colocados para secar em estufa com circulação de plantas foi realizada aos 120 dias após o ar, a uma temperatura de 65 oC até atingir peso transplantio, sendo as plantas separadas em folhas, constante. Em seguida procedeu-se à determinação colmo e raízes. As raízes foram lavadas da biomassa total, biomassa das raízes, colmo e abundantemente, com água potável e enxugadas folhas (g planta-1). com papel toalha, e em seguida acondicionadas TABELA 1 - Características químicas e físicas do solo utilizado no experimento. (EMBRAPA, 1997). Características Valor pH (água 1: 2,5) 6,10 -3 P (mg dm ) 48,00 -3 K (cmolc dm ) 0,05 -3 Ca (cmolc dm ) 3,20 -3 Mg (cmolc dm ) 1,01 -3 Na (cmolc dm ) 0,05 -3 H (cmolc dm ) 2,01 -3 Al (cmolc dm ) 0,10 -3 CTC (cmolc dm ) 6,42 -3 Soma de base (cmolc dm ) 4,31 Saturação de base (%) 67,13 -3 Cu (mg dm ) 0,01 -3 Fe (mg dm ) 0,77 -3 Mn (mg dm ) 0,06 -3 Zn (mg dm ) 0,01 -3 Densidade global (kg dm ) 1,50 -3 Densidade partícula (kg dm ) 2,60 -3 Porosidade total (g dm ) 42,33 -1 Granulometria (g kg ) Areia 892,00 Argila 78,00 Silte 30,00 -3 Argila dispersa em água (g dm ) 4,66 Grau de floculação (%) 40,26 TABELA 2 - Discriminação dos tratamentos com adubação mineral utilizado no experimento em casa de vegetação. Nº do Código do Equivalente em kg Valores em Quantidade de -1 -1 -1 tratamento tratamento ha g vaso adubo (g vaso ) 1 No Po Ko No Po Ko No Po Ko 0,00 2 N1 Pf Kf N20 P50 K100 N0,10 P0,25 K0,50 2,75 3 N2 Pf Kf N40 P50 K100 N0,20 P0,25 K0,50 3,25 4 N3 Pf Kf N80 P50 K100 N0,40 P0,25 K0,50 4,25 5 N4 Pf Kf N120 P50 K100 N0,60 P0,25 K0,50 5,25 6 Nf P1 Kf N100 P10 K100 N0,50 P0,05 K0,50 3,77 7 Nf P2 Kf N100 P40 K100 N0,50 P0,20 K0,50 4,60 8 Nf P3 Kf N100 P80 K100 N0,50 P0,40 K0,50 5,70 9 Nf P4 Kf N100 P100 K100 N0,50 P0,50 K0,50 6,25 10 Nf Pf K1 N100 P50 K10 N0,50 P0,25 K0,05 3,85 11 Nf Pf K2 N100 P50 K40 N0,50 P0,25 K0,20 4,15 12 Nf Pf K3 N100 P50 K80 N0,50 P0,25 K0,40 4,55 13 Nf Pf K4 N100 P50 K100 N0,50 P0,25 K0,50 4,75 f = Valores fixos. Scientia Agraria, Curitiba, v.9, n.2, p.139-146, 2008. 141
  • 4. OLIVEIRA, D.A. et al. Alocação de biomassa em plantas de bambu... O delineamento experimental foi em blocos aumento de 52% em relação à testemunha (Figura ao acaso com quatro repetições. As unidades 1). Verificou-se uma tendência linear de crescimento experimentais constituíram-se de vasos cultivados com o incremento das doses de N. O modelo linear com uma única planta de bambu. Os dados obtidos indica que as doses empregadas no experimento foram submetidos à análise de variância e não foram suficientes para se obter a máxima regressões, utilizando o software SAEG (Sistema eficiência agronômica das plantas de Bambusa de Análise Estatística e Genética) da Universidade vulgaris. A dose equivalente de 120 kg ha-1 de N é Federal de Viçosa SAEG (1997). superior à aplicada na cultura do bambu no estado de Pernambuco, isto provavelmente significa que a RESULTADOS E DISCUSSÃO adubação do bambu está subestimada. Não houve interações significativas entre N, P e K. EMBAYE et Biomassa seca total al. (2005) avaliando a contribuição de uma floresta A biomassa seca total de Bambusa vulgaris, com bambu da espécie Yushania alpina na Etiópia em função de diferentes doses de N, apresentou encontraram uma produção de biomassa total resposta mais evidente na dose equivalente a 120 superior à encontrada no presente trabalho, isto kg ha -1 de N (Figura 1). Com este tratamento a provavelmente pode ter ocorrido devido a espécie, produção aos 120 dias foi de 19,53 g planta-1 de as condições climáticas e tempo de duração do biomassa seca total, a qual corresponde a um experimento e o tipo solo. 25 y = 0,0797**x + 10,464 R2 = 0,84* Biomassa Total (g planta-1) 20 15 10 5 0 0 20 40 60 80 100 120 140 Doses de N (kg ha-1) FIGURA 1 - Produção de biomassa seca total de Bambusa vulgaris sob efeito de doses de nitrogênio. * significativo a 5% de probabilidade O aumento na biomassa seca total em da dose de 100 kg ha -1 de K a biomassa total função das doses de P, não foi significativo. A aumentou em 70% em relação à testemunha. A dose biomassa seca total das plantas de bambu oscilou de 100 kg ha-1 representa uma adubação potássica em media de 20,56 g planta-1 com as doses de P superior a que é utilizada na cultura do bambu em equivalentes a 10 e 100 kg ha-1. Muitas pesquisas campo no estado de Pernambuco. Este fato sugere têm referenciado que a interação do fósforo com o que a adubação potássica do bambu também está zinco pode afetar a absorção, translocação e subestimada. O K é o nutriente mais exigido pela concentração desses nutrientes nos tecidos cultura do bambu EMBAYE et al. (2005), e como pode vegetais, provocando relações inadequadas entre se observar às doses de K não foram suficientes os mesmos. É sabido que o desequilíbrio nutricional para a obtenção da máxima eficiência agronômica, pode reduzir o crescimento das plantas. Outro fator porque o modelo obtido foi linear, indicando a que também pode ter contribuído para a diminuição necessidade de utilizar doses superiores às da biomassa total do bambu, é a competição do aplicadas no experimento para a sua obtenção. Não fosfato com o sulfato. Provavelmente o resultado foram observadas interações significativas entre os esta relacionado com o alto teor de P no solo. elementos. SHANMUGHAVEL et al. (2001) avaliando Quanto à biomassa seca total em função a produção de biomassa em plantas de bambu da das doses de K, estabeleceu-se uma relação espécie Bambusa bambos, encontraram uma funcional linear crescente (Figura 2). A dose de K maior produção de biomassa total, quando que proporcionou o máximo crescimento (31,54 g comparado com o presente trabalho. planta-1) foi a equivalente a 100 kg ha-1. Com a adição 142 Scientia Agraria, Curitiba, v.9, n.2, p.139-146, 2008.
  • 5. OLIVEIRA, D.A. et al. Alocação de biomassa em plantas de bambu... 35 y = 0,1509*x + 12,52 R2 = 0,690 Biomassa Total (g planta-1) 30 25 20 15 10 5 0 0 20 40 60 80 100 120 Doses de K (kg ha-1) 0 FIGURA 2 - Produção de biomassa seca total de Bambusa vulgaris sob efeito de diferentes doses potássio. significativo a 10% de probabilidade Contribuição do nitrogênio para a produção da (Figura 3). O modelo que melhor se ajustou aos biomassa seca das raízes, colmo e folhas dados foi o linear. A adição de N na dose equivalente a 80 kg ha-1 provocou um aumento na biomassa das Dada a ausência de interações raízes e das folhas de 44%. A partir da dose significativas entre N, P e K, as doses que equivalente a 80 kg ha-1 de N houve uma tendência proporcionaram maior alocação de biomassa nas de estabilização ou até mesmo redução na raízes, colmo e folhas foram estimadas mediante produção da biomassa nas raízes, ao contrario da equação linear considerando separadamente os produção da biomassa no colmo. EMBAYE et al. elementos N, P e K. Houve uma variação nos (2005) relatam em seu trabalho, que analisando a incrementos de produção da biomassa nas raízes produção de biomassa das raízes, colmo e folhas em função das doses de N (Figura 3). A maior na espécie Yushania alpina encontraram 500 g produção ocorreu na dose equivalente a 80 kg ha-1 planta-1, resultado muito superior ao encontrado no de N que correspondeu a 8,11 g planta-1, para raízes presente experimento. ¦ Raiz ? Colmo ?Folhas 9 Biomassa seca (g Planta -1) 8 7 6 5 4 3 Raiz = 0,0253x + 5,034 R2 = 0,630 2 Colmo = 0,0349x + 2,533 R2 = 0,88* 1 Folhas = 0,0195x + 2,896 R2 = 0,74* 0 0 20 40 60 80 100 120 140 Doses de N (kg ha-1) FIGURA 3 - Produção de biomassa seca das raízes, colmo e das folhas de Bambusa vulgaris sob efeito de diferentes doses de nitrogênio. *, 0 significativo a 5 e 10% de probabilidade Scientia Agraria, Curitiba, v.9, n.2, p.139-146, 2008. 143
  • 6. OLIVEIRA, D.A. et al. Alocação de biomassa em plantas de bambu... Comparando-se as equações das Contribuição do fósforo na produção da biomassa regressões entre a produção de biomassa das seca das raízes, colmo e folhas folhas, colmo e raízes em função das doses de A produção da biomassa das raízes em nitrogênio, verifica-se que, de acordo com o função das doses de P não foi significativa. A coeficiente angular, o colmo foi à parte da planta produção de biomassa manteve praticamente que melhor respondeu à adubação nitrogenada constante em torno de 9,00 g planta-1. No entanto, (Figuras 3). A maior produção da biomassa do colmo as plantas testemunhas produziram 4,55 g planta-1. foi observada na dose equivalente a 120 kg ha-1 que O elevado teor de P no solo pode ser o fator que proporcionou uma produção de 7,10 g planta-1, o que contribuiu para a ausência da resposta das plantas corresponde a um aumento de 69% na biomassa à adubação com este nutriente. Embora sendo (Figura 3). Quando se compara a produção média classificado como macronutriente, os teores de P da biomassa nas diferentes partes das plantas: nas plantas são mais baixos que o N e o K. Em raízes, colmo e folhas com relação às doses de N a quantidades adequadas, ele estimula o ordem observada para produção foi 6,35; 4,35 e 3,91 desenvolvimento da planta, é essencial para a boa g planta-1, respectivamente. formação da planta e incrementa a produção (RAIJ, Com relação aos incrementos de produção 1991). da biomassa nas folhas houve uma variação em Com relação à produção da biomassa do resposta às doses de N (Figura 3). A maior produção colmo e das folhas, a regressão foi significativa ocorreu na dose equivalente a 80 kg ha-1 de N que (Figura 4). O modelo que melhor se ajustou as dados correspondeu a 5,16 g planta-1. O modelo que melhor foi o da raiz quadrada (Figura 4). As maiores se ajustou aos dados foi o linear. Na testemunha produções obtidas foram nas doses equivalentes a permitiu inferir que a baixa disponibilidade deste 10 e 40 kg ha -1 e 6,94 e 8,39 g planta -1 nutriente pode ser prejudicial ao desenvolvimento respectivamente. Ao se comparar a produção média da planta. Isso confirma a importância vital do N, da biomassa do colmo com a biomassa das folhas relacionada à constituição de aminoácidos, verificou-se que a maior produção ocorreu para o proteínas, atividade enzimática, assim como síntese colmo, que é a parte da planta que interessa de clorofila (MALAVOLTA et al., 1989). A adição de N comercialmente para a indústria. A adição de P na dose equivalente a 80 kg ha -1 provocou um proporcionou um aumento de 62 e 74% na aumento na biomassa das folhas de 49%. A partir biomassa do colmo e das folhas com as doses da dose equivalente a 80 kg ha-1 de N houve uma equivalentes a 40 e 10 kg ha -1, respectivamente. tendência de estabilização ou até mesmo redução Provavelmente a diminuição da produção da na produção da biomassa nas folhas. Todavia biomassa do colmo e das folhas com o aumento MAILLY et al. (1997) e CHRISTANTY et al. (1998) das doses de P pode está relacionada com o sulfato avaliando o ciclo do nutriente, produção de que esteja competindo com o fosfato e com isso as biomassa e a dinâmica da matéria orgânica no solo plantas estejam assimilando o sulfato e em plantas de bambu da mesma espécie, provavelmente também pode ser que esteja encontraram uma produção de biomassa no colmo acontecendo uma interação entre os elementos P e e nas folhas superior ao encontrado no presente Zn, ou isso provavelmente esteja relacionado com estudo. o teor alto do nutriente no solo. Não houve efeito isolado de P nas raízes, bem como interações simples e múltiplas entre os elementos. 10 ? Colmo ¦ Folhas Biomassa Seca (g Planta-1) 9 8 7 6 5 4 3 Colmo = 2,12**v x - 0,174**x+ 2,49 R2 = 0,95* 2 1 Folhas = 1,47*v x - 0,122*x+ 2,88 R2 = 0,930 0 0 20 40 60 80 100 120 Doses de P (kg ha-1) FIGURA 4 - Produção da biomassa seca do colmo e das Folhas de Bambusa vulgaris sob efeito de diferentes doses de fósforo. *, 0 significativo a 5 e 10% de probabilidade. 144 Scientia Agraria, Curitiba, v.9, n.2, p.139-146, 2008.
  • 7. OLIVEIRA, D.A. et al. Alocação de biomassa em plantas de bambu... O desequilíbrio entre o P e o Zn, em função e no colmo com o aumento das doses de K (Figura de respectivas concentrações excessivas, interfere 5). A maior produção de biomassa das raízes e do na função metabólica do zinco em certos sítios colmo ocorreu com a dose equivalente a 100 kg ha- 1 celulares, podendo causar uma diminuição da taxa , a qual proporcionou produção de 12,96 e 11,86 g de translocação de Zn ou P da raiz para a parte aérea; planta -1 respectivamente (Figura 5). Ao se comparar uma diluição da concentração de Zn ou de P na parte à produção média da biomassa da raiz e colmo, aérea da planta em resposta ao P ou Zn, observa-se que a maior produção ocorreu no colmo, respectivamente ou uma desordem metabólica no o qual é parte que interessa comercialmente para a interior das células da planta (OLSEN, 1972). Já indústria, o colmo é utilizado para fazer polpa para EMBAYE et al. (2005) citaram em seu trabalho, que fabricação de papel. Houve um aumento da analisando a produção de biomassa do colmo e biomassa das raízes e do colmo com a aplicação das folhas de plantas de bambu da espécie de K de 65 e 81% na dose equivalente a 100 kg ha- Yushania alpina encontraram 330 e 25 g planta -1 1 em relação a testemunha. Os incrementos de respectivamente, resultados superior quando produção foram crescentes com o aumento das comparamos com o presente trabalho. doses de K, e foi na dose equivalente a 100 kg ha-1 de K, onde ocorreu o maior incremento de produção Contribuição do potássio na produção da biomassa e ainda esta dose não foi a suficiente para obter a seca das raízes, colmo e folhas sua máxima eficiência econômica. De maneira geral, observou-se que houve um aumento na produção da biomassa das raízes ¦ Raiz ? Colmo 14 Biomassa Seca (g Planta-1) 12 10 8 6 4 Raiz = 0,0610x + 5,171 R2 = 0,74* 2 Colmo = 0,0654x + 3,4558 R2 = 0,680 0 0 20 40 60 80 100 120 Doses de K (kg ha-1) FIGURA 5 - Produção de biomassa seca das raízes e no colmo de Bambusa vulgaris sob efeito de diferentes doses de potássio. *, 0 significativo a 5 e 10% de probabilidade. O efeito isolado da adubação potássica não 2) A alocação da biomassa nas plantas de foi significativo sobre a produção de biomassa nas bambu diminuiu nas folhas e raízes e aumentou no folhas do bambu, apesar de que as plantas colmo, em resposta à adubação. testemunhas e as adubadas com dose equivalente 3) As doses utilizadas no experimento não a 100 kg ha-1 produziram respectivamente 2,65 e foram o suficiente para obtenção da máxima 6,72 g planta -1 de matéria seca. Tais valores produção de biomassa das plantas. correspondem a um incremento superior a 60%. Não houve efeito isolado de K nas folhas, bem como AGRADECIMENTO interações significativas entre os elementos. À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), AGRIMEX, e ao CONCLUSÕES Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo 1) A adubação com N e K proporcionou da UFRPE. aumento na produção da biomassa total das plantas de bambu. Scientia Agraria, Curitiba, v.9, n.2, p.139-146, 2008. 145
  • 8. OLIVEIRA, D.A. et al. Alocação de biomassa em plantas de bambu... REFERÊNCIAS 1. BERALDO, A. L.; AZZINI, A. Bambu: Características e utilizações. 1. ed. Guaíba: Agropecuária, 2004. 127 p. 2. BROUWER, R. Distribution of dry matter in the plant. Netherlands Journal of Agricultural Science, v. 10, p. 361- 376, 1962. 3. CHRISTANTY, L.; MAILLY, D.; KIMMINS, J. P. “Without bamboo, the land dies”: Biomass, litterfall, and soil organic matter dynamics of a Javanese bamboo talun-kebun system. Forest Ecology and Management, v. 87, p. 75-88, 1996. 4. DAVIDSON, D.W.; ARIAS, J.A.; MANN, J. An experimental study of bamboo ants in western Amazonia. Insectes Sociaux, v. 53, p. 108–114, 2006. 5. EMBAYE, K.; WEIHA, M.; LEDINC, S.; CHRISTERSSONA, L. Biomass and nutrient distribution in a highland bamboo forest in southwest Ethiopia: implications for management. Forest Ecology and Management, v. 204 p. 159-169, 2005. 6. EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Manual de métodos de análise do solo. Brasília, EMBRAPA-SPI, 1997. 212 p. 7. GHAVAMI, K.; MARINHO, A.B. Propriedades físicas e mecânicas do colmo inteiro do bambu da espécie Guadua angustifolia. Campina Grande, PB. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 9, n.1, p.107-114, 2005. 8. HOAGLAND, D.R.; ARNON, D.I. The water-cultured method for growing plants without soil. San Francisco: California Agricultural Experiment Station, 1950. 32 p. 9. MAILLY, D.; CHRISTANTY, L.; KIMMINS, J.P. Without bamboo, the land dies: nutrient cycling and biogeochemistry of a Javanese bamboo talun-Kebun System. Canada. Forest Ecology and Management, v. 9. p. 155-173, 1997. 10. MALAVOLTA, E.; VITTI, G.C.; OLIVEIRA, S.A. de. Avaliação do estado nutricional das plantas; princípios e aplicações. POTAFOS, Piracicaba. 1989. 201 p. 11. OLSEN, S.R. Micronutrient interactions. In: MORTVEDT, J.J.; GIORDANO, P.M.; LINDSAY, W.L. (Eds.). Micronutrients in agriculture: Madison: Soil Science Society of American, 1972. p. 243-264. 12. RAIJ, B. van. Fertilidade do solo e adubação. Piracicaba: Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato, 1991. 343 p. 13. SCHEFFER-BASSO, S.M.; JACQUES, A.V.A.; AGNOL, M.D. Alocação da biomassa e correlações morfofisiológicas em leguminosas forrageiras com hábitos de crescimento contrastantes. Scientia Agricola, v. 59, n. 4, p. 629-634, 2002. 14. SHANMUGHAVEL, P.; FRANCIS, K. Above ground biomass production and nutrient distribution in growing bamboo (Bambusa bambos (L.). Biomass and Bioenergy, v. 10, p. 383-391, 1996. 15. SHANMUGHAVEL, P.; FRANCIS, K. Balance and turnover of nutrients in a bamboo plantation (Bambusa bambos) of different ages. Biology and Fertility of Soils, v. 25, p. 69-74, 1997. 16. SHANMUGHAVEL, P.; PEDDAPPAIAH, R.S.; MUTHUKUMARA, T. Biomass production in an age series of Bambusa bambos plantations. Biomass and Bioenergy, v. 20, p. 113-117, 2001. 17. UFV. Universidade Federal De Viçosa. SAEG - Sistema de análises estatísticas e genéticas. Versão 9.0. Viçosa, 1997. 150 p. (Manual do usuário). Recebido em 28/09/2007 Aceito em 24/01/2008 146 Scientia Agraria, Curitiba, v.9, n.2, p.139-146, 2008.